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Segundo Marx, existe uma hierarquia entre grupos sociais e essa organização é movida
pela estratificação social – fenômeno que impulsiona a separação de classes e acontece em
decorrência do capitalismo e sua divisão social do trabalho.
Desigualdade Socioeconômica
O tema das desigualdades não começou com Marx, pois, cerca de um século antes dele, já
Rousseau (1989 [1750]) havia demonstrado que “A origem das desigualdades entre os homens”
deveria ser compreendida como um fenómeno secular (suscetível de ser alterado) e não como
uma fatalidade do destino. De qualquer forma, foi com a Revolução Industrial, na Inglaterra, que
se tornou evidente uma nova realidade social, inerente ao capitalismo emergente, que permitiu a
Marx e Engels imprimir toda a demonstração empírica e o estatuto científico das suas análises . A
força crescente do movimento operário, na primeira metade do século XIX, ajudou a mostrar a
natureza conflitual da economia capitalista, porque assente em desigualdades económicas.
Toda essa convulsão social deu lugar a visões da sociedade emergente que colocaram em
evidência já não apenas o fato de as desigualdades aparecerem em fatores de natureza
económica, mas também que essa dimensão económica tem, ao mesmo tempo, um sentido
político. A “economia política” começou por destacar a propriedade privada e a forma de produção
capitalista como a base de estruturação das novas desigualdades, as que, de acordo com o
argumento central de Karl Marx, assentam na relação antagónica entre as duas novas classes
fundamentais do capitalismo moderno. A escassez de recursos de uma classe (os trabalhadores
assalariados) e o enriquecimento de outra classe (os proprietários dos meios de produção ou
capitalistas) constitui, pois, a pedra angular que define a natureza classista deste sistema. No
entanto, as conceções emergentes acerca do trabalho e da atividade económica em geral
desdobraram-se numa infinidade de correntes teóricas.