Você está na página 1de 160

Escritórios Corporativos e Negó

Unidades de Produção

Centros de Inovação
ócios
SOLUÇÕES DE RESPEITO
PARA O CAMPO

A Amazon AgroSciences acredita


que é possível produzir mais com
menos, respeitando o planeta,
as pessoas e as plantas.

NAC
Molécula patenteada
Acesse para conhecer a
tecnologia NAC, uma
solução exclusiva da
Amazon AgroSciences:
Empresas
anunciantes

05

Ingredientes

Bi
Algas
Expediente

Conselho Deliberativo Consultores Técnicos


Clorialdo Roberto Levrero Fernanda Latanze Mendes Rodrigues
Presidente Coordenação Técnica e Programa Interlaboratorial
Henrique Mazotini
Gustavo Branco
Articulação Política
Vice-Presidente
Irani Gomide Filho
Alessandro Olinda de Souza Mesquita Assuntos Regulatórios
Conselheiro José Carlos Olivieri
Anderson Luis Schaefer Programa Interlaboratorial (Metrologia)
Conselheiro Kátia Goldschmidt Beltrame
Eduardo Pimenta Fertilizantes de Matriz Orgânica
Conselheiro Luiz Antônio Pinazza
Fernando Carvalho Oliveira Articulação Institucional
Conselheiro Marcos Yassuo Kamogawa
Guilherme Soriani Almeida Programa Interlaboratorial (Análises Químicas)
Conselheiro Moacir Beltrame
Giuliano Pauli Meio Ambiente
Conselheiro
Gustavo dos Reis Vasques Diretoria Executiva
Conselheiro
Alexandre D’Angelo
Antônio Ricardo de Figueiredo
Gerente Executivo
Suplente do Conselho Deliberativo
José Alberto Nunes da Silva
Guilherme Galvão
Secretário Executivo
Suplente do Conselho Deliberativo
Kleber Nichi
Conselho Consultivo e Fiscal Analista de Marketing Sr.
Luciana Bozzi
Francisco Guilherme Romanini Analista de Relacionamento
Conselheiro Maria Cristina Duvaizem Moura
Guilherme Natel de Paula Xavier Neto Analista Administrativo Financeiro
Conselheiro
Vandre Silva Categoria/editorial
Conselheiro
Marcelo Luiz Marino Santos Alexandre D’Angelo
Suplente do Consultivo e Fiscal Coord. Geral e Inteligência de Mercado
Fernanda Latanze Mendes Rodrigues
Coord. do Conteúdo Técnico
José Alberto Nunes da Silva
Coord. de Vendas e Conteúdos Institucionais
Kleber Nichi
Conselho Deliberativo

Clorialdo Gustavo Branco Alessandro Olinda Anderson Luis Eduardo castro


Roberto Levrero Vice-Presidente de Souza Mesquita Schaefer Pimenta
Presidente Conselheiro Conselheiro Conselheiro

Fernando Carvalho Guilherme Giuliano Pauli Gustavo dos Reis Antônio Ricardo
Oliveira Soriani Almeida Conselheiro Vasques de Figueiredo
Conselheiro Conselheiro Conselheiro Suplente do Conselho
Deliberativo

Guilherme Galvão
Suplente do Conselho
Deliberativo

Conselho Consultivo e Fiscal

Francisco Guilherme Guilherme Natel Vandre Silva Marcelo Luiz


Romanini de Paula Xavier Neto Conselheiro Marino Santos
Conselheiro Conselheiro Suplente do Conselho
Consultivo Fiscal
Consultores Técnicos

Fernanda Latanze Henrique Mazotini Irani José Carlos Kátia Goldschmidt


Mendes Rodrigues Articulação Política Gomide Filho Olivieri Beltrame
Coordenação Técnica Assuntos Regulatórios Programa Fertilizantes
e do Programa Interlaboratorial de Matriz Orgânica
Interlaboratorial (Metrologia)

Luiz Antônio Marcos Yassuo Moacir Beltrame


Pinazza Kamogawa Meio Ambiente
Articulação Programa
Institucional Interlaboratorial
(Análises Químicas)

Diretoria Executiva

Alexandre D’Angelo José Alberto Kleber Nichi Maria Cristina Luciana Bozzi
Gerente Executivo Nunes da Silva Analista Duvaizem Moura Analista
Secretário Executivo de Marketing Sr. Analista Administrativo de Relacionamento
Financeiro
Sumário
Palavra do presidente 12
Introdução 25
A Abisolo 27
Ciência & tecnologia 39
91
C

Gestão M

105
CM

Inteligência de mercado MY

CY

139
CMY

Guia do Mercado K
Nosso portfólio

O BRASIL CONTA COM O AGRO,


O AGRO CONTA COM A BANDEIRANTE BRAZMO.
As melhores soluções para o setor da agricultura passam pela
Bandeirante Brazmo e seus parceiros.
Nosso portfólio contempla insumos de alta tecnologia, sustentáveis
e especializados para compor formulações eficientes e de alta
performance.
Conheça todas as nossas soluções em www.bbquimica.com.br.

Acompanhe:
Palavra do Presidente

Clorialdo Roberto Levrero


Presidente do Conselho Deliberativo da Abisolo

Estamos acostumados a ouvir com alguma fre- de minimizar custos ambientais e sociais, assegu-
quência que a restrição aos produtos agrícolas rando a rentabilidade de quem investe e arrisca.
brasileiros, supostamente obtidos por meio de Deve ser um objetivo permanente, uma vez que
práticas não sustentáveis segundo nossos clien- está em linha com a agregação de valor, com a
tes internacionais – particularmente os europeus, redução do custo de produção, com a segurança
na verdade, se trata de barreira comercial, pro- alimentar e com a preservação dos recursos natu-
tecionista, decorrente do excepcional avanço da rais para as gerações futuras – nossos filhos e netos
competitividade da nossa agricultura e pecuária. e, portanto, prioridade de todos nós!!!
Ouvimos também que nenhum outro país tem
condições de suprir a demanda internacional por É importante que se construam políticas públi-
alimentos (pelo menos no curto e no médio prazo) cas estruturadas que incentivem cada vez mais a
caso essas barreiras sejam efetivamente impostas, produção sustentável e que elas sejam perenes,
ameaçando a segurança alimentar do planeta. imunes aos impactos causados por questões con-
junturais (guerra, pandemia, etc.), que sempre são
As duas afirmações fazem sentido, mas é neces- utilizadas como pano de fundo para a tentativa de
sário fazermos uma reflexão mais aprofundada imposição de barreiras protecionistas.
sobre elas:
Mais do que a criação de “Política de Estado”,
Em primeiro lugar, é importante deixar claro que a amparada por políticas públicas efetivas que pro-
quase totalidade da nossa produção agropecuária tejam a renda, o emprego e promovam o bem-estar
não se dá em condições de impacto socioambiental
social, a produção sustentável deve ser causa pri-
relevante. E isso, por si, reduz a quase zero os efei-
meira do setor produtivo.
tos que possíveis medidas protecionistas possam
causar às exportações brasileiras de alimentos. Nossas instituições de pesquisa, públicas e priva-
das, já demonstraram sua competência e certa-
Necessário reconhecer que uma pequena parcela
mente continuarão fazendo a sua parte. Empresas
de produtores adota práticas prejudiciais ao setor e
privadas têm tido papel fundamental nesse pro-
ao meio ambiente e para estes, o rigor da lei.
cesso, considerando especialmente a evolução
Produção sustentável é um processo e depende da tecnológica dos seus produtos e a sua disposição
incorporação de técnicas e de insumos desenvol- e capacidade de fazer chegar a todos os produtores
vidos ao longo do tempo, sempre com o objetivo as melhores práticas de produção.

12
A discussão desse tema nos mais diversos foros é Nesta edição do Anuário Abisolo, você verá a
relevante, mas como País, não dependemos dela grande contribuição do setor para a consolidação
para construir o nosso caminho. da produção sustentável de alimentos. A evolução
tecnológica da nossa indústria e o aumento cons-
Está demonstrado que a implementação de boas
tante da adoção dos seus produtos pelos agriculto-
práticas de produção, além de dar retorno finan-
res provam que estamos no caminho certo.
ceiro ao investimento aplicado, gera riqueza,
bem-estar social e, principalmente, assegura os Boa leitura!!!
recursos naturais, necessários para a manutenção
desse grande círculo virtuoso ao longo do tempo.

Investir na produção sustentável não é custo.


É oportunidade!!!

13
Carlos Henrique Baqueta
Fávaro
Ministro da Agricultura e Pecuária - MAPA

Os desafios da agricultura brasileira não param compromissos e racionalizando todo o processo de


de crescer. Entramos em um novo ciclo governa- logística e emissões de gases de efeito estufa (GEE).
mental e com ele temos novas oportunidades para
Na conversão sustentável de áreas de pastagens
reestruturar as bases de sustentabilidade que nos
para a agricultura, será necessário o uso de inova-
transformaram em uma das maiores potências
ções em nutrição de plantas. Fertilizantes e bioin-
agrícolas do planeta. Planejamento e compromisso
sumos, sejam tradicionais ou disruptivos, serão
de todos os segmentos do agronegócio, incluindo o
fundamentais. O Brasil é um polo de inovações
poder público, conquistam e mantem a credibili-
para alcançar esses objetivos. Temos os cientistas,
dade do Brasil em todos os mercados e asseguram
empreendedores e temos a vocação para isso. E
nossa soberania alimentar.
agora, temos o total compromisso do Estado brasi-
O compromisso ambiental do governo, considera leiro para enfrentar e vencer esse desafio.
a necessidade de redução do desmatamento, mas
O Anuário Abisolo é um documento estruturado e
com a continua busca pelo aumento da produção
confiável, com sólidas informações que balizam o
agropecuária. Consorciar esses dois objetivos nos
contínuo investimento no segmento de nutrição.
indica a necessidade do uso de tecnologias moder-
Uma indústria comprometida com a integridade da
nas e práticas agropecuárias sofisticadas, adap-
cadeia agropecuária, que se alinha e adere as ini-
tadas a realidade de uma agricultura tropical. O
ciativas de mais alto nível nacional e internacional
planejamento e a visão de futuro, que vem sendo
sempre terá sucesso e o reconhecimento do mer-
construídos pelos organismos internacionais, nos
cado. Os passos certos da cadeia produtiva, repre-
delegam uma responsabilidade muito grande, pro-
sentam mais credibilidade na imagem do Brasil.
porcional aos esforços de nossos técnicos, desde a
Cada empresa ou entidade que se compromete e
pesquisa até o produtor rural.
realiza as ações para a busca dessa imagem deve
Mesmo com a intensificação do uso da tecno- ser um embaixador da sustentabilidade do Brasil.
logia, será necessária a inclusão de novas áreas
para a ampliação da produção agrícola. A análise
dos dados brasileiros nos oferece a oportunidade
de ampliação de quase 40 milhões de hectares de
agricultura em áreas de pastagens, com aptidão
para grãos. A organização das políticas públicas
pode aumentar o ritmo natural da expansão da
agricultura nessas áreas, que hoje gira em torno de
1,5 milhões de há por ano e, com isso, reduzir dra-
maticamente o desmatamento, cumprindo nossos

14
Nilson Aparecido Leitão
Presidente do Instituto Pensar
Agropecuária – IPA

Responsável por um terço da economia do Brasil, o Judiciário), sendo responsável por divulgar infor-
setor agropecuário, além de ser o pilar econômico mações do que é interesse do setor com transpa-
e social do País, carrega em seus produtores rurais rência e alcance social, para que dessa forma, o
a responsabilidade de alimentar toda uma nação e entendimento do processo seja compreendido
exportar os excedentes mundo afora. pela sociedade.

O agro, que nos últimos 40 anos se desenvolveu Neste ponto, vale mencionar a participação do
sobremaneira, obteve por meio das pesquisas e do IPA junto aos principais pleitos discutidos dentro
desenvolvimento tecnológico, conquistas funda- dos três poderes, sendo o instituto catalisador
mentais para atingir a respeitabilidade mundial e de vários debates prioritários para o setor agro-
o protagonismo que faz do setor produtivo brasi- pecuário. Caso, por exemplo, do projeto de lei
leiro o agente primordial na diminuição da insegu- dos Bioinsumos.
rança alimentar mundial e a busca pelo desmata-
Os insumos biológicos são produtos feitos a partir
mento zero.
de microrganismos, materiais vegetais, naturais
A consciência dessa força foi entendida, também, e utilizados nos sistemas de cultivo agrícola para
dentro da própria cadeia produtiva. Não à toa, as combater pragas e doenças, além de melhorar a
entidades do setor se reuniram para defender e fertilidade do solo e a disponibilidade de nutrien-
aprimorar os interesses do agro brasileiro através tes para as plantas.
do Instituto Pensar Agro (IPA).
Entre outros pontos, o substitutivo aprovado, ainda
Atualmente, o IPA é composto por 49 entidades em 2022, na Câmara dos Deputados, regula a pro-
do setor produtivo agropecuário, em que estas dução de novos insumos biológicos no mercado
são responsáveis por levantar agendas de debates brasileiro, dispõe sobre o rito simplificado para
e questões relacionadas ao setor. Além de funcio- registro desses produtos e cria uma Comissão
narem como canal interlocutor entre as entidades Técnica permanente para avaliação do registro de
da cadeia produtiva rural e os parlamentares que bioinsumos para novos produtos, que contenham
estão envolvidos na causa. microrganismos na produção on farm (dentro
da fazenda).
Esse canal, inclusive, se desenvolve por meio de
acordo de cooperação técnica, como forma de IPA, FPA e sociedade civil estão muito bem repre-
prestação de assessoria à Frente Parlamentar da sentadas e amparadas com profissionalismo, dedi-
Agropecuária (FPA), a maior bancada do Con- cação e a motivação trazidas do campo para o tra-
gresso Nacional. balho diário que faz do agro brasileiro o setor que
mais cresce no país. O setor que não parou na pan-
Desse modo, o IPA cumpre o propósito de repre-
demia e segue a rotina de ser o motor econômico
sentar a cadeia agropecuária brasileira junto às
do Brasil.
três esferas do poder (Legislativo, Executivo e

15
Agronegócio
como fator decisivo
na bioeconomia

Jacyr Costa Filho


Presidente do COSAG – Conselho
Superior do Agronegócio

Há mais de 30 anos, graças ao avanço das ciências a elevado patamar de sustentabilidade, o governo
agrárias, o Brasil deixou de ser importador de ali- da União implementou, desde 2020, duas políticas
mentos para se tornar um grande exportador de públicas voltadas para o segmento no País.
produtos agrícolas, hoje comercializados em mais
O grande impulso à utilização de recursos biológi-
de 200 mercados globais. Atualmente, práticas e
cos na agropecuária deu-se com o lançamento do
tecnologias de plantio, colheita e tratamento do
Programa Nacional de Bioinsumos e do Programa
solo desenvolvidas pela Embrapa, entidades públi-
Nacional de Fertilizantes. Vale ressaltar que as ini-
cas e privadas de pesquisa e startups buscam, além
ciativas se conectam intimamente a pelo menos
de alavancar a produtividade nas lavouras, tornar
oito dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sus-
a produção agrícola mais competitiva. Pavimen-
tentável (ODS) estabelecidos pela Organização
tar o caminho rumo à bioeconomia, entretanto,
das Nações Unidas (ONU). Contempla-se o ODS 1
impõe novos desafios urgentes ao País, principal-
(erradicação da pobreza), ODS 2 (fome zero e agri-
mente em relação à estruturação de uma indústria
cultura sustentável), ODS 3 (saúde e bem-estar),
doméstica de bioinsumos.
ODS 6 (água limpa e saneamento), ODS 8 (tra-
Abrangendo 20% da biodiversidade do planeta, o balho decente e crescimento econômico), ODS
Brasil precisa explorar e aprimorar ativos de base 12 (consumo e produção responsáveis), ODS 14
biológica destinados à agricultura. Este é um dos (vida na água) e ODS 15 (proteção de ecossiste-
principais gargalos para que o País reduza sua forte mas terrestres).
dependência de fertilizantes importados, hoje bei-
Os eixos principais destes dois programas gover-
rando 96%, e consolide sua participação na venda
namentais visam também criar, por meio da
de produtos sustentáveis. Desta forma, terá uma
oferta de crédito e outros benefícios econômicos,
oportunidade ímpar de ofertar títulos no mercado
um ambiente de negócios favorável à expansão
de créditos de carbono.
das chamadas biofábricas. Abro parêntese para
No agro moderno, a cesta de bioinsumos é vasta e comentar resultados diretos advindos da adoção
composta essencialmente por inoculantes, biofer- destes parâmetros. Entre os projetos visando a
tilizantes e biodefensivos. Com baixas emissões de construção de biofábricas no País, um deles arre-
carbono, que podem chegar a zero, tais produtos gimentou investimentos de R$ 5 bilhões no muni-
trazem nutrição, crescimento vegetativo e con- cípio de Uberaba (MG), onde será erguida a partir
trole de pragas, além de combater doenças nas de 2024 uma planta industrial especializada na
lavouras. Para alavancar investimentos na indús- fabricação de biofertilizantes nitrogenados com
tria de bioinsumos e conduzir a nossa agricultura zero emissão de carbono. O nitrogênio, insumo

16
fundamental para a nutrição de solos na agricul- mais eficaz para que o Brasil aumente sua produ-
tura tropical, será produzido em larga escala por tividade com mínimo impacto ao meio-ambiente.
esta unidade, utilizando-se somente água, ar e Não à toa, na safra 2022/2023 a aplicação de técni-
energia solar. Importante salientar o caráter dis- cas sustentáveis de cultivo e uso, em larga escala,
ruptivo deste projeto face à tradicional fabrica- de fixadores biológicos de nitrogênio no solo,
ção global de nitrogenados, desenvolvida com levará o Brasil a bater novo recorde na produção
gás natural e carvão, duas fontes que tornam esta de grãos. Isto representa um volume superior a 310
indústria responsável por 2% das emissões globais milhões de toneladas. Nos cálculos da Companhia
de gases causadores do efeito estufa (GEEs), supe- Nacional de Abastecimento (Conab), este mon-
rando as emissões da aviação comercial. tante ultrapassará em 15% os números verificados
na temporada 2021/22.
Fechando o parêntese e voltando às diretrizes dos
programas governamentais referidos, vale ressaltar Com estas inovações tecnológicas, o Brasil certa-
que além de estimular aportes financeiros para a mente reforçará o seu protagonismo na produção
instalação de novas unidades de produtos bioló- de alimentos baratos e de qualidade. Hoje respon-
gicos, há outros objetivos igualmente importan- sável pela nutrição de cerca de 800 milhões de pes-
tes. Entre estes, a realização de um levantamento soas em todo o mundo, o País, conforme dados da
nacional com indicadores sobre o setor no País, Embrapa, poderá beneficiar até 2 bilhões de seres
a desburocratização de processos de registro dos humanos. Ainda mais se considerarmos que fato-
novos produtos no mercado interno, a elaboração res como a pandemia da COVID-19 e a guerra na
de protocolos de produção para os agricultores e Ucrânia aumentaram sensivelmente a fome no
adoção de um catálogo nacional de bioinsumos. mundo. Por outro lado, projeções da Organização
das Nações Unidas para Agricultura e Alimenta-
Além de sua notável biodiversidade, o Brasil, por
ção (FAO) para 2050 calculam aumento de 70% na
sua dimensão agrícola, reúne condições para se
demanda por alimentos, sobretudo em países da
tornar um dos mercados de insumos biológicos
África e Ásia, onde há uma crescente urbanização
mais competitivos do planeta. É o que mostra uma
da população. Não custa lembrar a importância da
pesquisa de mercado realizada pela empresa Spark
Ásia para o futuro das exportações do nosso agro-
Smarter Decisions. Segundo o levantamento,
negócio, que é um dos maiores contribuinte do
enquanto globalmente o mercado de bioinsumos
PIB nacional. Dados do governo revelam que, nos
cresce a uma taxa média anual de 15%, em nosso
últimos 20 anos, as exportações brasileiras para
país esta expansão tem sido, em média, de 28%
aquela região passaram de 16% do total exportado
ao ano. Outro estudo, elaborado pela Consulto-
em 2001 para 54% em 2021. Na China, isolada-
ria Kinetec, registra que, na safra 2020/2021, 130
mente, o salto foi ainda mais exponencial: de 4%
empresas de bioinsumos já estavam em operação
para 36%. Os chineses absorvem dois terços da
no Brasil e movimentaram, aproximadamente, R$
produção agropecuária nacional destinada à Ásia.
1,7 bilhão. Vê-se, claramente, o potencial brasileiro
A soja brasileira, por exemplo, responde por 66%
para a produção de bioinsumos agropecuários,
do que a China importa anualmente em produtos
especialmente biodefensivos. Dados do Mapa esti-
agrícolas. Outros produtos brasileiros são adquiri-
mam que estes produtos alcançarão, até 2025, uma
dos pela potência asiática, especialmente o açúcar
participação de 25% no mercado interno de defen-
(57% do total importado), carne bovina congelada
sivos. Em 2030, podem ir além e superar o volume
(39%), carne de frango (38%) e tabaco (37%).
de comercialização dos defensivos químicos, con-
forme projeções de mercado.
Energia
Alimentos Os bioinsumos também agregarão ainda mais
valor à produção de bioeletricidade e biocom-
Neste contexto, a oferta crescente de produtos
bustíveis no Brasil, impulsionando a presença de
biológicos no agro é, definitivamente, a estratégia
fontes renováveis em nossa matriz energética,

17
formada, em média, por 85% de origem limpa. intensiva e menos extensiva, reduzindo custos e
Vejamos, por exemplo, como os bioinsumos e as combatendo o desmate ilegal, o Brasil poderá se
melhores práticas agrícolas vêm transformando a tornar um importante ativo na oferta internacio-
agroindústria sucroenergética em um dos setores nal de créditos de carbono, representando até um
mais representativos do agro em termos de susten- terço deste mercado, que poderá movimentar US$
tabilidade. Utilizando apenas 1,5% das terras agri- 50 bilhões até 2030 ou US$ 100 bilhões em 2050.
cultáveis do País, a biomassa da cana-de-açúcar Além dos biocombustíveis e energias renováveis, o
respondeu pela maior parte da energia renovável País deve se colocar perante o mundo como uma
ofertada no país em 2021. Com etanol e bioeletrici- grande potência ambiental por ser um dos poucos
dade, a cultura canavieira ofertou 16,4% da energia países a dispor de legislação ambiental notoria-
fornecida internamente, segundo o Balanço Ener- mente exigente para o produtor rural. Este é o caso
gético Nacional (BEN), realizado pela Empresa do Código Florestal, que obriga o produtor, depen-
de Pesquisa Energética (EPE) e coordenada pelo dendo da localização geográfica da propriedade, a
Ministério de Minas e Energia (MME). preservar de 20% a 80% de vegetação nativa.

