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;rítica da literatura

in the life course.

,-t.. Human Nature,


APLICAÇAO TEORICA DA
r':ring patterns of
CIÊNCIA DO AMOR E DOS
:, riiendship: on the RELACIONAMENTOS A
F. Newcomb &W.
,ird (pp.
adolescence
ADULTEZ EMERGENTE
risco e proteção no

; in late adolescents Vicente Cas s ePP- B orges


:,rnal af Behaaioural
Jean C. Natittidade

L-)ô-I /5. O amor romântico é um sentimento que costuma causar grande impacto na
vida das pessoas. Qrando associado a aspectos ligados à sexualidade, o amor ganha
r'r.Rede de relações levar
i .{mérica Latina, 5. proporçáes ainda maiores. Ao estudar esse amor na adultez emergente, deve-se
.- .o.r,, o fato de que o fenômeno pode ser compreendido a partir de diferentes
perspectivas. Podemàs estar falando de pessoas solteiras, casadas, namorando,
divor-
: relations. In S. S.
bissexuais, masculinas,
:::ent (pp.277-307). .i"drr,.orr, frlhos, sem filhos, heterossexuais, homossexuais,
femininas, felizes,infelizes, etc. Para cada tipo de pessoa, o fenômeno ocorrerá de
uma maneira diferente. Assim, pode-se dizer que existem quase tantos tipos
de
'. Psicologia: Teoria e
amor quanto pessoas e relações humanas (Sangrador, 7993)'
'iduais, ambientais,
Ainda se deve ter em mente que a sociedade está constantemente passando
por diversas transformações. Podemos citar como exemplos recentes: o avanço
da
dos métodos anticoncepcionais, o surgimento do computador e de tecnologias
comunicação, o aumento da liberdade feminina, entre outros. E de se esPerar que

essas mudanças na sociedade se reflitam em mudanças no modo


como as pessoas
se relacionam (Falcke &Zordan,2010). Até a décadade 1970,
formar uma família
nuclear com papéis de gênero definidos parecia ser o maior objetivo afetivo
das
mais recentemente as mu-
pessoas. Esse era o objetivo de felicidade. Entretanto,
ih.r., têm optado por ter filhos cada vez mais tarde, dando importância crescente
à carreira (Fàlcke k Zordan,2010). Em estudo recente, Natividade, Fernandes
o
e Hutz (2012) mostraram, em uma amostra de universitários brasileiros, que
pico do desejo de ter filhos se dá aos 30 anos, tanto para os homens quanto para
105
VICENTE CASSEPP.BORGES I JEAN C, NATIVIDADE

as mulheres. Assim, hoje a felicidade pode ser encontrada em modelos plurais de A rsonn TRIANGULAR
co nj ugalidad e (Zor dan, Falcke & Wagner, 2009).
Cabe lembrar que novas tecnologias, como o computador, vêm modificando a
Sternberg (1986) tn:
metaforicamente, s:iL) \'í :
maneira de as pessoas se relacionarem. Entretanto, aparentemente essas mudanças
compõe o sentimento l:,-1
se resumem a um diferente ambiente físico para o início dos relacionamentos. As
relações online,de certo modo, reproduzem as relações no ambiente real. Inicial- 7.1). Espera-se que o. t::
mente,busca-se conhecer possíveis parceiros de uma maneirâ mais superficial para, A intinidode é clrrctc:iz
mento.Apaixãa e o ca:: -'
caso algum sentimento seja despertado, procurar um contato mais próximo (Dela
Coleta, Dela Coleta & Guimarães,2008). e o desejo de estar.itrr:-'

Outra mudança do amor na contemporaneidade em adultos jovens é o tempo de certeza de amar e ser àÍ:1.

