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HIDROSSANITÁRIAS
PROF.a MARCILENE
BERNARDO SILVA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA
INSTALAÇÕES
HIDROSSANITÁRIAS
Marília/SP
2022
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
“
A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à
geração, sistematização e disseminação do conhecimento,
para formar profissionais empreendedores que promovam
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e
cultural da comunidade em que está inserida.
Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
www.uca.edu.br
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma
sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria,
salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a
emissão de conceitos.
INSTALAÇÕES
HIDROSSANITÁRIAS
PROF.a MARCILENE BERNARDO SILVA
SUMÁRIO
CAPÍTULO 01 INTRODUÇÃO ÀS INSTALAÇÕES 07
HIDROSSANITÁRIAS
SUMÁRIO
CAPÍTULO 13 INSTALAÇÃO HIDRÁULICA PREDIAL DE 128
PREVENÇÃO E COMBATE À INCÊNDIO -
PARTE 2
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO ÀS INSTALAÇÕES
HIDROSSANITÁRIAS
Nossa primeira aula será uma explicação geral das instalações hidrossanitárias.
Vamos ver a definição dessas instalações, tipos de projetos que fazem parte dessas
instalações e alguns exemplos de projetos.
Nos últimos anos os projetos da área da construção civil, iniciaram uma nova etapa,
a implementação do conceito BIM (Building Information Modeling), que significa ao pé
da letra modelagem da informação da construção, ou seja, modelar toda a obra em
um modelo tridimensional antes de iniciar a obra para se atingir uma implementação
integrada de todos os projetos que compõem a obra. O BIM não engloba apenas os
projetos, ele é dividido em seis dimensões, que são responsáveis por aprimorar a
funcionalidade em sua respectiva área:
• 3D = Geometria (x, y, z) – todos os projetos integrados;
• 4D = 3D + Linha do Tempo – Cronograma de execução da obra;
• 5D = 4D + Custos – Estimativa de todos os custos da obra;
• 6D = 5D + Durabilidade – Vida útil da obra, abordando possíveis manutenções
e garantias de equipamentos instalados (MATTOS, 2014).
Os projetos feitos em 2D como a Figura 02, já foram uma evolução em relação aos
projetos feitos à mão e agora os que são feitos utilizando o conceito BIM, são uma
evolução no mercado da construção civil pois é possível visualizar toda a obra antes
da execução. Logo os problemas com compatibilização das tubulações dos projetos
hidráulicos com as fiações dos projetos elétricos ficam mais fáceis.
Outro item muito importante relativo à implementação do BIM é que nos programas
onde se realiza esse tipo de modelagem, é possível gerar todo o memorial descritivo
da obra, contendo o quantitativo de material necessário para execução dos projetos, é
claro que isso não exclui a atuação do projetista nessa parte pois é sempre necessário
verificar as tabelas geradas.
A Figura abaixo foi retirada de um vídeo que mostra o desenvolvimento de um
projeto hidráulico feito em BIM com a utilização do software Revit MEP da empresa
Autodesk. Na Figura é possível ver a riqueza de detalhes que um projeto hidráulico
em BIM fornece.
Para entender melhor sobre o que é o BIM sobre como os projetos seguindo
essa metodologia realizaram uma grande revolução no setor da construção civil,
procurem por informações em alguns canais do YouTube, deixo como indicação
esse vídeo que traz bem as diferenças entre os projetos desenvolvidos em 2D para
os projetos em 3D.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=freYVfVT7a4
Além do projeto hidráulico de abastecimento de água fria e/ou quente, fazem parte
dos projetos de instalações hidrossanitárias os projetos de esgotamento sanitário, água
pluvial, prevenção e combate a incêndio e os projetos de instalação de gás.
Para o desenvolvimento de cada um desses projetos existem normas específicas que
devem ser seguidas. Além disso, para alguns deles é necessário consultar outras normas
que podem apresentar diferenças dependendo do local da execução da obra. Por exemplo,
para o desenvolvimento de projetos de prevenção e combate à incêndios no estado de
Minas Gerais, é necessário consultar o site do corpo de bombeiros militar do estado, pois
para emissão do AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros), a edificação precisa
atender a instruções técnicas da corporação. Isso ocorre em outros estados.
Na Figura 05, é apresentado uma folha do projeto de prevenção e combate a incêndios
realizado no estado de Minas Gerais. As partes hachuradas em cinza são edificações
que compõem o local do projeto e o traçado em vermelho é a rede de hidrantes do local.
Norma Título
NBR 5626:2020 Sistemas prediais de água fria e água quente - Projeto, execução, operação e manutenção
NBR 7198:1993 Projeto e execução de instalações prediais de água quente
NBR 5626:1998 Instalação predial de água fria
NBR 8160:1999 Sistemas prediais de esgoto sanitário
NBR 10844:1989 Instalações prediais de águas pluviais
NBR 13714:2000 Sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio
NBR 13523: 2019 Central de gás liquefeito de petróleo - GLP
Tabela 01: Lista de normas utilizadas
De acordo com Batista e Lara (2010), um dos problemas que esse tipo de traçado
apresenta é que quando ocorre qualquer tipo de interrupção no abastecimento da
rede principal, toda a rede é paralisada a jusante do local onde ocorreu a interrupção.
Outro problema apontado envolvendo esse tipo de configuração de rede é a tendência
ao acúmulo de sedimentos nas extremidades das redes.
Nas redes malhadas, a circulação da água ocorre nos dois sentidos da rede nas
quais as tubulações formam circuitos ou anéis. Esse tipo de configuração de rede
permite que o abastecimento ocorra em qualquer ponto. Na Figura 10 é apresentado
um exemplo de rede malhada.
CAPÍTULO 2
INSTALAÇÃO HIDRÁULICA
PREDIAL DE ÁGUA FRIA
Nesse tipo de sistema, não existem reservatórios na edificação. A água sai direto da
rede pública de abastecimento para as instalações da edificação. Esse sistema possui
um baixo custo de implantação, porém, necessita que a pressão da rede pública seja
o suficiente para alimentar todos os pontos de utilização de água da edificação, pois
o sistema de distribuição ocorre de forma ascendente (CREDER, 2006).