Constante no rol das mais avançadas práticas O quadro até aqui desenhado revela que o Brasil
ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla acumula motivos para dobrar o seu protagonismo
em inglês), os bioinsumos valorizam mais ainda a na sustentabilidade global. Dados da Embrapa
diversificação da produção canavieira. Com isso, Territorial demonstram a atuação decisiva do
o portfólio inovador do segmento sucroenergé- nosso agronegócio para a proteção ambiental. No
tico será composto pelo etanol de segunda gera- total, 33,2% do território nacional ou 2,8 milhões
ção (2G), aumentando-se a oferta de produto sem de km2 são áreas destinadas à preservação flo-
abertura de novas áreas agrícolas, e pelo biogás e restal em pequenas, médias e grandes proprieda-
biometano, obtidos a partir da vinhaça, resíduos des. Em média, o produtor brasileiro dedica cerca
da fabricação de açúcar e etanol de 1ª geração. de metade da área de seu imóvel para atividades
Isso sem mencionar o hidrogênio verde, mundial- agropecuárias e metade para conservação do meio
mente apontado como o futuro das energias reno- ambiente. O avanço dos bioinsumos será o com-
váveis, e que pode ser produzido a partir do etanol plemento histórico deste processo.
para mover veículos elétricos equipados com célu-
las de combustível. Acrescente-se, como base para Metodologias
todos estes produtos, o uso de sementes sintéticas
de cana, tecnologia já desenvolvida pelo Centro de Busca-se, nas negociações multilaterais, um con-
Tecnologia Canavieira (CTC). Isto diminuirá custos senso sobre as metodologias que determinarão
e emissões de GEEs em processos produtivos. o valor dos títulos verdes a serem negociados no
mercado de créditos de carbono. No momento,
Mercado de carbono - Neste aspecto, bioinsumos verifica-se uma grande assimetria nos cálculos
e outras tecnologias modernas de produção incre- formulados pelos países. O desenvolvimento de
mentarão substancialmente o papel do etanol na metodologias nacionais de emissões de GEEs por
redução das emissões de CO2 nos transportes. entidades como a Embrapa e a Fundação Getúlio
Principalmente no que se refere à relevância do Vargas (FGV) é um primeiro passo para que ganhe-
biocombustível no mercado voluntário de car- mos em credibilidade internacional na transação
bono. Trata-se do RenovaBio, o maior programa de produtos e na precificação de títulos verdes. É
de descarbonização da matriz de transporte do imprescindível que as métricas de cálculo tenham
mundo, que incentiva a mitigação de emissões embasamento científico - valorizando aspectos
na frota veicular por meio da comercialização de relacionados à agricultura de clima tropical - e que
Créditos de Descarbonização (CBIos) na B3. Cada sejam verificáveis por outros países interessados
título transacionado equivale a uma tonelada de em adquirir produtos brasileiros de baixo carbono.
CO2 evitada na atmosfera pelo uso de etanol ou
biodiesel. Promovendo uma agropecuária mais

18
Atualmente, estudam-se várias modelagens para no sistema financeiro. Segundo informações do BC,
estimar as emissões de GEEs ao redor do mundo. nos últimos quatro anos, o desempenho do agrone-
Na União Europeia, onde as discussões estão mais gócio tem apresentado evolução maior do que o
avançadas, as mensurações obedecem a crité- PIB nacional.
rios rígidos, mas que têm contextos agronômicos,
De acordo com Cláudio Filgueiras Pacheco Moreira,
econômicos e socioambientais completamente
chefe do Departamento de Regulação, Supervisão e
diversos dos observados nos países em desenvolvi-
Controle das Operações do Crédito Rural da insti-
mento, como o Brasil. Verifica-se, por exemplo, que
tuição, este crescimento não foi porque o governo
a produção agropecuária europeia, graças ao clima
ofertou mais volume de recursos para incentivar o
temperado, exige uso menor de insumos do que o
agro. Foi porque o mercado de capitais começou
observado em regiões tropicais. Com isso, existe o
a entrar com mais confiança no setor. Contribuí-
risco de que o modelo europeu seja replicado em
ram para isso ajustes feitos na Lei do Agro, especi-
potências como os Estados Unidos e Japão, repre-
ficamente a resolução nº 204. A partir de outubro
sentando ameaça para os países que não possuem
de 2020 verificou-se um salto na oferta de crédi-
ainda um inventário confiável de emissões. Neste
tos por instituições financeiras privadas. No ano
cenário, produtos desses países correm o risco de
safra 2021/2022, as concessões de créditos soma-
sobretaxação internacional. O Brasil e países em
ram R$ 305,3 bilhões, volume 24,2% maior do que
desenvolvimento precisam, portanto, intensificar
o registrado no período 2020/2021, que foi de RS
os processos em relação às métricas para que isso
245,8 bilhões.
não ocorra. Assim, a cotação brasileira no mercado
global, somada à qualidade dos nossos bioinsu- Por último, mas não menos importante, cabe lem-
mos, ganhará musculatura. brar a mais recente inovação tecnológica associada
aos bioinsumos. O Brasil está pronto para reduzir
Financiamento a importação de lúpulo, matéria-prima essencial
e perspectivas na produção de cerveja. A Embrapa vem testando
insumos biológicos que aumentem a produção
A agropecuária sustentável, presente em todos os de mudas em menor tempo. Como se sabe, este
elos da cadeia produtiva, será, definitivamente, insumo responde pelo sabor e aroma da bebida
a mola propulsora da bioeconomia. Já é possível alcoólica mais popular do Brasil. As perspectivas
medir a importância da sustentabilidade na agri- na produção de bioinsumos acenam com grandes
cultura brasileira observando-se, por exemplo, os possibilidades. O incremento cada vez mais intenso
aportes e critérios estabelecidos pelas instituições de novos processos tecnológicos no país permite
bancárias na concessão de créditos aos produto- supor que outros exemplos da bioeconomia, além
res que adotam bioinsumos e melhores práticas dos já citados, estejam nos laboratórios das empre-
agrícolas. Como disse o ex-ministro da Economia, sas, institutos de pesquisa e centros de inovação
Joaquim Levy, durante reunião do Conselho Supe- das universidades brasileiras. O agronegócio nacio-
rior do Agronegócio da Federação das Indústrias do nal é parceiro certo nesta marcha para a construção
Estado de São Paulo (Cosag/Fiesp), “não há como do futuro.
o crédito dos Planos de Safra acompanhar o cres-
cimento do agro brasileiro. É preciso desenvolver
novas operações de mercado, com maior partici-
pação do setor privado, assim como a disponibi-
lização de novas formas de financiamento para os
negócios mais sustentáveis.”

Nos últimos anos, o Banco Central (BC) desen-


volve um trabalho importantíssimo buscando abrir
novas janelas de oportunidade para o agro nacional

19
Agro e educação:
parceria que rende frutos

Letícia Jacintho
Presidente da Associação De Olho
No Material Escolar

Dados recentes mostram que, entre 2002 e 2022, Sem dúvida, essa é uma tarefa que exige fôlego e
o PIB agrícola do Brasil saltou de US$ 122 bilhões demanda a união de esforços entre governos, edu-
para US$ 500 bilhões – o equivalente ao total de cadores, pais, organizações públicas, privadas e a
riquezas produzidas pela Argentina -, resultado sociedade civil, e que, por vezes, esbarra em inte-
de intenso volume de investimentos em pesquisa resses menores, em narrativas políticas ou em leitu-
e em tecnologia, além de políticas públicas dire- ras enviesadas. Em muitos livros didáticos adotados
cionadas para o setor. E a safra recorde de mais de por escolas em todo o país, o produtor rural hoje é
300 milhões de toneladas, esperada para este ano, retratado como um vilão, um predador da natureza,
atesta a importância do agronegócio na economia um explorador de recursos naturais e humanos.
brasileira, como gerador de renda e emprego.
Justamente o setor que mais investe em tecno-
Esses números, que nos colocam como o terceiro logia, em ganhos de produtividade, em proteção
maior produtor mundial de cereais, atrás da China ambiental e em mão-de-obra especializada tem
e dos Estados Unidos, são de encher de orgulho sua imagem associada em sala de aula a eventos
quem vive da produção rural, atividade que tem absolutamente isolados.
projetado o Brasil como grande player internacio-
A necessidade de corrigir essa distorção motivou a
nal e fiel da balança na questão da segurança ali-
criação, em junho de 2021, da Associação De Olho
mentar do mundo. O setor fechou 2022 com uma
No Material Escolar, com o objetivo de revisar os
participação de quase 50% de toda exportação rea-
conteúdos sobre o agronegócio nos livros didáticos,
lizada pelo país. Um número considerável para um
utilizando dados científicos, públicos e atualizados.
cenário internacional ainda adverso.
No ano passado, o movimento teve um cresci-
Além disso, o Brasil dispõe de quase 60% de seu ter-
mento de 158% no número de associados e hoje
ritório preservados e grande parte se encontra em
está presente em 14 estados e 87 cidades, além de
propriedades privadas. Tais resultados reforçam a
contar com 26 empresas apoiadoras e o suporte
necessidade de avançar em outra prioridade: preci-
de dezenas de entidades e profissionais, incluindo
samos de uma educação de qualidade que garanta
os principais centros de pesquisa rural brasileiros,
a sustentabilidade econômica do agronegócio bra-
como Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuá-
sileiro, no longo prazo, de forma alinhada às melho-
ria (Embrapa) e Escola Superior de Agricultura
res práticas e à chamada agenda ESG (da sigla em
Luiz de Queiroz (Esalq), que cooperam no embasa-
inglês para Ambiental, Social e Governança). E que
mento técnico-científico.
também retrate corretamente o papel e a dimensão
do setor. O trabalho da Associação De Olho No Material
Escolar tem sido construir pontes entre o setor

20
agroindustrial brasileiro e o educacional, espe- Ainda em março estará disponível para toda a
cialmente as editoras de livros escolares. O movi- sociedade um trabalho desenvolvido pela Asso-
mento tem ampliado reuniões com representantes ciação com a FIA (Fundação Instituto de Admi-
das áreas de educação e do agro para estimular o nistração), ligado à FEA/USP, que analisou 80%
debate e disponibilizar ferramentas tecnológicas dos materiais didáticos adquiridos pelo MEC no
e informações técnicas que possam contribuir na ano passado.
construção de conteúdos didáticos sobre o agrone-
Em abril lançaremos nas plataformas digitais 33
gócio mais condizentes à realidade do país.
vídeos-aula sobre o setor rural, numa parceria
Em 2022, o De Olho No Material Escolar esteve nos com a maior editora do Brasil, a Somos Educação.
quatro cantos do país”. Foram mais de 26 eventos, Também vamos disponibilizar no site da Associa-
nas maiores exposições do setor, e quase 9.000 ção, com curadoria da Esalq, uma Agroteca (biblio-
alunos e mestres das redes pública e particular, do teca virtual) com conteúdos científicos e atualiza-
ensino fundamental e médio, convidados a conhe- dos, em linguagem acessível, para serem utilizados
cer a realidade atual da produção agrícola brasi- pelo mercado educacional.
leira, no projeto “Vivenciando a Prática”.
Temos certeza de que a missão é digna e valorosa.
Agora o desafio é avançar ainda mais nessa nova E, como todo produtor rural, acreditamos que ela
relação positiva entre todos os envolvidos: edito- trará uma colheita farta em defesa da adoção de
ras, educadores e estudantes, assim como toda a conteúdos verdadeiros, que possam retratar mais
sociedade civil. fielmente a realidade do agronegócio brasileiro.

O crescimento
sustentável
passa por aqui!
HÁ 13 ANOS PRODUZINDO FERTILIZANTES terradecultivo Acesse o site e

ORGANOMINERAIS QUE PROMOVEM outros materiais


através deste
35 3295.0300
+ SUSTENTABILIDADE E PRODUTIVIDADE código QR.

21
Essencialidade
não é parâmetro
de quantidade

Eduardo Lourenço
Maneira Advogados

O setor de fertilizantes tem se deparado com uma de Consulta nº 98.253 – Cosit, de 19.06.2019, ana-
situação de insegurança jurídica quando o tema lisou um fertilizante líquido que possui fonte de
é a classificação fiscal dos produtos importados, Manganês (Mn) e Nitrogênio (o “N” do “NPK”
fabricados e comercializados. E tudo poderia ser e expressamente citado na nota 6). Inobstante
resolvido com a adequada interpretação literal de expressamente reconhecer que “ambos elementos
uma nota explicativa (6) do Capítulo 31 da NCM essenciais à nutrição da planta”, reputou que na
constante da Tarifa Externa Comum (TEC). “composição do fertilizante em apreço, a garan-
tia de Mn é dez vezes maior que a garantia de N;
A nota em apreço é clara ao dispor, quando da clas-
diante disso, o constituinte essencial desta compo-
sificação na posição 31.05, que o termo “‘outros
sição é o Mn, inclusive porque a recomendação de
adubos (fertilizantes)’ apenas inclui os produtos
utilização do fertilizante foliar é nos casos em que
do tipo utilizado como adubos (fertilizantes), que
as plantas necessitem de rápida reposição deste
contenham, como constituinte essencial, pelo
elemento químico, devido, por exemplo, ao solo
menos um dos seguintes elementos fertilizantes:
emprobecido por ter recebido determinado herbi-
nitrogênio (azoto), fósforo ou potássio.” Em outras
cida (fenômeno também chamado de estresse cau-
palavras, deverá ser classificado na posição 31.05
sado por herbicida).” Ora, não é explicado o salto
o fertilizante ou adubo que contiver nitrogênio
argumentativo que leva da afirmação de “Mn é dez
(azoto), ou fósforo, ou potássio (NPK) como cons-
vezes maior que a garantia de N” para a conclusão
tituinte essencial. A situação nos parece ser clara,
de que “diante disso, o essencial desta composição
dada a sua inequívoca simplicidade.
é o Mn”. Isto, na verdade, nem lógica segue.
Todavia, não podemos desconsiderar o fato de que
Então, seria o constituinte essencial do fertilizante
a Receita Federal do Brasil tem reclassificado os
em análise o Manganês por decorrência de estar
produtos e, de tal forma, autuado os contribuintes
presente numa quantidade dez vezes maior do que
ao interpretar de forma diversa a expressão “cons-
o Nitrogênio? Outras perguntas que devemos con-
tituinte essencial”. Em síntese, a fiscalização tem
siderar: só podemos ter um constituinte essencial?
reputado que somente quando um dos constituin-
Essencialidade é parâmetro de quantidade?
tes NPK estiver em maior quantidade é que ter-se-á
a classificação conforme determinado pela nota 6 Mesma interpretação foi conferida pela SC 98.360
(31.05). Então, o parâmetro passa de “essencial” – COSIT, de 30.08.2019, quando foi analisado fer-
para “quantidade”. tilizante mineral “contendo potássio (K2O) como
principal constituinte (11,6%, em peso), além
Nesse sentido, devemos citar duas soluções de con-
de magnésio (Mg), enxofre (S), boro (B), molib-
sulta que demonstram esta aplicação equivocada
dênio (Mo)” e se chegou à conclusão de que
da regra de classificação fiscal. A primeira, Solução
“caracteriza-se na Nomenclatura na categoria dos

22
‘outros adubos (fertilizantes)’ da posição 31.05, como fertilizante mineral misto pelo respectivo
conforme a definição da Nota 6 do Capítulo 31 órgão regulatório.”
acima transcrita.”
De tal forma, temos que considerar uma evolu-
Devemos nos atentar que a Nota 6 é expressa a ção positiva no ponto de vista interpretativo ao
trazer o requisito de “constituinte essencial” e não deixar-se de considerar, na análise de “constituinte
“principal” ou “em maior quantidade”. essencial”, o parâmetro de “quantidade”. Neste
caso, o produto tem mais “garantia de forneci-
Agora, mais recentemente, a Solução de Consulta
mento” de Boro do que de Potássio, mas isso não
nº 98.278 – COSIT, de 18.11.2022, parece ter evo-
é foco quando o assunto é a essencialidade de um
luído na interpretação da Nota 6 do Capítulo 31 ao
dos componentes.
analisar um“[a]dubo (fertilizante) mineral misto à
base de cloreto de potássio (com 60% de K2O solú- Por outro lado, ainda que seja relevante analisar a
vel em água) e tetraborato de sódio, com garantia classificação do órgão regulatório, devemos indicar
de fornecimento mínimo de 1,0% do constituinte que ela não é preponderante, devendo prevalecer
essencial potássio e 14,5% de boro, próprio para a tecnicidade de interpretação da norma tributária
aplicação no solo, apresentado na forma de um que é expressa ao indicar que, estando qualquer
sólido granulado, acondicionado em saco tipo big um NPK presente como constituinte essencial,
bag de 1.250 kg.” dever-se-á considerar a posição 31.05.

Nesta oportunidade, foi afirmado, após a trans- Essa questão nos parece ser sensível a ponto de
crição da Nota 6, que a “mercadoria em análise requerer uma melhora na interpretação da admi-
atende à exigência legal acima, visto que apresenta nistração tributária de forma a garantir a adequada
o elemento fertilizante potássio como seu consti- segurança jurídica nas operações.
tuinte essencial, fornecido em quantidade mínima
suficiente para que o produto seja registrado

23
A Brenntag é um dos principais
distribuidores de produtos químicos do Segurança em primeiro lugar:
mundo, sendo uma conexão entre
A Brenntag possui elevados padrões de
produtores e a indústria. Com sede em Essen,
segurança, alcançando pela primeira vez o status
na Alemanha, possui uma rede mundial com
de platina na avaliação de sustentabilidade
mais de 580 locais, localizados em 73 países.
EcoVadis, que é a classificação mais alta possível
concedida por especialistas independentes em
Oferecemos aos nossos clientes um sustentabilidade. Isso coloca a Brenntag entre as
abrangente portfólio de matérias-primas e principais empresas de 1% em todos os setores,
especialidades de alta qualidade. A nossa acompanhadas pela EcoVadis.
equipe de compras recorre a uma rede
internacional de fornecedores conceituados. Algumas vantagens de desenvolver a marca própria
Além disso, para a Agro-indústria produzimos com a Brenntag:
e apoiamos você no desenvolvimento de Ganhos financeiros, com aumento das margens;
formulações e soluções personalizadas. Oportunidades estratégicas;
Diferenciação de concorrência;
Liberdade de área de atuação;
Para garantir processos de produção Facilidade na gestão de fornecedores
tranquilos, a matéria-prima necessária deve Portfólio específico
Maior comprometimento da equipe de vendas
chegar dos produtores aos processadores de
Fidelização de clientes
forma rápida e segura. É por isso que a
Fortalecimento da marca da empresa no mercado
Brenntag está presente em regiões
Redução de estoques
estratégicas. Nossos centros de distribuição
Acompanhamento técnico no desenvolvimento de
de última geração e nossa excelente base de
formulações
fornecedores garantem que as matérias-
Formulações sob encomenda
primas necessárias cheguem até você no
menor tempo possível.

Entre em contato para


maiores informações:
24
Introdução

A 9ª edição do Anuário Brasileiro de Tecnologia Os resultados da “Pesquisa Nacional 2023” junto


em Nutrição Vegetal está repleta de novidades às Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal
que visam disponibilizar informações relevantes é apresentado no Capítulo “Inteligência de Mer-
para nortear as estratégias e os investimentos na cado”. Dados sobre o mercado em 2022 e as expec-
indústria, orientar os consumidores dos produtos tativas do setor para 2023 estão ali refletidos.
e disponibilizar informações que contribuam para
Por fim, o último capítulo disponibiliza o Guia de
a elaboração de políticas públicas em prol do setor
Mercado das Indústrias Brasileiras de Tecnologia
de Fertilizantes Especiais, Condicionadores de
em Nutrição Vegetal, onde é possível obter infor-
Solo e Substratos para Plantas.
mações para acesso às empresas associadas à Abi-
O capítulo A ABISOLO apresentará um artigo espe- solo e as empresas anunciantes desta edição.
cial sobre os 20 anos da Abisolo e alguns dos temas
É importante ressaltar que o conteúdo desta publi-
prioritários de 2023, como o lançamento da plata-
cação está embasado em uma visão imparcial do
forma Conexão Ciência, o lançamento dos vídeos
setor de Tecnologia em Nutrição Vegetal, sem a
educativos sobre fisiologia de plantas e o I Fórum
pretensão de esgotar todos os aspectos relativos
de Fertilizantes de Matriz Orgânica.
aos temas aqui abordados.
No Capítulo – Ciência e Tecnologia serão apresen-
Estamos sempre à disposição dos leitores para
tados diversos artigos técnicos escritos por reno-
esclarecer qualquer ponto de dúvida ou controvér-
mados profissionais e pesquisadores, que abor-
sia e também para o recebimento de sugestões que
dam temas de grande relevância para a indústria,
nos ajudem a melhorar cada vez mais o conteúdo
para os consumidores e para os stakeholders com
do nosso Anuário.
interesse no setor.
Boa Leitura
O Capítulo – Gestão contará com artigos de espe-
cialistas sobre Seguro Ambiental e Impactos dos
controles de compostagem no futuro da adubação

25
26
Em 2021, a Abisolo apresentou o propósito do setor de
fertilizantes especiais: Produtividade Inteligente. Este lizantes especiais se aproprie do propósito da Produti-
novo propósito foi desenvolvido para inspirar os produ-
tores rurais a entender e valorizar a sua realidade, por resultados e consolidar o manifesto da Abisolo com os

Compreender a realidade de cada produtor e a natu-


ções desenvolvidas pelas indústrias do setor para produ-
zir resultados consistentes na performance da produção.
diana da nossa indústria!

Fertilizantes Especiais: por uma Produtivi-


dade Inteligente.
cos das plantas, dos diversos tipos de solo e do ambiente

A ABISOLO
RECONHECIMENTO DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA,
PECUÁRIA E ABASTECIMENTO – SELO + INTEGRIDADE

um reconhecimento da relevância do setor, permitindo

para o aumento da produtividade e para o progresso da


agricultura brasileira.

ACADEMIA ABISOLO

Publicação de livros científicos

27
Abisolo 20 Anos
2023 marca os 20 anos de existência da nossa entidade.

Fundada em 24/10/2003 com a denominação Abisolo – Associação Bra-


sileira das Indústrias de Substratos, Fertilizantes Orgânicos e Condicio-
nadores de Solo, por um grupo de 10 pessoas - entre elas o Sr. Antonio
Ricardo de Figueiredo, que ainda hoje faz parte do Conselho Delibera-
tivo da entidade, apostou na união para vencer os desafios e promover o
desenvolvimento do setor.