duração das relações. Embora continuem sendo observadas relações de longa duração
e início de compromissos para a vida inteira, relações de curto prazo sáo aceitas no
contexto cultural ocidental atual. As relações amorosas podem durar apenas algumas
horas.Além disso, a troca de parceiros(as) tem sido cadavezmus comum, inclusive não
sendo mais um tabu imoral. O "ficar" não se restringe à adolescência, e hoje também
é praticado por adultos (Smeha & Oliveira,2013). Os relacionamentos curtos podem
ocorrer apenas vmavezou várias vezes, mas, ainda assim, envolver pessoas estraúas
entre si ou, ainda,pode se ffatar de relações que se repetem entre amigos, sem, no entanto,
ter o status denamoro ou relacionamento compromissado (Claxton &Dúmen,2013).
O casamento é algo que acontece cada vez mais tarde. Se antes o casamento
/
podia ser mais associado à adolescência, hoje já pode ser mais associado à adultez L
Paixão
emergente. Ainda que exista um grupo de pessoas casando-se mais cedo, a média (entusiasm
de idade no primeiro casamento é superior a25 anos em culturas industrializadas PãSSa9efc

como Estados lJnidos, Europa e Austrália. Outro dado importante é o fato de ser
Fit
crescente o percentual de adultos que nunca se casaram (Shulman & Connolly,
20t3).Acompanhando as mudanças da sociedade, novas teorizações foram neces-
Essa teoria tem ,sirlcr
sárias para explicar as relações românticas.
-Borges & Pasquaii. -
Carvalho, Santos N -\ -

Tsoruns soBRE o AMoR E os RELACIoNAMENToS 2009) e internacionirLn


Kemp & Engels,200-
Aciência do amor vem evoluindo muito. Pode-se afirmar que o interesse pelo destaque o modelo rt:,
estudo empírico do amor começou na década de 7970 (Lee,1973; Rubin, 7970) e e paixào erõtito (\e1.r. -

se intensificou na década de 1980, com a consolidação de diversas teorias que ainda


hoje são utilizadas (Hatfield & Sprecher, 7986;Hazan & Shaver, 1987; Hendrick &
Hendrick, 1986; Sternberg, 1986).Todas essas teorias contam com instrumentos de A rsonlR DAS coREs
mensuração de seus construtos, muitos deles, inclusive, em língua portLrguesa (Cassepp-
-Borges &Andrade,2013). Entre os trabalhos em pornrguês que tentaÍam sistematizar Diferentemente .1.
essas teorias, podem ser citados Cassepp-Borges e Pasquali (2013) e Martins-Silva, do amor (Lee,1973. I ",

Tiindade e Junior (2073).4 seguir, uma breve descrição de algumas delas. ou estilos de sentir. E1..

106
APL CAÇÀO IEORICA DA C ÊNC A DO A[/OR E DOS RELAC ONA[4ENTOS A ADULlEZ E[/ÊRGENÍE

modelos plurais de A rronn TRTANGULAR Do AMoR DE STERNBERG

r'êm modificando a Sternberg (1986) trata o amor como uma conjunção de três elementos, os quais,
'irte essas mudanças metaforicamente, são vértices de r"rm triângulo. Assim, a teoriir triangr.rlar do amor de-
elacionamentos. As compõe o sentimento nos vértices intimidirde, paixão e decisão/compromisso (Figura
biente real. Inicial- 7.1). Espera-se que os três vértices combinados expliquem todo o fenômeno do amor.
rais superficralpara, A. intiruidade é caracterrzada pelo sentimento de proximidade e conexão no relaciona-
:ais próximo (Dela mento. A,paixãa o componente responsável pela atração ffsica e sexual, pelo romance
é
e o desejo de estar juntos e pela excitação. Por fim, a decisao/compramisso refere-se à
j,rrlenséotempode certeza de amar e ser amado e à vontade de manter o relacionamento em longo prazo.
ies de longa duração
:razo são aceitas no
:r'ar apenas algumas
rmum,inclusive não
ncia, e hoje também
rentos curtos podem
er pessoas estranhas
.qos, sem,no entanto,
n &rDulmen,2073).
antes o casamento
associado à adultez
mais cedo, a média Pâixão
Amor fâtual Decisãd
{entusiasmo Compromisso
ras industrializadas passageiÍo)
(Amor zio)
:ante é o fato de ser
Llman & Connolly, Fisura 7'1' o" stern bers
acões foram neces-
" :::i:::';,fi l;:l
Essa teoria tem sido utilizada nacionalmente (Cassepp-Borges,2009; Cassepp-
-Borges &
Pasquali, 2012; Cassepp-Borges & Teodoro, 2007, 2009; Gouveia,
Carvalho, Santos &Almeida,2013; Gouveia, Fonseca, Cavalcanti, Diniz & Dória,
)S 2009) e internacionalmente (Chojnacki &Walsh, 1990; Overbeek, Ha, Scholte,
Kemp & Engels,2007; Sternberg,l.997). Cabe salientar, ainda, que tem ganhado
l-;e o interesse pelo
destaque o modelo tetrangular do amor, que divide a palxão em paixao romantica
ilir Rubin, 1970) e
e paixao erótica (Yela, 1996).
is teorias que ainda
. 1987; Hendrick &
rm instrumentos de
A rsonrn DAS coRES Do AMoR
rrrüguesa (Cassepp-
:rtaÍam sistematizar Diferentemente de teoria triangular do amor (Sternberg, 7986),a teoria das cores
,1 e lÍartins-Silva, do amor (Lee,1973,1974,1977) não avalia a intensidade do sentimento, mAS maneiras
ias delas. ou estilos de sentir. F,lafaz uma analogia dos estilos de amar com um disco de cores,

