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N.º 73
ÍNDICE PÁG.
EDITORIAL
Por Directoria “PAX” ......................................................................................................................................... 3
VIDA NOVA
Por Henrique José de Souza ........................................................................................................................... 5
OS SALMOS DE DAVID
Por Maria Augusta Santos Vieira e Marcelo José Wolf ............................................................................... 13
Contactos: Por correio: ao cuidado de Dr. Vitor Manuel Adrião. Rua Carvalho Araújo, n.º 36, 2.º esq. 2720 – Damaia – Amadora –
Portugal
Endereço electrónico: vitoradrião@portugalis.com
Sítios internet: Lusophia / Comunidade Teúrgica Portuguesa (site oficial)
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PAX - N.º 73 – Propriedade da Comunidade Teúrgica Portuguesa
EDITORIAL
presente número desta Revista PAX adentra o mês de Julho como o consagrado pela Tradição
Teúrgica aos antigos Homens Representativos da Obra do Eterno na Face da Terra tradicionalmente
denominados Dhyanis-Jivas, desde 1949 elevados – por seus próprios esforços e méritos – a Dhyanis-Budas,
os quais são as Sete Jóias engastadas da Coroa da Evolução Humana, a sua própria cúspide evolucional. São a
argamassa viva da Obra Divina, as Embocaduras Místicas da Consciência de Akbel, seu Pai Único.
Entrados no palco da Evolução Planetária com especial incidência sobre a evolução dos homens
desde 1 a 8 de Julho de 1900, desde a primeira hora Portugal teve papel destacado, apesar de secreto ou aparte
dos olhares profanos, na sua relação profunda com esses Excelsos Seres, onde é mesmo a peanha de eleição
do Quinto dentre Eles, nascidos de um Teatro idealizado e levado a cena Tim-Tim por Tim-Tim pelas Excelsas
Mães, as mesmas Flores da Maternidade homenageadas por Akbel como “Nobres Damas do Caijah”, a
Capital do Mundo de Duat, o Mundo dos “Mortos-Vivos”, os Dwijas ou “duas vezes nascidos” como os
verdadeiros Iniciados gozando das delícias da Imortalidade das região privilegiada que é a sua. Sim, as Filhas
angelicais dos antigos Kunaton-Nefertiti. Teatro formalizado em Portugal, ora nas entranhas vulcânicas de
São Lourenço de Ansiães, ora nos esconsos vitriólicos da Serra de Sintra, após perpassar Coimbra, e que teve
a sua máxima apoteose cénica no Teatro São João de São Salvador da Bahia de Todos os Santos. Daí volveu a
Lisboa, a cidade da Boa-Lis ou Lei que a tudo e a todos rege, e passado pouco tempo dissolveu-se no escrínio
do mistério.
Peça de fundo iniciático desempenhou-a com arte magistral a misteriosa Companhia Teatral Infantil
composta por sete meninos e sete meninas e mais um par que era Henrique e Helena, de novo reencontrados
nessa vida pelos laços inquebrantáveis do amor que une para sempre. A Revista Tim-Tim por Tim-Tim, de
Souza Bastos (parente da célebre actriz portuguesa Palmira Bastos), estava sob a direcção de Cardoso da
Motta e a música era de Stechini. Na mesma distinguiu-se “desempenhando os famosos 18 papéis a
interessante actrizinha Carmen Roldano”, segundo o Jornal de Notícias (Bahia) de 4 de Março de 1899.
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É ainda em 8 de Julho de 1900 que nasce a Oitava Dhyani-Buda, ou Budai, sendo feminina, que de
seu Pai e Esposo Espiritual, o valoroso Adam ou “primeiro Homem” nada mais sendo que Akbel, recebe o
augusto nome de Adamita, a “primeira Mãe”, a “primeira Mulher”, já antes em Lisboa mas também em Sintra
rido e chorado de amores sabendo do destino que os fados lhes guardavam e os faziam suspirar de saudades
da Pátria longínqua, Paraíso Terreal, a Agharta mesma de onde advieram um dia. Saudade e Destino, é
também o fado do português. Destino do que se perdeu e será, junto à Saudade do que foi e será: um Povo,
uma Nação eleita tebaida do V Império Universal, que não é português mas Portugal, o Portugal da Língua, o
Portugal da Fraternidade Universal cuja Fala é já a dos Deuses deste Novo Ciclo a luzir para o Mundo.
Consequentemente, absolutamente aparte de xenofobias saudosistas de um qualquer passado político-
religioso mais que esgotado, logo, retrógrado, involucional, sebastianista sem sebástica, e sim o Portugal
Aquariano, o Portugal da Esperança no Advento do Avatara-Síntese: o Cristo de Aquarius, o Paracleto Juiz
Pacificador dos Povos reunidos numa Pátria Única, a própria Terra!
O Desígnio ou Propósito do Eterno aos poucos vai sendo vislumbrado no horizonte da consciência da
Humanidade. Todavia não é motivo para repousar, “apontar canhões à retaguarda”, ainda, pois se muito já
feito, muitíssimo há ainda por cumprir!
Com tudo isso ajusta-se muito bem o precioso excerto de carta datada de 7.2.1964 da expressão
humanizada da Mãe Divina, Allamirah, de quem é veículo físico a própria Adamita, palavras merecedoras de
profunda cogitação interior por quantos as lerem:
“O carácter de um homem nunca deve faltar, em parte alguma, esteja onde estiver. O homem é o
criador e a mulher a maternidade, ambos têm uma responsabilidade muito grande, que lhes pertence desde
pequeninos… As futilidades do mundo são necessárias para o recreio do corpo físico, mas cuidado com as
vossas almas, cuidado com os vossos espíritos, não os deixeis fracassar. É preciso muito cuidado. Nunca
esquecer que existe um Eu verdadeiro dentro de vós, um Eu sadio e puro.”
Vossa, a
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VIDA NOVA
HENRIQUE JOSÉ DE SOUZA
AOS QUE ME COMPREENDEM DOIS que dão entrada no palco cénico da Vida:
Onze anos se passaram depois da Queda Castor e Pollux, Helius e Selene, os GÉMEOS
da Bastilha – ainda mais sendo ONZE o Arcano da ESPIRITUAIS. Tudo o mais quanto se pudesse
Força – e surge o ano de 1800, portador dos mais conhecer a respeito não passa de densos véus
transcendentes acontecimentos. Século XIX, cujo encobrindo o excelso mistério dos Deuses!
alvorecer é levado a efeito por meio de apoteótico O século XIX termina de um modo
Avatara que o mundo desconhece por completo. desastroso para a OBRA: uma cabeça que rola,
Abre-se um túmulo para ser fechado logo em como aquela de Eurídice chorada por Orfeu,
seguida… “E toda a Terra foi bendita com a sua porém, dessa vez em certa rua de Lisboa.
momentânea presença”. Ulisses chora a sua desdita na cidade por
Oitenta e três anos depois (soma 11, ou ele mesmo fundada, Ulissipa ou Lisboa, tanto vale.
seja, o mesmo Arcano…), já em outra região Mais uma vez, as directrizes divinas foram
antípoda à primeira, novo túmulo que se abre, para modificadas!
transformar-se em berço. Visita Interiorae Terrae Percorridos, já agora, CENTO E ONZE
Rectificando Invenies Omnia Lapidem… Dir-se-ia ANOS, para aquela mesma Queda da Bastilha, à
que um Génio Planetário – chamemo-lo de Buda- guisa de uma volta do Colar de SUTRATMA,
Mercúrio, dirigente do Mental Superior ou Buda- surge o de 1900, século XX, o mesmo em que
Taijasi – humana forma houvesse tomado, a fim presenciamos, num misto de dor e de alegria,
de poder melhor dirigir aqueles que ficaram fiéis acontecimentos tão favoráveis à vida humana
ao Espírito de Verdade! Mercúrio e Vénus, como à sua destruição, ao seu aniquilamento.
HERMES-AFRODITE, o Hermafrodita ou Onze anos, também, da Proclamação da República
Andrógino Divino. Assim, em vez de UM são Brasileira: 1889-1900. Um século justo para o
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Avatara de 1800. A OBRA começa a ajustar-se, a Homem não podia deixar de ter o H no começo do
harmonizar-se pelo Heptacórdio Celeste. Sim, de seu nome terreno.
sete em sete anos factos da maior transcendência Ademais, o H, como letra aspirada, é a
vinham preencher as páginas em branco da sua única consoante que faz vibrar as vogais do
História, pois que outras já o tinham sido desde OEEHAOO sagrado, na razão das “sete Vozes
tempos imemoriais. Nesse caso, a Matemática Celestes ou Dhyânicas”, e percebidas por Ezequiel
Divina em acção, o Carro, a Mercabah… na sua visão extraterrena! Momento de Êxtase,
A maior apoteose do dealbar do século XX Samadhi ou União com a Consciência Universal!
transcende das seguintes palavras que fazem jus Sete Trombetas capazes, ainda, de se
não só à promessa de São Germano de volver ao transformarem em SETE TAÇAS EUCARÍSTI-
mundo em tal época, como à profecia de CAS, através das quais aquela mesma Cons-
Blavatsky na Introdução da sua Doutrina Secreta, ciência, Princípio Átmico ou Crístico passará
por demais conhecida de Ocultistas e Teósofos, ou durante todo o ciclo evolucional da Mónada. E de
seja, “de um outro que deveria vir das margens do modo sintético, diante do Altar onde tremeluz o
Nilo, etc., para completar o que a ela mesma não mágico Triângulo da Iniciação, todos aqueles que
era possível revelar ao mundo”. puderam alcançar na Terra a Meta desejada: a da
Brasil, Portugal, Índia! Índia, Portugal, SUPERAÇÃO.
Brasil! O Oriente funde-se no Ocidente! Juntando-se essas 3 consoantes (JHS) às
referidas vogais descidas à Terra através do Hálito
Divino, dentre outras palavras transcende a do
mesmo Jeoshua Ben Pandira, sem falar nas que
figuram na mesma Taça Eucarística, como é de
todos conhecido, embora ignorando, sim, a sua
verdadeira razão de ser. Nesse caso, envolvendo o
mistério das 3 letras hebraicas: Jod – He – Shin
(em outras línguas sagradas, Suss, Suos, etc.), que
a bem dizer também se ligam ao da Tríplice
Corrente ou Emanação Divina (Positiva, Negativa
e Neutra, Pai, Mãe e Filho ou Espírito Santo), a
Sete anos depois do finalizar do século ponto de tomar forma humana à qual se dá o
XIX (o mesmo da vinda de H.P.B.), que terminou, excelso nome de Governo Oculto (ou Espiritual)
como se viu, de modo tão desastroso, tem lugar do Mundo.
uma Ressurreição. Novo túmulo que se transforma Sublime revelação àqueles que já sabem,
em berço… 1899-1906. No entanto, para o de que já conhecem os Mistérios Maiores.
1883, 23 anos decorridos, para fazer jus aos graus O H equilibrante do OEEHAOO, ou
de latitude donde e para onde vieram. Daí o aquele que fica em quarto lugar justamente quando
engano, a maya, a ilusão da diferença de idade de se colocam tais letras da referida maneira (o que,
um para outra… Silenciemos o resto. aliás, ninguém até hoje fez…), indica a Direcção
No ano seguinte, o sétimo depois de 1900, ou Governo do nosso Globo, como QUARTO do
apagam-se as luzes que iluminaram durante algum Sistema. É aquele cuja visão penetra através da
tempo a vida de uma criança privilegiada. Duas Estrela Polar, e a quem se dá o precioso nome de
almas em voo sereno pelo espaço infinito dos Olho de Druva. Hermes, o Trismegisto, ou Três
céus. Um espécie de voo nupcial post-mortem, não Vezes Grande, não podia deixar de ter o nome
sob os acordes da Marcha Nupcial do Lohengrin iniciado por um H. Hermes e Buda-Mercúrio
de Wagner, mas da Fúnebre de Chopin. O jovem possuem o mesmo significado. Qualquer dos dois
faz-se homem e as 3 prodigiosas iniciais J.H.S. representa o Planetário da Ronda. Por isso que,
passam a ser H.J.S., sim, porque o Filho do como o Quarto dentre os Sete Irmãos ou
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por esta Revista e em diversos jornais do País, em seus deveres escolares necessita que lhe prometam
mensagens que vos eram dirigidas, em sessões doces, brinquedos, passeios e outras coisas mais…
hebdomadárias, do mesmo modo, até agora a vós Com a entrada do novo ano astrológico, ou
dedicadas. Não me quisestes ouvir, nem a quantos seja, a 22 de Março – que quando fizerdes esta
falaram em meu nome. E isso, além do mais, leitura já terá ficado para trás nas vossas vidas – é
porque “santo da casa não faz milagre, nem bem provável que já vos seja interdito semelhante
ninguém é profeta em sua terra”, mesmo que privilégio. Trata-se de fenómeno idêntico ao
ignoreis a minha verdadeira terra, em resumo, encontro das águas do rio com as do mar. No
quem sou, donde venho e para onde vou… Ouvi Amazonas, por exemplo, tal encontro ou choque
bem: sorrisos zombateiros como os de hoje, tive tem o nome de pororoca, e o seu ruído é ouvido a
ocasião de presenciar em outras épocas, mas grandes distâncias. No caso vertente, o ruído das
também ajudeia a chorar os mesmos que pagaram águas passa a ser o das armas na luta renhida das
de tal modo o bem que eu lhes queria fazer… Forças do Mal contra as do Bem. Já o dissemos
Quantas e quantas vezes, eu e aqueles que anteriormente.
me acompanham – alguns deles desde vidas Amazonas, rio-oceano! Amazonas, toda a
imemoriais – vos temos dito que “para pertencer região privilegiada por ele banhada e que por si só
às nossas fileiras, os deserdados da sorte não pode servir de celeiro do Mundo. Fala bem alto o
necessitam oferecer coisa alguma em troca do que gesto amigo e fraterno da América do Norte, de
de graça lhes damos?” A Verdade não se vende parceria com o seu irmão gémeo Brasil, prevendo
nem se compra… Não somos os vendilhões do os horrores que terão lugar depois da mais terrível
Templo, expulsos a chicote pelo meigo Nazareno. de todas as guerras que a História subscreve.
