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CONSÓRCIO ENER-REDE COUTO MAGALHÃES

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3.5) Geomorfologia

3.5.1) Metodologia

O estudo geomorfológico foi concebido em três níveis de detalhes seguindo as áreas de


influência do AHE Couto Magalhães para o meio físico (AII, AID e ADA). Os limites geográficos e
os critérios de delimitação de cada área de influência foram abordados no Item 3.1 Descrição
das Áreas de Influência e no Mapa de Localização das Áreas de Influência do Meio Físico
(MF-CTM-01). No entanto, a seguir são descritos de forma sintética os limites das áreas de
influência adotados neste diagnóstico geomorfológico.

A Área de Influência Indireta – AII compreende a porção da bacia hidrográfica do rio Araguaia
até a sua passagem pelo Domo de Araguainha. Assim definida, a AII tem aproximadamente
7.053 km2 e seus principais cursos d’água são os rios Araguaia, Araguainha e Babilônia.

A Área de Influência Direta – AID do empreendimento contempla a totalidade das bacias de


drenagem dos cursos d’água afluentes do estirão do rio Araguaia a ser afetado pelo AHE Couto
Magalhães, incluindo a Sub-Bacia do rio Babilônia pela margem direita do rio Araguaia e as Sub-
Bacias do Ribeirão Claro e Córrego Rico pela margem esquerda do mesmo. Portanto, a AID
possui aproximadamente 2.423 km2, sendo que o seu limite foi traçado onde os rios passam de
uma morfologia de frequentes meandros em extensas várzeas para uma morfologia de
meandros mais abertos, com os canais dos rios mais entalhados e com trechos em corredeira
sem várzeas definidas.

Para a caracterização geomorfológica da Área Diretamente Afetada – ADA tomou-se como limite
a área a ser inundada pelo reservatório (cota 623 m), que inclui uma faixa marginal de APP com
100 metros na horizontal, delimitada a partir do nível d’água máximo normal do reservatório e a
área situada imediatamente à jusante do barramento, sujeita à alteração da vazão e à restituição
da vazão turbinada, bem como as faixas de terrenos que receberão diretamente o
empreendimento e a infraestrutura de apoio para sua construção.

Conceitualmente a metodologia utilizada nessa análise geomorfológica baseia-se na proposta


de Ross (1992 apud ROSS & MOROZ, 1997). Esta proposta metodológica, por sua vez, baseia-
se nos conceitos de morfoestrutura e morfoescultura definidos por Gerassimov & Mecerjakov
(1968 apud ROSS & MOROZ, 1997) e propõe uma ordem taxonômica do relevo baseada em 6
táxons, cada qual voltado para uma finalidade específica e que necessitam de informações
peculiares para classificar o relevo. No âmbito da AII e AID o relevo foi classificado até o 3º nível
taxonômico.

No âmbito da ADA, a caracterização proposta não utiliza tal metodologia, visto que prioriza a
identificação de setores classificados (compartimentos de revelo) segundo critérios de
declividade, altimetria, densidade de drenagem, entre outros.

O conteúdo de cada nível taxonômico analisado, até o 3º nível, segundo Ross & Moroz (1997),
fica assim caracterizado:

 1º táxon: unidades morfoestruturais, que correspondem às grandes macroestruturas,


como os escudos antigos, as faixas de dobramentos proterozoicos, as bacias
paleomesozoicas (Bacia Sedimentar do Paraná) e os dobramentos modernos;

 2º táxon: unidades morfoesculturais, que correspondem aos compartimentos gerados


pela ação climática ao longo do tempo geológico, com intervenção dos processos

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tectogenéticos. As unidades morfoesculturais são caracterizadas pelos planaltos,


planícies e depressões, que estão inseridas na unidade morfoestrutural;

 3º táxon: unidades morfológicas ou de padrões de formas semelhantes, compreende


a natureza genética dos padrões semelhantes. A identificação dos padrões
semelhantes se dá em função da rugosidade topográfica, bem como do formato de
topos, vertentes e vales. As formas semelhantes possuem dois tipos de natureza
genética: formas Agradacionais (acumulação) e formas Denudacionais (erosiva). No
mapeamento geomorfológico as formas agradacionais recebem a letra maiúscula A
(de acumulação) acompanhada de duas letras minúsculas, que determinam a gênese
e o processo de geração da forma de agradação. Por exemplo, Apf – A de agradação
ou acumulação, p de planície e f de fluvial. No caso das formas denudacionais ou
erosivas, as letras maiúsculas D ou E são acompanhadas de uma letra minúscula que
indica a morfologia do topo da forma individualizada (que é detalhada a partir do 4º
táxon), reflexo de seu processo morfogenético, como por exemplo, Ea (formas
erosivas com topos aguçados), Et (formas erosivas com topos tabulares) e Ep
(formas erosivas com superfícies pediplanadas). Essas denominações são acrescidas
de algarismos arábicos extraídos da matriz de dissecação do relevo (ver Quadro
3.5.1-1), por exemplo, Et51 significa forma erosiva de topo tabular com dimensão
fluvial de índice 5 (>3.750m <12.750m) e entalhamento (aprofundamento) do vale de
índice 1 (muito fraca <10m). Na metodologia adotada pelo Projeto RADAMBRASIL
(IBGE, 1995) as unidades de padrões e formas semelhantes enquadram-se no 4º
táxon e o conjunto de símbolos, denominado de Formas de Relevo, encontram-se
subdivididas em três partes: Formas Estruturais, Formas Erosivas e Formas de
Acumulação.