107
V1CENTE CASSEPP-BORGES I JEAN C N

no qual existem três cores primárias que dão origem a três cores secundárias. Os três a anzlo gia de B owlby para
estilos "primários" do amor foram denominados Eros (vermelho), Storge (amarelo) e poderia ser classificado et
Ludus (azul). Os três estilos secundârios sáo Ágape (laranja), Mania (roxo) e Pragma rácterístico il-56%o das p,
(verde). Cada estilo secundário é composto por elementos dos dois estilos primários intimidade com as outras l
adjacentes no disco. Dessa maneira, a Figura 7.2 zpresenta um resumo dessa teoria aproxime demais. O estik
(Lasswell &Lasswell, 7976;Lee,7973).O referido modelo teórico prevê seis tipos de que sentem desconforto n
amor, que, resumidamente, são: (1) Eras (atraçáo ffsica e romantismo); (2) Storge (amor confiar nelas e estabelecer
calmo, composto de companheirismo e amizade); (3) Ludus (promiscuidade,tratam (79o/o das pessoas) caracter
o amor como um jogo); (l,agape (altruísmo, forte pÍeocupação com o(a) parceiro(a); e preocupação em saber s
(5) Mania (amor intenso, sofrimento por amor e ciúme); e (6) Pragma (busca por premissa básica dessa teor
parceiro(a) com características desejáveis, deixando o sentimento em segundo plano). nos estilos de apego Pela i

Dessa descrição inicial


organizaçáo nos eixos da a
siedade e evitação podem s
confortáveis com a intimid
tida, tipificam o apego ter
proteger-se da rejeição do 1
a outros tipos de apego. For
evitativo-rej eitativo. Pesso
evitam relacionamentos íI
podem levar ao apego Prer
como tendo uma imPressãr
do outro (Barúolomeim &

§eg
*
''"'à1;1lâi,';i:i,9;' "'
Esses tipos, no entanto, constituem apenas construtos idealizados.Dificilmente
se encontrará alguém que apresente somente um estilo de maneira pura. O mais
Baixa
frequente é encontrar pessoas com características fortes em alguns tipos e baixas
Ansiedaê+
em olltÍos. Essas características dependem do perfil cognitivo e da personalidade de
cada indivíduo (Lasswell & Lasswell,7976). Essa teoria ganhou destaque a partir
dos estudos de Hendrick e Hendrick (1986).
EYiiatfi
Rejeital
Tsorue Do APEGo ADULTo

