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Discentes:
André Antão – 19556
Carlos Belchior – 19754
Cristina Martinho – 10480
Docente:
Prof. Dr. Gastão José Madeira de Jesus Marques
Junho de 2020
Lista de Siglas
Índice Geral
Introdução ............................................................................................................................ 1
1.7. Internacionalização................................................................................................................. 37
Conclusões ........................................................................................................................ 51
Bibliografia ......................................................................................................................... 53
Webgrafia ........................................................................................................................... 54
Estratégia da Guarda Nacional Republicana
Índice de Figuras
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Estratégia da Guarda Nacional Republicana
Introdução
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Forças Armadas
A Guarda constitui-se assim como uma Instituição charneira, entre as Forças Armadas
e as Forças Policiais e Serviços de Segurança.
Consequentemente, a GNR mostra ser uma força bastante apta a cobrir em
permanência, todo o espectro da conflitualidade em quaisquer das modalidades de
intervenção das Forças Nacionais, nas diversas situações que se lhe possam deparar, desde
o tempo de paz e de normalidade institucional ao de guerra, passando pelas situações de
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Fonte: https://www.gnr.pt/MVC_GNR/Home/QuemSomos
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crise, quer a nível interno (como foi o recente caso do estado de emergência, decorrente da
doença Covid 19), quer no externo (como foram os casos de Timor e do Iraque).
Em situação de normalidade, a Guarda executa fundamentalmente as típicas missões
policiais. Tem ainda por incumbência, no âmbito dos sistemas nacionais de segurança e
proteção, assegurar a legalidade democrática, garantir a segurança interna e os direitos dos
cidadãos, mas não só. Decorre da sua missão, a atribuição de missões militares no âmbito da
defesa nacional, em cooperação com as Forças Armadas e é aqui que reside a grande
diferença para com as Polícias.
Em situações de estado de emergência ou de sítio, devido à sua natureza, organização
e à formação dos seus militares, apresenta-se como a força mais indicada para atuar em
situações problemáticas e de transição entre as Polícias e as Forças Armadas.
Já em caso de guerra, pela sua natureza militar e pelo dispositivo de quadrícula, que
ocupa todo o território nacional, pode, isoladamente ou em complemento, desempenhar um
leque muito alargado de missões das Forças Armadas.
De igual forma, pode cobrir todo o espectro de missões no âmbito das denominadas OOTW
“Operations Other Than War” (Operações para além da Guerra), desde a fase de imposição
à de manutenção, em complemento das Forças Armadas, com principal relevância para as
fases pós-conflito, e ainda, as tarefas de polícia em substituição das polícias civis, nas fases
posteriores e antes de alcançada a segurança e a estabilidade suficientes para que aquelas
possam atuar.
1.1.2. Localização
A Guarda Nacional Republicana tem como zona de ação cerca de 97% do território
nacional, continental e regiões autónomas. O seu Comando-geral (sede institucional), situa-
se em Lisboa, no Largo do Carmo. Cumpre a sua missão ao longo do país, sendo os
Comandos Territoriais, articulados em Comando, Serviços e em Destacamentos e Postos
Territoriais, as principais unidades e subunidades de interação direta com os cidadãos – o
cliente – chegando a cerca de 80% da população. A Lei n.º 63/2007, de 06 de novembro
estabelece a orgânica da Guarda e as suas atribuições, definindo a sua área de
responsabilidade. A sua intervenção é determinada por dois fatores principais, em função da
área territorial, ou em função da matéria em causa. No caso de atribuições cometidas
simultaneamente à Polícia de Segurança Pública, a área de responsabilidade da Guarda é
definida por portaria do ministro da tutela, nomeadamente pela Portaria nº 340-A/2007 de 30
de março.
A cada distrito administrativo, corresponde a existência de uma unidade territorial, ou
seja, por exemplo, ao distrito de Portalegre corresponde o Comando Territorial de Portalegre.
