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A Língua de Sinais é, nas

mãos de seus mestres,


uma linguagem das mais
belas e
expressivas, para a qual, no
contato
entre si é como um meio
de
alcançar de forma fácil e rápida
a mente do surdo, nem a
natureza nem a arte
proporcionaram um
substituto satisfatório.
"
J. Schuyler Long.
Apresentação
Libras - Língua Brasileira de Sinais.
Em muitos anos, a LIBRA foi uma língua esquecida, mas de 100 anos de proibição de seu uso e
descaso com as comunidades surdas.

Mas 2002 com a sua oficialização com a Lei 10.436, garantindo o acesso das pessoas surdas à
educação inclusiva. Garantindo a eles também o direito de terem interpretes de Libras.

Cresce, porém o número de materiais didáticos que valorizam o aprendizado da língua, que
por possuírem sua própria estrutura gramatical, é oficializada como língua espaço-visual.
Tendo o reconhecimento da língua de sinais e, consequentemente, a educação tende a fazer o
uso dela para a instrução, garantindo os direitos de acessibilidade.

Porém ainda é preciso termos como foco o ensino das Libras de modo contextual e não de
sinais isolados, tendo uma aplicação fluente e compreensível, e é através deste vinculo que se
pode ter inclusão total do surdo na sociedade e crescimento intelectual, afetivo e social.

..."para um surdo, cuja surdez já parte da sua vida, musicas, fundos musicais num filme,
buzinas de veículos, latidos de cão e tantas outras coisas que nos passam como corriqueiras,
simplesmente não existem. O mundo do surdo é basicamente visual; Estes sons não chegam a
eles, e se chegam podem causar dores ou incômodos. O surdo é, antes de tudo, uma pessoa
que possui as mesmas necessidades básicas de um ouvinte, com os mesmos direitos de
usufruir do seu espaço na família e na comunidade...".

Renata Dutra
Julho - 2016
Apresentação
Este material foi elaborado pela pedagoga e tradutora/intérprete de
Libras
Renata Dutra, e é destinado a você interessado em se comunicar
através
da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS, em especial a educadores,
estudantes de libras, familiares de surdos, líderes de igrejas, órgão
públicos. Etc.
Neste módulo especificamente, tem por finalidade evidenciar a
importância
das Libras (Língua Brasileira de Sinais), para o desenvolvimento do
surdo, aprofundamento nas modalidadesde conversação; essa
linguagem é
um elemento essencial para a comunicação e fortalecimentode
uma
identidade Surda no Brasil. Aprendizado das Libras, para o
desenvolvimentodacomunicação bilíngue, melhorandoa
comunicabilidadee interaçãocom o surdo; capacidade de proporcionar a
inclusão; compreender métodos para a aquisição do conhecimento em
Libras; desenvolver o hábito de falar de frente para o surdo e mantê-lo
próximo. Saber diversificar suas atividades laborais e trabalhar de forma
multidisciplinar.
"Embora não haja estatística precisa a respeito, estima-se em cerca de 5
milhões de surdo no Brasil. ". São pessoas que enfrentam
profundas
dificuldades de exercer plenamente sua cidadania em função da barreira
de comunicação imposta pelo baixodomínio da língua dentrodo seu
próprio país, como se fossem estrangeiros em sua própria terra. Para
mudar esta realidade o Governo Federal promulgou a Lei n° 10.436,
regulamentada
pelo Decreto n° 5.626, de 22 de dezembro de 2005, que define
a
obrigatoriedade de disponibilização de intérpretes da Língua Brasileira de
Sinais- LIBRAS - em órgãos públicos e empresas concessionárias de
serviços públicos.
As línguas de sinais são línguas naturais porque, como as línguas orais,
surgiram espontaneamente da interação entre pessoas e porque, devido
sua estrutura, permitem a expressão de qualquer conceito - descritivo,
emotivo,
racional, literal, metafórico, concreto e abstrato - enfim, permitem a
expressão de qualquer significado decorrente da necessidade
comunicativa e
expressiva do ser humano. No Brasil a língua de sinais usada pela
comunidade surda a nível nacional é a Libras - Língua de Sinais
Brasileira, ou também conhecida como LSB- Língua de Sinais
Brasileira, e a fim de ajudar, principalmente, os familiares de surdos, os
educadores, os comerciantes e demais profissionais, assim viabilizar
o cumprimento da legislação de n°. 10.436, de 24 de abril de 2002
e
favorecer a inclusão0 da população surda em todos os segmentos de
nossa sociedade.
Introdução
Libras - Língua Brasileira de Sinais
Em 2014, sentia necessidade de expandir meus
conhecimentos em Libras (Língua Brasileira de Sinais). Por
curiosidade neste mesmo período fui convidada a
desenvolver um projeto para inclusão do Surdo na
sociedade evangélica. .
Como o material para este tipo de projeto se encontra neste
exato momento, escasso. Decide por organizar uma apostila
que viesse a desenvolver o indivíduo para a interação com a
Libras de forma lúdica e prazerosa. Podendo então colocar
em prática conteúdos utilizados no aprendizado das
Línguas de Sinais. .
Não se trata de uma produção individual e sim projetos de
professores, pedagogos, surdos e pessoas ligadas à luta pela
inclusão social. .
Entende-se que não há um conhecimento pleno da língua
de sinais por apenas sinais soltos, sem emprego dos
mesmos em uma estrutura de frases, textos e interpretação
de um todo. Precisa-se, de como toda nova aquisição de
conhecimento, uma prática e treinamento de seu
aprendizado. Para que se torne mais fácil à aplicação do
conteúdo no cotidiano. .
Reúnem-se aqui materiais que são de utilização para
treinamento da Libras (Língua Brasileira de Sinais). .

Renata Dutra 07/2016


Classificação da
Surdez
"Deficiência Auditiva" Essa expressão sugere a diminuição ou a ausência
da capacidade para ouvir determinados sons, devido a fatores que afetem
quaisquer das partes do aparelho auditivo. Podemos considerar surdo o
indivíduo cuja audição não é funcional na vida comum, e parcialmente
surdo, aquele cuja audição, ainda que deficiente, é funcional com ou sem
prótese auditiva.

De acordo com o decreto 3298 de 20/12/1999, em seu Art. IV § 2º é


considerada pessoa com deficiência aquela que apresente perda bilateral,
parcial ou total de 41 dB (quarenta e um decibéis) ou mais, aferida por
audiograma nas frequências de 500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz.

A Política Nacional de Educação Especial define a deficiência auditiva


como sendo a "perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da
capacidade de compreender a fala através do ouvido" (BRASIL, 1994).

Essa definição permite concluir que:

1) existem diferentes graus de perda auditiva;

2) A surdez pode ocorrer em diferentes fases do desenvolvimento;

3) A sua pior consequência é a impossibilidade de ouvir a voz humana


(fala).

Dependendo da época da instalação da deficiência e do grau da perda


auditiva, o indivíduo pode ter dificuldades no relacionamento, na
comunicação, na compreensão de conceitos e regras e na apreensão de
conhecimentos através dos meios mais comuns (a língua oral e textos).
No padrão normal de audição, o limiar de audibilidade vai até 25 dB em
todas as frequências do espectro sonoro (entre 250 e 8000 Hz). Já a
classificação do grau de perda, segundo o Padrão ANSI (1969), é a
seguinte:

CLASSIFICAÇÃO DA PERDA AUDITIVA

a) AUDIÇÃO NORMAL - PERDA DE ATÉ 25 DB

b) DEFICIÊNCIA LEVE - PERDA DE 26 A 40 DB

c) DEFICIÊNCIA MODERADA - PERDA DE 41 A 55 DB

d) DEFICIÊNCIA ACENTUADA - PERDA DE 56 A 70 DB

e) DEFICIÊNCIA SEVERA - PERDA DE 71 A 90 DB

f) DEFICIÊNCIA PROFUNDA - PERDA ACIMA DE 90 DB

g) ANACUSIA - TOTAL AUSÊNCIA DA AUDIÇÃO

a) Audição Normal - Perda auditiva de até 25 dB. Ainda que uma pessoa
tenha perda parcial de até 25 dB, até este nível não há limitação da sua
capacidade de comunicação e desenvolvimento linguístico, portanto está
perfeitamente inserida no contexto social, sem inconvenientes relevantes.

b) Portador de Surdez Leve - perda auditiva de 26 a 40 dB. Permite ouvir


os sons, desde que sejam um pouco mais intensos. Essa perda impede que
o indivíduo perceba igualmente todos os fonemas das palavras. É
considerado desatento e solicita eventualmente a repetição do que lhe
falam além disso, a voz fraca ou distante não é ouvida. Essa perda auditiva
não impede a aquisição normal da linguagem, mas poderá ser a causa de
algum problema articulatório ou dificuldade na leitura e/ou escrita.
c) Portador de Surdez Moderada - Perda auditiva de 41 a 55 dB, é
necessária uma voz de certa intensidade para que seja percebida, ao
telefone não escuta com clareza, trocando muitas vezes a palavra ouvida
por outra foneticamente semelhante (pato/rato). Nesse caso é frequente
o atraso da linguagem.

d) Portador de Surdez Acentuada - Perda auditiva entre 41 e 70 dB. Não


escuta sons importantes do dia-a-dia (o telefone tocar, a campainha, a
televisão). Esses limites se encontram no nível da percepção da palavra,
sendo necessário uma voz de certa intensidade para que seja
convenientemente percebida. É frequente o atraso de linguagem e as
alterações articulatórias, havendo, em alguns casos, maiores problemas
linguísticos. Esse indivíduo tem maior dificuldade de discriminação
auditiva em ambientes ruidosos. Em geral, ele identifica as palavras mais
significativas, tendo dificuldade em compreender certos termos de
relação e/ou frases gramaticais complexas. Sua compreensão verbal está
intimamente ligada à sua aptidão para a percepção visual, necessitando
deste apoio visual para entender o que foi dito. Tem dificuldade de falar
ao telefone, com a possibilidade de troca da palavra ouvida por outra
foneticamente semelhante (pato/gato, cão/não, céu/mel). A perda
acentuada não permite ouvir o telefone, a campainha e a televisão,
tornando necessário o apoio visual para a compreensão da fala.

e) Portador de Surdez Severa - Perda auditiva entre 71 e 90 dB. Este tipo


de perda vai permitir que o indivíduo identifique alguns ruídos familiares,
se a família estiver bem orientada pela área educacional. Percebe, mas
não entende a voz humana, não distingue os sons (fonemas) da fala. A
compreensão verbal vai depender, em grande parte, de aptidão para
utilizar a percepção visual (leitura labial) e para observar o contexto das
situações. Nesse nível de surdez é possível escutar sons fortes, como o de
caminhão, avião, serra elétrica, mas não é possível ouvir a voz humana
sem amplificação. É comum atingir os 4 ou 5 anos de idade sem ter
aprendido a falar e necessita de um atendimento especializado para
adquirir a linguagem oral.

f) Portador de Surdez Profunda - Perda auditiva superior a 90 dB. A


gravidade dessa perda é tal, que priva a pessoa das informações auditivas
necessárias para perceber e identificar a voz humana, impedindo-o de
adquirir naturalmente a linguagem oral. As perturbações da função
auditiva estão ligadas tanto à estrutura acústica, quanto à identificação
simbólica da linguagem. Um bebê que nasce surdo balbucia como um de
audição normal, mas suas emissões começam a desaparecer à medida que
não tem acesso à estimulação auditiva externa, fator de máxima
importância para a aquisição da linguagem oral. Assim também, não
adquire a fala como instrumento de comunicação, uma vez que, não a
percebendo, não se interessa por ela, e não tendo "feedback" auditivo,
não possui modelo para dirigir suas emissões. A construção da linguagem
oral no indivíduo com surdez profunda é uma tarefa longa e bastante
complexa, envolvendo aquisições como: tomar conhecimento do mundo
sonoro, aprender a utilizar todas as vias perceptivas que podem
complementar a audição, perceber e conservar a necessidade de
comunicação e de expressão, compreender a linguagem e aprender a
expressar-se. Neste nível de audição só são audíveis sons graves que
produzam vibração (trovão, avião). Assim sendo, se uma criança já nasce
com ou adquire uma surdez severa ou profunda antes de ter acesso à
língua oral de sua comunidade, vai ter muitas dificuldades de se integrar
ao "mundo dos ouvintes". Embora seja absolutamente necessário
dominar a língua de sua comunidade, mesmo que somente na modalidade
escrita, sabe-se que a língua de mais fácil acesso para os surdos é a de
sinais. É por meio dela que esses indivíduos constroem sua identidade e
desenvolvem-se nos aspectos afetivo, cognitivo e social. Logo, faz-se
necessário que, desde cedo, a criança surda seja exposta a esta língua e
que a família e a escola a utilizem como meio de comunicação e instrução.
g) Anaclisia: é a falta total de audição, deve ser trabalhado e estimulado o
mais precocemente possível, tendo como conduta pedagógica o mesmo
da surdez profunda.
A língua de sinais é língua

Língua ou linguagem?

Linguagem
Linguagem é tudo que envolve significação, que pode ser humano
(pintura,

Música, cinema), animal (abelhas, golfinhos, baleias) ou artificial


(linguagem de

Computador, código Morse, código internacional de bandeiras). Ou seja,

"Sistema de comunicação natural ou artificial, humana ou não"


(Fernandes,

2002:16).

LINGUAGEM

LÍNGUA ESCULTURA CINEMA PINTURA.


Língua

É um conjunto de palavras, sinais e expressões organizados a partir de


regras, sendo utilizado por um povo para sua interação. Sendo assim a
língua seria uma forma de linguagem: a linguagem verbal. As línguas
estariam em uma posição de destaque entre todas as linguagens, ou seja,
podemos falar de todas as outras linguagens utilizando as palavras ou os
sinais. Assim como as línguas orais, as línguas de sinais se organizam em
diferentes níveis: semântico, sintático, morfológico e fonológico.

O temo utilizado corretamente é "língua" de sinais e não "linguagem" de


sinais.

E isso porque, concordando com Oviedo (1996), "língua" designa um


específico sistema de signos que é utilizado por uma comunidade para se
comunicarem. Já "linguagem" está relacionada à capacidade da espécie
humana para se comunicar através de um sistema de signos; é a
capacidade humana de criar e usar as línguas e que, conforme Vygotsky
tem papel essencial na organização das funções psicológicas superiores.
Daí que resulta ser inapropriado utilizar o termo "linguagem" para
designar a língua de uma comunidade; no caso a da comunidade surda, a
Língua de Sinais.

Propriedades das línguas humanas nas línguas de sinais

Flexibilidade e versatilidade

As línguas apresentam várias possibilidades de uso em diferentes


contextos.

As línguas de sinais são usadas para pensar, são usadas para desempenhar
diferentes funções. Você pode argumentar em sinais, pode fazer poesia
em sinais, pode simplesmente informar, pode persuadir, pode dar ordens,
fazer perguntas em sinais.
Glosas em LIBRAS:

VOCÊ GOSTAR MAÇÃ.

VOCÊ <GOSTAR MAÇÃ>sn

IX CASA DEFEITO EU PRECISO

ARRUMAR

Arbitrariedade

A palavra (signo linguístico) é arbitrária porque é sempre uma convenção


reconhecida pelos falantes de uma língua.

As línguas de sinais apresentam palavrassem que não há relação direta


entre afora e o significado.

Glosas em LIBRAS:

CONHECER

AMIGO
Tipos de
Sinais

Existem diversas divisões, didáticas ou não, para os tipos de sinais na


Libras. Descreveremos a seguir as principais delas organizadas de uma
forma nunca antes apresentada.

QUANTO À COMPOSIÇÃO: os sinais podem ser:

Simples: quando formados por um único sinal.

Ex.ª: internet, inteligente

Compostos: quando formados por dois ou mais sinais.

Ex.ª: mãe, escola, faqueiro.

QUANTO à FORMA: os sinais podem ser:

Icônicos: quando há compromisso com a forma e/ou o movimento do


objeto ou ação.
Ex.ª: copo, bola, nadar

Arbitrários: quando não apresentam compromisso algum com a forma ou


o movimento. São sinais codificados que em geral expressam ideias
abstratas, sentimentos e emoções, e precisam ser aprendidos.

Ex.ª: particular, próprio

QUANTO à SEMÂNTICA: os sinais podem ser:

Polissêmicos: quando possuem dois ou mais significados, de acordo com o


contexto.

Ex.ª: egoísta/problema meu, à toa/tédio/"ficar"

Tautológicos: quando possuem dois ou mais sinais que representam o


mesmo significado Ex.ª: verde, branco.

QUANTO à CONCORDÂNCIA: podem ser:

1) Sinais que não possuem marca de concordância, embora possam ter


flexão para aspecto verbal;

Quando se faz uma frase, é como se o verbo "invariável" ficasse no


infinitivo.

Exemplo: comprar, trabalhar

2) Sinais que possuem marca de concordância. Este é o grupo de sinais


mais complexo por apresentar diversas formas de concordância podem
ser subdivididos em:

a) Concordância número-pessoal: são geralmente verbos direcionais,


onde a orientação (ou direção), aspectos do movimento, marcam as
pessoas do discurso. No ponto inicial a concordância com o sujeito, e no
final com o objeto. Pode também ser equivalente à voz ativa e passiva do
verbo.

Exemplo 1:
1sPERGUNTAR2s "eu pergunto a você";

2sPERGUNTAR1s "você me pergunta"

Exemplo 2:

1sRESPONDER2s "eu respondo a você";

2sRESPONDER1s "você me responde"

b) Concordância de gênero: são verbos classificadores porque


apresentam a característica de incorporação do "objeto". A eles estão
incorporados, através da configuração de mão, a uma concordância de
gênero: PESSOA, ANIMAL ou COISA.

Por exemplo:

pessoaANDAR (configuração da mão em V ou D);

veículoANDAR/MOVER (configuração da mão em B, palma para baixo)

animalANDAR (configuração da mão em 5, palma para baixo);

Outros exemplos: cortar, lavar, crescer, abrir, fechar. Dependendo do


objeto a ser incorporado a ação se transforma em concordância com o
tipo do "objeto".

c) Concordância com a localização: são verbos que começam ou


terminam em um determinado lugar que se refere ao lugar de uma
pessoa, coisa, animal ou veículo, que está sendo colocado, carregado, etc.,
portanto o ponto de articulação marca a localização.

Exemplos:

COPO MESA coisa arredondadaCOLOCAR

CABEÇA ATIRAR

Existe ainda um grupo especial de sinais chamado de multidirecionais,


como é o caso dos verbos andar e ver, que têm características próprias e
pouco se relata sobre eles. Sabe-se que esta direcional idade está
relacionada com a concordância de número-pessoal ou de gênero.

Estes tipos de concordância podem coexistir em um mesmo verbo. Assim,


há verbos que possuem concordância de gênero e localização, como o
verbo COLOCARacima; e concordância número-pessoal e de gênero, como
o verbo DAR. Concluindo, pode-se esquematizar o sistema de
concordância verbal, na Libras, da seguinte maneira:

a) concordância número-pessoal = parâmetro orientação de mão

b) concordância de gênero e número = parâmetro configuração de mão

c) concordância de lugar = parâmetro ponto de articulação

Há quem diga que "direcional" obrigatoriamente deva ser uma


característica exclusiva dos verbos. É bem verdade que é em maioria.
Porém, na contramão desta afirmação estão vários sinais que não têm
função verbal e se comportam com as mesmas características de
concordância, como: MEU-SINAL, MEU-NOME.
Aspectos Linguísticos em
Libras

Palavras que geralmente usam sinais correspondentes à forma de letras


ou números (oriundos do alfabeto manual)

Exemplo:
"C" - depressa, quente, cunhado, etc.
"4" acusar, quarta-feira, conhecer admirar, amigo,etc.
"5" = inteligente, gritar, quinta-feira, explorar, etc.
"y" - bobo, triste, sofrer, vaca, etc.

Palavras simples de um sinal por mão direita. Ex.:


amigo, café, avião, sábado, etc.

Palavras compostas de dois ou mais sinais.

Exemplo:
Açougueiro: homem+vende+carne.
Piloto: homem+direção+avião
Avô: homem+benção+velho
Palavras que podem ter dois ou mais movimentos diferentes realizados
ao mesmo tempo, ou movimentos de uma das mãos sobre outra parte
do corpo parado.

Exemplo: cadeira, nervoso, papel, chocolate;

Palavras que podem ter mais dois movimentos iguais realizados ao


mesmo tempo.
Exemplo: empregada, diferente, namorada, calma, feriado.

Palavras que tem sinal, mas não há movimentos de mão, somente de


face.

Exemplo:
Roubo, ato sexual.
Palavras que tem sinais e sentidos diferentes, mas que mantém a mesma
forma em português.
Exemplo:
Faltar: Ele faltou na escola (verbo- não comparecimento)
Faltar: Faltou pão ontem (verbo- insuficiência)
Frases que tem um sinal somente

Exemplo:
Quantos anos você tem? - Idade Estou
com fome - Fome.

Em Língua de sinais não se usa preposição e nem artigos.

Exemplo:
Língua Portuguesa: Eu vou a Igreja.
Língua de Sinais: Eu ir Igreja.
Texto para interpretar:
Boa Tarde.
Meu nome é................................... Meu sinal é.............................. Eu sou
ouvinte. Eu estou aprendendo Libras. Estou no nível intermediário e meu
instrutor é ouvinte (ou surdo).
O nome dele é..................... e o seu sinal é............................. Eu quero
aprender Libras para poder me comunicar melhor com Surdos.
Obrigado.

Peça a seus alunos que faça a tradução do texto acima em sinais me


gravando um vídeo.

Observação :Peça que certifiquem que ao realizarem os sinais

se
atentem a localização das mãos para que as mesmas sempre apareçam
nos vídeos gravados.
Ditado /
Datilologia
Iconicidade e
Arbitrariedade

Para Crátilo, a língua é o espelho do mundo, o que significa que existe


uma relação natural e, portanto, similar ou icônica entre os elementos da
língua e os seres por eles representados. Para Hermógenes, a língua é
arbitrária, isto é, convencional, pois entre o nome e as ideias ou as coisas
designadas não há transparências ou similaridade. Sócrates, por sua vez,
tem o papel de fazer a integração entre os dois pontos de vista (Wilson &
martelotta, p. 71, 2010).

