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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

ÁGATA BRUM
ESTEFANI ESCARLLET DA ROCHA MATAYOSHI
GIOVANA CRUZ DE SOUSA
JULIANA SANTOS BRAGA
MARIANA SANTOS SALES
RAFAELA DE A. H.GAIGA
SABRINA BARBOSA SANTOS

EXAMES RADIOLÓGICOS NO DIAGNÓSTICO DA COVID-19

SÃO PAULO
2023
ÁGATA BRUM
ESTEFANI ESCARLLET DA ROCHA MATAYOSHI
GIOVANA CRUZ DE SOUSA
JULIANA SANTOS BRAGA
MARIANA SANTOS SALES
RAFAELA DE A. H. GAIGA
SABRINA BARBOSA SANTOS

Exame radiológicos no diagnóstico da Covid-19

Pesquisa apresentada ao Curso


de Graduação em Biomedicina da
Universidade Anhembi Morumbi

Prof. Priscila Ferreira


Prof. Angélica Aragon Spinelli

SÃO PAULO
2023
RESUMO

O trabalho tem como propósito apresentar as formas de diagnosticar o covid-19 por


meio de exames da radiologia, os seus aspectos clínicos e as Diretrizes. O trabalho
abordará os sintomas, as diretrizes para a solicitação para os exames de imagem,
os tipos de radiografia, tomografia, ultrassonografia e sobre os métodos e a
importância de cada um.

Palavras-chave: Trabalhos acadêmicos. Covid-19. Raio x. Diagnóstico

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO_________________________________________________________________
OBJETIVO____________________________________________________________________
JUSTIFICATIVA________________________________________________________________
METODOLOGIA_______________________________________________________________
DIAGNÓSTICO RADIOLÓGICO DE COVID__________________________________________
Aspectos Clínicos____________________________________________________________
DIRETRIZES PARA SOLICITAÇÃO DE EXAMES DE IMAGEM__________________________
RADIOGRAFIA DE TÓRAX_______________________________________________________
Raio x_____________________________________________________________________
Prós e contras_______________________________________________________________
Diferença de raio-x e tomografia_________________________________________________
TOMOGRAFIA_________________________________________________________________
TC de Tórax_________________________________________________________________
Tomografia de tórax no coronavírus______________________________________________
ULTRASSONOGRAFIA__________________________________________________________
Conclusões quanto ao papel da USP no cenário do COVID-19:________________________
CONCLUSÃO_________________________________________________________________
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS________________________________________________
1

INTRODUÇÃO

Exames de imagem podem ajudar a entender o impacto do SARS-CoV-2 no corpo e


ajudar a tratar a doença. Os sintomas da doença são semelhantes a outras
infecções respiratórias, por isso os exames de imagem devem ser usados apenas
como complemento ao diagnóstico da Covid-19.
Os exames radiológicos em pacientes com suspeita de Covid-19 não devem ser
usados como triagem ou diagnóstico definitivo da doença, mas sim como um
complemento para rastrear possíveis danos aos pulmões. Até o momento, os
exames de imagem realizados em pacientes com Covid-19 geralmente apresentam
resultados semelhantes a outras infecções agudas, como influenza, H1N1, SARS e
MERS. É por isso que é necessário um teste de PCR (swab) ou sorológico para
diagnosticar o Covid-19.
Vários exames de radiologia estão disponíveis, mas os exames de imagem mais
recomendados para pacientes com Covid-19 são tomografia computadorizada e os
raios-X. Nenhum dos dois contribui para um diagnóstico preciso, mas ajuda a
distingui-lo de outras doenças que compartilham os mesmos sintomas do Covid-19.
A tomografia costuma ser o exame de imagem mais útil porque pode analisar o tórax
em diferentes dimensões, enquanto a radiografia é mais limitada nesse aspecto.
Os exames de imagem são essenciais para o acompanhamento a médio e longo
prazo dos pacientes acometidos pela Covid-19 com sequelas e alterações
pulmonares graves.

