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MAPAS DOS MUNDOS
IMAGINÁruOS
o tRRESISlívtl tMpULSO DE RETRATAR REALIDADES ALTERNATIVAS

Í o MUNDO PELOS

EMAPAS
gANTICOS FOTHADE S.PAUIO
óumãrro
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Introdução 4

Les Marins Monstres & Terrestres

Mundus Alter et Idem I


Planisphaerium Coeleste 1o

Accurata Utopiae Tabula 12

Sisteme de la Création du Monde 14

Carte de Ì'Isle de Ìa Félicité 16

Temperance Map 18

An Anciente Mappe of Fairy Land NewÌy


Discovered and Set Forth 20

The Land of Make Believe 24

Tempe 26

'l
-furoíuçao

s cartógrafos sempre sentiram um desejo ir- podemos enxergá-la agora sob um novo ânguÌo' Sim,
resistível de mapear realidades aÌternativas: desde trata-se de um mapa do mundo conhecido, e, com um
a aurora dos tempos, o homem criou com a sua pouco de imaginação, podemos identificar a geogra-
imaginação um mundo metafórico diferente do reaÌ. fia; porém, como dissemos antes, eÌe também repre-
Nos primórdios da história humana, esse mundo era senta um percurso alegórico do pecado à redenção,
uma terra habitada por deuses e monstros, grandes por meio da sobreposição de um mundo religioso-
seres aÌegóricos que reveÌavam as melhclres e as -mágico artificiaÌ.
piores características do homem, incluindo as nossas AÌém de beÌos, esses mapas também eram ins-
maiores aspirações e os Ìlossos maiores teÌnores. trurnentos práticos para promover os programas e a
O mapeamento dessa realidade era uma forma de propaganda do governo e da lgreja, que em geral an-
trazê-la ao alcance da compreensão humana e, ao davam de mãos dadas. No mundo de hoje, mais rigo-
fazê-Ìo, exeïcer certo controle sobre o mundo e sobre roso, as mensagens alegóricas se perdem facilmente,
a reÌação do indivíduo com ele. mas da Idade Média ao século XIX eÌas eram entendi-
Alguns dcsses primeiros mapas estão reÌaciona- das de imediato.
dos à astrologia e às cartas celestes. As constelações Até o início do século XX, um indivíduo de instru-
observadas à noite no céu eram consideradas reflexos ção média conhecia bastante da mitoÌogia greco-ro-
de um mundo divino. Nas cuÌturas ocidentais, FIér- mana e da tradição bíbÌica, o que lhe teria permitido
cuÌes, Pégaso e Órion se divertem a noite inteira ao compreender imediatamente os inúmeros significa-
lado de Andrômeda e Cassiopeia. Nas cuÌturas não dos reÌacionados às diferentes divindades ou às re-
europeias, reinava um panteão ceÌeste diferente, n-ras ferências bíbÌicas. Por exempÌo, Luís XIV o Rei-Sol,
tematicamente similar. O mais antigo mapa esteìar de costumava ordenar que os pintores o associassem a
que se tem notícia, a Carta de Dunhuang, foi desco- Apolo utilizando a iconografla típica dessa divindade:
berto na antiga Rota da Seda, nas cavernas de Mogao, a coroa de louros, o Sol, uma carruagem dourada etc.
e data de cerca do ano 700. O panteão descrito no Com isso, o povo compreendia que seu reinado tam-
mapa deriva do sistema de crenças chinês, mas o con- bém promovia virtudes apolíneas como a música, a
ceito fundamentaÌ é o mesmo das cartas ocidentais: filosofia e a cultura.
lá fora, no espaço, existe um outro mundo no qual Portanto, não era raro que os mapas do século
podemos imprimir os nossos sonhos. XVIII (ou antes) possuíssem rico conteúdo alegóri-
Outro tipo de mapa antigo de terras imaginárias co, geralmente inserido em cartelas elaboradas que
é o aÌegórico de temática reÌigiosa. Tratamos um pou- podiam ser Ìidas com a mesma facilidade do próprio
co dele nos volumes anteriores, apresentando alguns mapa, transmitindo ao leitor a mensagem e as inten-
exemplos, como o Mappa Mundi de Hereford, no vo- ções do cartógrafo tanto em relação à carta quanto
lume 1. Examinando brevemente essa carta de novo, em reÌação à sociedade como um todo. E não demo-

