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a) Vevivérbio
b) mumumudos
Clarice Lispector
FRAGMENTO I
Ele: – Pois é.
Ela: – Pois é o quê?
Ele: – Eu só disse pois é!
Ela: – Mas “pois é” o quê?
Ele: – Melhor mudar de conversa porque você não me entende.
Ela: – Entender o quê?
Ele: – Santa Virgem, Macabéa, vamos mudar de assunto e já!
Ela: – Falar então de quê?
Ele: – Por exemplo, de você.
Ela: – Eu?!
Ele: – Por que esse espanto? Você não é gente? Gente fala de gente.
Ela: – Desculpe mas não acho que sou muito gente.
(LISPECTOR, p. 54)
FRAGMENTO II
No dia seguinte, segunda-feira, não sei se por causa do fígado
atingido pelo chocolate ou por causa de nervosismo de beber coisa de rico,
passou mal. Mas teimosa não vomitou para não desperdiçar o luxo do
chocolate. Dias depois, recebendo o salário, teve a audácia de pela primeira
vez na vida (explosão) procurar o médico barato indicado por Glória: Ele a
examinou, a examinou e de novo a examinou.
Ela não sabia se isso era coisa boa ou coisa ruim. Bem, como era
uma pessoa muito educada, disse:
– Esse nome de comida que o senhor falou eu nunca comi na vida. É bom?
– Claro que é! Olhe só a minha barriga! Isso é resultado de boas
macarronadas e muita cerveja. Dispense a cerveja, é melhor não beber álcool.
Ela repetiu cansada:
– Álcool?
(LISPECTOR, p. 71-73)
FRAGMENTO I
1- Aponte o tema central dos 30 primeiros versos da peça. Como estes versos
justificam o neologismo severina do título da obra?
FRAGMENTO II
FRAGMENTO III
FRAGMENTO VI