Outro ponto negativo que é necessário destacar desse sistema é que, quando
ocorrem interrupções na distribuição de água, a edificação que utiliza esse sistema
fica sem abastecimento. Na Figura 01 é apresentado uma ilustração de como funciona
esse tipo de sistema.
ANOTE ISSO
Na última coluna da Tabela 03, constam dados relativos ao peso dos equipamentos
que compõem as instalações de água fria, esses valores serão utilizados no próximo
capítulo relativo ao dimensionamento dessas instalações.
Na Figura 06 é apresentado um desenho técnico do barrilete de um edifício comercial.
O zoom da Figura 06, apresenta o ponto central do barrilete nessa rede distribuição
de água fria.
Nos desenhos técnicos é sempre necessário especificar qual o tipo de água que
a tubulação está transportando. O AF significa que a tubulação indicada transporta
água fria; o INC significa tubulação de combate a incêndio; o AP água pluvial e o AQ
água quente. Além disso, em muitos locais é empregado a utilização de desenhos
com cores diferentes para as tubulações.
CAPÍTULO 3
INSTALAÇÃO HIDRÁULICA
PREDIAL DE ÁGUA FRIA -
PARTE 2
O terceiro capítulo do livro tem como objetivo dar o passo a passo do dimensionamento
dos equipamentos que fazem parte das instalações hidráulicas de água fria que foram
descritas na Aula 02. O dimensionamento é a parte crucial do projeto pois é ele,
juntamente com a correta execução do projeto que garantirá que a instalação vai
atender de forma eficiente os usuários da edificação.
6º Verificar a perda de carga na tubulação, sendo que ela deve ser verificada nos
tubos e também nas conexões.
- A NBR-5626 determina que a perda de carga nos tubos deve ser calculada utilizando
a expressão de Fair-Whipple-Hsiao, sendo que existe diferença na expressão utilizada
dependendo do material constituinte dos tubos.
Em tubos lisos, que sejam de plástico, cobre ou liga de cobre utiliza-se a seguinte
equação:
Figura 01: Ábaco de Fair-Whipple-Hsiao para Tubulações de cobre e plástico – (Q=55,934 x J0,571 x D2,714)
Fonte: Macintyre (2017)
Figura 02: Ábaco de Fair-Whipple-Hsiao para Tubulações de aço galvanizado e ferro fundido - (Q=27,113 x J0,632 x D2,596)
Fonte: Macintyre (2017)
Já nas conexões que ligam as tubulações das instalações hidráulicas de água fria,
a perda de carga considerada tem relação direta com o diâmetro da peça e com o
seu material. Na Tabela 01 extraída de Macintyre (2017) é possível consultar diversas
conexões e sua relativa perda de carga localizada.
Tabela 01: Perda de carga em conexões – comprimento equivalente para tubos lisos (PVC rígido ou cobre)
Fonte: Macintyre (2017)
Tabela 02: Perda de carga em conexões – comprimento equivalente para tubos de ferro galvanizado retilínea.
Fonte: Macintyre (2017)
Um termo bastante citado nas equações acima é a altura manométrica, mas afinal
o que ela representa efetivamente?
Podemos defini-la como a altura que a bomba eleva o fluido. Ela é determinada em
metros e não depende da densidade de um líquido.
Fonte: https://blog.meritocomercial.com.br/altura-manometrica-de-recalque/
CAPÍTULO 4
INSTALAÇÃO HIDRÁULICA
PREDIAL DE ÁGUA FRIA -
PARTE 3
A Aula 04 vai trazer alguns outros itens como hidrômetros, caixas piezométricas
e pena-d’água, que precisam ser especificados e dimensionados para as instalações
prediais de água fria, esses componentes complementam as instalações que já vimos
nas aulas 02 e 03.
Os itens que serão vistos agora compõe as instalações para entrada de água nos
edifícios. Na Figura 01 tem um exemplo de uma instalação de entrada de água.
4.1 Pena-d’água
2 50 70 77 83 88 92
Esse dispositivo possui como vantagem o fato de ser barato, pois é um registro
com baixo custo de operação. Ele estabelece um limite máximo de entrada de água
nos edifícios, isso é um dos fatores que faz ele gerar economia no consumo de água.
Ao utilizar esse dispositivo, os consumidores devem possuir um reservatório para
acumular os excessos de água não gastos.
Ao mesmo tempo que pode gerar economia no consumo de água, a instalação de
uma pena d’água pode gerar problemas na limitação de consumo.
4.3 Hidrômetros
As instalações dos hidrômetros devem possuir filtros para evitar a entrada de objetos
sólidos que podem danificar o seu funcionamento. Esses filtros precisam ter grelhas
removíveis para que seja realizada a limpeza. Sempre que a pressão da rede pública
de água for muito elevada, pode ser instalada, entre o filtro e o hidrômetro, uma válvula
redutora de pressão adequada ao tipo de hidrômetro utilizado, como apresentado na
Figura 04 e na Figura 05 (CREDER, 2006).
CAPITULO 5
INSTALAÇÃO HIDRÁULICA
PREDIAL DE ÁGUA QUENTE
O quinto capítulo do livro tem como objetivo o estudo das instalações hidráulicas
de água quente. Esse tipo de instalação ocorre em locais específicos que necessitam
de água quente com bastante frequência, como hotéis, hospitais, indústrias entre
outros.
A temperatura que a água vai sair nos pontos de fornecimento, dependerá do uso
a qual ela se destina. Existe a possibilidade de uma mesma instalação fornecer água
quente em diferentes temperaturas, mas para isso ocorrer é necessário que exista
um misturar de água fria no local de utilização (MACINTYRE, 1990).
Depois de ser aquecida a água é distribuída nos pontos de utilização através de
uma rede de distribuição própria. Essas tubulações de distribuição de água quente,
são semelhantes às utilizadas na rede de água fria, apresentando como diferença
basicamente alguns detalhes relativos ao dimensionamento.