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Para além destas, existem outras estruturas de nível nacional, exercendo as suas atribuições
em matérias específicas, sendo Unidades especializadas, de representação e de intervenção
e reserva. Aqui se incluem a Unidade de Controlo Costeiro, a Unidade de Ação Fiscal, a
Unidade Nacional de Trânsito, a Unidade de Segurança e Honras de Estado, a Unidade de
Intervenção e o estabelecimento de ensino Escola da Guarda.
A Guarda pode prosseguir a sua missão fora do território nacional, desde que
legalmente mandatada para esse efeito.
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outubro de 1910, com a eclosão em Lisboa da revolução que pôs fim à monarquia e às
Guardas Municipais, consumando-se a república.
Sete dias depois de instaurada a república, foi decretada a criação das provisórias
Guardas Republicanas de Lisboa e do Porto, enquanto se preparava a organização da
Guarda Nacional Republicana, que foi formalmente criada a 3 de maio de 1911. O efetivo, a
missão, os quartéis, o armamento e equipamento das extintas Guardas Municipais foram
herdados pelas Guardas Republicanas e pela GNR, mantendo-se o Quartel do Carmo como
Comando-geral. O novo regime premiou os «Fundadores da República», promovendo-os e
colocando-os na GNR, que foi criada como corpo de elite e primeira guarda da polícia
organizada para todo o território nacional.
O autoritarismo iniciado na ditadura militar consolidou-se com o regime do Estado
Novo. O Estado Novo reprimiu e condicionou as liberdades individuais dos cidadãos, perante
a garantia de estabilidade das instituições assegurada pelo Exército e pela ação da censura
e da polícia política. A GNR, a Guarda Fiscal e as restantes forças de segurança também
integraram o aparelho repressivo do regime, tendo combatido os conflitos político-laborais.
A GNR foi sendo reforçada, alargando a sua missão à investigação criminal, à proteção
da natureza e do ambiente e ao apoio e socorro às populações. A queda do muro de Berlim
em 1989 e os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 de Nova Iorque e mais tarde
de Londres e Madrid criaram novos desafios à segurança numa escala global. Neste cenário,
a GNR passou a desempenhar missões humanitárias e de apoio à paz fora do território
nacional. A partir de 1992 participaram em missões internacionais cerca de 330 militares da
GNR como observadores e com outras funções de Estado-Maior em Angola, Bósnia-
Herzegovina, Costa do Marfim, Geórgia, Guiné-Bissau, Haiti, Iraque, Libéria, Macedónia,
Palestina, Kosovo, R. D. do Congo, Roménia, Sérvia, Timor-Leste e Itália. A partir do ano
2000 foram constituídos contingentes da GNR para os teatros de operações do Iraque,
Bósnia-Herzegovina, Timor Leste e Afeganistão, nos quais participaram cerca de 3.000
militares da GNR. A GNR integra desde 1996 a Associação FIEP, que inclui as forças de
segurança de natureza militar da Europa e Mediterrânio, designadamente de França, Itália,
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Espanha, Turquia, Holanda, Marrocos, Roménia e Jordânia (para além dos «membros
associados» das «Guardas» do Qatar, Argentina e Chile).
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1.1.5. Visão
A visão dos órgãos de chefia de topo, expressa aspirações institucionais futuras, encerra
em si uma finalidade objetiva e permite aos militares e civis da organização (os
colaboradores), que servem Portugal na Guarda, identificar os métodos e condutas a adotar
para que a resposta Institucional aos desafios, alcance o nível pretendido.
Assim, o Comandante-geral, na sua qualidade de dirigente máximo, elegeu como Visão
institucional o seguinte estágio:
Uma força próxima, humana e de confiança.
1.1.6. Missão
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1.1.7. Valores
Se por um lado é reconhecido que os recursos humanos constituem o ativo mais valioso
de qualquer organização, por outro, observando-se em paralelo os princípios de atuação e os
valores profundos, posicionais e relacionais que constituem a essência nuclear e permanente
da Instituição: ligando o presente ao passado e, simultaneamente, ao futuro, importa
reconhecer os valores que perspetivam o alinhamento com a Missão e a Visão estabelecidas.