Quadro 3.5.1-1
Matriz de padrões de dissecação do relevo

Dimensão Interfluvial Média


>250m >750m >1.750m >3.750m
<250m <750m <1.750m <3.750m <12.750m
Muito 11 21 31 41 51
Fraca
(< de
10m)
Fraca 12 22 32 42 52
(10 a
20m)
Intensidade de
Mediana 13 23 33 43 53
(20 a
Aprofundamento/ 40m)
Entalhamento da
Drenagem Forte 14 24 34 44 54
(40 a
80m)

Muito 15 25 35 45 55
Forte
(>80m)

Fonte: Adaptado de RADAMBRASIL (1983) e ROSS (1996)

Embora o estudo geomorfológico para a AII tenha atingido o mesmo nível taxonômico (3º táxon)
do estudo da AID, a aquisição de informação e posterior análise e classificação dos eventos

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geomorfológicos foi diferenciada para cada escala de estudo. Enquanto no âmbito da AII foi
considerado o mapeamento do RADAMBRASIL (Folha SE.22 Goiânia), o qual indica as
macroformas do relevo e os padrões de formas semelhantes, no âmbito da AID utilizaram-se
além do RADAMBRASIL, imagens de radar, visando o detalhamento e a correção dos limites
das unidades geomorfológicas identificadas pelo mapa do RADAMBRASIL – tema
geomorfologia. Para tanto, foi gerado um Modelo Digital do Terreno (MDT) através do sensor
remoto Interferometric Synthetic Aperture Radar (IFSAR), obtido do radar SRTM – Shuttle Radar
Topography Mission. O Mapa do Modelo Digital do Terreno da AID (Mapa MF-CTM-10),
apresentado na escala 1:350.000 demonstra a principal fonte de informações para a pesquisa
geomorfológica da AID, onde foi possível retirar informações de hipsometria e padrões de
formas semelhantes (3º táxon), bem como grau de dissecação do relevo e aprofundamento dos
vales. Embora o MDT seja apresentado na escala 1:350.000, a interpretação deste produto se
deu em escala de maior detalhe (1:100.000), visando extrair melhores informações da imagem.

O uso de imagens do radar SRTM em estudos geomorfológicos vem sendo trabalhado por
diversos autores, entre eles pode-se destacar: CARVALHO & LATRUBESSE (2004), COELHO
(2008) e GROHMANN & STEINER (2008). De acordo com CARVALHO & LATRUBESSE
(2004:87) “As imagens SRTM foram úteis para visualizar a morfologia da Bacia do Araguaia. Por
se tratar de um Modelo Digital do Terreno (MDT), este com dados dos eixos de coordenadas x, y
e z, longitude, latitude e altimetria respectivamente, possibilitou elaborar produtos dos quais
pode-se extrair informações quantitativas e qualitativas da morfologia da região de estudo (...) A
imagem sombreada (shade-relief) na qual se identificou alguns aspectos texturais, estruturais,
topográficos, longitudinais e hidrológicos, atribuindo-se características como grau de dissecação
do relevo e formas estruturais”.

Segundo GROHMANN & STEINER (2008:81), “com o advento dos modelos SRTM, abriu-se um
amplo leque de possibilidades em estudos geomorfológicos. Entre outras características,
modelos de elevação permitem o cálculo de variáveis topográficas com rapidez, a identificação
de formas de relevo e de estruturas que seriam mascaradas pela vegetação em imagens
ópticas, a visualização a partir de diversos pontos de vista e o cruzamento das informações
altimétricas (e variáveis associadas) com dados de campo, de sensoriamento remoto óptico, de
geofísica etc.”

As Figuras 3.5.1-1 e 3.5.1-2 apresentam respectivamente os padrões de formas semelhantes


adotados pelo RADAMBRASIL (1983) para interpretação das imagens de radar visando o
diagnóstico geomorfológico. Esta metodologia foi incorporada ao diagnóstico geomorfológico da
AID. Nota-se que os conteúdos da morfometria das formas, indicada pelos graus de dissecação
do relevo (distância interfluvial) e de entalhamento da drenagem (aprofundamento dos vales),
são atributos diagnósticos passíveis de serem extraídos de imagens de radar, com pequenos
acabamentos, como por exemplo, o sombreamento da imagem para ressaltar o relevo.

Em relação aos procedimentos metodológicos, para a elaboração do diagnóstico geomorfológico


foram realizadas diversas etapas de trabalho, divididas em quatro grupos: revisão bibliográfica,
observações de campo, confecção de material cartográfico e elaboração do relatório final. Dessa
forma, fez-se uma revisão da bibliografia disponível e executaram-se trabalhos de campo
específicos, concentrados na ADA e na AID, com deslocamentos pelas principais vias de acesso
nos anos de 2002, 2008 e 2009.

Dando atendimento ao critério de atualização das informações, realizou-se novo trabalho de


campo entre os dias 09 e 19 de junho de 2009, tendo como objetivo a checagem do
mapeamento geomorfológico realizado preliminarmente e a identificação, observação e
avaliação das formas e dos processos geomorfológicos presentes na região. O mapeamento

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geomorfológico elaborado em gabinete demonstrou-se bastante correto na checagem em


campo. De maneira geral, o mapeamento apresentou formas e nomenclaturas adequadas à
realidade do local.