4 NliLpas clos Itrutttltts irttagirtários


rou muito para que os editores começassem a produ- za, o homicídio e outros horrores pode chegar à terra
zir cartas e mapas puramente alegóricos. com o nome harmonioso de Abnegação, onde encon-
Neste voÌume apresentamos dois desses exem- trará regiões aprazíveis como DiÌigência, Prosperidade
pÌos: o primeiro é a Accurata Utopiae Tabula, de 1694, e Alegria, entre outras.
e o segundo, a Carte de I'lsle de la Félicité, de 1743. O tema geraì, comum em muitos desses mapas, é
Nenhum deles tem uma temática nem um conteúdo a analogia entre a vida e a grande viagem cujo destino
particularmente religioso, mas ambos se originam na é uma espécie de paraíso, seja no mundo físico, no
tradição da iconografia alegórica bíblica. A Accura- espirituaÌ ou no além. Ao longo da jornada, o viajante
tct Utopiüe Tabula, de Homann, Ionge da concepçào deve enfrentar inúmeros perigos e evitar as tentações
atual da Utopia, mostra uma terra de depravação e que poderiam afastá-lo do caminho. Em quase todos
r'Ício, a SchlaraffenÌand alemã, Ìiteralmente o "Paraíso os exemplos existe um forte componente moral, até
cÌos Loucos". Aqui são apresentados todos os tipos de mesmo virtuoso - uma visão que, aos nossos olhos,
e\cessos, enquanto o verdadeiro paraíso espiritual, parece um pouco estreita e Ìimitada, baseada, como é,
inacessível aos loucos e situado aÌém de uma assusta- no pressuposto de que uma única definição de "bom"
dora cadeìa de montanhas, permanece Terra lncognita e "certo" pode se apÌicar a todas as coisas.
lTerra Desconhecidal. No início do século XX, começou a surgir uma vi-
A Carte de I'lsle de la Félicité traz outra mensa- são diferente e mais nuançada de "bem". A Primeira
gem. Trata-se do produto de uma sociedade secreta Guerra Mundial não destruíra apenas os campos da
de tipo maçônico, a Ordre de ìa Félicité, que, ao que Europa, mas também derrubara barreiras sociais,
tudo indica, parece se dedicar ao prazer. O mapa re- morais e poÌíticas. A diferença entre certo e errado,
flete o propósito da sociedade: devemos navegar por bem e mal, já não era tão nítida. Como consequên-
diversos portos - como os da riqueza, da beÌeza e da cia dessa mudança, surge um novo tipo de mapa, o
virtude - antes de chegar ao castelo fortificado da feli- da fantasia. ProvaveÌmente o primeiro exemplo é An
cidade perfeita. A carta procura explicar aos iniciados Anciente Mappe of Fairy Land, de Bernard SÌeigh, pu-
o percurso através do qual os valores da Ordem são blicado em 191B.
encarnados. Para compilar um mapa fantástico, Sleigh recorre
Variações desse tipo de mapa predominaram até aos contos de fadas alemães e ingleses, à mitologia
o final do século XIX, quando foram adaptadas para greco-romana e à mitologia nórdica, aÌém de outras
promover e propagar movimentos sociais e políticos fontes. Ele não quer transmitir nenhuma lição de mo-
que iam do estímuìo à felicidade conjugaÌ ao direito ral, e o mapa não julga, deixando o mesmo espaço
de voto e à temperança. Essas representações, como para a luz e a sombra, como dois Ìados da mesma
no exempÌo do Temperance Map lMapa da Terra da moeda. O novo estilo cartográflco de Sleigh inspirou
Temperançal, de 1838, normalmente previam a pas- diversas obras de fantasia na cartografia, na arte e na
sagem por diversos reinos e oceanos assustadores. Ìiteratura, entre as quais, provaveÌmente, os mapas
Quem consegue superar a fome, a angústia, a pobre- ilustrados do sécuÌo XX. x

O Mundo pelos Mapas Antigos 5


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Parties íeptentrionalcs. OttfunrÍnsfuonstres
Ü firrestres
',: ,. * oÌÌì Íiequência chamado de "Monstros de Münster", esse bestiário de
Sebastian Münster tem serpentes maririhas c outras criaturas aterrorizantes -
algumas inraginárias, algumas reais - e foi incluído na Cosrnographia de 1545.
A maioria dos animais tem origem em uÌrì mapa da Hscandinávia con-
cebido por OÌaus Magnus. Embora os Ìlìonstros de Münster possam parecer, à
primeira vista, rnitcllógicos e assustadores, muitos se baseiam tnais ou menos
em descrições fiéis de criaturas encontradas por marinheiros e baÌeeiros escan-
dinavos. Er-rtrc os animais mais identificávcis estão diversos tipos de baÌeia com
seus respiradouros, ao menos duas gigantescas Ìagostas, Luna serpente marinÌra
(provavelmeÌlte Lun pehe-remcl), uÌrìa orca (no centro) e algo que poderia muito
bern ser uma rÌìorsa. Naturalmente, também existetn monstros marinhos flctí-
cios, entre os quais um ar-rimal com cara de porccl, aparentemente avistado por
marinheiros em 1537, e o buÍaÌo marinho, criatura metade touro e metade peixe.
Embora tenha havido müta discussão a respeito das criaturas marinhas
de Münstet deve-se observar que o mapa também apresenta animais terrestres,
a maior parte deles muito rnais reaÌista. Entre estes estão renas, castores, ntar-
tas, ursos, um carcaju, serpentes e o que taÌvez fosse um grande felino. Na parte
inferior esquerda aparece uma árvore cheia de "pássaros-pato", espécie estra-
nha de ave que, segturdo Münster, "crescc em árvores", mas que, na sua época,
não era avistada havia cerca de quatrocentos anos.
Embcrra não seja um mapa propriamente dito, Münster incÌuiu esse catá-
Ìogo de animais na obra Cosmographia para representar o tnrndo naturaÌ. Em
razão do grande número de mapas que eÌa contém, hoje podemos considerar
que um Livro corno Covnographlo é um atÌas, embora seja mais precisamente
uma tentativa de descrever - como o títuÌo sugere - o cosmo inteiro. Reúne des-
crições da flora e da fauna, observações geoÌógicas e astronômicas, notas histó-
ricas e cornentários culturais (alguns diriam até antropoÌógicos).