OBJETIVO

O objetivo deste trabalho é abordar os principais aspectos clínicos e imaginológicos


da COVID-19, assim como as diretrizes para solicitação e utilização dos métodos de
imagem.
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JUSTIFICATIVA
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METODOLOGIA
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DIAGNÓSTICO RADIOLÓGICO DE COVID

Aspectos Clínicos

A apresentação clínica da COVID-19 pode ser inespecífica, com sintomas


comuns a outras síndromes gripais. A maioria (cerca de 80%) dos casos de COVID-
19 é leve, com sintomas mais brandos, sem evidência de pneumonia viral e hipóxia;
15% dos pacientes evoluem com formas moderadas, com sinais clínicos de
pneumonia (febre, tosse, dispneia, taquipneia), mas sem sinais de pneumonia grave,
com saturação de O2 no sangue periférico > 90% em ar ambiente; e 5% dos
pacientes apresentam formas graves da doença, com sinais clínicos de pneumonia
(febre, tosse, dispneia, taquipneia), além de pelo menos um dos seguintes achados:
saturação de O2 no sangue periférico < 90% em ar ambiente, frequência respiratória
> 30 respirações/minuto ou distúrbio respiratório grave. Uma pequena parcela dos
pacientes apresenta formas críticas da doença, com falência respiratória, choque
5

cardiovascular e insuficiência renal e/ou hepática aguda. Indivíduos acima de 60


anos e/ou com comorbidades, como diabetes mellitus, hipertensão arterial e
doenças cardiovasculares, apresentam maior risco de desenvolvimento de formas
graves da doença.
Os principais sintomas da doença são febre (83-99% dos pacientes), tosse
(59-82%), fadiga (44-70%), anorexia (40-84%), dispneia (31-40%), mialgia (11-35%),
dor de garganta, náusea, tonturas, diarreia, cefaleia, vômitos, dor abdominal e
anosmia, que é descrita em até dois terços dos pacientes e pode ser o único
sintoma em crianças e adultos jovens(. Estes sintomas são semelhantes a outras
doenças respiratórias virais, mas achados como mialgia, dor de garganta, náuseas,
vômitos e diarreia podem sugerir uma outra infecção viral.
O período médio de incubação é de 4-5 dias, que pode alcançar 14 dias. A
maior parte dos pacientes (97,5%) apresenta algum sintoma com até 11,5 dias. O
teste considerado padrão-ouro é a reação em cadeia da polimerase por
transcriptase reversa (RT-PCR), que consiste na detecção direta do RNA viral em
coleta de secreção respiratória da nasofaringe, orofaringe ou dos pulmões. O teste
tem altíssima especificidade, mas sensibilidade da ordem de 60% a 70%,
principalmente nos três primeiros dias da doença.

DIRETRIZES PARA SOLICITAÇÃO DE EXAMES DE IMAGEM

A maior parte das sociedades médicas não recomenda o uso de métodos de


imagem para rastreamento de pacientes com suspeita clínica de COVID-19. O
Colégio Americano de Radiologia indica a tomografia computadorizada (TC) de tórax
apenas para pacientes sintomáticos hospitalizados e a radiografia de tórax portátil
em casos específicos, como pacientes internados que precisam de
acompanhamento por imagem. Reforçam que uma TC de tórax normal não exclui o
diagnóstico de COVID-19 e que um exame alterado não confirma a suspeita clínica.
A Sociedade de Radiologia Torácica norte-americana, em conjunto com a
Sociedade Americana de Radiologia de Emergência, também não recomenda o uso
rotineiro da TC de tórax para rastreamento de pacientes com suspeita de COVID-19.
Orientam a utilização da TC de tórax apenas para pacientes com COVID-19
confirmada por testes laboratoriais e suspeita de complicações como abscesso
pulmonar e empiema pleural(9).
A Sociedade Fleischner, composta por médicos radiologistas, pneumologistas,
patologistas e cirurgiões de diversos países, também não recomenda a TC de tórax
para pacientes assintomáticos ou com sintomas leves, exceto na suspeita de
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progressão da doença. A recomendação da Fleischner é realizar a TC de tórax para