Os valores institucionais representam as crenças e convicções dominantes,
constituindo-se como elementos motivadores para um esforço conjugado que representará
unidade e coerência na prossecução do serviço público, que é prestado aos clientes.
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essencial que se faça uma análise do meio envolvente. A abordagem ao meio envolvente da
empresa deve ser feito a dois níveis: o meio envolvente contextual ou macroambiente e o
meio envolvente transacional ou microambiente.
Optou-se aqui por uma abordagem do geral para o particular.
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1.2.2.1. Clientes
Critérios Genéricos
A atividade da Instituição está direcionada para o
Quem? natureza dos clientes cidadão-cliente, em todas as suas dimensões,
enquanto parte constituinte da sociedade.
É disponibilizado o bem segurança, nas suas diversas
O Quê? natureza dos produtos
vertentes, que assegurem o livre exercício de direitos,
/ bens disponibilizados
liberdades e garantias, constitucionalmente previstas.
Para Quem? natureza dos
cidadão-cliente e à sociedade, em geral.
utilizadores
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1.2.2.2. Concorrência
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1.2.2.3. Fornecedores
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1.2.2.4. Comunidade
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próprios. Mantém também permanente monitorização dos OCS e sua rede formal e informal
de recolha de informação relevante funciona, em todo o território nacional.
Procura, por outro lado, salvaguardar toda a informação relevante quanto às suas
atividades centrais. Aposta ainda em certificação de qualidade e procedimentos, para
reconhecimento interno e externo, e aquisição de vantagem competitiva. Nesta linha de ação
tem como pontos chave visibilidade, presença, competência e proximidade.
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Num sentido amplo, oferta é uma denominação genérica para indicar o que é
disponibilizado ao mercado, independente da sua natureza, sendo utilizada para substituir a
expressão "produto" ou "serviço" e também englobar os outros elementos que são objeto das
ações de marketing.
No contexto desta abordagem académica, consideramos a oferta da empresa Guarda,
como as atribuições ou competências que, legalmente, detém. Essas atribuições, que na
maioria das vezes se traduzem em missões a cumprir, são o seu core business, a sua
atividade suporte e são essas as áreas de visibilidade para o cidadão-cliente. Por vezes é
diretamente interessado no seu cumprimento e, outras vezes, não. De qualquer modo, a
Instituição tem de estar acima dos interesses de certos setores, ou segmentos de mercado,
colocando-lhes acima o interesse coletivo e do País.
Pelo referido a “oferta” da empresa Guarda, posiciona-se nas seguintes áreas:
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Zelar pelo cumprimento das leis e regulamentos relativos à viação terrestre e aos
transportes rodoviários, e promover e garantir a segurança rodoviária,
designadamente, através da fiscalização, do ordenamento e da disciplina do trânsito;
Garantir a execução dos atos administrativos emanados da autoridade competente
que visem impedir o incumprimento da lei ou a sua violação continuada;
Participar no controlo da entrada e saída de pessoas e bens no território nacional;
Proteger, socorrer e auxiliar os cidadãos e defender e preservar os bens que se
encontrem em situações de perigo, por causas provenientes da ação humana ou da
natureza;
Manter a vigilância e a proteção de pontos sensíveis, nomeadamente infraestruturas
rodoviárias, ferroviárias, aeroportuárias e portuárias, edifícios públicos e outras
instalações críticas;
Garantir a segurança nos espetáculos, incluindo os desportivos, e noutras atividades
de recreação e lazer, nos termos da lei;
Prevenir e detetar situações de tráfico e consumo de estupefacientes ou outras
substâncias proibidas, através da vigilância e do patrulhamento das zonas
referenciadas como locais de tráfico ou de consumo;
Participar na fiscalização do uso e transporte de armas, munições e substâncias
explosivas e equiparadas que não pertençam às demais forças e serviços de
segurança ou às Forças Armadas, sem prejuízo das competências atribuídas a
outras entidades;
Participar, nos termos da lei e dos compromissos decorrentes de acordos, tratados e
convenções internacionais, na execução da política externa, designadamente em
operações internacionais de gestão civil de crises, de paz e humanitárias, no âmbito
policial e de proteção civil, bem como em missões de cooperação policial
internacional e no âmbito da União Europeia e na representação do País em
organismos e instituições internacionais;
Contribuir para a formação e informação em matéria de segurança dos cidadãos;
Prosseguir as demais atribuições que lhe forem cometidas por lei.