Caltóglafo
Sebustiun fuliinster (1488-1552) Jòi proJessor de hebroico rm (húuersidade de Basileia, Suíça.
Fez un apeb a todas as tnrnroúdades acadêrnicas dcr Alenrutha pedindo inforntaçòes
cartogr(rf.cas cnquanto proda:icr a Cosmograpl"ria, e a precisão e a abrangência da obra não
tíueram precedentt's. O lfuro uendetL bent: teue 24 edições e.lbi reitnpresso por quase ceìn anos,
$S1s a ô *scrr, graÇas, em grande ntedída, às elaboradcts tilograau'as, Jèitas por díuersos artistas. A maior
parte da oLtra de MiinsterJòi publicada pektsflhos. O cartógrafo tnorrenìto Suíça ent 1552.
I

fufunluttTítn eí-%en
títuÌo desse mapa pubiicado em Hanôver em 7607 pode
ser traduzido
aproximadamente por "um outro mundo, e ainda assim
o mesmo". EÌe foi
desenhado para ilustrar o Ìivro distópico Mund,us
alter et id,em siue Terra
Australis antehac scmper incognita, do reÌigioso ingÌês Joseph
Har. Nessa
obra, um ingênuo jovem, Mercurius Britannicus, ávicìo por
aventuras, em-
barca numa viagem de descoberta para um continente
desconhecido no extre_
mo sul, além dos limites do mundo conhecido. Viajando no
navio l.-antasia,
Britannicus desembarca na Terra AustraÌis, o mítico continente
meridionar,
e percebe que está perdido e abandonado entre a popuÌação
moraÌmente
corrupta daqueÌa região distante.
HaÌl usa o hipotético continente meridionaÌ de Terra AustraÌis, jamais
descoberto, como cenário para sua crítica moral e reÌigiosa.
situada na peri-
feria da naior parte dos mapas contemporâneos, a Terra
Australis aparece
aqui no centro do paÌco, ocupando quase metade da página
e exibindo rios
imensos, florestas densas e montanhas assustadoras.
Está dividida em ter_
ritórios habitados por povos terríveis, entre os quais Lavernia (a
terra dos
Ìadrões), Pamphagonia (a terra dos gÌutões), Ivronia (a
pátria dos bêbados) e
Viraginia (o país das muÌheres petuÌantes).
Mundus arter et idem é uma obra de grande importância histórica.
Tendo surgido mais de cem anos antes das viagens
considerada a primeira parábola moraÌ a juntar uma
de Guiliuer, de swift, é
terra imaginária _ a da
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geografia satírica - a uma geografia concreta
e conhecida. censurado na
IngÌaterra pelos puritanos, o Ìivro tornou-se popurar
na Europa continental,
-{ -rzlr cr.4_
sendo editado várias vezes até meados da década
de 1660. HaÌÌ sabia, certa_ ,amla ctteii
mente, que sua obra provocaria a ira daqueÌes que
LDita /! u:
eÌe criticava; portanto,
pubÌicou-a com o pseudônimo de Mercurius Britannicus,
o herór da história.
Foi só em 1674 que o inglês Thomas Hyde, um orientarista
acadêmico, atri_
buiu de maneira inquestionáveÌ a obra a Hall.
'-. odI ( ìn

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t.' 7.c'Lautrnn'

Cartógrafo
Joseph Hall (rsz4-r6s6)foi um crérigo d.e arto posiçao, satitista, morarista e deuoto
feruoroso gue atrrctt na lnglaterra d.urante o fi.rnl d0 século xw e a pri.meira nrctade
do xwl.
É chamadofrequelltetnente d.e "sêneca ingtês", por
suo a.d.esão aos princípios do estoicismo.
Natural de Bristort; park, compretou os estudos d.e teorogia no
Dntrnanuer coilege, em
cambridqe. Em I62z,.foí nomeado bispo de Exeter e,
ma.is tarcle, bÌspo de Norwich.