De acordo com Creder (2006), a água pode ser aquecida de três formas diferentes:
1. Aquecimento Individual: Nesse tipo de sistema apenas um equipamento recebe a
água aquecida. Esse tipo de sistema é o que ocorre quando se utiliza aquecedor
a gás para aquecimento do água do banheiro (chuveiro/pia) ou na cozinha;
2. Central privado: Essa forma de aquecimento ocorre quando vários equipamento
são alimentados com água quente ao mesmo tempo. Essa água quente é
produzida em um equipamento e dele partem a linha de alimentação para os
diversos equipamentos presentes na edificação (banheiros, cozinha, área de
serviço);
3. Central coletiva: Ocorre quando o sistema de aquecimento de água alimenta
um conjunto de vários equipamentos que pertencem a diferentes edificações.
5.2 Dimensionamento
O consumo de água quente no Brasil pode ser estimado de acordo com a ocupação
da edificação. Por exemplo, na Tabela 01 são apresentados os dados de estimativa
de consumo de água quente.
Ocupação da edificação Consumo
Alojamento provisório 24 por pessoa
Casa popular ou rural 36 por pessoa
Residência 45 por pessoa
Apartamento 60 por pessoa
Quartel 45 por pessoa
Escola (internato) 45 por pessoa
Hotel (sem cozinha e sem lavanderia) 36 por hóspede
Hospital 125 por leito
Restaurante e similar 12 por refeição
Lavanderia 15 por Kg de roupa
Tabela 01: Estimativa de consumo de água quente
Fonte: Extraído de Creder (2006)
5.2.2 Vazão
As perdas de carga nas tubulações de água quente devem ser calculadas da mesma
forma como é feito nas instalações de água fria.
O diâmetro dos sub-ramais não pode ser menor ao indicado na Tabela 07.
Peças de utilização Diâmetro (mm)
Banheira 15
Bidê 15
Chuveiro 15
Lavatório 15
Pia de cozinha 15
Pia de despejo 20
Lavadora de roupa 20
Tabela 07: Diâmetro mínimo dos sub-ramais
Fonte: Extraído de Macintyre (1990)
Exemplo 03: No exercício acima, foi admitido que o rendimento do boiler foi de 100
%. Mas pode ocorrer algumas variações na transferência de calor. Considerando isso,
qual seria a potência consumida se o rendimento do boiler fosse de 95%?
Nesse capítulo iniciamos o estudo das instalações prediais de água quente, estudamos
alguns parâmetros para o dimensionamento dessas instalações e fizemos alguns
exercícios de aplicação. No próximo capítulo finalizaremos o estudo das instalações
prediais de água quente.
CAPÍTULO 6
INSTALAÇÃO HIDRÁULICA
PREDIAL DE ÁGUA
QUENTE - PARTE 2
O sexto capítulo do livro tem como objetivo mostrar outras formas de aquecimento
de água além da utilização dos aquecedores elétricos e realizar o dimensionamento
desses métodos de aquecimento.
Nos últimos anos, outras formas de aquecimento se popularizaram, pois funcionam
como energia limpa e/ou geram economia financeira.
Sendo que o sistema de aquecimento solar pode ser feito através de dois métodos,
a termossifão ou circulação forçada.
O termossifão é um método de aquecimento de água que não utiliza um sistema de
bombeamento, nos projetos residências é o mais utilizado pois ele é o mais indicado
para baixos volumes de água. Nesse tipo de instalação, o reservatório precisa estar
acima do coletor solar, pois o funcionamento do equipamento é realizado por correntes
de convecção natural onde a parte quente tende a subir por causa da menor densidade,
logo a água quente fica por cima da água fria. Na Figura 02, é apresentado um exemplo
de uma instalação com sistema de termossifão.
A placa coletora solar, deve ser feita em material adequado de forma que realmente
possibilite o aquecimento da água. Na Figura 04, é apresentado os componentes de
uma placa/coletor solar, lembrando que todo esse tipo de instalação deve ser realizado
com tubulação de cobre.
Onde: S é a área em m²
Q é a quantidade de calor necessária em kcal/dia
I é a intensidade de radiação solar em kWh/m² x dia ou kcal.h/m²
η é o rendimento do aproveitamento da energia por painel, estimado, para
fins práticos em 50%.
por uma serpentina onde ocorre a circulação da água para aquecimento. A Figura 02,
apresenta um exemplo de aquecimento à gás. Costuma-se instalar os aquecedores
no banheiro ou na cozinha.
Esse tipo de sistema pode ter acumulação de água quente utilizado um reservatório
tipo boiler ou não. Quando existe a utilização de boiler no sistema, podemos denominá-
lo como aquecedor por acumulação, já quando o aquecimento de água é imediato ao
uso chamamos de aquecimento por passagem.
Um dado importante envolvendo esse tipo de aquecimento é que ele necessariamente
precisa ter uma pressão de rede adequada para a passagem de água no aquecedor,
pois o aquecedor precisa “sentir” a água entrando no circuito para ser acionado.
ANOTE ISSO
Alguns métodos de aquecimento de água, não são tão populares como os aquecedores
elétricos, a gás ou o aquecedor solar, é o caso das caldeiras para aquecimento de
água. Esse tipo de aquecimento pode ser utilizado em edifícios comerciais, residenciais,
indústrias e residências. Elas podem variar muito de tamanho dependendo do volume
a ser utilizado de água quente.
As caldeiras de uma forma geral são compostas por termostato para regular a
temperatura, uma válvula de gás, um manômetro que serve para monitorar a pressão
da água, uma válvula que faz a alimentação de água, uma válvula redutora de pressão,
uma saída de ar, um tanque de expansão onde a água quente é mantida, uma válvula que
realiza o controle de fluxo, uma válvula para aliviar a pressão e uma válvula de drenagem.
As caldeiras podem ser divididas em dois grupos principais: as caldeiras de tubos
de fogo e as caldeiras de tubos de água. Na primeira os gases quentes atravessam o
interior do tubo e realizam o aquecimento da água. Já na segunda, o calor é aplicado
ao redor do exterior do local onde a água fica armazenada. As caldeiras necessitam
de manutenção regularmente por causa do risco de explosões.
Na Figura 03, é apresentado o esquema de uma caldeira.