Entrevista com Antonio Ricardo Figueiredo


Conselheiro da Abisolo e Presidente da Agrocete
A história da Abisolo tem uma trajetó- Esse fortalecimento não parou nesses 20
ria muito próxima a da minha empresa, anos, graças a todos que contribuíram de
a Agrocete, que foi fundada em 1980. alguma forma, acreditando na combinação
Naquele período, eu atuei na formação de de sonho e futuro. Eu participei da funda-
uma outra entidade, a Associação Brasileira ção da Abisolo, hoje atuo como conselheiro
de Fertilizantes Orgânicos (Abifor). Foi uma e vejo que a entidade não perdeu a referên-
época em que era considerado louco quem cia de sua razão de ser. Nessa luta desafia-
falava em fertilizantes orgânicos, mineiras dora, a Abisolo é consultada e ouvida nas
e micronutrientes. discussões da agricultura nacional. Isso dá
muito orgulho.
O pesquisador e professor, Edmar José
Kiehl, e o consultor, Solón, foram impor- É um sentimento semelhante a acompa-
tantes apoiadores em prol da criação de nhar o crescimento de um filho. Quando
uma entidade para fortalecer o setor. Com você vê o seu filho se destacando nos estu-
o encerramento da Abifor, eles nos incen- dos, recebendo um diploma, você sente
tivaram a preservar a essência do setor e orgulho por ele e por ter feito a sua parte
criar uma outra estrutura para nos repre- da melhor forma possível. Eu sinto que fiz
sentar. Em 2003, nos reunimos na cidade de o correto ao participar do movimento pela
São Paulo, perto do Parque do Ibirapuera, fundação da Abisolo e por continuar acom-
lançando a pedra fundamental para criar panhando o crescimento dela.
a Abisolo. Conseguimos fortalecer a nova
entidade, agregando as fabricantes de ferti-
lizantes especiais.

28
De lá para cá foram muitos os desafios e as conquistas. Veja na “Linha do Tempo” os principais eventos
que marcaram a nossa história:

29
Nossa entidade se consolidou e hoje somos 139 proativa e preventivamente trazemos benefícios
empresas associadas, responsáveis por aproxima- efetivos para a continuidade do desenvolvimento
damente 70% do faturamento do setor. da nossa indústria.

Ao longo do tempo, nosso escopo de trabalho se Em 02 e 03 de Março 2023 realizamos a nossa 3ª


ampliou, sempre com foco no atendimento das reunião de Planejamento Estratégico, quando
demandas e das expectativas da indústria. Nossa nossos Conselheiros e colaboradores discutiram e
capacidade de interlocução aumentou. Trabalha- aprovaram nossa “Proposta de Valor”, que norteará
mos na construção de propostas legislativas que nossas ações nos próximos anos. Estamos prepara-
agregam valor para a nossa indústria e no moni- dos para os próximos 20 anos!!!
toramento, discussão e defesa dos interesses do
Que eles sejam tão produtivos quanto os nossos
setor, quando propostas legislativas são apresen-
primeiros 20.
tadas no Congresso Nacional. Atuamos de forma

Acesse o vídeo institucional


da Abisolo no QR code:

30
O que vem por aí

Academia Abisolo • Publicação de Livros

• Plataforma Conexão Ciência

A plataforma Conexão Ciência foi idealizada pela


Abisolo para consolidar os conteúdos científicos
disponíveis nas principais revistas nacionais e
internacionais em um único local. Este projeto tem
A difusão do conhecimento é tema prioritário para
como objetivo demonstrar os benefícios das tec-
a entidade e a publicação de livros técnicos tem se
nologias do setor para o aumento da performance
mostrado uma estratégia muito eficaz não só para
da produção e para a construção e recuperação de
difundir as tecnologias do setor junto aos consu-
solos, no qual serão apresentados através de uma
midores, mas também para consolidar o conheci-
linguagem mais acessível, visando atingir todos os
mento dos profissionais da área de ciências agrá-
profissionais com interesse na nossa indústria.
rias que atuam no setor. Confira alguns projetos
editoriais em andamento:

• Livro: Mineral Nutrition and Plant Diseases – 2ª


Edição - Em Português
• Livro Engenharia e Ciências da Compostagem
• Livro Interações entre Nutrição e Fisiologia para
a Fitotecnia.

31
• Nova Série de Vídeos Educativos • Palestra 02 – Legislação e Normativas para a
Produção de Fertilizantes de Matriz Orgânica e
O conhecimento dos processos fisiológicos é uma de Condicionadores de Solo
poderosa ferramenta que permite ao produtor • Palestra 03 – O papel da matéria prima orgânica
enfrentar os desafios para uma produção de alta compostada na atuação dos bioinsumos
qualidade e rentabilidade, adotando estratégias e
tecnologias assertivas. Pensando nisso, a Abisolo
Painel II • A Nova Fronteira da
lançará uma série de vídeos abordando os proces-
Produtividades • 08 de novembro 2023
sos fisiológicos das plantas para que os produto-
res e demais profissionais com interesse no setor • Palestra 04 – A importância da matéria orgânica
possam compreender como estes processos ocor- para o sistema solo-planta. Mas quanto vale
rem. Ao todo, serão 5 vídeos: uma tonelada de matéria orgânica?
• Palestra 05 – Disponibilidade vs demanda:
• Germinação
desafios para sincronizar a absorção de nutrien-
• Absorção e Transporte dos Nutrientes
tes pelas plantas com foco na eficiência do
• Rizosfera
uso destes
• Nutrientes e o Metabolismo das Plantas
• Palestra 06 – Racionalização do Uso da Água
• Hormônios e Nutrientes na Adaptação aos
a partir da Utilização de Fertilizantes de
Estresses.
Matriz Orgânica
• Palestra 07 – Supressão (mitigação) de Doenças
• I Fórum de Fertilizantes de Matriz a partir da Utilização de Fertilizantes de Matriz
Orgânica Orgânica e de Condicionadores de Solo

Painel III • Crédito de Carbono • 09 de


novembro 2023
• Palestra 08 – Crédito de Carbono a partir da Uti-
lização de Matéria Orgânica
• Palestra 09 – Benefícios Indiretos da Utilização
Nos dias 8 e 9 de novembro de 2023 realizaremos de Fertilizantes de Matriz Orgânica na Cultura
em Piracicaba-SP o I Fórum de Fertilizantes de da Cana-de-Açúcar
Matriz Orgânica.
Painel IV • O Plano Nacional de Fertilizantes
O evento tem como objetivo abordar as tendências • 09 de novembro 2023
e os desafios deste segmento de produtos e discu-
tir aspectos científicos, políticas públicas, econo- • Palestra 10 – O Plano Nacional de Fertilizantes -
mia circular, entre outros temas relevantes para a Cadeias Emergentes
indústria, pesquisadores e usuários.

Painel I • Resíduos Sólidos Urbanos e • 08 de novembro 2023


Políticas Públicas • 08 de novembro 2023
• Palestra 11 – A definir
• Abertura • Palestra 12 – O Mercado de Fertilizantes Orga-
• Palestra 01 – As Políticas Públicas para o Apro- nominerais - Tendências & Desafios
veitamento dos Resíduos Sólidos Urbanos para • Palestra 13 – O Mercado de Fertilizantes Orgâ-
utilização na fabricação de fertilizantes de nicos - Tendências & Desafios
matriz orgânica • Palestra 14 – O Mercado de Condicionadores de
Solo - Tendências & Desafios

32
• Mesa Redonda – O mercado de Fertilizantes de
Matriz Orgânica e de Condicionadores de Solo
(aberto para a audiência)

Para patrocinar o evento,


escaneie o QR code
e entre em contato:

Cursos e treinamentos
Um dos pilares estratégicos da Abisolo é a qualificação dos colaboradores das empresas associadas,
sempre com foco na mitigação de riscos e na melhoria da qualidade dos serviços técnicos prestados pela
indústria aos clientes. Confira alguns cursos que estão previstos para 2023

• Curso de Marco Regulatório (Sétima Edição)


• Curso de Análises Químicas de Fertilizantes
• Curso de Especialização em Fertilizantes
Especiais

Hortitec – 2023
Visite o nosso stand na Hortitec 2023, que acontecerá nos dias 21 a 23 de junho de 2023, em Holambra-SP
e conheça o resultado de alguns dos projetos citados acima.

Fique por Dentro


Inscreva-se no site e nas redes sociais da Abisolo e e fique por dentro de tudo o que acontece no setor de
Fertilizantes Especiais, Condicionadores de Solo e Substrato para Plantas.

• Website: https://www.abisolo.com.br/
• LinkedIn: https://www.linkedin.com/company/abisolo/
• Instagram: https://www.instagram.com/abisolo_nutricao_vegetal/

33
34
Nova ferramenta
de busca na difusão
da informação

Átila Francisco Mógor


UFPR

Um trabalho científico leva em conta a elaboração A produção científica brasileira em Ciências Agrá-
de uma hipótese a partir de conhecimento prévio, rias é muito relevante, resultado da experimenta-
que pode ser confirmada ou negada através da ção conduzida nos órgãos de pesquisa dos esta-
experimentação, sendo um conjunto de métodos e dos, na Embrapa e nas Universidades, com seus
técnicas que traz validade aos resultados. A elabo- 196 programas de pós-graduação stricto senso de
ração da hipótese pode ser iniciada pela percepção mestrado e 144 de doutorado. Na base de dados
de uma lacuna nos conhecimentos, ou pela possi- Scielo Brasil, selecionando exclusivamente revistas
bilidade de se melhorar uma técnica já estabele- nacionais de Ciências Agrárias, no ano 2022 foram
cida, ou até mesmo promover uma mudança de publicados pouco mais de dois mil artigos científi-
paradigma, expressão utilizada pelo autor Thomas cos. Se a busca for expandida incluindo-se autores
Kuhn no seu livro Estrutura das Revoluções Cien- e revistas internacionais, anos anteriores e também
tíficas, para descrever uma mudança nas con- outras bases de dados, mesmo aplicando-se fil-
cepções básicas, ou paradigmas, da teoria cientí- tros de busca como fertilizantes ou adubação, o
fica dominante. número de artigos publicados será extraordinário.

O grande progresso da agricultura brasileira tem No passado, tinha-se como desafio o acesso à infor-
como elemento central o agricultor, que ano a ano mação, na atualidade o desafio está em selecionar
certamente percebe em sua atividade a importân- e organizar uma grande quantidade de informa-
cia das hipóteses confirmadas pela experimenta- ções. Por isso, uma das etapas mais desafiadoras
ção, suprindo lacunas para a solução dos desafios na elaboração de uma hipótese está em organizar
da produção, melhorando técnicas, equipamentos, o conhecimento prévio.
insumos, trazendo inovação, e por vezes mudando
Para que agricultores, consultores, empresas e
paradigmas. Alguns exemplos clássicos dessas
a pesquisa oficial ou privada com interesse no
mudanças são: a expansão da produção de grãos
conhecimento estabelecido a respeito de fertili-
e do algodão para o cerrado, o plantio direto, as
zantes orgânicos, fertilizantes minerais especiais,
duas safras de grãos por ano na mesma área, o café
organominerais, substratos para plantas, condicio-
em plantio adensado; e mais recentes, a produção
nadores de solo, biofertilizantes e tecnologias afins,
em sistemas integrados, mudas-pré-brotadas de
tenham acesso de forma rápida e simplificada a
cana-de-açúcar, expansão do uso de bioinsumos,
artigos científicos nacionais e internacionais, é
fertilizantes especiais, entre tantos outros.
que a base de dados Conexão Ciência está sendo

35
construída pela Abisolo, com o auxílio de Professo-
res pesquisadores da ESALQ, UFLA, UFPR e UFU,
como um novo paradigma: a página de uma Asso-
ciação do setor produtivo como nova ferramenta
de busca na difusão da informação científica.

100%
BOLFE, E. L.; SANO, E.S.; CAMPOS, S.K. (ed.)
Dinâmica agrícola no cerrado: análises e proje-
ções. Brasília, DF : Embrapa, 2020.

KUHN, T. S. A estrutura das revoluções científicas


(5ª ed.). São Paulo: Editora Perspectiva S.A, 1997.

PEREIRA, A. S.;... [et al.]. Metodologia da pesquisa


científica [recurso eletrônico] (1ª ed.). Santa Maria,
RS : UFSM, NTE, 2018.

Plataforma Sucupira – Capes


https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/
index.xhtml

Há 35 anos no mercado, a SciELO Brasil


AgroCP traz soluções da raiz à
https://www.scielo.br
folha, com um amplo portfólio
em fertilizantes especiais,
organominerais e nutrição foliar,
que atendem as mais diversas
culturas.

Uma empresa inovadora,


in que
desenvolve seus produtos com
foco no meio ambiente,
proporcionando soluções
agrointeligentes para os desa os
globais que o setor agrícola
apresenta.

36
37
38
CIÊNCIA
& TECNOLOGIA

Os artigos a seguir não representam,


necessariamente, a opinião da Abisolo. 39
Benefícios e otimização
do uso de fertilizantes
especiais em áreas
manejadas no sistema de
Cristiano integração lavoura-pecuária
Magalhães Pariz
UNESP

André Michel Carlos Alexandre Ciniro Costa Paulo Roberto


de Castilhos Costa Crusciol de Lima Meirelles
FMVZ/UNESP
FMVZ/UNESP FCA/UNESP FMVZ/UNESP

Panorama geral da pecuária brasileira


A população mundial deve chegar a 9 bilhões alimentar local e internacional e os meios de sub-
até 2050, e para tanto a produção de alimentos sistência de maneira sustentável.
deve crescer cerca de 70% (FAO, 2014). Assim, a
O Brasil possui o maior rebanho bovino comer-
demanda por produtos alimentícios provenien-
cial do mundo, com 218.150.298 cabeças, sendo o
tes da pecuária (com destaque às carnes ver-
maior exportador mundial de carne bovina, tendo
melhas) devem crescer significativamente, ofe-
potencial de ampliar significativamente sua pro-
recendo assim, oportunidades para geração de
dução (IBGE, 2020). Assim, considerando que a
renda e emprego para os pecuaristas. A FAO (2014)
maior parte da produção de carne bovina no Brasil
também destaca que a necessidade de introdução,
é realizada tendo as pastagens como base alimen-
adaptação e implementação de boas práticas agrí-
tar dos animais, o correto manejo das plantas for-
colas associadas com ambientes propícios (ques-
rageiras torna-se de fundamental importância
tões ambientais e de saúde) ligados à agricultura,
neste cenário, por se tratar da fonte de alimento
nunca foi tão grande, devido à atual escala de
mais econômica no sistema de produção.
cisalhamento da pecuária relacionada à agricul-
tura, que será necessária para manter a segurança

Exigência de mercado e situação das pastagens no Brasil


Atualmente para atender os principais e mais exi- do Mundo, bem como, a exigência do mercado
gentes mercados consumidores de carne bovina brasileiro de linhas especiais (carne premium) é

40
necessário a produção de um animal (no caso de pasto proporciona sabor à carne bovina. Portanto,
macho) entre 24 e 30 meses de idade (2 a 4 dentes a produção intensiva em pasto, principalmente na
incisivos permanentes), com peso de carcaça entre fase de recria e a posterior terminação em semi-
19 e 23@, cobertura mínima de gordura subcutâ- confinamento ou confinamento é o caminho para
nea mediana (nota 3 – com 3 a 6 mm de gordura) essa carne de alta qualidade com maciez e sabor
e preferencialmente uniforme (nota 4 – com 6 a 10 no Brasil.
mm de gordura) e pH da carne < 5,8. Em função
Porém, o nível de produtividade de animais man-
disso, a busca pela intensificação e encurtamento
tidos em pasto no Brasil, depende do tipo de pas-
do ciclo de produção, principalmente utilizando-se
tagem e da qualidade desta, que pode variar em
a estratégia do confinamento, está trazendo muita
função da fertilidade do solo, dos fatores climáticos
maciez à carne bovina, visto que os animais estão
e do manejo. No Brasil, dos 182,43 milhões de hec-
sendo abatidos cada vez mais jovens para se aten-
tares de pastagens, estima-se que apenas 104,50
der esses mercados mais exigentes. Porém, muitos
milhões ha (57,3%) se encontram com algum grau
consumidores estão percebendo que a carne está
de degradação (SCOT Consultoria, 2021) (Figura
perdendo o sabor genuinamente brasileiro. Por-
1). Portanto, em pastagens com algum grau de
tanto, Roberto Barcellos da BBQ Secrets, um dos
degradação (principalmente moderado e severo),
maiores especialistas em qualidade de carne
torna-se muito difícil produzir um animal com as
bovina do Brasil, destaca que o pasto é o “melhor
características de carne de qualidade para se aten-
tempero” para se produzir uma carne de alta quali-
der os principais e mais exigentes mercados con-
dade, sendo que além de trazer economicidade ao
sumidores de carne bovina do Brasil e do Mundo,
processo produtivo, visto que o custo do kg ganho
descritos anteriormente.
em pastagem é menor que em confinamento, o

Figura 1. Esquema ilustrativo do grau de degradação de pastagens no Brasil (Fotos: Cristiano Magalhães Pariz).

Essa degradação é devido às práticas inadequa- animais, bem como, às suas interações, principal-
das de manejo do solo, da planta forrageira e dos mente no que diz respeito à falta de reposição de

41
nutrientes, aliada à taxa de lotação animal acima
da capacidade de suporte (superpastejo), sendo
que grande parte dessas pastagens se encontram
em áreas com solo naturalmente de baixa fertili-
dade e baixo teor de argila (solo arenoso), o que
agrava ainda mais o problema da degradação quí-
mica, física e biológica do solo (Pariz et al., 2011).

Importância da integração
lavoura-pecuária para
a sustentabilidade
agropecuária
Tentando reverter essa situação de degradação
das pastagens e dos solos no Brasil, têm-se bus-
cado técnicas visando a redução dos custos de
produção, para a formação, recuperação e reno-
vação dessas pastagens, sendo que a integração
lavoura-pecuária (ILP), conhecida também como
sistemas integrados de produção agropecuária
(SIPAs), tem se tornado opção vantajosa, bene-
ficiando duas atividades de importância econô-
mica (agricultura e pecuária), sendo um sistema
que vem sendo apresentado como solução face a
degradação dos biomas Pampa e Cerrado na Amé-
rica do Sul causado pelos intensivos sistemas de
monocultura (Moraes et al., 2019). Assim, a área
de adoção de ILP no Brasil vem aumentando ano
a ano, saindo de 1,9 milhões ha em 2005 e atin-
gindo 17,0 milhões ha em 2020 (SCOT Consultoria,
2021), com projeção de 27 milhões ha e potencial
de 30 a 35 milhões ha em 2030.

De acordo com Moraes et al. (2014), esses sistemas


integrados (ILP ou SIPAs) são caracterizados como
sistemas planejados para explorar sinergismos e
propriedades emergentes, resultado de interações
entre os diferentes compartimentos solo-planta-
-animal-atmosfera, que se integram em diferentes
escalas espaço-temporais, abrangendo a explora-
ção de cultivos agrícolas (grãos, floresta, frutíferas,
arbóreas etc.) e produção animal (ruminantes e
monogástricos) na mesma área, de forma conco-
mitante ou sequencial em rotação ou sucessão.

Entre as principais alternativas de ILP para recu-


peração ou renovação das pastagens degradadas

42
em condições de Cerrado, destaca-se o consórcio
de culturas graníferas (milho, sorgo, milheto, arroz
e soja) com gramíneas forrageiras perenes tropi-
cais, principalmente dos gêneros Urochloa (syn.
Brachiaria) e Megathyrsus maximus (syn. Panicum
maximum), bem como, a rotação/sucessão de soja
com essas gramíneas forrageiras, sendo que nesse
caso, a pastagem tem se beneficiado do efeito
residual dos fertilizantes especiais utilizados nas
lavouras. Tal técnica permite a formação da pasta-
gem para pastejo, silagem, silagem seguida de pas-
tejo, fenação e, ainda formação de palhada para
a continuidade do sistema plantio direto (SPD)
(Kluthcouski; Aidar, 2003).

Importância da integração
lavoura-pecuária para a
maior adoção no uso de
fertilizantes especiais em
pastagem
Dentro do atual conceito de sustentabilidade agro-
pecuária, envolvendo a agropecuária de processos
× agropecuária de insumos, desde que o sistema
seja bem conduzido e manejado, ao longos dos
anos, a ILP (processo) melhora as característi-
cas químicas, físicas e biológicas do solo (PARIZ
et al. 2016, 2017a, 2017b; MENDES et al., 2018),
refletindo em propriedades emergentes, como
o aumento da eficiência no uso dos nutrientes
devido à capacidade em produzir mais alimentos
por unidade de nutriente ou insumo circulante,
maiores taxas de acúmulo de C e N no solo, melho-
ria da qualidade da matéria orgânica do solo e
mitigação de gases do efeito estufa (MARTINS et
al., 2015). Aliado a isso, as observações de campo
demonstram que os fertilizantes especiais têm
apresentado melhores resultados na ILP em com-
paração aos sistemas de monocultivo, potenciali-
zando os efeitos em função da maior diversidade
de raízes e biologia do solo, associado às proprie-
dades emergentes relatadas anteriormente. De
acordo com Anghinoni et al. (2013), tais proprie-
dades emergentes, consequentemente melhoram
a produtividade vegetal e animal, além de aumen-
tarem a estabilidade (menor oscilação produtiva
ao longo dos anos), a confiabilidade (produtivi-

43
dades mais previsíveis, principalmente relaciona-
das à produção animal), a resiliência e a adaptabi-
lidade (maior equilíbrio e retorno mais rápido dos
patamares atuais de produtividade nas próximas
safras, no caso de problemas climáticos, propor-
cionando efeitos compensatórios entre a produção
vegetal e animal). E por fim, todos estes benefí-
cios resultam em melhores indicadores biofísicos
(animal, vegetal, resíduo, solo e diversidade), eco-
nômicos (gestão, risco, lucro e mercado), culturais
(tradição, conhecimento, capacitação e atitude),
sociais (segurança alimentar, equidade, otimiza-
ção do trabalho e bem-estar) e ambientais (recur-
sos naturais, adaptação e mitigação).

Entre os fertilizantes especiais disponíveis atual-


mente no mercado que podemos utilizar em áreas
de pastagens, destacamos os fertilizantes líquidos
minerais, orgânicos e organominerais, os biofertili-
zantes e os condicionadores de solo, que podem ser
aplicados via solo, foliar ou tratamento de semen-
tes. Porém, o uso e os efeitos desses fertilizantes
especiais em pastagem no Brasil é uma tecnologia
ainda pouco estudada e utilizada, principalmente,
em áreas de monocultivo. Por outro lado, por meio
de pesquisas científicas e experiências práticas
que a nossa equipe de trabalho vem vivenciando,
os resultados indicam que o uso de insumos agrí-
colas, dentre eles, os fertilizantes especiais como
estratégia de manejo na ILP, como relatado ante-
riormente, apresentam maior eficiência e no caso
da pastagem, potencializam o crescimento e a
composição bromatológica das plantas forragei-
ras. Assim, torna-se uma ferramenta importante
para intensificar a produção pecuária brasileira em
pasto no Brasil, com reflexo no aumento da taxa de
lotação animal por hectare, aumento do ganho de
peso individual e aumento da produtividade de
@/hectare/ano, com reflexo na redução do tempo
para o abate dos animais e melhoria do desempe-
nho econômico da atividade de pecuária de corte,
indo ao encontro da exigência de qualidade do
mercado consumidor de carne bovina relatada ini-
cialmente neste texto.