Este procedimento permitiu ilustrar e subsidiar as questões abordadas no presente tema através
de produtos cartográficos típicos, valendo destacar: Mapa Geomorfológico da AII (Mapa MF-
CTM-08) apresentado na escala 1:250.000, sendo o produto da compilação do Mapa
Geomorfológico (escala 1:1.000.000) da Folha SE.22 Goiânia (RADAMBRASIL, 1983); Mapa do
Modelo Digital do Terreno da AID (Mapa MF-CTM-10) apresentado na escala 1:350.000,
composto por imagens de radar; Mapa Hipsométrico da AID (Mapa MF-CTM-11), apresentado
na escala 1:350.000, elaborado com base no MDT; Mapa de Declividade da AID (Mapa MF-
CTM-09), apresentado na escala 1:100.000 e Mapa Geomorfológico da AID (Mapa MF-CTM-
12), apresentado também na escala 1:100.000.

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* Para a definição dos índices de 1 a 5 para a ordem de grandeza das formas de dissecação, foi possível a medição direta dessas formas
de relevo nos mosaicos semicontrolados de radar a 1:100.000.
Fonte: RADAMBRASIL (1983)
Figura 3.5.1-1 – Padrões de Imagem de Radar para Ordem de Grandeza das Formas de
Dissecação do Relevo*

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* A intensidade do entalhe da drenagem foi qualificada através da medição direta dos topos de morros e talvegues, possibilitando
consolidar a morfometria do relevo nos mosaicos semicontrolados de radar a 1:100.000.
Fonte: RADAMBRASIL (1983)
Figura 3.5.1-2 – Padrões de Imagem de Radar para Intensidade do Aprofundamento da
Drenagem*

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3.5.2) Área de Influência Indireta - AII

3.5.2.1) Unidade Morfoestrutural

 Planaltos e Chapadas da Bacia Sedimentar do Paraná

Na área composta pela AII observa-se a predominância desta unidade morfoestrutural,


ocupando toda a porção centro-sul desta área. Esta morfoestrutura, no contexto regional, é
formada por duas unidades morfoesculturais, a saber, o Planalto de Maracaju – Campo Grande
e o Planalto Setentrional da Bacia do Paraná. Sendo este último a única unidade morfoescultural
desta morfoescultura presente na Área de Influência Indireta - AII deste estudo.

Segundo Nascimento (1991), os planaltos sedimentares da Bacia do Paraná são responsáveis


pela separação da drenagem das bacias dos rios Tocantins e do Prata. O fato que explica essa
situação encontra-se nas próprias considerações do caderno de textos do RADAMBRASIL
(1983:377), no qual é ressaltada a “relação da compartimentação do relevo com as
condicionantes de natureza estrutural. Com efeito, algumas unidades geomorfológicas têm seus
limites parcialmente condicionados por linhas de inflexão de arqueamentos regionais como
ocorre com a borda sudoeste do Planalto Central Goiano e a borda norte do Planalto
Setentrional da Bacia do Paraná. Igualmente, registrou-se a interferência de fatores tectônicos
na disposição das formas de relevo e rede de drenagem.”

3.5.2.2) Unidades Morfoesculturais

 Planalto Setentrional da Bacia do Paraná

Este planalto constitui o mais extenso e contínuo compartimento de relevo da AII, ocupando toda
parte centro-meridional. Ao todo esta unidade morfoescultural compreende 517.064 hectares, o
equivalente a 73,3 % da AII.

O Planalto Setentrional da Bacia do Paraná apresenta segmentos que se estendem para o


centro-norte e para o noroeste, fazendo limite, a nordeste, com o Planalto Rebaixado de Goiânia
e com o Planalto do Alto Tocantins – Paranaíba, subunidades do Planalto Central Goiano. A
norte faz contato com o Planalto dos Guimarães (Alcantilados) e com parte da Depressão do
Araguaia. A oeste, sul e leste, estende-se por áreas de Folhas vizinhas ao levantamento do
RADAMBRASIL (1983).

Na AII, as altitudes variam desde acima de 900 m, no compartimento mais elevado situado a sul
e a leste (limite com a Serra do Caiapó), até inferiores a 500 m, no compartimento mais baixo, a
jusante da barragem do AHE Couto Magalhães, já no limite com o Planalto dos Guimarães
(Alcantilados).

O compartimento mais elevado distribui-se irregularmente em meio ao rebaixado. Sua área mais
expressiva e de distribuição mais contínua abrange a borda norte do planalto, assinalada pela
cuesta do Caiapó, e a região dispersora da drenagem que flui para o Araguaia (norte), o
Paraguai (oeste) e o Paraná (sul e leste). As demais áreas de ocorrência têm menor expressão
espacial e localizam-se, em caráter descontínuo, com dimensões variadas, no prolongamento
centro-norte e na borda nordeste do planalto e em seções mais interiorizadas.

A cuesta do Caiapó caracteriza-se pelos Patamares Estruturais (Spt), com relevos escalonados,
comportando degraus topográficos até chegar ao Planalto dos Guimarães (Alcantilados) com

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predomínio de topos convexos. Os patamares estruturais encontram-se em processo de


denudação, com diferentes graus de erosão dado as diferenças de resistência dos materiais,
como arenitos e diabásio, essa situação é designada por erosão diferencial.