CAPÍTULO 7
INSTALAÇÃO HIDRÁULICA
PREDIAL DE ESGOTO SANITÁRIO
As instalações das redes prediais de esgoto, podem ser divididas de acordo com
o acesso delas aos gases provenientes do coletor público em:
• Instalação primária: essas tubulações e dispositivos possuem acesso aos
gases provenientes do coletor público. De acordo com Macintyre (1990), esse
trecho da instalação é composto pelo coletor predial, subcoletores , caixas de
inspeção, tubos de queda, ramais de descarga (que servem apenas um aparelho
sanitário), ramis de esgoto (que servem mais um equipamento sanitário), tubos
Bebedouro 0,5 30
Bidê 2 30
Chuveiro de residência 2 40
Chuveiro coletivo 4 40
Chuveiro hidroterápico 4 75
Chuveiro hidroterápico tipo tubular 4 75
Ducha escocesa 6 75
Ducha perineal 2 30
Lavatório de residência 1 30
Lavatório geral 2 40
Lavatório quarto de enfermeira 1 30
Lavabo cirúrgico 3 40
Lava-pernas (hidroterápico) 3 50
Lava-braços (hidroterápico) 3 50
Lava-pés (hidroterápico) 2 50
Mictório - válvula de descarga 6 75
30 ou menor 1
40 2
50 3
75 5
100 6
Tabela 02: Unidades Hunter de Contribuição dos Equipamentos Sanitários e Diâmetro Nominal dos Ramais de Descarga de Equipamentos não Citados na
Tabela 01
Fonte: Creder (2006).
7.3.4 Subcoletores
7.3.5.4 Caixa de gordura especial (CGE), prismática, com base retangular com
as seguintes características:
CAPÍTULO 8
INSTALAÇÃO HIDRÁULICA
PREDIAL DE ESGOTO
SANITÁRIO - PARTE 2
Na aula 08, teremos a continuidade dos sistemas que fazem parte das instalações
prediais de esgoto sanitário. Um dica importante relacionada a elaboração de projetos
de instalações, é que como vimos na Aula 01, é necessário realizar a compatibilização
dos projetos de instalações hidráulicas com os demais projetos que fazem parte de uma
obra e na elaboração de um projeto de esgoto sanitário deve-se ter uma atenção especial
ao projeto de fundação da edificação pois as tubulações de descarte de esgoto devem
respeitar as estruturas da fundação da edificação.
Segundo Creder (2006), os projetos de instalações prediais de esgotos sanitários, são
compostos por:
• Definição de todos os pontos que recebem esgoto;
• Definição do ponto ou dos pontos de destino do esgoto;
• Definição do coletor predial;
• Definição dos pontos de transporte de esgoto;
• Definição dos pontos de inspeção;
• Definição e localização das tubulações de ventilação das tubulações primárias;
• Definição e localização da instalação de elevatória quando necessário;
• Definição do número de unidades Hunter para cada trecho de tubulação do projeto;
• Especificação de materiais das tubulações e diâmetro.
8.1.1 Ventilação
Caso a edificação for de uso residencial e possuir no máximo três vasos sanitários, o tubo
de ventilação pode ter um diâmetro nominal DN 75.
Quando a edificação possuir dois ou mais pavimentos, os tubos de queda devem ser
prolongados até acima da cobertura, sendo todos os desconectores (vaso sanitário, sifão
e caixa sifonadas) devem possuir ventiladores individuais ligados à coluna de ventilação.
Na Figura 01 é possível ver o exemplo de uma ligação do ramal de ventilação de uma
edificação.
Outro detalhe importante das tubulações de ventilação é que elas devem ser
instaladas de forma que qualquer líquido que por algum motive entra nela, possa escoar
Sempre que não for possível o prolongamento dos tubos ventiladores até na região
acima da cobertura, deve ser utilizado um barrilete de ventilação. O dimensionamento
desse barrilete é feito pela soma das unidades Hunter de contribuição dos tubos de
queda que são servidos no trecho. Já o comprimento que precisa ser considerado é
sempre é mais extenso, da base da coluna de ventilação mais longe da extremidade
aberta do barrilete até essa extremidade (CREDER, 2006).
Em relação aos desconectores, a distância entre eles e o tubo ventilador deve seguir
a que é apresentada na Tabela 01.
Sempre que for necessário a ligação de um tubo ventilador a uma tubulação horizontal
é necessário que essa ligação seja feita acima do eixo da tubulação elevando-se o
tubo ventilador em até 15 cm, ou mais, acima do nível de transbordamento da água
do mais alto dos aparelhos servidos antes de ligar-se a outro tubo ventilador.
Diâmetro Nominal do Ramal de Descarga - DN Distância Máxima (m)
30 0,7
40 1
50 1,2
75 1,8
100 2,4
Tabela 01: Distância Máxima de um Desconector ao Tubo Ventilador
Fonte: Creder, (2006).
houver tubo de queda que forme ângulo maior que 45º com a vertical deve ser prevista
outra ventilação, considerando-se como se existisse dois tubos de queda, um acima
e outro abaixo do desvio, conforme apresentado na Figura 03. Já nos tubos de queda
que recebem despejos de pias, tanques, máquinas de lavar e outros aparelhos em
que são utilizados detergentes que provoquem a formação de espuma, deve-se evitar
a ligação de aparelhos ou tubos ventiladores nas zonas de espuma(CREDER, 2006).
Diâmetro Nominal do Tubo de Números de Unidades Diâmetro Nominal Mínimo de Tubo de Ventilação
Queda ou Ramal de Esgoto - DN Hunter de Contribuição 30 40 50 60 75 100 150 200 250 300
Comprimento Máximo Permitido (m)
30 2 9
40 8 15 46
40 10 9 30
50 12 9 23 61
50 20 8 15 46
75 10 - 13 46 110 317
75 21 - 10 33 82 247
75 53 - 8 29 70 207
75 102 - 8 26 64 189
100 43 - - 11 26 76 299
100 140 - - 8 20 61 229
100 320 - - 7 17 52 195
100 530 - - 6 15 46 177
150 500 - - - - 10 40 305
150 1100 - - - - 8 31 238
150 2000 - - - - 7 26 201
150 2900 - - - - 6 23 183
200 1800 - - - - - 10 73 286
200 3400 - - - - - 7 57 219
200 5600 - - - - - 6 49 186
200 7600 - - - - - 5 43 171
250 4000 - - - - - - 24 94 293
250 7200 - - - - - - 18 73 225
250 11000 - - - - - - 16 60 192
250 15000 - - - - - - 14 55 174
300 7300 - - - - - - 9 37 116 287
300 13000 - - - - - - 7 29 90 219
300 20000 - - - - - - 6 24 76 186
300 26000 - - - - - - 5 22 70 152
Tabela 03: Dimensionamento de Colunas e Barriletes de Ventilação
Fonte: Creder (2006).