Em Pierce, as relações de Iconicidade do signo com o mundo não


linguístico contrapõem-se à arbitrariedade do signo, em Saussure. Simões
lembra nöth (1999), para quem "é icônica a representação do mundo pela
língua em nossa mente" (cf. Simões, 2006).

Direcionando tais definições às línguas de sinais, muitas vezes elas são


consideradas puramente icônicas por serem de uma modalidade
diferente, acreditando-se que os sinais são criados a partir da
representação do referente. É certo que alguns sinais podem ser
realizados de acordo com a característica daquilo que se refere, mas, de
acordo com Strobel & Fernandes (1998), isto não é uma regra, já que a
maioria dos sinais em libras é arbitrário, ou seja, não mantém uma relação
alguma com o referente.

SINAIS ICÔNICOS

A modalidade gestual-visual-espacial pela qual a LIBRAS é produzida e


percebida pelos surdos leva, muitas vezes, as pessoas a pensarem que
todos os sinais são o "desenho" no ar do referente que representam. É
claro que, por decorrência de sua natureza linguística, a realização de um
sinal pode ser motivada pelas características do dado da realidade a que
se refere, mas isso não é uma regra. A grande maioria dos sinais da LIBRAS
são arbitrários, não mantendo relação de semelhança alguma com seu
referente.

Uma foto é icônica porque reproduz a imagem do referente, isto é, a


pessoa ou coisa fotografada. Assim também são alguns sinais da LIBRAS,
gestos que fazem alusão à imagem do seu significado. Isso não significa
que os sinais icônicos são iguais em todas as línguas. Cada sociedade capta
facetas diferentes do mesmo referente, representadas através de seus
próprios sinais, convencionalmente, (FERREIRA BRITO, 1993).

SINAIS ARBITRÁRIOS

São aqueles que não mantêm nenhuma semelhança com o dado da


realidade que representam.

Uma das propriedades básicas de uma língua é a arbitrariedade existente


entre significante e referente. Durante muito tempo afirmou-se que as
línguas de sinais não eram línguas por serem icônicas, não representando,
portanto, conceitos abstratos. Isto não é verdade, pois em língua de sinais
tais conceitos também podem ser representados, em toda sua
complexidade.
Entendend
o
O que você entende por Cultura
Surda?
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2- Escolha um dos trechos abaixo


e
sinalize para seus colegas e
professores:
A) " O Raul perguntou você não acertou pegue seu
banquinho esai demansinho".
B) "Todo dia a mesma coisa, acordar, trabalhar, estudar,
comer e dormir...Como fazer diferente? "
C) "Pipoca na panela começa a estourar, pipoca com sal
que sede que dá. Quero ver pipoca pular... pipoca
com
guaraná..."
Tipos de
Frase

A Língua de Sinais utiliza as expressões faciais e corporais para estabelecer


tipos de frases, como as entonações na língua portuguesa, por isso para
perceber se uma frase em Libras está na forma afirmativa, interrogativa
exclamativa, imperativa ou negativa precisa-se estar atento às expressões
facial e corporal que são feitas simultaneamente com certos sinais ou com
toda a frase.

Abaixo, as características básicas das expressões faciais correspondentes


aos tipos de frase:

AFIRMATIVA: Expressão facial neutra ou ligeiro movimento com a cabeça


para cima

E para baixo.

INTERROGATIVA: Sobrancelhas franzidas e ligeiro movimento da cabeça


para cima.

EXCLAMATIVA: Sobrancelhas levantadas, e ligeiro movimento da cabeça


para cima

E para baixo.

IMPERATIVA: Sobrancelhas franzidas, movimento firme da cabeça para


baixo.
NEGATIVA: Caracterizada pelo movimento lateral da cabeça para um lado
e para

O outro, curiosamente existem pelo menos 4 formas de ser


efetuada:

1 - Simultaneamente ao sinal, movimento negativo com a cabeça.

Recomendado para a maioria dos casos de verbos invariáveis.

Ex.ª: conhecer, entender, fazer.

2 - Sinal com movimento contrário marcado pela orientação das mãos.

Ex.ª: gostar, querer e aceitar.

3 - Sinal próprio de negação.

Ex.ª: poder, ter, saber

4 - Acréscimo do "NÃO" após o verbo, geralmente em casos de ênfase.

Ocorre principalmente com verbos invariáveis e direcionais, e jamais


nos

Casos 2 e 3.

Ex.ª: viver, aprender, ajudar


Atividad
e
Responda rápido em
Libras?
1) Quem está sentado a sua Direita?
2) Quem está sentado a sua esquerda? 3)
Quem está sentado à sua frente? 4)
Quem está sentado atrás de você?
Dinâmica em
grupo:
Peça que todos os alunos sente-se em um círculo. De modo que todos
possam ver-se.

Em seguida estabeleceremos a princípio três a quatro termos para uso.

1) Meses do ano
2) Cores
3) Animais
4) Família

Cada participante deve fazer um sinal referente a um destes termos, o


professor pode falar em voz alta o sinal, porém participantes não
poderão falar. E assim cada um faz um sinal utilizando estes termos ...
deve ser utilizado a atenção, pois os sinais não poderão se repetir. Se o
participante tem 5 segundos para realizar o sinal, senão conseguir vai
saindo da roda até que sobre pena um.
Sistema
Sintático
A Sintaxe é a parte da gramática de uma língua que estuda a disposição ou
ordem das palavras na frase e a disposição ou ordem das frases no
discurso, bem como a relação lógica das frases entre si.

Segundo Valentini, /VAL95/, o estudo da descrição quanto à relação dos


elementos estruturais e das regras que regem a combinação de sentenças
ainda não é completo na Libras. Porém, apresenta regras próprias e
básicas. O que se pode afirmar é que as línguas de sinais apresentam
pouco uso, ou nenhum, de artigos, preposições e conjunções. Também,
por vezes, ocorre omissão dos verbos de ligação como ser, estar, ficar, ter,
haver e demais verbos que estejam cumprindo com a função de verbo
auxiliar ou de ligação. Entretanto, Brito, citado em /VAL95/, afirma que a
organização sintática básica dos sinais, dentro de uma oração em LIBRAS,
segue a mesma ordem das línguas orais: Sujeito - Verbo - Objeto que são
princípios universais de ordem das palavras. Outros autores já têm
defendido a ordem Objeto - Sujeito - Verbo, argumentando ser esta a
ordem mais natural da Língua de Sinais "nativa" e que devemos respeitar
sua construção cultural natural.

Existem também outras correntes que têm militado em defesa da ordem


canônica das línguas orais, Sujeito - Verbo - Objeto, e ignorando a origem
cultural, educacional dos alunos surdos, têm imposto no ensino
fundamental o uso da Libras nesta plataforma sintática, construindo
assim, uma nova geração de surdos que naturalmente farão uso deste
sistema sintático, em detrimento do sistema sintático nativo, natural.

A despeito destas grandes controvérsias e de estarmos longe de um


consenso em relação à correta sintaxe da Língua de Sinais, o que se tem
verificado na prática é que dentro da cultura surda, dependendo da
classificação da identidade surda, nível escolar, social e cultural,
haveremos de conviver com divergências na construção das ideias em
uma sintaxe única e padronizada. Isto somente ocorrerá quando houver
se desenvolvido o suficiente no que se refere à gramática da Língua de
Sinais, que por enquanto, ainda está em fase de construção e
aprimoramento, tendo-se em vista que apesar da Língua de Sinais estar
sendo utilizada por comunidades surdas há anos, só foi considerada língua
oficial no Brasil em 2002. A partir de então, esforços estão sendo
envidados para a organização dos sinais, e a construção de uma gramática
mais consistente e efetiva.

Outro dado importantíssimo que devemos considerar para efeito de


estudos sintáticos da LS é a frequente utilização do Tópico-Comentário
pelo surdo na construção de suas frases. Neste modelo, temos a
topicalização do objeto, ou seja, o objeto passa a ser o tópico de sentença,
enquanto que o verbo, o sujeito e os demais componentes configuram o
comentário do tópico.

Conforme publicação do INES: "Em estudos anteriores, dissemos que a


ordem preferencial das sentenças da LIBRAS era SVO quando não havia
topicalização ou verbos com flexão ou direcionais. Porém, estudos mais
aprofundados, apesar de não desmentirem o que dissemos, mostraram
que a topicalização é muito mais frequente do que se pensa à primeira
vista em LIBRAS. A ordem tópico-comentário é realmente a preferida
quando não há restrições que impeçam certos constituintes de se
deslocarem. "

http://www.ines.gov.br/ines_livros/35/35_004.HTM

Infelizmente o Link foi removido pelo INES, mas o conteúdo "A língua de
sinais utiliza a estrutura tópico-comentário, enquanto a língua portuguesa
evita este tipo de construção" pode ser encontrado em material do MEC
no endereço abaixo:

http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/tradutorlibras.pdf

No que diz respeito à ordem das palavras ou constituinte, há diferenças


porque o português é uma língua de base sujeito-predicado (S-V-O)
enquanto que a LIBRAS é uma língua do tipo tópico-comentário (O-S-V).

Uma corrente atual fortíssima que não podemos ignorar é a da


"Linguística", que mal interpretada com sua "tendência à permissividade"
valoriza o contexto do uso da língua, onde o usual determina a regra, sem
respeito às normas cultas. Para uma boa comunicação em uma sociedade é
necessário um padrão de linguagem - norma culta - que seja uniforme entre
os "falantes". Para tanto, ela precisa ser rigorosamente controlada,
regulamentada, normatizada. É justamente essa a tarefa da Gramática:
normativizar a língua, exercer esse controle que garante a uniformidade
da norma culta. Mas a Linguística parte do princípio de que a norma culta,
embora seja importantíssima, não é o único padrão linguístico existente, e
na verdade a maior parte da população se comunica a maior parte do
tempo em outras normas que não a norma culta. Este fenômeno ocorre
também nas línguas orais.

Vemos também que na construção das frases utilizamos muitos outros


elementos que não se enquadram nos três principais (Objeto, Sujeito,
Verbo), e que nem sempre seguem uma sequência lógica dentro da frase.
É o caso de alguns advérbios, conjunções, elementos de ênfase e outros
recursos da língua.

Para ampliar o conceito de Objeto - Sujeito - Verbo na sintaxe da Libras


Nativa apresentaremos o esquema abaixo, desenvolvido com
exclusividade aqui no Blog:
1. Sinal de PEDIR: Com significado de COM LICENÇA ou POR FAVOR, usado
preferencialmente no início da frase.

2. TEMPO: Qualquer advérbio de tempo (hoje, ontem, amanhã, semana,


mês, ano) qualquer data ou mesmo um evento pode funcionar como
marcador de tempo. Preferencialmente usado no início da frase.

3. OBJETO: É o componente que representa o núcleo, a essência das


frases. Sem ele não há frase. Pode vir acompanhado de complementos.
Para identificá-lo basta perguntar: "De quem se fala? " Ou "Do que se fala?
".

4. SUJEITO: Pode ser um nome, um pronome. Está sempre ligado ao


verbo, pois é ele que executa ou sofre a ação. (1ª pessoa frequentemente
omitido na LS).

5. VERBO: Representa o modo de atividade ou estado de pessoas, animais


ou coisas.

6. ÊNFASE: Usada para dar força ou importância. (VERDADE, SEMPRE, N-U-


N-C-A, NÃO, paralelismo negativo). Utilizada preferencialmente ao final da
frase.

7. ELEMENTOS INTERROGATIVOS: podem ser um pronome interrogativo


(quem, qual, onde, por que, como), um verbo ou qualquer outro que
esteja cumprindo com a função de interrogar. Para identificá-lo é simples.
Basta fazer a pergunta e observar a resposta.

Ex.ª: Você gosta de futebol? R: Gosto. => Aqui o verbo GOSTAR tem a
função de agente interrogativo.

Segundo o INES, "Os pronomes interrogativos QUE e QUEM geralmente


são usados no início da frase, mas o pronome interrogativo ONDE e o
pronome QUEM, quando está sendo usado com o sentido de "quem é" ou
"de quem é" são mais usados no final.

Na LIBRAS, há uma tendência para a utilização, no final da frase, dos


pronomes interrogativos QUAL, COMO e PARA-QUE, e para a utilização,
no início da frase, do pronome interrogativo POR-QUE, mas os primeiros
podem ser usados também no início e POR-QUE pode ser utilizado
também no final".

Conclusão: Como pudemos observar, o importante é que os pronomes


interrogativos sejam utilizados preferencialmente no final da frase, como é
mais usual na comunidade surda.

Referencial Bibliográfico: INES, MEC Parte 7, Valentini, Britto, Quadros


Atividade 2:
Bingo dos nomes
Material Necessários : canetas, cópias do quadrado

elaborado, prémios (balas, pirulitos, alfabetos manuais, etc.,)

Procedimento:
Prepare um quadro conforme o modelo.

Entregue a cada participante uma cópia do quadro onde ele deve coletar
assinaturas, uma em cada quadrado (se o grupo tiver menos de 25
participantes, podem repetir as assinaturas.). Dê um sinal inicial e explique
aos participantes, que devem colher assinaturas dos outros membros do
grupo. O objetivo é promover maior contato entre os integrantes do
grupo. Coletadas as assinaturas, todos devem se assentar. Depois, comece
a chamar os nomes dos integrantes do grupo. A pessoa chamada deve
ficar em pé para ser identificada pelos demais e pode dar alguns dados
pessoais, como procedência, profissão e etc. (Em Libras). Todos os que
colheram a assinatura daquela pessoa devem marcar um "X" no
respectivo quadrado. Quem primeiro conseguir preencher cinco
quadrados alinhados na horizontal, vertical ou diagonal, recebe o prêmio.
Conversando em
Libras
Situação: Bate-papo (duas pessoas
conversando sobre a visita que
receberam)
A) ONTEM PESSOAS GRUPO VISITAR ESCOLA (MUITO) BOM!
(A visita de ontem na escola foi muito boa)
B) VERDADE. LEGAL PESSOAS BRASIL DIFERENTES

(É mesmo, foi legal ver pessoas de diferentes estados do Brasil)

A) GOSTAR MAIS PESSOAS BAHIA SEMPRE ALEGRE.


(Eu gostei mais dos baianos, eles estavam sempre alegres) B)
EU VONTADE CONHECER BAHIA, MAS (MUITO) LONGE...
(Eu Tenho vontade de conhecer a Bahia, mas é muito longe...)
A) FUTURO PODE...
(Quem sabe no futuro?)
B) PODE...AGORA VOLTAR TRABALHAR OK? TCHAU
(Pode ser... Agora preciso voltar a trabalhar ok? Tchau...) A)
TCHAU, A NOITE ENCONTRAR.
(Tchau, a noite nos encontramos)
Sistemas de
Classificação

Sistemas de Classificação são estruturas complexas e ainda muito pouco


exploradas pelos ouvintes intérpretes porque dependem de elementos
próprios da cultura surda, os quais não são meramente aprendidos a
partir da imitação, como acontece com a maioria dos sinais. Por isso os
ouvintes têm mais dificuldade em reproduzi-los do que os surdos que o
fazem naturalmente ancorados pela sua base cultural natural.

Enfatizando essa ideia de complexidade, reitero ser este estudo uma mera
base estrutural que nos ajudará a compreender um pouco deste vasto
campo de estudo composto pelos Sistemas de Classificação. Para isto, é
válido lembrar que existem algumas regras que permeiam esta
ferramenta valiosíssima da Língua de Sinais. Por exemplo, as (C.M.)
utilizadas para cada objeto ou ação representada.

"D" para pessoa

"5" para animal

"C" para objetos cilíndricos

"1" para formas geométricas

"B" para superfícies planas

"Y" para objetos multiformes e irregulares

"G" para objetos finos e longos


Sistemas de Classificação são conjuntos de elementos visuais, entre os
quais se podem encontrar ou definir relações para a visualização da
imagem mental. Essa comunicação não-verbal, a icônica, não fala apenas
no plano consciente, mas, consegue chegar às profundezas do
inconsciente.

Baseando-se em sistemas de classificação, os surdos visualizam uma


imagem mental configurando com as mãos, e retratam a imagem para
manter uma comunicação com mais clareza de detalhes. Os traços
essenciais desses sistemas com movimentos e ritmos de imagens,
articulados num ícone apresentam relações análogas para a comunicação,
que é formada a partir de cortes, descrição de um objeto, pedaço de uma
cena ou ação, e as relações de umas com as outras, formando um painel
de mosaicos com fluência e ritmo.

Não há forma sem significado, nem significado sem forma. Essa semântica,
esse significado peculiar é que retrata tanto a ação como a descrição em
estruturas funcionais. Porém o significado de uma forma depende do
repertório, e este é o significado real da linguagem. Mas, esse repertório
varia de pessoa para pessoa, dependendo da vivência e da cultura de cada
um, e a cultura depende da faixa socioeconômica em que se situa a
pessoa, pois a formação e a informação dependem de muitos outros
fatores.

O Sistema de Classificação nos permite explicar com clareza, frases,


palavras, coisas e situações que não possuem sinal próprio.

A divisão que apresentamos a seguir é meramente didática, pois os


sistemas se interligam e se inter-relacionam intrinsecamente. Essa tomada
de imagens segue certa sequência que não se pode traduzir palavra por
palavra, pois a estrutura da Língua Portuguesa é diferente da Língua de
Sinais.
a) Sistema Descritivo: Toda e qualquer descrição, poderá valer-se do uso
de figuras geométricas. Esta descrição deverá expor minuciosamente os
elementos visuais (forma, tamanho, textura e se precisar, a cor) e traçar a
figura geométrica do desenho do objeto.

b) Sistema Específico: Este sistema deve retratar características especiais,


com explicações minuciosas, esmiuçar as particularidades das partes do
corpo dos seres animais. Ex.ª: forma e tamanho dos pelos (comprido,
curto arrepiado).

c) Sistema Funcional: Deverá reproduzir a imagem da ação, a maneira


como um corpo ou parte do corpo age e atua. Esse movimento,
configurado com as mãos, deverá retratar o comportamento e/ou
funcionamento de qualquer corpo. Ex.ª: mordida de animais, movimento
dos olhos, trejeitos.

d) Sistema de Locação: Deverá reproduzir a imagem de como um corpo se


relaciona num determinado lugar, definindo posições, localizações e
expressões dessa correspondência. Ex.ª: sobre a mesa, no ar, no céu, etc.

e) Sistema Instrumental: Deverá reproduzir a imagem de como se serve,


se utiliza alguma coisa. Ex.ª: vassoura varrendo, gaveta abrindo, abrindo
tampa de garrafa ou vidros, ferramentas.

f) Sistema de Pluralização: Esse sistema classifica números determinados


ou indeterminados de alguma coisa, pessoa ou animal. Ex.ª: pessoa (s) ou
animal (si) indo e vindo.

g) Sistema de Elementos da Natureza: Reproduz a imagem de elementos


que não são sólidos. Ex.ª: o ar, a fumaça, a água líquida, a chuva, o fogo, a
luz etc.

Referências Bibliográficas: A Imagem do Pensamento - Editora Escala

INES
Contexto
s
Sinalize:
• Ele veio para cá a pé?
ELE VIR ANDAR?

• Ele veio a cavalo?


ELE VIR CAVALO?

• Viajei de carro para São Paulo.


VIAJAR CARRO PARA SÃO PAULO.

• Fui de ônibus leito para o Rio de Janeiro.


VIAJAR ONIBUS LEITO RIO DE JANEIRO.

• meu pai chegou de trem.


MEU PAI, CHEGAR TREM.

• eu vim de moto.
EU VIR MOTO.

• Ele chegou atrasado porque o ônibus quebrou.


ONIBUS QUEBRAR CHEGAR ATRASAR.

• É melhor vir de metrô.


METRO MELHOR VIR.

• Ela saiu de bicicleta, mas voltará logo.


SAIU BICILETA, MAS VOLTAR RÁPIDO.
Dicas o Professor pode escrever as
frases:

em pequenos papeis para sorteio assim


cada
aluno poderá sinaliza a sua frase e o
restante dos alunos terão que legendar.
Famosos
Surdos
Você
sabia?
De acordo com o Senso 2000 do IBGE a população surda brasileira é de
3,4%, sendo que declaradamente este índice não passa de 1%, cerca de
170.000 pessoas.

Já no Senso 2010 temos a cifra de 5,1 % ou seja: 9.722.163 pessoas com


algum grau de surdez. Uma realidade bem diferente. Não que esta
diferença tenha ocorrido de 2000 para 2010. Mas, pela mudança
expressiva nos critérios de pesquisa, que agora contam com um
questionário bem mais abrangente, o que possibilitou uma visão bem
mais realista sobre a população surda brasileira atual.

Nomenclatura
s
Nunca use o termo SURDO-MUDO! Além de ter conotação pejorativa, não
traduz a realidade de fato. Surdez e mudez são coisas distintas e
raramente encontra-se a ocorrência de ambas em um único indivíduo. A
forma mais bem aceita para designar um surdo é "SURDO". Se estiver
fazendo menção a outras áreas, pode-se utilizar a expressão "PESSOA (S)
COM NECESSIDADES ESPECIAIS"

E não se esqueça de evitar rótulos como DA (deficiente auditivo), PPD


(pessoa portadora de deficiência), PNE (portador de necessidades
especiais), PCD (pessoa com deficiência), etc. Fazendo assim você estará
contribuindo para que a cultura surda seja respeitada.
Componentes da Língua de
Sinais
1. Parâmetros Primários:
a) Configuração Das Mãos (CM): A forma que a mão assume na realização
de um sinal. Ex.ª: Telefone( Y ) / Branco ( B )

b) Ponto De Articulação (PA): É o espaço onde são articulados os sinais:


em frente ao corpo (neutro) ou uma região do próprio corpo (cabeça,
tronco, braços e mãos). Ex.ª: Sábado (Boca); Aprender (Testa). Trabalhar e
Brincar (Neutro).

c) Movimento (MV): Parâmetro complexo que pode envolver uma vasta


rede de formas e direções. Caracterizado pelo deslocamento das mãos no
espaço na realização de um sinal. Ex.ª: Semana (translação); Quando
(rotação).

2. Parâmetros Secundários:
a) Disposição da(s) Mão(s) (DM): A articulação dos sinais pode ser feita
apenas pela mão dominante ou pelas duas mãos. Neste último caso as
mãos podem se movimentar para formar o sinal, ou então apenas a mão
dominante e a outra funciona como (PA) ou é neutra.

b) Orientação da(s) Mão(s) (OM): É o que determina a posição das palmas


das mãos, se voltadas para baixo, para cima, para esquerda, para direita,
podendo haver mudança na orientação durante a execução do
movimento. Direção, idéia de oposição, contrário ou concordante.
c) Região de Contato (RC): Refere-se à parte da mão que entra em contato
com o corpo.