Nas bordas da AII, sobretudo nas porções leste, oeste e sudoeste, predominam relevos
modelados suaves, do tipo tabular, com formas muito amplas (t51, t41). As manchas de
Superfícies Pediplanadas (Ep) concentram-se na extremidade sul da AII e são superfícies de
aplanamento elaboradas por processos de pediplanação, cortando superfícies do cretáceo e do
terciário.

As áreas de relevo mais dissecado são menos expressivas e, mesmo assim, a dissecação em
geral não é muito acentuada. Há formas convexas e tabulares (c31, c22, c32) e nota-se uma
maior concentração delas no setor ocidental, a partir de uma depressão interna que marca uma
penetração do compartimento rebaixado na área. Apenas localmente e, em geral, nas
proximidades de bordas escarpadas de patamares internos do planalto, se observam relevos
mais dissecados, com formas convexas do tipo c11 ou aguçadas dos tipos a11 e a13.

Verifica-se que as características das litologias e dos solos existentes na área, indicam a
morfometria das formas. Com efeito, quando essas áreas encontram-se capeadas por
sedimentos terciários, geralmente o relevo é muito suave e se desenvolvem Latossolos
Vermelhos. Já na porção norte desta morfoescultura, notadamente no contato com a cuesta,
não se observa a cobertura terciária, passando a aflorar rochas como siltito e argilitos da
Formação Corumbataí (P3T1c), que promoveram a formação de relevos com patamares
estruturais, devido à erosão diferencial, bem como a ocorrência de argissolos.

Na porção sudoeste da AII existem padrões de formas semelhantes dos tipos tabulares e
convexas muito pouco dissecadas e entalhadas (t41, t42, c32), que estão contidas sob a
Formação Botucatu (rocha arenito), com grandes manchas de Neossolos Quartzarênicos (RQ)
ou por uma vegetação de campo cerrado (no RADAMBRASIL essa vegetação é designada por
Savana Arbórea Aberta).

Conforme mencionado anteriormente a área que confina as bordas setentrionais do planalto


com as escarpas que assinalam as frentes da cuesta do Caiapó, faz contato direto com o
Planalto dos Guimarães (Alcantilados). Quando o reverso da cuesta se encontra capeado por
sedimentos terciários, a borda do planalto configura um pequeno ressalto topográfico elaborado
nestes sedimentos, para então formar as escarpas íngremes da frente de cuesta. Quando não
ocorre o capeamento terciário, as frentes de cuesta originam escarpas íngremes sem ressalto
no topo.

A área do compartimento elevado funciona como uma zona dispersora de drenagem. Dela
partem rios que se dirigem para norte (como o Araguaia e alguns de seus afluentes de alto
curso) e para sul (como as altas bacias dos rios Claro e Verde, tributários do Paranaíba).
Embora drenando áreas de ocorrência dos sedimentos da Formação Botucatu (J3k1bt), estes
rios têm seus leitos muito encaixados, de modo que geralmente exibem as litologias basálticas
subjacentes da Formação Serra Geral.

O compartimento rebaixado ocupa, sobretudo, a parte centro-meridional do Planalto Setentrional


da Bacia do Paraná, expande-se por uma superfície muito extensa, da qual emergem
segmentos do compartimento elevado. Na parte ocidental da Folha SE.22 Goiânia
(RADAMBRASIL), apresenta duas seções isoladas dentro do compartimento elevado. Uma no
extremo oeste da Folha, na área drenada pelo alto curso dos rios Taquari e Jauru. Outra,
constituindo uma depressão interior, no trecho cortado pelo alto curso do rio Verde.

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 Planície Fluvial do Rio Araguaia

A planície fluvial do rio Araguaia, possui padrão de forma semelhante de Acumulação (Apf). Esta
feição geomorfológica equivale a 1,8% da AII (12.804 hectares) e está inserida na área da
morfoescultura do Planalto Setentrional da Bacia do Paraná, notadamente na parte sudoeste da
AII, à montante do córrego Quilômetro e à jusante do córrego Ribeirãozinho. Esta forma de
acumulação não acompanha todo o rio Araguaia, pois está restrita à área de ocorrência de
depósito aluvionares (areias e quartzos), uma vez que possibilita a formação das planícies
fluviais, ao contrário do que ocorre nas áreas de sill de diabásio, onde não há planícies fluviais
devido ao forte grau de entalhamento do rio, verificando formas de “canyon”. No entorno de toda
a faixa de Apf ocorrem os Neossolos Quartzarênicos (RQ).

 Planalto dos Guimarães (Alcantilados)

A área referente a esta unidade foi designada inicialmente por Almeida (1954) como Planalto
dos Alcantilados. Efetuando o levantamento geomorfológico sistemático do Centro-Oeste,
RADAMBRASIL (1983) verificou-se que esta unidade fazia parte de um conjunto taxonômico
maior, ao qual denominaram Planalto dos Guimarães.

O Planalto dos Guimarães (Alcantilados) apresenta dois compartimentos distintos: o superior


tem altimetrias que variam de 500 a 700 m e o inferior abrange cotas altimétricas de 400 a 500
m.

O compartimento inferior do Planalto dos Guimarães (Alcantilados) bordeja todo o


compartimento superior, interpenetrando-o a partir do vale do rio Araguaia. Essa unidade
morfoescultural está presente em 175.462 hectares, perfazendo 24,9% do total da AII.