Além disso, temos verificado na prática, que as


Fazendas que trabalham com ILP no Brasil, estão
mais aptas e receptivas ao uso de novas tecnolo-
gias, dentre elas, o uso dos fertilizantes especiais,

44
visto que possuem melhor gerenciamento dos
recursos financeiros, maior conhecimento do mer-
cado de insumos e comercialização dos produ-
tos (vegetais e animais) e principalmente, maior
domínio da tecnologia, sendo muitas vezes asses-
sorados por consultorias técnicas especializadas.
Sendo, assim, a seguir, vamos apresentar e discu-
tir como os diferentes fertilizantes especiais estão
sendo recomendados e utilizados para áreas de
pastagens e como tem sido a respectiva perfor-
mance, principalmente em áreas de ILP. Construindo
Desempenho de diversos Equilíbrio Vegetal
fertilizantes especiais na
integração lavoura-pecuária
Entre as opções de fertilizantes especiais para
essas áreas de ILP, o tratamento de sementes e a
fertilização foliar como forma de complemento ou
redução da fertilização feita no solo, no que diz res-
peito principalmente ao fornecimento de N, mas
também de P e K para as plantas, visando reduzir
as perdas e aumentar a eficiência de uso desses
nutrientes, pode ser uma alternativa sustentável.

De forma geral, nas áreas de ILP, o uso de fertili-


zantes minerais mistos contendo macro e micro-
nutrientes, extratos vegetais hidrolizados, car-
bono orgânico, ácidos húmicos, ácidos fúlvicos
e aditivos, associados com defensivos agrícolas
(inseticidas e fungicidas), bactérias promoto-
ras de crescimento (Azospirillum brasilense +
Pseudomonas fluorescens) e grafite no tratamento
de sementes graníferas e/ou forrageiras tem apre-
sentado ótimos resultados, com maior velocidade
de germinação, emergência e crescimento inicial
das plântulas, stand de plantas mais uniforme,
melhor estabelecimento das culturas agrícolas e
forrageiras, maior volume de raiz e maior tolerân-
cia ao estresse hídrico nos estágios iniciais. Além
de posteriormente, no caso de consórcio de milho
com gramíneas forrageiras perenes tropicais, pro-
porcionar melhor formação da pastagem após a
colheita da cultura granífera, visto que a planta
forrageira também se beneficia desses bioinsumos
utilizados no tratamento das sementes de milho.

Temos verificado em nossas pesquisas e em escala


Fertilizantes de alta
comercial de campo, ótimos resultados técnicos/ PERFORMANCE
45
www.levras.com
(19) 98288 8021
econômicos, principalmente na fase pastagem animal ao longo do ano – 5,0-7,0 e 1,5-2,0 UA/hec-
utilizando os bioinsumos, mesmo em solos areno- tare na primavera/verão e outono/inverno, respec-
sos (8 a 12% de argila) com altas taxas de lotação tivamente (Figura 1).

Figura 2. Aplicação de blend de quatro rochas em área com solo arenoso (10% de argila) ocupada por 15
anos de eucalipto (A); Semeadura de milho utilizando sementes tratadas industrialmente com inseticida
e fungicida e “on farm” com inseticida, fertilizante mineral misto, bactérias promotoras de crescimento e
Urochloa brizantha cv. Xaraés) (B); Emergência plena e uniforme
de plântulas de milho e capim-xaraés cultivados em consórcio (C); Momento da colheita do milho em
consórcio com capim-xaraés para ensilagem com colhedora automotriz (D); Pastagem de capim-xaraés
formada em consórcio com milho, após duas e três geadas, respectivamente (E e F); Pastagem de capim-
-xaraés formada em consórcio com milho após o retorno das chuvas na primavera/verão (G); Pastagem
de capim-xaraés formada em consórcio com milho no outono/inverno (H e I); Pastagem de capim-xaraés
no momento da primeira adubação (250 kg/ha – 30-00-15), aos 20 meses após a formação em consórcio
com milho (L); Pastagem de capim-xaraés após a primeira adubação formada em consórcio com milho
(K e J). (Fotos: Cristiano Magalhães Pariz).

46
A fertilização foliar é o processo de aplicação de Tal tecnologia de aplicação de fertilizantes espe-
nutrientes por meio das folhas das plantas, via pul- ciais via foliar associada aos tratamentos de
verização, podendo ser associada à aplicação de sementes já descritos anteriormente, tem elevado
herbicidas. Deste modo, a incorporação de N, P e a produtividade de grãos/silagem, bem como,
K via fertilização foliar com fontes solúveis para a melhor formação da pastagem cultivada em con-
máxima absorção, assimilação e aproveitamento sórcio após a colheita do milho, quando compa-
pelas plantas, pode suplementar o fornecimento rada ao uso desses fertilizantes especiais apenas
via solo em determinados estágios de crescimento no tratamento de sementes. Isto ocorre principal-
das plantas. Neste caso, a aplicação dos herbicidas mente em áreas de segundo ano em diante de ILP,
descritos anteriormente, pode ser associada com nas quais normalmente verificamos uma melhoria
fertilizantes organominerais e minerais mistos das características químicas, físicas e biológicas do
via foliar, os quais vem apresentando resultados solo e iniciamos a prática do SPD, seguindo os seus
positivos na redução do efeito de fitotoxicidade três princípios básicos: não revolvimento de solo,
dos herbicidas, proporcionando mais rápida recu- cobertura permanente do solo (palhada) e plane-
peração e retorno do crescimento das plantas de jamento para adequada rotação de culturas agríco-
milho e consequentemente, maior capacidade las/forrageiras.
de competição com a planta forrageira cultivada
em consórcio.
Nesse sentido, efeitos associativos de bioinsumos degradada, além da presença de animais em pas-
(nutricional + enraizador) também são bem proe- tejo no outono/inverno e palhada na primavera
minentes sobre a produtividade grãos ou forragem após a dessecação da pastagem de primeiro ano
para ensilagem em áreas de segundo ano de lavou- (Figura 3). Destaca-se ainda que esses efeitos asso-
ras de milho em sistema de ILP com solos areno- ciativos se estendem posteriormente na fase pas-
sos (8 a 12% de argila), os quais são quimicamente tagem, após a colheita da lavoura de segundo ano
corrigidos no momento da renovação da pastagem (Figura 4).

Figura 3. Semeadura de milho utilizando sementes tratadas industrialmente com inseticida e fungicida e “on farm” com

(Urochloa brizantha cv. Xaraés) em área de pastagem degradada – safra 2020/2021 (A); Emergência plena e uniforme de
plântulas de milho e capim-xaraés cultivados em consórcio (B); Momento da colheita do milho em consórcio com capim-
-xaraés para ensilagem com colhedora automotriz (C); Cultivo de milho em consórcio com capim-xaraés para ensilagem
na safra 2021/2022 na mesma área e utilizando o mesmo tratamento de sementes da safra 2020/2021 e com a utilização
de fertilizantes especiais (organomineral e mineral misto) aplicados via foliar, junto com a aplicação dos herbicidas e
inseticidas aplicados em pós-emergência (D) (Fotos: Cristiano Magalhães Pariz).

Temos verificado também em nossas pesquisas de frango), tem se mostrado uma excelente alterna-
e resultados de campo em escala comercial, que tiva, desde que a dose desses fertilizantes seja bem
o uso dessa combinação de bioinsumos e bacté- ajustada de acordo com a concentração e liberação
rias promotoras de crescimento no tratamento de nutrientes, com base em recomendação técnica
de sementes na ILP, associado com fertilizantes de acordo com o histórico da área, com a análise
orgânicos e organominerais à base de dejetos de química do solo e com a cultura agrícola/forra-
suínos, dejetos de bovinos e esterco de aves (cama geira a ser utilizada.Um fator muito importante a

48
Figura 4. Pastagem de capim-xaraés (Urochloa brizantha cv. Xaraés) ao longo de 12 meses após a colheita do milho para
grãos em área de segundo ano de sistema de integração lavoura-pecuária, na qual se realizou apenas adubação via solo
da fase lavoura presentes na Figura 3 nas safras 2020/2021 e 2021/2022. (Fotos: Cristiano Magalhães Pariz).

ser considerado no consórcio de milho com gra- Em função desta limitação luminosa, o capim não
míneas forrageiras perenes tropicais é em relação é estimulado ao perfilhamento, além de ocor-
à recuperação do capim após a colheita do milho, rer um estiolamento (alongamento de folhas e
visto que vários fatores podem prejudicar a ade- colmos) em busca de luz. Esse fato também faz
quada formação da pastagem. O primeiro ponto é com que os meristemas apicais fiquem mais altos
o objetivo da produção. No caso de colheita para nas plantas, os quais muitas vezes são removidos
ensilagem, na qual a colheita muitas vezes ocorre no momento da colheita do milho, principalmente
antes do ponto de maturidade fisiológica do grão para ensilagem. Portanto, resultados de Pariz et al.
e a altura de corte é mais baixa em comparação (2016, 2017a, 2017b) demonstraram que a elevação
à colheita de grãos, pode ocorrer maior remoção da altura de corte para ensilagem de 20 para 45 cm
de meristemas apicais e folhas do capim, prejudi- de altura é a opção mais viável visando a produção
cando posteriormente o seu estabelecimento. Nor- de silagem e posterior formação da pastagem, com
malmente, no momento da ensilagem do milho mais rápida rebrotação do capim, além de elevar
(ao redor de 90-100 dias após a emergência), o a quantidade de palhada e melhorar a ciclagem
capim está retomando o crescimento no consór- de nutrientes em sistema de ILP. Porém, a maior
cio, o qual ficou estagnado até os 60-70 dias em altura de corte pode ser limitada dependendo das
função do sombreamento exercido pelas plantas colhedoras de forragem utilizadas pela maioria
de milho, principalmente quando semeado em dos produtores no Brasil (modelos acoplados na
espaçamento reduzido (45-50 cm entrelinhas), lateral do trator) e da altura do trator, pelo risco de
que atingem ao redor de 80-90% de interceptação quebrar a cruzeta do cardan.
luminosa, sobrando apenas 20-10% para o capim,
Destaca-se também que ao contrário da colheita
sendo que abaixo de 30%, o mesmo já passa a ter
de grãos de milho, na qual a colhedora colhe uma
o crescimento comprometido (PARIZ et al., 2017c).
ampla faixa em cada passada pela área (tamanho
variável em função da colhedora), a colheita para

49
ensilagem com colhedoras de forragem acopla-
das ao trator eleva o tráfego na área, inclusive com
o rodado do trator e da carreta passando sobre
quase todas as linhas de semeadura, prejudicando
também a futura rebrotação do capim. Uma alter-
nativa para minimizar os problemas de altura de
corte e o tráfego de maquinários na área seria a
utilização de colhedora de forragem automotriz.
Porém, tanto o custo para aquisição de tais mode-
los, como o custo para contratação de serviços de
empresas que a utilizam na colheita de milho para
ensilagem é alto, tornando-se economicamente
inviável para muitas Fazendas.

Aliado a todos esses entraves, quando se realiza o


consórcio na primavera/verão, a colheita do milho
e posteriormente a rebrotação do capim normal-
mente ocorre a partir do outono, enquanto no con-
sórcio de verão/outono (safrinha), ocorre a partir
do inverno. Portanto, nessas épocas do ano, em
muitas regiões do Brasil, já se verifica temperatu-
ras noturnas abaixo de 18 ºC e/ou redução da pre-
cipitação pluvial, resultando em baixa taxa fotos-
sintética e diminuição do potencial de rebrotação
do capim, prejudicando o perfilhamento para a
melhor formação da pastagem. Nesse aspecto,
após a colheita do milho, torna-se interessante a
aplicação de fertilizantes especiais via foliar no
capim (organominerais e minerais mistos) a base
de NPK, carbono orgânico, bioestimulante com
P (visando o maior enraizamento) e auxina (hor-
mônio de crescimento). Os resultados obtidos até
o momento com esse manejo nos capins em áreas
cujo milho foi colhido para ensilagem, demons-
tram que além do estímulo do perfilhamento,
também ocorre aumento na produtividade de
massa seca de forragem, sendo de 33 e 55% para o
capim-marandu (Urochloa brizantha cv. Marandu)
e para o capim-ruziziensis (Urochloa ruziziensis),
respectivamente, aos 19 dias após a aplicação, em
comparação à ausência de aplicação. Portanto,
além de um estímulo no perfilhamento proporcio-
nando melhor formação da pastagem e aumento
na produtividade de forragem, também é possí-
vel antecipar o início do pastejo pelos animais,
caso necessário.

No caso de pastagens já formadas em áreas de ILP


após o consórcio com milho, ao longo do tempo

50
começa reduzir o efeito residual dos fertilizan-
tes via solo utilizados na fase lavoura. Neste caso,
a utilização de fertilizantes foliares à base de N e O Potássio na sua melhor essência
NPK na pastagem de forma combinada com a dose
cheia ou parcial do fertilizante via solo, melhora a
composição bromatológica da forragem, elevando
principalmente o teor de proteína bruta e dimi-

MAIOR
nuindo o intervalo entre cortes ou pastejo, bem
como, de forma isolada ou combinada com o fer-

QUALIDADE E
tilizante via solo, eleva a produtividade de massa
seca de forragem, a estimativa da taxa de lotação
animal (UA/ha), a estimativa de produtividade de

PRODUTIVIDADE
carcaça (@/ha) e o desempenho econômico, com
maior receita bruta total e margem de contribuição

PARA SUA LAVOURA


por hectare (BARROS, 2022). Porém, a viabilidade
econômica do uso do fertilizante via solo, prin-
cipalmente na dose cheia, depende do preço no
período a ser utilizado, sendo que nos preços atuais
dos últimos anos, em áreas de ILP com solos qui- Duas fontes de potássio de
micamente corrigidos, a utilização dos fertilizantes Alta absorção e
foliares de forma isolada ou associada com metade aproveitamento
da dose do fertilizante via solo, tem se mostrado

Auxilia no enchimento de
uma opção economicamente viável (Figura 7). No
entanto, a questão de produtividade de @/ha, taxa
de lotação animal e redução no tempo para abate grãos, frutos e tubérculos
dos animais em função do maior ganho de peso
utilizando a dose cheia do fertilizante via solo asso- Contribui para maior
ciado ou não ao fertilizante foliar também preci- qualidade e produtividade
sam ser consideradas em uma análise mais ampla,
sendo algo intrínseco de Fazenda para Fazenda.
Favorece as plantas maior
Além disso, visando evoluir nesses resultados com tolerância a stress
o uso dos fertilizantes foliares em áreas de pasta-
gem em sistema de ILP, estamos iniciando novos
projetos de pesquisa para avaliar também a asso- pH do produto adequado
ciação da aplicação foliar de N e NPK com micro- para uso com fungicidas e
nutrientes e aminoácidos, de forma isolada ou inseticidas
combinada com fertilizante via solo.

Fornecimento
complementar de Boro

Aponte a câmera
do seu celular e
visite nosso site: 51
Figura 5. Protocolo de manutenção de pastagem de capim-marandu (Urochloa brizantha cv. Marandu) em área de inte-
gração lavoura-pecuária após o consórcio com milho, utilizando-se fertilizantes especiais à base de N e NPK via foliar de
forma isolada ou associados com fertilizante à base de NPK via solo (Fotos: Cristiano Magalhães Pariz).

52
Para melhorarmos a eficiência produtiva e econô- Referências
mica da agropecuária brasileira, devemos adotar
ANGHINONI, I.; CARVALHO, P.C.F.; COSTA, S.E.V.G.A.
cada vez mais a ideologia da agropecuária de Abordagem sistêmica do solo em sistemas integrados de
processos (utilizando por exemplo, a integração produção agrícola e pecuária no subtrópico brasileiro. In:
lavoura-pecuária), aliada à agropecuária de insu- ARAÚJO, A.P.; ALVES, B.J.R. (Ed.). Tópicos em Ciência do
mos (incluindo os fertilizantes especiais), bem Solo. Viçosa: SBCS, v.8, 2013. p.325-380.

como, entender de ciências agrárias multi, inter e BARROS, F. Valor alimentício do capim-marandu fertili-
transdisciplinar, sendo que no caso das Fazendas zado via solo e foliar. Tese (Doutorado em Zootecnia) –
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universi-
de pecuária, torna-se fundamental a recupera-
dade Estadual Paulista (UNESP). Botucatu, 63p. 2022.
ção/renovação de pastagens degradadas, as quais
podem e devem ser realizadas ano a ano, com FAO. Integrated Crop-Livestock Systems (ICLS). Disponível
em: http://www.fao.org/agriculture/crops/core-themes/
planejamento de glebas e aplicação de conheci- theme/spi/scpi-home/managing-ecosystems/
mento técnico. integrated-crop-livestock-systems/en/ (Acesso em: 19 de
junho de 2014).
Nesse contexto, além de desenvolver tecnologias
por meio das pesquisas realizadas nas Universida- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTA¬TÍS-
TICA – IBGE, Produção da pecuária munici¬pal. Disponí-
des e Instituições Públicas e Privadas, precisamos vel em: https://sidra.ibge.gov.br/tabela/3939, 2020.
transferi-las para o setor rural por meio de pro-
KLUTHCOUSKI, J.; AIDAR, H. Uso da integração
fissionais capacitados. Porém, para adotar essas
lavoura-pecuária na recuperação de pastagens degrada-
novas tecnologias nas Fazendas, precisamos que das. In: KLUTHCOUSKI, J.; STONE, L.F.; AIDAR, H. (Ed.).
os empresários rurais estejam motivados e dispos- Integração lavoura-pecuária. 1.ed. Santo Antonio de Goiás:
tos às mudanças, além de um governo atuante em Embrapa Arroz e Feijão, 2003. p.185-223.
prol do setor agropecuário. MARTHA JÚNIOR, G.B.; VILELA, L.; BARCELLOS, A.O.
A planta forrageira e o agroecossistema. In: PEDREIRA,
Por fim, o potencial da integração lavoura-pecuária C.G.S.; MOURA, J.C.; SILVA, S.C.; FARIA, V.P. (Ed.). SIM-
em suas diversas modalidades associada ao uso de PÓSIO SOBRE MANEJO DA PASTAGEM, 2006, Piracicaba.
fertilizantes especiais na recuperação/renovação Anais... Piracicaba: FEALQ, 2006. p.87-138.

das pastagens degradadas é evidente. Além disso, MARTINS, A.P.; KUNRATH, T.R.; ANGHINONI, I.; CAR-
a redução dos custos de produção e o aumento da VALHO, P.C.F. Integração soja-bovinos de corte no Sul
do Brasil. 2.ed. Porto Alegre: UFRGS, 2015. 102p. (Bole-
eficiência de utilização da terra e dos insumos agrí-
tim Técnico).
colas ao longo dos anos, podem gerar resultados
socioeconômicos e ambientais positivos. Neste MENDES, I.C.; SOUSA, D.M.G.; REIS JUNIOR, F.B.; LOPES,
A.A.C. Bioanálise de solo: como acessar e interpretar a
sentido, essa combinação de processos e insumos saúde do solo. Planaltina: Embrapa, 2018. 24p. (Circu-
é uma forma fundamental de intensificação eco- lar Técnica).
lógica necessária para alcançar a segurança ali-
MORAES, A.; CARVALHO, P.C.F.; LUTOSA, S.B.C.; LANG,
mentar e alavancar a sustentabilidade econômica, C.R.; DEISS, L. Research on Integrated Crop-Livestock Sys-
social e ambiental do setor agropecuário brasileiro tems in Brazil. Revista Ciência Agronômica, v.45, n.5 (espe-
e devido aos benefícios destacados ao longo deste cial), p.1024-1031, 2014.
texto, pode ser considerada como "a nova revolu- MORAES, A.; CARVALHO, P.C.F.; CRUSCIOL, C.A.C.;
ção verde dos trópicos" com base no conceito e LANG, C.R.; PARIZ, C.M.; DEISS, L.; SULC, R.M. Integrated
estímulo da bioeconomia, emergindo como uma crop-livestock systems as a solution facing the destruction
of Pampa and Cerrado biomes in South America by inten-
solução para reverter as degradações ambientais sive monoculture systems. In: LEMAIRE, G.; CARVALHO,
causadas pelas extensas áreas com monoculturas P.C.F.; KRONBERG, S.; RECOUS, S. (Ed.) Agroecosystem
de pastagens no Brasil nos últimos 50 anos. diversity: reconciling contemporary agriculture and envi-
ronmental quality. 1.ed. London: Elsevier, 2019. p.257-273.

53
As características físicas dos
Mercado de materiais também são fundamen-
Fertilizantes vem tais no transporte de produtos
químicos, de alto valor agregado,
buscando cada vez que se destinam ao campo. É
mais estratégias muito importante que o material
cumpra com sua função de
de Diferenciação e manter a integridade física do
investindo em produto, principalmente pelas
particularidades do segmento de
embalagens que fertilizantes, onde o material é
agreguem valor exposto às piores condições de
armazenagem e a um alto índice
para suas marcas de umidade. O manuseio das
e atendam aos embalagens, muitas vezes, não é
feito de forma adequada, ocorren-
requisitos do do o empilhamento incorreto,
campo. assim como o transporte realiza-
do em estradas que nem sempre Entendendo as necessidades
possuem boas condições. do mercado de fertilizantes a
Liderkraft Indústria Embalagens,
Por isso, além do fator estético empresa líder em atender clientes
da embalagem, também se torna de fertilizantes foliares/biológicos,
fundamental que ela atenda às vem sendo pioneira em trazer
particularidades do segmento. novas tecnologias para o Brasil
Diversos produtores já relataram que atendam às particularidades
experiências ruins com as emba- da indústria química. A Liderkraft
lagens recebidas pela empresa de já atende o segmento há mais de
fertilizante, fato esse que acaba 10 anos, iniciando o fornecimento
gerando insegurança na utilização com embalagens de papelão
do produto e é decisivo para que simples, com características mais
não se repita uma próxima convencionais. Gradualmente, os
A embalagem, por muito tempo, compra com o fornecedor. clientes migra-
foi utilizada apenas como material ram para embalagens em offset, a
de transporte, com o objetivo de qual representa outra divisão de
proteger a mercadoria. Atual- negócios da empresa, que são
mente, ela se tornou uma ferra- impressões mais elaboradas,
menta importante de estratégia sendo possível imprimir em até
de marketing para atingir resulta- 6 cores, com verniz UV ou plástico,
dos. A embalagem é, também, o trazendo um acabamento premi-
principal cartão de visita das um para as caixas.
empresas, agrega valor aos produ-
tos e se comunica diretamente
com os consumidores. Foi
pensando nisso que os maiores
players do segmento de fertili-
zantes foliares e biológicos vêm, Imagine você comprando um
nos últimos anos, investindo em produto em uma loja e, quando a
embalagens mais robustas e com mercadoria chega na sua casa, a
apelo visual que crie diferenciais embalagem está toda danificada
de mercado, objetivando impul- e com uma aparência ruim. Você
sionar ainda mais suas vendas. ficaria seguro de que o produto
está em boas condições? Com- Com
praria novamente nessa mesma
loja? Por isso é fundamental que
as indústrias químicas tenham
total atenção na hora de desen-
volver parcerias com seus
fornecedores de embalagem e
busquem empresas que atendam
aos requisitos de seus clientes.