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Entende-se por ciclo de vida de um produto, o conjunto de fases que o mesmo irá
percorrer ao longo da sua existência, sendo definidas cinco fases: desenvolvimento,
introdução, crescimento, maturidade e declínio. A sua análise ajuda a percecionar a posição
do produto no mercado, constituindo-se como ferramenta de tomada de decisão para os
gestores, apoiando as decisões de topo da organização, por exemplo em questões como se
se deve investir em publicidade, qual o preço a praticar ou se o produto deve ser retirado do
mercado.
No caso da Guarda, por ter um vasto leque de atividades, logo de mercados e
segmentos alvo, diferentes serviços disponibilizados à comunidade, encontram-se em
diferentes fases. Apresentam-se alguns exemplos, que se encontram nas diferentes fases do
ciclo.
A evolução tecnológica, a inovação e a velocidade da aquisição de novo conhecimento,
são fatores que também condicionam a segurança pública. Se por um lado são motor para o
bem-estar da sociedade e melhoria das condições de vida, são também utilizados como
ferramentas para os malfeitores fragilizarem gravemente o bem segurança do cidadão-cliente.
Nesta ótica, a Instituição identifica novas necessidades de segurança – novos mercados – e
intervém com a introdução de novos produtos. Refere-se aqui o investimento efetuado em
aquisição de meios tecnológicos avançados e formação específica a colaboradores afetos à
área técnica da investigação criminal, cuja especialização leva, no mínimo, seis meses. Foram
criados Núcleos Digitais Forenses, cujas capacidades residem em analisar toda a gama de
aparelhos eletrónicos (computadores, telemóveis, servidores…), e deles recolher toda a
informação armazenada, ainda que tenha sido apagada, para uso como meio de prova em
processos judiciais. O Comando de Portalegre é um dos poucos que tem este serviço em
implementação ou, se se preferir, em Introdução.
Podemos considerar como estando na fase de Crescimento, o serviço disponibilizado à
comunidade do distrito de Portalegre, pelo Grupo de Intervenção, Proteção e Socorro (GIPS)
no âmbito do combate aos incêndios. Tendo sido criado através do Decreto-lei nº 22/2006 de
02 de fevereiro, no seu preâmbulo se podia ler que “A criação do GIPS correspondeu a uma
necessidade há muito sentida de existência de um corpo nacional, no Estado, altamente
treinado e motivado e com grande capacidade de projeção para todo o território nacional, de
intervenção em operações de proteção civil.” (…), “A atividade desenvolvida pelo dispositivo
do GIPS, em prol da proteção e socorro caracteriza-se por níveis de desempenho excelentes
no exercício de competências técnicas específicas, assumindo uma importância de caráter
nacional, na garantia da proteção e socorro dos cidadãos.” Por estes motivos, foi a estrutura
do GIPS desenvolvida e aumentada (crescimento empresarial por expansão interna), levando
a que em dezembro de 2018 fosse criada a UEPS. Ao nível do distrito de Portalegre foram
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individualização do seu tratamento, facto que se pode refletir nos índices de rendibilidade da
empresa, com base na eventual diferenciação que se consiga obter.
O tipo de segmentação a implementar deve basear-se em alguns aspetos importantes,
como, por exemplo: consistência com os objetivos e capacidades da empresa; análise do tipo
de concorrência em causa; dimensão do segmento; rendibilidade potencial de cada segmento;
consistência com a imagem global da empresa.
A este nível, a Guarda efetua uma verdadeira segmentação dos seus mercados e
clientes alvo, criando produtos específicos para determinados grupos e áreas de intervenção
(de negócio). Abaixo apresentam-se alguns exemplos.