Outros preferem sê-lo: religiões bastardas, Brasil! Nova Canaan, Terra da Promissão.
espiritualistas do velho ciclo! Ricos e pobres, em Abrigo seguro para todos os povos da Terra.
nosso meio, são recebidos da mesma maneira. No S. T. B., BARCA DE SALVAÇÃO…
Culto de Melki-Tsedek, o pão é dividido ao meio.
Razão de adoptarmos por lema UM POR TODOS,
TODOS POR UM!... E quanto ao da nossa
Missão, ou seja, o SPES MESSIS IN SEMINE, a
esperança da colheita está na semente, esta não é
escolhida entre os abastados da vida, a menos que
tal abastança fosse de bens espirituais concebidos
por estas exigências: bom carácter, distribuição de
favores onde quer que eles faleçam, o que tanto
vale por ser fraterno para com todos os seres da
Terra, aspirante, enfim, à LUZ SUBLIME DA Contrariamente ao que se possa julgar, a
VERDADE. Verdade esta que só se adquire por Barca de Salvação, que é a S.T.B., já existia desde
esforços próprios. Razão de nem um só dos o ano de 1900. Se para o mundo ela não tinha a
Iniciados ter falado ao mundo senão por parábolas forma objectiva que recebeu em 1924, para não
e símbolos. dizer em 1921, era por estar encoberta pela
Dentro em breve, mesmo que o desejeis, a mayávica (ou ilusória) cerração das formas
Porta do Templo estará cerrada àqueles que grosseiras da matéria. Por isso existia no mundo
chegaram tarde, isto é, só se dignaram a procurá-la dos Iniciados, o mundo dos Adeptos da Boa e
quando movidos pelo terror, pela visão macabra Verdadeira LEI, a LEI que a tudo e a todos rege. O
dos dias que vêm a caminho. A Verdade é seu “cavername” foi fornecido pela Grande Barca
procurada por amor à mesma Verdade, e não por ou MAHA-YANA, o Budismo do Norte, em cujo
interesses estranhos, sejam eles quais forem, para Templo – de SRINAGAR – este adolescente das
não se equiparar à criança que para cumprir os 16 primaveras esteve, e a quem, ao dar entrada na
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Podemos concluir a este respeito que o Tode representa a semente de uma civilização futura, e o Mulukurumba
o resto degenerado duma civilização desaparecida há milénios sem conta. Um e outro são aquilo que poderíamos chamar
o Alfa e o Ômega da Evolução Humana. Os Mulukurumbas, tal como várias tribos do interior da África, apresentam-se
disformes e como verdadeiros pigmeus, visto ser uma ideia geral que os filhos das raças em decadência diminuem de
tamanho. Temos como exemplo desse fenómeno os japoneses, em marcha acelerada para o tipo Mulukurumbas atrás
descrito, por serem uma das derradeiras vergônteas da grande Raça Lemuriana que floresceu há mais de 18 milhões de
anos.
(2) A intuitiva e maravilhosa ideia de Roosevelt de “um só padrão monetário para todo o Continente”, para nós
é mais do que velha, porquanto em plena sessão pública, há muitos anos, tivemos ocasião de dizer: “Quando o Mundo
pensar em um só padrão monetário e um só idioma para todos os povos, dados terão sido os primeiros passos para o
ideal da Fraternidade Universal da Humanidade”.
Demos nós, os do Continente Americano, tão sublime exemplo, e em breve terá surtido o desejado efeito.
Revista Dhâranâ n.º 111 – 1942
OS SALMOS DE DAVID
MARIA AUGUSTA SANTOS VIEIRA E MARCELO JOSÉ WOLF
Os Salmos são um dos maiores legados divina, o grande David ou Davi, cujo nome,
iniciáticos deixados à Humanidade nesta Quinta anagramaticamente, pode ser desdobrado em
Raça Ária, constituindo-se numa poderosa VIDA, indicando-nos a sua missão entre os
ferramenta de transformação na Vereda da homens, ou seja, aquele que oferta a Vida
Iniciação. Foram dados por um Rei de estirpe espiritual ao seu povo, aos seus seguidores, ou aos
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seguidores da Lei, através dos seus 150 Salmos, uma administração civil, com um Chanceler e um
como uma herança espiritual para toda a Escriba à frente. Organizou os Anais do Reino, que
posteridade. certamente constituíram as bases dos dados
O Rei David, sucessor de Saul, foi o concretos da Bíblia sobre a administração pública
segundo rei dos judeus, e foi quem fundou durante o seu reinado.
Jerusalém. O seu filho Salomão levou o Império
judeu ao apogeu, por volta de 1000 anos antes de
Cristo. Na narrativa bíblica, ele aparece inicial-
mente como tocador de harpa na corte de Saul.
“Como comandante militar, David tornou-se
amigo de Jónatas, filho de Saul, e casou com a sua
filha, provocando o ciúme de Saul que o exilou.
Depois da morte de Saul, ele governou a tribo de
Judá, enquanto o filho de Saul, Isboset, governou
o resto de Israel. Com a morte de Isboset, David
foi escolhido o rei de todo o Israel e o seu reinado
marcou uma mudança na realidade dos judeus: de
uma confederação de tribos, transformou-se em
uma nação estabelecida. Ele transferiu a capital
de Hebron para Jerusalém, que não tinha
nenhuma lealdade tribal anterior, e tornou-a o
centro religioso dos israelitas trazendo consigo a
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Arca Sagrada” . David era dotado de uma multiplicidade
Em poucos decénios, David retirou Israel de dons, sendo difícil dizer qual o mais admirável:
do estado de aflição em que se encontrava sob os estratega, construtor de uma nação, poeta, músico
filisteus (como está simbolizado na derrota do e compositor.
gigante Golias ou Goliath, como diz JHS). “As Os Salmos são parte constituinte da
tropas alinhadas frente a frente nas colinas de Kabbalah dos hebreus antigos, que sabiam de todo
Judá não tinham se encorajado ao combate, mas o o seu poder taumatúrgico. São uma poderosíssima
fanfarrão Golias não poupava os israelitas. Desde ferramenta nas mãos dos Iniciados, como escreveu
a derrota de Ebenezer, por volta de 1050 a. C., o Dr. Maurus na sua obra A Bíblia e a Kabbalah:
quando a Arca da Aliança foi capturada pelos “Se a Bíblia se torna silenciosa sobre a virtude
filisteus, os judeus vinham amargando seguidas oculta dos Psalmos, é pelo facto dos mesmos
humilhações para os seus eternos rivais, e as serem um dos mais belos monumentos da
bravatas do gigante Golias pareciam confirmar Kabbalah dos hebreus. E que toda a Iniciação
esse destino. Com quase 2 metros de altura, Kabalística sendo rigorosamente oral, o seu
diariamente ele desafiava os guerreiros de Israel, sentido esotérico deveria ser apanágio exclusivo
sem jamais encontrar resposta. Um dia, porém, dos Iniciados. Estes jamais poderiam revelar
alguém resolveu aceitar o convite. Não um aquilo que lhes foi oferecido ‘de boca a ouvido’.”3
soldado, mas um jovem chamado David. Munido Em várias Cartas-Revelação de JHS
apenas com uma funda, o rapaz enfrentou o vemos que o nosso Mestre utiliza a grafia Psalmo.
desafiante e conseguiu o que parecia impossível: a Este era o modo antigo de se escrever tal palavra
pedra lançada por sua arma atingiu a cabeça do derivada do latim, assim como pharmácia, que se
gigante Golias, derrubando o mais bravo dos tornou farmácia, e muitas outras.
soldados filisteus e, com ele, o moral do seu Livro dos Salmos quer dizer “coleção de
2
exército” . cânticos sagrados”, próprios para serem cantados
Um aglomerado frouxo de tribos tornou-se ao som de um instrumento musical de cordas, o
uma nação, tendo David criado para esse Estado saltério. Pelo Salmo 32, versículo 2, e pelo Salmo
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91, versículo 4, depreende-se que o saltério era um depois do retorno do exílio na Babilónia. A dúvida
instrumento de dez cordas. Tanto a palavra salmo da autoria de todos os Salmos por parte de David,
quanto saltério derivam do verbo grego psallo, dá-se também pela descrição de eventos históricos
que significa ferir ou tocar levemente. Saltério ocorridos muitos anos e até séculos após a sua
também é a designação que os Setenta (tradutores estadia na face da Terra. Isso faz também alguns
do Antigo Testamento do hebraico para o grego) autores afirmarem que os Salmos devem atender
deram ao Hinário de Israel, isto é, ao Livro dos não à ordem histórica mas à ordem profética. Por
Salmos. exemplo: os Salmos 125 e 136 falam do cativeiro
Nem todos aceitam que os 150 Salmos na Babilónia e e do retorno a Jerusalém; os Salmos
sejam da autoria de David. Há historiadores, 2, 21, 94, 109 referem as profecias da vida, morte
padres e exegetas que defendem a tese de que e ressurreição do Cristo. O Salmo 64 tem por título
apenas 73 dos 150 Salmos foram escritos por ele. Cântico de Jeremias e de Ezequiel, e o Salmo 145,
Isso deve-se a dois motivos básicos. Primeiro: os De Ageu e de Zacarias. Todos esses são profetas
Salmos descrevem episódios históricos muito posteriores que viveram séculos depois de David.
posteriores ao surgimento de David na Terra. Diversos peritos acreditam que Esdras foi
Segundo: os títulos dos Salmos. o responsável pelo arranjo do Livro dos Salmos na
A dificuldade para traduzir os títulos dos sua forma final. Alguns autores modernos, como
Salmos vem de que umas vezes o título diz: Huet, dão por adjuntos a Esdras os escribas judeus
Psalmus David; outras: Psalmus ipsi David. que formavam a Grande Sinagoga, de sorte que
Quando a Vulgata (versão latina da tradução grega foi Esdras quem compôs a colecção a qual, depois
dos Setenta) diz Psalmus David, segundo o padre de feita, a Sinagoga recebeu e aprovou. Os hebreus
Antonio Pereira de Figueiredo, ela quer dizer que reconheciam e davam o Saltério por um só volume
o tal Salmo tem por autor David; mas quando ela que chamavam Sepher-Tihillim, que quer dizer
diz Psalmus ipsi David, parece que o que ela quer Livro dos Cânticos.
dizer é que o tal Salmo foi dirigido a David, ou De todas as escrituras, o Livro dos Salmos
que foi composto a favor em graça de David, e por é o que foi mais vezes trasladado. Por isso, foi
conseguinte que foi outro que o compôs. Admitida sujeito a inúmeras alterações feitas pelos copistas,
porém essa hipótese, muitos poucos serão os umas vezes por ignorância, outras vezes por
Salmos que pelos títulos da Vulgata se devam descuido e outras ainda por ousadia. Setenta e dois
atribuir a David. Dentre os 150 Salmos, os sábios gregos traduziram a versão hebraica para o
cabeçalhos atribuem 73 a David. grego. Essa versão ficou conhecida como a Versão
Sendo que nos títulos dos Salmos se dos Setenta. Dessa tradução surgiu a Vulgata
declara muitas vezes o nome de quem teve parte Latina, versão em latim. Em 1790, o padre
neles, os antigos padres antigos dividiram-se entre português António Pereira de Figueiredo conclui a
si sobre quem foi o autor do Saltério, porque uns tradução da Bíblia para o português, a partir da
sustentavam que todos os Salmos foram Vulgata Latina, publicada em 7 volumes. Segundo
compostos por David, outros o negavam. São João JHS, essa é a melhor tradução para a língua
Crisóstomo, Santo Ambrósio, Santo Agostinho, portuguesa e a que deve ser recitada, aliás, é a
São Filastro, Teodoreto, Cassiodoro e outros estão versão usada no Livro dos Salmos publicado pela
pela afirmativa. Eusébio de Cesareia, Santo Sociedade Teosófica Brasileira.
Hilário, São Jerónimo e outros defendem a São João Crisóstomo observa que os
negativa. Para corroborar essa tese, a última primeiros Salmos são geralmente de assuntos mais
estrofe do Salmo 71, “Acabaram-se os louvores de tristes, e os últimos de assuntos mais alegres e
David, filho de Jessé”, sugere a alguns que esse mais consoladores. Santo Hilário crê que
foi o último Salmo que David compôs na sua vida. constando o Saltério de três cinquentenas está em
Há fontes que dizem que os Salmos conformidade à ordem que devemos seguir para
individuais foram escritos durante um período de chegarmos à Bem-Aventurança, em conformidade
cerca de 1000 anos, desde o tempo de Moisés até com o progresso que devemos fazer na virtude. O
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mesmo sentimento é partilhado por Santo Agos- Moisés, às Pradhanas e a quase todos os Códigos
tinho, para quem parece que os três Salmos (...). Dos Dez Mandamentos originais, surgiram
quinquagenários dizem respeito à vocação, à também os Salmos e os ARCANOS.”5
justificação e à glorificação dos escolhidos;
porque o Salmo quinquagésimo é o da penitência,
o Salmo centésimo é o da misericórdia e do juízo,
e o Salmo centésimo quinquagésimo é o do louvor
de Deus nos seus santos.
As versões grega e latina diferem da
versão hebraica dos Salmos quanto à forma de os
numerar. Os hebreus, começando o seu Salmo
décimo no verso 22 do Salmo número nove,
seguem até ao que contamos como 113, um Salmo
adiante da nossa numeração, e dividindo este
Salmo 113 em dois, adiantam-se ainda mais.
Então, juntam o Salmo 114 com o 115 e depois o
146 com o 147, terminando com 150 Salmos. Todos os Avataras e Seres de Estirpe
1............9..................... 113 114 115............ 146 147.......... 150
Divina são originários do Segundo Trono ou
1......... 9 10.................. 114 115 116............ 147................. 150 Mundo Celeste, aquele que separa o Mundo
150 é o número canónico de Salmos aceite Divino do Mundo Humano. Sendo assim, a sua
pela Sinagoga e pela Igreja. Esse número deriva da Missão é trazer para o Mundo Humano a Palavra,
multiplicação de 15 por 10. Segundo JHS, “Os a Sabedoria daquele Mundo, impulsionando a
Psalmos... fiz ver hoje... surgiram de uma multipli- Evolução nos Planos mais densos da
cação cabalística, ou seja, 10 MANDAMENTOS Manifestação. Portanto, os Salmos expressam a
DA LEI DE DEUS x o Arcano XV, que é o Linguagem Divina, a Linguagem que provém do
Andrógino Astaroth...”