54
PARIZ, C.M.; CARVALHO, M.P.; CHIODEROLI, C.A.; NAKA- PARIZ, C.M.; COSTA, C.; CRUSCIOL, C.A.C.; CASTILHOS,
YAMA, F.T.; ANDREOTTI, M.; MONTANARI, R. Spatial varia- A.M.; MEIRELLES, P.R.L.; ROÇA, R.O.; PINHEIRO, R.S.B.;
bility of forage yield and soil physical attributes of a Brachia- KUWAHARA, F.A.; MARTELLO, J.M.; CAVASANO, F.A.;
ria decumbens pasture in the Brazilian Cerrado. Revista YASUOKA, J.I.; SARTO, J.R.W.; MELO, V.F.P.; FRANZLUEB-
Brasileira de Zootecnia, v.40, n.10, p.2111-2120, 2011. BERS, A.J. Lamb production responses to grass grazing in a
companion crop system with corn silage and oversowing of
PARIZ, C.M.; COSTA, C.; CRUSCIOL, C.A.C.; MEIRELLES, yellow oat in a tropical region. Agricultural Systems, v.151,
P.R.L.; CASTILHOS, A.M.; ANDREOTTI, M.; COSTA, N.R.; p.1-11, 2017b.
MARTELLO, J.M.; SOUZA, D.M.; SARTO, J.R.W.; FRAN-
ZLUEBBERS, A.J. Production and soil responses to intercro- PARIZ, C.M.; COSTA, C.; CRUSCIOL, C.A.C.; MEIRELLES,
pping of forage grasses with corn and soybean silage. Agro- P.R.L.; CASTILHOS, A.M.; ANDREOTTI, M.; COSTA, N.R.;
nomy Journal, v.108, p.2541-2553, 2016. MARTELLO, J.M. Silage production of corn intercropped
with tropical forages in an integrated crop-livestock system
PARIZ, C.M.; COSTA, C.; CRUSCIOL, C.A.C.; MEIRELLES, with lambs. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.52, n.1,
P.R.L.; CASTILHOS, A.M.; ANDREOTTI, M.; COSTA, N.R.; p.54-62, 2017c.
MARTELLO, J.M.; SOUZA, D.M.; PROTES, V.M.; LONGHINI,
V.Z.; FRANZLUEBBERS, A.J. Production, nutrient cycling SCOT CONSULTORIA, Projeto: Estudo China, 2021, 36p.
and soil compaction to grazing of grass companion cro-
pping with corn and soybean. Nutrient Cycling in Agroe-
cossystems, v.108, n.1, p.35-54, 2017a.

55
Paradigmas que limitam
adoção dos SIPA são

Anibal de Moraes
UFPR

Paulo César de Tangriani Simioni Edicarlos Claudete Leandro Bittencourt


Faccio Carvalho Assmann Damacena Reisdorfer Lang de Oliveira
UFPR UTFPR UFPR UFPR UFPR

As questões relacionadas à associação entre lavou- As alternativas de uso do solo, dos tipos de pas-
ras e pastagens, no contexto de sistemas mistos tagens e da diversidade de culturas, arranjadas
de produção animal e vegetal, representam inte- em diferentes níveis espacial e temporal, permite
resse na maior parte das regiões do mundo. Em alcançar maior produtividade das lavouras e mini-
um breve contexto histórico, saímos de uma agri- mizar os impactos ambientais negativos. Entre
cultura convencional há cerca de 50 anos atrás, seus efeitos positivos diretos sobre o ambiente e a
para buscar alternativas menos impactantes como biodiversidade, estão a redução no uso de fertili-
o preparo mínimo, que não resultou em efeitos zantes minerais e do risco de poluição, associado
benéficos suficientes e, finalmente surgiu o sistema à redução no uso de herbicidas, inseticidas e fun-
plantio direto (SPD) como uma verdadeira salva- gicidas com aumento da eficiência do uso da terra,
ção da lavoura. Contudo o plantio direto, por si só, liquidez e renda da propriedade, além da melhoria
mostrou-se ineficiente, pois os agricultores pas- dos atributos físicos, químicos, biológicos e saúde
saram a cultivar um número restrito de espécies, do solo. Esses e outros efeitos benéficos aporta-
acarretando uma redução na diversidade genética. dos pela pecuária ao sistema, têm promovido os
Esta realidade deu origem a uma grande demanda SIPA como sistemas de produção estratégicos para
de pesquisas na busca das melhores alternativas o desenvolvimento nacional e garantia de uma
para rotações de culturas. Entre estas, houve a pro- maior segurança alimentar.
posta da introdução do componente pastoril como
sendo uma dessas possibilidades, em um modelo
denominado de SIPA, (Sistemas Integrados de Pro-
dução Agropecuária), caracterizado como siste-
mas agro economicamente sustentáveis (Figura 1).

56
Figura 1. Evolução dos sistemas de produção agropecuário no Brasil.

Apesar destes benefícios serem reconhecidos pela outro protocolo, em parceria com a COAMO - Coo-
ciência o número de propriedades que adotaram a perativa Agroindustrial, a pesquisa focou em um
utilização dos SIPA ainda é reduzido no País, não sistema agropecuário adicionando a pastagem
obstante as estimativas de áreas sob integração no perene, permitindo a presença de animais na pro-
Brasil serem imprecisas. O principal obstáculo para priedade ao longo de todo o ano e não apenas na
sua adoção, ainda parece ter origem em alguns fase entre os ciclos das lavouras. Também numa
paradigmas do efeito negativo da presença do parceria com a Cooperativa Castrolanda, a pes-
animal nos sistemas agrícolas altamente intensifi- quisa mostrou a maior viabilidade econômica da
cados. Do ponto de vista da tecnologia do sistema produção de leite mais econômica, ao utilizar os
plantio direto (SPD), o animal em pastejo frequen- animais em pastejo, reduzindo o uso o de alimen-
temente é tido como elemento indesejável, pois tos concentrados e forragem conservada na dieta.
ingere forragem que deveria formar a cobertura Muitos outros protocolos foram executados envol-
de palha. Se não bastasse, recai sobre o animal em vendo o componente arbóreo nos SIPA, em parce-
pastejo a desconfiança de causar a compactação ria com o Instituto Agronômico do Paraná – IAPAR e
no solo e de acarretar maior necessidade em inves- a Embrapa. A Universidade Federal do Rio Grande
timento de adubos pela maior retirada de nutrien- do Sul - UFRGS foi a primeira Universidade que
tes do sistema. Tudo isto acarretaria, na visão dos em parceria com a UFPR fortaleceu estas linhas de
agricultores e muitos técnicos proporcionaria uma pesquisa e, hoje mantêm o protocolo mais antigo
menor produtividade das lavouras. Essas foram as de pesquisa e extensão em SIPA, iniciado em 2001.
principais questões que motivaram as primeiras Posteriormente a Universidade Federal de Rondo-
pesquisas realizadas em SIPA no País, iniciadas nópolis – UFR formalizou a parceria com a UFPR
pela UFPR em parceria com a Cooperativa Agrá- e a UFRGS, o que deu sustentação para o surgi-
rias de Guarapuava-PR no ano de 1994. A novidade mento de uma associação público-privado sem
desta pesquisa em SIPA que a ciência brasileira fins lucrativos denominada de Aliança SIPA. Vale
apresentou ao mundo, foi o uso desse sistema sob destacar também, pesquisas realizadas em SIPA
os pilares da agricultura conservacionista. Poste- pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná
riormente outros protocolos experimentais foram – UTFPR e pela UNICENTRO. Todas estas uni-
desenvolvidos, um destes, mostrando a viabili- versidades juntas, já desenvolveram aproximada-
dade do uso dos solos arenosos, para a produção mente 200 trabalhos de pós-graduação entre teses
de grãos e carne em SIPA, numa parceria com a e/ou dissertações.
Universidade Estadual de Maringá-UEM. Em um

57
Os resultados destas pesquisas e sua difusão, são vem trabalhando junto com Sebrae e Senar no RS.
fundamentais numa região do mundo onde a agri- Já são mais de dois mil e quinhentos produtores
cultura se transforma muito rapidamente, com que receberam o acompanhamento técnico para a
tendência à especialização de sistemas de produ- adoção das tecnologias geradas pela pesquisa, na
ção de monocultura e de uniformização na forma forma mais direta possível.
de ocupação do solo em escala de território. Se
A adoção dos SIPA pela maioria dos agricultores
esse ritmo for mantido, resultará em uma incom-
seria uma garantia de produzir alimentos com
patibilidade entre o nível de produção e os impac-
sustentabilidade e de uma visibilidade favorá-
tos ambientais. Daí a importância da geração de
vel no cenário internacional. Contudo prevalece
novos conhecimentos, que são incorporados no
ainda, a incerteza destes produtores, dos riscos e
processo de formação das novas gerações de téc-
benefícios deste modelo de produção diante de
nicos e, também repassados aos agricultores, na
alguns paradigmas.
forma de tecnologias aplicáveis, por meio da meto-
dologia PISA, da qual a Aliança SIPA é detentora, e

CJ Bio, líder global na produção de aminoácidos.

Potencialize seu fertilizante especial com


matéria prima da mais alta tecnologia.

Estrada Professor Messías José Baptista nº 2651,


Bairro Itaperú - Piracicaba - SP - BRASIL
Ligue (19) 3415-9499 | fertilizante@cj.net
58 www.cjbio.net
Paradigma relacionado à redução da palhada no SPD
Dentre as temáticas relevantes, está a definição do de forragem e a seleção da dieta. Portanto, o nível
nível ótimo de biomassa, que possa garantir cober- “ótimo” de biomassa deve integrar interesses rela-
tura de solo que não comprometa o desenvolvi- cionados a produção animal (individual e por
mento da lavoura. área), ao manejo da lavoura (requerimentos para
SPD, controle de plantas daninhas e rendimento
Quando se considera a produção animal, a bio-
de grãos), além do manejo do sistema como um
massa aérea define tanto o ganho por animal
todo, tendo em vista a evolução dos estoques de C
quanto o ganho por área, pois influencia a ingestão
e N no solo.

Figura 2. Relação entre a palhada residual do pasto e a produtividade da soja. Resul-


tados preliminares do grupo de pesquisa em ecologia do pastejo (GPEP) – UFRGS.

A consequência dessas particularidades de SIPA apenas uma fotografia momentânea sem expressar
em SPD é que a taxa de lotação animal utilizada no o quanto efetivamente foi produzido de biomassa
sistema é determinante tanto da produção pecuá- total. Isto fica evidenciado pelos dados acumula-
ria quanto agrícola (Carvalho et al., 2010). É mais dos de vários anos onde não se verificou qualquer
importante dar ênfase aos processos relacionados relação entre a biomassa residual da pastagem, no
à dinâmica da produção da biomassa ao longo do final do ciclo de pastejo, com a produtividade da
ciclo da pastagem, do que saber a quantidade de soja (Figura 2).
cobertura no final deste ciclo, pois esta representa

Paradigma relacionado à compactação do solo


Também recai sobre o animal em pastejo, a des- Quanto ao risco de promover a compactação do
confiança de acarretar compactação no solo, solo, os estudos científicos demonstram que o
ainda que vários trabalhos sejam consistentes em animal não prejudica os atributos físicos do solo,
demonstrar que sistemas integrados sob pastejo desde que mantida carga animal moderada e feita
moderado melhoram o solo em seus atributos a adubação da pastagem. Áreas com pastejo apre-
físicos, químicos e biológicos (e.g., Carvalho et sentam características físicas de solo similares, e o
al., 2010).

59
rendimento de grãos superior quando comparadas Este é um paradigma bastante arraigado nos sis-
a áreas sem pastejo na entressafra anterior. temas de produção. Também é inquestionável a
ação regeneradora que a própria pastagem exerce
É questionável o fato de os animais causarem pre-
no sentido de reverter este processo. O resultado
juízos nas características físicas do solo pelo efeito
destas ações antagônicas estará mais direcionado
do pisoteio, pois o animal em si não compacta o
para um sentido ou outro, em função das práticas
solo, se a lotação utilizada for moderada, em geral,
de manejo adotadas no ecossistema solo-planta-
acontece um adensamento do solo, fato este que
-animal. Quando existe uma oferta de forragem
não compromete o desenvolvimento vegetal, pois
adequada o sistema radicular é abundante e mais
a macro e micro porosidade não é afetada (Cassol
profundo no solo, funcionando na camada supe-
2003). A compactação poderá ocorrer se houver
rior como uma verdadeira esponja, impedindo o
um manejo inadequado, com elevadas intensida-
processo de compactação (Figura 3).
des de pastejo, e aí sim há um comprometimento
no desenvolvimento e crescimento das plantas.

Figura 3. Práticas de manejo na pastagem de inverno (ofertas de 3,5% e


10% de MS/100kg de PV) sobre o desenvolvimento das raízes.

Paradigma relacionado às perdas de nutrientes


Quanto ao paradigma relacionado às perdas de animal e microbiana, que participam na dinâmica
nutrientes, que exigiria adubações mais pesadas da matéria orgânica e melhora a qualidade do solo.
por parte dos agricultores, as pesquisas mostram Isto acontece pois os SIPA acumulam mais car-
uma situação contrária, evidenciando a possi- bono e nitrogênio quando comparado a sistemas
bilidade de se utilizar menores quantidades de onde a mesma cobertura vegetal não recebe pas-
insumos químicos associados à maior produção tejo (Lang, 2004; Salton, 2005).
de alimentos.
A visão de ciclagem de nutrientes nos diversos
Isto ocorre em razão das pastagens permitirem compartimentos de um agroecosistemas mostra
melhor ciclagem de nutrientes, o que reduz os que o componente biológico passa a ter papel pre-
fluxos de perda para a atmosfera e para a hidros- ponderante, diferentemente ao modelo tradicional
fera, além de incrementar a biodiversidade vegetal, em que se considera apenas o solo como reserva

60
de nutrientes. Recomendações de adubação de de forma parcial na fase pastoril, e a lavoura é
sistemas consideram todos os compartimentos semeada sem a necessidade de uso dos adubos
de reserva de nutrientes, sendo que, em grande químicos. O resultado desta pesquisa e de outras
parte, esta reserva encontra-se nos compartimen- que sucederam permitiram concluir que é possí-
tos vivos, como os tecidos de plantas e microrga- vel dispensar a adubação nitrogenada no milho
nismos. Nesse caso os nutrientes estão tempo- quando a pastagem de inverno, que antecedeu
rariamente imobilizados nos tecidos vegetais e a lavoura, foi bem adubada com N (Figura 4). Tal
animais, contudo a partir da morte das plantas proposta ganhou relevância inclusive para manejo
ou morte de uma comunidade de microrganis- de outros nutrientes, como por exemplo fósforo
mos, durante o processo de mineralização, esses e potássio e, vem sendo utilizada de forma cres-
nutrientes passam a ficar novamente disponíveis cente, por muitos produtores pois permite a redu-
para o sistema. ção nos custos ao adquirir os adubos numa época
de menor demanda e facilitar o atendimento dos
Resultou da pesquisa de Assmann et al (2003)
prazos na época da janela de plantio.
a proposta da adubação de sistemas na qual os
nutrientes são colocados na sua totalidade ou

Figura 4. Produtividade de grãos de milho em função de doses cres-


centes de N aplicadas na cultura do milho em cobertura no verão
(N-TV) e aplicadas na pastagem de inverno (N-TI), Guarapuava, PR.
(Assmann et al. 2003)

Paradigma relacionado à perda de produtividade das lavouras


Se o grande temor dos agricultores é que a inclu- estão contempladas lavouras de soja, feijão e trigo
são da pastagem nas rotações agrícolas possa (Figura 5a), bem como de milho (Figura 5b). Os
comprometer a produtividade das culturas, mais raros resultados de menores produtividades da
uma vez os resultados de pesquisa apontam em lavoura em relação às áreas sem pastejo se referem
direção oposta. Em 23 trabalhos de pesquisa rea- a pesquisas com limitações metodológicas, como
lizados no Sub-trópico brasileiro, a produtividade a falta de adubação dos pastos e/ou condução ina-
das lavouras em sucessão a pastagem é maior, dequada da taxa de lotação.
mostrando o efeito positivo da presença dos ani-
mais, (Moraes, 2014). Neste conjunto de dados

61
Figura 5. Rendimentos de grãos de diferentes lavouras (a - soja, feijão, trigo; b - milho) em áreas pastejadas compa-

- vide Moraes et al. (2014) para detalhes.

Como se pode depreender, considerando a linha melhorias nos atributos do solo indicadas nos
de equivalência, a grande maioria dos resultados itens anteriores se materializam em rendimentos
está acima, indicando que o rendimento de grãos de cultura superiores quando a lavoura sucede
da mesma cultura é maior em áreas pastejadas uma área pastejada.
comparadas a áreas sem pastejo. Portanto, aquelas

62
Essa síntese de resultados contrapõe-se ao para-
digma predominante, segundo o qual a entrada de
pastagens em rotações com lavoura, notadamente
sob sistema de plantio direto, afetaria negativa-
mente a cultura de grãos via impacto negativo da
presença do animal em pastejo.

Outros entraves que podem

Um outro ponto a ser ressaltado se caracteriza pela


exigência de conhecimentos técnicos elevados,
além de que, a adoção ou não da tecnologia por
parte dos produtores fica vinculada à facilidade
de aceitação de conversão do sistema produtivo.
Observa-se que poucos técnicos têm formação
suficiente para integrarem conhecimentos relacio-
nados às plantas, animais e o ambiente de produ-
ção, o que significa que a assistência técnica para
esta atividade é limitada. Isto é decorrência do pro-
cesso de formação destes profissionais, formados
em universidades, que mantêm os seus currículos
de disciplinas ofertadas de forma compartimenta-
lizada. Ainda permanece a dificuldades, da maior
parte do corpo docente, em transmitir uma visão
sistêmica no uso da terra e de ofertar disciplinas de
caráter integrador.

Dificuldades também ocorrem para aqueles que


desconhecem a atividade que irão integrar em
seus sistemas de produção. Por exemplo, para que
um agricultor comece a trabalhar com a pecuária,
é necessário um bom entendimento do novo tipo
de comercialização, peculiar nesta atividade e, até
mesmo a adaptação da mão-de-obra e estrutura da
propriedade para se trabalhar com animais. Este
deve ser, sem dúvida, um processo de aprendizado
lento e gradual ao longo dos anos.

Quanto ao fluxo de caixa, a longo prazo este é


afetado de forma positiva, pois vários produtos
comercializáveis ficam a disposição do produtor
(particularmente a liquidez de se trabalhar com
gado), a curto prazo a entrada no SIPA, pode repre-
sentar uma imobilização importante de recur-
sos. Por exemplo, em determinadas situações, a
quantidade de recurso imobilizado em gado pode

63
facilmente chegar à metade do custo da terra. Por- região sofre de restrição alimentar nesse mesmo
tanto, deve-se começar com calma e planejamento. período. Esta é uma realidade presente nas demais
regiões agrícolas do País, que mostra uma dispari-
Potencial de utilização de dade ainda muito maior quanto ao uso das terras
áreas de lavouras em pousio agrícolas no verão e inverno. Mesmo considerando
que no Centro-Oeste existe o período da estiagem
com a pecuária no Subtrópico no inverno, se pode estabelecer estratégias de
e no Cerrado brasileiro uso destas áreas com o pastejo dos animais neste
período de maior carência alimentar. Isto significa
São todos os entraves levantados acima que impe-
uma área equivalente a mais de 45 milhões de hec-
dem o avanço mais relevante desta tecnologia no
tares com possibilidade de expansão da atividade
Brasil. Somente no Sul do Brasil, dos 16,3 milhões
pecuária. (Tabela 1)
de hectares em cultivos anuais de verão nos estados
do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (safra No atual contexto social e econômico, a cobertura
2021/22), apenas 5,96 milhões se tornam cultivos do solo com forrageiras tendo por único objetivo
de inverno. Isto significa que mais de 10 milhões produzir palha é injustificável. Só no RS estima-se
de hectares estão em pousio ou, mais comumente, que mais de 400.000 toneladas de peso vivo deixam
com culturas de cobertura (geralmente aveia preta de ser produzidas. Se somarmos esta estimativa
e azevém) cuja única finalidade é a de proteger o com o potencial de uso da pecuária nas demais
solo e produzir palha para a cultura de verão. Uma áreas do País no período de entressafra, resultaria
pequena parte dessas áreas de inverno é utilizada em valores superiores a 1,5 milhões de toneladas
com animais em pastejo, mas o mais comum é se de peso vivo deixando de ser produzido. Isto repre-
encontrar áreas que nem mesmo têm cercas, com senta mais de R$15 bilhões em riqueza que está dis-
plantas forrageiras em cobertura, mas sem pastejo, ponível para ser produzida e deixa de ser colhida.
enquanto a maior parte da população bovina da

Tabela 1. Área cultivada de grãos no Sul do Brasil e no total do País nas safras de 2021/22. Fonte
- CONAB (Levantamento da produção agrícola, 2023).

64
pesquisa em SIPA
Diante deste grande potencial a ser explorado pelo
uso dos SIPA no Brasil, justifica-se a continuidade
das pesquisas para responder questões ainda pen-
dentes no melhor entendimento da pecuária asso-
ciada com áreas agrícolas. Uma grande dificul-
dade é manter protocolos experimentais de longo
prazo, para que a amplitude de seus efeitos possa
ser detectada.

Também permanece a necessidade de se conhecer


melhor quais são os novos processos envolvidos
nas diferentes rotas dos fluxos de nutrientes e alte-
rações na eficiência do uso destes.