8 Mapas dos mundos imaginários


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Corlesid de P. .1. Mode Collection of Persuasiue Cartooraphll


10 Ì\,lapas clos ntunclos interginiirios
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: Ìaborado e fantasioso, esse mapa de 1680, de


Frederik De Wit, mostra um dupÌo hemisfério celeste.
Nuvens escuras aflorarn em torno da faixa do títuÌo e seis
diagramas astronômicos circundam a carta prir"rcipaÌ. As
outras esferas representam as fases da Lua en relação
ao SoÌ, a rotação da Lua em torno da Terra e os sistemas
copernicano e ÌlluÌoma ico.
No mapa principal, cada hemisfério está represen-
tado com uma projeção estereográflca polar e centrado
no polo elíptico. Os desenhos ao redor das estrelas iÌus-
tram mais cÌaramente as consteÌações, com ênfase nos
signos zodiacais. Algumas das consteÌações secundárias
são pouco comuns e podem ter origem nas cartas ceÌestes
do holandês Joan Blaeu, de 1658.
Esse mapa não foi incÌuído oficiaÌmente ern nenhum
dos atÌas cÌássicos da época, mas às vezes era anexado ao
Atlas Nouueau, do francês NicoÌas Sanson, e ao Atlas Ma-
jor, do hoÌandês Huych AlÌard.

Cartógrafo
Frerlerik De Wit (1629-1706) foi unt graraclor e cartógro.fo
al.uaìtte no Antsterclã cla ldade de Ouro Llolanclesa. En 1689,
.fiti-lhe outorgado o priuilégí.o, u.nto espécie de direito autoral
printiliuo. DepoÌs que ele morreu, a t.,itit:o leiloou seus mapas
e chapas de intpressão; estas últintas, adclttiridas por
l)ietr Morti.er, serliran de pottto de partida pala a enlpresa
Couens & Mortier, que se tornott uma das ntctiores edítoro.s
holotrtlt'sas de rrtopns rto srctrlo XVlll

O Mundo peÌos Mapas Ar.rtigos 11


-Zccurata Uryiae
fróula
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t-
Ë-r
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-â."-*ssa representação de Utopia, de 1.694, é o exem-
plo mais signiÍìcativo de mapa literário publicado na
AÌemanha no sécuÌo XVII. A peça foi encomendada a
Johann Baptist Homann peÌo negociante de arte e editor
Daniel Funck, baseando-se numa obra musical satírica
do sécuÌo XVI assinada por Hans Sachs, mestre cantor
de Nuremberg. Embora insólita, a visão lembra a da Co-
canha, o mitológico país mencionado em diversas fontes
durante a ldade Média.
A Terra Santa aparece na parte superior do mapa
e é designada como "lncognita". Na parte inferior, a re-
gião mais familiar de "Das HoÌlische Reich", ou "Reino
do Inferno", reúne Ìugares como "Beeìzebub", "Satan" e
"Lucifer", de fácil acesso. O restante do mapa de Utopia é
definido por todos os vícios e vulgaridades humanas, da
avareza e da embriaguez ao homicídio e à preguiça. No
total, são cerca de 1.700 nomes de lugares. cuja maior
parte corresponde a pecados e defeitos humanos.
Essa Utopia é conhecida também como Schlaraffen-
Ìand, paÌavra alemã que pode ser traduzida livremente
por "Paraíso dos Loucos".

-f,)
'"lo :

Cartógrafo
Johann Baptist Homann (1664-1724) Jòí um prolífico editor de
mapas alemdo baseado em Nuremberg. Construiu próspero ünpérict
editorial uendendo mapas por preços mais módicos que os dos
congêneres fronceses e holandeses. Após sua morte, a etnpresa
continuou a publicar como Homann Heirs [Herdeiros de Homann].

12 Mapas dos mundos in.raginários


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Corl.esirr rla 1lìltliolcca clct I-lrtit,ersidade (;ornt'll, P. J. Mode Oollectiort of Persuosi.ue CartographU
.. T.rr.v.726.
SISTEME DE LA CIìEATION DU MONDE SUIVANT MOISE . z'?lanctu
çStttmt le /a Creafton
lufoonít
ividido em duas partes, esse mapa de 1.728 de Antoine Calmet baseia-
-se numa enigmática perspectiva religiosa-científica. Foi pubÌicado para ilustrar
o influente Dictionnaire Historique Critique, Chronologique, Géographique et
Littérdl de la Bible, de CaÌmet. Concentrada no hemisfério orientaì, a esfera
superior expõe uma teoria geofisica defendida por Francis Bacon, ironicamente
conhecido como o pai do método científico. Segundo essa hipótese, o globo era
uma grande esfera de água da qual Deus, durante a criação, fez surgir os con-
tinentes. Pensava-se que o peso dos continentes era tamanho que ele deslocou
a água do hemisfério Norte para o hemisfério Sul, submergindo assim quase
todas as terras montanhosas ao suÌ do equador.
A esfera inferior mostra uma visão pré-copernicana do cosmo, com a
Terra no centro do universo e as estreìas e a Lua girando em torno dela. 0
Sol é mostrado como um deus cuja luz divina aquece o planeta. Depois de
Copérnico, todos passaram a aceitar que era a Terra que girava em torno do
Sol,enãoocontrário.