4 Segundo Trono. “O SALMO representa, sem
No início da Raça Ária a Divindade ditou dúvida, a Linguagem dos Deuses, dos Adeptos,
aos homens os Dez Mandamentos, Regras Divinas dos que sabem manejar com a Lei da Evolução.
que pautariam a conduta da Humanidade no seu Posto isto, compreendemos que se trata de um
caminhar evolutivo pelo Itinerário de IO, levando- processo de comunicação do Segundo Trono (dos
a à iluminação, à Grande Luz, à Sabedoria de Quinto e Sexto Sistemas). Assim, a Linguagem dos
Astaroth expressa pelo Arcano XV. “O início da Seres ou Deuses do Segundo Trono baseia-se nas
Raça Ariana, ou seja, a sua primeira Sub-Raça odes, nos louvores, na poética, dado que a
Ário-Hindu foi dirigida pelos Rishis ou os Sete linguagem humana (Terceiro Trono) é muito rude,
Tirtânkaras Primordiais. (...) Pela primeira vez, o agressiva e baseada na eterna concorrência;
Manu em forma dual apresentou-se como criança. linguagem da desconfiança, da insegurança, da
(...) No entanto, foi quando completou 21 anos de falta de conteúdo. Daí os Deuses, as Consciências
idade que se deu o seguinte fenómeno: (...) a do Segundo Trono só poderem se comunicar
Divindade manifestou-se em pessoa, (...) no através dos Salmos, da Divina Música. O Rei
sentido Eucarístico, Flogístico, posto que foi como David, sendo de origem do Segundo Trono, usou a
um Raio que caísse do Céu. (...) O Raio fendeu a linguagem dos Salmos e foi esta a herança que
Pedra, e então a Divindade ditou os DEZ deixou para o seu povo, herança constituída de
MANDAMENTOS. (...) A Pedra tomou a forma de 150 Salmos”6.
um Livro, isto é, traçada ao meio em forma Se David ofertou os Salmos à
andrógina ou dual. (...) Esses Mandamentos, Humanidade, e sendo os Salmos uma expressão da
gravados na Pedra de AS-GARDI, deram origem Linguagem do Segundo Trono, na sua essência
às Regras da Grande Hierarquia Oculta ou do quem foi verdadeiramente o Rei David? Está
Pramantha, ao Código do Manu, ao Decálogo de relacionado ele a algum Ser do presente ciclo da
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A relação entre Salmos e Símbolos é Irmão e se esse estivesse equilibrado com a Obra,
muito estreita. Em 1951, iniciou-se um ciclo de 49 se estivesse em dia com a Evolução, Ele veria
Rituais relacionados aos Salmos, onde JHS via sobre a cabeça ou sobre o coração – se fosse
sobre a cabeça dos Irmãos um número que se homem – uma Cruz de Malta com a Flor-de-Lis,
formava, e logo a seguir um símbolo. Esse número com a miniatura do Templo ou com a efígie de
indicava o Salmo que aquele Irmão precisava Akdorge. Se se tratasse de uma Irmã, Ele veria o
recitar e meditar sobre suas palavras. Disse JHS: Coração da Ordem das Filhas de Allamirah”13.
“Falemos da questão dos Psalmos e dos
Símbolos: os primeiros revelam misticamente as
questões frágeis de cada um, que merecem ser
corrigidas. A repetição por muito tempo dos
referidos Psalmos defende e equilibra os referidos
defeitos. Os Símbolos completam o referido
Equilíbrio, além do mais, para todos serem dignos
de cantar a Yoga Universal. Akbel revela aos
membros da S.T.B. os Psalmos que lhes cabe
individualmente. Desse modo, os Símbolos estão
revelando o que se passa NO MOMENTO, no
ambiente de cada um. E a prova é que passam por
O poder transformador dos Salmos e de
modificações para alguns, e ficam na mesma para
seus Símbolos universais é evocado através do
outros. Como fiz ver ontem, todos marcham para
som. Desde Eras sem conta que os Iniciados falam
os verdadeiros Símbolos da Obra. (...) Lutemos
a respeito do mistério do som na Manifestação e
para e pelo Simbolismo único: as Mulheres, as
na Criação Divina: “O som é a grande arma dos
Filhas de ALLAMIRAH, o Coração de Maria, da
homens e dos deuses. Em si não é bom nem mau, é
Virgem ou Mãe Divina”12.
o som. O seu emprego fasto ou nefasto, depende
Sebastião Vieira Vidal escreveu acerca de 14
exclusivamente da vontade do homem” .
tal episódio: “Os Salmos, segundo o nosso grande
Mestre JHS, determinam as boas e más escandas, A criação através do som manifesta-se na
tendências de cada um. Indica o que cada Irmão Natureza segundo várias gradações, indo desde as
precisa modificar para destruir as más escandas e palavras por nós proferidas, às vibrações
exaltar as boas, equilibrando dessa maneira o produzidas quando se entoa um mantram, até à
estado de Consciência individual com a Evolução palavra de passe que “abre” portais não penetrados
da Obra, senão, com a sua Consciência Superior. pelo homem comum, culminando com a Palavra
Por isso que em primeiro lugar apareceram sobre Perdida, que pronunciada da maneira correcta
cada Irmão, determinando o elemento positivo que pode até alterar a ordem vigente do Universo: “O
cada um possuía no momento. Sim, os Símbolos SOM aí toma um aspecto prático: físico,
que apareceram após os números dos Salmos emocional, mental e projecta-se nos Mundos
determinaram a posição de cada Irmão, a sua Inferiores. O SOM aí provoca a sensação e forma
afirmação perante o EGO ou o seu Si. Pois bem, os símbolos que se transformam em palavras, com
os Salmos que apareceram sobre cada Munindra um sentido prático e útil à evolução dos seres.
têm estreita relação com as escandas do Passado, Este Supremo SOM manifesta-se em todas as
e os Símbolos que surgiram logo depois têm gamas sonoras, desde o inaudível – Nahada – até
relação com as escandas desta vida. Ora, sobre os às palavras mágicas e sagradas, surgindo daí as
Irmãos surgiram Símbolos diferentes, logo, isso palavras de passe, as palavras sagradas e a
demonstra que ainda há grande desequilíbrio síntese de todas elas, conhecida na nossa
entre os mesmos. Os Munindras devem ter como Tradição como a PALAVRA PERDIDA. Palavra
Símbolos os que o Venerável Mestre JHS lhes deu Perdida, cantada e proferida em vários tons,
como Insígnias. Por exemplo, quando visse um forma o ápice de todos os Mantrans...”15
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“No aspecto exotérico, a Palavra torna-se remete-nos à 4.ª Linha de Adeptos ligados às
eminentemente utilitária e é assim continuamente Artes, à Beleza – a Linha Hilarião.
reestruturada e retorcida, conforme os interesses Os Salmos possuem a característica de
predominantes da psicofisiologia da nação nos Magia Teúrgica ou de Medicina Teúrgica, a
vários períodos que atravessa. Essas Taumaturgia, que auxilia-nos na Vereda da
transformações da Palavra ao adaptar-se, ou ao Iniciação na busca da nossa verdadeira Essência:
ser adaptada, às modificações regionais, ou “A TAUMATURGIA é o acto de se pôr em acção,
mesmo nacionais, levam progressivamente a em actividade, digamos, em actividade objectiva a
encobrir o seu significado original, mas não ao CONSCIÊNCIA SUPERIOR, os atributos do
ponto de destruí-lo; esse significado original Espírito, consequentemente, uma activação, em
perdura para sempre e poderá ser encontrado nas todos nós, do SOM ETERNO da Vida Universal –
suas raízes, constituindo o aspecto esotérico que processo que possibilita manter em equilíbrio a
se conserva e se revela em forma de Símbolo. No parte veicular da Individualidade. Isso é tornar a
Símbolo estão as causas originais arcaicas ou Mônada indivisível, não permitir que os seus
arcanas (arca) que lhe deram origem, e a veículos se desintegrem, conduzindo-os ao sentido
verbalização primordial que lhe deu manifestação da “verdadeira imortalidade”, ou seja, a não
intelectiva.”16 divisão, senão, a não desintegração dos veículos
O valor mágico e o encantamento conhecidos: Espírito ou Inteligência, Alma e
produzido pelas vibrações dos Psalmos, quer Corpo. Por isso se fala em Corpo Eucarístico. (...)
falados, quer musicados, evocam o Poder da O nosso insubstituível Senhor legou-nos o
Quarta Shakti – MANTRIKA-SHAKTI. É a ensinamento de que os “Salmos são a Verdade
Shakti predominante neste 4.º Sistema de expressa simbolicamente”. O conhecimento da
Evolução Universal. “Mantrika-Shakti – Está TAUMATURGIA requer o conhecimento e o
ligada ao 4.° Raio. É o Poder Místico do Som, do entendimento do valor dos Salmos, das palavras e
Verbo. Expressa a Harmonia Cósmica, incluindo, ervas sagradas. É preciso ter virtudes, amor à
portanto, tudo quanto diz respeito ao aspecto Natureza, ao Universo, para a prática da
Beleza ou Arte. (...) Em verdade, a Palavra, o verdadeira TAUMATURGIA, e ainda o coração
Verbo, é considerada por todas as tradições bem à semelhança do AMOROSO do Segundo
antigas a causa da manifestação do Mundo. É a Trono e ser de descendência directa do BIJAM
Suprema Forma pela qual se objectiva o Ser DOS AVATARAS”18.
Infinito. Este Verbo manifesta-se como Ritmo, Para entendermos a real importância dos
Melodia e Harmonia”17. Salmos como poderosa chave mágica em nossas
Originalmente os Salmos eram cantados e mãos, nada melhor do que reproduzirmos aqui o
bailados, como em muitas Ritualísticas transcen- trecho da Carta-Revelação de 27 de Abril de 1952:
dentais executadas nos Mundos Internos. Krishna “Falemos da questão dos Psalmos e dos Símbolos:
representou, bailou, tocou e cantou na sua os primeiros revelam misticamente as questões
infância, na mesma razão de Gautama, o Buda. frágeis de cada um, que merecem ser corrigidas. A
David, por sua vez, bailou diante da Arca da repetição por muito tempo dos referidos Psalmos
Aliança sentindo-se vil e abjecto perante o “seu defende dos referidos defeitos e equilibra-os”.
Senhor”. Dhâranâ, depois S.T.B., durante muito Os Salmos funcionam como uma
tempo fez uso de bailados, cantos, mantrans ou homeopatia espiritual: recitando-os constantemen-
hinos, músicas estranhas, longas e magníficas te estamos vibrando os valores dos mesmos,
alocuções em línguas sagradas, dentre elas o páli e resultando na transformação da nossa psique.
o sânscrito. Finalmente, as representações ao vivo Acerca do poder transformador dos Salmos, diz-
dos Mistérios que a si mesma diziam respeito. nos Sebastião Vieira Vidal: “Essa transformação
Sendo assim, os Salmos não deixam de ser uma opera-se praticando, recitando e meditando
expressão de Arte, de Beleza, de Estética. Isso através dos Salmos. Os Mandamentos e os Salmos
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têm por fim criar causas que tenham como pérolas de Sabedoria para a meditação dos
exaltação, como efeito positivo, a sublimação das discípulos de JHS. “E os Salmos, em si,
Nidhanas. Escandas e Nidhanas são expressões de constituem uma grande iniciação meditativa, por
uma linguagem oriental. No Ocidente denomina- isso o Excelso Maliak lançou mão deles...
mos de Salmos. Observamos coisas boas e coisas seguindo o mesmo estilo de JHS”21.
más”19. “Os Salmos, segundo nosso grande Quanto à forma correcta de se recitar os
Mestre JHS, determinam as boas e más escandas, Salmos, JHS diz no Livro dos Makaras: “No
as tendências de cada um. Indicam o que cada momento em que estiverdes recitando o vosso
Irmão precisa modificar para destruir as más Psalmo, as vossas mãos devem estar cerradas, sob
escandas e exaltar as boas, dessa maneira a contracção muscular do vosso desejo e força de
equilibrando o estado de Consciência individual vontade. Outrossim, os pés com os dedos
com a Evolução da Obra, senão, com a sua contraídos, na mesma razão das mãos. Por acaso
Consciência Superior”20. já pensaste que em cada lado de vosso corpo o
No ano de 1952, JHS deu a interpretação e número 10 ou IO está figurado, como agora no
indicação dos Salmos de David. Tais interpre- Kamapa?”22
tações foram retiradas de um pequeno e velho A leitura pode ser feita em pé ou sentado,
livro da Biblioteca do Mundo de Duat chamado de acordo com a vontade ou conveniência daquele
Ritual de Magia Divina. JHS fez comentários e que irá recitar o Salmo. É preferível que se faça tal
acréscimos a essas interpretações. Anos mais leitura voltado para o Norte, como nas Yogas
tarde, no dia 11 de aAgosto de 1956, tal livro foi ministradas no nosso Colégio Iniciático. Segundo
materializado nas mãos de JHS. Não foi JHS quem a orientação dada pela Grã-Mestrina da Ordem das
o materializou, mas este apareceu nas suas mãos. Filhas de Allamirah, de acordo com a Carta-
Essa efeméride é conhecida como A Parada dos Revelação acima citada, todos os dedos das mãos
Três Relógios, pois no momento em que tal livro devem estar fletidos, e a ponta do dedo médio
foi materializado três relógios pararam, indicando pressionando o ponto central da palma.
o horário (20:30 h): o da sala da casa de JHS, que Também não é demais lembrar que sendo
estava em cima da rádio-vitrola, o do Dr. Eugênio os Salmos uma poderosa ferramenta de
Proclan Marins, que visitava JHS na ocasião Taumaturgia, de Transformação, a sua recitação
(segundo o Mestre, o seu relógio era magnético e deve ser feita em ambiente harmónico, tranquilo,
nunca parava...), e o terceiro na parede da secreta- com a pessoa em estado sereno, concentrada
ria da S.T.B., na Rua Buenos Aires, Rio de naquilo que vai realizar, concentrando-se no poder
Janeiro. Na Carta-Revelação de 12/08/1956, JHS da sua vontade.
discorre sobre tal efeméride. Cabe aqui transcrever um trecho muito
Além do poder taumatúrgico dos Salmos, importante do Livro de Salmos da nossa Obra
as suas indicações, constantes no Livro de Salmos Divina, acerca das indicações de cada Salmo e do
da S.T.B., constituem um rico manancial para as seu uso: “Contudo, desaconselhamos formal-
nossas vidas. No capítulo Chave Mágica e mente o seu uso à guisa de um bulário de
Cabalística dos Salmos, JHS deixa-nos, na remédios: ‘para tal doença, tal Salmo’... é mister
indicação de cada Salmo, riquíssimos temas para que, localizado o assunto do seu interesse, o
meditação, muitos deles de uma beleza consulente faça a leitura atenta dos comentários e
indescritível que apenas um Avatara conseguiria indicações de JHS; só depois, consciente das
ofertar aos seus discípulos. Assim, o Livro de virtudes e sobretudo da mensagem contida no
Salmos constitui-se numa fonte inesgotável de Salmo eleito, passe a recitá-lo”23.