Em Casa
Na Rua
No Multibanco
Carjacking
Violência Doméstica
Prevenção Florestal
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1.7. Internacionalização
Muitas vezes as empresas optam por adotar uma estratégia de internacionalização, quer
seja para comercializar os seus bens ou produtos, ou para comprar matérias-primas e, ao
fazê-lo, estão basicamente a alargar mercados, na medida em que passam a desenvolver
atividades no estrangeiro, em muitos casos, enquanto permanecem também na sua atividade
no mercado doméstico.
Nesse sentido, é importante perceber que, ao adotar uma estratégia de
internacionalização, existe uma extensão das estratégias de produtos-mercados e de
integração para outros países, cujas culturas, logística, pessoas, entre outros fatores, são
distintos dos conhecidos no mercado doméstico e, por esse motivo, internacionalizar é,
também, aprender a fazer negócios num contexto diferente, e com custos e riscos associados.
Pese embora esta prática seja, muitas das vezes, entendida como de elevado risco, na
medida em que tudo é novo e, por isso, deve existir uma grande capacidade de adaptação
por parte das empresas, também a prática de internacionalizar pode levar a uma diminuição
substancial do risco, já que a entrada numa economia, ou várias, para além daquela onde a
empresa exerce a sua atividade, permite estar sujeito a diferentes ciclos económicos que, à
exceção de crises a nível mundial, possibilitam um equilíbrio da atividade.
Existem diversas formas de internacionalizar, no entanto, há critérios que qualquer
empresa deve ter em consideração. Para que uma determinada empresa seja competitiva no
exterior, deve ponderar apostar naquilo que é diferente (diferenciação) ou naquilo que é novo
(inovação), e deve, ainda, tentar complementar os seus produtos com um bom marketing, boa
logística, novos processos, tecnologias mais avançadas, etc., o que pode vezes não é fácil de
por em prática e, por esse motivo, deve ser estudado com critério.
No caso concreto da Guarda, no âmbito dos compromissos internacionais assumidos,
pretende manter uma postura proactiva no relacionamento e participação, enquanto membro
fundador de instituições como a FIEP, a força de gendarmerie europeia – EUROGENDFOR e
a agência FRONTEX. Mantém a disponibilidade para participação em operações de gestão
de crises, no quadro da EU, da ONU, da NATO e de outras organizações internacionais.
Destacam-se também as participações em outros fóruns internacionais, como sejam na
EUROPOL, CEPOL, INTERPOL OU AMERIPOL.
Nesta perspetiva a Guarda efetua, ou já efetuou, missões de diversa natureza no
estrangeiro, com forças constituídas ou elementos destacados – gestão de crises,
restabelecimento e manutenção de paz, observadores em zonas de conflito ou em eleições
locais, cooperação e ação policial, oficiais de ligação em embaixadas ou junto dos comandos
de forças congéneres, como formandos, ou formadores em áreas técnicas. São exemplo
países como Espanha, França, Inglaterra, Itália, Holanda, Malta, Grécia, EUA, Brasil, Chile,
Argentina, Haiti, Argélia, Líbia, Mauritânia, Marrocos, Angola, República Centro-africana,
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Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau Tunísia, Turquia,
Jordânia, Israel, Timor-Leste, Afeganistão, Roménia, Jugoslávia, Iraque, Bósnia-Herzegóvina,
Bulgária, Geórgia, Albânia ou Kosovo.
A cooperação direta com a Guardia Civil espanhola, continua a merecer uma atenção
especial, sobretudo pela sua importância no quadro da segurança das regiões fronteiriças e,
num âmbito mais geral, do próprio espaço ibérico. Realça-se aqui a atividade desenvolvida,
em permanência, nos Centros de Cooperação Policial e Aduaneira (CCPA), existentes em
vários pontos de fronteira entre Portugal e Espanha, onde se efetua cooperação no âmbito
policial operacional na faixa de fronteira e troca de informações policiais visando adquirir um
conhecimento mútuo da delinquência e criminalidade transfronteiriça. Um dos CCPA com
maior atividade do País, situa-se na fronteira do Caia – Elvas, no qual estão representadas
várias forças policiais de ambos países. O responsável pela coordenação das forças
portuguesas, é um Oficial do Comando de Portalegre.