e) C.,/

Cartógrafo
Antoíne Augustin Calmet (1672-1757) foí um monge beneditino francês e estudioso
da Bíblia. Sua abordagem acadêmica da pesquísa bíblica influenciou uma noua era da
eregese, concentrada na busca crítíca do significado. O papa Bento XIil conferiu-lhe
a dignídade epíscopal, mas ele, piedoso e humilde, recusou a honraria.

(,Ot.llÇAO FOLIIA O Mundo peÌos Mapas Antigos 15


a

Cane ít 13/t le |a-%/rcrte


esse insólito mapa alegórico de 1743, a IIha da Felicidade limita-se ao
sul com um mar tranquiÌo e ao norte com um mar tempestuoso. pintada com
aquarelas vivas e uma utiÌização maciça de Ìâminas de ouro, a obra-prima
foi realizada por uma organização secreta de tipo maçônico, a ordre de la
FéÌicité, que se destacava por estimular as iniciadas do sexo feminino. Em-
bora a existência da ordem esteja envolta em mistério, esse beÌíssimo mapa
alegórico oferece algumas pistas sobre a sua natureza e razão de ser.
o mapa se concentra no caminho que conduz ao castelo da Felicidade
Perfeita, e para entrar neìe é preciso superar uma série de desafios. Antes de
mais nada, o navio não pode se chocar com os Rochedos do capricho ou do
Pudor nem ficar preso nos Bancos deAreia da Tentação. É preciso encontrar
um desses portos seguros: Beleza, virtude, Gentileza, FeÌicidade e prosperi-
dade. Por flm, devem-se superar os perigos da terra flrme, entre os quais o
Caminho da Afetação e o Ìúgubre pântano dos prazeres.
ceias coÌetivas secretas e uma terminologia náutica codificada cons-
tituíam os alicerces da vida social da ordem. parece que as alusões sexuais
eram parte integrante dela, mas não está claro se orgias descontroladas fa-
ziam parte do dia a dia. um dicionário das palavras em código usadas peÌo
grupo foi criado por Jean-Pierre Moët, jornaÌista e membro da ordem. o
glossário contém uma série de termos que só podem ser interpretados como
ambíguos: seios (promontório), coxas (cabrestante), estômago (dique seco) e
até mesmo "levantar o vestido de uma mulher" (içar as veÌas). o que se sabe
é que havia uma cerimônia de iniciação obrigatória que incluía ,.veÌejar para
a IÌha da Felicidade e juntar-se finaÌmente ao grupo depois de superar uma
série de'dificuldades"'.

èr,
Cartógrafo
Johann Martinweis (1211-12s1) foi um artista, d,esenhista e grauad,or d.e sucesso que
desenuolueu suas atiuidades em Estrasburgo, na França,
fronteira com a Alemanha.

16 Mapas dos mundos imaginários


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ssercsplêndido mapa alegórico dc 1838, do reve-


rendo John Christian WiÌtberger, ilustra os desafios e as
recompenstÌs da abstir-rência do álcooÌ (ternperança). O
mapa Ìnostì'a un ntundo perigoso, cÌreio de tentações e
armadiÌÌ-ras, tnas tatnbóm de gratificações. Na parte in-
ferior enct-tt-ttra-se o País da Embriaguez, onde as regiões
de FaÌsa Esperança, Falso Prazer e Indifcrença Total,
entre outras, gravitattt ao redor de corpos de água sinis-
tros como o Lago de Vinho e o Lago de Cervcja. Ao norte,
depois do Mar da Tenrperança, ou do Grande GoÌÍb da
Desgraça, fïca o Paraíso da Abnegação' onde se poclem
encontrar as iÌhas da Longevidade, da Boa Reputação e
da Alegria.
Étl!. Esse t.ttapa de grandes dituensões, coÌno outros
iguais a oÌe, foi concebido como auxiÌiar visuaÌ didático
rí3 dv para divertir e eclucar. Essas peças nortuaÌuente et'am
É \Ì
: expostas na ruâ ou coladas furtivarnente nos bares, sa-
k'+: Ìões e outros ÌocaÌs de venda de bebida, na esperança de
atrair a atençtão clos recalcitrantes para os caminhos da
.,4
\4 ahstinência.