Nessa aula 08, aprendemos sobre um ponto primordial das instalações hidráulicas
de esgoto sanitário, o dimensionamento da tubulação de ventilação. Parece ser algo
simples, mas quando mal dimensionado esse ramal causa um grande prejuízo financeiro
e incomodo devido ao mal cheiro que pode entrar pelo vaso sanitário e ralos.
CAPÍTULO 9
INSTALAÇÃO HIDRÁULICA
PREDIAL DE ESGOTO
SANITÁRIO - PARTE 3
A instalação de caixas de passagem ou poços de visita nos locais que fazem parte
de uma unidade autônoma, não deve ocorrer quando essa unidade autônoma recebe a
contribuição de despejos de outras unidades autônomas. As tampas desses elementos
de inspeção devem possuir fácil acesso e manuseio, não podem ocorrer empecilhos
para a sua abertura (CREDER, 2006).
Figura 05: Funcionário acessando o poço de visita para realização de manutenção na cidade de Uberlânda
Fonte: https://www.uberlandia.mg.gov.br/2020/05/13/descarte-de-objetos-obstrui-rede-de-esgoto-e-prejudica-o-funcionamento/
Esses tubos são peças de inspeção que são instaladas junto às curvas dos tubos de
queda sempre que não for possível atingir esses tubos através dos outros equipamentos
de inspeção. É sempre importante analisar as piores situações que podem ocorrer
em uma tubulação de esgoto, por isso é necessário ter esse tipo de equipamento que
possibilita a limpeza de forma eficiente quando necessário.
As tubulações de sucção das bombas de recalque devem ser uma para cada bomba
e de diâmetro nominal no mínimo igual ao do tubo de recalque. Essas bombas precisam
ser automáticas.
As tubulações de recalque precisam atingir um nível superior ao da via pública para
onde irá o esgoto, pois dessa forma, é possível impedir o refluxo de esgotos. Além
disso, o conjunto de recalque deve ser composto de registro e de válvula de retenção.
Um detalhe que precisa ser considerado sempre nos projetos de instalações prediais
é a origem do efluente que vai ser encaminhado para a via pública, no caso estávamos
tratando sobre efluente residencial/comercial. Devemos nos atentar sempre quando o
projeto será o esgotamento de efluente sanitário oriundo de industriais ou hospitais,
pois esses efluentes possuem características específicas diferentes dos efluentes
residências/comerciais. Portando, quando for necessária a instalação de recalque
em instalações hospitalares, em ambulatórios ou qualquer outra instituição de saúde,
é recomendável a utilização de ejetores de ar comprimido ao invés de bombas de
recalque pois, esse tipo de instalação dispensa a utilização de caixas coletores ou
poços de sucção. Sendo que as tubulações de sucção e de recalque dessas instalações
devem ter diâmetro nominal mínimo de DN 75, e a instalação compressora deve
ter um reservatório de ar comprimido com capacidade para três ou mais descargas
completas do ejetor (CREDER, 2006).
Devido às grandes crises hídricas que enfrentamos nos últimos anos, as pessoas
estão procurando formas de utilizarem de maneira consciente água. E uma das
formas que as pessoas estão buscando para economizar água é na reutilização de
água.
Pode parecer estranho falar de reutilização de água em uma casa por exemplo,
mas vamos pensar um pouco, a água da máquina de lavar roupas/tanque de lavar
roupas poderia ser reutilizada para lavar pisos ou na descarga de vasos sanitários
sem maiores problemas. Por isso nos últimos anos está rolando um forte apelo
pelo aproveitamento dessa água.
Algumas construções novas já preveem em projeto espaço de tanques/instalações
até com recalque e tubulações específicas para que essa água seja reaproveitada.
E em construções prontas algumas empresas já criaram kits para instalação de
reservatórios que não precisam de grandes intervenções nas edificações.
Fontes: https://g1.globo.com/sao-paulo/blog/como-economizar-agua/post/manual-ensina-reaproveitar-agua-da-lava-roupa-veja-passo-passo.html
https://www.ecycle.com.br/como-aproveitar-agua-da-maquina-de-lavar/.
O esgoto gerado em pias de cozinha precisam passar pela caixa de gordura antes de
serem direcionados para a fossa séptica ou sumidouro. Sendo que não é recomendável
o envio de esgoto de lavatórios, pias de cozinhas, tanques e chuveiros para as fossas
sépticas pois esse tipo de efluente é composto por sabão e detergentes que podem
causar um desequilíbrio nas bactérias anaeróbias que realizam a degradação do esgoto.
As fossas devem possuir tampa para limpeza e inspeção.
Dimensões Internas
Número de Pessoas Capacidade (Litros)
Comprimento (m) Largura (m) Altura (m)
até 7 1,60 0,80 1,50 1535
até 9 1,80 0,90 1,50 1945
até 12 2,10 1,05 1,50 2645
até 15 2,35 1,15 1,50 3240
até 20 3,00 1,20 1,50 4320
Tabela 01: Dimensões das Fossas Sépticas
Fonte: Creder (2006)
As fossas sépticas são divididas em: câmara única, câmara em série ou câmara
sobreposta. Na Figura 08 são apresentados as seções transversais desses tipos.
No cálculo de contribuição dos despejos das fossas sépticas devem ser observados
o número de pessoas que serão atendidas sendo que esse número não pode ser
inferior a cinco pessoas. Em edificações que atenderem uma população de ocupação
permanente e temporária, o volume total da contribuição é a soma dos volumes
correspondentes a cada um desses casos, e o período de detenção usado para ambos
os casos é correspondente à contribuição total. Para a realização dos cálculos de
dimensionamento, são considerados os seguintes períodos:
• Prédios residenciais, hotéis, hospitais e quartéis: 24 horas;
• Outros tipos de prédios – os regimes próprios de funcionamento (CREDER, 2006).
Além disso, devem ser observados o consumo total de água no local que será
instalado a fossa séptica, caso estes dados não estejam disponíveis, pode-se utilizar
os dados apresentados na Tabela 02.