O Planalto dos Guimarães (Alcantilados) é esculpido em litologias das Formações Furnas, Ponta
Grossa e Aquidauana (esta, aflorante na AII), apresentando um relevo bem menos dissecado
que a unidade morfoescultural Planalto Setentrional da Bacia do Paraná. Os padrões de formas
semelhantes possuem dissecação mais ampla e com vertentes menos íngremes (menor grau de
entalhamento das drenagens).

No mapeamento do RADAMBRASIL (1983), constam pontos isolados de formas erosivas (Et),


tidas como superfície erosiva tabular, com relevo residual, de topo aplanado, provavelmente
testemunhos de superfície aplanada e geralmente limitadas por escarpas erosivas.

Na porção noroeste desta unidade morfoescultural ocorrem formas denudacionais com topos
com diferentes formas (aguçado, convexo e tabular), bem como diversos graus de dissecação
(a13, t41, c32).

Na porção nordeste desta unidade morfoescultural ocorrem formas denudacionais mais


dissecadas, porém ainda com fraco ou médio grau de entalhamento da drenagem (c11, c31),
sobretudo nas áreas de contato com a Depressão do Araguaia ou com o compartimento mais
elevado, em pequenas manchas isoladas, ou mesmo no trecho de interpenetração àquele
compartimento. É neste trecho que está localizado o “Domo de Araguainha”, cuja configuração é
tida por uma estrutura circular erodida, cuja gênese é definida pelo soerguimento de estruturas
geológicas constituídas possivelmente por biotita gnaisse graníticas. Com o passar do tempo
geológico esta estrutura e seu entorno vem sendo erodido, sobressaindo o Domo (Fotos 01 e
02) constituído por rocha cristalina.

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O Domo de Araguainha pode ser acessado por estrada, a partir de Goiânia ou de Cuiabá,
utilizando-se a BR-364. A localidade de Ponte Branca, na borda NE da estrutura, encontra-se a
100 km de distância da rodovia BR-364, sendo acessível através de uma estrada não-
pavimentada que se inicia nesta rodovia e segue até Barra do Garças (MT). Outra estrada não-
pavimentada, a MT-306, liga as localidades de Ponte Branca e Araguainha, atravessando o
núcleo central do Domo, que se situa entre essas duas localidades, mais próximo a Araguainha.
Alguns dos afloramentos mais nítidos das unidades geológicas que ocorrem no núcleo
soerguido (arenitos Furnas e embasamento granítico afetados por choque, brechas de impacto e
shatter cones) são encontrados em cortes nessa estrada, ou próximos a ela. O eixo do AHE
Couto Magalhães encontra-se em linha reta a mais de 40 km do Domo de Araguainha.

De acordo com Crósta (1999), uma pequena bacia de formato elíptico constitui o centro do
núcleo soerguido, correspondendo em sua maior parte à área de exposição do embasamento
granítico. Um anel interno de elevações, formado principalmente pelo granito deformado pelo
choque e por brechas de impacto sobrejacentes, circunda essa bacia, que é drenada pelo
Córrego Seco. Este anel é por sua vez circundado por outro anel de montanhas e picos, tendo
entre 6,5 e 8 km de diâmetro, formado por arenitos devonianos. Na porção norte do núcleo
central, os blocos de arenito Furnas encontram-se localmente metamorfizados por choque em
quartzitos, alcançando até 150 m de altura em relação às áreas circunvizinhas.

Os solos da unidade morfoescultural do Planalto dos Guimarães (Alcantilados) são muito


diversificados, predominando os de textura média (Argissolos Vermelho-Amarelos e Latossolos
Vermelhos) e os pouco desenvolvidos (Neossolos Quartzarênicos e Litólicos e Cambissolos
Háplicos).

3.5.3) Área de Influência Direta - AID

3.5.3.1) Padrões e Formas Semelhantes do Relevo

De acordo com os levantamentos do RADAMBRASIL (1983), a maior parte da AID está inserida
na morfoestrutura dos Planaltos e Chapadas da Bacia Sedimentar do Paraná, esta que por sua
vez encontra-se recoberta pela unidade morfoescultural do Planalto Setentrional da Bacia
sedimentar do Paraná. Apenas uma pequena porção da AID, localizada entre a barragem e a
casa de força do AHE Couto Magalhães, comporta a morfoescultura do Planalto dos Guimarães
(Alcantilados).

Embora sejam encontrados predominantemente topos aplanados nos interflúvios, típicos de


ambientes sedimentares com depósitos de arenitos da Formação Botucatu, verificam-se
também certas áreas de declividade mais acentuada (acima de 30%) com topos aguçados,
distribuídas principalmente na borda leste e sudeste da AID e no “canyon” de diabásio no trecho
de vazão reduzida do AHE Couto Magalhães. Essas formas estão associadas à Formação Serra
Geral e Formação Corumbataí que em ambos os casos apresentam rochas de maior resistência
ao intemperismo do que as demais encontradas na AID.

Desta forma, o relevo na AID possui principalmente formas de denudação (erosão) com topos
convexos ou tabulares, onde os vales estão com grau de aprofundamento mediano e forte (3 e
4).

