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Castidade e Contemplação do Belo

O que é a castidade?

A que faz o homem senhor de todos os movimentos do apetite sensitivo em matéria


venérea.
(CLI, 1)

Entende-se por hiper estimulação é quando você tem um excesso de estimulação natural
em intervalo de tempo muito curto. Exemplos disso são: pornografia, jogos, filmes, etc. Isso alimenta
cada vez mais a nossa concupiscência dos olhos, fazendo-nos acreditar que aquilo poderia ser real,
além de causar o tédio na falta desses estímulos.

Aquele que está viciado na hiper estimulação não consegue contemplar as coisas da vida
na devida forma. Ao deparar-se com um pássaro voando, ou com a natureza em seu estado pacífico,
não se sente estimulado, vivo e contente.

Aquele que é viciado em pornografia está sempre buscando novos e mais intensos
estímulos, então, ao buscar a vivência da castidade encontra sempre um tédio, afinal, está
acostumado aos hiper estímulos. Num primeiro momento, aquele que busca vivê-la percebe uma
negação daquilo que não deve fazer, mas não é apenas isso. A castidade é necessária com a
contemplação do belo, pois libertando-se dos estímulos, enfrenta-se o tédio. Ele deve ser combatido
com o “estímulo” gerado pela castidade: a contemplação do belo.

Ao contemplar o belo nos “prendemos” a uma contemplação contínua. Diferente da hiper


estimulação, que contem altos e baixos, na contemplação do belo (quadro, catedrais, modéstia
feminina) há uma constância de estímulos visuais (ou auditivos), mantendo um certo nível constante
de prazer lícito.

O belo transmite aquilo que procuramos: a realidade. Fato que se prova ao ir ao campo,
pois lá nos deparamos com a realidade, de fato. Já o ambiente urbano é um ambiente já simulado.
Super exposição à telas, outdoors, mulheres seminuas por toda parte (em banners, outdoors e telas)
é um fator que pode perturbar a ordem interior do homem e, de alguma forma, o fazê-lo desviar da
conduta coerente para uma vida casta.

O ambiente que nós vivemos é artificial, e acaba por gerar comportamentos também
simulados, como relação com Deus simulada, relação com o próximo também simulada, como se
tudo fosse um teatro. Então o homem cai na realidade de que não sabe rezar.

«A oração é a elevação da alma para Deus ou o pedido feito a Deus de bens


convenientes».
CIC §2341

Quando o ser humano está hiper estimulado essa elevação da alma torna-se algo difícil,
pois, necessitando o homem de estímulos ao qual está acostumado, como então recorrer Àquele que
não pode ver, sentir, tocar e ouvir, fisicamente falando? Tal fato também é observável na adoração
Eucarística: no silêncio da adoração o incômodo vem. Jesus está definitivamente à sua frente, mas
sua inquietação não te permite contemplá-lo ou até mesmo perceber que Ele definitivamente está
lá, apontando pra mais uma das consequências do problema: a falta de fé.
“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se
não vêem.”
(Hb 11:1)

Como solução à parte de toda essa problemática, aponta-se a diminuição do tempo de tela,
filmes com menos estímulos com maior frequência.

Relação campo e estímulos do campo → cidade e estímulos da cidade

Você contempla o campo e sente-se feliz no campo, enquanto na cidade sente-se


cansado, abatido e infeliz, afinal, até mesmo as luzes da cidade estimulam, e tudo isso torna
também mais difícil a vivência da castidade → estímulos quase 24h por dia.

Para refletir
Contemplar a Deus por toda eternidade → é um problema/incômodo? Por parecer ser
algo passivo cria-se um certo receio.

Experiências a serem feitas para pensar: deitar-se no chão para pensar, deixar a água
bater na sua cabeça durante o banho e pensar.

O mundo real e a presença real não são como nas telas. Há passarinhos cantando de
forma diferente, tem o som do vento, movimento das árvores e varias coisas acidentais que
não é possível prever que está ali: isso é presença real! Feche os olhos, e pense no infinito:
tudo o que te sustenta no chão, o que é sustentado no céu (astros). Isso faz-nos ter
consciência não só do mundo real, mas de nós mesmos, do quão únicos nós somos e nossas
particularidades. Isso estimula nossa imaginação.

Para o namoro e casamento, principalmente, a conversa deve ser um dos principais


pilares da relação. Quando se fala em conversa, fala-se em diálogo, em que as duas partes
falam e escutam. O conhecimento mútuo gera o crescimento espiritual quando se trata de
uma relação onde há a busca conjunta pelo Bem supremo.

“A Igreja deseja que, entre um homem e uma mulher, exista primeiro o namoro,
para que se conheçam mais, e, portanto, se amem mais, e assim cheguem melhor
preparados ao sacramento do matrimônio”
São Josemaria, Anotações de uma reunião familiar, 31-10-1972

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