3. Componentes Não Manuais da


Libras:
a) Expressão Facial (EF): A expressão facial tem o papel de indicar diversos
elementos que não podem estar presentes nos sinais como: pontuação,
emoção, ênfase, ironia, etc. É importante utilizar uma expressão
fisionômica adequada para que as emoções implícitas nas frases sejam
bem compreendidas. Elas devem ser utilizadas simultaneamente com os
sinais.

Afirmação: Neutra
Interrogação: Sobrancelhas franzidas e um ligeiro movimento da cabeça
inclinando-se para cima.

Exclamação: Sobrancelhas levantadas; ligeiro movimento da cabeça


inclinando-se para cima e para baixo; boca fechada com movimento para
baixo (intensificador).

Negação: Possui 4 (quatro) formas


básicas:
a) simultaneamente ao sinal, movimento negativo com a cabeça e
expressão
Facial. (Recomendado)

b) Incorporação de um sinal com movimento contrário.

Ex.ª: Gostar, Querer, Aceitar.

c) Incorporação de um sinal específico de verbo negativo.

Ex.ª: Poder, Ter.

d) Acréscimo do sinal "NÃO" após o verbo. Exceto casos b e c.

b) Expressão Corporal (EC):

As Línguas de Sinais utilizam-se das expressões faciais e corporais para


estabelecer tipos de frases equivalentes aos recursos de acentuação da
língua portuguesa que definem os modos em que se encontram as
frases.
Por isso, é importante dedicar muita atenção às expressões faciais e
corporais feitas simultaneamente aos sinais, a fim de identificar o modo
em que se encontra a frase, além de agregar ricos valores gramaticais.
Vocabulário
O vocabulário desta edição se constitui de os alunos aprenderem a fazer a
descrição dos sinais. Utilizando assim dos recursos de memorização e
aprendizagem dos parâmetros das Libras.

Palavras a serem descritas:


O que:

Querer:

Conta:

Banco:

Dinheiro:

Abrir:

Guardar

Poupança:

Certo:

Documento

Identidade

Trazer

Cpf:

Luz

Telefone:

Precisar:
Ter:

Endereço:

Agora:

Pode:

Hora:

Amanha:

Voltar:

Obrigado:
Coleta de
dados
Material necessário : um formulário preparado com

antecedência com espaços a serem preenchidos pelos alunos.

Procedimento:
O professor distribui o formulário entre os alunos preencherem as
informações solicitada. Ao chegarem na sala eles deveram trocar de
formulário e cada aluno deverá apresentar em Libras o formulário do
amigo.
Variações Linguísticas
(dialetos)
Apesar de ainda não haver estudos conclusivos sobre variações linguísticas
na Libras, podemos discorrer pelos aspectos mais relevantes e ampliarmos
um pouco nossa visão sobre regionalismo. Muitos leigos,
equivocadamente, têm a Língua de Sinais como universal. Deste tópico já
tratamos no tema "A Universalidade das Línguas de Sinais". Outros
imaginam que a Língua de Sinais falada no país é uniforme e padronizada.
Eis aqui outro grande equívoco.

Os principais fatores desencadeantes deste processo são: cultural


(literatura, artefatos), - tema bem abordado por Karin Strobel em seu livro
"As Imagens do Outro Sobre a Cultura Surda", geográfico, econômico e
principalmente social (oportunidade, preconceito, discriminação). Neles
estão contidas as explicações para as variações, não só de léxico,
vocabulário, mas também, e principalmente no aspecto morfológico e
semântico. Se ignorarmos estes pormenores, deixaremos de reconhecer
as muitas diferenças de vocabulário, expressões idiomáticas, gírias locais,
dialetos (ramificações de uma determinada língua relacionada a uma
região), polissemias e até mesmo de sotaque. Por isso devemos colocá-los
todos como corresponsáveis para uma análise mais ampla e realista do
retrato nacional da Libras e suas variantes.

As maneiras como as pessoas de regiões diferentes enxergam o mundo,


ainda que num mesmo país, difere em muito. A bagagem sociocultural de
cada indivíduo e sociedade interferem na elaboração do signo, seja na
criação do significante ou na produção do significado.

A psicóloga Walkiria Duarte Raphael, uma das autoras do Dicionário


Enciclopédico Ilustrado Trilíngue da Língua de Sinais Brasileira (Edusp,
2001), afirma "a unidade linguística é um mito mesmo na linguagem por
sinais".
No passado, o isolamento era grande. Os sinais eram passados de geração
a geração e se restringiam à representação do cotidiano, nada muito
específico. Hoje, a presença no ambiente escolar tem estimulado a criação
de muitos novos sinais, já que há disciplinas e termos técnicos, além de
permitir o contato do estudante com os sinais de outras regiões.

Mas nem sempre os surdos encararam com bons olhos o contato com
sinais de outras regiões, percebemos que diante de um termo diferente os
surdos tendiam a dizer que aquele sinal estava "errado". Hoje, as
variações são mais aceitas. - A própria comunidade surda tinha uma rixa.
Daí a resistência dos surdos em aceitarem sinais de outras culturas.
Tínhamos de convencê-los de que aquele sinal era representativo para
determinada região. Havia bairrismo - diz.

É inegável a influência da Língua Portuguesa, que acaba por determinar a


constituição de vários elementos semânticos, estruturais e discursivos da
Língua de Sinais. Isso não deixa de acontecer também no universo das
gírias.

Mas, a despeito de todas estas diferenças, todos os usuários da Libras


conseguem comunicar-se uns com os outros e entendem-se bem, apesar
de não haver sequer dois que façam sinais da mesma maneira - explica a
linguista Odenir Becker Karnopp.

Há, sim, uma tentativa de padronização das associações de apoio ao


surdo. Há muitos sinais que já são padronizados e usados em congressos,
por exemplo. Mas é preciso respeitar a diversidade - comenta Walkiria
Duarte. A mesma diversidade, aliás, que torna a Libras e a Língua
Portuguesa admiradas pelos seus usuários.

Fonte: Walkiria Duarte Raphael, Lodenir Becker Karnopp, Karin Lilian


Strobel em
http://www.jorwiki.usp.br/gdmat08/index.php/Regionalismos_da_l%C3%
ADngua
Abaixo, definições teóricas dos dois tipos de dialetos encontrados na
Libras:

Dialeto Regional
Ocorrem grandes diferenças na composição do sinal devido a origem
regional de um mesmo país. (Regionalismo) (LP: idiossincrasia, LS:
tautologia).

Dialeto Social
Ocorre variação morfológica, onde certos traços da língua (CM, PA, MV,
DM, OM, RC) sofrem pequena variação. Isto se deve geralmente às
diferenças culturais, educacionais ou sociais.
Respond
a
Você conhece profissionais surdos de
que
áreas?
........................................................................................................................
........................................................................................................................
........................................................................................................................

........................................................................................................................
........................................................................................................................
........................................................................................................................

........................................................................................................................
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........................................................................................................................

2- O que você tem a dizer sobre os


surdos
no mercado de trabalho? Há
alguma
profissão que você acha que os surdos
não
podem exerce?
........................................................................................................................
........................................................................................................................
........................................................................................................................
........................................................................................................................
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Profissões e afins:
Vocabulário:

Pesquise os sinais abaixo:

Conseguir emprego:
Estagiário:
Aposentar:
Empregado:
Salário:
Carteira de trabalho:
Procurar:
Demitir/ser demitido:
Abandonar/pedir demissão:

Dicas:
Converse com Surdos (em Libras) sobre profissões que
eles
gostariam de exercer.
Dinâmica:

Soletrando

Ao mesmo tempo que serve de quebra-gelo, este jogo ajuda também a


introduzir um tópico a ser discutido na sala.

Material necessário: Folhas de sulfite, divididas ao meio, uma letra deve


ser escrita em cada folha soletrando o tema (a palavra-chave) daquela
aula. De preferência a palavra deve ter no mínimo sete letras.

Procedimento: Cada time recebe um jogo de folhas e repassa a seus


membros. Um membro é escolhido como secretário para anotar as
palavras formadas pelo time. Dado os sinais, os membros do time
precisarão se mexer para formar tantas palavras quanto possível só
usando as letras recebidas. Para valer os membros dos times tem de se
deslocar e entrar numa fila mostrando a nova palavras. Quanto maior a
palavra, mas pontos recebe. Sugerimos que as palavras com três letras
recebam um ponto, com um ponto "bônus "para cada letra a mais usada
(por exemplo uma palavra de quatro letras receberia dois pontos, de cinco
letras três pontos, ETC). As palavras formadas não podem ser nomes
próprios. Não deve conter o singular de palavras já listadas no plural, nem
mudanças de gênero.

Cada grupo deve integrante deve soletrar suas palavras sendo o grupo
recebendo o ponto a quem conseguir interpretar.
Atividade
s:
Qual é a língua que você sabe falar?

VOCÊ SABER FALAR LINGUA QUAL?

Qual é a nossa língua?

LÍNGUA NOSSA AQUI?

Qual é a língua dos Surdos?

LINGUA DOS SURDOS QUAL?

Em que língua que você sabe escrever?

VOCÊ SABER ESCREVER QUAL LÍNGUA?

Qual é a língua que você sabe ler?

VOCÊ SABER LER QUAL LÍNGUA?


As línguas no
mundo

ASL - American Sign. Language -


Língua de Sinais Americana
FSL - French Sign Language -
Língua de Sinais Francesa
BSL - British Sign Language -
Língua de Sinais Britânica
LIBRAS - Língua Brasileira de
Sinais (LSCB e LSB)
VOCÊ VIAJAR JÁ OUT@ PAÍS,ONDE?
NOME CIDADE VOCÊ CONHECER JÁ, QUAIS?
VOCÊ AMIG@ TER MORAR PAÍSES OUTR@?
QUAIS?
VOCÊ GOSTAR MAIS PAÍS, QUAL? POR QUÊ?
VOCÊ ENCONTRAR JÁ ALGUM@ SURD@ PAÍS
OUTR@?
COMUNICAR JÁ EL@ LÍNGUA-DE-SINAIS? COMO?
Sistema de Transcrição da
Língua de
Sinais
Sistema de Transcrição

A transcrição é uma forma de documentar a língua sinalizada através da


convenção de um sistema de notação com palavras e símbolos. Trata-se
de uma ferramenta importantíssima nos estudos surdos da Língua de
Sinais, pois permite representar linearmente a LIBRAS, que é espacial,
visual e tridimensional, registrando detalhadamente o que foi dito e como
foi dito com todos os elementos e recursos linguísticos utilizados pelo
falante de LIBRAS.

PALAVRA EM LETRA MAIÚSCULA: Sinal simples, item lexical

- L-E-T-R-A-S MAIÚSCULAS SEPARADAS POR HÍFEN: Datilologia

- L-E-T-R-A-S MAIÚSCULAS SEPARADAS POR HÍFEN EM ITÁLICO: Soletração


Rítmica, sinal soletrado, empréstimo linguístico.

- PALAVRAS-UNIDAS-POR-HÍFEN: Sinais compostos oriundos da Língua


Portuguesa ou quando traduzidos com mais de uma palavra da LP. Ex.ª:
negações.

@ ARROBA: Designar ausência de desinência de gênero e número.

^ CIRCUNFLEXO: Sinais compostos da LSB representados por duas ou mais


palavras da LP, com a ideia de uma única coisa.
SOBRESCRITO: Incorporações de advérbios ou intensificadores e traços
não-manuais feitos simultaneamente aos sinais representando tipos de
frase (afirmativa, negativa, exclamativa, interrogativa e imperativa).

SUBSCRITO: Concordância dos Classificadores, verbos que possuem


concordância de gênero (pessoa, coisa, animal).

: DOIS PONTOS: Alongamento do sinal.

(()) DUPLO PARÊNTESIS: Comentários do (a) pesquisador (a).

+ "MAIS"APÓS PALAVRA: Marca de plural feita pela repetição do sinal.

(+) "MAIS" ENTRE PARÊNTESIS: Pausas ou silêncios.

EH, AH, IH, MHN, AHÃ: Pausas por hesitação.

(...) RETICÊNCIAS ENTRE PARÊNTESIS: Transcrição parcial ou eliminação.

/.../ RETICÊNCIAS ENTRE BARRAS: Traços não manuais e outros.

# CERQUILHA: Turnos simultâneos.

Os verbos que possuem concordância de lugar ou número-pessoal,


através do movimento direcionado, estão representados pela palavra
correspondente com uma letra em subscrito que indicará:

a) a variável para o lugar:

I = ponto próximo à 1a pessoa

J = ponto próximo à 2a pessoa

K e k' = pontos próximos à 3a pessoas

E = esquerda

D = direita

b) as pessoas gramaticais:
1s, 2s, 3s = 1a, 2a e 3a pessoas do singular

1d, 2d, 3d = 1a, 2a e 3a pessoas do dual

1p, 2p, 3p = 1a, 2a e 3a pessoas do plural

UM SINAL EM BAIXO DO OUTRO (m.e.)

UM SINAL EM BAIXO DO OUTRO (m.d.) Sinal dobrado com as duas mãos,


que originalmente é feito somente com uma das mãos, ou dois sinais
estão sendo feitos pelas duas mãos simultaneamente, serão indicados
com indicação das mãos: direita (md) e esquerda (me).

Referencial Bibliográfico: Felipe (1988, 1991,1993,1994,1995,1996)


Charadas
Uma captação que certamente chamará atenção da classe envolve uma
encenação não-verbal. No início da aula, sem ter falado nenhuma palavra,
e com todos nas expectativas da lição começar, o professor começa a
dramatizar silenciosamente os eventos principais de uma história, uma
aplicação da história ou, como normalmente é feito em " charadas", uma
frase u palavra-chave da aula que ele quer que os alunos gravem. Neste
caso, o professor, (ou algum membro da classe escolhido com
antecedência) deve sinalizar com os dedos quantas palavras na frase e/ou
quantas silabas na palavra.
Conversação /
Diálogo
"O encontro na feira de
domingo"

A) Oi, tudo bom..................................? Oi,


B) tubo bom..................................?
A) Maça hoje ter barato!
A) Eu gosto comer - maça! Você gosta comer - maçã?
B) Não, eu gosta - não comer - maçã! Eu gosta comer banana!
A) Ele me@ filh@, nós - 2 gosta comer - banana!
B) Vocês - 2 gosta chupar- laranja?
A) Sim, muito!
A) Preciso ir, tchau.
B) Tchau
Processo
Anafórico

Processo Anafórico, Anaforismo, Shifting ou Role-Play, é o recurso da


Língua de Sinais que possibilita ao narrador, através de mudança de
postura corporal, incorporar diferentes personagens de uma narrativa.

Para o intérprete, em um discurso conversacional quando existe a troca


de mensagens entre dois ou mais usuários, importante o domínio da
técnica do anaforismo. Porém, este recurso exige excelente capacitação
para assumir diferentes corporeidades em um único setting de tradução.

Todos os objetos imaginados e criados nos campos anafóricos (construção


tátil) e processos anafóricos (shifting ou role-play) exigem um poder de
concentração extremo para serem utilizados e mantidos nos lugares
corretos, para que os surdos compreendam claramente os textos e a
relação entre esses personagens.

São processos anafóricos exagerados, onde o intérprete se perde em seu


delírio de projeção. Quando uma interpretação carece de fundamento
coerente, real, equalizado, ela se torna incapaz de prender a atenção dos
surdos; pelo contrário, acaba por lhes despertar sentimentos imediatos de
estranheza e, consequentemente, rejeição.
Empréstimos
Linguísticos
A Libras, como as demais línguas, também incorpora léxico de outras
línguas. Existem casos em que a língua de sinais faz o empréstimo de
palavras de uma língua oral, e o fazem através da soletração manual.
Exemplos como A-Z-U-L, N-U-N-C-A, O-I, V-A-I, seriam empréstimos que já
foram incorporados ao léxico da Libras.

A soletração manual não é, evidentemente, o processo único de formação


dos vocábulos (sinais) em LIBRAS. Aliás, é responsável por uma parte
pequena do léxico de sinais da Libras. A soletração manual das letras de
uma palavra em português é a mera transposição espacial dos grafemas
de uma palavra da língua oral, por meio das mãos; apenas um dos meios
de se fazer empréstimos em LIBRAS. Assim como a palavra "xerox", em
português, é um empréstimo do inglês, os exemplos citados ilustram o
fenômeno do empréstimo em LIBRAS, pois, na maioria dos casos, existe o
sinal correspondente à situação, ao objeto ou à ideia e não é necessário
usar a soletração manual.

Os Empréstimos Linguísticos podem ser:

a) LEXICAIS: como o alfabeto Manual;

b) DE INICIALIZAÇÃO: onde a configuração de mão é representada pela


letra inicial correspondente à palavra em português (GOIÁS > CM=G), e,
segundo Brito [BRI 95], há também o empréstimo de itens lexicais;
c) DE OUTRAS LÍNGUAS DE SINAIS: que se referem a sinais cuja origem é
um sinal em outra língua, geralmente um sinal de mesmo valor semântico
(ANO > ASL, VERMELHO > LSF), há empréstimos;

d) DE DOMÍNIO SEMÂNTICO: identificado na maioria dos sinais referentes


a cores;

e) DE ORDEM FONÉTICA: que são obtidos pela tentativa de representação


visual do som que constitui a palavra em português, tal como são
percebidas pelo surdo.

Referencial Bibliográfico:

Karin Strobel e Sueli Fernandes - Aspectos Linguísticos da Libras - SEED-PR

Lucinda Ferreira Brito - (1995)


Soletração Rítmica ou
Sinais
Soletrado
s

É um estágio da datilologia que apresenta forma, ritmo e movimento


próprios. Algumas palavras parecem transformar-se em sinais (sinal
soletrado), equivalendo ao timbre das palavras. Quase sempre há
supressão ou aglutinação de letras. Ocorre frequentemente em nomes
próprios e geralmente é derivada de empréstimo linguístico da Língua
Portuguesa.

Alguns sinais são realizados através da soletração expressa, uso das iniciais
das palavras, cópia do sinal gráfico pela influência da língua portuguesa
escrita. Estes empréstimos sofrem mudanças formativas, e acabam por se
tornar parte do vocabulário da Libras.

Ex.ª: N-U-N-C-A ou N-U-N = "nunca",

B-R = "bar", S-L = "sal" ou "sol",

A-Z-U-L = A-Z-L = A-L = "azul".

MAIS EXEMPLOS DE SR:

SE = S-I (MV para frente, O.M. para baixo)

PAI = P-I (indicador tocando o buço e MV para frente com rotação do


pulso)
SAL / SOL = S-L (a diferença está no P.A. S-O-L > mais alto, S-A-L > mais
baixo)
VOVÔ = V-O-V-O (usando dedos polegar, indicador e médio, unindo as
pontas dos dedos 2x)

VAI = V-AI (O.M. para baixo, dedos apontados para frente, com MV para
frente)

SUCO = S-U-C-O (U horizontal, com a O.M. para baixo, C com O.M. para
frente, e MV de rotação do pulso para fora e para dentro)

ALGUMAS REGRAS GRAMATICAIS CONHECIDAS

1 - Formas:

a) Arco lateral

Ex.ª: O-I, L-U-I-Z, A-V, R-U-A, R-I-O, D-R, D-I-A, B-R, O-U-R-O

b) Arco para frente e para baixo

Ex.ª: F-I-M

2 - Monossílabos tônicos: soletrados para cima.

Ex.ª: P-O-´, P-A-´

3 - Monossílabos terminados em "S" ou "Z": são soletrados para baixo.

Ex.ª: G-A-S, G-I-Z

4 - Palavras terminadas em "U" e "X": há inversão da O.M.

Ex.ª: O-U, V-I-U, E-X, M-A-U


5 - Palavras terminadas em R e L: têm o movimento final alongado.

Ex.ª: M-A-R, S-O-N-A-R, M-E-L, V-A-R-A-L

Referencial Bibliográfico:

http://www.ines.gov.br

Sueli R. Segala e Catarina K. Kojima - língua DE SINAIS - A Imagem do


Pensamento

Karin Strobel e Sueli Fernandes - ASPECTOS LINGUÍSTICOS DA LIBRAS


Alfabeto Manual e
Datilologia
O Alfabeto Manual é um tipo de sistema manual de representação quer
simbólica, quer icônica, das letras e da ortografia dos alfabetos das línguas
orais. Em todo o país o alfabeto é o mesmo. É formado por uma série de
configurações de mão que correspondem às letras e números da língua
escrita. O Alfabeto manual é pouco utilizado pelos surdos, principalmente
os que têm pouco domínio sobre a língua escrita.

A Datilologia é a arte de digitação, ou soletração do Alfabeto Manual. A


datilologia, assim como a ortografia, precisa ser aprendida e treinada.

É utilizada para:

Traduzir nomes próprios, de pessoas, lugares, palavras que ainda


não possuem sinal, ou identificar coisas novas, ambientes e pessoas
que ainda não tiveram contato com a Libras;

Auxiliar na intercomunicação entre duas línguas diferentes,


explicando o significado de um sinal a um ouvinte ou ainda explicar
ao surdo a forma escrita de uma palavra em língua portuguesa.

O alfabeto manual, apesar de configurar-se como empréstimo linguístico,


é um instrumento de grande valia para o processo de aquisição do
português como L2, sendo utilizado como um meio para verificação,
questionamento ou veiculação da ortografia da língua oral.
Um Paralelo entre a Libras
eo
Portuguê
s

Pontos em Comum:

a) ambas são sistemas de comunicação.

b) São línguas naturais desenvolvidas por usuários nativos.

c) São constituídas de níveis fonológicos (quirológicos) sintáticos e


semânticos.

Fonológicos = Fonema

Querenas = Grego: Kirós = Mãos

(Estudo dos movimentos das mãos)

d) apresentam arbitrariedade ou convencionalidade.

Ex.ª: LS - ver é feito com "V"

errar é feito com "P"

Ex.ª: LP - cachorro não se chama "AU AU"

por que janela se chama "janela"?


e) São dotadas de dupla articulação. Duas unidades mínimas sem valor
contrastivo
Podem criar uma unidade mínima de valor contrastivo.