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 92
INSTALAÇÕES
HIDROSSANITÁRIAS
PROF.a MARCILENE BERNARDO SILVA
Contribuição (Litros/dia)
Edificação Unidade
Esgotos ( C ) Lodo Fresco (Lf)
Ocupantes permanentes
Hospitais leito 250 1
Apartamentos pessoas 200 1
Residências pessoas 150 1
Escolas (internatos) pessoas 150 1
Casas populares (rurais) pessoas 120 1
Hotéis (sem cozinha e lavanderia) pessoas 120 1
Alojamentos provisórios pessoas 80 1
Ocupantes Temporários
Fábrica em geral operário 70 0,3
Escritórios pessoas 50 0,2
Edifícios públicos ou comerciais pessoas 50 0,2
Escolas pessoas 50 0,2
Restaurantes ou similares refeição 25 0,1
Cinema, teatro e templos lugar 2 0,02
Tabela 02: Contribuições Unitárias de Esgotos ( C ) e de Lodo Fresco ( Lf ) por tipo de edificação e de ocupantes
Fonte: Creder (2006)
O volume útil é calculado pela seguinte equação nas fossas sépticas de câmara
única:
Vutil=1000+N x C x T+N x K x Lf
Com Vutil ≥ 1250 Litros
O volume útil é calculado pela seguinte equação nas fossas sépticas de câmara
sobreposta:
Vutil=N x C x T
9.3.1 Sumidouros
Os sumidouros fazem dos tratamentos primários de esgoto. Eles podem fazer parte
do sistema de tratamento com fossa séptica ou não. Quando fazem parte do sistema
CAPITULO 10
INSTALAÇÃO HIDRÁULICA
PREDIAL DE ÁGUA PLUVIAL
Figura 01: Representação de um corte para visualização do projeto de esgotamento de águas pluviais
Fonte: Macintyre (1990)
Sempre que não são conhecidos os dados pluviométricos da região, deve-se adotar
I = 150 mm/h para áreas construídas até 100 m².
É necessário levar em consideração a ação dos ventos nas edificações, portanto
é necessário adotar um ângulo de inclinação da chuva em relação a horizontal igual
a , quando o cálculo da quantidade de chuva a ser interceptada por
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 101
INSTALAÇÕES
HIDROSSANITÁRIAS
PROF.a MARCILENE BERNARDO SILVA
De acordo com Batista e Lara (2010), a área de contribuição (Ac) é a área plana
horizontal que é atingida diretamente pela precipitação, mais o incremento devido à
inclinação da cobertura e das paredes que interceptam água de chuva que precisa
ser drenada. Na Figura 03 são apresentadas as formas de realizar o cálculo das áreas
de contribuição de acordo com a superfície.
Além dos critérios já citados para o dimensionamento, alguns outros itens são
importantes para os projetos.
De acordo com Creder (2006), a vazão de projeto deve ser calculada através da
seguinte equação:
10.4.3 Calhas
O dimensionamento das calhas pode ser feito com o auxílio da equação de Manning-
Strickler:
Plástico, fibrocimento, alumínio, aço inoxidável, aço galvanizado, cobre e latão 0,011
Ferro fundido, concreto alisado, alvenaria revestida 0,012
Cerâmica e concreto não-alisado 0,013
Alvenaria de tijolos não-revestida 0,015
Tabela 04: Coeficientes de Rugosidade (n)
Fonte: Creder (2006)
Declividade
a b
0,50% 1,00% 2,00%
0,20 0,10 366 518 732
0,30 0,20 1626 2299 3251
0,40 0,30 4124 5832 8248
0,50 0,40 8171 11656 16343
0,60 0,50 14050 19870 28100
0,70 0,60 22022 31144 44044
0,80 0,70 32334 45727 64044
0,90 0,80 23220 63950 90439
1,00 0,90 60903 86130 121806
Tabela 05: Vazões em L/min em calhas retangulares de concreto liso, lâmina d’água e meia altura
Fonte: Creder (2006)
Resolução:
Vazão do projeto em análise:
CAPÍTULO 11
INSTALAÇÃO HIDRÁULICA
PREDIAL DE ÁGUA
PLUVIAL - PARTE 2
Segundo Creder (2006), os condutores verticais, sempre que possível devem ser
projetados em uma só prumada e nos desvios devem-se utilizar curvas de 90° de raio
longo ou curvas de 45°, além disso, devem ser previstas peças de inspeção (tubos
operculados) no traçado dos condutores. O diâmetro mínimo dos tubos verticais é
de 70 mm.
Para realizar o dimensionamento dos condutores verticais deve-se considerar os
seguintes parâmetros:
• Q = vazão do projeto em Litros/min;
• H = altura da lâmina d’água da calha em mm;
• L = comprimento do condutor vertical em metros.
Com a utilização dos dados acima, deve-se consultar os ábacos das Figura 01 e
Figura 02 para encontrar o valor do diâmetro. Para utilizar o ábaco, deve-se primeiro
entrar no eixo horizontal, com o valor da vazão Q em Litros/min. Levantar uma linha
vertical até encontrar as curvas H e L correspondentes; e caso não exista curvas dos
valores H e L, interpolar entre as curvas existentes. Transportar a interseção mais alta
até o eixo D; escolher o diâmetro nominal cujo diâmetro interno seja igual ou superior
ao valor encontrado. Esses ábacos, foram feitos com base em condutores verticais
rugosos (coeficiente de atrito F=0,04), com dois desvios na base (CREDER, 2006).
Quando possível, esses condutores devem ser projetados com declividade uniforme
e de no mínimo 0,5%. Se os condutores horizontais possuírem seção circular, deve
ser feito para escoamento com lâmina de altura igual a 2/3 do diâmetro interno do
tubo. Na Tabela 01, é apresentado um indicador de diâmetro interno em função da
vazão (CREDER, 2006).
Figura 01: Dimensionamento dos condutores verticais para calha com saída em aresta viva.
Fonte: Creder (2006).
Figura 02: Dimensionamento dos condutores verticais para calha com funil de saída.