BIBLIOGRAFIA
20
PAX - N.º 73 – Propriedade da Comunidade Teúrgica Portuguesa
2. Cadu Ladeira, Filisteus, o legado do gigante Golias. Revista Super-Interessante, n.º 04, ano 7, Abril
de 1993.
3. CR de 12/12/1951.
4. CR de 10/08/1956.
5. Sebastião Vieira Vidal, Série Cadete, Aula n,º 02, Os Dez Mandamentos do Manu Primordial.
6. Sebastião Vieira Vidal, Série Juventude, Aula n.º 37, Falar sobre o sentido do Salmo 154.
7. CR de 21/12/1951.
8. CR de 22/12/1951.
9. Sebastião Vieira Vidal, Série Munindra, Aula Oitavo Ritual dos Psalmos de David.
10. Sebastião Vieira Vidal, Série Cadete, Aula n.º 16, Salmo 78.
11. http://padreze.no.sapo.pt/estudo/estudo.htm
12. CR de 27/04/1952.
13. Sebastião Vieira Vidal, Série Akbel, Aula Os Salmos.
14. António Castaño Ferreira, Série Magia, Aula n.º 2.
15. Sebastião Vieira Vidal, Série Akbel, Aula Os Salmos.
16. Eglé Packness de Oliveira, Antigo e Verdadeiro Livro das Iniciações. Editora Madras, 1997.
17. Ivone Bruno, A Mulher na Era de Aquário, Departamento de São Lourenço.
18. Sebastião Vieira Vidal, Série Ritualística, Aula n.º 46.
19. Sebastião Vieira Vidal, Série Akbel, Aula Escandas e Nidanas II.
20. Sebastião Vieira Vidal, Série Akbel, Aula Os Salmos.
21. Sebastião Vieira Vidal, Série Akbel, Aula Como surgiu a Guarda da Taça do Santo Graal.
22. CR de 27/12/1951, Livro dos Makaras.
23. Salmos de JHS – Salmos de David. Editora Arabutã, 1.ª Edição, 1994.
CR de 22/10/1956.
CR de 09/02/1960.
CR de 12/02/1960.
CR de 16/12/1951.
CR de 23/04/1952.
CR de 14/04/1952.
CR de 17/12/1951.
CR de 26/08/1959.
CR de 28/08/1958.
CR de 25/05/1952.
CR de 20/10/1958.
Sebastião Vieira Vidal, Série Revolução Francesa e os Ciclos da Obra.
Revista Dhâranâ, N.º 125, de Julho a Setembro de 1945.
Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa.
21
PAX - N.º 73 – Propriedade da Comunidade Teúrgica Portuguesa
Sobre a “dimensão oculta” Vitor M. Adrião recua 400 anos e considera que a questão, posta hoje,
começa em D. Sebastião.
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Poderei ainda adiantar que o “Portugal Mundo e a Tradição Primordial, mas sim: essa é a
dimensão oculta” consubstancia a análise, o retrato maneira exacta por que se aborda a “dimensão
de Portugal na sua outra fácies, a fácies espiritual oculta” de Portugal, o Portugal Espiritual, o
que foi realmente motivo de abordagem e reflexão Portugal da Mensagem, o Portugal da Parúsia ou
pelo padre António Vieira, profeta do V Império, do Advento.
tal como fora por Luís de Camões, Fiel de Amor,
dentre tanto outros nomes que chegam a recuar ao
século IV d. C. onde brilhou a figura magistral do
primeiro filósofo hispânico, Paulo Orósio de
Braga.
Presentemente, dentro das Artes, das
Letras, da Filosofia e até mesmo dos
conhecimentos herméticos, melhor dito, da
tradicional Sabedoria Iniciática das Idades,
apresentam-se vários personagens perfilados ou
dimensionados na perspectiva oculta, ou velada,
não contada de Portugal, sobre quem reflectem e
inclusive dão notícias das suas reflexões.
P. – Quer referir nomes?
R. – Por exemplo, Fernando Pessoa,
Teixeira de Pascoaes, Agostinho da Silva, António
Sérgio, Pinharanda Gomes, Dalila Pereira da
Costa, António Telmo, etc., dentre uma plêiade de
excelentes autores que têm feito o Pensamento
Português e o expandido, numa espécie de
diáspora mental iluminada, pelas várias partes do
P. – Em sua opinião, qual tem sido a acção
Mundo assim mantendo o sentido real de
desses pensadores em termos do “Portugal da
Portugalidade.
Mensagem”?
Há, com efeito, uma série extensa de
R. – Ainda na sapa trabalhosa de descarte
pensadores dotados do crédito da Tradição, muitos
de equívocos nascidos de facilitismos imaginários
deles igualmente também estando creditados pela
saídos de lavras de fantasias desenfreadas, direi
Academia apesar de despidos dos velhos e
que hoje em dia, aparte de toda essa plêiade de
corruptores preconceitos intelectuais ditos
pensadores renomeados que têm feito pela
“académicos”, que têm abordado o lado oculto de
Academia, por exemplo, um meio de divulgação
Portugal como bojo, como ponto axial de uma
expansiva da Sabedoria Tradicional Portuguesa ou
Cavalaria Espiritual, “Massenia” portanto,
Lusofia, neologismo meu, também tem surgido
irradiando à Europa e ao Mundo desde este mesmo
uma série de arremedos feitos de vazios
“Porto-Graal”, conforme o dito inscrito por D.
“historicistas” e enchimentos “psiquistas” por
Afonso Henriques no sinal rodado da sua carta de
parte de outras pessoas, agregadas ou singulares,
doação de Tomar à Ordem dos Templários, no
para todo o efeito, avulsas, mas desde já
século XII, então representada na pessoa do seu
destacando nesta confissão o respeito devido a
Mestre Provincial D. Gualdim Pais.
toda a criatura humana, posto o pensamento
P. – Essa é a “dimensão oculta” de humano ser livre e dever-se respeitar todas as
Portugal?... pessoas como é do mais elementar civismo. Ainda
R. – Lamento desiludir no descarte à- assim e nesta classe onde a quantidade é superior à
priori do pensamento emocional onírico qualidade, reconheço igualmente o aparecimento
pressuposto «new age» relativo ao nosso País, o no território do Pensamento Português, Formula
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Mens Portucalense, de uma série de personagens Brasileira como a 5.ª Rama das 7 que constituem a
mais ou menos carismáticas que se têm dado ao Grande Loja Branca dos Mestres Espirituais do
trabalho fácil de reproduzir as obras dos autores Mundo dispostos estrategicamente, com ordem e
consignados, quando não o plágio in littera, nisto regras, as “Regras do Pramantha” ou Ciclo de
particularmente para com a minha obra, e a partir Manifestação Universal, nos cinco continentes
daí lançarem-se com toda a imprudência nas mais apesar de encobertos da vã curiosidade profana
extraordinárias especulações, umas mais que é sempre de ímpetos mais destrutivos que
fantásticas que as outras, contudo nenhuma delas construtivos, e falo de homens e mulheres de carne
conferindo com a realidade tanto imediata como e ossos, portanto, de coisa concreta e não
subjectiva, isto apesar de tal quantidade de pessoas fantasmagórica, humanamente a Ordem de Mariz é
merecer-nos muito carinho e respeito. de estrutura maçónica, e espiritualmente de
P. – Se as qualifica como especulações vocação templária. Pelo que sei, congrega em si a
fantásticas, como explica o respeito e o carinho? pura essência ou quintessência (“o espírito que
R. – Respeito, porque são seres humanos, vivifica oculto pela letra que mata”) das três
logo, são livres de utilizarem o seu livre-arbítrio religiões tradicionais do Livro: a judaica, a cristã e
como entenderem, e nisto, afinal de contas, a islâmica. Assim sendo, pode considerar-se a
vivemos num sistema democrático, politicamente Ordem de Mariz como sendo a própria
falando. Carinho, por se interessarem pela quintessência dessas correntes tradicionais na
Portugalidade. Quanto às ideologias doutrinárias Península Ibérica, especificamente em Portugal
ou paradoutrinárias de “pensamento único”, que se formou sob a sua influência directa apesar
discriminatório de outras formas de pensar que de, sendo secreta ou fechada, não raro discreta.
contrariem aquele, da sua adopção e militância, P. – Quem esteve na origem da
sobretudo entre os mais jovens que são sempre constituição da Ordem de Mariz?
imprevisíveis e inconstantes por ainda estarem em R. – A constituição da Ordem de Mariz
formação psicomental, isso inibo-me comentar teve como verdadeira “pedra de Midas” o melhor
restando-me a tolerância do ser humano tal como que o Género Humano tinha na ocasião para
ele é e só, ademais sendo o ser humano como é a oferecer: um escol privilegiado de homens e
mente humana assim: infinitamente pródiga capaz mulheres cujo valor interior, espiritual revelado
de criar os mais impensáveis paradoxos, do género como cultura e carácter, tão elevado e adiantado
“o homem é uma árvore, logo, uma árvore é um era para o tempo que se torna facto passível de só
ser cósmico”. Mas o homem não é uma planta, é se compreender tamanha desenvoltura à luz da Lei
uma criatura racional, digo isto com o pressuposto da Reencarnação. Consequentemente, eram, e são,
de acaso eu puder estar completamente pessoas que progrediram ao longo do vasto
equivocado… corolário das vidas sucessivas até alcançarem o
P. – Publicou recentemente a obra A patamar supremo caracterizado pelo despertar da
Ordem de Mariz, Portugal e o Futuro. O que é a Consciência Espiritual, tanto valendo por
Ordem de Mariz? Iluminação Interior que as dispõe na posição
R. – Ordem de Mariz é o nome de uma privilegiada de vanguarda e guia do mesmo
Confraria Iniciática Oculta ou Supra-Secreta, Género Humano.
igualmente Supra-Iniciática, cuja acção imediata P. – Há figuras históricas a integrá-la?
de cariz público hoje está cerrada ao século ou o R. – Dando crédito à Tradição Iniciática
ciclo, tendo sido formada em São Lourenço de pertinente à Raça dos Lusos, houve vários nomes
Ansiães junto do Rio Tua, em Trás-os-Montes, históricos integrantes dessa Congregação de
reinando Afonso I de Portugal, portanto, Eleitos ou a Elite como os Principais ou Príncipes
constituída nos primórdios da Nação que já tinha da Humanidade. Por exemplo, revelo pela primeira
fronteiras preestabelecidas. vez publicamente, sabe-se que Afonso Henriques
Considerada por Teúrgicos e Teósofos era na época o Grão-Chefe da Ordem de Mariz, de
adiantados da antiga Sociedade Teosófica que também era partícipe Egas Moniz, seu aio,
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tutor, padrinho, paraninfo ou pai espiritual. Este Vivas daquele a qual se chamou Pedro Álvares
último aparece mais tarde como D. Dinis e depois Cabral. O Infante Henrique de Sagres (I ou JHS,
como o Santo Condestável Nuno Álvares Pereira, pois o I vale por J no alfabeto antigo) aparece
posteriormente reencarnando como o Barão como El Rike, “o Sol Esplendoroso de El Rike”,
Henrique Álvaro Antunes da Silva Neves, já no ou seja, o Segundo Trono ou Logos na Terra
século XIX-XX, que com nome secreto de tomando a feição de Terceiro… Com isso quero
Malachim ou Malaquias assumiria os destinos da dizer que o Infante Henrique de Sagres, a sua
Ordem Soberana como seu Grão-Chefe, cuja Essência Imortal ou Partícula Divina promanada
regência ficou marcada por tê-la encerrado do Segundo ao Terceiro Logos, mais tarde se
definitivamente ao século em 20 de Novembro de manifestaria como Henrique José de Souza,
1944 através de um Ritual de elevada conforme o próprio revela numa sua obra
transcendência chamado Jina-Masdhar. Adianto reservada de nome Diário Estranho. Já Cristóvão
ainda que o Infante Henrique de Sagres corporizou Colombo, na época, era a outra Coluna Viva do
para essa Milícia Secreta uma espécie de Infante Henrique de Borgonha, dito de Sagres.
Divindade incarnada, portanto, correlacionado ao Esses Seres Representativos são a “cabeça
Terceiro Aspecto Deus Espírito Santo, e o qual de Tibes” de outros mais que constituem a já dita
está ainda profundamente ligado à pessoa do 5.ª Rama da Grande Fraternidade Branca.
Professor Henrique José de Souza, brasileiro de P. – Com que nomes? Essas afirmações
ascendência lusitana tendo fundado a Sociedade não podem também ser passíveis de
Teosófica Brasileira em 8 de Maio de 1928. especulações?
