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Parcelamento de Solo Urbano

Aula I – Base Normativa

Prof. Heitor Ronaldo de Freitas

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1. BASE NORMATIVA
• Lei nº. 6.766/79 (Lei do Parcelamento de Solo Urbano - LPSU) que substituiu no
parcelamento urbano o Decreto-Lei nº. 58/37
• Integração de outras normas: Código de Defesa do Consumidor (Lei nº. 8.078/90),
Estatuto da Cidade (Lei nº. 10.257/01), Estatuto da Metrópole (Lei nº. 13.089/15), Lei da
Regularização Fundiária Urbana e Rural (Lei nº. 13.465/17), Lei nº. 13.786/18, Medida
Provisória nº. 1.085/21 (convertida em Lei)
• Legislação Estadual
• Legislação Municipal (Plano Diretor, Lei do Parcelamento de Solo Urbano do Município,
etc.).
• NSCGJSP, Capítulo XX, Tomo II, itens 164 a 206.1.

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2. PARCELAMENTO DE SOLO URBANO
2.1. Conceito
“é o processo de fracionamento ordenado e sustentável de terreno (gleba) na vida civil e das
cidades, gênero das espécies loteamento e desmembramento, que se distinguem conforme
haja, ou não, nesse fracionamento, interferência no sistema viário existente” (Vicente de Abreu
Amadei).

Sugestão de leitura: Como lotear uma Gleba – Vicente Celeste Amadei e Vicente de Abreu
Amadei – Editora Milenium.

Parcelamento de Solo urbano é GÊNERO que tem como ESPÉCIES o loteamento e o


desmembramento
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2.2. Noção Histórica
2.1. Código Civil de 1916 – art. 1088

Art. 1.088. Quando o instrumento público for exigido como prova do contrato, qualquer da
partes pode arrepender-se, antes de o assinar, ressarcindo à outra as perdas e danos
resultantes do arrependimento, sem prejuízo do estatuído nos arts. 1.095 a 1.097.

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2.2. Decreto-Lei nº. 58/37 (loteamentos urbanos e rurais)
Considerandos:

Considerando que as transações assim realizadas não transferem o domínio ao


comprador, uma vez que o art. 1.088 do Código Civil permite a qualquer das
partes arrepender-se antes de assinada a escritura da compra e venda;

Considerando que esse dispositivo deixa praticamente sem amparo


numerosos compradores de lotes, que têm assim por exclusiva garantia a
seriedade, a boa fé e a solvabilidade das empresas vendedoras.

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2.2.1. Avanço legislativo (tutela do adquirente):

• Compromisso de compra e venda com cláusulas de irretratabilidade;

• Notificação do devedor para purgação da mora;

• Adjudicação compulsória em caso de recusa de outorga da escritura

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3. LOTEAMENTO (art. 2º, §1º, LPSU)
Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com
abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento,
modificação ou ampliação das vias existentes.

3.1. Loteamento de acesso controlado (art. 2º, §8º, LPSU)


Constitui loteamento de acesso controlado a modalidade de loteamento, definida nos
termos do § 1o deste artigo, cujo controle de acesso será regulamentado por ato do poder
público Municipal, sendo vedado o impedimento de acesso a pedestres ou a condutores
de veículos, não residentes, devidamente identificados ou cadastrados (Lei nº. 13.465/17).

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4. DESMEMBRAMENTO (art. 2º, §2, LPSU)
Considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com
aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias e
logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes.