pacientes moderados ou graves, para aqueles com piora do estado respiratório e
para pacientes curados da doença caso apresentem posteriormente hipoxemia ou
perda funcional(10).
O Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), na última
versão das suas recomendações de uso de métodos de imagem para pacientes
suspeitos de COVID-19(11), não recomenda o uso isolado da TC de tórax para
diagnóstico de COVID-19, nem tampouco para rastreamento da doença. Segundo o
CBR, o diagnóstico de COVID-19 deve se pautar em informações clínico
epidemiológicas associadas a exames RT-PCR e/ou sorologia.
A TC de tórax pode ser auxiliar nesta definição diagnóstica, sempre em
correlação com dados clínicos e laboratoriais. Para pacientes assintomáticos, a
diretriz do CBR não recomenda exames de imagem. Para pacientes sintomáticos
leves com RT-PCR ou sorologia (anti-IgM) negativos, não se recomenda qualquer
exame de imagem; a TC de tórax pode ser realizada caso haja piora do quadro
respiratório.
Para sintomáticos leves com RT-PCR ou sorologia (anti- IgM) positivos, deve-se
avaliar os fatores de risco para progressão da doença: caso negativos, nenhum
método de imagem deve ser indicado, a não ser que haja posterior piora do quadro
respiratório; para pacientes com fatores de risco para progressão da doença, a TC
de tórax pode ser realizada. Para sintomáticos leves que não tenham acesso a
testes laboratoriais, deve-se avaliar a probabilidade pré- teste para COVID-19: se a
probabilidade pré-teste para COVID-19 for baixa, nenhum método de imagem está
indicado; se moderada ou alta, deve-se avaliar os fatores de risco para progressão
da doença: se negativos, nenhum método de imagem deve ser indicado, a não ser
que haja posterior piora do quadro respiratório; para pacientes com fatores de risco
para progressão da doença, a TC de tórax pode ser realizada. Por fim, para
pacientes sintomáticos moderados e graves, os exames de imagem podem ser
indicados. Os métodos de imagem também podem ser recomendados para
avaliação de complicações como tromboembolismo pulmonar e infecção bacteriana.

Para achado incidental de alterações suspeitas para COVID-19 em exames não


torácicos, como TC ou ressonância magnética (RM) de coluna, pescoço e abdome,
ou tomografia por emissão de pósitrons/TC (PET/CT) oncológica, o médico
radiologista deve avaliar os achados e informar o médico assistente do paciente
sobre a suspeita de alterações compatíveis com COVID-19. O paciente deve ser
informado dos achados e orientado a realizar contato com seu médico assistente. A
partir do momento da detecção incidental das alterações suspeitas para COVID-19
em exames não torácicos, devem ser fornecidos equipamentos de proteção
individuais (EPIs) para o paciente e para os profissionais de saúde que forem
prosseguir com o atendimento.

RADIOGRAFIA DE TÓRAX

Raio x
A radiação X é uma forma de radiação eletromagnética indiretamente ionizante de
natureza semelhante à luz. A maioria dos raios X possuem comprimentos de onda
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entre 0,01 a 10 nanômetros, correspondendo a frequências na faixa de 30 petahertz


a 30 ex hertz e energias entre 100 eV até 100 kev.
A radiografia desempenhou um papel fundamental no gerenciamento da
pandemia COVID-19. Os radiologistas na linha de frente do surto descobriram que a
radiografia de tórax é um complemento útil para outras ferramentas para
diagnosticar pacientes com COVID-19 e rastrear seu prognóstico. Entre as
vantagens do raio-x estão o baixo custo e a versatilidade, principalmente em um
ambiente dominado pela preocupação com o controle de infecções. A questão
importante ao usar o raio-x para COVID-19 é saber as limitações da modalidade ao
fazer um diagnóstico.
A radiografia pode complementar outras ferramentas, como TC, ultrassom
pulmonar e testes de reação em cadeia da polimerase de transcrição reversa (RT-
PCR), para ajudar os médicos a fazer o diagnóstico de COVID-19. E o valor do raio-
x é mais do que apenas diagnóstico - também é inestimável como uma ferramenta
de prognóstico que pode ajudar a prever o curso provável de COVID-19. Embora a
radiografia possa não ter o maior poder diagnóstico, ela ainda pode desempenhar
um papel fundamental no manejo da pandemia de COVID-19.