Fonte: Creder (2006).
n = 0,011
Diâmetro
n = 0,012 n = 0,013
Interno (D) -
mm
0,50% 1,00% 2,00% 4,00% 0,50% 1,00% 2,00% 4,00% 0,50% 1,00% 2,00% 4,00%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
1 50 32 45 64 90 29 41 59 83 27 38 54 76
2 63 59 84 118 168 55 77 108 154 50 71 100 142
3 75 95 133 188 267 87 122 172 245 80 113 159 226
4 100 204 287 405 575 187 264 272 527 173 243 343 486
5 125 370 521 735 1040 339 478 674 956 313 441 622 882
6 150 602 847 1190 1690 552 777 1100 1550 509 717 1010 1430
7 200 1300 1820 2570 3650 1190 1670 2360 3350 1100 1540 2180 3040
8 250 2350 3370 4660 6620 2150 3030 4280 6070 1990 2800 3950 5600
9 300 3820 5380 7590 10800 3500 4930 6960 9870 3230 4550 6420 9110
Tabela 01: Capacidade de Condutores Horizontais de Seção Circular (vazão em L/min)
Fonte: Creder (2006)
11.2 Ralos
11.2.2 Grelhas
Esse tipo de grelha é bastante utilizada nos terraços, nas calhas de concreto de
telhado e em áreas abertas de edificações pois elas proporcionam maior seção de
escoamento e conseguem reter papéis, trapos e detritos. Na Figura 04, é apresentado
um exemplo de grelha hemisférica.
a) Calhas:
• Chapas de aço galvanizado;
• Folhas-de-flandres;
• Chapas de cobre;
• Aço inoxidável, alumínio, fibrocimento, PVC rígido, fibra de vidro, concreto
ou alvenaria.
b) Condutores Verticais:
• Tubos e conexões de ferro fundido;
• Fibrocimento;
• PVC rígido;
• Aço galvanizado;
• Cobre, chapa de aço galvanizado;
• Folhas-de-flandres;
• Chapas de cobre, aço inoxidável, alumínio ou fibra de vidro.
c) Condutores Horizontais:
• Tubos e Conexões de ferro fundido;
• Fibrocimento;
• PVC rígido;
• Aço galvanizado;
• Cerâmica vidrada;
• Concreto;
• Cobre, canais de concreto ou alvenaria.
As calhas precisam estar sempre limpas e desobstruídas para evitar que ocorram infiltrações
ou problemas na pintura das edificações. Acontece que em muitos locais, essa limpeza só
ocorre em períodos chuvosos ou quando a calha já está apresentando algum problema. E
esse tipo de manutenção, deveria ser programada para evitar problemas com o escoamento
da água da chuva.
Fonte: https://www.aecweb.com.br/revista/materias/manutencao-e-limpeza-de-calhas-sao-
fundamentais-para-evitar-obstrucoes/18279
Na Figura 05, é apresentado um problema comum que ocorre em calhas próximas a árvores.
11.5 Exercícios
O exercício a seguir está no livro de Batista e Lara (2010) – páginas 447 e 448.
Dimensionar a instalação de esgotamento de água pluvial de um galpão, conforme
mostrado na Figura abaixo, situado na cidade de Belo Horizonte. Considerar um tempo
de retorno de 5 anos.
Solução:
• Coeficiente de runnof = C = 1.
• Vazão de dimensionamento:
• Dimensionamento da calha
Tipo: semicircular
Vazão / calha = 1090 Litros/min
Declividade: 1%
Diâmetro interno: 200 mm
• Dimensionamento dos condutores verticais
Vazão/condutor vertical: 1090 Litros/min
Comprimento do condutor: L = 6 metros
Carga de água: H = 100 mm
Diâmetro interno: 75 mm
• Condutores horizontais
CAPÍTULO 12
INSTALAÇÃO HIDRÁULICA
PREDIAL DE PREVENÇÃO
E COMBATE À INCÊNDIO
Os itens presentes nos projetos de incêndio (ou qualquer outra instalação hidráulica)
precisam estar com a legenda certa em cada folha do projeto para que todas as pessoas
que precisarem analisá-lo, consigam entender o que foi feito. Não é uma regra, é uma
sugestão de legenda mas é preciso atentar-se para as instruções técnicas do Corpo de
Bombeiros Militar do estado para onde está sendo feito o projeto, eles podem ter uma
legenda específica que precisa ser obedecida para que o projeto seja aprovado. Na Figura 01,
é apresentado alguns itens para legenda nos projetos de prevenção e combate à incêndios.
Infelizmente muitos hidrantes de coluna são vandalizados e a sua falta pode acarretar
em um grande problema em caso de incêndio. Na Figura 05, é apresentada a foto de
um desses hidrantes no modelo mais utilizado no Brasil.
Figura 06: Corte esquemático de uma edificação figurando a canalização preventiva de combate à incêndio e o abastecimento de água.
Fonte: Creder (2006).
As caixas de incêndio mostradas na figura acima, devem ter a porta com vidro
fosco, com a palavra incêndio escrita em vermelho e elas devem permanecer sempre
fechadas. Periodicamente, existe a necessidade da realização de uma inspeção do
material contido dentro das caixas para verificar se sofreram algum dano.
O número de caixas por pavimento de uma edificação, depende das dimensões do
pavimento. Deve-se considerar cada caixa com comprimento máximo de mangote
(mangueira) de 30 metros mais o jato de 7 metros, e qualquer ponto do pavimento
deve ser coberto pelo jato, ou seja, em caso de incêndio a mangueira do hidrante
aberta precisa alcançar com os jatos todos os pontos do pavimento a qual a caixa
pertence (CREDER, 2006).
Já na Figura 07 é apresentado um esquema horizontal de instalação de prevenção e
combate a incêndios de um conjunto habitacional. E na Figura 08 um esquema vertical.
Figura 07: Instalação preventiva em um conjunto habitacional cujo abastecimento seja do tipo castelo d’água – esquema horizontal
Fonte: Creder (2006).
Figura 08: Instalação preventiva em um conjunto habitacional cujo abastecimento seja do tipo castelo d’água – esquema vertical
Fonte: Creder (2006).
Nessa aula estudamos sobre a classificação dos incêndios que está relacionado
ao tipo de material combustível, estudamos sobre os componentes dos projetos de
prevenção e combate a incêndios e sobre a utilização de água no combate a incêndios.
Na próxima aula finalizaremos o estudo dessas instalações.