4.1. Diferença entre DESMEMBRAMENTO e DESDOBRO


Desmembramento: divisão da gleba em lotes – previsão em Legislação Federal (6.766/79) +
Legislação Municipal – Sujeito ao Registro Especial no Registro de Imóveis (art. 18)

Desdobro: subdivisão do lote em outros lotes sem a alteração da sua natureza – previsão em
legislação municipal – não está sujeito ao Registro Especial – respeitada a área mínima do terreno
imposta pelo Município (LPSU: 125m²).
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NSCGJSP (Dispensa do Registro Especial previsto no artigo 18, Lei 6.766/79):
165.5. Para a dispensa do registro especial, o oficial registrador deverá ter especial atenção
à verificação das seguintes circunstâncias:
(1) não implicar transferência de área para o domínio público;
(2) não tenha havido prévia e recente transferência de área ao Poder Público, destinada a
arruamento, que tenha segregado o imóvel, permitido ou facilitado o acesso a ela, visando
tangenciar as exigências da Lei nº 6.766/79;
(3) resulte até 10 lotes;
(4) resulte entre 11 e 20 lotes, mas seja servido por rede de água, esgoto, guias, sarjetas,
energia e iluminação pública, o que deve ser comprovado mediante a apresentação de
certidão da Prefeitura Municipal;

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(5) não ocorram desmembramentos sucessivos, exceto se o novo desmembramento não
caracterizar intenção de afastar o cumprimento das normas que regem o parcelamento do
solo urbano em razão do tempo decorrido entre eles, da alteração dos proprietários dos
imóveis a serem desmembrados, sem que os novos titulares do domínio tenham participado
do fracionamento anterior;

(6) Na hipótese do desmembramento não preencher os itens acima, ou em caso de dúvida, o


deferimento dependerá de apreciação da Corregedoria Permanente.

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Aula II – Etapas do parcelamento

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5. GLEBA
Considera-se gleba o terreno que não foi objeto de parcelamento aprovado ou regularizado e
registrado em cartório

6. LOTE (art. 2º, §4º)


Considera-se lote o terreno servido de infra-estrutura básica cujas dimensões atendam aos
índices urbanísticos definidos pelo plano diretor ou lei municipal para a zona em que se situe.
Observação: Os lotes terão área mínima de 125m² (cento e vinte e cinco metros quadrados) e
frente mínima de 5 (cinco) metros, salvo quando o loteamento se destinar a urbanização
específica ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprovados
pelos órgãos públicos competentes (art. 4º, II, LPSU).
Observação: O lote poderá ser constituído sob a forma de imóvel autônomo ou de unidade
imobiliária integrante de condomínio de lotes (Lei nº. 4.591/64).
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7. LOTEADOR (art. 2-A, LPSU)
 o proprietário do imóvel a ser parcelado (Gleba).
 o compromissário comprador, cessionário ou promitente cessionário, ou o foreiro, desde que o
proprietário expresse sua anuência em relação ao empreendimento e sub-rogue-se nas
obrigações do compromissário comprador, cessionário ou promitente cessionário, ou do foreiro,
em caso de extinção do contrato.
 o ente da administração pública direta ou indireta habilitado a promover a desapropriação com
a finalidade de implantação de parcelamento habitacional ou de realização de regularização
fundiária de interesse social, desde que tenha ocorrido a regular imissão na posse.

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 a pessoa física ou jurídica contratada pelo proprietário do imóvel a ser parcelado ou pelo poder
público para executar o parcelamento ou a regularização fundiária, em forma de parceria, sob
regime de obrigação solidária, devendo o contrato ser averbado na matrícula do imóvel no
competente registro de imóveis.

 a cooperativa habitacional ou associação de moradores, quando autorizada pelo titular do


domínio, ou associação de proprietários ou compradores que assuma a responsabilidade pela
implantação do parcelamento.

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8. INFRAESTRUTURAS básicas do parcelamento de solo
Equipamentos urbanos de escoamento das águas pluviais
Iluminação pública
Esgotamento sanitário
Abastecimento de água potável
Energia elétrica pública e domiciliar
Vias de circulação

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9. ETAPAS DO PARCELAMENTO
1ª Diretrizes
2ª Aprovação
3ª Registro
4ª Implantação

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9.1. 1ª Etapa: DIRETRIZES para o loteamento (art. 6º, LPSU):
Município que define:
Diretrizes para o uso do solo, traçado dos lotes, zoneamento, número de lotes, do
sistema viário, dos espaços livres e das áreas reservadas para equipamento
urbano e comunitário.
Com essas informações o loteador desenvolverá os projetos.