Bowlby (1984) foi um dos pioneiros no estudo do apego e desenvolveu estudos


para descrever o comportamento de apego das crianças pela figura da mãe.Tiazendo

108
APLICAÇÃO TEÓRICA DA CIÉNCIA DO AMOR E DOS
RELACIONAI\4ENÍOS ÀADULTEZ EMERGENTE

res secundárias. Os ffês


aanalogiade Bowlbypara os relacionamentos íntimos, o apego pelo(a)
':o), Storge (amarelo) e
parceiro(a)
poderia ser classificado em seguro, evitativo ou ambivalente. oapego
\[onio (roxo) e Pragma seguro, ca-
racterístico de 560/o das pessoas, descreve aquelas que têm facilidade
s dois estilos primários em manter
intimidade com as outras pessoas, sem medo de ser abandonadas ou
Ír resumo dessa teoria que alguém se
aproxime demais. o estilo de apego evitativo (250/o das pessoas)
irico prevê seis tipos de d.r.r.r."p.rrou,
que sentem desconforto na aproximação com outras pessoas, tendo
ismo); (2) Storge (amor dificulàade de
confiar nelas e estabelecer vínculos de dependência. (j estilo de apego
promiscuidade, tratam ambivalente
(79o/o daspessoas) caracterizapessoas que
apresentam um grau elevado de ansiedade
o com o(a) parceiro(a);
e preocupação em saber se o(a) parceiro(a) o(a) ama (Hazan
6\ Progma (busca por & shaver, rggz). A
premissa básica dessa teoria é a de que os estilos de apego da inÍância
to em segundo plano). vão se refletir
nos estilos de apego pela pessoa amadana fase ad"lir.
Dessa descrição inicial, dec-orre um importante avanço na teoria
do apego: sua
organizaçáo nos eixos da ansiedade e da evitação (Figura 7.3). pessoas
com baixa an_
siedade e eútação podem ser descritas como possuidJras de
apego seguro e sentem-se
confortáveis com a intimidade. Elevado, .rÍ*i, de ansiedade . .ã,uçào,.*
contrapar_
tida, tipificam o apego temeroso. Indivíduos com esse estilo procuram
o tempo todo
protegeÍ-se da rejeição do parceiro. ouúas combinações d. arrsiedade
e eütaçãà levam
a outros tipos de apego. Por exemplo, baixa ansiedade
e alta evitação descrevem o apego
evitativo-rejeitativo. Pessoas nesse quadrante tendem a se sentir independent.r,
eútam relacionamentos íntimos. Do mesmo modo, alta ansiedad. . --r,
briru eviiação
podem levar ao apego preocupado (ou temeroso), no qual a pessoa
pode ser der.rit"
como tendo uma impressão positiva do parceiro e procurand.o ,t.ltou..itrção
nos valores
do outro (Bartholomew & Horowitz ,r99r;Fraley & shaver,2000).

Baixa

Preocupado

izados. Dificilmente
aneira pura. O mais
iquns tipos e baixas
da personalidade de
ou destaque a partir

Evitativo. Evitativo-
Rejeitativo Temeroso

ie.envolyeu estudos Evitação


:a da mãe.Tiazendo Figura 3.3. A teoria do apego.
Fonte Bartholomew & Horowitz (1 991).

109
vroENTE CASSEpp-BoRcES I JÊAN C. NATTVTDADE

AnlrcnçÃo DAS TEoRTAS NAS RELAçÕrs AMoRosAS NA ser associado a uma mal
ADULTEZ EMERGENTE apaixonado na adultez er
No que diz respeito :
Embora as teorias citadas sejam relativamente universais, no sentido de explicar verificaram que as e-rperi
o amor em diversas faixas etárias, existem particularidades nas diferentes etapas os níveis de ansiedade re
do ciclo vital. Algumas considerações são importantes no que se refere à adultez negativas entre a dimer:,
emergente. A teoria triangular do amor prevê o desenyolvimento dos níveis de participantes (média de i