Os levantamentos do RADAMBRASIL (1983), somado à interpretação do MDT na escala


1:100.000 e as observações de campo, permitiram identificar diversas formas de relevo na AID,
consolidadas no Mapa Geomorfológico da AID (Mapa MF-CTM-12) e descrito a seguir:

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 Formas Erosivas

As formas erosivas inseridas na AID são do tipo Ep (Superfícies de Pediplanação) e ocorrem


exclusivamente na porção sudoeste da AID, como uma única área na forma de ameba. As
superfícies de pediplanação são áreas com relevo aplainado por ação eólica ao longo do tempo
geológico, onde não ocorre dissecação (não há drenagem alterando o relevo). Tais áreas
possuem substrato geológico homogêneo (arenitos) da Formação Botucatu, configurando áreas
na forma de mesa. As Fotos 03 e 04 registram as paisagens típicas de áreas de superfície
pediplanada na AID. Nota-se que nessas áreas ocorre Neossolo Quartzarênico órtico típico.

De acordo com Guerra & Guerra (2003) pediplanação corresponde ao processo mais eficaz de
aplanamento de superfícies extensas do globo terrestre, submetidas por um longo tempo
geológico, a clima árido quente ou semi-árido. Atualmente as superfícies de pediplanação estão
se tornando cada vez menos extensas e menos homogêneas, ocasionado pela inserção dos
processos de dissecação, passando, progressivamente para áreas de denudação.

 Formas de Dissecação

As formas de dissecação estão presentes em quase a totalidade da AID, com diferentes graus
de entalhamento e aprofundamento dos vales. Analisando o 3º táxon de classificação do relevo,
verifica-se que na AID os padrões de formas semelhantes de dissecação podem ser:

a - Formas aguçadas: Relevos de topo contínuo e aguçado, com drenagens separadas


geralmente por vales em “V”;
c - Formas convexas: Relevos de topo convexo, com drenagem eventualmente separada por
vales de fundo plano;
t - Formas tabulares: Relevos de topo aplanado, com drenagem eventualmente separada por
vales de fundo plano.

Considerando que a gênese dos padrões de formas semelhantes de dissecação é a mesma,


oriunda de processos de denudação do relevo, o que incidirá diferenças entre eles será a forma
dos topos das vertentes e os graus de dimensão interfluvial e de entalhamento
(aprofundamento) das drenagens.

As formas dos topos das vertentes podem ser explicadas pela resistência do material que está
sendo erodido pela ação das intempéries do clima ao longo do tempo geológico. Desta forma,
onde existirem materiais com maior resistência, como acontece com as rochas de diabásio e
arenitos silicificados, é comum encontrar topos com formas aguçadas e convexas. Por outro
lado, quando há ocorrência de arenitos com baixa resistência ao intemperismo, os topos de
vertentes tendem a ser de formas tabulares.

As formas aguçadas localizam-se na porção leste e nordeste da AID, onde existem depósitos da
Formação Botucatu, com a presença de arenitos silicificados. Os Córregos Urtica, Ribeirão e
Macaco estão dentro desta unidade geomorfológica e servem como referências à localização da
mesma. O padrão de dissecação do relevo nesta área encontra-se com dimensão interfluvial de
250m a 750m, com graus de aprofundamento da drenagem variando de fraco, mediano e forte
(a22,a23,a24). As Fotos 05 e 06 retratam as paisagens com esse padrão de forma semelhante.

As formas convexas ocorrem em diversas áreas da AID, no entanto as fisionomias mais


representativas desta feição encontram-se na parte centro-norte da AID, à montante do eixo do
AHE Couto Magalhães, próximo à confluência dos Rios Araguaia e Babilônia. Nesta localidade
as formas convexas possuem dimensão interfluvial de 250m à 750m e aprofundamento da

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drenagem de intensidade fraca e mediana. A Foto 07 apresenta uma colina de topo convexo
típica desta área.

Outro local onde ocorrem formas convexas está na porção central da AID, entre os Córregos
Papua e Barreiros, à montante da planície fluvial (Apf) do Rio Araguaia, ou nas proximidades do
Córrego Vertente Comprida, afluente do Rio Araguaia pela margem direita. Nesta área a
distância interfluvial é de 750m a 1.750m, com grau forte de aprofundamento da drenagem
(c34). A Foto 08 apresenta a paisagem de colinas de topos convexos (c34) próximo ao Córrego
Vertente Comprida. Pode-se dizer que a própria toponímia do Córrego Vertente Comprida vai de
encontro com a definição do grau de aprofundamento da drenagem (forte).

Existem algumas áreas na AID com vertentes com patamares estruturais, oriundos de erosão
diferencial, que é justificada pela sobreposição litológica das Formações Corumbataí e Botucatu.
No entanto, por serem formas de menor expressão territorial, optou-se pela não representação
cartográfica, contudo, essas feições geomorfológicas estão localizadas nas áreas de topos
convexos (c33). A Foto 09 registra uma vertente com patamares estruturais típica desta área.

O padrão de forma semelhante de dissecação tabular, com topo aplanado, faz-se muito
presente na AID, concentrando em locais específicos, como por exemplo, nas altas vertentes
dos Córregos do Rico e Bacuri, na margem esquerda do rio Araguaia. Nesta área o grau de
dissecação ficou em 750m a 1.750m e 1.750m a 3.750m, com aprofundamento da drenagem
muito fraca e fraca (t31, t42).