9.2. Dispensa das diretrizes (art. 8º, LPSU)


Os Municípios com menos de cinquenta mil habitantes e aqueles cujo plano diretor
contiver diretrizes de urbanização para a zona em que se situe o parcelamento
poderão dispensar, por lei, a fase de fixação de diretrizes previstas nos arts. 6o e
7o desta Lei.
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10. 2ª Etapa: APROVAÇÃO

1º - Município:
Projetos: urbanísticos, terraplanagem, abastecimento de água, coleta e
tratamento de esgoto, paisagístico.

Memorial descritivo: diretrizes urbanísticas, ambientais, saneamento.

Cronograma da execução das obras e garantias.


Expedição da APROVAÇÃO PRÉVIA, ou Pré Aprovação, ou Aprovação Preliminar

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2º - Estado:

Em São Paulo – GRAPROHAB – Grupo de Análise e Aprovação de Projetos


Habitacionais (todos órgãos responsáveis pela aprovação no Estado – SABESP,
DAEE, EMPLASA, CETESB – licenciamento ambiental, Secretaria da Habitação) –
equipe multidisciplinar – “poupa tempo do licenciamento” – manual do
GRAPROHAB.

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Outros órgãos:

Órgãos rodoviários e ferroviários

Órgãos de Tombamento (IPHAN, CONDEPHAAT, CONPRESP)

Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM

Secretaria do Patrimônio da União- SPU (enfiteuse, aldeamentos indígenas, faixa


litorânea, etc).

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Uma vez obtidas as licenças e autorizações dos órgãos envolvidos – retorno ao Município
para APROVAÇÃO FINAL – loteador terá 180 dias para submeter o projeto no Registro
Imobiliário – sob pena de caducidade – nova validação.

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Parcelamento de Solo Urbano

Aula III – Registro especial

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Sem aprovação final não pode implementar – CRIME

Art. 50. Constitui crime contra a Administração Pública.

I - dar início, de qualquer modo, ou efetuar loteamento ou desmembramento do solo


para fins urbanos, sem autorização do órgão público competente, ou em desacordo
com as disposições desta Lei ou das normas pertinentes do Distrito Federal, Estados e
Municípios;

II - dar início, de qualquer modo, ou efetuar loteamento ou desmembramento do solo


para fins urbanos sem observância das determinações constantes do ato administrativo
de licença;
Pena: Reclusão, de 1(um) a 4 (quatro) anos, e multa de 5 (cinco) a 50 (cinquenta) vezes
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o maior salário mínimo vigente Washington
no País. de Almeida - 26704215808
11. 3ª Etapa: REGISTRO ESPECIAL

“É, pois, o registro que confere status de regularidade formal ao parcelamento e,


ainda mais, é ele que opera a sua juridicização”. (Vicente de Abreu Amadei).

Realizado na matrícula da gleba parcelada

“deixa de existir como gleba e passa a existir como lotes: a unidade dominial da
gleba morre e, simultaneamente, nasce a multiplicidade dominial de lotes”.
(Vicente de Abreu Amadei).

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11.1. Documentos (art. 18, LPSU):

Documentos que Tutelam do adquirente e o interesse público – questões de ordem


ambiental e urbanística:

• título de propriedade do imóvel ou certidão da matrícula

• histórico dos títulos de propriedade do imóvel, abrangendo os últimos 20 (vintes


anos), acompanhados dos respectivos comprovantes;

• certidões negativas:
a) de tributos federais, estaduais e municipais incidentes sobre o imóvel;
b) de ações reais referentes ao imóvel, pelo período de 10 (dez) anos;
c) de ações penais com respeito ao crime contra o patrimônio e contra a
Administração Pública.
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• certidões:
a) dos cartórios de protestos de títulos, em nome do loteador, pelo período de cinco
anos;
b) de ações cíveis relativas ao loteador, pelo período de dez anos;
c) da situação jurídica atualizada do imóvel;
d) de ações penais contra o loteador, pelo período de dez anos;

