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HISTÓRIA DA ARQUITETURA LATINO-AMERICANA

CHILE

Ana Carolina Souza de Castro, Ana Paula Rebesco Zabala, Camila Moreira Santos, Nicolly Correa Vaz, Roberta Gomes de Souza, Tathiane Pâmella Nunes
Emílio Duhart
1917, CHILE - 2006, FRANÇA
Um dos arquitetos modernos e urbanistas mais
reconhecidos do país.

Trabalhou como assistente de Walter Gropius e de Le


Corbusier, com quem colaborou no planejamento da
cidade de Chandigarh, na Índia.

Embora Duhart tenha nascido em Temuco, passou a sua


infância na França. Regressou a Santiago e se formou
como arquiteto na Escola de Arquitetura da
Universidade Católica do Chile em 1941, tendo
prosseguido os seus estudos na Universidade de
Harvard (Mestrado em Arquitetura em 1942) e no
Institut d'Urbanisme Sorbonne (Mestrado em
Planejamento Urbano em 1952).
WALTER GROPIUS LE CORBUSIER
FUNDADOR DA BAUHAUS (1919)
CINCO PRINCÍPIOS ARQUITETÔNICOS:
A FORMA SEGUE A FUNÇÃO PILOTIS, PLANTA LIVRE, TERRAÇO JARDIM,
FACHADA LIVRE E JANELA FITA.
IDEAIS BÁSICOS DA ARQUITETURA MODERNISTA
O urbanismo de Duhart
Sua preocupação com as questões da cidade moderna já se dão durante o período de sua formação,
assim, Duhart atuou em uma série de projetos de desenvolvimento urbano e regional dentre
1958 e 1969, além do planejamento de complexos habitacionais, sendo o diretor do Instituto de
Planejamento, Urbanismo e Habitação da Universidade Católica do Chile.

Sua atuação no planejamento urbano foi consolidada principalmente a partir de três grandes
planos:
La Villa Presidente Río, Higueras, Talcahuano (1949-1951): cidade operária com cerca de 30
mil habitantes
Plano Regional da Grande Concepción (1951)
Projeto de Urbanização Achupallas, Viña del Mar (1953): projeto para 25 mil habitantes
“parece-me que a solução reside na organização das regiões
existentes, que estão bastante bem formuladas”
Ampliação do Campus da Universidade de
Concepción, 1957-1958

1951: projeto do arquiteto Karl H. Brunner


a partir das motivações do reitor Enrique Molina, o qual
possuía influência dos campus americanos.

1957: ampliação do Campus por Emilio Duhart


Mudança de reitoria, necessidade de adaptações e de uma
planificação futura.
Duhart trabalha a partir de um zoneamento do Campus,
promovendo o protagonismo do espaço público através
de grandes eixos de circulação.
Criação de centros de convergência que articulariam a
vida universitária: Foro Aberto, Centro Esportivo, etc.
Jardim del Este - Santiago/Chile
40 hectares
No caso dos conjuntos habitacionais, acredito que o arquiteto deveria ser
muito mais um urbanista, um organizador dos conjuntos, do que um
projetista da casa particular.
E. DUHART
Regionalismo
“Também uma consciência cada vez maior que só agora emerge: uma recaptura da
consciência própria, da geografia, da língua, dos valores dos homens, das orações que
povoam o continente, da idiossincrasia nacional, mais do que nacional poderíamos, em
outras palavras, regionais, abrangendo áreas maiores do que os atuais “cortes” nos países,
e aí reside o futuro próximo da América Latina, numa incorporação cultural ao que foi
chamado de “mercado comum” sul-americano.”
Edifício da CEPAL
1966, SANTIAGO

Edifício para a Comissão Econômica para a


América Latina (ONU).
Volumetria acompanhando as características da
região.
Uso de materiais locais.
Resgata elementos tradicionais do Chile.
Trabalha com um paisagismo inspirado nas
diferentes formações vegetais chilenas.
Influências de Le Corbusier em seu atelier do
Plano Diretor da cidade de Chandigarh.
Quinta Monroy (habitação
de interesse social)
Alejandro Aravena
Em relação à localização e a ocupação urbana, o
projeto foi implantado em uma área de terreno
bem localizada. Além disso, facilita a locomoção
dessas pessoas com transporte, acesso à saúde,
trabalho e lazer.
Principal arquiteto chileno

Na imagem 2 pode ser nitidamente identificada a


colocação personalização é construída ao longo
Alejandro Aravena

do tempo por cada morador, e o design final


construtivo .
Parece-me que a capacidade de organizar a própria casa, como um pássaro faz o seu
ninho, existe em todos os homens, e muitas vezes o fazem melhor do que um arquiteto
que vem de fora.