Na margem direita do rio Araguaia, próximo ao Córrego Mutum, verifica-se também relevo
tabular, com dimensão interfluvial de 750m a 1.750m e aprofundamento mediano das
drenagens.

Nas adjacências do limite da AID também existem padrões de semelhança de dissecação com
forma tabular, variando os graus de entalhamento e dissecação de drenagens (t43, t41, t31, t32,
t51, t22). Na Foto 10 é apresentada uma paisagem com essas características.

 Formas de Acumulação

Na AID existe uma área expressiva de Planície fluvial (Apf) do Rio Babilônia. Esta área
aplainada é resultante de acumulação fluvial, que se apresenta periódica ou permanentemente
alagada. Os chamados terraços fluviais estão na adjacência da planície como pode ser visto nas
Fotos 11 e 12. Nos levantamentos pedológicos foi identificada nessa área a presença de
Gleissolo Melânico (GM).

 Escarpa Erosiva

Escarpas erosivas segundo Guerra & Guerra (2003), “são aquelas cujos abruptos foram
escavados pelos agentes erosivos”. Na área da AID estas escarpas estão presentes na
transição entre o Planalto Setentrional da Bacia do Paraná e o reverso da cuesta que limita com
o Planalto dos Guimarães (Alcantilados) e no limite norte da AID, próximo à Casa de Força do
AHE Couto Magalhães.

O arenito da Formação Aquidauana (pertencente à morfoescultura do Planalto dos Guimarães –


Alcantilados) foi escavado pela erosão fluvial do rio Araguaia, formando uma escarpa erosiva de
grandes proporções, como pode ser visto na Foto 13.

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3.5.4) Área Diretamente Afetada - ADA

3.5.4.1) Geomorfologia Local

O Aproveitamento Hidrelétrico Couto Magalhães será implantado no limite norte do "Planalto


Setentrional da Bacia do Paraná”, onde ele transiciona para o "Planalto dos Alcantilados".

Dentro do primeiro compartimento a morfologia do local caracteriza-se por formas tabulares,


com patamares estruturais (escalonados), entre as cotas 700 m e 650 m, abaixo dos quais se
desenvolvem encostas progressivamente mais suaves até o rio Araguaia, em torno da cota 600
m.

A passagem para o "Planalto dos Alcantilados" é marcada no local do AHE pela Cachoeira
Couto de Magalhães, com uma queda de aproximadamente 30 m de altura e localizada à cerca
de 300 m a jusante da barragem; a partir daí, este compartimento geomorfológico é
caracterizado pelo "canyon" entalhado pelo rio Araguaia ao longo de uma extensão de cerca de
7 km e nivelado no seu final em torno da cota 470 m.

Os vários intervalos de declividade das encostas da ADA do AHE Couto Magalhães permitem a
definição de sete compartimentos de maior destaque, a saber:

 Primeiro Compartimento: Compreende o rio Araguaia e o ribeirão Claro até a


confluência entre eles. Caracteriza-se pelo predomínio de encostas com declividades
superiores a 20% com ocorrências locais de pequenas escarpas. Suas drenagens
possuem grau de entalhamento mediano.

 Segundo Compartimento: é observado em praticamente todo o rio Babilônia e na


porção do rio Araguaia e seus tributários, desde a sua confluência com o ribeirão
Claro até a sua confluência com o rio Babilônia. Predominam terrenos de declividades
inferiores a 20%, e ocorrências restritas de setores com declividades de 45%. Suas
drenagens são entalhadas, com algumas ocorrências restritas de planícies aluviais.

 Terceiro Compartimento: trata-se de uma planície aluvial mais expressiva, de baixas


declividades, encontrada na confluência dos rios Araguaia e Babilônia.

 Quarto Compartimento: trata-se de um pequeno “canyon” com predomínio de


encostas com declividades entre 20 e 45% e praticamente ausência de planície
aluvial. Localiza-se junto ao rio Araguaia cortando a ocorrência do sill de diabásio
intermediário (JKdsg2) até cerca de 1 km a montante da confluência do córrego da
Vaca com o rio Araguaia.

 Quinto Compartimento: caracteriza-se por um setor de encostas monótonas, com


declividades inferiores a 20% e rio encaixado. Possui pouco mais de 2 km de
extensão, iniciando-se no final do “canyon” do quarto compartimento.

 Sexto Compartimento: refere-se a uma planície de inundação associada ao rio


Araguaia, que vai alargando-se na medida em que se aproxima da Cachoeira Couto
de Magalhães. Associadas a esta planície ocorrem encostas cujas declividades
predominantes são inferiores a 20%, com ocorrências localizadas de terrenos de
declividades entre 20 e 45%.

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 Sétimo Compartimento: relaciona-se ao “canyon” associado à Cachoeira Couto de


Magalhães, o qual se estende até o final da ADA. Não se encontram planícies fluviais,
sendo estas mais expressivas a jusante do limite norte da ADA, fora da área de
estudo. As encostas possuem altas declividades, ocorrendo trechos verticais e até
taludes negativos.

3.5.5) Síntese dos Aspectos Relevantes

A caracterização geomorfológica da AII refletiu-se em uma unidade morfoestrutural denominada


Planaltos e Chapadas da Bacia Sedimentar do Paraná e duas unidades morfoesculturais:

 O Planalto Setentrional da Bacia do Paraná: das cabeceiras do rio Araguaia à


Cachoeira Couto de Magalhães - relevos predominantemente suaves;
 O Planalto dos Guimarães: a jusante da Cachoeira Couto de Magalhães - relevos
tabulares e canyons associados.