Ex.ª: VA (Sem acento não tem significado)

CA (Sem acento não tem significado)

VA + CA = VACA (valor com significado)

f) apresentam variantes regionais (LP = idiossincrasia, LS = tautologia).

Ex.ª: LP - mandioca = macaxeira = aipim

LS - Branco, azul, verde

g) ambas são estruturais e funcionais.

h) os usuários nativos de Libras adquirem a linguagem tão rapidamente


quanto as

Crianças brasileiras adquirem a Língua Portuguesa.

i) Palavras (sinais) que têm dois ou mais sentidos diferentes (polissemia).

Ex.ª: LP - manga (fruta, pasto, de camisa)

LS - não-Pode, não dá, ocupado.

Doce, açúcar, sobremesa.

Algumas Diferenças Básicas Próprias da Libras:

a) Sinais correspondentes a uma configuração de mão (letras ou números)


oriundos

Do Alfabeto Manual.

Ex.ª: "C" = depressa, quente, cunhado, tio

"4" = acusar, quarta-feira, conhecer


"Y" = bobo, triste, sofrer, vaca

b) Sinais simples pela mão direita.

Ex.ª: amigo, avião, sábado

c) Sinais compostos de dois ou mais sinais.

Ex.ª: faqueiro = caixa + guardar + faca + garfo + colher

piloto = homem + dirigir + avião

mãe = mulher + bênção

d) Sinais que podem ter dois ou mais movimentos diferentes realizados

simultaneamente ou movimento de uma das mãos sobre outra parte

do corpo parado.

Ex.ª: cadeira, nervoso, papel, chocolate

e) Sinais que podem ter dois movimentos iguais realizados ao mesmo


tempo.

Ex.ª: empregada, diferente, namorar, feriado

f) Sinais que não apresentam movimento de mãos. Só da face.

Ex.ª: roubo, ato sexual

g) Sinais com sentidos diferentes, mas mantém a mesma forma em


Português.

Ex.ª: FALTAR/FALTA:

Ausência - Ele faltou à aula.

Insuficiência - Está faltando arroz.

Falta em esporte - Zico cobrou a falta com perfeição.

APAGAR:

Desligar - Por favor, apague a luz.


Limpar - Apagar o quadro negro.

Fechar - Ela apagou o gás.

h) Frases formadas a partir de um único sinal.

Ex.ª: Estou com dor de cabeça. LS = dor-de-cabeça

Quantos anos você tem? LS = idade

i) Sinais que com uma mesma representação manual podem ter

Significados diferentes quando associados à expressão facial diferente.

Ex.ª: não-pode # cair-do-cavalo # ocupado

Egoísta # problema meu # deixa comigo

j) Expressões idiomáticas da LP que não encontram sinal correspondente

Em Língua de Sinais.

Ex.ª: "cair de gaiato", "pernas, para que te quero", "dando sopa", "vai
tomar

Banho! ", "chá de cadeira", "chorar o leite derramado", "isso são outros

Quinhentos", "entrar pelo cano".


Verbos de
Ligação
Chamados também de verbos auxiliares, e ao contrário dos verbos
significativos, os verbos de ligação são responsáveis por fazerem a ligação
do sujeito com o predicado e normalmente não têm o sentido principal da
frase, denotando não a ação, mas o estado, a qualidade, a condição ou a
situação do sujeito. Por isso, na Libras são geralmente omitidos da frase.

Principais verbos de ligação:

SER

ESTAR

FICAR

TER

HAVER

CONTINUAR

PERMANECER

PARECER

ACHAR

ENCONTRAR

ANDAR
TORNAR-SE

Nem sempre os verbos acima serão de ligação. Para fazermos uma correta
análise, é preciso verificar o contexto em que estes verbos estão inseridos.
Vamos usar como exemplo os verbos ANDAR e CONTINUAR:

Exemplo 1 (ANDAR)

O homem anda depressa.

Andar neste contexto significa modo, maneira que o homem anda. É um


verbo de ação (portanto não poderá ser de ligação). Aqui andar é verbo
intransitivo.

O homem anda preocupado.

Nesse caso andar indica o estado em que o homem se encontra. Logo,


trata-se de um verbo de ligação.

Exemplo 2 (CONTINUAR)

Ela continua feliz. Indica estado. Verbo de ligação.

Ela continua sua tarefa. Indica ação. Verbo transitivo direto.


Cultura Surda
É tarefa difícil definir cultura surda. Podemos vislumbrar um conceito
como um movimento social, formado a partir de uma minoria linguística,
que está em oposição à cultura e ideologia dominantes. Os surdos
procuram conviver harmoniosamente com grandes diferenças, dentre elas
a mais marcante, a linguística. Esta comunidade está sempre procurando
fazer valer os seus direitos políticos e sociais, lutando contra o estigma, o
estereótipo, a deficiência, o preconceito, e o poder do ouvintismo.

O que poderia ser um caminho por parte da nossa sociedade


predominantemente ouvinte seria o amadurecimento da consciência de
que a diversidade é fator contribuinte e não ameaça a cultura de um povo;
aprender a respeitar a cultura surda como parte integrante de nossa
cultura coletiva, e, consecutivamente; o reconhecimento e a valorização
da identidade cultural surda como uma ferramenta apta a contribuir para
o desenvolvimento de nossa cultura global.

Vivemos no século 21, portanto é conveniente que adotemos uma nova


perspectiva em relação a um futuro cada vez mais próximo. E uma nova
perspectiva implica preencher um espaço que outrora fora habitado por
uma concepção concordante com a mentalidade vigente da época, mas
que atualmente torna-se ultrapassada e não deve mais se sustentar, em
seus alicerces ruinosos que não mais se alinham à superfície das novas
descobertas.

Dentre as características mais marcantes da cultura surda, além da língua,


temos as tecnologias (TDD, aparelho auditivo, implante coclear, Closed
Caption, alerta luminoso ou vibratório em telefones e campainhas) e os
artefatos culturais (poesia, contos surdos) que muito traduzem a visão que
o surdo tem do mundo e como pode contribuir com ele.
Dinâmicas
) Sinais Relacionados: z esta é uma dinâmica que trabalha com vocabulário
e foi apresentada nas formas oral e sinalizada num curso de formação de
intérpretes. Aqui ela foi adaptada para a aprendizagem e ampliação de
vocabulário escrito na língua portuguesa. Z consiste em apresentar um
sinal-tema (e se necessário conceituá-lo), escrevê-lo em português no
quadro e pedir que as crianças deem todos os sinais que possam conhecer
relacionados a este. Deve-se listar no quadro tudo o que elas derem para
trabalhar posteriormente. Exemplo 1: sinal-tema: festa de casamento
sinais-relacionados: noiva, noivo, padrinhos, bolo, igreja, véu, convidados,
aliança, buquê, dança, presente,... Exemplo 2: sinal-tema: futebol sinais-
relacionados: jogador, juiz, bola, apito, pênalti, cartões, bandeirinha,
torcida, bandeira, gol, falta, ... z Aproveitando a brincadeira: a lista de
palavras resultante desta atividade pode ser trabalhada de diversas
maneiras, dependendo do objetivo que o professor queira alcançar: -
pode-se montar um jogo de memória ou um bingo se a necessidade for
fixação deste vocabulário; - pode-se estimular as crianças a produzirem
textos criativos fazendo uso destas palavras; - pode-se utilizá-las para
trabalhar aspectos gramaticais da Língua Portuguesa; - pode-se
desenvolver algum projeto a partir do tema lançado na brincadeiras.
m) Baralho de Configuração de Mãos: z consiste em se ter um baralho
com as configurações de mãos mais utilizadas na língua de sinais e usá-lo
como base para explorar palavras em português. Z as cartas são
embaralhadas e uma delas é escolhida e apresentada para o grupo; cada
criança tem que lembrar um sinal com a configuração de mão contida
nesta carta, apresentá-lo e o professor escreve a palavra correspondente
no quadro. Z aproveitando a brincadeira: uma maneira de trabalhar com a
fixação deste vocabulário é variar a atividade pedindo que a criança faça
em alfabeto manual todas as palavras anteriores e só depois apresente a
sua. Pode-se utilizar as palavras aprendidas para produção textual. Pode-
se criar e registrar em conjunto frases ou histórias em que apareçam
somente, ou predominantemente, a configuração de mão escolhida no
baralho. Exemplo: cg: "P": "O professor dela convidou umas pessoas para
comer pizza. " "Um político que visitou o Paraguai falou com o presidente
e pediu paz para o povo. "

]
As
diferentes
identidades
surdas

Múltiplas Identidades Surdas

Segundo A Autora Galdis Perin: "As diferentes identidades Surdas


são bastante complexas, diversificadas. Isto pode ser constatado nesta
divisão por identidades onde se tem ocasião para identificar outras muitas
identidades Surdas, e: Surdos filhos de pais Surdos; Surdos que não tem
nenhum contato com Surdo, Surdos que nasceram na cidade, ou que
tiveram contato com Língua de Sinais desde a infância etc. Como dissemos a
identidade Surda não é estável, esta em continua mudança. Os Surdos
não podem ser um grupo de identidade homogênea. Há que se
respeitarem as diferentes identidades.
Em todo caso, para a construção destas identidades impera sempre
a identidade cultural, ou seja, a identidade surda como ponto de partida
para identificar as outras identidades Surdas. Esta identidade se
caracteriza também como identidade política, pois está no centro das
produções culturais.

Outro ponto de partida que não pode ser esquecido é que a


identidade Surda é possível pela experiência visual. Isto é, se a pessoa tem
audição já não pode ser surda como no caso da identidade intermediaria.
Isto tudo é importante à produção cultural como seja: necessidade de
intérpretes, de Língua de Sinais, de convívio com pessoas de identidades
iguais".
As Diferentes Identidades Surdas:

1. Identidades Surdas
(identidade
política)
Trata-se de uma identidade fortemente marcada pela política Surda.
São mais presentes em Surdos que pertencem à comunidade Surda e
apresentam características culturais como sejam:

• possuem a experiência visual que determina formas de


comportamento, cultura, língua, etc.;

• carregam consigo a Língua de Sinais. Usam Sinais sempre, pois é sua


forma de expressão. Eles têm o costume bastante presente que os
diferencia dos ouvintes e que caracteriza a diferença Surda: a captação da
mensagem é visual e não auditiva. O envio de mensagens não usa o
aparelho fonador, usa as mãos;

• aceitam-se como Surdos, sabem que são surdos e assumem um


comportamento de pessoas Surdas, entram facilmente na política com
identidade Surda, onde impera a diferença: necessidade de interpretes, de
educação diferenciada, de Língua de Sinais, etc.;

• passam aos outros Surdos sua cultura, sua forma de ser diferente;

• assumem uma posição de resistência;

• assumem uma posição que avança em busca de delineação da


identidade cultural;

• assimilam pouco, ou não conseguem assimilar a ordem da língua


falada, tem dificuldade de entendê-la;

• decodificam todas as mensagens recebidas em Língua de Sinais;

• A escrita obedece à estrutura da Língua de Sinais, pode igualar-se a


língua escrita, com reservas;

• tem suas comunidades, associações, e/ou órgãos representativos e


compartilham entre si suas dificuldades, aspirações, utopias;

• usam tecnologia diferenciada: legenda e Sinais na TV, telefone


especial, campainha luminosa;

• tem uma diferente forma de relacionar-se com as pessoas e mesmo


com animais;

• está identidade assume características bastante diferenciadas é


preciso lembrar aqui que, por exemplo, a identidade Surda genealógica
traz sinais vividos e provados durante gerações, por exemplo, na Itália há
uma família de Surdos de mais de 40 gerações; os filhos de pais Surdos; os
Surdos que nasceram Surdos têm família ouvinte e entraram em contato
com a comunidade Surda já em idade adulta.

2. Identidades Surdas Hibridas


Ou seja, os Surdos que nasceram ouvintes e com o tempo alguma doença,
acidente, etc. os deixaram surdos:

• Dependendo da idade em que a surdez chegou, conhecem a


estrutura do

Português falado decodifica a mensagem em português e o envio ou a


captação da mensagem vez ou outra é na forma da língua oral;

• usam língua oral ou Língua de Sinais para captar a mensagem. Esta


identidade também é bastante diferenciada, alguns não usam mais a
língua oral e outros usam Sinais sempre;

• assumem um comportamento de pessoas Surdas, e: política da


identidade Surda usa tecnologia para Surdos...;

• convivem pacificamente com as comunidades Surdas;

• assimilam um pouco mais que os outros Surdos, ou não conseguem


assimilar a ordem da língua falada, tem dificuldade de entendê-la;
• A escrita obedece à estrutura da Língua de Sinais, pode igualar-se a
língua escrita, com reservas;

• Participam das comunidades, associações, e/ou órgãos


representativos e compartilham com as identidades surdas suas
dificuldades, políticas, aspirações e utopias;

• aceitam-se como Surdos, sabem que são Surdos, exigem intérpretes,


legenda e Sinais na TV, telefone especial, campainha luminosa;

• também tem uma diferente forma de relacionar-se com as pessoas e


mesmo com animais.

. Identidades Surdas
3

Flutuantes
Os Surdos que não têm contato com a comunidade Surda. Ou Surdos
que viveram na inclusão ou que tiveram contato da surdez como
preconceito ou desconhecimento social. São outra categoria de Surdos,
visto de não contarem com os benefícios da cultura Surda. Eles também
têm algumas características particulares.

• seguem a representação da identidade ouvinte;

• estão em dependência no mundo dos ouvintes, seguem os seus


princípios, respeitam-nos, colocam-nos acima dos princípios da
comunidade Surda, às vezes competem com os ouvintes, pois que são
induzidos no modelo da identidade ouvinte;

• não participam da comunidade Surda, associações e lutas políticas;

• desconhecem ou rejeitam a presença do interprete de Língua de


Sinais;

• Orgulham-se de saber falar "corretamente";

• demonstram resistências a Língua de Sinais e a cultura Surda visto


que isto, para eles, representa estereotipo;

• não conseguiram identificarem-se como Surdos, sentem-se inferiores


aos ouvintes; isto pode causar muitas vezes depressão, fuga, suicídio,
acusação aos outros Surdos, competição com os ouvintes, há alguns que
vivem na angustia no desejo continuo de serem ouvintes;

• São vítimas da ideologia moralista, da inclusão, da educação clínica,


do preconceito e do preconceito da surdez;

• São Surdos. Quer ouçam algum som, quer não ouçam, persistem em
usar aparelhos auriculares, não usam tecnologia dos Surdos;

• Estas identidades Surdas flutuantes também apresentam divisões;


por exemplo, aqueles que têm contato com a comunidade Surda, mas
rejeitam-na, os que jamais tiveram contato, etc....
Identidades Surdas
4.

Embaraçadas
As identidades Surdas embaraçadas são outros tipos que podemos
encontrar diante da representação estereotipada da surdez ou
desconhecimento da surdez como questão cultural.

• está identidade não consegue captar a representação da identidade


Surda, nem da identidade ouvinte como fazem os flutuantes;

• sua comunicação é por alguns Sinais incompreensíveis às vezes;

• não tem condição de dizer onde moram, seu nome, sua idade, etc.

• não tem condições de usar Língua de Sinais, não lhe foi ensinada,
nem teve contato com a mesma;

• São pessoas vistas como incapacitadas;

• neste ponto, ouvintes determinam seus comportamentos, vida e


aprendizados;

• é uma situação de deficiência, de incapacidade, de inércia, de


revolta;
• existem casos de aprisionamento de Surdos na família, seja pelo
estereotipo ou pelo preconceito, fazendo com que alguns Surdos se
tornem embaraçados

5. Identidades Surdas de
Transição
Estão presentes na situação dos Surdos que devido a sua condição
social viveram em ambientes sem contato com a identidade Surda ou que
se afastaram da identidade Surda.

• vivem no memento de transito entre uma identidade para outra;

• se a aquisição da cultura Surda não se dá na infância, normalmente a


maioria dos Surdos precisa passar por este momento de transição, visto
que grande parte deles são filhos de pais ouvintes;

• no momento em que esses Surdos conseguem contato com a


comunidade Surda, a situação muda e eles passam pela des-ouvintização,
ou seja, rejeição da representação da identidade ouvinte;

• embora passando por essa des-ouvintização, os Surdos ficam com


sequelas da representação, o que fica evidenciado em sua identidade em
construção;
• há uma passagem da comunicação visual/oral para a comunicação
visual/sinalizada;

• Para os Surdos em transição para a representação ouvinte, ou seja, a


identidade flutuante se dá ao contrário.

6.Identidades Surdas de
Diáspora
As Identidades de Diáspora divergem das identidades de transição.
Estão presentes entre os Surdos que passam de um pais a outro ou,
inclusive passam de um Estado brasileiro a outro, ou ainda de um grupo
Surdo a outro. Ela pode ser identificada como o Surdo carioca, o Surdo
brasileiro, o Surdo norte-americano. É uma identidade muito presente e
marcada.

7. Identidades
Intermediarias
O que vai determinar a identidade Surda é sempre a experiência
visual. Neste caso, em vista desta característica diferente distinguimos a
identidade ouvinte da identidade Surda. Temos também a identidade
intermediaria. Geralmente está identidade é identificada como sendo
surda. Essas pessoas têm outra identidade, pois tem uma característica
que não lhes permite a identidade Surda isto é a sua captação de
mensagens não é totalmente na experiência visual que determina a
identidade Surda.
* apresentam alguma porcentagem de surdez, mas levam uma vida
de ou-
Vintes;

• para estes são de importância os aparelhos de audição, de aumento


de som;

• assume importância para eles o treinamento do oral, o resgate dos


restos auditivos;

• Busca de amplificadores de som...;

• não uso de intérpretes de cultura Surda, de Língua de Sinais etc.


(alguns adoram Língua de Sinais por hobby);

• quando presente na comunidade Surda, geralmente se posiciona


contra o uso de intérpretes ou considera o Surdo como menos dotado e
não entende a necessidade de Língua de Sinais de intérpretes;

• tem dificuldade de encontrar sua identidade visto que não é surdo


nem ouvinte. Ele vive como pendulo, ora entre Surdos, ora entre ouvintes,
daí seu conflito com esta diferença.

BIBLIOGRAFIA:

Artigo compilado na integra da Revista da FENEIS - Ano IV - número 14


abr./jun. de 2002. Autora Gladis Perlin
Atividades:
As expressões, QUEM - DE QUEM É- QUEM É, são feitas com a mesma
configuração de mão, a principal diferenciação você irá perceber no
contexto, na expressão facial e no sinal auxiliar,
Construa frases com as expressões e sinalize enfatizando as expressões
facial...
Não se esqueça de gravar ao sinalizar para que possa obter melhores
resultados, e auto avaliação.
1. Duvida
2. Espanto 3.
Alegria 4. Medo
5. Tristeza
6. Admiração 7.
Satisfação 8.
Desanimo
9. Raiva
10.Estranheza
11.Pensativo
12.Zangado 13.
Negativo
14.Interrogativo
15.Interrogativo/negativo
Responda Rápido em
Libras
(Em caso de dúvida pesquise)

1. Que dia da semana é hoje? 2.


Em que mês você nasceu?
3. Quais os dias que você trabalha? 4.
Quais os dias que você descansa?
5. Qual o ano do seu nascimento?
6. Qual dia, mês e ano que você começou a aprender Libras?
7. Que dia da semana você mais gosta?
8. Quantos meses sem o ano?
9. Qual mês você} ê fica de férias?
10.Uma semana tem quantos dias?
11.Qual o primeiro dia da semana?
12.Qual o último dia da semana?
13.Qual o terceiro dia da semana?
14.Em que ano a Lei nº 10.436(que oficializa a Libras no País) foi
aprovada?
15.Qual a data que se comemora o dia do surdo?
16.Quando foi criada a primeira Instituição destinada a Educação de
Surdos no Brasil?
17.Em que ano foi aprovado o Decreto nº 5,626 que regulamenta a
Lei n° 10.436?
1- Quando estamos com Surdos, como chamar a atenção deles para
uma conversa?

1.......................................................
2.......................................................
3........................................................

2- Como facilitar um ambiente de língua de sinais?


...................................................................................................................
...................................................................................................................
...................................................................................................................
...................................................................................................................
...................................................................................................................
...................................................................................................................
...................................................................................................................
...................................................................................................................
O que é Localização espacial
topográfica?
Os sinalizantes usam o espaço à sua frente para expressar relações
espaciais de diferentes ordens. Neste momento, vamos conversar
sobre o uso da localização espacial topográfica.
Localização espacial topográfica significa as relações espaciais que
apresentam identidades com a disposição real da localização de algo.
Neste caso, há um "mapeamento" do que está sendo dito. Você pode
mapear a planta de uma casa, a localização de algum ponto de
referência de um bairro, cidade, estado, pais, ou no mundo. Dizemos
que há uma relação real com localização do referente que está sendo
usado, porque os surdos estabelecem a narrativa desta maneira, ou
seja, na perspectiva do referente real.
No caso a localização dos estados Brasileiros, por exemplo, um estado
no norte do país vai estar sendo apontado na direção norte, na
localização real do próprio estado. O interlocutor do sinalizantes que
fez a referência a esta localização vai manter a mesma localização e
apontar na mesma direção independente da sua perspectiva, ou seja, a
localização real é a perspectiva adotada para se fazer a referência.
Desta forma, os sinalizantes compartilham os pontos estabelecidos no
espaço.
Agora vamos conversar sobre
sua
casa, onde você mora e sobre
seu trabalho.