Para acelerar esta compreensão, deve-se formar


equipes multidisciplinares que para alcançar o
nível de transdisciplinaridade, onde o estudo de
propriedades emergentes requer estudos em nível C

de processos sistêmicos M

Por fim, é fundamental focar na quantificação dos Y

benefícios dos sistemas integrados de produção CM

agropecuária nos principais grupos de serviços MY

ecossistêmicos do quais a sociedade necessita: CY

reduzir aquecimento global; conservação da biodi- CMY

versidade; proteção e resiliência do solo e a melho- K

ria da qualidade da água e do ar.

65
Referências
ASSMANN, T.S.; RONZELLI, J.R.P.; MORAES.A.; ASSMANN,
A.L.;KOEHLER, H.S.; SANDINI, I. Rendimento de milho em
área de integração lavoura-pecuária sob o sistema de plan-
tio direto, em presença e ausência de trevo branco, pastejo
e nitrogênio. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.27,
p.675-683, 2003.

CARVALHO, P. C. F.; SILVA, J.L.S.; MORAES, A.; FON-


TANELLI, R.S.; MACARI, S.; BREMM, C.; TRINDADE, J.
Manejo de animais em pastejo em sistemas de integração
lavoura-pecuária. In: Moares, A. et al. International Sym-
posium on International Crop-livestock Systems, Curitiba,
2007, Proceedings...CD-ROM

CARVALHO, P. C. F.& MORAES, A. Integration of Grasslands


within Crop Systems in South America. Grasslands Produc-
tivity and Ecosystems Services. Eds. Lemaire, G.; Hodgson,
J. Chabbi, A. p.219-226, 2011

CARVALHO, P.C.F. et al. 2010. Managing grazing animals


to achieve nutrient cycling and soil improvement in no-till
integrated systems. Nutrient Cycling in Agroecosystems,
DOI 10.1007/s10705-010-9360-x

CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento. Avalia-


ção da Safra Agrícola 2021/22 Levantamento. Disponível
em: http://www.conab.gov.br/

LANG, C. R. Pastejo e nitrogênio afetando os atributos quí-


micos do solo e rendimento de milho no sistema de inte-
gração lavoura-pecuária. 2004. 89 f. Tese (Doutorado em
Agronomia – Produção Vegetal), Setor de Ciências Agrárias,
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2004

MORAES, A. de, Carvalho, P.C.F., Anghinoni, I., Lustosa,


S.B.C., Costa, S.E.V.G.D.A., Kunrath, T.R. Integrated crop–
livestock systems in the Brazilian subtropics. Eur. J. Agron.
v.57, p.4–9, 2014.

SALTON, J.C.; MIELNICZUK, J.; BAYER, C. et al. Matéria


orgânica do solo na integração lavoura-pecuária em Mato
Grosso do Sul. Embrapa: Dourados, 2005. 58 p.

66
eficiência, HEXION SRN-L agora é HEXION N-CODE: comprovado fertilizante líquido nitrogenado de
liberação lenta. Com base em Triazona e Ureia-Formaldeído, o produto supera as soluções
confiança, convencionais de nitrogênio líquido em aplicações foliares. O N-Code™ também pode ser usado
como matéria-prima para compor outras fórmulas de fertilizantes. Nutrição da planta aprimorada
produtividade. e eficiente, isso é HEXION N-Code™. Nitrogênio inteligente: sua lavoura ao máximo.

Baixa volatilidade
do nitrogênio
Fácil
aplicação

Baixíssimo
efeito fitotóxico

Compatível com a maioria


de outros insumos

Maior penetração
na folha devido
às propriedades
umectantes e adesivas
Não gera corrosão
de equipamentos

customerserviceBR@hexion.com
hexion.com

Empresa global pioneira de uma química responsável.


67
Macroalgas como fonte de compostos
bioativos para a agricultura

Marciel J. Stadnik Mateus B. de Freitas Roberta Paulert


UFSC UFSC UFPR

Introdução
O bioma marinho contempla uma enorme diver- os extratos de macroalgas marinhas se constituem
sidade de espécies de macroalgas, porém somente em um dos principais componentes bioativos pre-
algumas delas vêm sendo usadas para diferentes sentes em diferentes formulações de biofertilizan-
propósitos pela humanidade. As macroalgas são tes/ bioestimulantes.
classificadas de acordo com sua pigmentação,
Como tecnologia sustentável promissora, apre-
em três grandes grupos: Chlorophyta (verdes),
sentamos algumas características, componentes e
Rhodophyta (vermelhas) e Phaeophyta (marrons),
efeitos de extratos das macroalgas mais exploradas
os quais possuem características e propriedades
dentro de cada um dos três grandes grupos men-
distintas. Além dos usos consagrados na indústria
cionados. A Tabela 1 sumariza as variáveis e pro-
de alimentos, cosméticos e fármacos, devido à pre-
cessos afetados de maneira positiva após a aplica-
sença de moléculas bioativas únicas, os produtos
ção de produtos à base de macroalgas marinhas em
derivados de algas despertam atenção para uso
plantas cultivadas. Essa tabela sintética foi elabo-
agrícola com resultados promissores. A partir de
rada com base em De Freitas et al. (2022) e Paulert
exemplos documentados, as macroalgas são fontes
e Stadnik (2019), onde mais detalhes podem
para obtenção novos compostos promotores do
ser obtidos.
crescimento e desenvolvimento vegetal e ativa-
dores de mecanismos fisiológicos/bioquímicos
anti-estresses bióticos e abióticos. Na atualidade,

Macroalgas verde
Dentre as macroalgas verdes (filo Chlorophyta), o alguns países asiáticos e ocidentais (ex. Uruguai),
gênero Ulva é o mais estudado para aplicação na são usadas na alimentação humana, o que sugere
agricultura. Essas algas ocorrem em praticamente a sua inocuidade. Essas algas são frequente-
todas as regiões costeiras do mundo, sendo que em mente associadas ao fenômeno chamado de maré

68
verde, que resulta de crescimento acelerado em Além disso, em tomateiro, estes polissacarídeos
ambiente eutrofizado, principalmente no verão. podem aumentar a altura das plantas, a massa seca
Por outro lado, a sazonalidade na produção dessa da parte aérea e das raízes, e o conteúdo de clorofila
alga ainda é um desafio para a sua efetiva explora- a e b em até 40% quando aplicados semanalmente
ção comercial. via irrigação (0,1 mg mL-1) em casa de vegetação.

Além da descrição de aumento da germinação de Apesar de o mecanismo ainda não estar comple-
sementes, promoção do crescimento das plantas e tamente elucidado, o efeito dos polissacarídeos
incremento na produção, os extratos dessas algas algais em plantas pode estar associado ao seu reco-
podem mitigar efeitos de estresses hídrico e salino. nhecimento por receptores e ao posterior aumento
A presença de moléculas bioativas (ex. betaínas) e na mobilização e assimilação de nutrientes e/ou
as alterações metabólicas induzidas pelos extratos ao fornecimento de elementos essenciais como,
de algas, vêm sendo apontados como responsáveis por exemplo, o enxofre. O Núcleo de Estudos de
pelos efeitos positivos observados em plantas sob Recursos do Mar para Agricultura (NERMA) da
condições adversas. UFSC tem se dedicado ao estudo de aplicações
biotecnológicas de macroalgas marinhas na agri-
Outro grupo de compostos presentes no extrato
cultura há aproximadamente 20 anos. Nesse meio
de algas, os polissacarídeos sulfatados, também
tempo, foram publicados vários artigos demons-
podem afetar processos fisiológicos e bioquímicos
trando que os extratos de Ulva e as ulvanas, além
de plantas. Por exemplo, a embebição de semen-
do efeito bioestimulante, são potentes indutores de
tes de feijão em uma solução do polissacarídeo
resistência contra patógenos fúngicos de plantas.
(ulvana) extraído das paredes celulares de algas do
gênero Ulva incrementa a germinação em cerca de
35% e a emergência de plântulas em cerca de 45%.

Macroalgas vermelhas
As macroalgas vermelhas (filo Rhodophyta) são as Kappaphycus alvarezii é intensamente culti-
mais cultivadas globalmente e os gêneros com des- vada nas Filipinas e Indonésia, como fonte de
taque na atividade bioestimulante são Gracilaria e matéria-prima para a indústria de alimentos.
Kappaphycus, especialmente pela expectativa de Devido ao alto valor comercial e alta demanda, o
utilização dos resíduos da indústria de agar e car- seu cultivo tem se espalhado para inúmeros países.
ragenana como matéria-prima. No Brasil, o cultivo dessa alga exótica tem sido per-
mitido em áreas exclusivas e delimitadas nos lito-
Gracilaria é usada para obtenção de ágar e na ali-
rais de Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo.
mentação. Gracilaria spp. são cultivadas principal-
Trabalhos indicam que extratos líquidos de K.
mente em países asiáticos e Chile. O aumento da
alvarezii podem aumentar o crescimento e a pro-
produtividade com a utilização do extrato líquido
dução de inúmeras espécies agrícolas. O extrato é
desta alga vermelha é observado em diferentes
composto por macro e micronutrientes essenciais
culturas, entre elas arroz, milho, feijão e hortali-
(ferro, manganês, zinco e níquel); além de uma
ças (ex: berinjela e tomate). Além disso, a aplica-
mescla de componentes bioativos como hormô-
ção foliar do extrato de Gracilaria pode aumentar
nios, glicina betaína e vitaminas. A aplicação desse
a biomassa e o rendimento através de alterações
extrato pode aumentar a expressão de mais de 800
fisiológicas (potencial osmótico e conteúdo de
genes em plantas de milho, entre eles, aqueles
prolina) associadas à retenção de água (com redu-
relacionados com o crescimento das raízes, meta-
ção da abertura dos estômatos) assim como ao
bolismo do nitrogênio, sinalização via ácido gibe-
acúmulo de ácido abscísico e à expressão de genes
rélico e auxinas.
de biossíntese.

69
Macroalgas marrons
As macroalgas marrons ou pardas (filo Phaeophyta)
possuem mais de 300 gêneros e são na atualidade
as principais algas usadas como matéria-prima
nas formulações de biofertilizantes/ bioestimu-
lantes. Comercialmente, destacam-se os gêneros
Ascophyllum e Ecklonia, frequentemente encon-
trados em regiões costeiras de oceanos com águas
frias. Além dessas, destacam-se com potencial uso
na agricultura as macroalgas marrons Sargassum,
Laminaria, Macrocystis, Durvillaea e Fucus, entre
outras. Essas algas produzem uma ampla gama de
compostos bioativos, tais como as fucoidanas, algi-
natos, betaínas, eckol, laminarana, entre outros.

Ecklonia maxima cresce abundantemente na costa


oeste da África do Sul. O principal produto comer-
cial é obtido por meio de um processo de extração
de alta pressão à baixa temperatura, visando pre-
servar ao máximo os compostos bioativos. As pes-
quisas indicam que plantas tratadas com extratos
de E. maxima apresentam maior produtividade,
aumento do conteúdo de compostos orgânicos e
minerais e exibem tolerância a estresses abióticos.
Esses efeitos positivos relacionados às moléculas
bioativas do extrato, estimulam processos fisio-
lógicos como a fotossíntese, e por consequência,
melhoram o rendimento e a qualidade nutricional
dos cultivos. Por exemplo, a pulverização foliar de
produto contendo E. maxima aumenta os teores
de pigmentos foliares, biomassa e valor nutricional
de plantas de alface e outras hortaliças. No trigo, a
pulverização das plantas com o extrato resulta em
aumento na taxa de fotossíntese e retardo na senes-
cência das duas últimas folhas, o que aumenta o
fornecimento de fotoassimilados para os grãos.

Ascophyllum nodosum é predominante nas costas


rochosas do Atlântico Norte. Além de ser uma
fonte natural de macro e micronutrientes, esta
espécie possui vários compostos orgânicos, em
especial ácidos algínicos, lipídios, aminoácidos,
betaínas, proteínas, fenóis, polissacarídeos sulfata-
dos, oligossacarídeos, além de pigmentos, vitami-
nas e hormônios. Assim como em outras espécies
de algas marrons, os polissacarídeos sulfatados são
abundantes na composição da A. nodosum e estão

70
relacionados com as principais moléculas bioativas,
entre elas as ascofilanas.

Entre as algas marrons exploradas para uso agrícola,


A. nodosum é, sem dúvida, a espécie mais intensa-
mente estudada e usada. Os seus extratos são conhe-
cidos por promoverem a absorção de nutrientes,
aumento no crescimento e no rendimento de plantas
de interesse. Além disso, eles podem mitigar estresse
abióticos, atuando na regulação de processos fisioló-
gicos, bioquímicos e moleculares na planta. As algas
não processadas e seus extratos podem influenciar o
crescimento das plantas de modo direto e indireto.
Os benefícios indiretos ocorrem quando alteram as
propriedades físicas e químicas do solo, resultando
em uma melhoria na textura, uma maior capacidade
de retenção de água e modificações na microbiota
do solo. Os benefícios diretos incluem: aumento na
taxa de germinação das sementes, do crescimento
radicular, da biomassa da parte aérea, melhoria da
eficiência do uso de nutrientes, florescimento pre-
coce, retardo na senescência, aumento no teor de
clorofilas e flavonoides, maior rendimento, além de
promover uma maior tolerância aos estresses.

Condições de estresse por temperaturas extre-


mas, falta ou excesso de água, excesso de radiação,
salinidade ou suas combinações, podem resultar
facilmente em prejuízos de até 50%. Nessa situa-
ção, os extratos de A. nodosum têm apresentado
papel importante para a manutenção ou restabele-
cimento das plantas. Assim, é provável que produ-
tos de macroalgas se tornem, cada vez mais, uma
ferramenta chave e sustentável para os desafios de
imprevisibilidade da agricultura.

Além de promover o crescimento de plantas, as apli-


cações foliares de extratos de Ascophyllum melho-
ram a qualidade na pós-colheita de frutos como
maçã e uva. Os efeitos em frutos são atribuídos a
um aumento na atividade antioxidante e uma redu-
ção na peroxidação de lipídios quando as plantas
são submetidas a um tratamento pré-colheita com
os extratos.

De modo geral, os trabalhos indicam que o local


onde as algas são colhidas ou cultivadas, a época
do ano, bem como o método e tempo de extração
podem influenciar tanto a concentração como a

71
composição dos compostos bioativos; um tema
que ainda merece atenção da pesquisa.

Polissacarídeos algais e
determinação de ácido
algínico em produtos
Alguns polissacarídeos ocorrem somente em
determinados grupos de algas e, por isso, podem
ser utilizados como marcadores da sua presença
em formulações. Em suma, estes polissacarídeos
são importantes indicadores de quanto de alga
está presente no produto comercial. Os princi-
pais polissacarídeos são ulvanas, carragenanas e
alginatos encontrados, respectivamente, em algas
verdes, vermelhas e marrons. Existem inúmeras
técnicas químicas para sua detecção, quantifica-
ção e caracterização. A Instrução Normativa Nº 61
de 8/07/2020 do MAPA estabelece, dentre outros,
os teores mínimos de ácido algínico que devem
estar presentes em biofertilizantes de extratos de
algas. Assim, para se registrar um biofertilizante
à base de extrato de alga marrom, deve-se saber
a concentração de ácido algínico ali presente.
Visando atender a esta demanda, o Laboratório
de Fitopatologia da UFSC (labfitop@contato.ufsc.
br) adaptou um método para determinação espec-
trofotométrica de ácido algínico e oferece o serviço
para interessados.

Referências
De Freitas MB, Paulert R, Ribeiro CF, Borba MC, Velho A,
Stadnik MJ. Extratos de Macroalgas Marinhas como Biofer-
tilizantes. In: Mógor AF & Mógor G. (Org.). Aminoácidos,
Extratos de Algas, Extratos Vegetais e Substâncias Húmicas
como: Biofertilizantes. Piracicaba: PECEGE, 2022, p. 29-58.

Paulert R, Stadnik, MJ. Macroalgae polysaccharides in plant


defense responses. In: Pereira L, Bahcevandziev K; Joshi
NH. (Org.). Seaweeds as Plant Fertilizer, Agricultural Biosti-
mulants and Animal Fodder, Boca Raton: CRC Press, 2019,
v. 1, p. 1-23.

72
1º FERTILIZANTE MINERAL QUE
E Q U I L I B R A , R E STAU R A E FO RTA L E C E
A M I C R O B I OTA D O S O LO.

A combinação do futuro que PERFORMA


com nutrição e produtividade.
TRIPLA AÇÃO
EQUILIBRA, Performa Bio ativa e reestrutura a microbiota do
RESTAURA solo, aumentando a ef iciência dos fertilizantes.
E FORTALECE
Sua ação melhora o desenvolvimento e a tolerância
A MICROBIOTA
DO SOLO das plantas a estresses, resultando em um maior
patamar de produtividade. E tudo em uma única
aplicação, que combina o melhor da nutrição com
o mais avançado efeito restaurador da diversidade
biológica do solo.

Colabora Aumenta a ESG: maior


Promove alto
para a saúde eficiência dos sustentabilidade
e longevidade fertilizantes e a ao sistema rendimento
do solo produtividade produtivo operacional

Saiba mais em nutricaodesaf ras.com.br e peça ao seu distribuidor.


As imagens e informações desta campanha são meramente ilustrativas e podem apresentar variações nos resultados e nas ofertas. A Mosaic
Fertilizantes não fornece garantia, expressa ou implícita, quanto à precisão dos resultados que poderão ser obtidos com o uso do produto. Para
mais informações, por favor, acesse o site nutricaodesafras.com.br. 73
Extrato de algas aliada
à adubação: tecnologia
de manejo contra
estresse térmico
Lucas Giovani
P. Bernardi
IAC

Erico M. Corneta Jefferson Rangel Dirceu de Mattos Jr. Rodrigo M. Boaretto


IAC IAC IAC IAC

A agricultura tem sofrido com perdas de produti- minerais. Além disso, uma planta bem nutrida
vidade devido ao aumento da ocorrência de extre- consegue expressar seu maior potencial fisioló-
mos climáticos, como períodos de estiagem, eleva- gico, promovendo a melhoria das rotas de defesa
das temperaturas e alta radiação solar. Nos últimos contra estresse. Desse modo, em condições de
anos vêm sendo observado um aumento médio estresse abiótico, o incremento na adubação de
de temperatura na região do cinturão citrícola, os elemento, como o magnésio (Mg), pode promove
quais vêm ocorrendo especialmente nos meses de a ação de enzimas envolvidas no mecanismo de
setembro/outubro, período que coincidem com o defesa da planta.
florescimento e pegamento das flores. Em outu-
O Laboratório de Nutrição e Fisiologia Vegetal do
bro de 2020, as temperaturas máximas chegaram
Centro de Citricultura ‘Sylvio Moreira’ têm obtido
alcançar até 43,0 ºC nas regiões norte do estado de
resultados com experimentos relacionados à apli-
São Paulo (INMET, 2020) causando perdas de 30%
cação de extrato de algas (Ascophyllum nodosum)
da produção de frutos em relação à safra anterior.
associado ou não a adubação com Mg, avaliando
Em busca de minimizar os danos às plantas causa- antes e após a imposição de estresse térmico.
das por essas condições extremas, o uso de insu- Plantas de laranja doce (Valencia) foram aclima-
mos, como os protetores solares (filmes de partí- tadas em câmara de crescimento onde receberam
culas foliares), biofertilizantes, além de nutrientes, as seguintes aplicações foliares com de sulfato de
contribuem para às respostas das plantas quanto magnésio, extrato de algas A. nodosum (EA) e a mis-
aos estresses abióticos, como o estresse térmico. tura de EA+Mg. As plantas receberam aplicações
A aplicação de bioefertilizantes, como extrato de foliares dessas soluções em período pré-estresse
algas, é colocado como alternativa para amenizar quando a temperatura ambiente foi de 30°C/ 20°C
tais efeitos do estresse pela sua ação fisiológica, (dia/noite) e em seguida foram submetidas a uma
pois este insumo melhora o metabolismo primário condição com 43°C/ 30°C (dia/noite) por 72h.
e secundário, e auxilia na absorção de elementos

74
Avaliações fisiológicas e bioquímicas foram reali- demonstra interação sinérgica entre os benefícios
zadas antes e após o período de estresse. do Mg e as propriedades do EA, que dispõem à
planta uma gama de fitormônios, aminoácidos,
As avaliações pré-estresse mostraram maior trans-
açúcares e nutrientes. Por isso, plantas deste tra-
piração (figura 1A) para plantas submetidas ao
tamento foram capazes de assimilar mais carbono
tratamento com Mg foliar, assim como para assi-
no período pós estresse, produzindo mais açúcares
milação de carbono (Figura 1B). No período pós
como constatado pela quantificação de sacarose
estresse, as plantas do tratamento que recebe-
no tecido foliar (Figura 1D). Por outro lado, nas
ram pulverizações com EA+Mg transpiraram 20%
plantas pulverizadas apenas com EA foram identi-
a mais do que aquelas do tratamento controle,
ficadas maior atividade da Superóxido Dismutase
e assimilação de carbono foi aproximadamente
(SOD), enzima que atua no sistema antioxidante
20% maior nesse mesmo tratamento em relação
da planta, sendo a primeira enzima na cadeia eli-
às plantas que receberam apenas Mg. Esses parâ-
minação das espécies reativas de oxigênio.
metros nos indicam que o tratamento que asso-
cia a aplicação de Mg com EA pode aumentar a Portanto, destaca-se que a aplicação foliar de Mg
capacidade da planta de realizar a manutenção da promoveu efeito estimulante às plantas, o que
temperatura foliar, com maior transpiração, arre- favoreceu o aparato fotossintético, sobretudo em
fecendo a folha e favorecendo outros processos da períodos pré-estresse. Por outro lado, o Mg asso-
fotossíntese como a reparação de estruturas que ciado ao EA favoreceu ainda o sistema enzimá-
recebem os fótons da luz solar para a realização da tico antioxidante, especialmente em condições de
parte luminosa da fotossíntese. estresse impostas no estudo com o aumento da
temperatura do ar ambiente.
A maior taxa de assimilação de CO2 após o período
de estresse em plantas pulverizadas com EA+Mg

Figura 1. Medidas de transpiração (E) (A), assimilação de CO2 (An) (B), unidade da enzima

em períodos pré-estresse e pós-estresse.

75
Boro, o Macro dos Micronutrientes

Godofredo Eduardo
Cesar Vitti Sgarbiero
ESALQ ESALQ

1. Introdução
Boro, há muito para se desvendar. A necessidade menor, quando comparada a outros micronutrien-
pelas dicotiledôneas é maior que os demais micro- tes; é o único elemento que é absorvido pelas plan-
nutrientes; os sintomas de deficiência, ocorrem na tas como molécula não ionizada, H3BO3 ou B(OH)3.
maioria das espécies vegetais e em todas as condi-
ções climáticas; a faixa de deficiência e toxidez é

2. Boro na planta
Nas plantas, 10% do B faz parte das membra- do tubo polínico e germinação, fixação do nitrogê-
nas, promovendo divisão e alongamento celular nio, atividade de membranas, crescimento radicu-
os 90% restantes, fazem parte da parede celular, lar, além do transporte de açúcares das folhas para
com funções estrutural e fisiológica, (composto órgãos de reserva, aliado ao fato de apresentar
Boro-Cálcio: Rhamnogalacturonan II (B – RG II)) e ainda baixa mobilidade no floema. Na Figura 1, é
regula a pressão osmótica, promovendo formação apresentada a fisiologia do boro na planta.