CartógraÍb
)
John ChristittnWiltberger Jr (1766 1851) Joi um ntirtístro
l- e nüssiortario 16s1s-ç1771sricano, (IliL'ista d.a tentperança,

e s | 0b e I e c id o na Fi la cl é lJia.

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:'. úlicado em 1918, esse Ìnapa de Bernard SÌeigh às sereias se aquecendo na praia, há muitos lugares pa-
apresenta um mundo dividido entre ìuz e sombra, oÌlde ra repousar â mente e recordar as sensações experimen-
campos verdejantes e praias ensoÌaradas estão a poucos tadas na juventude.
passos de sepulturas antigas e mares revoltos. Oferecen- O mapa foi concebido no ano em que terminou a
do vasto repertório de personagens da mitoÌogia grega, Primeira Guerra MundiaÌ, a Grande Guerra europeia que
das lendas populares e da Ìiteratura europeias, a carta provocou terríveis perdas em todo o continente. Talvez
apresenta uma visão panorâmica de um Antigo Reino das tenha ajudado a aÌiviar parte da inevitáveÌ e ansiosa sau-
Fadas: veÌejando pelo Mares dos Sonhos ou percorrendo dade dos confortos tranquilos da infância.
o arco-íris até o fim, deÌícias incrívcis esperam por nós.
Um paraíso inspirado em Tolkien, LanceÌot, Cinde-
rela, Peter Pan, o Gato de Botas, Peter Piper, João e Ma-
ria, eÌfos e dragões: tudo isso pode ser encontradcl em Cartógrafo
meio a essas montanhas e vales. O visitante pode nadar Bernard Sleigh (1872-1954) foi un ilustrador e muralistu
na Lagoa da Paz, visitar o túmuÌo do rei Artur ou ver brítârtico. Estudou rn Bírmingharn School of Art e foi ínfluenciado

Andrômeda ser saÌva por Perseu. Siga a linha verme- pekt ntouünento Arts & Crafts. l')mbora tenha publicado udrios
outros mapãs d.e diuersas regiões da Inglaterra, essa
lha para viajar do "mundo tal como é" para o Ìugar "que é

a sua obra ma.ís conhecída.


nunca foi e sempre será". Do Porto da l'erra dos Sonhos

O Mundo pelos N,lapas Antigos 21


Cont quase 2 metros de cotnpríntertto, essa peça ettraordindria
perntíte arlntÌrent detalhes Jarúasticos de unt napa üúdito
qtLe se

do Reino das Fadas, rrc qual lendas cltissícas europeías se misturant


à nitología grega. Ertcotttranrcs o Jardirn de Proserpína, Dernéter, o
ilha de Cit'ce, Perseu saluando Andrônteda, os Argonautas e a Rainha
da Neue, só para citar alguts dos detalhes presentes na ünagern.
E oparecem, ainda, a casa de Peter Pun, a saga do reí Artm'- de
Etcalibtn'a LanceloL e Perciual - e o Porto da Terra dos Sonhos.
Urna legenda no cdnto superior dü'eíto do mapa troz sírnbolos
indicando tntaJonte dos desejos, ton tesouro dos anões, urn tentplo
dos elfus, tun santudrío de ladas e una hospedaria de aldeia.

22 Mapas dos mundos imagir.rários


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"L ubhcado em 1930, esse mapa representa a tentativa de Jaro Hess de
contextuaÌizar o universo das canções infantis inglesas e americanas num
pÌano cartográfico. EstiÌisticamente, assemeÌha-se a An Anciente Mappe oÍ
Fairy Land, Newly Discouered and Set Forth, de Bernard Sleigh, pubÌicado
doze anos antes, em 1918. Enquanto Sieigh se baseia nas Ìendas britânicas e

na mitologia europeia para criar uma reaÌidade alternativa tolkieniana, Hess


recorre ao universo ainda mais infantiÌ, alegre e divertido das canções para
crianças. A colina de Jack e Jill, a toca de Pedro, o Coelho, o casteÌo do veÌho
Rei Coìa e o pé de feijão de João subindo em direção ao céu são aÌguns dos
Ìocais identiflcados. Entre os personagens estão CindereÌa, a Bela Adorme-
cida, João e Maria, o Mágico de Oz, Rip Van WinkÌe, o MaraviÌhoso Pássaro
Moo-Moo e Peter Pan. De maneira geral, o mapa de Hess é muito mais alegre
e divertido, sem os eÌementos mais sombrios visíveis na obra de Sleigh.
Hess desenhou a peça quando morava em Grand Rapids, Michigan.
Produzido originalmente para a Exposição UniversaÌ de Chicago de 1933,
trata-se da única obra de sua autoria que obteve reconhecimento universal.
Foi bem recebida, mas criticada peÌa incÌusão potenciaÌmente antissemita
do Judeu Errante, um personagem mítico imortaÌ condenado na antiguidade
bíblica a vagar eternamente peÌo mundo. A edição seguinte retirou as refe-
rências a ele, chamando-o simplesmente de "O viaiante".