amor ao longo do tempo de relacionamento (Sternberg, 7986).Ao se estabelecer pantes, menores os nír'e i
um relacionamento amoroso, a patxáo surge rapidamente, de maneira repentina e evttaçáo relacionada ao ar
forte. A intimidade é a segunda a aparecer. Por fim, a decisão/compromisso surge relacionaram o amor sob
mais devagar, mas é mais duradoura. No caso dos adultos, há uma tendência de que de apego (ansiedade e c'.'
a maturidade e as experiências prévias contribuam para que a paixão não seja tão relacionada ao apego e i
descontrolada como na adolescência. A tendência de se encontrar um(a) parceiro(a) teoria triangular. Essa= :
fixo(a) eleva os níveis de amor nas três dimensões. Conforme dados d. C"rr.pp- Ou seja, quanto mais er',
-Borges (2010), os'níveis de intimidade, paixão e compromisso mais elevados sào dade experienciada no r,
encontrados em casais de noivos(as). As pessoas casadas, no entanto, podem ter Os resultados ressaltan-r
níveis de amor maiores ainda que casais de noivos(as), quando se consideram apenas Ainda sobre apego, Ft
casais que ainda não tiveram filhos. Em estudo conduzido por Hernandez, Costa, que o apego seguro está :
Ribeiro, Areias e Santos (2015), não foi encontrada nenhuma diferença significativa dade no relacionamento.
entre faixas etárias para pawáo e compromisso. No entanto, o grupo de adultos ter menor esperança, mer
jovens mostrou-se significativamente com maior intimidade, o que chama atenção quantogrupais-emaior
pelo fato de ser o grupo que se conhece há menos tempo. relacionadas aos estilo. i
com relação aos estilos de amar, podemos citar o estudo de Montgomery e menor nível de Eras eat
Sorell (1997), qre .omparou quatro grupos de participantes em diferentes faixas Para pessoas com aPego ;
etárias. Os dois grupos de interesse para este capítulo são (1) jovens adultos enrre ciclo vital com forte supi
77 e 24 anos, nunca casados, e sem filhos; (2) pessoas casadas, sem filhos, com idade destaque internacionaln:
inferior a 30 anos. O que chama atenção é o fato de os níveis de Ludus e Mania
serem substancial e significativamente maiores no grupo de jovens solteiros. Em
contrapartida, os níveis de z{gape também são substancial e significativamente CottstusnnÇÕrs rt
maiores no grupo de jovens casados. Essas diferenças são esperadas e perfeitamente
As teorias sobre o an
compreensíveis. A promiscuidade relativa ao Ludus é compatível com a vida soltei-
inteligência, por exem:1,
ra, e os sentimentos extremos de amor do(a) Mania são maiores nos mais jovens.
de apenas 30 anos em r,:
Entretanto, por ocasião do casamento e da decisão de viver uma vida a dois,
mentos amorosos no ci.c
o cuidado com o(a) parceiro(a) torna-se cadavez maior e é crucial para uma boa (Ferrer, Gonzalez & S:e
relação e, inclusive, para planejar a chegada de filhos(as). Montgomery (2005)
Há de se reconhecer que
sugeÍe que a adultez é uma fase do desenvolvimento na qual os relacionamentos
também há muito espa;
são vivenciados com maior maturidade. É especialmente relevante o dado que
da psicologia do amor ;
demonstra que homens adultos reportam ter estado apaixonados em um número
O casamento continr
menor de vezes que jovens (em mulheres, as médias são semelhantes). Isso pode
respeito a sua vida adLllt
í'10
)