R. – Primeiro que tudo, trato aqui de
abordar a História Oculta ou Iniciática e não tanto
dados cronológicos conhecidos da vulgar
historiografia. Em seguida, esses Seres têm nomes
orientais e têm nomes ocidentais em conformidade
às suas funções e aos lugares onde estão ou
estiveram manifestados no Mundo, sempre em
conformidade à marcha precessional da civilização
do Oriente ao Ocidente, não deixando de ficar
assinalados na memória dos povos pelos nomes
mais marcantes que possuíram nas vidas em que
desempenharam as suas missões tanto noutros
continentes como neste. Seja como for, afirmo
serem todos eles completamente alheios, tanto nas
suas vidas como nas suas missões, ao que hoje
muitos especulam embrenhados na selva densa das
especulações fantásticas ou fantasistas, portanto,
absolutamente irreais a todos os níveis, tanto
físico, como emocional e mental ou espiritual.
Ademais, tanto o escrínio do que realmente seja
P. – Quer explicitar melhor essa “ligação” do como o lidar, directa ou indirectamente, com essa
Infante Henrique de Sagres com Henrique José Ordem Soberana, não é algo fantasmagórico, é
de Souza? algo concreto e objectivo, mas sempre passível de
R. – Para isso tenho a reiterar que o Barão Iniciação verdadeira. Os seus preclaros Membros,
Henrique da Silva Neves não era a reencarnação reservados na maior discrição, ainda assim têm as
do Infante Henrique de Sagres, mas a Consciência suas casas e comendas sobre a Terra. São pessoas
Superior (Malaquias) que vibrava por processo de como nós, só que diferentes. Foi por causa de toda
Tulkuísmo, direi assim, em uma das Colunas essa confusão que por aí anda desde que comecei a
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PAX - N.º 73 – Propriedade da Comunidade Teúrgica Portuguesa
falar publicamente dos Marizes a partir de 1985 ignorantes da realidade profunda e movediça das
pelo jornal matutino “Correio da Manhã”, com o Ordens Iniciáticas Secretas lançarem-se, aí sim e
fito de angariar membros para a Comunidade abertamente, nas especulações oníricas mais
Teúrgica Portuguesa e não, de maneira alguma, desmedidas ou, se quiser, descabidas…
dar fermento a gurus nascidos de matutinos, que P. – De que tipo?
segui os conselhos de alguns personagens ligados R. – Do tipo daquela «Lys» pressuposta
directamente a essa Ordem sibilina, críptica, vindo pelo senhor José Hipólito Trigueirinho Netto,
a escrever e editar primeiro do meu bolso uma antigo cineasta e actual guru do seu Centro
monografia sobre ela, que depois seria revista, Espiritual Figueira, na cidade de Carmo da
aumentada e dada à estampa como livro pela Cachoeira no Estado de Minas Gerais, Brasil, país
Editora Novalis-Angelorum, A Ordem de Mariz, onde conheço os seus movimentos com extensões
Portugal e o Futuro. ambicionadas a Portugal, que também as conheço.
Isto para não falar no senhor Rodrigo Romo,
chileno, antigo químico metalúrgico e hoje uma
das mais aclamadas vozes da gurulatria «new
age». Esses e alguns mais distintos importam para
Portugal a bagagem das «novidades» de
impressões cinematográficas transformadas em
pseudo-ocultismo, mesmo que não passem de
simples rasurados de má cinematografia fantástica.
O que as pessoas dessa natureza e seus afins
pensam ser a Espiritualidade, em verdade não
passa de ficcionismo fantástico inspirado no plágio
e deturpo de autores e obras credíveis, a ponto
desse último senhor, só para dar um exemplo, ter
aplicado a sigla S.G.S.M. para designar uma “nave
Enfim, a Ordem de Mariz vem a ser cósmica que transpõe portais cósmicos pelo
expressão lídima da própria Maria ou Moriah, a quantum estelar” (!!!), quando na realidade é tão
Excelsa Mãe Divina identificada ao Terceiro só a sigla que a S.T.B. utiliza desde há anos para
Aspecto de Deus Espírito Santo, a Ave rara na assinalar o Sistema Geográfico Sul-Mineiro. Que
Terra (Avis raris in Terris…) pomo da devoção de loucura! Ademais, fixe-se bem, o cinema não é o
todo o povo português, povo mariano e mareante Ocultismo e a fantasia não é a Ciência. Isto é fácil
dotado de alma mista de messiânica e franciscana, de entender, mas parece difícil de aceitar. Além
como a daquele Frei Henrique de Coimbra que nas disso, não se vende nem se compra a
areias douradas de Vera Cruz, em Quinhentos, Espiritualidade por ser algo que se conquista por
abriu o ciclo sagrado da Brasilidade. esforço próprio, e tampouco é como se quer que
P. – Existem outras Ordens Iniciáticas seja: ela é como é!
Secretas ligadas à Grande Fraternidade As tais pessoas que falam de «Lys» como
Branca? a “cidade interna, subterrânea no espaço
R. – Sim, porque no todo existem sete português”, por o senhor Trigueirinho ter ouvido
Ramas que compõem a Excelsa Loja Branca. Por de antigos membros da S.T.B. esse termo por
exemplo, a Rosacruz dos Andróginos, a Ordem menos de metade no seu significado real, posso
Secreta de Malta, a Maçonaria dos Traixus- garantir-lhe que ignoram completamente «Lys»
Marutas, etc., e de todas elas, repito, a de Mariz é nadíssima de nada ter a ver com o nome da cidade
a Quinta Rama. subterrânea de Sintra, o qual aparenta-se mas não
Neste particular complexo dinâmico vasto é, e tampouco tem a ver com Leiria e o seu Rio
e supra-secreto observo, hoje em dia, muitas Lis, como também é apontado por esse autor.
pessoas com o carisma de líderes mas totalmente Ainda sobre a cidade subterrânea de Sintra que é o
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quinto dos sete Montes Santos do Mundo, destituídos de realidade. Esta entrevista é daquelas
inclusive reservando no seu interior um Centro que me obriga a fulanizar, coisa que detesto e
Vital ou Chakra Planetário que é o único na tampouco ocupa o meu interesse, vendo-me
Europa, por um lado ela estende-se mais além do forçado a voltar à questão do senhor Trigueirinho:
Cabo Espichel e da Serra da Arrábida, chegando a muito do que ele revela, aparte o seu «vocabulário
Sagres, e por outro lado vai além da Nazaré esotérico» arrancado às profundezas da fantasia,
tocando em Santiago de Compostela e no tão-só ouviu de membros nossos da antiga
Finisterra, e ainda para lá das Astúrias, Aragão e Sociedade Teosófica Brasileira (hoje com o nome
Catalunha adentrando os Pirinéus, por uma parte, e Sociedade Brasileira de Eubiose) dos
por outra indo além das Canárias chegando Departamentos do Rio de Janeiro, de São Paulo e
próximo do arquipélago de Cabo Verde após até de São Lourenço e Belo Horizonte, pois vivia
abarcar as ilhas dos Açores e da Madeira. Isto próximo de Baependi, no Sul de Minas Gerais.
porque, revela a Tradição Iniciática, as cidades Fazendo agora recurso da memória, julgo que esse
jinas ou subterrâneas são muito maiores que as senhor fez o nosso Curso Vestibular, o Grau
cidades que as representam à superfície. Peregrino e não terá chegado a metade do Grau
P. – Aparentemente, os vocábulos Lys e Manu, os quais são transmitidos por apostilas e
Sintra parecem não ter semelhanças… aulas orais. Adquiriu realmente a «iluminação»,
R. – Mas as têm no sentido iniciático. Isto direi assim, porque conforme as suas palavras
porque Lis como flor é a signa esotérica de L.isboa textuais confessadas em antigo número da revista
Y S.intra, indicadora da realeza suprema do brasileira O Planeta, nessa condição se sentiu após
Governo Oculto do Mundo que aí é expressado ter lido nos anos 80 do século findado um livro
pela Soberana Ordem de Mariz, motivo porque a editado em Portugal, a instâncias de Teósofos e
Flor-de-Lis é o emblema de Agharta como Eubiotas portugueses, pela Editorial Minerva em
símbolo da Consciência Universal. Signa do 1975. Esse livro fazia parte de uma colecção
Segundo Trono na Terra vem a ser a de chamada Cavalo Branco e tinha o título A Terra
Melkitsedek, o Rei do Mundo, que como Oca, de Raymond Bernard, jornalista norte-
Planetário da Ronda é o que está mais próximo do americano sediado em Santa Catarina, no Sul do
Logos Planetário, estando para este como a nossa Brasil. No final dessa obra aparece um interessante
Personalidade está para a sua Individualidade, esta e extenso apêndice onde se fala da existência junta
o “actor” por detrás da “máscara” onde no palco de intraterrestres e de extraterrestres, da autoria de
do Teatro da Vida desempenha o papel de um coevo do Professor Henrique José de Souza
dirigente da Evolução geral. que justamente assina Anónimo de Sintra…
P. – Referiu que Trigueirinho, autor P. – Quem era esse anónimo?
firmado na literatura esotérica, transformou R. – Não era eu! Tratava-se de
impressões cinematográficas em ocultismo. personagem que na época representava o
Porquê? Movimento de Eubiose em Portugal sediado no
R. – Não só ele e outros também, como já Algueirão antes de se tresladar para Sintra. Nesse
disse, e isto, reitero, sem pretender ofender livro, sobretudo no seu apêndice, constam muitos
pessoalmente seja a quem for, pois dirijo-me às elementos que se vão descobrir depois na filosofia
ideias e não às pessoas neste trabalho doloroso de encetada pelo senhor Trigueirinho principalmente
sapa, talvez infrutífero, de separar a verdade da a partir de 1987, quando fundou o seu Centro no
mentira, o real do ilusório. Quanto ao “porquê”, é Sul de Minas Gerais. Foi assim que nasceu o seu
porque sem um estudo atento, criterioso da «ocultismo» que fixou escola para perturbação de
Tradição Iniciática das Idades dentro de uma muitos brasileiros e de alguns portugueses seus e
igualmente criteriosa Escola Iniciática, com regras meus conhecidos.
e princípios de ensino, etc., inevitavelmente acaba- P. – Porque só refere isso agora?
se perdendo em chavões emocionais à mercê de R. – Muito pelo contrário, há muitos anos
improvisos os mais extraordinários completamente que venho dizendo isso repetidamente, eu e todos
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obscurantismo da luz. A obra foi construída de estreito: cai-se na valeta da loucura e logo resvala-
maneira a ficar fechada sobre si mesma, pois fora se para o outro lado, a morte inglória. O ocultista
do contexto em que a mesma inscreve a Ordem verdadeiro que desatine e se afaste da Lei do
esta só poderá ser exposta de maneira fantasista Eterno, afogando a sua Consciência na fantasia e
pelo delírio de alguns. O próprio livro defende-se na quimera, por ter noção maior que o vulgo do
do plágio, coisa useira e vezeira nos dias que esquema geral da Evolução, contrai um karma ou
correm, e quem o plagiar terá que saber o sentido dividendo consciencial, como Lei da acção X
real do que plagiou… e esse eu não o dei. desencadeando igual reacção X, maior que aquele.
Consequentemente, qualquer leitor, por muito É, afinal, como dizia Jesus o Cristo: os que erram
pouco preparado que esteja, percebe que nele não mas não sabem, pagam; os que sabem e erram
há espaço para extrapolação, e quem o fizer pagam três, quatro, cinco vezes mais.
arrisca-se à interpelação. Tudo isto porque foi uma P. – Mencionou a Comunidade Teúrgica
grande responsabilidade que assumi ao Portuguesa. Qual é a sua relação com a Ordem
pronunciar-me ao grande público pela primeira de Mariz?
vez e como primeiro em 1985 sobre tema tão R. – A Comunidade Teúrgica Portuguesa,
sagrado e secreto, mas fazendo-o não o fiz de por natureza e vocação desde a primeira hora,
“olhos vendados”!... Portanto, o conhecimento expressa um vínculo muito estreito à Tradição
aproximado do que foi e seja a Ordem de Mariz é, Iniciática Portuguesa e com isso à Ordem de
afinal de contas, o conhecimento aproximado do Mariz, seja fisicamente, seja sobretudo
que foi e seja a estrutura da Grande Loja Branca. É espiritualmente, por a mesma ser a Mãe Soberana
desta que parte novas facetas do Conhecimento que assiste ao Pensamento e Destino da Raça dos
Humano que investigadores notáveis, nos últimos Lusos ou “Filhos da Luz”, nome também valendo
anos, têm propagado desde as cátedras pelo sânscrito Assuras, “Filhos do Hálito Divino”.
académicas, na sua maioria esmagadora inspirados Tal como acontece nas demais Ordens Iniciáticas
indirectamente sem importar que não possuam Secretas de fundação Jiva ou Humana mas de
consciência imediata do facto, porque o que condição Jina ou Sobre-humana, aparece o número
importa é terem a cabeça no lugar, assumindo-se cabalístico de 111 Adeptos Independentes na
como são e não como pretendem que sejam, tanto composição da Ordem de Mariz, Marizin, Marisin,
mais que um académico de número, tal como um Maridj, Al-Massiah ou Messiah, que como
ocultista verdadeiro, não pode ou não deve vogar emissores da Tradição Primordial sob o duplo
ao sabor da quimera e fantasia. aspecto de Advento e Avatara são estas as
P. – Em sua opinião, como deve agir principais valências da Comunidade Teúrgica
então um ocultista verdadeiro? Portuguesa mas assumidas no seu derradeiro e
R. – Sendo sincero ante o geral e sendo verdadeiro significado.
dedicado ante o particular. Servir e não servir-se. P. – Basta ser português para se estar
Usando as palavras de Fernando Pessoa, há três inserido na tão falada Missão Oculta de
coisas com que o ocultista verdadeiro não brinca: Portugal?
com Deus, com a Morte e com a Loucura. R. – De modo nenhum, excepto participar
Realmente, o ocultista verdadeiro funciona numa do Karma da Raça onde um e todos têm o seu
via mística assaz estreita qual “fio de navalha”, quinhão como karma pessoal inscrito naquele. É
onde a loucura e a morte estão sempre presente e necessário algo mais, e o mais é o seguinte: o de
só não o atingirão enquanto for sincero para estar mandatado ou credenciado pelos Maiores da
consigo mesmo e o seu próximo, não pretendendo Raça ao desempenho de determinado trabalho
ser mais do que é realmente, logo, estando em importante junto da mesma. Se tiver essa
conformidade com a sua Consciência que é Deus incumbência, então logicamente estará inserido
em si, é a Lei Eterna em si determinando os seus nos quadros de quantos estão activos na realização
ritmos físicos e espirituais. Sair fora da Lei, de da Missão Oculta de Portugal. Isto vale para todos
Deus, é ir cair num lado e doutro do caminho os sectores da sociedade humana: religiosos,
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NOTA DE V.M.A – Canopeia ou Canopo é o nome da estrela de primeira grandeza da constelação Argo ou
Arga (de que a Serra de Arga herda o nome) com o significado oculto de “Navio – Arca de Oiro”, a qual faz parte do
primeiro dos três Zodíacos do Empório celeste e que tem dez signos correspondentes ao Mundo Divino, logo, ao
Primeiro Logos, o Pai, cujo reflexo cósmico é a constelação Órion, precisamente com o significado oculto de “Espírito
de Deus”. O termo canopo provém do latim canõpu e do grego kánõbus e kánopos. Associa-se ao vaso canópico ou
funerário, destinado a encerrar algo que deixou de viver ou tão-só de exercer funções externamente, tal qual a estrela
Canopo está encerrada na constelação Arga. E encerrada de maneira discriminada e predeterminada que leva o
etimólogo canópico a acercar-se do sentido de canónico. Sendo o oitavo dos dez signos do primeiro Zodíaco, com isso
não deixa de associar-se ao sentido de Tabernáculo de Deus, a Arca da Aliança do Divino com o Humano, como seja a
Oitava das Sete Cidades de Agharta: Shamballah, a Mansão do Amanhecer.