Prós e contras
Em comparação com a TC, a radiografia é barata e está prontamente disponível.
Embora suas imagens 2D possam carecer dos detalhes da TC, ele oferece muito
menos dose de radiação. Além disso, o raio-x móvel permite que a imagem seja
levada ao leito do paciente, o que confere enormes vantagens para a detecção
COVID-19. Isso mantém os pacientes infectados fora do departamento de
radiologia do hospital e evita a necessidade de higienizar as salas de radiologia após
o uso.
Uma pesquisa recente mostra que o raio-x pode ajudar na batalha do COVID-19.

As radiografias de tórax adquiridas quando os pacientes se apresentam na sala


de emergência (ER) com sintomas COVID-19 podem ajudar a prever a gravidade da
doença, especialmente em adultos jovens e de meia-idade, de acordo com um
estudo publicado em 14 de maio na Radiologia .
Os resultados do estudo demonstram o valor do raio-x em ajudar os médicos a
identificar, fazer a triagem e tratar pacientes de alto risco, escreveu uma equipe
liderada pela Dra. Danielle Toussie, do Hospital Mount Sinai, na cidade de Nova
York. "Nosso estudo demonstrou que a radiografia de tórax portátil inicial obtida no
departamento de emergência de pacientes com COVID-19 suspeita ou conhecida
pode prever resultados clínicos importantes, incluindo a necessidade de
hospitalização ou intubação", disse Toussie ao Aunt Minnie.com."Não é
necessariamente o raio-x que é usado para o diagnóstico, mas sim para o
prognóstico."

Diferença de raio-x e tomografia


O raio-x de tórax apresenta baixa especificidade no diagnóstico da Covid-19, com
achados mais tardios, porém é útil no acompanhamento do comprometimento
pulmonar. Os achados mais comuns são infiltrações bilaterais, multilobares e
periféricos.
A tomografia computadorizada de tórax é mais sensível que o raio-x na detecção
das alterações pulmonares e mais precisa na avaliação do grau de
8

comprometimento pulmonar pela pneumonia viral, sendo considerado o exame de


escolha neste cenário.

TOMOGRAFIA

Com o aumento de casos de COVID-19 em todo o mundo, métodos de


prevenção, diagnóstico e tratamento para esta doença têm sido amplamente
estudados globalmente. Como o vírus tem como alvo principal o sistema respiratório,
imagens de tomografia computadorizada do tórax (pulmões) tem desempenhado um
importante papel principalmente:
1. Na detecção de pneumonia em pacientes considerados altamente suspeitos (mas
ainda sem confirmação laboratorial);
2. Na avaliação da magnitude da pneumonia;
3. Para acompanhamento da evolução do quadro respiratório (pneumonia) em
pacientes com confirmação laboratorial da doença.
Neste cenário, a tomografia computadorizada tem se mostrado uma aliada
fundamental dos profissionais da saúde e dos pacientes, pois seus resultados
podem contribuir de forma determinante no direcionamento precoce da conduta
médica dos pacientes. Em estudos feitos com pacientes com comprovação
laboratorial para a COVID-19, as imagens de tomografia demonstraram
características de lesões pulmonares bastante específicas para esta doença. Estes
padrões de imagem já publicados em revistas científicas ajudam então os médicos
radiologistas de clínicas e hospitais de todo o mundo na busca precoce por sinais da
doença por COVID-19 em pacientes sintomáticos que ainda aguardam o resultado
laboratorial para confirmação definitiva do diagnóstico

Mas qual exame deve ser feito?


