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– operações de destaque;
– operações de emparcelamento.
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Introdução
• Operações de transformação:
– fracionamento (divisão), de emparcelamento (junção ou anexação) de
reparcelamento (anexação com vista a uma distinta divisão) da propriedade;
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Lei de Bases de Política dos Solos, Ordenamento do Território e Urbanismo
• Artigo 19.º, n.º 5: “Os proprietários do solo urbano podem reestruturar a propriedade,
nomeadamente promovendo o fracionamento ou reparcelamento de prédios destinados à
construção urbana, mediante operações urbanísticas de loteamento que definam a
edificabilidade e os prazos da sua concretização”.
• Artigo 55.º, n.º 3: “execução sistemática dos planos territoriais de âmbito intermunicipal ou
municipal é concretizada através de políticas urbanas integradas, nomeadamente, mediante a
aquisição ou disponibilização de terrenos, operações de transformação fundiária e formas de
parceria ou contratualização que incentivem a concertação dos diversos interesses em
presença, no âmbito de unidades de execução delimitadas nos termos da lei”.
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Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial
• O artigo 19.º, n.º 2 da LB implica a conexão com o RJIGT: são os planos territoriais
que (i) classificam os solos (rústicos e urbanos); (ii) que estabelecem critérios e regras
para o dimensionamento dos prédios, designadamente para os lotes ou parcelas
resultantes das operações de transformação;
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Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial
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Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial
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Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial
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Estruturação fundiária em prédios rústicos
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Loteamento
• Artigo 2.º, i): “«Operações de loteamento», as ações que tenham por objeto ou por efeito a
constituição de um ou mais lotes destinados, imediata ou subsequentemente, à edificação
urbana e que resulte da divisão de um ou vários prédios ou do seu reparcelamento”.
– formas de intervenção no solo, com criação de novos espaços (novos prédios urbanos), excluindo-se
por exemplo a retificação de extremas ou constituição de logradouros;
– divisão fundiária.
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Loteamento
• Divisão predial, jurídica ou material, que origina lotes (novos prédios urbanos), destinados a
construção urbana, contendo uma edificabilidade definida e estabilizada – cfr. o disposto na
alínea e) do n.º 1 do artigo 77.º do RJUE a propósito das especificações do alvará (“Número
de lotes e indicação da área, localização, finalidade, área de implantação, área de construção,
número de pisos e número de fogos de cada um dos lotes, com especificação dos fogos
destinados a habitações a custos controlados, quando previstos”)
–≠ das situações em que a divisão não é intencional, mas antes o resultado de um ato ou negócio jurídico
(venda, partilha de herança, divisão de coisa comum) ou mesmo cedência amigável, em contexto de
expropriação;
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Loteamento
• Não basta a mera programação para operar a transformação de solo rústico em urbano;
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Loteamento
• exigência de parecer favorável da CCDR, se a área do loteamento não for abrangida por
qualquer plano municipal ou intermunicipal – função de controlo (n.ºs 1 e 2 do artigo 42.º
do RJUE);
– conceito de parecer conforme e o regime do CPA;
– cfr. o disposto na alínea c) do n.º 1 do artigo 24.º com o artigo 68.º do RJUE.
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Loteamento
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Loteamento
• Acórdão do STA de 18/6/2015, Proc. N.º 1447/12: “I - Um hospital [privado ou público] pode,
para vários outros efeitos, ser considerado como um “equipamento coletivo” mas tal não implica
que o mesmo deva integrar o conceito de “equipamento de utilização coletiva” previsto no art. 43.º
do RJUE face àquilo que são as exigências do normativo na sua articulação e conexão com o
demais quadro normativo [legal e regulamentar]. II - Destinando-se o lote a ser edificado tal
implica uma sobrecarga no território que exige e justifica a definição de áreas destinadas a
prosseguir fins coletivos ou de utilização/uso coletivo, assegurando dessa forma um ordenamento
do território e um ambiente urbano equilibrados e adequados. III - Tais exigências de cedências só
não existirão quando a área já estiver servida a esse nível, isoladamente ou em conjunto, por
espaços, infraestruturas e equipamentos públicos, sendo que numa tal situação caímos no âmbito
da previsão do n.º 4 do art. 44.º do RJUE e no mecanismo da compensação ali instituído”.
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– cedências nos termos do disposto no artigo 44.º do RJUE [as questões notariais
associadas à situação de licença e de comunicação prévia – remissão]
• as cedências podem ser para o domínio público ou para o domínio privado, não
estabelecendo a lei qualquer preferência;
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• a mais ampla legitimidade para exercer o direito de reversão (n.º 6 do artigo 45.º);
• o direito de reversão não funciona em casos de alteração da licença do artigo 48.º (n.º 10 do
artigo 45.º), nem nos casos de alteração ao abrigo do artigo 27.º
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– as medidas preventivas não podem justificar a aplicação do regime previsto no artigo 48.º devido à
taxatividade e definitividade dos instrumentos mencionados no n.º 1;
– necessidade de articular com o artigo 134.º, n.ºs 5 e 6 do RJIGT: “5 - Ficam excluídas do âmbito
de aplicação das medidas preventivas, as ações validamente autorizadas antes da sua entrada em
vigor, bem como aquelas em relação às quais exista já informação prévia favorável ou aprovação do
projeto de arquitetura válidas. 6 - Em casos excecionais, quando a ação em causa prejudique de
forma grave e irreversível a finalidade do plano, a disposição do número anterior pode ser afastada,
sem prejuízo do direito de indemnização a que houver lugar”.