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HUGO MARTINS
14.4.2014
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latino de Ignis Natura Renovatur Integra (“Pelo abarcante de tudo. Os Sistemas Solares e toda a
Fogo se renova a Natureza inteira”), ou mesmo na matéria que os constitui nada mais são do que a
alegoria hermética da “misteriosa salamandra que condensação ou materialização da Substância
vive e se banha nas labaredas do fogo”, expressiva Primordial que está na origem de todas as
do Fogo Secreto utilizado pelos Alquimistas da manifestações, sejam elas de carácter físico,
Idade Média, também conhecidos como Filósofos emocional, mental ou espiritual. Contudo, neste
do Fogo, mas no fundo ambas as alegorias estado ela não é um Ser, muito pelo contrário, é
expressando a mesma realidade do Principio precisamente o não-Ser, razão suficiente para
Flogístico ou “Fogo Espiritual da Natureza” criticar-se as diversas concepções religiosas de um
(segundo Paracelso), genesíaco e oculto em tudo e Deus pessoal, antropomórfico, as quais tentaram
todas as coisas. fazer do seu Criador a sua própria criação. A
Sim, glória, muita glória a ti, Agni, Alma Sabedoria Iniciática ensina-nos que a Substância
Gloriosa do Sol! Primordial é o não-Ser, que passando do estado
passivo ou indiferenciado para o activo
manifestado transforma-se no Ser, designado pelos
orientais como TAT ou Aquilo. Enquanto
imanifestada a Substância é eterna, mas ao entrar
em actividade passa a ser limitada, com tempo de
manifestação cíclica, periódica, com princípio e
fim bem definidos. Daí dizer-se, nos meios
ocultistas, que o Eterno antes de se manifestar
apresenta-se no Espaço Sem Limites, enquanto já
manifestado apresenta-se no Espaço Com Limites.
A Substância Primordial passa do não-Ser para o
Ser através da sua primeira manifestação – a
O LOGOS E A LEI polarização. Para que tudo seja criado ou
Deus é Uno em Essência, Trino em Manifestação manifestado, torna-se necessário a polarização.
e Séptulo em Evolução Não pode haver manifestação sem polarização. No
Compreendendo que o Princípio Original entanto, a Força que gera a separação, a dualidade,
manifestou-se na Natureza através do Fogo, é um verdadeiro mistério dos deuses, só sabemos
podemos dar agora início ao estudo da que acontece, no entanto não sabemos como….
Cosmogénese, debruçando-nos sobre o conceito de senão como manifestação periódica da Unidade
Substância. Todo o efeito tem uma causa, e toda a Indivisível como Deus Pai-Mãe. Para todo o
causa tem uma origem. Torna-se assim inevitável efeito, o certo é que essa polarização da Substância
fazer a pergunta: qual é, portanto, a primeira causa Universal gera dois Centros Cósmicos activos,
de todas? A origem das origens, o principio de conhecidos na tradição oriental pelos nomes de
tudo? Não há outra forma de conceber esse PURUSHA e PRAKRITI. O pólo positivo é
princípio fundamental como não sendo o de algo Purusha, que na nossa língua corresponde ao
primordial, que não tem princípio nem tem fim, Espírito, e o pólo negativo é Prakriti, ou a
não tem passado, presente nem futuro porque Matéria. Tanto o Espírito como a Matéria não são
transcende o tempo, não é sustentado por nada permanentes. Só existem durante um período de
porque que se sustenta a si mesmo, não tem uma Manifestação Universal, chamado pelos
causa porque ela é a sua própria causa – a causa brahmanes ou sacerdotes hindus de Dia de
per si. A essa concepção é dado o nome de Brahmã, e também de Manuântara ou
Substância Primordial. Nas diversas tradições Manvantara. No fundo, Brahmã expressa a
vários nomes foram dados ao mesmo conceito, Manifestação, o que já se polarizou, o que existe
como: o Absoluto, o Ain-Suph, o Svayambhuva, o no Mundo das Formas. Enquanto Parabrahmã,
Tudo-Nada, etc. Essa Substância é a plenitude que significa “aquilo que está além ou acima”,
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expressa o Imanifestado, o que está “além de na Matriz. O Eterno, obedecendo à Lei Cíclica de
Brahmã”. Como diz Roberto Lucíola, “é a origem Manifestação, quando inicia a criação de um novo
subjectiva de Brahmã”. Chegados a este ponto, Universo ou de um novo Sistema Solar, delimita
podemos dar ao leitor um entendimento simbólico determinado espaço, tal como analogamente um
através da Geometria Sagrada. A Substância Pri- construtor delimita a área onde a construção vai
mordial e o estado de Imanifestação, Parabrahmã, ocorrer. Ao delimitar o espaço que será palco de
representam-se simbolicamente por um círculo, um novo trabalho evolucional, por certo o Grande
que expressa o Todo, o Absoluto, o Eterno, a Arquitecto do Universo não usará uma “cerca”
Unidade de tudo e de todas as coisas e seres. mas algo incompreensível para nós que os
Segundo a Geometria Sagrada, o círculo é a figura Iniciados chamam Akasha ou Segundo Trono,
matriz de que podem ser geradas todas as outras Mundo Intermediário, Matriz que contém a
figuras, portanto, é a figura primaz ou ponto de Essência da Vida e por isso é chamada de Mãe
partida para as outras formas geométricas. Universal (Mulaprakriti, a raiz da Matéria em
Segundo os cabalistas, melhor que o círculo será todas as suas gradações), portanto, sendo algo que
mesmo a própria esfera aquela que melhor separará o que vai manifestar-se daquilo que
expressa o sentido de totalidade, visto não possuir continuará imanifestado, que em última análise é o
princípio nem fim. No que diz respeito aos próprio Eterno. Daí a famosa afirmação de Platão:
símbolos da Tradição, os antigos alquimistas “Deus geometriza”.
expressavam esta realidade através da alegoria da
“serpente mordendo a própria cauda”, designada
como Ouroboros, dando também o sentido de
movimento perpétuo sem limites, infinito, tal
como é caracterizada a Substância Primordial.
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No seu sentido mais arcaico, segundo do peixe”. Além disso, a religião cristã nasceu e
alguns especialistas, representa os órgãos genitais desenvolveu-se através de uma relação astrológica
da Deusa-Mãe, como ponto físico de origem da de profundo significado cabalístico ou iniciático,
Vida. Razão essa que levou-a a ocupar posição sendo o período designativo dela exactamente a
privilegiada na construção de edifícios sagrados e Era de Peixes donde resultou toda a mitologia
que ainda hoje podemos observar claramente nas simbólica à volta do AVATARA Jesus Cristo
catedrais e mosteiros da Idade Média, tornando-se como “Pescador” (Piscatoris Animas).
assim expressiva do carácter feminino da Igreja Contudo, essa figura geométrica encontra-
(donde o evoco “Santa Madre Igreja”) ao mesmo se em quase todas as culturas do Mundo, e no
tempo com Cristo circunspecto, em referência à hemisfério ocidental a sua importância está
Sua dupla natureza (humana e divina) que tanta sobretudo envolvida com a Arquitectura por ser o
discussão gerou nos diversos concílios da História ponto de partida donde derivam todas as demais
Eclesiástica. Inclusivamente, na perseguição figuras geométricas, e daí ser considerada a “mãe”
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dos sólidos geométricos regulares tradicionalmen- Logos Único (Parabrahman) que retira de Si
te conhecidos como os cinco sólidos platónicos. mesmo a Substância Primordial (Svabhâvat) para
formar o Logos Criador do Universo (Brahman) e
dar origem aos Sete Autogerados ou Dhyan-
Choans Superiores.
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Espírito, como o mais verdadeiro processo de Espaço Com Limites sob a acção da Sua poderosa
transmutação alquímica. Simplificando, o Esque- Força consciente que, sabendo muito bem o que
ma Divino inteiro apela a que a Vida exista de estava a fazer, separou a região do Ser (onde se
forma ao Homem aprender nela e dela recolher os desenvolvem os Sistemas, Cadeias, Rondas, etc.)
melhores e maiores proveitos, no grandioso palco daquela outra do não-Ser (que sendo Tudo-Nada é
de experiências que é o Mundo das Formas, na o Absoluto Incognoscível ou a Substância
labuta constante de transformação da Vida- Absoluta). Criou-se então a barreira intransponível
Energia em Vida-Consciência. Não vemos outra (só transposta pelos grandes Dhyan-Choans e
razão para a Vida existir senão à luz da evolução aflorada pelos excelsos Dhyanis-Budhas), ou seja,
do Homem, tendo por fim último torná-lo também o Ovo de Hiranyagharba separando o que está
Deus (“Sereis como Deus”, Génesis, III:5). Para manifestado do que permanece imanifestado, e
tal fim, torna-se portanto necessário em todo o desde daí promoveu-se toda a diferenciação da
Mundo idealizado e criado pelo Logos Único, o Matéria. O que estava no interior da Esfera ou Ovo
Eterno, o cumprimento da Sua LEI. Quem actua passou a ser chamado de Cosmos, e o que estava
em contrário actua contra a LEI de Deus, e sofrerá, fora foi chamado de Caos, ou também de Brahmã
ou melhor, sofreremos todos com isso… e Parabrahmã respectivamente. Essa diferencia-
A IDEAÇÃO CÓSMICA E A ATOMIZAÇÃO ção da Substância Primordial caracterizou-se por
um processo de atomização, sendo fraccionada em
A Matéria é como um espelho miríades de minúsculas partículas denominadas
no qual o Eterno se mira átomos primordiais.
Como vimos, antes da Manifestação o A massa desses átomos primordiais
Logos formou na Sua Mente tudo que viria a formou o 1.º Plano Cósmico, indo servir de
realizar – essa é a Ideação Divina. Ao conceber o unidades indivisíveis desde os quais se
Universo, plasmou-o no Seu Plano Mental constituíram os átomos dos restantes Planos
Cósmico, designado Mahat pelos Iniciados hindus. Cósmicos, conglomerados em graus de maior ou
Esta criação do novo Universo pela poderosa menor densidade. Neste sentido, a Matéria
Vontade da Mente do Logos é, como já dissemos, constituinte do nosso Plano Físico denso, ou seja,
a chamada Ideação Cósmica. Por sua vez, a o 7.º Plano Cósmico, é abissalmente grosseira
Ideação Cósmica torna-se activa através dos Sete comparativamente à subtileza atómica que define
Logos Planetários agindo como Dhyan-Choans o 1.º Plano Cósmico, sendo razão suficiente para
Superiores, também chamados Luzeiros, que ele ser considerado Supra-Espiritual ou
Autogerados, etc., perfilando nas Sete Hierarquias Divino. As partículas primordiais constituintes do
Criadoras do Raio Divino das quais brotaram as 1º Plano Cósmico foram denominadas de Adi, que
correspondentes Sete Hierarquias Criadoras do significa “primogénito”, “o mais velho”, por terem
Raio Primordial do Universo, segundo a surgido como o primeiro Hálito de Brahmã e dado
Cosmogénese de Akbel. Todos os seres humanos origem a toda a manifestação do nosso Universo.
estão sob a égide de um desses Centros que Além disso, são entendidas como “pedaços de
determinam o Raio a que a pessoa pertence. O Deus” ou fracções oriundas de TAT, como
conjunto dos Sete Logos é sintetizado por um afirmam os Iniciados hindus com justa razão,
OITAVO, que na linguagem aghartina é chamado porque TAT significa Aquilo originador dos
JAVA-AGAT. Assim, o Logos Único constitui-se Tatvas como as “medidas d´Aquilo”, ou as
de um conjunto de elevadíssimas Consciências que medidas de Deus com as quais Parabrahmã se
criam toda a Natureza nas suas múltiplas facetas: limita como Brahmã. O conjunto dos sete Tatvas
Reinos, Planos, Devas, etc. ou “elementos subtis da Natureza” é animado por
Idealizado o Esquema Divino, inicia-se Prana ou o Alento Vital como Fluxo de Vida
então o raiar do novo Dia de Brahma, o novo emanado do 1.º Aspecto do Logos manifestado
Manvantara. Foi assim que o Verbo se fez Carne (Brahmã ou Pai) que se densifica à medida que
ou encarnou desde o Espaço Sem Limites ao desce ao Plano mais denso da Manifestação
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tomando Forma, ou 3.º Aspecto (Shiva ou Espírito numa fase mais avançada da Evolução, serviriam
Santo) do mesmo Logos manifestado, o qual está de cenário para as Mónadas se enriquecerem por
sempre transformando em activas as forças infindas experiências vividas com o intuito de
latentes da Natureza adormecidas no seio de ganharem mais consciência. Segundo a mesma
Parabrahmã, incrementando-lhes a Consciência Doutrina Secreta, esses Planos Cósmicos não
como 2.º Aspecto (Vishnu ou Filho) de Brahmã. estão separados nem sobrepostos, eles
Com tudo isto, pode muito bem afirmar-se que interpenetram-se. Contudo, esse facto só ocorre
Deus multiplicou-se como Humanidade para que a porque a unidade básica da atomização, ou seja, os
Humanidade se unifique novamente em Deus. átomos primordiais (Adi) também expressam a
mesma Lei da Unidade. Vejamos como do ponto
A ATOMIZAÇÃO E A FLOR DA VIDA
de vista geométrico:
(“ASSINATURA DO CRIADOR”)
A Flor da Vida é também
conhecida como Flor de Ouro, foi e é
utilizada em vários edifícios de natureza
tradicional ou iniciática, como se repara na
sua gravura estampada sobre o portal do
pombal da Quinta do Conventinho dos
Arrábidos de Loures, ou mesmo na tampa
sepulcral de um rabino importante, coevo
do Infante D. Henrique, no Museu
Paroquial de Vila do Bispo, Algarve. Ela
como símbolo tem a sua origem real no que
se segue.