APLIcAÇÃO TEORICA DA cIÊNcIA Do Al\,4oR E DoS RELACIoNAI\,4ENTos ÀADULTEz EÀ/ERGENTE

,{S NA ser associado a uma maneira mais conservadora de entender o conceito de estar
apaixonado na adultez emergente.
No que diz respeito à teoria do apego, Shiramizu, Natividade, e Lopes (2013)
,entido de explicar verificaram que as experiências passadas também podem contribuir para diminuir
diterentes etapas os níveis de ansiedade relacionada ao apego. Os autores encontÍaram correlações
,e refere à adultez negativas entre a dimensão ansiedade relacionada ao apego adulto e a idade dos
nro dos níveis de participantes (média de idade de 26 anos). Ou seja, quanto mais velhos os paÍtici-
-{o se estabelecer pantes, menores os níveis de ansiedade relacionada ao apego. Em contrap artrda, a
rneira repentina e evitação relacionada ao apego não mostrou relação com idade. Esses autores também
rmpromisso surge relacionaram o amor sob a perspectiva da teoria triangular com as duas dimensões
r tendência de que de apego (ansiedade e evitação). Eles constataram relações negativas entre evitação
alxão não seja tão relacionada ao apego e todos os três componentes do amor sob a perspectiva da
um(a) parceiro(a) teoria triangular. Essas correlações foram mais fortes entre intimidade e evitação.
ados de Cassepp- Ou seja, quanto mais evitação relacionada ao apego, menores os níveis de intimi-
mais elevados são dade experienciada no relacionamento, independentemente da orientação sexual.
rtanto, podem ter Os resultados ressaltam a dificuldade de amar das pessoas com apego evitativo.
onsideram apenas Ainda sobre apego, Feeney e Noller (1990) encontraram resultados que sugerem
{ernandez, Costa, que o apego seguro está associado a uma maior confrança em si próprio e à estabili-
'rença significativa dade no relacionamento. Em contrapartida, indivíduos com apego inseguro tendem a
grupo de adultos ter menor esperança, menor autoefrcácia - relativa tanto a suas capacidades pessoais
ue chama atenção quanto grupais - e maiores níveis de ansiedade. Eles verificaram também diferenças
relacionadas aos estilos de amar, sendo as mais marcantes aquelas relacionadas a um
1e l{ontgomery e menor nível de Eros empessoas com apego evitativo e a um maior nível de Mania
r diferentes faixas para pessoas com apego ambivalente. Pelo fato de trazer postulados que englobam o
çens adultos entre ciclo vital com forte suporte empírico, a teoria do apego adulto vem tendo bastante
-r
n1hos, com idade destaque internacionalmente na compreensão das relações amorosas.
Je Ludus e Mania
Em
,-ens solteiros.
,ignificativamente
CoxsroennçÕss nuRIs
perfeitamente
a-i e As teorias sobre o amor ainda são recentes na psicologia. Enquanto se pesquisa
com a vida soltei- inteligência, por exemplo, há mais de um século, temos o estudo do amor com cerca
= nos mais
jovens. de apenas 30 anos em nível internacional. Assim, a contextualização dos relaciona-
r uma vida a dois, mentos amorosos no ciclo vital, inclusive com a realização de estudos longitudinais
para uma boa (Ferrer, Gonzalez& steele,2013; Sprecher, 1999), é uma novidade na psicologia.
'cial
rntgomery (2005) Há de se reconhecer que a ciência adquiriu muito conhecimento sobre o amor, mas
,. relacionamentos também há muito espaço para avatçar. Comparando ao ciclo vital humano,a ârea
1-ante o dado que da psicologia do amor chegou à maturidade da adttltez emergente.
O: em Um númerO O casamento continua sendo uma grande expectativa para os jovens no que diz
:rantes). Isso pode respeito a sua vida adulta. No entanto, ele 1ânáo ocupa o mesmo papel central para
111
VICENTE CASSEPP.BORGES I JEAN C. NATIVIDADE

a felicidade das pessoas. O fato é que no mundo trouxeram


as mudanças recentes b) Pilula do amor,'i
mais liberdade para escolher diferentes meios de rea!\zar-se. Por exemplo, atual- tps://wwwYoutr
mente, há quem busque um modelo de relacionamento que seja ao mesmo tempo c) "Technologyhas:
tradicional e moderno (Zordanet a1.,2009). Um relacionamento romântico à moda helen-fisher-tet
antiga deve adaptar-se a valores contemporâneos, como o respeito às liberdades
individuas e a uma construção mais flexível de papéis de gênero.
' Filmes:
O amor está presente ao longo de nossa vida inteira. Durante a adolescência, ele
a) E aí... can'teu? (Fr
mistura-se a aspectos relacionados à sexualidade, podendo criar confusão cognitiva
b) Ele nao estd tãa a
e emocional . A aduJtez emergente ttaz urrra característica de maturidade para lidar
com o amor,possibilitando uma avaliação mais precisa das condições que favorecem c) Cake: a receita da

o bem-estar individual ao se engajar em um relacionamento. Embora se busquem d) Alfe: o sedutar (t


modelos universais, com a finalidade de compreender o amor em todas as idades,
a adlltez emergente é um período dos ensaios sobre o amor que tivemos durante
toda a vida e que, portanto, merece uma compreensão específica. RrrEnÊrucns
Bartholomew, K. &Hor
of a four-categon- r
MErusncsM FrNAL doi:70.1037 /0022-