– as normas provisórias, por serem a antecipação de vigência dos planos, devem equiparar-se a eles e,
por conseguinte, aplicar-se o regime deste artigo.
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– data de caducidade;
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– caducidade – artigo 71.º - dos atos e não dos alvarás (estes devem ser
cancelados se ocorrer caducidade – artigo 79.º):
• (i) prazos para a obtenção de títulos;
– o regime da licença (1 ano) e comunicação prévia (prazo definido em
regulamento municipal)
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Loteamento
• Acórdão do TCA (N) de 18/6/2021, Proc. N.º 02509/20.0BEPRT (relator: Paulo Magalhães): “1 – Se uma requerente deixou
caducar a licença emitida no âmbito de um procedimento de licenciamento de uma operação urbanística aprovada, na qual
estava prevista a construção de um hotel, pelo decurso do prazo para requerer a emissão do respectivo alvará, continua a
mesma, por vontade do legislador, a dispor de um direito sobre esse procedimento, na medida em que pode requerer nova
licença. É o que dispõe o artigo 72.º, n.º 1 do RJUE. E se a interessada não detivesse de facto esse direito, não faria sentido que
o legislador lhe conferisse este poder de petição, pois que, na realidade, enquanto proprietária/interessada, sempre poderia fazer
aquilo por que se autodeterminasse e no tempo que entendesse, já que do que dispunha era do seu património, e do direito de
implantar no solo, a construção que lhe viesse a ser licenciada, quando quisesse iniciar um procedimento licenciatório. 2 – Se
uma interessada está enquadrada no âmbito normativo daquele artigo 72.º do RJUE, e se decide por fazer o pedido de nova
licença antes de ter decorrido o prazo de 18 meses sobre a data da declaração de caducidade, não tem o dever de juntar ao
processo quaisquer outros elementos documentais, e se o Requerido Município a notificar a Requerente para o fazer, mais não
está do que a obstaculizar a sua pretensão licenciatória.”
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Loteamento
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Loteamento
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Loteamento
• Os lotes distinguem-se assim de outras unidades prediais que implicam outros atos de
gestão urbanística (devido aos instrumentos de planeamento municipal): (i) ou de uma
informação prévia favorável à edificação; (ii) uma licença ou (iii) comunicação prévia
de obras de edificação.
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Loteamento
– pagamento das compensações devidas em numerário nos termos do n.º 4 do artigo 44.º do
RJUE.
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Destaque
• Artigo 6.º, n.º 4 do RJUE: “Os atos que tenham por efeito o destaque de uma única parcela
de prédio com descrição predial que se situe em perímetro urbano estão isentos de licença
desde que as duas parcelas resultantes do destaque confrontem com arruamentos públicos” –
considerado um loteamento simples;
– figura especial que se situa “numa combinação entre um ato certificativo da Administração e um ato
final, de concretização fundiária, de responsabilidade do proprietário” (FPO);
– o ato certificativo destina-se a verificar se os requisitos do artigo 6.º estão preenchidos;
– a certidão deve ser emitida em 10 dias, prazo do CPA (artigo 86.º); o decurso do prazo sem a
competente emissão deverá conduzir ao recurso à tutela judicial através do mecanismo da “Intimação
para a prestação de informações, consulta de processos ou passagem de certidões, regulada no CPTA.
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Destaque
• Situação de isenção de controlo prévio se: (i) única parcela, daí resultando duas parcelas
apenas; (ii) perímetro urbano; (iii) confronto com arruamentos;
– perímetro urbano: artigo 71.º do RJIGT (fins de construção urbana);
• Ónus de não fracionamento, por novos destaques, pelo prazo de 10 anos (mas permite-se uma
operação de loteamento nesse prazo sujeita a controlo ou comunicação prévia);
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Destaque
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Emparcelamento
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Emparcelamento
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Emparcelamento
• 4 - As operações de reestruturação em solo urbano são promovidas pela câmara municipal, por associação de municípios
ou pelos proprietários dos solos urbanos. 5 - As operações de reestruturação de iniciativa pública podem ser promovidas
mediante imposição administrativa ou mediante proposta de acordo para reestruturação da propriedade sobre as
unidades prediais a reestruturar. 6 - O município pode proceder à expropriação por causa da utilidade pública da
execução do plano, nos termos do artigo 159.º: a) Se os proprietários não subscreverem o acordo proposto ou outro
alternativo no prazo fixado; b) Se os mesmos não derem início às obras ou não as concluírem nos prazos fixados. 7 - Nos
casos previstos no número anterior, os edifícios ou prédios devem ser alienados pela câmara municipal em hasta pública,
tendo os anteriores proprietários direito de preferência, a exercer na referida hasta pública, cuja realização lhes é
notificada pessoalmente ou, quando tal não seja possível, através de edital. 8 - As operações de reestruturação respeitam
o uso do solo estabelecido nos planos intermunicipais e municipais e adequam-se à localização, configuração, função
predominante e utilização da propriedade.
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