• cópia do ato de aprovação do loteamento e (posteriormente com a implantação)


comprovante do termo de verificação;

• contrato padrão de promessa de venda, ou de cessão ou de promessa de cessão,


do qual constarão obrigatoriamente as indicações previstas no art. 26 desta Lei;

• declaração do cônjuge do requerente de que consente no registro do loteamento.


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11.2. Procedimento (art. 19, LPSU):

11.2.1. ORI competente:

Registro de Imóveis da circunscrição da gleba que se pretende parcelar (princípio da


territorialidade):

E se a área loteada estiver situada em mais de uma circunscrição imobiliária?

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Art. 21, LPSU:

1º o registro será requerido primeiramente perante aquela em que estiver localizada a


maior parte da área loteada.

2º procedido o registro nessa circunscrição, o interessado requererá, sucessivamente,


o registro do loteamento em cada uma das demais, comprovando perante cada qual
o registro efetuado na anterior, até que o loteamento seja registrado em todas.

Observação: Nenhum lote poderá situar-se em mais de uma circunscrição (art. 21, §1º,
LPSU).

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11.3. Legitimidade:

 o proprietário do imóvel a ser parcelado.

 o compromissário comprador, cessionário ou promitente cessionário, ou o


foreiro, desde que o proprietário expresse sua anuência em relação ao
empreendimento e sub-rogue-se nas obrigações do compromissário comprador,
cessionário ou promitente cessionário, ou do foreiro, em caso de extinção do contrato.

 o ente da administração pública direta ou indireta habilitado a promover a


desapropriação com a finalidade de implantação de parcelamento habitacional ou de
realização de regularização fundiária de interesse social, desde que tenha ocorrido
a regular imissão na posse.

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 a pessoa física ou jurídica contratada pelo proprietário do imóvel a ser parcelado ou pelo
poder público para executar o parcelamento ou a regularização fundiária, em forma de
parceria, sob regime de obrigação solidária, devendo o contrato ser averbado na matrícula
do imóvel no competente registro de imóveis.

 a cooperativa habitacional ou associação de moradores, quando autorizada pelo titular do


domínio, ou associação de proprietários ou compradores que assuma a responsabilidade
pela implantação do parcelamento.

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11.4. Requerimento:

Instrumento particular contendo o nome e a qualificação da parte


(princípio da especialidade subjetiva); a descrição precisa da gleba que
se pretende parcelar (princípio da especialidade objetiva); pedido de
registro do parcelamento.

11.5. Prenotação – prioridade registral


Formação do processo – acesso no ORI por qualquer interessado para
consulta – (art. 21, LPSU).
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11.6. Contrato-padrão (compromisso de compra e venda):

”é o arquétipo de contrato obrigatório aos negócios jurídicos futuros de alienação


dos lotes, “modelo contratual de efeito vinculante”, “paradigma da contratação”,
“protótipo do instrumento que vai regular as futuras relações jurídicas entre o
parcelador-empreendedor e o adquirente do lote”. (Vicente de Abreu Amadei).

Controle preventivo de legalidade pelo ORI (vedação de abusos – cláusulas


manifestamente ilegais – ex. art. 51 a 53, CDC).

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11.6.1. Conteúdo do contrato-padrão (art. 26 e 26-A, LPSU):

Dentre outros expressos na LPSU:

• Cláusula de irretratabilidade – vedação ao arrependimento

• Adjudicação compulsória em caso de recusa na outorga de escritura

• Registro – direito real de aquisição oponível erga omnes

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• Devem ser iniciados por quadro-resumo:

o valor referente à corretagem, suas condições de pagamento e a identificação


precisa de seu beneficiário (precedentes do STJ);

as consequências do desfazimento do contrato, com destaque negritado para as


penalidades aplicáveis e para os prazos para devolução de valores ao adquirente.