Os átomos pri-
mordiais, sendo “peda-
ços de Deus” ou
fracções oriundas de
TAT, possuem em si
mesmos a essência ou o
“selo” de Deus na Criação, sendo essa
assinatura ou selo da própria Criação o que
torna, por sua vez, uma Obra de “Autor”
incógnito – Maximus Superius Incognitus.
No entanto, mais uma vez através da Geometria Tal como vimos anteriormente, também
Sagrada pode-se fazer alguma luz sobre esta geometricamente se configuram os Três Logos
realidade transcendente que todas as religiões, ou Planetários como constituintes dos Três Aspectos
pelo menos a maior parte delas, vieram a figurar do Logos Único e Criador do Universo, devido à
na linguagem muda dos símbolos. A Doutrina relação entre o número de compartimentos gerados
Secreta também denomina os átomos primordiais pela intersecção dos círculos repercutir no número
ou Adi(s) de “borbulhas” ou “bolhas”. O Logos de círculos gerados na fase seguinte. A atomização
Supremo, ao iniciar a sua Obra, tinha ao seu dispor imprimirá na Matéria a Lei séptula do Terceiro
uma infinita quantidade dessas “borbulhas” ou Logos, caracterizado pelo seu Terceiro Aspecto
partículas de Adi que podiam, e podem, ser (Actividade Inteligente), em sete unidades
operadas pelo exercício da Sua poderosa Vontade. fundamentais (sete círculos intersectados entre si),
Assim sendo, Ele organizou os sete grandes Planos com o átomo primordial (Adi) resultando
Cósmicos a partir dessa Matéria-Prima – geometricamente na belíssima figura da Flor da
Mulaprakriti – ao seu dispor, Planos esses que, Vida ou de Ouro, matriz dos Sete Planos
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Cósmicos. Segundo a Sabedoria Divina, esses Sete estarem organizados do mais grosseiro ao mais
Planos Cósmicos gerados a partir da unidade subtil, ou seja, do Físico ou Prakriti ao Adi. Além
fundamental, Adi, foram originados por seis disso, o facto de as bonecas serem iguais mas de
Impulsos sucessivos, tal qual os seis Dias da proporções diferentes e se fecharem uma sobre as
Criação descritos no Antigo Testamento, sendo outras, representa belissimamente o princípio da
que Deus repousou no sétimo (Génesis 2: 2,3), Unidade na Multiplicidade. Aquilo mesmo a que
facto assinalado na cultura judaica como o “dia do os budistas designam de sistema Tulku ou de
descanso”, o Sabat, que constitui o sábado como o “inter-relação entre princípios iguais”, e os
sétimo dia da semana. Através desses seis Impulsos hermetistas greco-latinos expressaram na divisa
foram gerados os Planos: Anupadaka, Atmã, Omnia ab Uno (O Todo é igual à Unidade).
Budhi, Mental, Astral e Físico. Também nisso a
criação dos Planos Cósmicos respeita a mesma
regra geométrica anteriormente descrita, como a
única capaz de justificar a interpenetração existente
entre os Planos. Assim, o 1.º círculo representativo
de Adi unir-se-á, na forma da mística Flor da Vida,
com o 7.º círculo (tal como Deus repousa no
sétimo dia, unindo-se com a sua Criação), desta
maneira indo unir-se o Princípio com o Fim, o Alfa
com o Ómega, a Unidade com a Diversidade, o
Todo com o Tudo. Consequentemente, nesse
sétimo Impulso (ou círculo) invés de dissociar-se Formados os sete Planos Cósmicos a partir
parte do Plano anterior para a formação do Plano da unidade fundamental, Adi, o “primogénito”,
Físico, o processo reverte permitindo a reunião dos desde a menor à maior densidade, pode-se agora
átomos que formavam o 1.º Sub-Plano do Plano compreender melhor a razão dos átomos que
Físico, denominado Sub-Plano Atómico. Assim, constituem a matéria do 2.º Plano Anupadaka
como Último Alento, o sétimo Impulso permite serem formados cada um por conglomerados de 49
formar aquilo a que a Ciência Iniciática chama de bolhas Adi (7x7), desenvolvendo-se progressiva-
proto-elementos (proto, em grego, significa mente até ao 7.º Plano Físico com 13.841.287.201
“antes”, designando os elementos subtis existentes partículas de Adi. O quadro seguinte, da autoria de
antes de gerarem os elementos químicos Roberto Lucíola, descreve em síntese o que foi
conhecidos) no seu número cabalístico de 111, os anteriormente explicado:
quais associados entre si deram origem a todo
Universo material que conhecemos. Em termos de
tradição popular, a melhor imagem que
encontramos para se compreender essa realidade
septenária e a interligação dos respectivos Planos
Cósmicos é através da famosa boneca russa
Matrioska. A sua imagem feminina é aqui
simbólica da Matéria Cósmica organizada nos sete
Planos interpenetrados, facto simbolizado nas sete Numa segunda fase, os Planos subdividi-
bonecas (alguns conjuntos são de oito, como se ram-se em 7 Sub-Planos cada um. Assim como o
tratasse de uma oitava síntese das sete) colocadas 1.º Plano Adi foi dando origem aos demais Planos,
uma dentro das outras, desde a maior (exterior) até por sua vez, numa escala menor os Planos foram
à menor (a única que não é oca), em guisa da subdividindo-se e criando os respectivos Sub-
Matéria ser interpenetrada pelo Espírito por sete Planos. Todos os primeiros Sub-Planos de
gradações, graus, degraus, etapas, etc., como qualquer Plano são sempre designados de Sub-
acontece com os sete Planos da Matéria Cósmica Plano Atómico, que é sempre o Sub-Plano mais
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subtil do respectivo Plano Cósmico. Só se Divino e a sua Divina Mente agindo sobre a
conhecem os nomes dos Sub-Planos do nosso Matéria imperfeita, gradual e taxativamente ao
Plano Físico, designados como: Atómico, longo das diversas “operações” hercúleas ou
Subatómico, Etérico, Radiante, Gasoso, Líquido e Cadeias e Rondas, antropogenicamente falando,
Sólido. Os átomos dos primeiros Sub-Planos têm cujo fim na Terra é alcançar a Perfeição da Obra, o
sempre o mesmo peso atómico (dado na tabela Ouro Filosófico, ou por outra, a futura Raça
anterior) e são chamados de átomos fundamentais Dourada Humana, a Bimânica!
do Plano. Contudo, temos sempre de considerar Após a actuação do 3.º Aspecto do Logos
embutidos nesses os átomos primordiais que são – Actividade Inteligente – na criação dos sete
os átomos ADI, indivisíveis e dos quais se Planos Cósmicos, em seguida entra em acção a
originam todos os restantes Planos. segunda Emanação proveniente do 2.º Aspecto do
Após a formação dos Sub-Planos, toda a Logos, designado Amor-Sabedoria ou também
organização da Matéria informe é trabalhada por Virgem-Mãe, responsável pela criação os Sete
FOHAT (a Força dinâmica da Ideação Cósmica) Reinos da Natureza (1.º Reino Elemental, 2.º
transformando-a no veículo da Essência Monádi- Reino Elemental, 3.º Reino Elemental, Mineral,
ca, impregnando nos átomos características Vegetal, Animal e Hominal) que vão habitar e
positivas e negativas possibilitando a atracção e evoluir nos Planos já criados na 1.ª Etapa.
repulsão entre eles, semelhante ao que acontece Contrariamente à classificação académica que
com a energia eléctrica (Fohat é de facto conta somente quatro Reinos e classifica o Reino
entendido como o “Espírito da Electricidade” que Humano como 4.º, este é classificado como 7.º na
polarizou-se em positivo e negativo indo assumir classificação teosófica por contar não quatro mas
sete aspectos correspondentes aos sete estados e sete Reinos. Esse Influxo de Vida ou Onda de
respectivos elementos subtis da Matéria, os Vida desce através dos vários Planos já criados
Tatvas, e daí falar-se nos SETE FOHATS). No permanecendo em cada um deles o período de uma
fundo, esta Energia Primordial surge como o braço Cadeia, fenómeno esse conhecido por “DESCIDA
actuante da Mente Cósmica e é razão suficiente DA ESSÊNCIA MONÁDICA”. Como resultado
para ser considerada nas Estâncias de Dzyan o dessas duas Emanações podemos então afirmar
Mensageiro de Deus, também conhecida dos que o Terceiro Logos criou o cenário, o ambiente,
Iniciados como Aquele que tudo penetra ou o os Planos, enquanto o Segundo Logos colocou em
Construtor dos Construtores. cena os principais “artistas”, que são as criaturas
Em toda a Criação e respectiva que formarão os respectivos sete Reinos.
Manifestação, quando um Maha-Manvantara
chega ao seu término e os Sistemas Planetários e
Solares com as suas respectivas Cadeias e Globos,
os mesmos vão sendo desagregados por processo
contrário, nomeadamente o da desagregação
atómica levada a efeito pela acção consciente do
próprio Logos. É por isso que se diz que toda a
Manifestação é considerada como Obra de carácter
mayávico, pois tal como o Logos Criador agregou
todas as partículas também as pode desagregar na
hora prevista para o fim de um Ciclo Cósmico,
fazendo com que um e todos os Planos se
desagreguem desaparecendo novamente na
Substância Primordial donde se originaram. É de
facto uma Opus Magnum do Alquimista Maior, o
Supremo Criador, laborando na sua “retorta
cósmica” que é o Universo com o Poder do Fogo
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A 3.ª Emanação procedente do 1.º Logos, Mundo Arquetipal, também denominado de 2.º
que é o Aspecto Vontade, só entra em acção Trono ou Mundo Intermediário do Logos Único e
quando as duas Emanações anteriores já tiverem Criador. Assim, a acção do Logos no Mundo das
criado os sete Planos e os sete Reinos. Existe uma Formas ou 3.º Trono, ocorrerá de forma inversa na
diferença entre as 1.ª e 2.ª Emanações do Logos e emanação das Ondas de Vida no 3.º Aspecto do
a 3.ª. A 1.ª e 2.ª Emanações desceram trabalhando mesmo Logos – Actividade (7), 2.º Aspecto –
na construção dos Planos e Reinos na Substância Amor-Sabedoria (3), e 1.º Aspecto – Vontade (1),
Virgem do Espaço Com Limites, tendo sido uma auferindo assim o mesmo número cabalístico
evolução trabalhosa e lenta através desses Planos e (137) mas de forma espelhada ou inversa, como
Sub-Planos até atingir-se o grau máximo de seja, 731, que gematricamente constitui a palavra
materialização no Plano Físico. Quanto à descida LEI. Eis a razão por que se afirme que a Matéria é
da 3.ª Emanação, esta trata-se do puro Espírito como um espelho na qual o Eterno se mira. No
Monádico ou de Deus, não sendo mais necessária fundo, a criação do Mundo das Formas tem por
essa “contaminação” com os Planos inferiores. finalidade reflectir os Mundos Subjectivos, e
Quando uma Mónada se integra nos veículos de quanto mais polido for esse “espelho” mais facetas
natureza mais densa, é porque já houve uma dos mesmos haverão reflectidas e maior será a
profunda subtilização dos mesmos. Assim, a nitidez das imagens, até finalmente a imagem
descida é feita directamente e com rapidez. confundir-se com o que é reflectido indo formar
Segundo os sábios Iniciados, é no Plano uma coisa única. Como explica Roberto Lucíola,
Anupadaka que se encontram as referidas “os antigos Iniciados gregos, em sua sabedoria,
Mónadas que irão “descer” sobre os Planos expressavam esta verdade através da mitológica
Cósmicos indo constituir as Centelhas Divinas que Deusa Vénus-Urânia se mirando eternamente em
habitam o interior de todos nós, caracterizando seu espelho”. Espelho meu, espelho meu…
assim a parte imortal ou Essência Espiritual do O COSMOS E A SUA EVOLUÇÃO
Homem. Embora as Mónadas tenham as suas SEPTENÁRIA
raízes em Adi, o seu habitat é no Plano
Anupadaka, e daí a razão de também ser chamado Em prosseguimento da explicação da
Plano Monádico. Contudo, as Mónadas não saem criação do Cosmos pelos Logos Único e Criador,
literalmente do seu Mundo (Anupadaka). Lá elas resta agora compreender como essa projecção da
estão agrupadas segundo as suas Tónicas ou Raios, Mente de Deus, Mahat, repercute sobre a Matéria
que basicamente são sete, para captar os átomos ao longo do Espaço e do Tempo. Ao abordar este
permanentes que lhes permitirão criar veículos, parâmetro, é inevitável utilizar a séptula Lei
projectando o seu Raio de Vida nos Mundos Divina pela qual o Logos se expressa na evolução
Inferiores. No entanto, permanecem sempre no da sua Obra. Como vimos, o Sol Oculto (também
Seio do Pai enquanto os seus Raios fluem como chamado de Logos Único) ao projectar-se fê-lo por
tentáculos no oceano da Matéria, agindo sobre meio de 3 Raios sucessivos (Vontade, Amor-
átomos permanentes ou sementes ao longo de toda Sabedoria e Actividade) que por sua vez foram
a Evolução a fim de formarem as suas respectivas originar 7 Centros chamados Logos Cósmicos
personalidades, a cada vida mais justas e perfeitas, (Elohim ou Logoi). Estes 7 Logos, segundo as
com que se manifestarão no Plano Físico denso. Revelações de JHS, também são denominados de
Chegados a este ponto, podemos final- os Sete Originais. Profundo mistério envolve esta
mente compreender a plenitude da LEI de Deus ou Hierarquia de Logos do Raio Divino, nada se sabe
o Logos e a sua Criação. Como vimos anterior- sobre ela a não ser o que o Anjo da Luz denominou
mente, Deus é Uno (1) em Essência, Trino (3) em no Livro-Revelação Colóquio Amoroso, como os
Manifestação e Séptulo (7) em Evolução, de que “Sete Originais”:
resulta o número cabalístico 137, contudo, esta “Sete Ishwaras e 49 Planetários. Sete
idealização constitui o princípio arquetipal do Originais formam um Sistema de Sóis em torno do
Esquema Divino. Ela está presente apenas no Central que é o Oceano sem Praias.”