AULA 13
INSTALAÇÃO HIDRÁULICA
PREDIAL DE PREVENÇÃO E
COMBATE À INCÊNDIO - PARTE 2
Na Aula 13, vamos ver sobre o dimensionamento de alguns itens que compõem
os projetos de instalações de prevenção e combate a incêndio.
As instalações hidráulicas de combate a incêndio são divididas em três possíveis
tipos de instalações (BATISTA E LARA, 2010):
1) Quando o reservatório for elevado, em condições de fornecer aos hidrantes as
vazões nas pressões estabelecidas pela norma, o sistema está sob a ação da
gravidade.
2) O reservatório pode ser elevado mas não possuir condições de dar vazão e
pressão adequada aos hidrantes, logo é necessário uma bomba de recalque
para que essas condições fossem atendidas.
3) O reservatório pode ser localizado no nível do solo, ou pode ser subterrâneo,
sendo que o abastecimento dos hidrantes ocorre por meio de bombas fixas de
acionamento automático.
Segundo Batista e Lara (2010), nas edificações, existem dois tipos de hidrantes:
• Hidrante interno: ele possui válvula angular e seus respectivos adaptadores e
tampões, que são destinados a realizarem o controle do fornecimento de água
nas mangueiras flexíveis e respectivos esguichos. Na Figura 01 é apresentado
um exemplo desse tipo de hidrante.
O desenho de duas mãos na porta corta-fogo da figura acima, significa que para a
sua abertura, basta empurrá-la, apesar de precisar que sejam mantidas fechadas, elas
possuem fácil abertura. Em relação a cor e a sinalização que precisa existir nas portas
ou próximo a elas, depende muito da instrução técnica do Corpo de Bombeiros Militar.
Um dos elementos mais importantes que faz parte dos sistemas de prevenção e
combate a incêndio é a Brigada de Incêndio. Esse grupo é composto por pessoas
voluntários (ou não) que recebem treinamento específico e atuam no combate e
prevenção à incêndios.
Os treinamentos envolvendo as pessoas que compõe as Brigadas de Incêndio,
devem ser realizados periodicamente e precisam ser feito em agência especifica
que forneça certificado para todos os componentes da Brigada.
CAPÍTULO 14
INSTALAÇÃO HIDRÁULICA
PREDIAL DE GÁS COMBUSTÍVEL
De acordo com Creder (2006), a utilização de fogo como fonte de energia no preparo
de alimentos, marcou o início da civilização. Logo, podemos entender que a utilização
do gás para geração de fogo também foi uma evolução, com uma ressalva que hoje
em dia o gás além de ser utilizado nos fogões é também usado no aquecimento de
água para outras atividades.
É preciso que o botijão seja instalado em local com contato direto com o exterior,
como áreas abertas de fácil acesso ou em locais com abertura mínima de 0,50
x 0,12 m que fique permanentemente aberta, de forma que não ocorra acumulo
de gás no interior do apartamento.
• Instalação coletiva, nesse caso o prédio armazena o GLP em cilindros de 45 Kgf
ou de 90 Kgf casa, devendo haver pelo menos um de reserva. Esses cilindros
são sempre colocados em área externa da edificação. Caso não seja cilindro,
podem ser utilizados tanques de capacidade equivalente (45 ou 90 Kgf) e esses
tanques podem ser aterrados. Quando o gás acaba, os cilindros devem ser
trocados pelos fornecedores igual ocorrem com os botijões P13, já os tanques
precisam ser enchidos pelo carro tanque dos fornecedor de GLP.
Na Figura 06, é possível ver uma central de GLP sinalizada e equipada com
equipamentos de segurança contra incêndio.
Nessa primeira aula das instalações de gás predial, aprendemos sobre os termos
de projeto e sobre o dimensionamento das instalações de GLP. Na próxima aula
finalizaremos os itens que fazem parte desse projeto.
CAPÍTULO 15
INSTALAÇÃO HIDRÁULICA
PREDIAL DE GÁS COMBUSTÍVEL
Dependências com menos de 6m³ não poderão ter instalações de gás em seu interior.
Nos locais onde forem instalados equipamentos a gás e que não se enquadrem nos
preceitos já determinados nos outros tópicos ter uma área de ventilação permanente
calculada através da seguinte equação:
Área de ventilação (cm2 )=2,5 x consumo de todos os equipamentos( Kcal /min)
15.2 Chaminés
As chaminés que são os dutos responsáveis por conduzir para o exterior os gases
provenientes de aquecedores a gás, devem ser construídas de forma que tenham o
menor percurso possível. A projeção horizontal do percursos da chaminé deve ser no
máximo de 2 metros, sendo permissível até 2 curvas de até 90° e o percursos vertical
da chaminé não pode ser inferior a 35 cm (CREDER, 2006).
Para cada curva de 90° além das duas permitidas, o comprimento horizontal deve
ser considerado acrescido de 20 vezes o diâmetro de saída do defletor. Em casos em
que a chaminé possuir uma curva ou um joelho de 90°, o seu comprimento máximo
será de 3 metros. Se a chaminé possui o seu comprimento real ou acrescido superior
a 2 metros, todo trecho horizontal deverá ter o seu diâmetro de acordo com a relação:
85 % da capacidade nominal
do aquecedor
De acordo com Creder (2006), a altura efetiva de uma chaminé coletiva é a distância
vertical entre a base do defletor do aquecedor do último pavimento e saída da chaminé
coletiva, a qual não deve ser inferior a 3,5 metros. Nesse tipo de chaminé, só é
permitido um único desvio oblíquo, retornando à vertical que não deve ter um ângulo
maior que 30° em relação ao eixo vertical, não podendo a seção sofrer redução com
a mudança de direção. A distância mínima requerida entre a cobertura do prédio e a
saída da chaminé coletiva é de 40 cm
As chaminés coletivas precisam possuir as seguintes áreas mínimas de seção:
• Peças moldadas, quadradas ou retangulares – 100 cm²;
• Peças moldadas, circulares – D = 10 cm (78,5 cm²);
• Alvenaria, quadrada ou retangular – 180 cm².
Com essa aula fechamos a matéria de instalações de gás predial e também fechamos
a matéria da disciplina de instalações hidrossanitárias prediais.