1. Como é a sua casa? Explique, em sinais, como é a planta da sua casa


(cozinha, sala, banheiro, quartos e etc.).
2. Onde fica a sua casa? Explique a localização da sua casa no bairro
em que você mora, mostrando a localização especifica dentro do
bairro a partir da referência comum entre você e seu colega.
3. Onde você trabalha? Explique a localização do seu trabalho.
Treinando os nomes dos
alunos, sua
localização e a
localização
Topográfica da sala de
aula e arredores.
O professor chama um aluno pelo nome, este se identifica. Depois o
professor pede a outro aluno para descrever a localização topográfica
do primeiro (se está a sua direita ou esquerda, à sua frente ou atrás)
Em seguida, os alunos fazem o mesmo, em duplas, se referindo ao
mesmo aluno que o professor localizou, em relação a si próprio.
Numerais
Cardinais - São feitos com configurações de mãos diferenciadas
que não apresentam movimento-

Ordinais - Do 1º até o 9º os numerais ordinais têm a mesma


configuração dos cardinais, mas possuem movimento.
Do 1º até 4º - o movimento é para cima e para baixo. Do
5º até o 9º - o movimento é para os lados.
A partir do 10º não há diferença entre cardinais e ordinais.
A: SABER EU GANHAR 1º LUGAR MARATONA?
B: SIM, PARABÉNS! -

Numerais para Valores Monetários -


De R$ 1,00 até R$ 9,00 - usa-se o sinal correspondente a quantidade
com um pequeno movimento rotativo ou utilizando a vírgula
incorporada a este sinal.
Pode-se também usar a valores os sinais de real/reais. Para valores de
1.000,00 até 9.000,00 também há a incorporação do sinal VÍRGULA,
mas aqui o movimento desta incorporação é mais alongando do que os
valores anteriores (de 1 até 9 reais).
Pode ser usado também para estes valores acima os sinais dos
numerais correspondentes seguidos de PONTO.
Para valores de 1.000.000,00 para cima, incorpora-se o sinal VÍRGULA
com o numeral correspondente, o movimento rotativo é mais alongado
do que em 1.000,00.
A expressão facial torna-se gradativa, pois o movimento da vírgula
incorporado fica maior e mais acentuado: de 1 a 9 < de 1.000 a 9.000 <
de 1.000.000 a 9.000.000.
Quando o valor é centavo, o sinal VÍRGULA vem depois do sinal ZERO,
mas, na maioria das vezes, não precisa usar o sinal ZERO para centavo
porque o contexto pode esclarecer, ficando estes valores (centavos)
iguais aos numerais cardinais.

Exemplos : EU GANHAR SALÁRIO R$ 1.000.00 ESCOLA

PRIVADA.

EL@ COMPRAR 1 CAMISA POR R$ 9,00 E LEVAR 5 POR 40,00 AMIG@


MEU GANHAR MEGA SENA R$ 2 MILHOES E VIAJAR MUNDO TODO.
Sinalizando horas

Em Libras as horas são sinalizadas de formas diferentes dependendo do


que se quer expressar.
Para sinalizar as horas do relógio é importante saber que:
Não se sinaliza as horas com dois algarismos a partir das 13h até
às 24h.Acrescente o substantivo manhã, tarde, noite e
madrugada quando necessário;
Os números de 1 a4 são sinalizados como cardinais de
quantidades;
As horas são sinalizadas como quantidade enquanto os minutos
são sinalizados com cardinais como códigos representativos;
Para a fração 30 minutos a configuração varia de acordo com a
região da comunidade surda.
Para sinalizar as horas com sentido de duração é importante saber
que:
A partir do número 5 são usadas duas configurações (horas-
quantidade mais cardinal como código representativo).
A duração das horas tem incorporação dos numerais quando se
trata de 1 a 4h.
As associações de surdos no
Brasil

A associação de surdos é o principal ponto de encontro dos surdos


com sua cultura. E na associação que floresce a política, os
movimentos, a busca por direitos e melhores condições de vida, é
um lugar onde os surdos se sentem como uma pessoa surda, é um
espaço onde todo tem um objetivo em comum, a busca pela
liberdade e acesso ao mundo. É ainda o lugar onde a maiorias dos
surdos aprendem Libras, através da convivência mútua como se
estivessem num ambiente familiar.
A associação de surdos é a principal fonte de informações
indispensáveis á integração social ligada a todas as áreas da vida
(saúde, educação, relacionamentos, trabalhos e lazer.)

No Brasil são mais de 120


Associações de Surdos que
lutam
para divulgar a cultura do povo
surdo.
Treinando a acuidade visual,
a
coordenação motora e a
habilidade
de manter a
atenção.
Os alunos fazem um círculo. O professor fica no centro e aponta
rapidamente para um dos alunos. O aluno apontado deverá colocar
imediatamente as duas mãos em forma de tubo no nariz (imitando a
tromba de um elefante). Em seguida, também rápida e imediatamente,
os alunos a direita e a esquerda levam as suas mãos a tocar as orelhar
do colega indicado. Um após o outro, o professor vai indicando todos os
alunos. Quem demorar muito ou errar, sai da brincadeira.

Nota importante!!!
O professor vai utilizar esse jogo também para ensinar
sinais
relacionados como ganhar, perder, contra. As brincadeiras,
em geral, criam um ambiente leve e amistoso mas deve-se
atentar
para que não haja utilização da voz, para facilitar o
desenvolvimento, entreos alunos, deuma
comunidade de
aprendizes visuais.
Atividades:

Criei um texto utilizando as estações do ano. Sinalize.


Não se esqueça de gravar para que se possa fazer um auto avaliação.
Em caso de dúvidas utilize o anexo disponível no final da edição.
SUGESTÕES DE ATIVIDADES PARA AVALIAÇÃO DA UNIDADE
Parte I: Compreensão da LIBRAS
(Valor Total: 10,00)
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
Esta parte da AVALIAÇÃO será realizada através da
Apresentação das questões, em LIBRAS, para os alunos
Responderem, individualmente, em Português escrito. O
Professor irá distribuir as folhas com as questões para todos
Os alunos responderem, ao mesmo tempo, a medida em
Que cada questão for sendo apresentada. O (a) professor (a) Irá
sinalizar duas vezes cada questão.

1ª Questão:
O professor deverá apresentar uma pequena narrativa, em LIBRAS,
com o tema "PRAIA", utilizando os seguintes vocábulos: MUITO
QUENTE / ENGARRAFAMENTO / CARNAVAL / MOTO / ÔNIBUS /
RÁPIDO / DEVAGAR / DEMORAR / PERIGO CHEGAR. O aluno deverá
escrever a narrativa apresentada pelo professor, contendo o
vocabulário a cima.
Os adjetivos

São sinais que formam uma classe específica na Libras, ficando sempre
na forma neutra,
Por isso, não marcam o gênero (masculino e feminino), e número
(singular e plural).
Muitos adjetivos são descritivos e classificadores e apresentam
ironicamente uma
Qualidade do objeto. São normalmente desenhados no ar ou
mostrados a partir do objeto ou do
Corpo do emissor.
Se compararmos com o português, ao se referir a um objeto
arredondado, quadrado,
Listrado, os falantes desta língua, também, estão descrevendo e
classificando. Já em Libras esse
Processo é mais "transparente" porque o formato ou textura são
traçados no espaço ou no corpo
Do emissor, em uma tridimensionalidade permitida pela modalidade
da língua.
Na frase, os adjetivos geralmente vêm após o substantivo que qualifica.

Exemplos:
PASSADO EU MAGR@ POUCO-COMER, AGORA EU GORD@ NÃO
PARAR
COMER
PAPAGAI@ COR CORPO VERDE PERIGOS@
GAT@ PEQUEN@, COR BRANC@, DENGOS@

- Os Comparativos
Igualdade, Superioridade e Inferioridade
As qualidades em Libras podem ser comparadas a partir de três
situações: superioridade, inferioridade e igualdade.
Atividades:

Adjetivos e comparativos em Libras- Pesquise os sinais e pratique:

Velho - jovem
Velho - usado- novo
Alto - baixo
Gordo - magro
Grosso - fino
Grande - pequeno
Feio - bonito Forte
- fraco
Rápido - devagar
Quente - frio

Qual-dos-dois?
Mais do que
Igualdade
Inferioridade
Superioridade
Atividades:

De olho no contexto, sinalize as frases abaixo e correlacione ao


contexto correto:
Qual você quer? Branco ou preto?
Ele como mais do que eu
Qual sua idade?
Ele comeu menos do que eu
Ele pensa que sabe tudo
Surdos e ouvintes são iguais não tem melhor ou pior.

A. Igualdade
B. Superioridade
C. Inferioridade Mais
D. do que Qual dos
E. dois
Libras, que língua é essa?

Desmistificando a Língua Brasileira de Sinais Diversos autores, através


de suas pesquisas na área, vêm mostrando claramente que as Línguas
de Sinais podem ser comparadas em termos de complexidade e
expressividade a quaisquer línguas orais, mesmo se pertence a uma
modalidade diferente, são visual-espaciais, ou seja, são estabelecidas
pelo canal visual (visão) e utilizam o espaço para estabelecer a
comunicação entre os seus interlocutores. As pessoas usuárias da
Libras, sejam surdas ou ouvintes, podem estabelecer discussões sobre
diferentes temas como: filosofia, política, esportes, literatura e da
mesma forma, utilizá-la com função estética para recitar poesias, fazer
teatro, historias, humor entre outras. A diferença da modalidade das
línguas de sinais determina o uso de mecanismos sintáticos específicos
diferentes dos utilizados nas línguas oral-auditivas, por exemplo, na
língua portuguesa. Um dos mitos mais famosos com relação às línguas
de sinais é a de que são universais, visto que a universalidade se ancora
na ideia de ser esta língua um código que os surdos utilizam para se
comunicar e, muitas vezes transmitir fatos da língua portuguesa,
podendo até comunicar-se em qualquer lugar do mundo. Esse mito
não é verídico, visto que do mesmo modo que as pessoas falam
diferentes línguas orais no mundo, também as pessoas surdas em
qualquer parte do mundo falam diferentes línguas de sinais. O
surgimento de uma língua em determinada comunidade envolve
aspectos culturais e de interesses comuns, por isso os surdos
brasileiros não podem falar, por exemplo, ASL - língua de sinais
americana, nossa cultura e interesses nos diferenciam. Mesmo o Brasil e
Portugal que possuem a mesma língua oficial oral, no caso dos surdos
nascidos nesses países, suas línguas de sinais são diferentes, os surdos
portugueses utilizam a LSP - Língua de Sinais Portuguesa e nossos
surdos usam a Língua Brasileira de Sinais - Libras, do mesmo modo
Estados Unidos e Inglaterra. LETRAS LIBRAS|16 No Brasil também
temos registro de uma língua de sinais utilizada pelos índios
UrubusKaapor, que vivem na região amazônica. Muitas pessoas acham
que as línguas de sinais são apenas gestos e mímicas atribuindo a elas
um caráter de artificialidade, mas ao contrário, são línguas naturais,
pois evoluíram a partir de um grupo cultural, os surdos. Como exemplo
de línguas artificiais temos o "esperanto1 " (língua oral) e o "gestuno2
" (língua de sinais), essas línguas realmente foram criadas com um
intuito apenas de estabelecer uma comunicação internacional,
funcionando como língua auxiliar ou franca, planejada para fins
comunicacionais apenas. Quando pensamos em termos históricos,
acredita-se que as línguas de sinais possuem origens ou raízes nas
línguas orais. São poucos os registros a respeito dessas origens, mas
em Wilcox & Wilcox (1997) encontramos argumentos de que há dois
tipos de evidência que mostram o uso de forma natural das línguas de
sinais pelos surdos. O primeiro vem de uma pequena comunidade
próxima a Massachusetts, Estados Unidos, chamada Martha's
Vineyard, uma pequena ilha comunitária com elevado índice de
hereditariedade de surdez, observado entre os séculos XVII e meados
do século XX. O segundo tipo de evidência vem da França, um surdo,
chamado Pierre Desloges, relata no livro Observations of a Deaf-Mute,
em 1799, sobre a própria língua de sinais que utilizava e a defendia
contra aqueles que desejavam bani-la. A Língua de sinais americana
bem como a língua brasileira de sinais tiveram suas origens na língua
francesa de sinais. Nos Estados Unidos, o americano Thomas Hoppins
Gallaudet sensibilizado com uma garotinha surda, Alice Cogswell de 8
anos, viaja a Europa em busca de novos métodos para ajudar no
desenvolvimento educacional desta menina, visto que não confiava
muito nos métodos para oralizar pessoas surdas. 1 em 1887, o russo
Ludwig Lazer Gamenho, oftalmologista e filosofo, publicou a versão
inicial do idioma com o objetivo de criar uma língua de aprendizagem
muito fácil como língua franca inernacional para os povos de todos os
cantos do mundo. Sabe-se que nenhuma nação adotou oficialmente o
esperanto como língua, mas registra-se um uso por uma comunidade
de mais de 1 milhão de falantes. Atualmente é a língua auxiliar
planejada mais falada no mundo. (Santiago, 1992) 2 O nome gestuno
tem origem italiana e significa "Unidade em língua de sinais". Foi citada
pela 1ª vez em 1951 no Congresso Mundial na Federação Mundial de
Surdos. Em meados da década de 1970, o comitê da Comissão de
Unificação dos Sinais propunha um sistema que unificasse os sinais
mais compreensíveis, que facilitassem o aprendizado, a partir da
integração das diversas línguas de sinais. (Modo, 1987; Supla & Web,
1995; Jones, 2001) LETRAS LIBRAS|17 No Brasil, em 1855, um surdo
francês, Ernest Huet, em comum acordo com o imperador Dom Pedro
II, chega ao país e cria a primeira escola nacional de surdos, atualmente
o Instituto Nacional de Educação de Surdos - INES na cidade do Rio de
Janeiro. As línguas de sinais são rodeadas no imaginário popular de
vários mitos. Outro fato relevante em que se acredita é que estas
línguas são ágrafas, ou seja, não possuem escritas. Na verdade, até
pouco tempo, as línguas de sinais não possuíam escrita, mas a ideia de
representá-la graficamente surgiu em 1974, por Valerie Sutton, uma
coreógrafa americana que fez uma espécie de transcrição dos sinais
para utilizá-los com os passos de dança, isto de imediato chamou a
atenção da comunidade científica dinamarquesa das línguas de sinais.
Iniciam-se, então, pesquisas na área e, a partir desde momento,
acontece o primeiro encontro de pesquisadores, nos EUA organizado
por Judy Shepard-Kegel, e dele um grupo de surdos adultos aprendem
a escrever os sinais do Sign Writing, a escrita dos sinais. No Brasil o
sistema ainda é um experimento e foi, a partir de 1996, que um grupo
de pesquisa, liderado por Antônio Carlos da Rocha Costa, na Pontifícia
Universidade Católica - PUC de Porto Alegre, começou sua caminhada
para o desenvolvimento da escrita da língua de sinais brasileira e
futuro reconhecimento legal.
Atividades:

ESCREVER AS FRASES NA ORDEM QUE O(a) INSTRUTOR(a)


SINALIZAR

• Onde fica a sua cidade, qual é o ponto?


• Se você usa o metrô, ônibus, trem, qual é a sua posição?
• O Paraná fica no Sul e faz muito frio no Inverno.
• As cidades do Norte são muito quentes e úmidas no verão.
• Em São Paulo, já é frio no outono
• Onde tem muitas flores na Primavera?
• O Acre fica no Norte e no mês de junho começa o verão.
• Sena Madureira fica a oeste de Rio Branco.
• O Rio de Janeiro fica a leste de São Paulo
ATIVIDADE PARA
CASA

1- Estudar, a parte referente à GRAMÁTICA:


OS PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE
PALAVRAS EM LIBRAS .
2- Estudar, a parte referente à GRAMÁTICA:
TIPOS DE VERBOS E OS CLASSIFICADORES
EM LIBRAS
Verbos

Os tipos de verbos

Há dois tipos de verbos em


Libras:
a) Os que não possuem marca de concordância.

Quando fazemos uma frase com esse tipo de


Verbo, é como se ele ficasse no infinitivo.
Exemplos 17:
(1) EU TRABALHAR UFPB "eu trabalho na UFPB";
(2) EL@ TRABALHAR UFPB "ele/a trabalha na UFPB";
(3) EL@ TRABALHAR UFPB "eles/as trabalham na UFPB.

Exercícios:

Em dupla elaborar um diálogo que envolva o maior número possível de


verbos sem concordância em seguida apresente para seus colegas e
professores.
b) Os que possuem marca de concordância.
Podem ser subdivididos em:

1. Verbos que possuem concordância número-pessoal: a orientação marca as


pessoas do
Discurso. O ponto inicial concorda com o sujeito e o final com o objeto.

Exercícios:

Com um grupo de alunos de sua turma pratique o uso destes verbos a


partir das seguintes situações:
A. EU AVISAR VOCE
B. VOCE AVISAR EU
C. EU AVISAR VOCE E ELE
D. ELE AVISAR EU EU
E. DAR VOCE
F. EU DARELE
G. EU DAR VOCE E ELE
H. EU PERGUNTAR VOCE
I. VOCE PERGUNTAR EU

a) Verbos simples: são verbos que não se flexionam em pessoa e


número e não incorporam afixos locativos. Alguns desses verbos
apresentam flexão de aspecto. Todos os verbos ancorados no corpo
são verbos simples. Há também alguns que são feitos no espaço
neutro. Exemplos dessa categoria são CONHECER, AMAR, APRENDER,
SABER, INVENTAR, GOSTAR.
Os verbos simples podem incorporar pontos espaciais em
determinadas situações, como na glosa do exemplo abaixo:
IX<1> CASAd PAGARd

Nesse exemplo, o sinal de casa foi estabelecido em um ponto no


espaço (d) e o sinal do verbo foi realizado em cima deste mesmo ponto
tornando a expressão definida e específica.

b) Verbos com concordância: são verbos que se flexionam em pessoa,


número e aspecto, mas não incorporam afixos locativos. Exemplos
dessa categoria são DAR, ENVIAR, RESPONDER, PERGUNTAR, DIZER,
PROVOCAR, que são subdivididos em concordância pura e reversa
(backwards). Os verbos com concordância apresentam a
direcionalidade e a orientação. A direcionalidade está associada às
relações semânticas (Soure/gol). A orientação da mão voltada para o
objeto da sentença está associada à sintaxe marcando Caso.

c) Verbos espaciais (maisloc.) - são verbos que têm afixos locativos.


Exemplos dessa classe são COLOCAR, IR CHEGAR.

Temos também os verbos manuais (verbos classificadores). Estes


verbos usam classificadores e incorporam a ação. Exemplos dessa
classe de verbos são COLOCAR-BOLO-NO-FORNO, SENTAR-NO-MURO

Exercícios:
Em grupo filmem uma pequena narrativa em Libras que utilizem os
verbos acima descrito.
Verbos
Classificadores
De Incorporação/Manuais/Instrumentais

1- Verbos que Incorporam o Formato dos Argumentos da Sentença

Esse grupo de verbos é muito diversificado e um pouco complexos.


Para entendermos como eles funcionam precisamos ver de maneira
bem superficial, o que queremos dizer com argumentos verbais. Para
explicar isso, vamos citar um exemplo do português, o verbo" amar. "

O verbo amar exprime uma relação entre duas pessoas, onde uma
pessoa ama e a outra pessoa é amada.

O verbo amar representa dois locais que precisam ser preenchidos,


como ilustrado acima. Esses locais são chamados dentro da gramática de
argumentos verbas.
Agora que já entendemos um pouco o que é argumento verbal
podemos estudar melhor o grupo de verbos que incorporam argumentos
nas libras.
Nas libras o verbo AMAR funciona da mesma forma que em
português, onde uma pessoa ama a outra pessoa, e o verbo amar
apresenta dois argumentos e apenas isso.
Entretanto há um grupo de verbos onde o formato de um
argumento modifica a configuração da mão na realização daquele sinal.
Um exemplo é o verbo andar, pois em libras conforme o que estiver
andando a configuração de mão será diferente.
Exercícios:
Agora tente sinalizar as expressões abaixo, discuta com seus colegas
e professor:
Andar - animal - rastejante
Andar-carro
Andar - moto
Andar- avião
Outros verbos desse grupo são:
Abrir
Nadar
Segurar
Cair

Atividade:

1- Dos verbos acima citados, tente relacionar as modificações de


configuração que eles podem ter dependendo do argumento da
sentença. Uma dica. Monte frases com esses verbos e depois
procure sinalizá-las, verás que os verbos sofrerão alteração na
configuração de mão. Apresente suas considerações aos colegas e
professores.
2- Tente sinalizar a seguinte ações:
Copo quebrando
Lápis rolando
Vidro rachando
Água vazando
Pessoa tropeçando
Pessoa carregando uma caixa muito pesada.
Verbos Manuais
Agora vamos conhecer um pouco mais sobre um outro grupo
especial de verbos das libras, são os Verbos Manuais. Esse é um
grupo restrito e o seu significado só é definido dentro do contexto
discursivo.

A configuração de mãos desses verbos é sempre em ou em

e representam ações onde uma pessoa está segurando


algo.

Exercícios:
Tente sinalizar as expressões verbais:
PASSAR-ROUPA
PINTAR-PAREDE -ROLO
REGAR-PLANTAS-MANGUEIRA
Outro exemplo são:
VARRER-VASSOURA
VARRER-ASPIRADOR
REMAR-REMO
CORTAR-FACÃO
Verbos Instrumentais
Os verbos instrumentais são um outro grupo especial de verbos das
libras. Esse grupo de verbos é mais complexo e exige que vocês prestem
muita atenção para poder compreendê-los e usá-los adequadamente. Em
português não há nada parecido.
Os verbos instrumentais são os verbos nos quais o formato do
instrumento que está usando para realizar aquela ação modificada o
formato da configuração de mão. Por exemplo, o verbo CORTAR. Em
português o verbo "cortar" exprime uma ação onde algo está sendo
partido pela ação desse instrumento. Em libras não encontramos o verbo
"cortar" isolado, ele está sempre ligado ao instrumento que está sendo
utilizado para realizar uma determinada ação de cortar.

Exercícios:

1- Sinalize os verbos abaixo:


CORTAR-FACA
CORTAR-TESOURA
CORTAR - GUILHOTINA

Podemos notar que Português o instrumento da ação geralmente


não está presente na sentença, veja:
1- João cortou o pão.
Em Libras o verbo cortar necessita que se explique o instrumento
que foi usado na ação de cortar.
2- JOÃO PÃO CORTAR-FACA.

Há uma série de verbos que são instrumentais em libras e


dependendo do instrumento que é utilizado na ação há alteração da
configuração da mão.
Como por exemplos de verbos instrumentais podemos citar:
FURAR-X
CAVAR-X
CORTAR-X
PINTAR-X
COLHER-X.

PARA MELHOR ENTENDIMENTO VEJA OS VERBOS NO ANEXO


DISPONÍVEIS NO FINAL DA EDIÇÃO.
Tipos de verbos na língua de
sinais
brasileira
Segundo QUADROS e KARNOPP (2004), os verbos na língua de sinais
Brasileira estão divididos nas seguintes classes:

a) Verbos simples : são verbos que não se

flexionam
em pessoa e número e
Não incorporam afixos locativos. Alguns desses verbos apresentam
flexão de
Aspecto. Todos os verbos ancorados no corpo são verbos simples. Há
também
Alguns que são feitos no espaço neutro. Exemplos dessa categoria são:
CONHECER, AMAR, APRENDER, SABER, INVENTAR, GOSTAR.

