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comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
A minha poesia é assim como uma vida que vagueia pelo mundo,
Que ninguém me peça esse andar certo de quem sabe o rumo e a hora de o atingir,
a tranquilidade de quem tem na mão o profetizado
de que a tempestade não lhe abalará o palácio,
a doçura de quem nada tem a regatear,
o clamor dos que nasceram com o sangue a crepitar.
Nasci Nasci
deste lado da cidade aqui
nesta margem ao pé do mar
no meio da tempestade duma garganta magoada no cantar.
durante o reino do medo. Eu sou a festa
Sempre a apostar na viagem inacabada
quando os frutos amargavam quase ausente
e o luar sabia a azedo. eu sou a briga
a luta antiga
Eu sou português renovada
aqui ainda urgente.
no teatro mentiroso
mas afinal verdadeiro Eu sou português
na finta fácil aqui
no gozo o português sem mestre
no sorriso doloroso mas com jeito.
no gingar dum marinheiro. Eu sou português
aqui
Nasci e trago o mês de
deste lado da ternura
do coração esfarrapado
eu sou filho da aventura
da anedota
do acaso
Abril
a voar
campeão do improviso, dentro do peito.
trago as mão sujas do sangue
que empapa a terra que piso.