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Parcelamento de Solo Urbano

Aula IV – Quitação e transferência da


propriedade
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fruição 0,75% sobre o valor atualizado do contrato; ii) despesas
administrativas de 10% sobre o valor do contrato; iii) encargos
moratórios; iv) débitos de IPTU, taxa associativa, contribuição
condominial; v) comissão de corretagem; vi) devolução dos valores
que sobejarem em 12 parcelas – 180 dias após o TVO (loteamento
em curso) ou 12 meses após o desfazimento do contrato
(loteamento finalizado).

OBS: assinatura no quadro resumo e na cláusula – precedentes


do STJ.

 as informações acerca da possibilidade do exercício, por parte do adquirente


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do imóvel, do direito de arrependimento previsto no .
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11.7. Averbação da Quitação e transferência da propriedade (art. 26, §6º,
LPSU):

Os compromissos de compra e venda, as cessões e as promessas de cessão


valerão como título para o registro da propriedade do lote adquirido,
quando acompanhados da respectiva prova de quitação.

Observação: primeira alienação do lote entre loteador e compromissário


comprador com apresentação da quitação das prestações e o pagamento do
imposto devido (ITBI).

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11.8. Cessão dos direitos decorrentes do compromisso de compra e venda (art. 31,
LPSU):

O contrato particular pode ser transferido por simples trespasse, lançado no verso
das vias em poder das partes, ou por instrumento em separado, declarando-se o
número do registro do loteamento, o valor da cessão e a qualificação do cessionário,
para o devido registro.

A cessão independe da anuência do loteador mas, em relação a este, seus efeitos só


se produzem depois de cientificado, por escrito, pelas partes ou quando registrada a
cessão (§1º).

Uma vez registrada a cessão, feitawww.legale.com.br


sem anuência do loteador, o Oficial do Registro dar-
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o
11.9. Restrições urbanísticas (art. 26, LPSU):

Limitações construtivas - vinculam o adquirente às restrições urbanísticas


convencionais do loteamento, supletivas da legislação pertinente – publicidade na
matrícula.

11.10. Taxas associativas – previsão expressa no contrato padrão:

“É viável a cobrança de taxas de manutenção ou de qualquer outra espécie pela


administradora de loteamento a proprietário de imóvel nele localizado, se esse vinculo
foi estabelecido pelo loteador em contrato-padrão levado a registro no respectivo
cartório ao qual aderiu o adquirente” (RESP 1.796.778/SP – Ministra Nancy Andrighi,
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julgamento: 26/11/2019). Washington de Almeida - 26704215808
11.11. Averbação, pelo loteador, da quitação do contrato, para exoneração dos
encargos tributários (Lei 13.465/17 – que inseriu o item 32, no rol do inciso II, do art.
167, da Lei de Registros Públicos – Lei nº. 6.015/73):

Termo de quitação de contrato de compromisso de compra e venda registrado e


do termo de quitação dos instrumentos públicos ou privados oriundos da implantação de
empreendimentos ou de processo de regularização fundiária, firmado pelo
empreendedor proprietário de imóvel ou pelo promotor do empreendimento ou da
regularização fundiária objeto de loteamento, desmembramento, condomínio de
qualquer modalidade ou de regularização fundiária, exclusivamente para fins de
exoneração da sua responsabilidade sobre tributos municipais incidentes sobre o
imóvel perante o Município, não implicando transferência de domínio ao
compromissário comprador ou ao beneficiário da regularização.
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11.12. Qualificação registral pelo ORI:

Prenotado o requerimento instruído com os documentos

Prazo 15 dias para qualificar

Exame das formalidades e os pressupostos do requerimento (legitimidade,


documentos, título de propriedade, controle de legalidade, questões urbanísticas,
ambientais etc).