Os verbos simples podem incorporar pontos espaciais em


determinadas
Situações, como na glosa do exemplo abaixo:
IX<1> CASAd PAGARd
Nesse exemplo, o sinal de casa foi estabelecido em um ponto no
espaço (d) e
O sinal do verbo foi realizado em cima deste mesmo ponto tornando a
Expressão definida e específica.

b) Verbos com
concordância :

São verbos que se flexionam em pessoa,


Número e aspecto, mas não incorporam afixos locativos. Exemplos
dessa
Categoria são DAR, ENVIAR, RESPONDER, PERGUNTAR, DIZER,
PROVOCAR, que são subdivididos em concordância pura e reversa
(backwards). Os verbos com concordância apresentam a
direcionalidade e a
Orientação. A direcionalidade está associada às relações semânticas
(source/goal). A orientação da mão voltada para o objeto da sentença
está
Associada à sintaxe marcando Caso.

Verbos direcionais que


incorporam
o objeto

Ex.:
TROCAR
TROCAR-SOCO/TROCAR-BEIJO/TROCAR-TIRO/TROCAR-COPO

c) Verbos espaciais (+loc)


-

São verbos que têm afixos locativos. Exemplos


Dessa classe são COLOCAR, IR CHEGAR.
Temos também os verbos manuais (verbos classificadores). Estes
verbos
Usam classificadores e incorporam a ação. Exemplos dessa classe de
verbos
São: COLOCARBOLO- NO-FORNO, SENTAR-NO-MURO, PASSAR-ROUPA
PINTAR-PAREDE-ROLO REGAR-PLANTAS-MANGUEIRA

d) Verbos Instrumentais

Os verbos instrumentais são outro grupo especial de verbos das libras.


Esse
Grupo de verbos é mais complexo e exige que vocês prestem muita
atenção
Para poder compreendê-los e usá-los adequadamente. Em português
não há
Nada parecido.
Os verbos instrumentais são verbos no qual o formato do instrumento
que está
Sendo usado para realizar aquela ação modifica o formato da
configuração da
Mão. Por exemplo, o verbo CORTAR. Em português o verbo
"Cortar" exprime uma ação onde algo está sendo partido pela ação
desse
Instrumento. Em libras não encontramos o verbo "cortar" isolado, ele
está
Sempre ligado ao instrumento que está sendo utilizado para realizar
uma
Determinada ação de cortar. Sinalize os exemplos abaixo.
EX:
CORTAR-FACA CORTAR-TESOURA CORTAR-GUILHOTINA

A Configuração de mãos pode ser


um
classificador, ou seja, uma marca
de gênero (animado: pessoa e
animais /
inanimado: coisas e veículos).
Essa marca prende-se ao verbo.
Conversando em
Libras
Diálogo
Este diálogo, além de contextualizar o vocabulário, tem o objetivo de
demonstrar como descrever objetos no espaço. No local os surdos
conversam animadamente enquanto "A" escolhe as roupas.

A: - Eu preciso comprar roupa dar família. Você pode ajudar escolher


cores¿

B: - Sim, posso ajudar você. Mas precisa roupa boa, barata.

A: - Eu escolhi calça azul dar meu irmão, saia bege dar minha esposa,
camisa branca dar meu pai, vestido rosa dar minha filha, tênis preto dar
minha mãe, sapato marrom é para mim.

B: - Bom! Muito bom, mas eu não gostar camisa branca, porque cor feia,
melhor azul claro.

A: - hum... eu muito animado dar presente família, minha filha vai gostar
receber presente, depois ela beijar muito em mim (sorri).

B: - Certo você esqueceu escolher presente seu irmão.

A: - É mesmo vou pegar vestido verde escuro.

B: - mas ela aceita cor forte¿ melhor não, eu não conheço sua irmã.

A: - não sei melhor camisa vermelha clara.

B: - Certo, olha tecido camisa é fina!

A: - não tem problema, obrigado me ajudar.

B: - De nada!
Note que o diálogo está nas estruturas de LIBRAS, portanto os verbos
estão no infinitivo.

A Primeira Publicação sobre Língua


de Sinais no Brasil.

Foi feita, em 1873, pelo Surdo Flausino José da Gama aluno do Instituto
de Surdos-mudos do Rio de Janeiro (atual Instituto Nacional de
Educação de Surdos - INES). O estudo resultou na obra " Iconographia
do Signaes dos Surdos-Mudos", publicado em 1875.
Revisando...

1- Monte sua árvore genealógica mais recente e apresente aos seus


colegas e professore descrevendo as semelhanças físicas e
emocionais de alguns:
2- Crie um pequeno conto que envolva verbos de incorporação,
manuais e instrumentais. Apresente aos seus colegas.
(Não se esqueça de filmar a atividade para que posteriormente cada
um possa se auto avaliar)
3- Faça a sinalização abaixo em diferentes contextos:
Não comi nada hoje Não
tenho dinheiro.
Ainda não recebi salário.
Nunca andei de avião
Não consigo abrir a porta.
. Os pares mínimos
Como nas línguas orais, um sinal pode se distinguir de outro por
apenas um
Traço distintivo. Assim, na LIBRAS, basta alterarmos a configuração de
mãos
De um determinado sinal, e manter os demais parâmetros, para
termos outro
Item lexical. Observe a representação dos itens lexicais:
APRENDER SÁBADO
EDUCAÇÃO ACOSTUMAR

a) quanto ao movimento
QUEIJO/RIR
ACUSAR/ADMIRAR

b) quanto à configuração da mão


MARROM/ROXO
ACOSTUMADO/EDUCADO

c) quanto à locação
APRENDER/SÁBADO
QUEIJO/FEIO
AZAR/DESCULPA
A combinação de unidades menores, os fonemas, pode ser realizada
Utilizando e uma ou duas mãos para formar um sinal. O sinal com duas
mãos
Pode ter a mesma configuração de mão ou não. No primeiro caso, o
movimento
Associado ao sinal deve ser simétrico (condição de simetria). A seguir
Apresentamos alguns exemplos:
Sinais com duas mãos e mesma configuração de mão:
TRABALHAR NAMORAR
TELEVISÃO VÍDEO

No segundo caso, há possibilidade de haver a combinação de duas


Configurações de mão, no entanto, uma mão necessariamente será
passiva e a
Outra ativa. A seguir apresentamos alguns exemplos:
ERRARÁRVORE
FINGIR AJUDAR
O Intérprete da Língua de Sinais

O que é
interpretação?
Segundo a Wikipédia Interpretação é uma ação que consiste em
estabelecer, simultânea ou consecutivamente, comunicação verbal ou
não verbal entre duas entidades. É um termo ambíguo, tanto podendo
referir-se ao processo quanto ao seu resultado - isto é, por exemplo,
tanto ao conjunto de processos mentais que ocorrem num leitor
quando interpreta um texto, quanto aos comentários que este poderá
tecer depois de ter lido o texto. Pode, portanto, consistir na descoberta
do sentido e significado de algo - geralmente, fruto da ação humana.

Quem é o Intérprete de Língua


de
Sinais?
Intérprete - Pessoa que interpreta de uma língua (língua fonte) para
outra (língua alvo) o que foi dito. Intérprete de língua de sinais - Pessoa
que interpreta de uma dada língua de sinais para outra língua, ou desta
outra língua para uma determinada língua de sinais.

Língua - É um sistema de signos compartilhado por uma


comunidade linguística comum. A fala ou os sinais são expressões de
diferentes línguas. A língua é um fato social, ou seja, um sistema
coletivo de uma determinada comunidade linguística. A língua é a
expressão linguística que é tecida em meio a trocas sociais, culturais e
políticas. As línguas naturais apresentam propriedades específicas da
espécie humana: são recursivas (a partir de um número reduzido de
regras, produz-se um número infinito de frases possíveis), são criativas
(ou seja, independentes de estímulo), dispõem de uma multiplicidade
de funções (função argumentativa, função poética, função conotativa,
função informativa, função persuasiva, função emotiva, etc.) e
apresentam dupla articulação (as unidades são decomponíveis e
apresentam forma e significado).

Linguagem - É utilizada num sentido mais abstrato do

que
língua, ou seja, refere-se ao conhecimento interno dos falantes-
ouvintes de uma língua. Também pode ser entendida num sentido
mais amplo, ou seja, incluindo qualquer tipo de manifestação de
intenção comunicativa, como por exemplo, a linguagem animal e todas
as formas que o próprio ser humano utiliza para comunicar e expressar
ideias e sentimentos além da expressão linguística (expressões
corporais, mímica, gestos, etc.). Línguas de sinais - São línguas que são
utilizadas pelas comunidades surdas. As línguas de sinais apresentam
as propriedades específicas das línguas naturais, sendo, portanto,
reconhecidas enquanto línguas pela Linguística. As línguas de sinais são
visuais-espaciais captando as experiências visuais das pessoas surdas.
Língua brasileira de sinais - A língua brasileira de sinais é a língua
utilizada pelas comunidades surdas brasileiras. Linguística -É a ciência
da linguagem humana. LIBRAS - É uma das siglas para referir a língua
brasileira de sinais: Língua Brasileira de Sinais. Esta sigla é difundida
pela Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos - FENEIS.

LSB - É outra sigla para referir-se à língua brasileira de


sinais: Língua de Sinais Brasileira. Esta sigla segue os padrões
internacionais de denominação das línguas de sinais. Língua fonte -É a
língua que o intérprete ouve ou vê para, a partir dela, fazer a tradução
e interpretação para a outra língua (a língua alvo). Língua alvo -É a
língua na qual será feita a tradução ou interpretação. Modalidades das
línguas - oral-auditiva, visual-espacial, gráfico-visual - As línguas
apresentam diferentes modalidades. Uma língua falada é oral-auditiva,
ou seja, utiliza a audição e a articulação através do aparelho vocal para
compreender e produzir os sons que formam as palavras dessas
línguas. Uma língua sinalizada é visual-espacial, ou seja, utiliza a visão e
o espaço para compreender e produzir os sinais que formam as
palavras nessas línguas. Tanto umas línguas faladas, como uma língua
sinalizada, podem ter representações numa modalidade gráfica visual,
ou seja, podem ter uma representação escrita. Modalidades de
tradução-interpretação - língua brasileira de sinais para português oral,
sinais para escrita, português para a língua de sinais oral, escrita para
sinais - Uma tradução sempre envolve uma língua escrita. Assim,
poder-se-á ter uma tradução de uma língua de sinais para a língua
escrita de uma língua falada, da língua escrita de sinais para a língua
falada, da escrita da língua falada para a língua de sinais, da língua de
sinais para a escrita da língua falada, da escrita da língua de sinais para a
escrita da língua falada e da escrita da língua falada para a escrita da
língua de sinais. A interpretação sempre envolve as línguas faladas/
sinalizadas, ou seja, nas modalidades orais-auditivas e visuais-espaciais.
Assim, poder-se-á ter a interpretação da língua de sinais para a língua
falada e vice-versa, da língua falada para a língua de sinais. Vale
destacar que o termo tradutor é usado de forma mais generalizada e
inclui o termo interpretação.

Ouvintes - O termo 'ouvinte' refere a todos aqueles que não


compartilham as experiências visuais enquanto surdos.

Surdez - A surdez consubstancia experiências visuais do


mundo. Do ponto de vista clínico comumente se caracteriza a surdez
pela diminuição da acuidade e percepção auditivas que dificulta a
aquisição da linguagem oral de forma natural.

Surdos - São as pessoas que se identificam enquanto surdas.


Surdo é o sujeito que apreende o mundo por meio de experiências
visuais e tem o direito e a possibilidade de apropriar-se da língua
brasileira de sinais e da língua portuguesa, de modo a propiciar seu
pleno desenvolvimento e garantir o trânsito em diferentes contextos
sociais e culturais. A identificação dos surdos situa-se culturalmente
dentro das experiências visuais. Entende-se cultura surda como a
identidade cultural de um grupo de surdos que se define enquanto
grupo diferente de outros grupos. Essa cultura é multifacetada, mas
apresenta características que são específicas, ela é visual, ela traduz-se
de forma visual. As formas de organizar o pensamento e a linguagem
transcendem as formas ouvintes.

Surdo-cego - Uma definição funcional refere ao

surdo-
cego como aquele que tem uma perda substancial da visão e da
audição, de tal modo que a combinação das suas deficiências cause
extrema dificuldade na conquista de habilidades educacionais,
vocacionais, de lazer e sociais. A palavra chave nesta definição é
COMUNICAÇÃO. (...) A surdez-cegueira, na sua forma extrema, significa
simplesmente que uma pessoa não pode ver, não pode ouvir, e deve
depender total e completamente do tato para se comunicar com os
outros (Dr. Richard Siney, Presidente da Escola Henley para Cegos -
USA). Num sentido não-clínico, são aqueles que utilizam a língua de
sinais e/ou o Tacoma sendo que suas experiências se manifestam
através das experiências táteis. Pessoas que usam o Tacoma colocam
as mãos nos lábios dos falantes ou nas mãos e/ou corpo do sinalizador
para "sentir" e significar a língua.

Tradutor - Pessoa que traduz de uma língua para outra.


Tecnicamente, tradução refere-se ao processo envolvendo pelo menos
uma língua escrita. Assim, tradutor é aquele que traduz um texto
escrito de uma língua para a outra.

Tradutor-intérprete - Pessoa que traduz e


interpreta o que foi dito e/ ou escrito.

Tradutor-intérprete de língua
de
sinais - Pessoa que traduz e interpreta a língua de sinais para a
língua falada e vice-versa em quaisquer modalidades que se apresentar
(oral ou escrita).
Tradução-interpretação
simultânea
- É o processo de tradução interpretação de uma língua para outra que
acontece simultaneamente, ou seja, ao mesmo tempo. Isso significa
que o tradutor-intérprete precisa ouvir/ver a enunciação em uma
língua (língua fonte), processá-la e passar para a outra língua (língua
alvo) no tempo da enunciação.

Tradução-
interpretação
consecutiva - É o processo de tradução interpretação

de
uma língua para outra que acontece de forma consecutiva, ou seja, o
tradutor-intérprete ouve/vê o enunciado em uma língua (língua fonte),
processa a informação e, posteriormente, faz a passagem para a outra
língua (língua alvo).

Exercícios:
Usando a Imaginação.... E a Libras
Cada aluno irá descrever um colega da turma aos mínimos detalhes
(físico, fifionomia, roupas, acessórios, cores...) até se descubra que é a
pessoa.
Dialogo
O diálogo desta lição mostra que "A" e o seu amigo "B" estão conversando sobre a viagem:

A: - Tudo bem¿ Bonito lugar¿

B: - Bonito lugar!

A: - Onde você nasceu¿

B: - Nasci João Pessoa, Estado da Paraíba, tem praia bonita, sol forte, muito calor. Você onde
nasceu¿

A: - Nasci Curitiba, Estado Paraná. Aqui faz muito frio, tem muitos rios, cidade bonita.

B: - Quais Estados, você já conheceu¿

A: - Conheço poucos Estados, Alagoas, Bahia, Brasília, Ceará, Amazonas, Rio Grande do Sul,
Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro. E você¿

B: - Conheço quase todos os Estados do Brasil, menos Sergipe.

A: - Nossa! Qual praia mais bonita que você já conheceu¿

B: - Bahia. E você ¿

A: - Santa Catarina.

B; - Legal! Curitiba tem muitas arvores.

A: - Sim é capital E, C, O, L, O, G, I, C, A. Você gosta frio¿

B: - Não gosto calor, nadar rio, pescar. E você¿

A: - Gosto frio, ficar em casa.

B: - Bom.

Note que o diálogo está nas estruturas das LIBRAS, portanto os verbos se encontram no
infinitivo.
História do profissional
Tradutor e intérprete
De língua de sinais

Em vários países há tradutores e intérpretes de língua de sinais. A


História da constituição deste profissional se deu a partir de atividades
Voluntárias que foram sendo valorizadas enquanto atividade laborai na
Medida em que os surdos foram conquistando o seu exercício de
cidadania.
A participação de surdos nas discussões sociais representou e
representa a
Chave para a profissionalização dos tradutores e intérpretes de língua
de
Sinais. Outro elemento fundamental neste processo é o
reconhecimento
Da língua de sinais em cada país. À medida em que a língua de sinais
Do país passou a ser reconhecida enquanto língua de fato, os surdos
Passaram a ter garantias de acesso a ela enquanto direito linguístico.
Assim, consequentemente, as instituições se viram obrigadas a garantir
Acessibilidade através do profissional intérprete de língua de sinais. A
Seguir serão apresentados os fatos históricos relevantes sobre a
Constituição do profissional intérprete de língua de sinais na Suécia,
nos
Estados Unidos e no Brasil.
Suécia
a) Presença de intérpretes de língua de sinais sueca em trabalhos
Religiosos por volta do final do século XIX (Suécia, 1875).
b) em 1938, o parlamento sueco criou cinco cargos de conselheiros
para
Surdos que imediatamente não conseguia atender a demanda da
Comunidade surda.
c) em 1947, mais 20 pessoas assumiram a função de intérprete.
d) em 1968, por uma decisão do Parlamento, todos os surdos teriam
Acesso ao profissional intérprete livre de encargos diante de
Reivindicações da Associação Nacional de Surdos. Neste ano, também
Foi criado o primeiro curso de treinamento de intérprete na Suécia
Organizado pela Associação Nacional de Surdos, junto à Comissão
Nacional de Educação e à Comissão Nacional para Mercado de
Trabalho.
e) em 1981, foi instituído que cada conselho municipal deveria ter uma
Unidade com intérpretes.
Estados Unidos
a) em 1815, Thomas Alaúde era intérprete de Laurent Clero (surdo
Francês que estava nos EUA para promover a educação de surdos).
b) ao longo dos anos, pessoas intermediavam a comunicação para
surdos
(Normalmente vizinhos, amigos, filhos, religiosos) como voluntários
Utilizando uma comunicação muito restrita.
c) em 1964, foi fundada uma organização nacional de intérpretes para
Surdos (atual RID), estabelecendo alguns requisitos para a atuação do
Intérprete.
d) em 1972, o RID começou a selecionar intérpretes oferecendo um
Registro após avaliação. 0 RID apresenta, até os dias de hoje, as
Seguintes funções: selecionar os intérpretes, certificar os intérpretes
Qualificados; manter um registro; promover o código de ética; e
Oferecer informações sobre formação e aperfeiçoamento de
intérpretes.
Brasil
a) Presença de intérpretes de língua de sinais em trabalhos religiosos
Iniciados por volta dos anos 80.
b) em 1988, realizou-se o I Encontro Nacional de Intérpretes de Língua
de
Sinais organizado pela FENEIS que propiciou, pela primeira vez, o
Intercâmbio entre alguns intérpretes do Brasil e a avaliação sobre a
Ética do profissional intérprete.
c) em 1992, realizou-se o II Encontro Nacional de Intérpretes de Língua
De Sinais, também organizado pela FENEIS que promoveu o
intercâmbio entre as diferentes experiências dos intérpretes no país,
discussões e votação do regimento interno do Departamento Nacional
de Intérpretes fundado mediante a aprovação do mesmo.
d) de 1993 a 1994, realizaram-se alguns encontros estaduais.
e) A partir dos anos 90, foram estabelecidas unidades de intérpretes
ligadas aos escritórios regionais da FENEIS. Em 2002, a FENEIS sedia
escritórios em São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Teófilo Otoni,
Brasília e Recife, além da matriz no Rio de Janeiro.
f) em 2000, foi disponibilizada a página dos intérpretes de língua de
sinais www.interpretels.hpg.com.br também foi aberto um espaço
para participação dos intérpretes através de uma lista de discussão via
e-mail.
Esta lista é aberta para todos os intérpretes interessados e pode ser
acessada através da página dos intérpretes.
g) no dia 24 de abril de 2002, foi homologada a lei federal que
reconhece a língua brasileira de sinais como língua oficial das
comunidades surdas brasileiras. Tal lei representa um passo
fundamental no processo de reconhecimento e formação do
profissional intérprete da língua de sinais no Brasil, bem como, a
abertura de várias oportunidades no mercado de trabalho que são
respaldadas pela questão legal.
A seguir consta a transcrição desta lei: LEI N° 10A36, DE 24 DE ABRIL
DE 2002
Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras
providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte
Lei: Art. 1° É reconhecida como meio legal de comunicação e
expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de
expressão a ela associados.
Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a
forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de
natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem
um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de
comunidades de pessoas surdas do Brasil
Art. 2o Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e
empresas concessionárias de serviços públicos, formas
institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de
Sinais - Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização
corrente das comunidades surdas do Brasil.
Art. 3° As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços
públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e
tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva, de
acordo com as normas legais em vigor.
Art. 4o O sistema educacional federal e os sistemas educacionais
estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão
nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de
Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua
Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros
Curriculares Nacionais - Pensa, conforme legislação vigente. Parágrafo
único. A Língua Brasileira de Sinais - Libras não poderá substituir a
modalidade escrita da língua portuguesa.
Art. 5o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 24
de abril de 2002; 181° da Independência e 114o 'da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Paulo Renato Souza

Esta lei representa uma conquista inigualável em todo o processo dos


movimentos sociais surdos e tem consequências extremamente
favoráveis para o reconhecimento do profissional intérprete de língua
de sinais no Brasil. Além desta lei, vale destacar as seguintes leis que
respaldam a atuação do intérprete de língua de sinais direta ou
indiretamente:
• Lei 10.098/00 (Lei da acessibilidade)
• Lei 10.172/01 (Lei do Plano Nacional de Educação) • Resolução
MEC/CNE: 02/2001 (Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na
Educação Básica)
• Portaria 3284/2003 que substituiu a Portaria 1679/99 (acessibilidade
à Educação Superior) 0 resultado de uma pesquisa realizada sobre
intérpretes na Europa conclui que à medida que os surdos ampliam
suas atividades e participam nas atividades políticas e culturais da
sociedade, o intérprete de língua de sinais é mais qualificado e
reconhecido profissionalmente.
O intérprete de língua de
sinais
O que envolve o ato de
interpretar?
Envolve um ato COGNITIVO-LINGÜÍSTICO, ou seja, é um processo em
que o intérprete estará diante de pessoas que apresentam intenções
comunicativas específicas e que utilizam línguas diferentes. O
intérprete está completamente envolvido na interação comunicativa
(social e cultural) com poder completo para influenciar o objeto e o
produto da interpretação. Ele processa a informação dada na língua
fonte e faz escolhas lexicais, estruturais, semânticas e pragmáticas na
língua alvo que devem se aproximar o mais apropriadamente possível
da informação dada na língua fonte. Assim sendo, o intérprete também
precisa ter conhecimento técnico para que suas escolhas sejam
apropriadas tecnicamente. Portanto, o ato de interpretar envolve
processos altamente complexos.