Bowlby,J. $984).Ápego
O amor em adultosé, ao mesmo tempo, maduro e intenso. As teorias sobre o
amor necessitam de pequenas adaptações para explicar o comportamento de adultos Cassepp-Borges, V. (2i)
para pesquisas quar
emergentes. A ciência do amor evoluiu muito.
Cassepp-Borges, V. (201t
de medida no Brasil.

Qurz Cassepp-Borges,V. &-l


atributos dos relaci
7. Como a internet está mudando as relações românticasl (UFRN),18,637-6
2. Explique os três vértices da teoria triangular do amor? Cassepp-Borges, V. &
da Escala Tiiangutr
3. O que são os seis estilos de amar de Lee? s0103-863X2012C
4. Como ansiedade e evitação formam os estilos de apego? Cassepp-Borges,V &P
5. Qrais as diferenças entre jovens e adultos emergentes no que se refere às J. M. Montiel, F. K
aoaliação e tratam<';
teorias de amor?
Cassepp-Borges, V. &
brasileira da Escal
2o(3),513-522. do
Pnnn REFLETTR soBRE o cApíTULo -
Cassepp-Borges, \''. &
. Reportagens del Amor: caÍacte.
43(7),30-38.
a)'âplicativos de namoro funciona? | Fantástico 2 6/02/2077 - ltttps://u.nozu.youtu-
Chojnacki, J. T. & \\
bacom/toatch?v=P-nk2YYhteu: ou, http://gl.globo.con/fantastico/noticia/2017/02/ Sternberg Tiiangu
s ai b a- s e- rta te m ati c a- g ue -un e- c as a i s - e rt- ap lic ativ o r d e - n am oro -fun cio n a. h tm I pr0.1990.67 .1.279

112
APLIcAÇÃO TEORICA DA CIÊNCIA DO AIúOR E DOS RELACIONAMENTOS À ADULTEZ EÀ/ERGENTE

no mundo trouxeram b) Pílula do amor, você tomaria?" Rodrigo ATvarez, Fantástico (2010): .ht-
:. Por exemplo, atual- =HRZsmYlMLBo >.
tps ://www.youtube. com./watchfu
seja ao mesmo tempo c) "Technology hasnt changed love. Here's why": <https://www.ted.com/talks/
nto romântico à moda hele n-fi sher-te chnology-has n-t-change d-love-here-s-why > .
respeito às liberdades
tero.
' Filmes:
nte a adolescência,ele
a) E aí... comeu? (FelipeJoffily,20t2).
iar confusão cognitiva
b) Ete não estrí tao ai6m de vacê (Hes just not that into you,Ken Kwapis,2009).
rnaruridade para lidar
rdições que favorecem c) Cake: a receita do amor (Cake,Nisha Ganatra,2005).
Embora se busquem d) Álfe: o sedutor (Alfe,Charles Shyer, 2004).
rr em todas as idades,
que tivemos durante
1ica. RsrEnsrucns
Bartholomeq K. & Horowi::z,L.M. (1991). Attachment styles among young adúts: a test
of a four-category model.Journal of Persanality and Social Psychology,61(2),226-244.
doi. 10.7037 / 0022-3574.67.2.226.

,o. Bowlby,J. Q,984).Ápego. São Paulo: Martins Fontes.


Às teorias sobre o
ortamento de adultos Cassepp-Borges, V. (2009). Devolução de dados por correio eletrônico: uma alternativa
para pesquisas quantitativa s. Áv a I iaç ao Psi c o I ógic a, 8(7), 749 -152.
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de medida no Brasil. Tese de doutorado, Universidade de Brasfia, Brasília, DE

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atributos dos relacionamentos amorosos em língua portuguesa. Estudos de Psicologia
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