Figura 1. Fisiologia do Boro na planta.

76
Aliada a importância do boro na nutrição vege- adubação de boro promove custo/benefício 1:15 à
tal, tem-se: baixos teores no solo e alta lixiviação, 1:30.
rápida inibição no desenvolvimento da planta. A
Nas figuras de 2 à 5, são apresentados sintomas de
nutrição adequada com B reflete em rendimento
deficiência e toxidez de boro.
e qualidade dos produtos, sendo que, o uso da

Figura 2.

Figura 3.

Figura 4.

77
Figura 5. Sintomas de toxidez de boro em mudas de citros (Vitti, 1993).

3. Dinâmica do boro no solo


As plantas absorvem o B da solução do solo, sendo para manter em níveis adequados os teores de
que esse compartimento deveria ser abastecido B da solução do solo. O boro da solução do solo,
por minerais cristalinos e amorfos bem como além de ser a forma absorvida pelas plantas, pode
da matéria orgânica, nos quais são insuficientes apresentar parte adsorvido à minerais de argila,

O BRASIL CONTA COM O AGRO,


O AGRO CONTA COM
A BANDEIRANTE BRAZMO.
As melhores soluções para o setor da agricultura
passam pela Bandeirante Brazmo e seus parceiros.

Oferecemos formulações sustentáveis para


fertilizantes, condicionadores de solo e muitas outras.

Porque garantir a qualidade do plantio é também


garantir a qualidade do que chega à mesa do brasileiro.

Uma responsabilidade que também é nossa.


Conheça nossas soluções em www.bbquimica.com.br

Acompanhe:

78
estando sujeito a perdas por lixiviação, bem como, adsorvido, o qual é influenciado pela precipitação
por volatilização. pluvial e pH do solo.

Em função desse equilíbrio é necessário o forneci- Na figura 6 é apresentada a dinâmica de B no solo


mento adequado do boro para nutrição das plan- (Vitti, 2019).
tas, bem como propiciar maior quantidade de B

Figura 6. Dinâmica do Boro no solo.

Na figura 7, está representada a relação entre pH e o boro disponível para as plantas, notando-se maior
disponibilidade na faixa de pH em água de 5,5 à 6,5.

Figura 7. Relação entre pH e o boro disponível para as plantas.

79
4. Fontes de boro
As principais fontes de boro, são originárias de minerais de ocorrência na Turquia, na Cordilheira dos
Andes e na Califórnia. Na figura 8 tem-se os principais minerais contendo boro.

Figura 8. Principais minerais de boro.

80
Esses minerais devem passar por processos de
solubilização e concentração em boro visando
atender a legislação com o mínimo de 60% do teor
total de boro solúvel em ácido cítrico à 2%, con-
forme descrito a seguir:
MATÉRIA PRIMA
A Ulexita, Hiodroboracita, Colemanita, Kernita e
Tincal, sofrem processos de extração e moagem.
PARA A INDÚSTRIA
Fato importante é conhecer se a Ulexita foi obtida
por processo de acidificação ou calcinação. No
DE FERTILIZANTES
caso da acidificação, tem-se produtos de melhor
ÁCIDO HÚMICO LEONARDITA
qualidade, como solubilidade maior que 90% em
água, dureza e uniformidade dos grânulos, tama- Matéria prima com alta
nho dos grânulos (2 a 4 mm) e baixos teores de solubilidade e estabilidade em
metais pesados, ao contrário da Ulexita calcinada. formulações de fertilizantes

Os minerais de boro citados, após extração, ÁCIDO HÚMICO LEONARDITA LP


moagem e retirada de impurezas, são tratados Matéria prima com processo
com ácido sulfúrico, obtendo-se ácido bórico, o exclusivo de extração,
qual pode ser tratado por solventes orgânicos, indicado para formulações que
obtendo-se boro orgânico ou borato de monoe- necessitam de estabilidade em
tanolamina, bem como ácido bórico tratado com baixo pH
hidróxido de sódio, originando o octaborato, pen- ÁCIDO FÚLVICO
taborato e tetraborato de sódio (Bórax).
Fulvato de potássio de alto poder
Outra rota é o ácido bórico tratado com tetra- complexante, indicado para
borato, originando pentaborato de sódio, que é formulações em distintas faixas
uma suspensão. de pH

EXTRATO DE ALGAS
5. Aplicação de boro na Produto com alta concentração
de alga marinha do gênero
agricultura ascophyllum nodosum

Dentro desse escopo, tem-se que as principais AMINOÁCIDO


fontes de boro para nutrição de plantas, divididas Matéria prima com aminoácidos
de acordo com sua forma de utilização: de origem vegetal altamente
solúvel
Aplicação via solo:

• Ulexita, de preferência oxisulfato. QUITOSANA OLIGOSSACARÍDEOS


• Tetraborato de sódio 5H2O, ou Bórax anidro Extrato líquido de quitosana
(produtos refinados).
• Boro silicatado oriundos da fusão com silicatos.
Aplicação via herbicida na dessecação: Entre em contato conosco
• Octaborato de sódio; business@aquadobrasil.com.br
• Pentaborato de sódio;
+55 (11) 98621-2829
• Borato de monoetanolamina;
+55 (11) 4021-0838

www.aquab2b.com.br 81
Aplicação foliar.: no controle: menor alongamento radicular, maior
incidência de doenças e falha na germinação,
• Ácido bórico;
enquanto que a aplicação de 1,0 kg ha-1 B resultou
• Borato de monoetanolamina;
em seedlings sadios, maior alongamento radicular
• Octaborato e pentaborato de sódio
e maior sanidade.

6. Doses e épocas
de aplicação
No caso da aplicação do boro via herbicida, é fun-
damental obedecer a ordem de preparo da solução
junto com o herbicida:

• 1º- água;
• 2º- adjuvante para redução do pH a 4,5;
• 3º- adição do herbicida
• 4º- fonte de boro a ser utilizada.

Na figura 9, é apresentada a relação entre o alon-


gamento radicular e o tempo de tratamento em
Figura 9. Relação entre o alongamento radicular e o
sementes de soja e, na figura 10, o efeito espetacu- tempo de tratamento, em sementes de soja.
lar dessa aplicação no amendoim, onde se observa

Figura 10. Efeito da adubação com Boro na germinação do amendoim (Bettiol e


Vitti, 2019).

A aplicação de boro via foliar, devido à baixa mobi- no caso de soja e milho, 1,0 kg B antes do plan-
lidade no floema, somente resultará em benefícios tio da soja e 1,0 kg B antes do plantio do milho.
se a planta for produtora de poliol como a cana de Cabe ressaltar que é impossível fazer estoque de
açúcar, algodão e girassol, dentre outras. boro no solo, seja por problemas de toxicidade ou
de lixiviação.
A aplicação de boro via solo, modo mais adequado
à resposta desse nutriente, deverá ser realizada
com as fontes já citadas, utilizando de preferência

82
As características desejáveis de fertilizantes bora-
tados, está apresentada na figura 11 (Vitti., 2019),
onde se busca dose adequada para atender a nutri-
ção da planta, liberação moderada com menor lixi-
viação, maior efeito residual e menor toxicidade.

O Boro é o nutriente que mais limita a produtivi-


dade e a qualidade das culturas, principalmente
nas regiões tropicais.

Figura 11. Características desejáveis em fertilizantes bor-


ratados (Vitti, 2019).

83
Poliaminas: moléculas bioativas
derivadas de L-aminoácidos

Átila Francisco Gilda Mógor


Mógor
UFPR
UFPR

Os L-aminoácidos formam proteínas e são precur- divisão e alongamento celulares, embriogênese,


sores de moléculas com funções biológicas essen- diferenciação floral, desenvolvimento do cloro-
ciais para as plantas, como enzimas, hormônios, plasto, senescência foliar (Hasan et al, 2021; Pál
polímeros da parede celular, participam do trans- et al., 2021), participam no transporte de cátions e
porte de nutrientes e da adaptação das plantas aos homeostase (equilíbrio) celular de Ca++, K+ e Mg++
estresses abióticos (Mógor e Mógor, 2022). (Pottosin et al., 2021; Pathak e Dudhagi, 2021) e
nas respostas aos estresses abióticos, estimulando
Entre as inúmeras moléculas bioativas deriva-
a capacidade antioxidante das plantas (Seo et
das de L-aminoácidos, as poliaminas (PAs), cuja
al., 2019).
biossíntese depende dos aminoácidos L-arginina,
L-ornitina e L-metionina, estão presentes em Entre as inúmeras funções metabólicas das PAs,
todas as células vegetais, participando das tran- de maneira geral Spd e Spm estão relacionadas à
sições dos estádios fenológicos, do crescimento promoção do crescimento das plantas, enquanto
e da senescência, com sua distribuição e concen- a Put está associada aos processos de maturação
tração mudando de acordo com o desenvolvi- e senescência (Xie et al., 2014; Anwar et al., 2015;
mento e adaptação das plantas ao ambiente (Pál et Ahmed et al., 2017).
al., 2021).
Trabalhos recentes relacionam a bioatividade de
As principais formas livres de PAs são a putrescina fontes de L-aminoácidos aplicados às plantas com
(Put), sendo catalisada a partir da L-arginina e o metabolismo das PAs, a exemplo da aplicação
L-ornitina; a espermidina (Spd) catalisada a partir foliar de um hidrolisado proteico obtido por pro-
da Put, e a espermina (Spm) catalisada a partir da cesso enzimático em plantas de alface, que alterou
Spd, com a participação da molécula reguladora o metabolismo das PAs, promovendo o aumento
S-adenosilmetionina derivada do aminoácido no teor de Spm nas folhas, estimulando o cresci-
L-metionina (Chen et al., 2019). mento das plantas (Mógor et al., 2018).

Por serem hidrossolúveis e de baixo peso molecu- O processo de brotação das gemas dos colmos de
lar, as PAs se difundem pelo tecido vegetal desem- cana-de açúcar também foi relacionado ao meta-
penhando múltiplas funções metabólicas, como bolismo das PAs, com a imersão de mini-toletes em

84
solução contendo biomassa rica em L-aminoácidos
apresentando aumento significativo na brotação e
crescimento dos brotos, sendo esses efeitos relacio- anos
nados ao aumento da Spd e redução do teor de Put
nos brotos, alterando dessa forma o perfil das PAs
para estimular as brotações (Mógor et al., 2022).
Incrementos nos níveis de Spd e a redução de Put
podem melhorar o transporte da sacarose (Luo et
al., 2019), justificando a maior redistribuição de
açúcares não redutores dos mini-toletes para as
gemas durante a brotação, em função da imersão
na solução com a biomassa rica em L-aminoácidos
(Mógor et al., 2022).

Além da promoção do crescimento vegetal, alter-


nativas para mitigar os efeitos dos estresses abióti-
cos são prioritários como temas de pesquisa, entre
os quais se destacam os recentes estudos dos efei-
Qualidade e eficiência
tos das PAs na adaptação das plantas ao ambiente. na distribuição de
matérias-primas para
Para superar o efeito dos estresses ambientais, o
acúmulo de diferentes osmólitos (carboidratos,
nutrição vegetal.
glicina-betaína, prolina e outros aminoácidos) e
a atividade de enzimas antioxidantes são fatores LINHA DE PRODUTOS
adaptativos, sendo respostas metabólicas para
manter a pressão de turgor celular e reduzir a ação Potássios
de espécies reativas de oxigênio que degradam as Monoetanolamina
membranas celulares (Farooq et al., 2009). Além Agentes complexantes
dessas respostas, os níveis elevados de PAs são
Corantes
considerados marcadores metabólicos em plantas
expostas a condições de estresses abióticos, sendo Umectantes
Spd e Spm benéficas para a homeostase de proteí- Translocadores
nas e desintoxicação de espécies reativas de oxi- Aminoácidos
gênio, melhorando a capacidade antioxidante das Espessantes
plantas (Alcázar et al., 2020; Hasan et al., 2021). Sílica
As PAs são consideradas moléculas proteto- Reguladores de pH
ras, além de serem importantes participantes de Micronutrientes
um complexo sistema de sinalização apresen- Emulsionantes
tando uma função vital nos processos de tole-
rância, dependendo do seu tipo e concentração
em condições de estresse (Fazilati e Forghani, NUTRIÇÃO VEGETAL

2015; González-Hernández et al. 2022). As PAs NUTRIÇÃO ANIMAL NUTRIÇÃO HUMANA

estão envolvidas em vários processos metabóli- QUÍMICOS HOME & PERSONAL CARE AROMAS

cos, incluindo: defesa dos pigmentos fotossintéti-


cos, sistemas antioxidantes, interação hormonal e
homeostase iônica, que em última análise contri- nicrom-química

buem para a adaptação ao estresse, promoção do

+55 (11) 4152.0444


nicromquimica.com.br85
crescimento e desenvolvimento das plantas (Kaur As PAs são parte de um grupo de metabólitos cha-
e Das 2022; Shao et al., 2022). mados aminas biogênicas, muito estudadas na
qualidade de alimentos e saúde humana, como por
Portanto, pode-se considerar que os efeitos bené-
exemplo a dopamina, neurotransmissor conhe-
ficos do uso de L-aminoácidos nas plantas, em
cido como “hormônio da felicidade”, que no meta-
parte, podem ter relação com o metabolismo da
bolismo vegetal tem sido relatada como indutora
PAs, levando em conta que a síntese de seus per-
de tolerância aos estresses abióticos (Ahammed
cussores L-arginina, L-ornitina e L-metionina,
e Li., 2023); e as indolaminas, como a serotonina
assim como de todos os aminoácidos, se conec-
(5-hidroxytriptamina) também relacionada com a
tam em algum ponto com a L-glutamina ou com o
sensação de bem estar; e a triptamina, derivada do
L-glutamato (Majumdar et al., 2016) pela ação das
aminoácido L-triptofano, ambas compartilhando
aminotransferases, enzimas que atuam para pro-
nas plantas funções com o hormônio auxina
duzir o conjunto dos aminoácidos das plantas de
(Erland e Saxena., 2019).
acordo com suas demandas metabólicas (Pratelli e
Pilot, 2014). A figura apresenta o resumo gráfico dos potenciais
efeitos da aplicação de produtos que estimulam o
metabolismo das PAs

Fonte: adaptado de Alcázar et al. (2020)

86
Referências
Ahammed, G.J.; Xin, Li. 2023. Dopamine-induced abiotic
stress tolerance in horticultural plants. Scientia Horticulturae,
307:111506. https://doi.org/10.1016/j.scienta.2022.111506

Ahmed, S.; Ariyaratne, M.; Patel, J.; et al. 2017. Altered expres-
sion of polyamine transporters reveals a role for spermidine
in the timing of flowering and other developmental res-
ponse pathways. Plant Science, 258, 146-155. https://doi.
org/10.1016/j.plantsci.2016.12.002

Alcázar, R.; Bueno, M.; Tiburcio, A.F. 2020. Polyamines: small


amines with large effects on plant abiotic stress tolerance.
Cells, 9(11):2373. https://doi.org/10.3390/cells9112373

Anwar, R.; Mattoo, A.K.; Handa, A.K. 2015. Polyamine inte-


ractions with plant hormones: crosstalk at several levels. Pol-
yamines, 267-302. https://doi.org/10.1007/978-4-431-55212-
3_22

Chen, D.; Shao, Q.; Yin, L.; et al. 2019. Polyamine function in
plants: metabolism, regulation on development, and roles in
abiotic stress responses. Frontiers in Plant Science, 9:1945.
https://doi.org/10.3389/fpls.2018.01945

Erland, L.A.E.; Saxena, P. 2019. Auxin driven indoleamine


biosynthesis and the role of tryptophan as an inductive signal
in Hypericum perforatum (L.). PLoS ONE e0223878. https://
doi.org/10.1371/journal.pone.0223878

Fazilati, M.; Forghani, A.H. 2015. The role of polyamine to


increasing growth of plant: As a key factor in health crisis.
International Journal of Health System and Disaster Manage-
ment, 3(2):89–94. https://doi.10.4103/2347-9019.151316

Farooq, M.; Wahid, A.; Kobayashi, N.; et al. 2009. Plant


drought stress: effects, mechanisms and management. Sus-
tainable Agriculture. https://doi.org/10.1051/agro:2008021

González-Hernández, A.I.; Scalschi, L.; Vicedo, B.; et al.


2022. Putrescine: A key metabolite involved in plant deve-
lopment, tolerance and resistance responses to stress. Inter-
national Journal of Molecular Science, 23:2971. https://doi.
org/10.3390/ijms23062971

Hasan, M.M.; Skalicky, M.; Jahan, M.S.; et al. 2021. Spermine:


Its emerging role in regulating drought stress responses in
plants. Cells, 10:261. https://doi.org/10.3390/cells10020261

Kaur, Y.; Das, N. 2022. Roles of polyamines in growth and


development of the solanaceous crops under normal and
stressful conditions. Journal of Plant Growth Regulation.
https://doi.org/10.1007/s00344-022-10841-9

Luo, J.; Wei, B.; Han, J.; et al. 2019. Spermidine increases the
sucrose content in inferior grain of wheat and thereby pro-
motes its grain filling. Frontiers in Plant Science, 10:1309.
https://doi.org/10.3389/fpls.2019.01309

87
Manjudar, R.; Barchi, B.; Turlapati, S.A.; et al. 2016. Glu-
tamate, ornithine, arginine, proline, and polyamine
metabolic interactions: the pathway is regulated at the
post-transcriptional level. Frontiers in Plant Science, 7:175.
https://doi.org/10.3389/fpls.2016.00078

Mógor, G., Mógor, Á.F., Lima, G.P.P. et al. 2022. Metabo-


lic changes in sugarcane bud sprouting stimulated by
microalga Asterarcys quadricellulare. Sugar Tech, 24:930–
940. https://doi.org/10.1007/s12355-022-01111-9

Mógor, Á.F; Mógor, G.(org.). 2022. Aminoácidos, extratos de


algas, extratos vegetais e substâncias húmicas como biofer-
tilizantes. Piracicaba-SP. Pecege Editora.

Mógor, A.F.; Ördög, V.; Lima, G.P.P.; et al. 2018. Biostimulant


properties of cyanobacterial hydrolysate related to polya-
mines. Journal of Applied Phycology, 30:453–460. https://
doi.org/10.1007/s10811-017-1242-z

Pál, M.; Szalai, G.; Gondor, O.K.; et al. 2021. Unfinished


story of polyamines: role of conjugation, transport and
light-related regulation in the polyamine metabolism
in plants. Plant Science, 308. https://doi.org/10.1016/j.
plantsci.2021.110923

Pathak, G.; Dudhagi, S.S. 2022. Role of polyamines in cation


transport in plants. Cation Transporters in Plants, 417-435.
https://doi.org/10.1016/B978-0-323-85790-1.00001-4

Pottosin, I.; Olivas-Aguirre, M.; Dobrovinskaya, O.;


Zepeda-Jazo, I.; Shabala, S. 2021. Modulation of Ion Trans-
port Across Plant Membranes by Polyamines: Understan-
ding Specific Modes of Action Under Stress. Front. Plant Sci.
11:616077. doi: 10.3389/fpls.2020.616077

Pratelli, R.; Pilot, G. 2014. Regulation of amino acid meta-


bolic enzymes and transporters in plants. Journal of Experi-
mental Botany, 65(19):5535–5556. https://doi.org/10.1093/
jxb/eru320

Seo, S.Y.; Kim, Y.J.; Park, K.Y. 2019. Increasing polyamine


contents enhances the stress tolerance via reinforcement
of antioxidative properties. Frontiers in Plant Science,
10:1331. https://doi.org/10.3389/fpls.2019.01331

Shao, J.; Huang, K.; Batool, M.; et al. 2022. Versatile roles
of polyamines in improving abiotic stress tolerance of
plants. Frontiers in Plant Science, 13:1003155. https://doi.
org/10.3389/fpls.2022.1003155

Xie, S.S.; Wu, H. J.; Zang, H.Y.; et al. 2014. Plant growth pro-
motion by spermidine-producing Bacillus subtilis OKB105.
Molecular Plant-Microbe Interactions, 27(7):655-663.

https://doi.10.1094/MPMI-01-14-0010-R

88
89
90
GESTÃO

Os artigos a seguir não representam,


necessariamente, a opinião da Abisolo.
A gestão ambiental
no agronegócio e
sua importância

Alexsandro dos Santos Calhau


A2G Seguros

O setor de agronegócio tem crescido exponencial- no que se refere aos defensivos, fertilizantes e
mente nos últimos anos, impulsionado por novas seus derivados.
tecnologias que têm aumentado a produtividade e
A fim de minimizar ações judiciais e administra-
colocado o agro em uma posição de destaque na
tivas e reduzir os impactos ambientais, é crucial
economia nacional e internacional.
que sejam implementadas medidas de conscien-
O crescimento do agronegócio está intrinseca- tização, treinamentos e orientações cada vez mais
mente ligado aos pequenos, médios e grandes disseminadas no setor. Isso se torna ainda mais
produtores, bem como ao mercado de distribui- importante diante das constantes fiscalizações
ção agrícola e à indústria do setor. Nesse contexto, realizadas pelos órgãos ambientais em todo o país.
a gestão ambiental assume papel fundamental na
Os insumos agrícolas são considerados como
conscientização sobre as regras, normas e diretri-
potenciais causadores de danos ao meio ambiente,
zes que regem a produção agrícola, em especial
seja em contaminação de água, ar e solo. Devido a

92
isso, as fiscalizações vêm se intensificando em todo também delega responsabilidade direta ao causa-
país, aplicando multas e endurecendo a legislação dor do dano ambiental e estabelece ações emer-
ambiental. Na região de Minas Gerais, em particu- genciais de contenção e despoluição.
lar, a fiscalização tem sido especialmente rigorosa,
Outro ponto importante é que a penalidade de
com a imposição de multas expressivas.
multa não exclui a obrigação legal de recuperar o
Um exemplo concreto dessa intensificação das fis- dano ao meio ambiente, conforme os termos do
calizações é o Decreto Nº 47629, de 01/04/2019, §3º do Art. 225 da Constituição Federal. Esse dis-
que regulamenta a Lei nº 22.805, de 29 de dezembro positivo estabelece que as condutas e atividades
de 2017, no Estado de Minas Gerais. Essa legislação consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitam os
estabelece medidas relativas a acidentes no trans- infratores a sanções penais e administrativas, inde-
porte de produtos ou resíduos perigosos, além de pendentemente da obrigação de reparar os danos
alterar os Decretos nº 45.231, de 3 de dezembro de causados. Isso pode elevar consideravelmente o
2009, e 47.383, de 2 de março de 2018. Esse decreto prejuízo financeiro causado pela infração.