Os exames de imagem que podem ser utilizados nos casos de covid-19 são: a
tomografia computadorizada do tórax – que possui maior sensibilidade a alterações
e é feito pela passagem do paciente por uma espécie de túnel repleto de aparelhos
de raio-x que fazem imagens de vários ângulos, que são enviadas para o
computador e se juntam em imagens bi ou tridimensionais; o raio-x do tórax – uma
espécie de “foto” capaz de identificar alterações por meio de diferenças na coloração
–; e a ultrassonografia pulmonar – que utiliza ondas sonoras para captar imagens.
Mas os exames são feitos em casos diferentes.

TC de Tórax

A tomografia computadorizada (TC) é um método de diagnóstico por imagem


cada dia mais utilizado na prática clínica. Assim como nas radiografias, na TC o
contraste que permite gerar as imagens é resultante da diferença na absorção do
feixe de raios X em razão das características dos tecidos. Quando há maior
absorção de radiação pelo tecido teremos imagens mais claras, e quando a
absorção for menor teremos imagens mais escuras. No monitor a imagem resultante
é obtida matematicamente com base na quantidade de raios-x detectados, desta
forma obtêm-se níveis de tons de cinza que geram contraste e diferenciação entre
os variados componentes do corpo humano ou objeto em estudo (Mourão, Arnaldo
Prata
9

A Tomografia Computadorizada de tórax pode ser uma ferramenta útil no


diagnóstico de COVID-19, devido ao fácil acesso no país e à fácil análise de seus
resultados. No entanto, um resultado negativo não permite descartar a possibilidade
de diagnóstico de COVID-19, devendo ser analisada em conjunto aos fatores
clínicos e aos exames disponíveis. Da mesma forma, quando os exames
comprobatórios não estão disponibilizados – seja por questões intrínsecas ou
extrínsecas ao paciente – a TC de tórax se torna mandatória, juntamente com o
quadro sintomatológico apresentado pelo indivíduo, para determinar o grau de
acometimento do paciente e a conduta médica a ser instituída.

Tomografia de tórax no coronavírus


Existe um Consenso brasileiro ilustrado sobre a terminologia dos descritores e
padrões fundamentais da tomografia de tórax no COVID-19 e ele será usado como
base para caracterização dos achados tomográficos, seguindo a ordem decrescente
de acometimento:

a) Opacidade (ou atenuação) em vidro fosco: na tomografia computadorizada


caracteriza-se como aumento da densidade do parênquima pulmonar em que
permanecem visíveis os contornos dos brônquios e vasos no interior da área
acometida por um processo patológico (Figura 1).

Figura 1. Opacidades em vidro fosco, periféricas em paciente Covid positivo.

b) Pavimentação em mosaico: superposição de opacidades em vidro fosco, linhas


intralobulares e espessamento dos septos interlobulares. A interface entre o pulmão
normal e o pulmão acometido tende a ser bem delimitada nesse padrão de lesão
pulmonar (Figura 2).
10

Figura 2. Padrão clássico de pavimentação em mosaico: áreas em vidro fosco


associado a espessamento dos septos interlobulares (asterisco).

c) Consolidação: a consolidação corresponde ao preenchimento completo das


pequenas vias aéreas. Sendo assim, os vasos não são identificados no interior da
área de pulmão acometido (principal diferença para a opacidade em vidro fosco).
(Figura 3)

Figura 3. Paciente também confirmado para Covid com tomografia de tórax


apresentando áreas de consolidação (setas vermelhas). Observe que na
consolidação as marcas vasculares são perdidas.

d) Sinal do halo: opacidade em vidro fosco que circunda o nódulo, massa ou uma
área de consolidação arredondada.

e) Sinal do halo invertido: opacidade focal em vidro fosco circundada por um anel de
consolidação completo ou parcial (Figura 4).

Figura 4. Sinal do halo invertido (setas brancas)....

Alguns estudos demonstram alta sensibilidade (> 95%) para esse exame de
imagem, podendo ser essencial nos momentos em que o RT-PCR for negativo,
mesmo diante de sinais clínicos e epidemiológicos sugestivos da doença.
(11,12)Entretanto, relatos de pacientes com TC normal e RT-PCR positivo para
COVID-19, principalmente nas fases iniciais, levaram a conclusão de que um
11

resultado sem alterações pode não ser confirmatório para ausência da doença(13),
podendo indicar que ainda não houve um comprometimento pulmonar visível ao
exame de imagem.