Quem é intérprete que língua


de
sinais?
É o profissional que domina a língua de sinais e a língua falada do país
e que é qualificado para desempenhar a função de intérprete. No
Brasil, o intérprete deve dominar a língua brasileira de sinais e língua
portuguesa. Ele também pode dominar outras línguas, como o inglês, o
espanhol, a língua de sinais americana e fazer a interpretação para a
língua brasileira de sinais ou vice-versa (por exemplo, conferências
internacionais). Além do domínio das línguas envolvidas no processo
de tradução e interpretação, o profissional precisa ter qualificação
específica para atuar como tal. Isso significa ter domínio dos processos,
dos modelos, das estratégias e técnicas de tradução e interpretação. 0
profissional intérprete também deve ter formação específica na área
de sua atuação (por exemplo, a área da educação).
Qual o papel do intérprete?

Realizar a interpretação da língua falada para a língua sinalizada e vice-


versa observando os seguintes preceitos éticos:
a) confiabilidade (sigilo profissional);
b) imparcialidade (o intérprete deve ser neutro e não interferir com
opiniões próprias);
c) discrição (o intérprete deve estabelecer limites no seu envolvimento
durante a atuação);
d) distância profissional (o profissional intérprete e sua vida pessoal
são separados);
e) fidelidade (a interpretação deve ser fiel, o intérprete não pode
alterar a informação por querer ajudar ou ter opiniões a respeito de
algum assunto, o objetivo da interpretação é passar o que realmente
foi dito).

O que acontece quando há


carência de
profissionais intérpretes?
Quando há carência de intérpretes de língua de sinais, a interação
entre surdos e pessoas que desconhecem a língua de sinais fica
prejudicada. As implicações disso são, pelo menos, as seguintes:
a) os surdos não participam de vários tipos de atividades (sociais,
educacionais, culturais e políticas);
b) os surdos não conseguem avançar em termos educacionais; c)
os surdos ficam desmotivados a participarem de encontros,
reuniões, etc.
d) os surdos não têm acesso às discussões e informações veiculadas na
língua falada sendo, portanto, excluído da interação social, cultural e
política sem direito ao exercício de sua cidadania;
e) os surdos não se fazem "ouvir";
f) os ouvintes que não dominam a língua de sinais não conseguem se
comunicar com os surdos.
O que é possível fazer?
a) investigação sobre todos os serviços de intérpretes existentes
oficiais e extraoficiais;
b) criação de leis sobre o direito ao serviço de intérprete reivindicando
que a sociedade assuma a responsabilidade desses serviços;
c) reconhecimento da profissão de intérprete;
d) realização de pesquisas sobre interpretação e as condições de
trabalho dos intérpretes;
e) formação sistemática para os intérpretes;
f) aumento de cursos de línguas de sinais;
g) criação de programas para a formação de novos intérpretes;
h) cursos que orientem aos surdos como e quando usarem os serviços
do intérprete.
Alguns mitos sobre o profissional intérprete Professores de surdos são
intérpretes de língua de sinais
Não é verdade que professores de surdos sejam necessariamente
intérpretes de língua de sinais. Na verdade, os professores são
professores e os intérpretes são intérpretes. Cada profissional
desempenha sua função e papel que se diferenciam
imensamente.
0 professores de surdos deve saber e utilizar muito bem a língua de
sinais, mas isso não implica ser intérprete de língua de sinais.
0 professores tem o papel fundamental associado ao ensino e,
portanto, completamente inserido no processo interativo social,
cultural e linguístico.
0 intérpretes, por outro lado, é o mediador entre pessoas que não
dominam a mesma língua abstendo-se, na medida do possível, de
interferir no processo comunicativo. As pessoas ouvintes que dominam
a língua de sinais são intérpretes
Não é verdade que dominar a língua de sinais seja suficiente para a
pessoa exercer a profissão de intérprete de língua de sinais.
0 intérpretes de língua de sinais é um profissional que deve ter
qualificação específica para atuar como intérprete. Muitas pessoas que
dominam a língua de sinais não querem e nem almejam atuar como
intérpretes de língua de sinais. Também, há muitas pessoas que são
fluentes na língua de sinais, mas não têm habilidade para serem
intérpretes.
Os filhos de pais surdos são intérpretes de língua de sinais não é
verdade que o fato de ser filho de pais surdos seja suficiente para
garantir que o mesmo seja considerado intérprete de língua de sinais.
Normalmente os filhos de pais surdos intermediam as relações entre os
seus pais e as outras pessoas, mas desconhecem técnicas, estratégias e
processos de tradução e interpretação, pois não possuem qualificação
específica para isso. Os filhos fazem isso por serem filhos e não por
serem intérpretes de língua de sinais. Alguns filhos de pais surdos se
dedicam a profissão de intérprete e possuem a vantagem de ser
nativos em ambas as línguas. Isso, no entanto, não garante que sejam
bons profissionais intérpretes. 0 que garante a alguém ser um bom
profissional intérprete é, além do domínio das duas línguas envolvidas
nas interações, o profissionalismo, ou seja, busca de qualificação
permanente e observância do código de ética. Os filhos de pais surdos
que atuam como intérprete têm a possibilidade de discutir sobre a sua
atuação enquanto profissional intérprete na associação internacional
de filhos de pais surdos (www.coda-international.org).
Dialogo

O dialogo desta lição mostra que "A" e o "B" estão conversando dentro do carro sobre passeio
conhecendo a cidade.

A: - Espera vou pegar meu carro garagem, me encontrar aqui ou me acompanha até carro¿
Quer conhecer belos lugares cidade Curitiba¿

B: - Sim, espero aqui. Gostaria conhecer cidade Curitiba, quero conhecer teatro, museu,
castelo9 shopping, ir loja comprar algumas coisas para mim também comprar comida
supermercado, depois ir associação dos surdos, depois ir igreja. Ah, preciso ir banco pegar
dinheiro. Não esqueça!

A: - Ok, bom, vamos juntos conhecer outros lugares legais, aqui Av. Brasil, ali supermercado, lá
shopping P, A, L, L, A, D, I U, M. Dentro tem 10 cinemas, aqui bairro Agua verde, veja delegacia,
lá dentro tem cadeia. Ali lado tem exercito, ali farmácia, lá correio, ali é Prefeitura, olha Sede
do Governo Estado Paraná, aquele hospital. 1992. Foi feito toda a estrutura metal, auditório
cabe 2,500 pessoas ceias. Sabia Curitiba tem muitas empresas, fábricas, lojas hotéis, bons
restaurantes.

B: - Nossa, eu emocionado, eu gostar cidade Curitiba bonita supera outra cidades. Imagina eu
andar pé, conhecendo cidade toda, eu sofreria, eu reclamaria, eu desistir. Bom, aqui não tem
fazenda perto¿ Aeroporto perto daqui¿ Tem castelo me mostrar¿.

A: - Fazenda tem sim. Aeroporto muito longe daqui. Castelo acha que não tem, preciso
pesquisar onde temi. Este museu Oscar Niemeyer foi inaugurado mês novembro de 2002
custou 50 milhões de reais. Famoso Arquiteto Oscar Niemeyer. Entendeu¿ Ah, quero contar
uma coisa, se cuspir chão policia prende você!

B: - Pare! Você não sabe fingir, sei você me enganar!

A: - Brincadeira, você esperto! Meu sonho é conhecer vários países.

Note que o dialogo está nas estruturas das LIBRAS, portanto os verbos se encontram no infinitivo.
Parece, mas não é...
Nas línguas de sinais existem sinais que são quase idênticos, mas
possuem significados diferente que são percebidos no contexto, assim
como na língua portuguesa, por exemplo, as palavras: firma (empresa)
- manga (camisa) São idênticas, mas apresentam significados
diferentes. Então cuidado para confundir, pois as aparências
enganam...

Exercícios:
1- Crie frases com os termos abaixo, não se esquecendo que os
mesmos variam de acordo com o contexto, ou seja. Em cada
sentença terá duas frases.
Cadeira/sentar
Oito /s
Sábado/laranja
Vídeo/fita cassete
Pesquisar/perguntar
Avião/voar
Café/xicara
Deputado/advogado
Estudar/aula
Rem/edito/engraçado
Carro/dirigir
Pente/pentear
Acordo/vingar
Oficial/verdade
Combinar/compromisso

2-
Crie uma pequena história (conto/narrativa/piada) utilizando duplas de
sinais quase idênticos.
Código de ética

O código de ética é um instrumento que orienta o profissional


Intérprete na sua atuação. A sua existência justifica-se a partir do tipo de
Relação que o intérprete estabelece com as partes envolvidas na
interação.
0 intérpretes está para intermediar um processo interativo que envolve
Determinadas intenções conversacionais e discursivas. Nestas interações,
O intérprete tem a responsabilidade pela veracidade e fidelidade das
Informações. Assim, ética deve estar na essência desse profissional. A
Seguir é descrito o código de ética que é parte integrante do Regimento
Interno do Departamento Nacional de Intérpretes (FENEIS).
D - Registro dos Intérpretes para Surdos - em 28-29 de janeiro de
1965, Washington, EUA) Traduce do original Interpreting for Deaf
People, Stephen (ed.) USA por Ricardo Sander. Adaptação dos
Representantes dos Estados Brasileiros - Aprovado por ocasião do II
Encontro Nacional de Intérpretes - Rio de Janeiro/RJ/Brasil - 1992.
Capítulo 1 princípios
Fundamentais
Artigo 1o
. São deveres fundamentais do intérprete: 1°. O intérprete deve ser
Uma pessoa de alto caráter moral, honesto, consciente, confidente e de
Equilíbrio emocional. Ele guardará
Informações confidenciais e não poderá trair confidencias, as quais foram
Confiadas a ele;
2o
. O intérprete deve manter uma atitude imparcial durante o
Transcurso da interpretação, evitando interferências e opiniões próprias, a
Menos que seja requerido pelo grupo a fazê-lo;
3o
. O intérprete deve interpretar fielmente e com o melhor da sua
Habilidade, sempre transmitindo o pensamento, a intenção e o espírito do
Palestrante. Ele deve lembrar dos limites de sua função e não ir além de
A responsabilidade;
4°. O intérprete deve reconhecer seu próprio nível de competência e
Ser prudente em aceitar tarefas, procurando assistência de outros
Intérpretes e/ou profissionais, quando necessário, especialmente em
Palestras técnicas;
5°. O intérprete deve adotar uma conduta adequada de se vestir,
Sem adereços, mantendo a dignidade da profissão e não chamando
Atenção indevida sobre si mesmo, durante o exercício da função.
Capitulo 2 relações
Com o contratante do serviço
6°. O intérprete deve ser remunerado por serviços prestados e se
Dispor a providenciar serviços de interpretação, em situações onde fundos
Não são possíveis;
7°. Acordos em níveis profissionais devem ter remuneração de
Acordo com a tabela de cada estado, aprovada pela FENEIS.

Capitulo 3
Responsabilidade profissional
8°. O intérprete jamais deve encorajar pessoas surdas a buscarem
Decisões legais ou outras em seu favor;
9o
. O intérprete deve considerar os diversos níveis da Língua
Brasileira de Sinais bem como da Língua Portuguesa;
20°. Em casos legais, o intérprete deve informar à autoridade qual o
Nível de comunicação da pessoa envolvida, informando quando a
Interpretação literal não é possível e o intérprete, então terá que
Parafrasear de modo claro o que está sendo dito à pessoa surda e o que
Ela está dizendo à autoridade;
11º. O intérprete deve procurar manter a dignidade, o respeito e a
Pureza das línguas envolvidas. Ele também deve estar pronto para
Aprender e aceitar novos sinais, se isso for necessário para o
Entendimento;
12°. O intérprete deve esforçar-se para reconhecer os vários tipos de
Assistência ao surdo e fazer o melhor para atender as suas necessidades
Particulares.

Capitulo 4
Relações com os colegas
13°. Reconhecendo a necessidade para o seu desenvolvimento
Profissional, o intérprete deve agrupar-se com colegas profissionais com o
Propósito de dividir novos conhecimentos de vida e desenvolver suas
Capacidades expressivas e receptivas em interpretação e tradução.
Parágrafo único. O intérprete deve esclarecer o público no que diz
Respeito ao surdo sempre que possível, reconhecendo que muitos
Equívocos (má informação) têm surgido devido à falta de conhecimento
Do público sobre a área da surdez e a comunicação com o surdo. Diante
deste código de ética, apresentar-se-á a seguir diferentes
Situações que podem ser exemplos do dia-a-dia do profissional intérprete.
Tais situações exigem um posicionamento ético do profissional intérprete.
Sugere-se que, a partir destes contextos, cada intérprete reflita, converse
Com outros intérpretes e tome decisões em relação a seu posicionamento
Com base nos princípios éticos destacados no código de ética.
Situações gerais:
1. Você está interpretando para um cliente surdo e o entrevistador
Continua dirigindo as perguntas a você ao invés de fazê-lo ao cliente.
Como você resolve esta questão?
2. Durante uma missa, a única pessoa surda cai no sono. 0 que você
Deveria fazer?
3. No contexto da interpretação, a pessoa ouvinte diz: "Por favor não
Traduza isto..." Qual é a atitude mais apropriada nesta situação?
4. Quando perguntado sobre um trabalho de interpretação ocorrido,
Como você deveria proceder?
5. Se um amigo ou parente de um cliente pergunta a você sobre detalhes
De uma situação em que você interpretou, qual seria a postura
Apropriada diante deste fato?
6. Se um intérprete devidamente cadastrado fala sobre uma confidência,
O que a pessoa surda envolvida poderia fazer?
7. Se durante um serviço de interpretação lhe perguntam alguma
Informação particular sobre o seu cliente, o que você deveria fazer?
8. Se a mãe da pessoa surda lhe pergunta alguma coisa sobre o serviço de
Interpretação, como você deveria proceder?
9. Você interpretou a "fala" de uma pessoa surda - da língua de sinais
Para o português - em juízo. Mais tarde você se dá conta de ter
Confundido alguma informação dada pelo surdo. O que você deveria
Fazer neste contexto?
10. Um cliente surdo sai da sala para fazer um intervalo. Quando ele
Retorna pergunta a você o que foi dito durante a sua ausência. Qual
Seria a resposta apropriada?
11. Quando você estiver no seu intervalo e a pessoa surda lhe pedir para
Interpretar, o que você deve dizer?
12. Se o palestrante surdo fizer comentários específicos a seu respeito
Enquanto intérprete que não sejam verdadeiros, qual seria a forma
Apropriada de agir nesta situação?
13. Você é o único intérprete em uma situação ou evento. Depois de um
Determinado período, você se sente extremamente cansado. O que
Você deveria fazer?
14. Você é o único intérprete em uma sala em que várias pessoas estão
Fumando. Há várias pessoas surdas presentes, mas chega a um ponto
Que você já não suporta mais o cheiro de fumaça. 0 que você deveria
Fazer?
15. Você está no seu intervalo enquanto seus colegas estão interpretando.
As
Pessoas surdas lhe dizem que querem apenas você como intérprete.
Qual seria a forma apropriada de agir nesta situação?
16. Uma empresa lhe contrata para traduzir da língua de sinais para o
Português para uma pessoa surda. Quando você chega ao local, a
Pessoa surda lhe comunica que irá falar e que não precisa de
Intérprete. O que você deveria fazer?
17. Quando interpretando em sala de aula, o professor lhe pede para não
Interpretar mais, pois considera possível que você esteja discutindo
Sobre as respostas das questões da prova. Como você deveria
Proceder?
18. Uma pessoa surda lhe diz que não pode pagar por seus serviços e que
Precisa muito de seu serviço. Qual seria a solução para este problema?
19. Se for necessário interpretar um sinal que não seja conhecido pela
Audiência, como você o introduziria?
20. Se uma empresa/instituição contrata o seu serviço e depois nega-se a
Pagá-lo porque a pessoa surda não compareceu, o que você deve
Fazer?
21. Seria aceitável o intérprete abandonar a interpretação ao saber que
Não será remunerado pelo seu trabalho?
22. Se o médico começa a discutir em particular com um colega sobre o
Caso de seu cliente surdo, o que você deveria fazer?
23. Enquanto você interpreta da língua de sinais para o português,
Ocasionalmente o seu cliente surdo usa a fala, o que você deveria
Fazer?
24. Se você não sabe o que fazer em determinado contexto de
Interpretação, seria apropriado pedir conselho a um colega intérprete
Para resolver a situação?
25. Seria violar o código de ética se um intérprete compartilha
Experiências de interpretação em um seminário de intérpretes?
26. Você pode ser requisitado pelo juiz a depor em juízo sobre
Informações obtidas durante interpretações particulares?
27. Você pode discutir sobre interpretações realizadas que foram
Públicas?
28. Se a pessoa surda lhe pede para informar a sua família sobre o que
Aconteceu em uma interpretação, isso seria permitido?
29. Pode um intérprete servir de advogado para um cliente surdo?
30. Um intérprete pode interagir com pessoas surdas durante uma
Festa?
31. Idealmente, deveria ter um intérprete para cada palestrante, mesmo
Se o evento compreenda menos de uma hora?
32. Em uma interpretação individual se você não entender a pessoa surda,
O que você deveria fazer?
33. Se o palestrante está falando muito rápido, o que o intérprete
Deveria fazer?
34. 0 intérpretes pode inventar novos sinais durante uma interpretação?
35. 0 que o intérprete deve fazer diante de uma expressão idiomática ou
Uma metáfora?
36. Quando interpretando para uma grande audiência surda, qual o nível
De língua de sinais o intérprete deveria usar?
37. 0 que você deveria discutir com a pessoa surda antes de uma
Interpretação?
38. Em uma situação clínica, o cliente surdo usa sinais sexuais que
Poderiam ser traduzidos de diferentes maneiras. Quais opções você
Elege? Por quê?
39. Se o médico lhe pede para sair da sala para examinar o paciente surdo
Para quem você interpreta, o que você faz?
40. Em uma interpretação individual, se o telefone da pessoa ouvinte
Toca, você traduz a conversação?
41. Depois de uma consulta ao oftalmologista, o paciente surdo pergunta
A você se recomenda um local para que ele compre seus óculos. 0 que
Você faria?
42. Se um ouvinte usa o termo "surdo-mudo", como você deveria
Interpretá-lo?
43. Você interpretou um programa na televisão. Depois de uma semana,
Uma pessoa surda pede a você para recapitular o programa. 0 que você
Faria?
44. Depois de uma consulta, o médico conclui que o paciente tem AIDS. 0
médicos solicita o nome de seu parceiro e o paciente surdo recusa-se A
dar. Você sabe o seu nome e sente-se na obrigação de informar.
0 que você faria?
45. Você está interpretando para um surdo em um consultório médico.
0 médicos pergunta se o paciente está tomando a medicação
Recomendada. 0 pacientes responde que sim. Depois, o paciente
Lhe informa que não está tomando a medicação porque sente muito
Sono quando a toma. Você fica preocupado porque o uso da
Medicação de forma apropriada pode ser um caso de vida e morte.
0 que você faria?
46. Você é contratada pelo SINE para interpretar uma entrevista para
Um emprego. Depois que o empregador explica o que compreende
A função a pessoa surda responde "Eu não quero esta porcaria de
Emprego!" 0 que você faria? Você retorna ao SINE e a pessoa surda
Mente sobre o que foi dito. Qual o seria o seu procedimento?
47. Você é questionado por requerer duas horas de interpretação em um
Serviço que leva apenas 15 minutos. Qual é a sua explicação?
48. Uma pessoa ouvinte fica fascinada com sua interpretação e durante o
Intervalo lhe pergunta quanto que você está recebendo pela sua
Função. O que você responde?
49. A polícia telefona para você solicitando o seu serviço de interpretação
Para um surdo que cometeu um crime. Você lhes informa a respeito do
Valor do seu trabalho e a polícia comunica que não pode autorizar o
Seu pagamento, mas que você deve comparecer de qualquer forma. 0
Que você faz?
50. Quando interpretando em uma reunião com mais de um surdo, como
a
Sala deveria ser organizada? Onde você deveria sentar? Suponhamos
Que o coordenador da reunião seja surdo. Onde você deveria se
Posicionar?
51. Quando você não tem certeza quanto ao tipo de situação em que você
Irá atuar, como você deverá se vestir?
52. Quando interpretando para um grupo de pessoas surdas ou para
Apenas uma pessoa surda, para onde o intérprete deve olhar?
53. Se o intérprete não estiver vestido de forma apropriada para um
Serviço, mesmo assim ele deveria interpretar?
54. Como a pele da pessoa interfere nas roupas que o intérprete
Vestirá?
55. Quando interpretando em um encontro, as luzes são apagadas e
Um filme é passado. Você não foi informado que isto aconteceria.
Como você procede nesta situação?
56. A associação de surdos lhe convidou para interpretar uma peça de
Teatro. O que você deverá verificar quanto às condições do local para
Realizar este trabalho?
Situações específicas da área da
educação:

57. Um aluno surdo universitário pede a você para fazer anotações


Quando ele não estiver presente na aula, uma vez que você será
Remunerado de qualquer forma. Qual seria a forma apropriada de
Proceder?
58. Um professor tem o hábito de caminhar pela classe. O que você deve
Fazer?
59. Se a sala tem janelas, onde o intérprete deve se sentar?
60. Você é um dos dois intérpretes contratados para uma conferência em
Educação. O outro intérprete aparece vestindo uma roupa não
Apropriada para a ocasião. O que você faria?
61. Como você procederia se os alunos se negassem a remeter perguntas
Ao professor?
62. Como você procederia se os alunos o elegesse como referência no
Processo de ensino-aprendizagem?
63. O que você deveria fazer se você fosse intérprete de uma criança
surda
Em uma escola regular de ensino e ela lhe dirigisse perguntas a
Respeito dos sinais utilizados durante a sua interpretação?
64. Qual a tua atitude diante do fato de ser intérprete de uma criança
Surda em uma escola regular de ensino perante o professor?
65. Quais as funções que você assumiria diante do contexto de sala de
Aula em que a criança surda elege o intérprete como referência do seu
Processo de ensino-aprendizagem?
66. O que você faria se o professor insistisse em fazer referências visuais
Concomitantes com a fala impossibilitando o acompanhamento do
Aluno surdo em uma escola regular?
67. Como você deveria proceder diante da complexidade dos conteúdos
Desenvolvidos nas escolas regulares de ensino em diferentes níveis de
Escolarização?
68. 0 que você deveria fazer ao perceber que o professor está delegando a
Você a responsabilidade de passar o conteúdo desenvolvido em sala de
Aula?
69. Quais as implicações da presença de um intérprete de língua de sinais
No ensino fundamental em que as crianças normalmente tomam como
Referência e modelo o professor?
70. Como você pode colaborar com o design e estruturação do espaço em
Sala de aula para um melhor aproveitamento do aluno surdo das aulas
Ministradas pelo professor?
71. O que você faz se o surdo está envergonhado e não quer se sentar na
Posição que seria mais adequado para a sua participação no processo
De ensino-aprendizagem?
72. O que você faz se o surdo lhe pergunta algo durante a interpretação e
Você avisa que irá remeter a pergunta ao professor e o surdo lhe diz "
- Não, não precisa perguntar", percebendo que o aluno está
Envergonhado de fazer a pergunta ao professor diante dos demais
Colegas?
73. O que fazer quando o professor titular não dominar o conteúdo ou
não
Tiver compromisso com o processo de ensino aprendizagem?
74. O "professor-intérprete" pode interferir com comentários a respeito
Do assunto durante as aulas?
75. O "professor-intérprete" deve participar de todas as reuniões da
Escola?
Expressões
idiomáticas

Você convive com a comunidade de surdos e as vezes se depara com


frases que parecem uma coisa, mas querem dizer outra? Provavelmente
são as idiomáticas expressões. As palavras e sinais têm carga cultural com
aditivadas conotações que os membros da comunidade surda atribuem.
Para a construção de expressões de uma língua, podem ser usados
recursos metafóricos, que seriam instrumentos comparativos.