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Esse Oceano sem Praias segundo a o Ritual, destapando a “Noiva Divina”, a ser a
mesma fonte, é o Oitavo Sistema, o conjunto dos intermediária entre o Guardião e o Sacerdote, e
sete Sóis em torno do Sol Central ou Logos Único. entre o Sacerdote e o Guardião e a Corte de
Constitui o mais alto aspecto da manifestação da Munindras, e finalmente ser ela a encerrar a
Divindade. É o ponto donde tudo se origina, é a Cerimónia, velando novamente o Santo Graal
fonte que deu origem a tudo o que existe, seja de (“Noiva Divina envolta no Véu cerúleo do
natureza concreta ou abstracta. Segundo o Akasha”). No entanto, a intenção de alcançar o
Professor Sebastião Vieira Vidal, esses Sete Segundo Trono, além de compreender os
Originais reflectem-se nos “sete espelhos Arquétipos em que o Mundo Físico está
cósmicos do Segundo Trono” que são os Ishwaras, sustentado, é na realidade a de ultrapassar a
ou Luzeiros em nosso idioma. Estes formam o Grande Maya, o Plano Intermediário, e atingir o
chamado Mundo Intermediário da Mãe Divina. Reino puramente espiritual do Pai, o Primeiro
Respeitando o que afirma a Tradição Secreta ou Trono. É verdadeiramente uma demanda, e daí
Primordial, o Segundo Trono é chamado de a todas as histórias medievais de demandas por
Grande Maya porque separa o Filho do Pai, sendo cavaleiros andantes, como homos viator
que o Filho é o Mundo onde se processa a perseguindo ora o Santo Graal, ora a Dama
Evolução Humana, também designado por desejada. Tal demanda caracteriza-se sobretudo
Terceiro Trono. O Pai é o Mundo Espiritual, por uma guerra, por uma batalha interior procurar
conhecido também por Primeiro Trono. Portanto, vencer, superar a condição passional afectivo-
Ela é a intermediária entre o Pai e o Filho, e daí, emocional e dominar a rebeldia mental inferior,
na concepção matrística, o designativo de Scalæ pois só assim se lograrão as condições internas
Coeli numa alusão a Maria, Mãe do Salvador, do para o encontro efectivo com o Pai que existe no
Avatara ou Messiah, como verdadeira Escada do imo de todos nós, tão-só aguardando o momento
Céu, referencia mística à Mãe de Jesus, pela qual a solene da derradeira União. Quando isso acontece,
Divindade desceu à Terra e pela qual a o discípulo ilumina-se integralmente, transforma-
Humanidade, por sua intermediação privilegiada, se num Andrógino Perfeito. O Chakra Cardíaco
ascende à imersão no Todo Divino, na Divindade passa a ter além dos doze raios ou pétalas mais
Uno-Trina, diferente nas suas Três Hipóstases mas duas. Segundo os sábios hindus, nessas duas novas
igual na essência da sua Unidade. Razão suficiente pétalas encontram-se a Deusa Lakshimi e o
para São Bernardo de Claraval dirigir-se tão Bodhisattwa, que expressam o Androginismo
familiarmente a Nossa Senhora através de laudes Perfeito apanágio da Raça Futura.
pequenas, ladainhas, ou litanias, panegíricos de Simbolicamente, além da Flor da Vida,
ternura e de singelas declarações de amor à Mãe que é um belíssimo símbolo geométrico
Divina. Ainda sobre o Segundo Trono ou Mundo assinalando com perfeição o mistério dos Sete
da Grande Maya, ele constitui o Plano Búdhico, o Originais, outro dos símbolos tradicionais que
Plano dos Arquétipos ou da Ideoplasmação representa bastante bem a projecção desses Sete
Cósmica, com uma profundíssima relação, como Originais no 2.º Trono, por sua vez manifestando-
vimos, à Mãe Divina – Allamirah – expressada se como LEI no 3.º Trono que é o Mundo dos
pela sacrossanta Taça do Santo Graal ou Saint Efeitos para o 1.ª que é o das Causas, é a Menorah
Vaisel (no Altar do Templo), símbolo sacrossanto judaica, o reconhecido Candelabro de Sete
onde ocorrem as mais sublimes, espirituais e Chamas.
místicas fusões e sublimações alquímicas, em
correspondência analógica no Homem com seu
aspecto coracional onde vibram os mais elevados
sentimentos de Amor pelo seu Centro Cardíaco
(Chakra Anahata). Todo o Segundo Trono é
claramente de natureza feminina, e como tal
compreende-se a razão de ser a Sacerdotisa a abrir
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antigas tradições iniciáticas, Ele é o Logos Activo Globo da 4.ª Cadeia Terrestre do 4.º Sistema de
conhecido como Jehovah, Grande Arquitecto do Evolução. A Terra, designada Bhumi nas
Universo (G.A.D.U.), etc. É assim designado por Estâncias de Dzyan, realiza 7 Encarnações ou
estar num Plano genuinamente em construção Manifestações no Sistema de Evolução, as quais
(posto a Matéria ainda não estar inteiramente correspondem às referidas sete Cadeias cada uma
formada, faltando realizar os três estados com os respectivos sete Globos (perfazendo então
elementais), sendo o 8.º Logos Planetário 49 Globos no total). Muito embora os sete Globos
relativamente aos 7 Espíritos Planetários da Cadeia existam simultaneamente, uns
dirigentes das 7 Rondas de cada Cadeia. Por isso é luminosos e outros obscuros ou inactivos, a Onda
que os livros mais sagrados, particularmente o de Vida só anima um de cada vez sucessivamente
Livro de Duat depositado na Biblioteca Central até chegar ao sétimo Globo, iniciando-se então
desse Mundo, afirmam que “o Supremo Arquitecto nova Cadeia após um Período de Repouso ou
caminha de Sistema em Sistema, de Cadeia em Pralaya de igual duração ao do Manvantara ou
Cadeia levando até ao fim a jornada da Período de Actividade. Após as sete Rondas nos
Evolução”, por ser a expressão máxima do Logos sete Globos da Cadeia Planetária, todos os seus
do Sistema Solar (Para-Ishwara) que, como já Princípios Espirituais alcançados e desenvolvidos
vimos, é constituído por 7 Sistemas Planetários. são enviados para um Centro Laya, a partir do
Como sabemos, cada Sistema Planetário é qual e com os quais se formará o Globo A da
formado por uma série de 7 Cadeias. Cada Cadeia, futura Cadeia assim insuflando-lhe a Vida. O
por sua vez, é dirigida por um Planetário de mesmo dá-se nos demais Globos da Cadeia,
Cadeia (Ishwara), projecção do Planetário sempre sucessivamente nas diversas Rondas num
Soberano do respectivo Sistema Planetário de que permanente processo de Evolução. Não pretenden-
a Cadeia faz parte, o qual é o mesmo Ishwara do entrar em demasiados pormenores, o que
exercendo funções supremas nesse Sistema interessa saber neste estudo é que no actual Globo
numeral (no 3.º Sistema foi o 3.º Ishwara que é o D desta 4.ª Ronda Terrestre existem 7 Raças-
mesmo da 3.ª Cadeia, por exemplo). O Planetário Mães, que 4 já se manifestaram e desenvolveram,
da Cadeia tem a coadjuvá-lo 7 Planetários de estando em pleno desenvolvimento a 5.ª Sub-Raça
Rondas (Kumaras). Cada Cadeia é constituída por Teutónica da 5.ª Raça-Mãe Ariana, e que o ponto
7 Globos que são dirigidos pelos 7 Espíritos mais “baixo” de materialização e de maior
Planetários de Rondas, os quais são as projecções “densidade” de toda esta Evolução Septenária deu-
ou manifestações dos mesmos dos 7 Espíritos se na 4ª Raça-Mãe, conhecida tradicionalmente
Planetários de Cadeias. Esses Kumaras por Atlante. Portanto, foi pelos três primeiros
Primordiais projectam-se na Terra como Kumaras Globos da Cadeia que “descemos”, no sentido da
Subsidiários ou Dhyanis-Kumaras relacionados à materialização, à manifestação no Plano Físico
direcção e evolução das sete Raça-Mães; por sua denso correspondente ao quarto Globo, e será
vez, os Dhyanis-Kumaras projectam-se e actuam pelos três Globos seguintes (dos quais só fazemos
pelos 7 Dhyanis-Budhas dirigentes das sete Sub- ideia do que sejam graças às Revelações do Futuro
Raças de cada Raça-Mãe. Sendo que cada Dhyani- oferecidas por Akbel à sua Corte) que gradativa-
Budha tem 7 Dharanis em sua volta, associados mente nos subtilizaremos cada vez mais nos tor-
aos 7 Ramos Raciais de cada Sub-Raça, eles nando puros seres espirituais. É, pois, neste ponto
formam um Sistema Geográfico. Daí o número de inferior ou 4.º Globo, a nossa Terra (Bhumi), que
Dharanis ser 49. Em suma, toda e qualquer nos encontramos, sendo o ponto axial que contém
modalidade de manifestação é sempre projecção potencialmente todos os valores espirituais e
de algo que está acima, agindo num processo materiais entremesclados ou entrecruzados como
numeral de Tulkuismo até chegar ao Logos Único uma verdadeira Cruzeta Cósmica.
que é a Origem de tudo o que existe manifestado. Quando completar o seu Ciclo Evolutivo
Na actualidade do Sistema de Evolução na 7.ª Ronda, ou seja, quando se completar a 4.ª
Universal, encontramo-nos na 4.ª Ronda do 4.º Cadeia Terrestre, a Terra deter-se-á num ponto do
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Espaço determinado pela Lei. Ela se transformará serpente de ouro (que na Alquimia corresponde à
num Globo Ígneo animado pela Energia Crisopeia ou a “fábrica filosófica do Ouro”),
Electromagnética de Kundalini, o Fogo Criador ou processo denominado de Nivritti-Marga ou
do Espírito Santo que hoje sustém e mantém a “Caminho de Volta”, no sentido de “subida”, pelos
Terra. Este Fogo está activo fixado como Núcleo restantes Globos correspondentes a Vénus,
Electromagnético no Centro da Terra e está Mercúrio e Júpiter, estabelecendo-se no final de
destinado a constituir-se no Futuro longínquo um todo esse processo transcendente a integração
Globo Ígneo ou Flogístico. Um dos símbolos completa do Logos Planetário – “em quem somos
tradicionais e iniciáticos que expressa muito bem e temos o nosso ser”, parafraseando Santo
esse acontecimento futuro, é o do caduceu, Agostinho – ao Logos Solar, tudo isso expresso
constando de uma serpente de prata e de uma nos símbolos do magnífico Caduceu de Enoch,
serpente de ouro enroscadas em torno de um Thot, Hermes, Hércules, Mercúrio ou o mesmo
bastão de ferro. Este símbolo, além de expressar o Akbel, a ponto de um seu Livro-Revelação escrito
deus Mercúrio intermediário entre os deuses e os em 1959 levar precisamente o título Livro de
homens nos Mistérios e nas Mitologias greco- Herakles. Assim, esse emblema o justifica o
latina, igualmente representa o estado evolucional expoente máximo da sigla avatárica JHS, pois que
cosmogénico presente e futuro. Todo o processo o vau, vale ou intermediário deus Hermes nada
de materialização do Espírito, como foi referido, mais é que a expressão do caminho intermédio ou
desde a Ronda de Saturno até à actual Terrestre, equilibrante da Evolução Monádica até à meta
perfaz a primeira serpente de prata (corresponden- final da sua reintegração no Pai ou Logos Eterno,
do na Alquimia à Argiopeia ou a “fábrica no Plano Mahaparanirvânico, Adi ou Divino,
filosófica da Prata”), processo esse denominado correspondendo aos Campos Elíseos, ao Olimpo, à
pelos Iniciados hindus de Privitti-Marga ou Paradhesa, Paradaiza ou Paraíso como a mesma
“Caminho de Ida”, no sentido de “descida”, Jerusalém Celeste, etc., que no seio da Terra é
estabelecendo-se então o ponto intermédio ou, representada por Shamballah ou o seu Sol Interno,
como explica Roberto Lucíola, “a Terra como pivô caminho esse percorrido desde o ponto inferior
da Evolução”, e portanto da viragem ou curvatura, (Saturno) do bastão ou brahmananda até ao ponto
marcada simbolicamente pelo bastão de Hermes superior (Júpiter), assim se criando gradualmente
ou Mercúrio, para o processo oposto e comple- a Unidade Suprema ou Metástase Avatárica do
mentar, iniciando-se então a espiritualização da Homem (HJS) com o Divino (JHS). Por isso o
Matéria, facto caracterizado então pela segunda Quinto Bodhisattwa Jeffersus afirmou que “Eu
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Geometria Sagrada – Simbolismo e Intenção nas Estruturas Religiosas, por Nigel Pennick. Editora
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