Cartógrafo
Jaro Hess (1889-1977), nascido em Praga coìn o notne de Jaroslau Hess, estudou
engenharia metalúrgica na Uniuersidade de Praga, ingressando, logo depois, na
Legião Estrangeira Francesa, na Argélia. Depois de ernigrar para os Estados Unidos
em 1910, mudou-se para Pittsburgh para trabalhar em usinas ntetalúrgicas, e depois
experirnentou dÌuersas outras funções em todo o Meio-Oesle, cotno as de quírnico,
grauador, horticultor e operdrio metalúrgíco. Acaltou se.fixando em Grand Rapíds,
Michígan, e durante as décadas de 1930 e 1940 se Jirmou coìno artista, tornando-se
conhecido pelas histórias fantdstícas de temdtica sobrenatural.

24 Mapas dos mundos irnaginários


O N4undo p(ìlos \'lapáìs Ârrtigos
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Ìl('Lr. clu€ì s(,ÌliÌriÌ a lì'ssiÍlia cla \lat'ecÌônia. Iìrii ali c1r-rcArÌster-r. fiÌho cle.\poÌo c
(.irene. ltcrst'gtrlu I:ur'ÍcÌjcc a1é a Ììlort(,. l..r'a nt'sse raÌe quc os antigos grcgos
colhiartt os Ìoutos ÌlariÌ ('orotìr os r t.rìt'r'tloft's tlris -logtis Pítir:os.
\ iltlttglttt ÌÌlostriì Ltnr raìr'rllclr'.jantr'('orliìrlo Ìlor LlÌl rio clr'ágnas
rápiclits. o Ì'r,ÌllLÌ. Ìaclr,ercÌo cÌr'loLrllit'rrs r'clur,clt,stigua Ì.ìo Ìllat Egcr-r..\Ìguns
gf('gos rt,itliziln sat'r'it'ir'i,rs Ìliìs Ìlìarg('Ìts tÌo li,r. r'ììt{Lliuì1() i)lttr{}s sc clivertetl
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lticlos tÌo OÌintltr). (,Ìì('irÌlit(Ì, rs Ì)( )Ì' uÌlì altal dt'rÌicacÌo a Zt'rrs.
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irii'r l cÌr'ssl nrrtlta stìo t,straÍclos cÌas oll'as clos grancies Ì-Ìl€'stfes
gicos tÌt'ssit l
Orídio..\tlttltt. I'ÌÍnir,. ilt,r'ricloto c l:ìiauo. O-lÌ'nt1tt'cÌcscritr.i acllri ó ntítico.
llltts o \'alI iÌr''l r'rttltr'rl t'r'iìÌ: trata-s('clI unta gargaÌìta 1rroÍirncla escavacla pe-
lrrt'Ìl silttitiiir rtlL iLÌLtitì-l't's:iiliit. ('Ììtf('os ÌlìoÌÌtes Olimlto e Ossa. Na ntitoÌogia
llorlttca.'l'r'rll1r,'ì,)Ì'ÌÌorÌ-si,,,arclLrtl1ip0 c[t'un] VaÌe cÌe ertra0rcÌinária bcÌeza e
t'Ìinra irgr-irr Ìiir',r
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ltultÌicrLrlo r.ro l)urcrgort 7-hecttrí, do cartógrafo holar-rdês
\lrltrÌrtrnr ortt'liLrs. unr irpi'nclit'r, r'lássico dc scu grande aÍlas Theotrunt orbis
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r rct r tt tt t.,,.r "'l liiÌr'o clo \ ILtnclo".

(ìaltóglaÍb
lhruhurtr Orlt'lius I l.i2;- Lj(),\).Íoi turt cartór1ra.fò holandês ínlhrente ent Anttterpin
t'\ÌÌÌstt't,r'. ti,.lìtrtrlo sr;r'rr1o.\'l 7..llribrti saaeleaproclução doTÌreatrumOrbis
Ì,'Ì'Ì'iÌÌ'tìÌìì. , t,Ìtsiílt'ra(lo o prirttciro allcts rttoclento do rtturtdo. Morlo ent l de.ittlho de
,l .rru,, -4^oruç pre,rTto q*,!-u,dop,l*í, Ì.it).:. ()r'lr'lìts.lrti crtlL'rrulo rtu .\baclia l)rt'ntottstrelen.sc dc 51. Michcl, ent Anluërpìct,
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/ .\'í,i 1 l1r ertt silúrtcÌo. sertt crcrtscrç'ões. tttttllter ou.Íìlhos")