Lakoff e Johnson (2003) afirmam que as metáforas têm sido pensadas


como fenômenos marginais, mas refutam essas ideias, pois consideram
que as metáforas são de importância vital para o próprio funcionamento
da mente humana, uma vez que sem a sua atuação constante, o
pensamento em si se tornaria impossível. Não a analisam apenas pelas
suas características relacionadas à linguagem, mas, sim, à própria
atividade de cognição.

As expressões de alguma forma trazem conceitos mais abstratos para algo


concreto, mais palpável. As expressões de uma língua podem recorrer às
metáforas (um termo é usado em substituição a outro) ou não.

No processo de interpretação não podemos fazer uma interpretação


literal

Exercício:
Como explicar cada expressão idiomática?
História da Educação de Surdos
no
Brasil e no Mundo

História da educação de surdos no


Brasil
1855 - Primeira iniciativa de educação de surdos quando o professor
francês surdo Ernest Huet, a convite de D. Pedro II, veio ao Brasil e
preparou um programa que consistia em usar o alfabeto manual e a
Língua de Sinais da França. Apresentou documentos importantes para
educar os surdos, mas ainda não havia escola especial. Solicitou então ao
imperador D. Pedro II um prédio para fundar uma escola.

1857 - No dia 26 de setembro, através da Lei 939, assinada por D. Pedro II,
fundou-se o então Instituto Nacional de Educação dos Surdos-Mudos,
atualmente Instituto Nacional de Educação dos Surdos (INES) no Rio de
Janeiro. Huet foi Diretor do Instituto de Surdos de Paris e do INESM.

1862 - Huet deixa o Rio de Janeiro e retorna à França sem motivo


conhecido. Problemas particulares? Problemas políticos? Problemas
educacionais?

1873 - Surge a publicação do mais importante documento encontrado até


hoje sobre a Língua Brasileira de Sinais, o "Iconographia dos Signaes dos
Surdos-Mudos", de autoria do aluno surdo Flausino José da Gama, ex-
aluno do INSM com ilustrações de sinais separados por categorias
(animais, objetos, etc). Esta linguagem não é mais usada atualmente.
1913 - Em 24 de Maio, é fundada por João Brasil Silvado Jr. a Associação
Brasileira dos Surdos-mudos (ABSM), cuja cultura obteve um grande
desenvolvimento.

1911 - O Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) passou a seguir a


tendência mundial, utilizando o oralismo puro.

1930 a 1947 - Dr. Armando Paiva Lacerda ex-diretor do INES. Exige que os
alunos não usem a Língua de Sinais: podendo apenas utilizar o alfabeto
manual e um bloco de papel com lápis no bolso para escrever as palavras
que quisessem falar.

1950 - Os surdos não conseguem adaptar-se a essa imposição do oralismo e


continuam a usar a Língua de Sinais e o alfabeto manual. Os professores e
inspetores burlam as ordens na comunicação com os alunos surdos.

1957 - Proibida totalmente a utilização da língua de sinais no INES.

Década de 1950 - O poder do método oralista francês cresce em todo o


Brasil sob a responsabilidade da Prof.ª. Alpia Couto, que, dentro do Centro
Nacional de Educação Especial, realiza projetos na área de DEFICIÊNCIA
AUDITIVA. O desconhecimento e a falta de convivência com os surdos
provocam prejuízos na cultura da comunidade surda, o empobrecimento
da Língua de Sinais e a falta de acesso às informações sociais. As questões
da Educação Especial se tornam apenas vinculadas a interesses político-
econômicos.

1975 - Chega ao Brasil a Comunicação Total.

1977 - Criado no Rio de Janeiro a Federação Nacional de Educação e


Integração dos Deficientes Auditivos, FENEIDA, com diretoria de ouvintes.
1980 - Chega ao Brasil o Bilinguismo, porém de fato em 1990.

1981 - Início das pesquisas sistematizadas sobre a Língua de Sinais no


Brasil.

1982 - Lucinda Ferreira Brito inicia seus importantes estudos linguísticos


sobre a Língua de Sinais dos índios Urubu-Kaapor da floresta amazônica
brasileira, após um mês de convivência com os mesmos, documentando
em filme sua experiência. A ideia para a pesquisa, segundo a própria
autora (1993), adveio da leitura de um artigo publicado no livro acima
citado de Umiker-Sebeok (1978), de autoria de J. Kakumasu, Urubu Sign
Language. No estudo, a Língua de Sinais dos Urubu-Kaapor se diferenciaria
da PSL por constituir um veículo de comunicação intertribal e não como
meio de transação comercial. Lucinda Brito, porém, constatou que a
mesma se tratava de uma legítima Língua de Sinais dos surdos, pelos
mesmos criada. 1982 - Elaboração em equipe de um projeto subsidiado
pela ANPOCS e pelo CNPQ intitulado "Levantamento linguístico da Língua
de Sinais dos Centros Urbanos Brasileiros (LSCB) e sua aplicação na
educação". A partir desta data, diversos estudos linguísticos sobre LIBRAS
são efetuados sobre a orientação da linguista L. Brito, principalmente na
UFRJ. A problemática da surdez passa a ser alvo de estudos para diversas
Dissertações de Mestrado.

1983 - Criação no Brasil da Comissão de Luta pelos Direitos dos Surdos.

1986 - O Centro SUVAG (PE) faz sua opção metodológica pelo Bilinguismo,
tornando-se o primeiro lugar no Brasil em que efetivamente esta
orientação passou a ser praticada.

1987 - Criação da Federação Nacional de Educação e Integração dos


Surdos (FENEIS), EM 16/05/87, sob a direção de surdos.
1991 - A LIBRAS é reconhecida oficialmente pelo Governo do Estado de
Minas Gerais (lei nº 10.397 de 10/1/91).

1994 - Brito passa a utilizar a abreviação LIBRAS (Língua Brasileira de


Sinais), que foi criada pela própria comunidade surda para designar a LSCB
(Língua de Sinais dos Centros Urbanos Brasileiros).

1994 - Começa a ser exibido na TV Educativa o programa VEJO VOZES


(out/94 a fev/95), usando a Língua de Sinais Brasileira.

1995 - Criado por surdos no Rio de Janeiro o Comitê Pró-Oficialização da


Língua de Sinais.

1996 - São iniciadas, no INES, em convênio com a Universidade do Estado


do Rio de Janeiro (UERJ), pesquisas que envolvem a implantação da
abordagem educacional com Bilinguismo em turmas da pré-escola, sob a
coordenação da linguista E. Fernandes.

1998 - TELERJ - do Rio de janeiro, em parceria com a FENEIS, inauguraram a


Central de atendimento ao surdo - através do número 1402, o surdo em
seu TS, pode se comunicar com o ouvinte em telefone convencional.

1999 - Em março, começam a ser instaladas em todo Brasil teles salas com o
Telecurso 2000 legendado.

2000 - Closed Caption, our legend oculta. Após três anos de


funcionamento no Jornal Nacional ela é disponibilizada aos surdos
também nos programas Fantástico, Bom Dia Brasil, Jornal Hoje, Jornal da
Globo e programa do JÔ.

2000 - TELERJ: Telefone celular para surdos com a opção de SMS.


2002 - É promulgada a lei 10.436 em 24 de abril, reconhecendo a Libras
como língua oficial das comunidades surdas do Brasil.

2005 - O Decreto 5626 em 22 de dezembro veio regulamentar a lei 10436.

2006 - Exame de Certificação Tradutor Intérprete de Libras - Prolibras,


instrutor de Libras e o Curso de Letras-Libras Bacharelado e Licenciatura
EaD.

2010 - Curso Superior de Letras-Libras Bacharelado e Licenciatura


presencial UFSC.

2010 - Promulgada a lei 12.319 em 01 de setembro, que regulamenta o


exercício da profissão de Tradutor e Intérprete da Língua Brasileira de
Sinais - LIBRAS.

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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DE SURDOS NO MUNDO

1520 a 1584 - Espanha: Pedro Ponce de Leon inicia a educação dos surdos
através do uso da Língua de Sinais e do alfabeto manual (essencial do
método ponce), este se baseava na aprendizagem das palavras
começando pela leitura e escrita.

1613 - Espanha: Juan Pablo Bonet atribuiu grande importância à


existência de um ambiente linguístico rico, além de priorizar o uso do
alfabeto manual juntamente com a escrita para o ensino da fala. Defende
que o treino da fala seja iniciando precocemente.
1616 a 1698 - Inglaterra: Holder defende que a reeducação deveria
começar pelo ensino da escrita e utiliza o alfabeto de duas mãos para
apoiar o treino da fala.

1620 - Espanha: Foi publicado o Livro Reduccion de las letras y artes para
enseñar a hablar a los mudos, que falava da invenção do alfabeto manual
de Ponce de Leon, por Juan Martin Pablo Bonet. Já em 1644 e 1648 foram
publicados respectivamente, os livros: Chirologia e Philocopus, de J.
Bulwer. Ambos eram acerca da língua de sinais. No entanto, o primeiro
acreditava na universalidade da língua e o segundo afirmava que a língua
de sinais tinha a capacidade de expressar os mesmos conceitos que a
língua oral.

1648 - Inglaterra: John Bulwer é o autor do 1º trabalho sobre leitura labial


da língua inglesa, de cuja aprendizagem faz depender a posterior
aquisição da fala.

1616 a 1703 - Inglaterra: O matemático e educador de surdos John Wallis


dedica pouca atenção à leitura labial e procede ao treino da fala
independentemente do apoio no alfabeto manual. Inicia a reeducação
através de gestos naturais usados pelos alunos para depois passar à
escrita.

1626 a 1687 - Inglaterra: Jeorge Dalgarno atribui grande importância à


educação precoce e ao ambiente linguístico em que a criança surda deve
ser educada. Defende o uso contínuo da datilologia desde o berço para
permitir ao bebê o desenvolvimento da linguagem.

1715 a 1780 - Portugal: Jacob Rodrigues Pereira utiliza o alfabeto manual


como apoio do ensino da fala.

1712 a 1789 - França: O abade l'Epée (Charles-Michel de l'Epée: 1712 -


1789) defende que a mímica constituiu a linguagem natural ou materna
dos surdos. Conclui que a linguagem dos gestos é um verdadeiro meio de
comunicação e de desenvolvimento do pensamento".

1750 - Alemanha: O Oralismo foi fundado por Samuel Heinicke, que


adotou uma metodologia conhecida como o "método alemão".

1750 - França: Charles-Michel de L´Epée envolveu-se com a comunidade


surda, aprendeu a língua e acabou fundando em 1775 uma escola pública
em sua própria casa, onde professores e alunos usavam os chamados
"sinais metódicos".

1760 - França: L'Epée iniciou o trabalho de instrução formal com duas


surdas a partir da Língua de Sinais que se falava pelas ruas de Paris,
datilologia/alfabeto manual e sinais criados e obteve grande êxito, sendo
que a partir dessa época a metodologia por ele desenvolvida tornou-se
conhecida e respeitada, assumida pelo então Instituto de Surdos e Mudos
(atual Instituto Nacional de Jovens Surdos), em Paris, como o caminho
correto para a educação dos seus alunos.

1817 - Estados Unidos: Thomas Hopkins Gallaudet e Laurent Clerc fundam


a primeira Escola de Surdos em Harttord o AMERICAM ASYLUM FOR THE
EDUCATION OF THE DEAF AND DUMB. Desde 1864 Gallaudet University.

1850 - Estados Unidos: A ASL, e não o inglês sinalizado passa a ser


utilizada nas escolas, assim como ocorria na maior parte dos países
europeus. Nesse período, houve uma elevação no grau de escolarização
dos surdos, que podiam aprender com facilidade as disciplinas ministradas
em língua de sinais.

1860 - Estados Unidos: O método oral começa a ganhar força.


1869 - Estados Unidos: Surgiram então opositores à língua de sinais, que
ganharam força a partir da morte de Laurent Clerc.

1880 - Itália: Em Milano, o Iº CONGRESSO MUNDIAL DOS SURDOS


considera que o uso simultâneo da fala e dos gestos mímicos tem a
desvantagem de impedir que o desenvolvimento da fala da leitura labial e
da precisão das ideias. E declara que o método oral puro deve ser
preferido de forma definitiva e oficial. Das 164 representantes presentes,
apenas os cincos dos EUA não votam em favor do ORALISMO.

1851 a 1990 - Gallaudet University - EUA: Gallaudet tem a história de


luta. Força e poder em prol de defesa dos direitos dos surdos e da Língua
de Sinais. Na educação. Utiliza forma radical a Língua de Sinais. Seu
progresso e desenvolvimento resultam na Universidade com
conhecimento mundial, num trabalho que começa com e estimulação
precoce e vai até os cursos de PHD E Academia Superior de surdo;
preconiza que não é necessária a educação especial para os surdos,
bastando apenas que, na comunicação, o direito à Língua de Sinais seja
respeitado. Juntamente com Laurent Clerc e sob a influência de L'Epée,
Gallaudet nunca aceitou a imposição do Congresso de Milão e não
concordou com a mudança para uma metodologia oral.

1960 - Estados Unidos: É implantada a filosofia da Comunicação Total.


William Stokoe prova que a linguagem gestual, de natureza visual-
especial, tem estrutura e aspectos próprios, como qualquer língua.
Charles-Michel de L'Epée
O Abade Charles-Michel de L'Epée (Versalhes, 25 de novembro de 1712,
em Versailles — Paris, 23 de dezembro de 1789) foi um educador
filantrópico francês do século XVIII, que ficou conhecido como "Pai dos
surdos".

Vida
Charles-Michel de L'Epée nasceu numa família abastada em Versailles,
que era na altura o mais poderoso reino da Europa. Estudou para ser
padre católico, mas foi-lhe negada a ordenação, em resultado da sua
recusa em negar o Jansenismo, um popular movimento de reforma
religiosa da época. Então, estudou Direito, mas pouco depois foi aceite e
designado abade.

L'Epée voltou a sua atenção para obras de caridade para os pobres, e uma
altura, numa zona pobre de Paris, teve oportunidade de encontrar duas
jovens irmãs, surdas, que se comunicavam através da língua gestual (ou
língua de sinais, como é chamada no Brasil). Pé decidiu, então, dedicar-se
à salvação dos surdos e, em meados na década de 1750, fundou um
abrigo, que ele próprio sustentava a nível particular e privado. Em
consequência das teorias filosóficas que emergiam na época, Pé veio a
acreditar que os surdos são capazes de possuir linguagem, concluindo
assim que eles podem receber os sacramentos e evitar ir para o Inferno.
Começou a desenvolver um sistema de instrução da língua francesa e
religião. Nos primeiros anos da década de 1760, o seu abrigo tornou-se a
primeira escola de surdos, a nível mundial, aberta ao público.

Embora o seu interesse principal fosse a educação religiosa dos surdos, a


sua advocacia e o desenvolvimento do francês gestual permitiram aos
surdos, pela primeira vez, defender-se em tribunal, legalmente.
O Abade de L'Epée morreu no início da Revolução Francesa (1789) e seu
túmulo está na Igreja de Sain Roch, Paris. Dois anos depois da sua morte, a
Assembleia Nacional reconheceu-o como "Benfeitor da Humanidade" e foi
declarado que os surdos têm direitos, de acordo com a Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão.

Em 1799, o Instituto Nacional de Surdo-mudo em Paris, fundado por


L'Epée, começou a ser financiado pelo governo. Mais tarde foi renomeado
para Instituto St. Jacques. Os seus métodos de educação espalharam-se
pelo mundo e o abade de L'Epée hoje considerado como um dos
fundadores da educação para os surdos.

Instrução através de
gestos[
O seu método de educação centrava-se no uso de gestos (sinais, no
Brasil), baseando-se no princípio de que "ao surdo-mudo deve ser
ensinado através da visão aquilo que às outras pessoas é ensinado através
da audição". L'Epée reconheceu que já existia uma comunidade surda em
Paris, mas via a sua língua (Antiga Língua Gestual Francesa) como
primitiva, sem gramática. Embora tenha aconselhado professores
(ouvintes) a aprender a língua gestual para o uso na instrução dos
estudantes surdos ele próprio não usava a língua gestual nas suas aulas.
Ao contrário, ele desenvolveu um método usando algum léxico da língua
gestual, combinado com gestos inventados, que representavam as
terminações verbais, artigos e verbos auxiliares da língua francesa.

L'Epée, em menor grau, também usou o oralismo e a leitura labial com os


seus alunos.
Legado
educacional
O que diferencia L'Epée dos educadores de surdos antes dele, foi ter
permitido que os seus métodos e o acesso às suas aulas fossem abertos ao
público e a outros educadores. Em resultado desta abertura, tanto quanto
ao seu sucesso, os seus métodos influenciaram toda a educação de surdos
atual. Pé também estabeleceu programas de ensino/treinamento para
estrangeiros que pretendiam levar os métodos de ensino para o seu
próprio país, tendo, deste modo, contribuído para a abertura de imensas
escolas ao redor do mundo. Laurent Clerc, surdo, aluno na escola de
L'Epée, foi co-fundador da primeira escola de surdos da América do Norte, e
levou com ele a língua gestual que formou as bases ao aparecimento da ASL
e, inclusive, do alfabeto manual da ASL.

Principais contributos
Criação do Instituto nacional de Surdos-mudos, em Paris - a primeira
escola de surdos do mundo. [1]
Atribuição do estatuto de ser humano, ao surdo.
Passagem da educação individual para a coletiva.
Tentar ensinar o surdo a falar é perda de tempo - deve-se usar esse tempo
ensinando ao surdo a língua gestual. [2]
Demonstrações sobre a língua gestual aos nobres, filósofos e educadores
da época, mostrando o valor e a riqueza da mesma.

Mitos sobre L'Epée


L'Epée é muitas vezes descrito como o inventor da língua gestual, mas na
verdade, foram os surdos que lhe ensinaram a língua. [2]
É também citado como o inventor do alfabeto manual, unimanual.
Obras publicadas
(1776) Institution des sourds-muets par la voie des signes méthodiques;
(1794) La véritable manière d'instruire les sourds et muets, confirmée par
une longue expérience;
Iniciou Dictionnaire général des signes, que foi completado por seu
aprendiz, o Abade Sicard.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Exercício:
Cada aluno diz a cidade e estqado que nasceu e pergunta onde o outro
nasceu.
O próximo pergunta se o outro conhece outras cidades do Brasil ou que
cidades gostaria de conhecer.
Bibliografia

Karin Strobel em "ASPECTOS LINGUÍSTICOS DA LIBRAS" (SEED-DEE-PR)


Darcilia M. P. SIMÕES e Maria do Socorro ARAGÃO em "ICONICIDADE NO
LÉXICO E REPERTÓRIO DISCENTE".
Maria Noêmi Freire da Costa Freitas em "ICONICIDADE E LEITURA".
António Fidalgo em "DA SEMIÓTICA E SEU OBJECTO".
Referencial Bibliográfico: INES
FINGER, I.; QUADROS, R. M. Teorias de aquisição da linguagem.
Florianópolis. ED. da UFSC, 2008.
LACERDA, C.B.F. de. Intérprete de Libras: em atuação na educação infantil
e ensino fundamental. Porto
Alegre: Mediação / FAPESP, 2009. 96p.
LODI, A.C.B. et al. orgs. Letramento e minorias. Alegre: Mediação, 2002.
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LODI, A.C.B.; HARRISON, K.M.P. e CAMPOS, S.R.L. de. orgs. Leitura e
escrita no contexto da diversidade.
Porto Alegre: Mediação, 2004. 112p.
LODI, A.C.B. e LACERDA, C.B.F. de. orgs. Uma escola duas línguas:
letramento em língua portuguesa e
língua de sinais nas etapas iniciais de escolarização. Porto Alegre:
Mediação, 2009. 160p.
QUADROS, R. de Estudos Surdos I, II, III e IV. Série Pesquisas. Petrópolis.
Ed. Arara Azul, 2008. (3 livros)
SITES
www.ines.org.br
www.feneis.org.br
www.surdosol.com.br
www.portal.mec.gov.br
www.acessobrasil.org.br/libras

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