As formas de relevo que ocorrem na AID são:

 Formas erosivas: são do tipo Ep (Superfícies de Pediplanação)


 Formas de dissecação aguçadas, convexas e tabulares: relevos de topo aguçado,
convexo e relevos de topo aplainado, respectivamente. Incluindo os patamares
estruturais: relevos escalonados, comportando degraus topográficos, resultantes de
erosão diferencial;
 Planície fluvial: área aplainada resultante de acumulação fluvial, periódica ou
permanentemente alagada.

Na ADA, foram identificados sete compartimentos característicos:

 Primeiro, na sua porção montante, compreendendo o rio Araguaia e o ribeirão Claro


até as confluências entre estes, com predomínio de encostas com declividades
superiores a 20%;
 Segundo, em praticamente todo o rio Babilônia e na porção do rio Araguaia e seus
tributários, predominando terrenos com declividades inferiores a 20%;
 Terceiro, na confluência dos rios Araguaia e Babilônia, numa planície aluvial, de
baixas declividades;
 Quarto, junto ao rio Araguaia até cerca de 1 km a montante da confluência do córrego
da Vaca com o rio Araguaia, caracterizado por um pequeno canyon com predomínio
de encostas com declividades entre 20 e 45%;
 Quinto, no final do canyon do quarto compartimento, num setor de encostas, com
declividades inferiores a 20% e rio encaixado;
 Sexto, numa planície de inundação associada ao rio Araguaia, que vai alargando-se
na medida em que se aproxima da Cachoeira Couto de Magalhães, cujas
declividades predominantes são inferiores a 20%;
 Sétimo, relaciona-se ao canyon associado à Cachoeira Couto de Magalhães até
praticamente o final da ADA, com planícies fluviais expressivas e encostas com altas
declividades.

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3.5.6) Inventário Fotográfico

Foto 01: Domo de Araguainha. Notar que o Foto 02: Domo de Araguainha. Notar o relevo
mergulho da camada de rocha encontra-se soerguido devido ao impacto do meteorito;
praticamente a 90º da superfície horizontal, possivelmente esta estrutura soerguida é
devido ao impacto do meteorito – Coordenada constituída de biotita gnaisse granítica –
UTM: 285.366/8.139.760 Coordenada UTM: 285.366/8.139.760

Foto 03: Paisagem com formas erosivas de Foto 04: Paisagem com formas erosivas de
superfície de pediplanação (Ep), recoberta por superfície de pediplanação (Ep), recoberta por
Neossolo Quartzarênico, no sudoeste da AID. Neossolo Quartzarênico, no sudoeste da AID.
Coordenada UTM: 267.706 / 8.058.753 Coordenada UTM: 277.637 / 8.052.550

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Foto 05: Paisagem com padrões de formas Foto 06: Paisagem com padrões de formas
semelhantes de dissecação com topos semelhantes de dissecação com topos
aguçados (a23), na porção nordeste da AID, aguçados (a22), na porção leste da AID.
próximo ao Córrego Ribeirão. Coordenada Coordenada UTM: 294.120 / 8.009.230
UTM: 296.067 / 8.077.290

Foto 07: Paisagem com padrões de formas Foto 08: Paisagem com padrões de formas
semelhantes de dissecação com topos semelhantes de dissecação com topos
convexos (c22), na parte centro-norte da AID. convexos (c34), na parte central da AID,
Coordenada UTM: 273.563 / 8.009.876 próximo ao Córrego Vertente Comprida.
Coordenada UTM: 284.653 / 8.072.531

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Foto 09: Ao fundo, vertente com patamares Foto 10: Paisagem com padrões de formas
estruturais contida na unidade geomorfológica semelhantes de dissecação tabular com topos
de dissecação com topos convexos (c33), na aplanados (t31), na parte norte da AID, próximo
parte central da AID, próximo ao Rio Babilônia a nascente do Córrego Bacuri (margem direita
(margem direita). Coordenada UTM: 272.842 / do Rio Babilônia). Coordenada UTM: 267.511 /
8.092.151 8.100.541

Foto 11: Paisagem com padrões de formas Foto 12: Contato entre o terraço fluvial e a
semelhantes de acumulação com planície planície fluvial, inserida na unidade de padrões
fluvial (Apf), na margem direita do Rio de formas semelhantes de acumulação com
Babilônia. Coordenada UTM: 278.020 / planície fluvial (Apf), na margem direita do Rio
8.078.055 Babilônia. Coordenada UTM: 278.072 /
8.078.020

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Foto 13: Escarpa erosiva na margem direita do rio Araguaia.


Perceber a erosão fluvial no arenito (Formação Aquidauana).
Coordenada UTM: 274.755 / 8.106.456

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3.5.7) Mapas

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Inserir Mapa Geomorfológico da AII – MF-CTM-08 – Escala 1:250.000

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Inserir Mapa de Declividades da AID – MF-CTM-09 – Escala 1:100.000

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Inserir Mapa de Modelo Digital do Terreno - AID – MF-CTM-10 – Escala 1:350.000

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Inserir Mapa Hipsométrico da AID – MF-CTM-11 – Escala 1:350.000

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Inserir Mapa Geomorfológico da AID – MF-CTM-12 – Escala 1:100.000

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