ULTRASSONOGRAFIA

A ultrassonografia pulmonar tem o potencial de melhorar a gestão no


atendimento de pacientes infectados, comportando-se como modalidade
complementar a TC e RX é essencial para um atendimento mais humanizado e
racional, devido à sua facilidade de uso à beira do leito, baixo custo e risco
reduzido de disseminação infecciosa.
Szaba et al16(2020) afirma que existem três aplicações clínicas
principais da USP no cenário de COVID-19: triagem primária e diagnóstico de
envolvimento pulmonar em pacientes que se apresentam na sala de emergência
com suspeita de COVID-19; na rotina diária ou conforme deterioração dos sinais
vitais ( como queda da saturação de oxigênio);no monitoramento de
pacientes hospitalizados e no acompanhamento diário dos pacientes (com ou
sem ventilação mecânica) internados na terapia intensiva.
Em caso de quadro clínico sugestivo, a presença de achados
ultrassonográficos típicos pode complementar e auxiliar no diagnóstico de COVID-
19. Nesse sentido, um estudo realizado por Smallwood et al17(2020) sugere que
a combinação de um exame de imagem como a ultrassonografia pulmonar com o
teste de RT-PCR seja incorporada à prática clínica, a fim de aumentar a
sensibilidade da triagem uma vez que alguns pacientes com infecção detectada por
USP não seriam detectados por meio de um único swab de RT-PCR. Além disso, os
padrões ultrassonográfico pulmonares característicos podem ajudar a categorizar os
pacientes em grupos com probabilidade baixa, moderada, alta e outro grupo com
patologia alternativa diferente de COVID-19; auxiliando na estratificação do paciente
além de identificar a necessidade de investigações adicionais ou orientando
diagnósticos alternativos.
Já em pacientes hospitalizados, o USP sequencial fornece uma
ferramenta eficiente para monitorar a progressão ou regressão das lesões
pulmonares. Alguns autores afirmam que pacientes infectados pelo COVID-19
comumente apresentam alterações pulmonares de distribuição multilobar
visualizadas pela ultrassonografia pulmonar, tais como: aparecimento das linhas B,
que correspondem às opacidades em vidro fosco típicas visualizadas em
imagens pela tomografia computadorizada (TC) podendo ter aparência variável
(incluindo focal, multifocal e confluente), consolidações subpleurais, associadas
ou não a derrames pleurais, que quando presentes tendem a se localizar nos
campos pulmonares posterior e inferior com predominância bilateral;
espessamento ou irregularidade pleural e consolidações maiores com
broncogramas aéreos ocasionais que refletem um prognóstico pior. Além disso,
com o uso do Doppler percebeu-se que as lesões inflamatórias quando presentes
mostram-se relativamente avasculares 14.
O monitoramento do envolvimento pulmonar pelo USP também tem um
papel importante na avaliação da eficácia de diferentes modalidades de tratamento,
podendo auxiliar ou desencadear decisões terapêuticas.