O ideal seria então que houvesse liberdade num contexto que só pode ser gerido pelo
arquiteto com os representantes da comunidade, como grande organizador dos espaços,
dos sistemas, uma liberdade suficiente para que cada núcleo de habitação familiar
poderiam ser realizadas, em grande parte, pelos próprios utilizadores.
“as casas deveriam ser construídas por seus próprios
habitantes e é para isso que devemos tender”
Plan Obus, Le courbusier, Argélia
Holanda, 2020

“que nos livraria destes monstruosos conjuntos impessoais macanizados


que o homem, com razão, rechaça”
“São, às vezes, pura moda. Deveríamos,
sem nenhum problema ou nos julgando
reacionários ou antiquados, pensar em
soluções próprias que utilizem,
justamente, o máximo de mão de obra,
não para mantê-lo em estado servil,
pelo contrário, fazendo-o evoluir”
dentro" do trabalho, em relação ao
trabalho. que precisa ser feito. Mas não
vise a priori reduzir a mão-de-obra para
aumentar a mecanização. Portanto, a
questão da pré-fabricação deve ser
analisada com bastante atenção.”
PONTOS NEGATIVOS
Sentimento de impotencia diante dos
problemas encontrados referentes a
PONTOS POSITIVOS urbanização nos casos de crescimento
O pior e o melhor

Enfoque nos valores para criar um tipo demográfico


de arquitetura latina Impossibilidade de agir e estar a frente
Arquitetura mais próxima da saúde física desses problemas para resolvê-los
e psíquica, do “estado de natureza” Formação técnica e prática dos
Bases latino-americanas fortes e sâs arquitetos é insuficiente no quesito da
economia e sociologia aplicadas aos
problemas atuais
Falta de organização na escala necessária
“Acho que, como em qualquer família, não se deve queimar a foto dos seus
antepassados. É importante ter testemunhos de época, de filiações, de todas as
etapas de um país, faz parte da cultura, é falta de educação negar.”
(...) Não caímos no folclorismo ou em qualquer coisa aberrante deste tipo, mas de uma
forma muito criativa, nunca vista antes, vamos testemunhar a verdadeira fusão dos
dois elementos. Isso vai ser trágico, vai ser doloroso, talvez em alguns casos até
sangrento (não que eu queira), mas é um processo inelutável que, em qualquer caso,
vai acontecer e que vai trazer com ele a expressão própria desses aspectos que
mencionamos: arquitetônicos, novas formas de cidades, modos de vida e todo o resto.
Crítica à arquitetura atual
O estilo predominantemente norte-americano, é
inadequado para o clima e a cultura da América
Latina.
Critica à homogeneização da arquitetura urbana, que
ocorre por meio da adoção de técnicas e estilos
internacionais, muitas vezes inadequados ao contexto
local.
Formas de arquitetura que sejam adaptadas ao seu
clima, cultura e necessidades.

Estética
Sobre o ensino da Arquitetura

“ATUALMENTE AS ESCOLAS ESTÃO EM UMA CRISE MUITO PROFUNDA.” (1977, P.115)

“O ARQUITETO, DURANTE MUITO TEMPO, REFUGIOU-SE EM CONSIDERAÇÕES MARGINAIS, NUMA “VARANDA” DOS
PROBLEMAS.” (1977, P.115)

“O ESSENCIAL É COLOCÁ-LOS O MAIS POSSÍVEL EM CONTATO COM A REALIDADE, DESABSTRAÍ-LOS” (1977, P. 115).

“É COMO OS SOFISTAS DE BIZÂNCIO OU ALEXANDRIA, NO FINAL DO IMPÉRIO ROMANO; ELES DISCUTIRAM E


CONTINUARAM DISCUTINDO SEM SE PREOCUPAR COM A PRESENÇA DOS BÁRBAROS NOS PORTÕES DE SUA
CIDADE” (1977, P. 115).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAYON, Damián; GASPARI, Paolo. Chile, E. Duhart. In: ______. (org.). Panorámica de la arquitectura
latino-americana. Barcelona: Editorial Blume, 1977. p. 107-125.

BRUNEL, J. A. Retrospectiva: Emilio Duhart como Urbanista. ArchDaily. 2017.

DUQUE, K. Clássicos da arquitetura: Edifício de CEPAL / Emilio Duhart. ArchDaily. 2022.

Forster, Alejandra Celedon. "Duhart, Emilio (1917–2006)." The Routledge Encyclopedia of Modernism. :
Taylor and Francis, 2016. https://www.rem.routledge.com/articles/duhart-emilio-1917-2006.
doi:10.4324/9781135000356-REM1258-1

SAAVEDRA, V. E. O plano da cidade Universitária de Concepción de Emilio Duhart. A visão


integrada do urbanismo moderno. Arquitextos, São Paulo, ano 09, n. 108.02, Vitruvius, maio 2009
<https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08.095/53>.

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