11.12.1 Qualificação negativa:

nota de devolução contendo os óbices e exigências (passível de suscitação de dúvida


registral – art. 198, LRP).
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11.12.2. Qualificação positiva (ainda não procede ao registro):
 comunicação ao Município (art. 19, caput, LPSU)
 publicação do edital (art. 19, caput, LPSU)

11.12.2.A. Comunicações:
- quando realizar a qualificação positiva (antes do registro)
- em caso de impugnação após a publicação do edital (antes do registro)
- após o registro do parcelamento
- após o decurso do prazo para execução das obras, sem o pedido de registro do TVO
(após o registro)

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11.12.2.B. Publicação do Edital:

- Finalidade: amplo e irrestrito conhecimento do parcelamento a terceiros

- Conteúdo: um resumo e com pequeno desenho de localização da área

- Publicação: em três dias consecutivos em jornal de grande circulação

- Prazo para impugnação: quinze dias corridos, contado da data da última


publicação

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11.13. Realizadas a comunicações e publicado o edital:

11.13.1. Se não houver impugnação:

Registro do parcelamento de solo urbano na matrícula da gleba.

Observação: não há necessidade neste momento de abertura das matrículas dos lotes
– pode ser aberta no primeiro registro dos títulos de alienação ou oneração do lote (art.
235, §1º, LRP).

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11.13.2. Se houver impugnação:

ORI intimará o requerente e o Município, para que sobre ela se manifestem no


prazo de 5 cinco) dias, sob pena de arquivamento do processo.

Com tais manifestações o processo será enviado ao juiz competente


(Corregedor Permanente) para decisão – processo administrativo-judicial.

Antes da decisão, será ouvido o representante do Ministério Público no prazo de


5 (cinco) dias.

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Após, o juiz decidirá de plano ou após instrução sumária:

Ou rejeita a impugnação e determina o prosseguimento do parcelamento.

Ou acolhe a impugnação e remete os interessados às vias ordinárias caso a matéria exija


maior indagação.

De ambas a decisões cabe recurso administrativo pelos interessados e Ministério Público.


Prazo: 15 dias
Em SP a CORREGEDOR GERAL DA JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

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11.114. Não pode alienar os lotes sem o registro – CRIME

Art. 50. Constitui crime contra a Administração Pública.


III - fazer ou veicular em proposta, contrato, prospecto ou comunicação ao
público ou a interessados, afirmação falsa sobre a legalidade de loteamento ou
desmembramento do solo para fins urbanos, ou ocultar fraudulentamente fato a ele
relativo.
Parágrafo único - O crime definido neste artigo é qualificado, se cometido.

I - por meio de venda, promessa de venda, reserva de lote ou quaisquer outros


instrumentos que manifestem a intenção de vender lote em loteamento ou
desmembramento não registrado no Registro de Imóveis competente.

Pena: Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa de 10 (dez) a 100 (cem) vezes
o maior salário mínimo vigente www.legale.com.br
nodePaís.
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12. 4ª Etapa: IMPLANTAÇÃO

Execução das obras do parcelamento:

Limpeza da área
Terraplanagem
Traçado das vias de circulação
Demarcação: das quadras, lotes, praças, áreas verdes e institucionais.
Infraestrutura: urbana, ambiental, saneamento e paisagística

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Observação: Cronograma de obras – até quatro anos para executar (Lei nº. 6.766/79)
– pode o Município fixar prazo menor - O loteador garante a execução das obras,
dando em garantia os lotes do próprio empreendimento, por meio de HIPOTECA,
sendo que cumpridas as obrigações comprovadas pela expedição de TVO, levantam-
se essas garantias.

Finalizadas as obras o Município expede o TVO – levado a Registro no ORI – Baixa


das Garantias.
Observação: Expirado o Prazo de 04 anos e sem o pedido de registro do TVO – ORI
comunica a Prefeitura e o Ministério Público para promover as averiguações que
entender necessárias (loteamento irregular).
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