McDermott C, Daly J, e Carley S. Combatting 25 (2020) afirmaram


que o papel do USP durante a pandemia de COVID-19 é o de identificar
12

anormalidades ultrassonográficas características, bem como apoiar a tomada de


decisão clínica. Nem todos os pacientes com suspeita clínica de COVID-19
precisaram realizar o exame, e a seleção adequada do paciente é essencial para
minimizar a exposição desnecessária dos profissionais de saúde ao vírus.
A USP deve ser realizada após a anamnese, quando surge uma questão
clínica específica e com uma probabilidade pré-teste de diagnóstico de COVID-19 já
em mente.Pacientes estáveis e de baixo risco provavelmente não se beneficiarão
com a USP, pois eles serão tratados com base na clínica, entretanto, em pacientes
graves, achados anormais de USP podem identificar uma coorte de pacientes que
se beneficiaram e já direcionar uma alocação e um tratamento mais específico para
tais enfermos.
Nos estágios iniciais da infecção, o principal achado ultrassonográfico
são linhas B focais. Conforme a doença progride, as linhas B podem se tornar
multifocais e confluentes, com desenvolvimento posterior em consolidações francas.
Outras complicações graves, como SDRA, também podem ser facilmente suspeitas
com o achado de distribuição não homogênea de linhas B e áreas poupadas
de parênquima pulmonar normal.
Coletivamente, a identificação desses padrões característicos pode melhorar
a especificidade da ultrassonografia pulmonar (USP) para alterações pulmonares
de imagem COVID-19.
De acordo com estudos recentes, o USP deve ser realizado por indivíduos
com o conjunto correto de habilidades, compreensão das limitações desta
tecnologia e atenção meticulosa ao EPI e à limpeza da máquina.
Quando os estudos radiográficos, como a TC, estiverem limitados, o
USP pode ser usado para determinar a tendência da gravidade da pneumonia
por COVID-19 como um complemento à oximetria e ao exame físico.46 Nesse
cenário, foram relatadas também algumas limitações da USP: incapacidade de
detecção de lesões profundas no pulmão, baixa especificidade, pois os
achados podem se sobrepor aos de outras etiologias de doenças
pulmonares, como doenças virais, infarto pulmonar e doença metastática,
porém a mesma limitação pode se aplicar a tomografias, que podem identificar
erroneamente outras pneumonias virais como COVID-19.

Conclusões quanto ao papel da USP no cenário do COVID-19:

Conclui-se que , por mais que a TC continue sendo o exame


padrão ouro para avaliar a pneumonia por COVID-19 , a USP tornou-se
um método de imagem alternativo, sendo uma ferramenta interdisciplinar com
uma linguagem comum no tratamento de patologia pulmonar (COVID-19),
auxiliando na triagem e estratificação de pacientes durante a admissão
evitando altas inadequadas, como também no monitoramento diário nos
centros de terapia intensiva, influenciando na tomada de decisão 48 além de
poder ser ser usado em mulheres grávidas com COVID-19 por ser isento de
radiação.

Considerações finais
A partir desse estudo concluiu-se que a ultrassonografia pulmonar tem o
potencial de melhorar a gestão no atendimento de pacientes infectados,
13

comportando-se como modalidade complementar a TC e RX é essencial para


um atendimento mais humanizado e racional, devido à sua facilidade de uso à
beira do leito, baixo custo e risco reduzido de disseminação infecciosa. Assim,
tendo em mente as limitações da ultrassonografia citadas neste artigo, a USP não
substitui a TC de tórax, cuja especificidade e sensibilidades, apesar de
semelhantes, ainda são superiores. Entretanto ainda há a necessidade de mais
estudos e pesquisas que avaliem os desfechos das condutas que utilizaram a
ultrassonografia pulmonar como modalidade de imagem de eleição durante a
pandemia do COVID-19.

CONCLUSÃO

O objetivo geral deste trabalho foi trazer a importância dos exames de


imagem para diagnóstico do COVID-19. Foi apresentado estudos feitos por
profissionais da área, a especificidade, a diferença e a importância de cada exame.
14

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

A importância da tomografia computadorizada em tempos de COVID-19 – Clínica


São Camilo. Disponível em: <https://clinicasaocamilo.com.br/a-importancia-da-
tomografia-computadorizada-em-tempos->. Acesso em: 17 maio. 2023.

DBLINKS - (49) 3621 1504. Notícias & Eventos - O PAPEL DO DIAGNÓSTICO POR
IMAGEM NA COVID-19. Disponível em: <https://www.hrtgb.org/noticias/893/o-papel-
do-diagnostico-por-imagem-na-covid-19>. Acesso em: 17 maio. 2023.

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<https://star.med.br/raio-x-o-que-e/>. Acesso em: 24 out. 2021.

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<https://www.medicina.ufmg.br/exames-de-imagem-tem-papel-estrategico-no-
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