Para além de ir ao estrangeiro disponibilizar os seus serviços, a Guarda vai também adquirir
“matéria-prima” específica, que não esteja disponível nos mercados nacionais. São exemplo
desta realidade algum tipo de armamento ou a aquisição de conhecimento inovador, em várias
áreas.
Figura 16 – Internacionalização
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1.8. Diversificação
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Produtos/Mercados
Desenvolvimento Interno
Integração Vertical
Internacionalização
Desenvolvimento Externo
Diversificação
Aquisições e fusões
Alianças estratégicas
Transações no mercado
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2.2. Da estratégia
Analisada que foi a empresa e os eixos estratégicos em que atua, é verificável que a
organização Guarda Nacional Republicana, detém uma estratégia deliberada, devidamente
construída e implementada, fazendo ainda o seu controlo, aferição e correção.
Para isto começou por definir linhas de orientação estratégicas, como ponto de partida.
Visando a prossecução do modelo prefigurado na missão e visão institucionais, norteados
pelos valores que caraterizam a Guarda, a cúpula da organização elegeu quatro linhas de
orientação estratégica, que visam a orientação do esforço coletivo da Instituição.
A definição deste horizonte visa garantir, através do alinhamento entre instrumentos
estratégicos e os demais instrumentos de gestão, a estabilidade das políticas e estratégias
organizacionais, bem como o compromisso dos diferentes níveis de Comando e Direção /
Gestão organizacional com as estratégias e objetivos organizacionais de médio prazo.
Constituem Linhas de Orientação Estratégica da Guarda;
São ainda tidos em conta como alicerces para a definição da estratégia, a integração de
todas as dimensões institucionais, fazendo-as convergir para os objetivos estratégicos
comuns, pretende-se uma unidade estratégica. Pretende-se também uma inteligência
estratégica, enquanto determinante na efetiva realização do potencial estratégico da Guarda,
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2.2.2. Estratégia
Com base nas linhas de orientação estratégica, foram definidos objetivos estratégicos
que materializam a estratégia que a Guarda pretende seguir, na ótica de quatro perspetivas:
valor para a sociedade / cidadão-cliente; processos internos; aprendizagem, desenvolvimento
e inovação; sustentação.
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19. Manter a formação dos Oficiais nas Instituições de Ensino Superiores Militares, com a
finalidade de dotar a Guarda com quadros altamente qualificados;
20. Dotar a Guarda com os meios necessários para a assunção, em pleno, das missões de
defesa nacional, através da interoperabilidade e cooperação com as forças armadas;
21. Otimizar, intensificar e qualificar a resposta operacional no âmbito da proteção da
natureza e ambiente, da proteção e socorro e da investigação criminal.
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A análise SWOT dá uma visão geral dos caminhos e objetivos que uma determinada
organização necessita definir para no futuro ser bem-sucedida e competitiva, bem como dos
riscos inerentes ao negócio da organização, a partir da fácil identificação dos seus pontos
fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças.
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Ausência de referências que enformem uma cultura forte de segurança e cidadania por
parte das populações;
Aumento do sentimento de descrença das populações nas instâncias de controlo formal;
Défice de pensamento estratégico estruturado e de continuidade, no âmbito da segurança
interna;
Atuação das FFSS sujeita a um forte escrutínio mediático;
Crescente competição institucional entre FFSS;
O core business consiste na atividade central de uma organização, ou seja, aquilo que
garante a sustentabilidade e sobrevivência da mesma.
Por tudo o que foi abordado durante o desenvolvimento do trabalho, evidencia-se que o
Core Business da Instituição, é a prestação de serviços de segurança à comunidade, nas
suas diferentes vertentes.
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Conclusões
Celebra-se no dia três de cada mês de maio, o Dia da Guarda, evocando o seu
aniversário de fundação. Comemora-se como forma de preservar a história e cultura
institucional e serve também, para dar público testemunho da sua atividade e capacidades.