O \lunclo ltclos \lapus.\ntigos


CÌ auto,

EVIN J. BROWN é proprietário da Geographicus Rare mano, atravessando a França e a Espanha, e abrindo mão de
Antique Maps (www.geographicus.com), que revende mapas todos os confortos e transportes modernos durante vários me-
raros de todos os períodos e valores. Estudou no Bennington ses. Também estudou as técnicas antigas de xilografia, impres-
ColÌege, em Vermont (EUA), onde se graduou em "Peregrina- são e desenho. Embora saiba que essas aventuras e pesquisas
ção". Defende que o ensino universitário se baseie no "aprendi- não vão transformá-lo em um especiaÌista em sobrevivência na
zado prático", e trouxe essa Íìlosofia para o comércio de mapas. selva, um mercador medieval ou um perito em água-forte, Kevin
Aborda o estudo da cartografia antiga de um ponto de vista acredita que, ao vivenciar em um níveÌ pessoaì multifacetado os
prático, completando o conhecimento histórico e o estudo das desafìos coÌocados aos antigos agrimensores, cartógrafos e via-
fontes primárias com experiências arrojadas. Por exemplo, pa- jantes, eÌe aumenta sua capacidade de avaÌiar e entender os
ra compreender melhor a aventura dos antigos viajantes e car- mapas antigos que negocia. Nas horas vagas, gosta de passear
tógrafos na Amazônia, Kevin passou um mês embrenhado com com seu cachorro, brincar com seu pássaro e estudar ninjutsu.
guias indígenas nas principais florestas tropicais do pÌanalto Também tem uma sociedade para importar mescalina artesanal
das Guianas, aprendendo técnicas tradicionais de sobrevivência do México, além de se divertir com o meticuloso trabalho de res-
na seÌva. Para reviver a experiência dos mercadores europeus tauração do sobrado histórico que possui em Bedford-Stuyve-
de sécuìos passados, percorreu a pé o antigo sistema viário ro- sant, no Brooklvn, em Nova York.

/TS*lecÍmeníos
Gostaria de estender meu agradecimento e reconhecer o apoio da- Também gostaríamos de agradecer a P. J. Mode, um coÌe-
queÌes que ajudaram a tornar este liwo reaìidade. Em primeiro lu- cionador de mapas visionário cuja magníÍica coleção de "Ma-
gar, Laura Accomazzo, a editora, cuja criatividade conduziu este pas Persuasivos" é motivo de inspiração e que também ajudou
projeto desde o primeiro dia, e que teve uma paciência infinita en- generosamente este projeto ao permitir que usássemos várias
quanto eu reunia os textos e as imagens. Também gostaria de das suas imagens cartográfìcas digitaÌizadas. P. J. doou sua co-
agladecer a Kim Hottenstein, meu colega de graduação em Ben- Ìeção para a Universidade Cornell, que digitaÌizou muitos de
nington, que fez o copidesque do texto e discutiu comigo mútas seus mapas.
das ideias por e-maiì. Gostaria igualmente de estender minha gra- Por úÌtimo, mas de maneira nenhuma menos importante,
tidão ao meu sócio Spencer Hunt, com quem troquei ideias na eta- gostaria de estender os agradecimentos aos meus bondosos e
pa finaÌ do projeto. Esta obra não teria sido possível sem o apoio generosos pais, WiÌÌard e CaroÌ Brown. E também ao meu in-
dos meus amigos negociantes de mapas raros Michael BuehÌer, da teÌigente parceiro de vida, Yuan Ji, cuja pÌumagem briÌhante
Boston Rare Maps, Barry Ruderman, da Barry Ruderman Rare sempre me deixa aÌegre.
Maps, e Sebastian Hidalgo Sola, da H. S. Books, que gentiÌrnente E, flnalmente, ao meu meÌhor amigo, meu cachorro Shumi,
autorizaram o uso de imagens de mapas de suas coleções. que conserva a sua autenticidade.
I

Terras míticas habitadas por criaturas fabulosas são indissociáveis da imaginação


humana, que nelas projeta suas piores e suas melhores qualidades.Vários desses
territórios foram mapeados com o intuito de criticar religiosa e moraÌmente a
sociedade - um mapa de 1838, por exemplo, esclarecia que, ao norte do País da
Embriaguez e do Lago doVinho, havia as ilhas da Boa Reputação e daAlegria.
No século XX, com a quebra de mútas barreiras sociais e morais, o objetivo
dos mapas já não é conduzir os üajantes à redenção do úcio e do pecado, e
sim levá-los ao reino da fantasia, onde convivem personagens como Perseu e
Andrômeda, Cinderela, o ReiArtur, Peter Pan e a Rainha da Neve.

TÍTU LoS DA CoLEçÃo


O nascimento da cartografia o A descoberta da América no mapa . Os franceses
enriquecem os mapas . O mundo visto do Oriente - China, Japão e Coreia
o A cartogpafia e as novas ciências da Terra . Os mapas como arma poÌítica

'"'.ï.'i#ï,i:'ffi lH',ll"ffi:;iH:i,ïïJ:"1ï"'ï;ï;;.'"'
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FOTHADE S.PAUIO

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