Por regra é levado a efeito num locar emblemático, frente ao Mosteiro dos Jerónimos, em
Lisboa. Como forma de reconhecer alguns colaboradores que mais se destacaram na defesa
da causa pública e da segurança do cidadão-cliente, são atribuídos louvores e
condecorações.
É uso as altas figuras do Estado assistirem ao evento e intervirem enaltecendo a sua
ação. Este ano, devido à pandemia as atividades comemorativas foram minimalistas, ao nível
interno, mas também para o público se organizaram eventos no mundo digital. Aqui vieram
Sua Exª o Presidente da República, o Primeiro Ministro e o Ministro da Administração Interna,
elogiando, em nome próprio e dos cidadãos que representam, com os mais altos encómios a
Guarda e o seu papel essencial na segurança das populações. 2
É este o retorno desejado pela organização, a afirmação nacional como organização de
referência na sua área de atuação, reconhecida publicamente.
Uma das metas definidas nas linhas de orientação estratégica foi a de Portugal se afirmar no
contexto internacional como um dos países que garante mais e melhor segurança,
percecionado como destino seguro e espaço de eleição para a convivência social e o
desenvolvimento económico. A Guarda contribuiu para o alcance deste desígnio, sendo o
nosso, por segundo ano consecutivo, considerado o terceiro País mais seguro do mundo. 3
Como reconhecimento da relevância do trabalho efetuado localmente, quer a nível da
segurança provida ao cidadão, quer na cooperação internacional com forças congéneres, na
sequência da pandemia Covid19 e fecho de fronteiras a que obrigou, será feita a reabertura
das fronteiras, no próximo dia 01 de julho, numa das mais importantes fronteiras do País, a
do Caia – Elvas, no nosso distrito. O ato simbólico contará com a presença das mais altas
individualidades dos dois países, Sua Exª o Presidente da República e o Primeiro Ministro do
governo português e o Rei de Espanha e o Primeiro Ministro espanhol.
É, pois, se quisermos ter esta abordagem, um êxito empresarial, que faz prever a
continuidade saudável da organização.
Porque foram escolhidos os objetivos enunciados e não outros? Foram estes que se
consideraram como essenciais ao core business da organização, a segurança da sociedade,
no seu todo, e pelo que se apresenta, foi uma opção estratégica adequada. Assim, a
2 https://www.facebook.com/GuardaNacionalRepublicana/videos/1308631376194283/?v=1308631376194283&
3
https://sicnoticias.pt/pais/2020-06-11-Portugal-considerado-o-terceiro-pais-mais-seguro-do-mundo
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Bibliografia
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Webgrafia
Figura 1 - https://www.gnr.pt/missao.aspx
Figura 2 - https://www.gnr.pt
Figura 3 - https://www.gnr.pt
Figura 5 - https://www.jn.pt/justica/drones-tem-muitas-vantagens-mas-cuidado-com-abusos-
12119140.html
Figura 6 - https://www.gnr.pt
Figura 7 - https://www.facebook.com/GuardaNacionalRepublicana/posts/3012033328894366
Figura 10 - https://www.cmjornal.pt/sociedade/detalhe/sensibilizacao-chega-a-idosos-
isolados-em-albufeira
Figura 11 - https://www.noticiasaominuto.com/pais/1340040/nao-deixes-que-facam-de-ti-um-
saco-denuncia-apela-gnr
Figura 12 - https://www.noticiasaominuto.com/pais/1465804/ja-se-exercitou-hoje-faca-o-
sem-preguica-e-com-a-ajuda-da-gnr
Figura 14 - https://www.rtp.pt/noticias/pais/alunos-offline-gnr-obrigada-a-substituir-a-
internet_v1224424
Figura 17 - https://maisribatejo.pt/2020/04/12/covid-19-gnr-descontaminou-mais-de-1000-
ambulancias-e-de-30-instalacoes/
Figura 18 - https://www.gnr.pt
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