O que são danos ambientais? um prejuízo causado a terceiros. No caso do dano


ambiental, ele pode ser definido como qualquer
Dano é todo mal ou prejuízo causado a alguém. alteração no meio ambiente que leve a consequên-
O conceito está diretamente ligado à responsabi- cias negativas.
lidade civil, ou seja, à obrigação legal de reparar

Criação de um plano de gestão de riscos ambientais


Toda empresa, independente de possuir ou não Imagine um acidente rodoviário sobre uma ponte
produtos químicos e/ou contaminantes, deve com vazamento de produtos químicos, os quais
estruturar um plano de gestão de riscos ambien- escorrem para redes pluviais, represas, rios, ria-
tais. Entretanto, essa tarefa não é fácil, pois envolve chos ou lagos. O que fazer? Pode-se acionar qual-
toda equipe de gestão e administradores e equipe quer empresa de limpeza? Quem avisar? Como
operacional em uma profunda reflexão sobre as proceder? Quais as primeiras ações no local do
atividades da empresa, tendo ou não produtos acidente? Essas são perguntas que devem ser res-
contaminantes em sua operação. pondidas durante a discussão para a criação de

93
um plano de gestão e um plano de atendimento a país, visando sempre ampliar a segurança do meio
emergências. A obrigatoriedade de possuir o docu- ambiente, esse documento é pré-requisito para a
mento denominado PAE, (Plano de Atendimento obtenção do alvará de funcionamento de estabe-
Emergencial), é mandatório em Minas Gerais e já lecimentos com produtos considerados poluentes.
vem sendo implementado em outros estados do

Além das diversas ferramentas de gestão ambiental ser parte importante de um programa de gestão de
atualmente disponíveis, o seguro ambiental pode riscos para as empresas.

ATIVE O PILOTO
AUTOMÁTICO
DA SUA LAVOURA.

“Engalhamento” e estímulo
à resistência natural
Extrato de algas

Ativam o metabolismo
fisiológico da planta
Aminoácidos
è estabilidade na velocidade máxima.

Mg
Eficiência fotossintètica
e tolerância ao calor
Magnèsio
APONTE COM A
CÂMERA E ACELERE
OS RESULTADOS.
Ampliação das sanções estão diretamente ligadas ao volume
de tombamento de cargas nas estradas brasileiras

As sanções ambientais vêm se intensificando, AIG, Nathália Gallinari, a cultura de contratação


principalmente devido ao fato de os transportes de seguros ambientais para transporte ainda não
rodoviários terem sido os maiores causadores de está amplamente difundida em muitos setores da
acidentes ambientais, de acordo com dados esta- indústria. Muitas empresas e transportadoras que
tísticos divulgados pela Companhia Ambiental não lidam diretamente com produtos químicos
do Estado de São Paulo (CETESB) em 2020. Como perigosos acreditam que suas cargas não ofere-
consequência, as seguradoras tiveram que arcar cem riscos ao meio ambiente. Entretanto, mesmo
com indenizações significativas em apólices de assim, o produto da linha Ambiental foi o que mais
Seguro Ambiental, sendo que a AIG, por exemplo, acionou sinistros na AIG no último ano. “Existem
já indenizou mais de R$ 2 milhões às empresas res- riscos nas mais diversas cargas, entre elas, pro-
ponsabilizadas por danos ambientais decorrentes dutos farmacêuticos, líquidos envasilhados, pro-
de acidentes em rodovias nacionais. dutos alimentícios, grãos, resíduos de construção
civil, óleos vegetais e componentes tecnológi-
Segundo a engenheira ambiental e Gerente de
cos”, explica.
Seguros Ambientais e Responsabilidade Civil da

95
Em um carregamento de leite sendo transportado,
por exemplo, caso o caminhão de transporte se
envolva em um acidente, há o risco de vazamento
da carga no meio ambiente. “Caso atinja um cór-
rego, esse material torna-se poluente, podendo
causar um dano ambiental”, afirma a Gerente.
“Há ainda o risco de um rompimento do tanque
de combustível do próprio veículo, que também
será despejado no meio ambiente, aumentando
os riscos de contaminação e tornando o cenário
do sinistro ainda mais complexo do ponto de vista
ambiental”, explica.

“Temos diferentes exemplos de cargas tombadas, E mesmo com toda a prevenção, o risco de aciden-
que podem ser poluentes ou não, independente tes sempre irá existir. Por isso, contar com a prote-
do seu grau de periculosidade. Se houver um der- ção de um seguro é também fundamental no pla-
ramamento próximo a uma área de preservação nejamento financeiro da empresa.
ambiental ou rios, sempre haverá o risco de dano
a um recurso natural”, completa Nathália. A remo- A importância da responsabilidade
ção de uma carga de tintas do solo teve um custo
com a sustentabilidade
aproximado de R$ 300 mil, enquanto a limpeza de
uma carga de óleo degomado que se espalhou em As empresas vêm se atentando cada vez mais para
um rio e foi levada pela chuva atingiu o custo de R$ as questões ambientais e de sustentabilidade.
800 mil. Nesse contexto, as seguradoras têm um papel fun-
damental em auxiliar as empresas na gestão de
Ou seja, independente do setor e material da carga,
riscos socioambientais. No entanto, é importante
as empresas são obrigadas, por lei, a se responsa-
destacar que o papel da seguradora vai além de
bilizarem por qualquer dano ambiental causado.
simplesmente vender um seguro. É fundamental
É nesse momento que o Seguro Ambiental atua,
que ela atue de forma consultiva junto ao cliente,
voltado ao segmento de transporte de mercadorias
buscando identificar e prevenir eventuais inci-
e resíduos. Sua principal cobertura são os danos
dentes que possam prejudicar a empresa e, conse-
ambientais que um vazamento ou tombamento
quentemente, acionar o seguro.
de carga podem acarretar, tais como contami-
nação do solo, das águas de superfície e lençóis
freáticos, entre outros, abrangendo as seguintes O que são desastres ambientais?
coberturas específicas: custos de limpeza (inves-
Um desastre ambiental, também conhecido como
tigação, remoção, remediação e disposição final
desastre ecológico, é um evento catastrófico cau-
do resíduo) e monitoramento, danos a terceiros
sado ao meio ambiente pela atividade humana. É
(corporais e materiais), custos de defesa e custos
isso que o diferencia de um desastre natural, que
de restauração.
ocorre sem a interferência humana.

Principais tipos de desastres ambientais:

• Desastres atmosféricos: são causados, direta


ou indiretamente, pela ação humana e incluem
incêndios ou queimadas em florestas, bem
como vazamentos de gases tóxicos.

96
• Desastres aquáticos: contaminação da água, cau-
sada por diferentes tipos de resíduos e poluentes.
Um exemplo é o derramamento de óleo.

• Desastres terrestres: são causados por inci-


dentes em atividades como mineração, agri-
cultura ou acidentes no transporte rodoviário.
Podem contaminar o solo a partir do vazamento
de combustível ou outros produtos quími-
cos, o que pode afetar a qualidade do solo e a
saúde humana.

• Desastres nucleares: a geração de energia


nuclear apresenta risco significante ao meio
ambiente e à atividade humana. Os inciden-
tes envolvendo contaminação por radiação ao
longo da história demonstram elevado risco
ambiental, principalmente relacionado ao

97
potencial de dano biológico e às dificuldades
de remediação.

Tendo em vista essas informações, é possível con-


cluir que a criação de um plano de ações para gestão
de riscos ambientais e a contratação de um seguro
de gestão ambiental são medidas importantes que
uma empresa pode adotar para minimizar os impac-
tos negativos de suas atividades no meio ambiente.
Isso também vale para profissionais autônomos que
trabalham com o transporte de cargas.

A adoção dessas medidas é importante não apenas


do ponto de vista ambiental, mas também do ponto
de vista financeiro e reputacional da empresa.
A implementação de práticas sustentáveis pode
ajudar a reduzir os custos com multas e processos
judiciais, além de melhorar a imagem da empresa
junto aos consumidores e investidores que valo-
rizam empresas socialmente responsáveis e com-
prometidas com a sustentabilidade.

Referências:
https://www.negocioseguroaig.com.br

https://cetesb.sp.gov.br/

Outros acidentes:
https://www.google.com/search?q=caminh%-
C3%A3o+tanque+tombou+na+rodovia+rio+san-
tos&rlz=1C1ISCS_pt-PTBR949BR949&oq=caminh%-
C3%A3o+tanque+tombou+na+rodovia+rio+santos&a-
qs=chrome..69i57j33i160l2.9120j0j4&sourceid=chro-
me&ie=UTF-8#fpstate=ive&vld=cid:4189cef6,vid:d-
WkXn6KmI8o

https://costanorte.com.br/cidades/saosebastiao/
caminh-o-de-combustivel-tomba-na-rodovia-rio-
-santos-1.342314

98
99
NUTRIR BEM HOJE PARA
COLHER O MELHOR SEMPRE

Com as soluções para Nutrição Vegetal


, a sua lavoura recebe os nutrientes
para Nutrição

nutricionais nas culturas com alta

vittia.com.br
@vittiaoficial

vittia
100
Impactos dos controles de compostagem
no futuro da adubação

Gustavo Graziano Roberto Antonio


Malimpence Malimpence
Baraúna Baraúna

Na era da tecnologia é visto com bons olhos e admi- Aos que são abraçados, não podemos esperar
ração os pioneiros a adotarem uma tecnologia. o mesmo apreço por processos produtivos com
Os ditos “primeiros adotantes” são aqueles que, capricho. Não é natural pensar em boa vontade de
eventualmente ficam com os louros da vanguarda quem não assumiu um compromisso laborioso de
de algo bem sucedido, assim como foi com os pri- forma voluntária. Inevitavelmente também foram
meiros a adotarem imagens de satélite, drones de atribuídos erros no processo com riscos potencial
aplicação localizada, e por que não dizer o mesmo ao meio ambiente, desde as mais variadas formas
daqueles que a luz das primeiras evidencias adota- do popular “chorume”, cujo efeito de toxicidade
ram de uma vez por todas manejo de fertilidade e as plantas são comuns, até as formas orgânicas
adubação baseado em compostagem. Fosse ela na poluentes conhecidas como POPs (poluentes
própria usina ou de fornecedores mais robustos, orgânicos permanentes), biofílicos e com poten-
proprietários de confinamento de gado, compra- cial cancerígeno.
dores recorrentes de esterco de aviário.
Medidas preventivas antigas foram reforça-
Décadas de ensaios agronômicos depois, é una- das pelos órgãos ambientais, outras advertên-
nime o consenso entre especialistas dos benefícios cias tornaram-se resoluções normativas, como
promovidos por esses fertilizantes para além das a DD126/2021, que dispõe acerta do manejo de
propriedades que envolvem nitrogênio, fósforo e torta, cinzas de caldeira e fuligem e a obrigatorie-
potássio. A fração orgânica nos permitiu estruturar dade da implantação do pátio de mistura uma vez
novos patamares de produtividade, especialmente que haja o manejo desses resíduos em sincronia.
quando associado ao cenário do plantio – cujo a Uma nova era na gestão dos processos de produ-
cana é o grande estandarte dessa realidade. ção de fertilizante organomineral in loco chegou.

Mas o mundo não se faz de 2,5 a 5% que carregarão Aqueles que então não zelavam do processo bioló-
consigo o reconhecimento do pioneirismo. A con- gico como deveria agora serão rigorosamente con-
solidação de uma tecnologia vem, de fato, quando duzidos a prestar contas sobre o manejo adotado.
os próximos 90% da população abraçam, ou são Razão de mistura, tempo do processo, medidas
abraçados, por aquela novidade – já nem tão novi- intervencionistas e suas datas. A área que recebeu
dade assim. esse material produzido. Por trás da preocupação

101
com um processo que visa reduzir a concentração descompromissados, popularizam a linha de base
de POPs, surge o benefício que o agricultor apre- das boas práticas de produção de fertilizantes orgâ-
cia muito bem: aumento de produtividade e atra- nicos ou organominerais. A difusão desses con-
tividade dos custos usualmente menores que a ceitos beneficia também os consumidores dessa
compra de fertilizantes minerais. classe de fertilizantes compradas de outras marcas,
que tem seus conceitos expandidos, o senso crítico
Para se adequar, todos os envolvidos na cadeia
aumentado e melhor fundamentação para esco-
podem contar com soluções das mais diversas a
lher o produto final ao invés da matéria prima in
pronto uso no mercado. São familiares os nomes
natura e suas desvantagens. Num futuro próximo
dos consultores, das soluções técnicas convencio-
a decisão entre uma marca ou outra em favor do
nais, bem como das soluções tecnológicas capazes
rigor com que seguem essas diretrizes técnicas de
de associar o processo ao benefício da otimização
produção na era da agricultura do carbono.
do tempo e tomada de decisão baseada em dados
em tempo real, que facilitam e até eliminam o pro- E por falar em carbono, esse não passará desper-
cesso de mapeamento das atividades do ano safra cebido e ileso, muito pelo contrário, se aproxima o
de cada pátio. momento de contabilizá-lo com esmero, o mensu-
rando e confiando no seu potencial de retorno na
A grande contribuição para agricultura é que
“roça” de cada agricultor.
medidas como essas, por mais que cause a ira dos

102
104
INTELIGÊNCIA
DE MERCADO

Os artigos a seguir não representam,


necessariamente, a opinião da Abisolo. 105
Siga nossas
redes sociais

Sabemos como as
plantas funcionam
Inovação de verdade exige conhecimento,
e as plantas são o nosso campo de conhecimento.
Nós entendemos seus mecanismos e sabemos
o que elas precisam para que se desenvolvam
e sejam mais produtivas.
Santa Clara Agro. Inovação do laboratório
para o campo.

Uma empresa do Grupo Santa Clara santaclaraagro.com.br


106
Relatório
de Inteligência
de mercado

Em 2022 o mercado de Fertilizantes Especiais man- • A maior compreensão pelos produtores da dife-
teve a sua trajetória de crescimento e teve um fatu- rença que a utilização de fertilizantes orgânicos
ramento 33,2% superior ao obtido em 2021. Este e organominerais fazem na eficiência dos pro-
crescimento ficou bem próximo da expectativa do cessos nutricionais; no equilíbrio das caracte-
setor, identificada na pesquisa realizada no início rísticas químicas, físicas e biológicas do solo e,
do ano passado (34%). consequentemente, na produtividade e quali-
dade dos frutos e grãos;
Os principais fatores que impactaram o resul-
• A conscientização cada vez maior sobre o papel
tado foram:
dos nutrientes nos processos fisiológicos das
• A expansão da adoção dos produtos da indús- plantas e nos resultados de produtividade;
tria pelos agricultores em função do aumento da • O repasse do aumento dos custos para os preços
percepção de valor; de venda, ainda que em percentuais inferiores
• O crescimento da área plantada de culturas de aos aumentos ocorridos em 2021.
grande importância econômica;
É importante levar em conta que os números apre-
• O valor agregado aos produtos, decorrente dos
sentados se referem ao valor de venda da indús-
ganhos tecnológicos incorporados;
tria para revendedores de insumos (54,2%), para
• O maior investimento em tecnologia pelos agri-
cooperativas (8,4%) e para produtores (37,4%) e
cultores, considerando a atratividade dos preços
portanto, o valor total do mercado de Fertilizantes
das commodities agrícolas;
Especiais a preços pagos pelos produtores é signi-
ficativamente superior.

107
15/14 16/15 17/16 18/17 19/18 20/19 21/20 22/21
14,6% 10,1% 9,2% 19,1% 7,7% 42,3% 65,0% 33,2%

Se fizermos uma correlação entre o salto de crescimento obtido pelo setor a partir de 2020 com o aumento
do investimento em PD&I pela indústria no mesmo período, poderemos concluir que, em grande medida,
a expansão da adoção dos produtos da indústria pelos agricultores tem relação direta com a evolução tec-
nológica dos produtos. A percepção de agregação de valor à produção é cada vez maior.

Em 2022, todas as categorias de produtos apresentaram crescimento. Os Fertilizantes Minerais Especiais


foram os que mais cresceram (37%), seguidos pelos Fertilizantes Orgânicos (25,5%) e pelos Fertilizantes
Organominerais (22,7%).

108
Categoria 21/20 22/21
Minerais Especiais 57,9% 37,0%
Organominerais 68,3% 22,7%
Orgânicos 61,5% 25,5%

Considerando as diversas formas de aplicação dos Fertilizantes Especiais, os para aplicação no solo foram
os que mais cresceram (66,2%), seguidos pelos de aplicação foliar (22,6%), os para aplicação via sementes
(17,9%) e os para fertirrigação e hidroponia 3,8%.

Modo de Aplicação 20/19 21/20 22/21


Via Folha 29,8% 42,2% 22,6%
Via Solo 72,9% 150,1% 66,2%
Via Sementes 101,2% 34,8% 17,9%
Via Fertirrigação/Hidroponia 86,0% 79,7% 3,8%

109
Ainda que o aumento dos preços tenha impactado o faturamento do setor, a variação observada em
2022 foi significativamente menor à observada em 2021. O aumento médio dos preços foi de 12,6% a
16,4%, dependendo da categoria de produto, o que nos permite concluir que houve crescimento real
desta indústria.

Variação Média dos Preços em 2022

Segmento %
Minerais Líquidos 15,1%
Minerais Sólidos 12,6%
Orgânicos Líquidos 16,3%
Orgânicos Sólidos 16,4%
Organominerais Líquidos 14,1%
Organominerais Sólidos 13,7%

A participação de cada Estado nas vendas do setor apresentou variações. Dentre os estados que mais con-
somem Fertilizantes Especiais, os estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul apre-
sentaram crescimento. Goiás manteve a sua participação e os estados de Mato Grosso, Bahia, Rio Grande
do Sul e Espírito Santo tiveram a sua participação percentual reduzida, porém, com volume financeiro
próximo da estabilidade, se consideradas as vendas do ano anterior.

Vendas por Estado - Todas as Categorias Vendas por Estado - Todas as Categorias
(continuação)
Estado 2021 2022
Estado 2021 2022
MG 19,69% 20,22%
PI 1,03% 0,99%
SP 15,24% 16,40%
RO 0,84% 0,97%
MT 14,28% 13,46%
DF 0,34% 0,77%
GO 10,83% 10,86%
CE 0,33% 0,27%
PR 8,63% 9,39%
RJ 0,18% 0,26%
BA 6,70% 5,97%
AM 0,03% 0,20%
RS 4,72% 4,56%
RN 0,17% 0,19%
MS 4,45% 4,55%
SE 0,16% 0,16%
ES 2,90% 2,63%
AL 0,16% 0,15%
PA 2,25% 1,95%
AC 0,09% 0,14%
PE 1,99% 1,69%
PB 0,10% 0,09%
TO 1,99% 1,65%
RR 0,05% 0,09%
MA 1,59% 1,30%
SC 1,28% 1,08%

As vendas da indústria para os revendedores de insumos tiveram pequena variação positiva, se compa-
rada às de 2021. Já as vendas da indústria para produtores cresceram de forma importante, diferente-
mente das vendas para Cooperativas, que tiveram sua participação reduzida.

110
O setor segue otimista em relação ao crescimento dos negócios nos próximos anos. A evolução tecnológica
da indústria e o espaço para o aumento da adoção são indicadores seguros de crescimento sustentado.

A pesquisa deste ano capturou uma expectativa de crescimento de 32% nos negócios em 2023 (média
entre todas as categorias).

Expectativa de Crescimento em 2023

Segmento %
Minerais Especiais Líquidos 23%
Minerais Especiais Sólidos 22%
Orgânicos Liquidos 24%
Orgânicos Sólidos 80%
Organominerais Líquidos 40%
Organominerais Sólidos 32%
Média Geral 32%

Nas próximas páginas, Conselheiros da Abisolo fazem uma análise mais detalhada do mercado de Fertili-
zantes Especiais em 2022, por segmento de produtos e compartilham suas expectativas para 2023.

111
Fertilizantes Minerais Líquidos para aplicação no solo
e micronutrientes
Gustavo Vasques b) Entre os principais micronutrientes,
quais tem adoção consolidada; quais vem
ICL Group
apresentando crescimento consistente e
a) Os agricultores têm uma percepção quais devem crescer de forma mais impor-
cada vez maior sobre a importância dos tante nos próximos anos? Fique à vontade
micronutrientes nos resultados de qua- para citar alguns cultivos relevantes e jus-
lidade e de produtividade. Como foi este tificar seus benefícios.
mercado em 2022 e quais foram os princi-
Devemos sempre encarar a nutrição de
pais pontos que impactaram?
plantas como uma ciência em que o equi-
Os micronutrientes têm papel fundamental líbrio e o suprimento de todos os nutrien-
na produção agrícola, exercendo funções tes são mais importantes que a aplicação
chaves no metabolismo vegetal, o que por de um ou dois nutrientes. Isto posto, temos
consequência gera aumento de produtivi- visto produtores cada vez mais buscando
dade, estabilidade de produção e melhoria tecnologias que entreguem mais que um
na qualidade da produção agrícola, sobre- nutriente e que, no conjunto das aplica-
tudo pelo aumento no valor nutricional dos ções, entreguem uma nutrição completa
alimentos. Pela somatória de fatores, como a equilibrada. De forma geral boro e zinco
a baixa disponibilidade dos micronutrien- são consolidados para aplicação via solo,
tes no solo de maneira geral, o incremento manganês, zinco, cobre e molibdênio para
constante na produtividade e ao uso inten- aplicação via folha.
sivo da terra que fazemos no Brasil com
Os benefícios dos micronutrientes têm
dois cultivos por ano em muitas regiões, os
levado ao aumento na taxa de adoção
produtores de nosso país têm cada vez mais
podem ser diretos, como o papel do níquel,
adotado o uso de micronutrientes via solo,
molibdênio e cobalto na fixação biológica
folha e sementes.
de nitrogênio na cultura da soja. Acredita-
Em 2022 não foi diferente, com boa taxa de mos também nos benefícios indiretos, como
adoção de tecnologias, mesmo em um ano o impacto no valor nutricional dos nutrien-
impactado pelo aumento nos custos dos tes, aumentando a demanda nos próximos
insumos agrícolas gerados por questões anos de selênio e zinco, por exemplo.
geopolíticas internacionais e custos logísti-
cos. A indústria estava preparada para aten-
der a demanda dos produtores, e contribuir
para mais uma safra de sucesso no país.

112
c. Os levantamentos recentes da Abisolo maior atratividade em áreas mais próxi-
indicam uma tendência de crescimento mas as unidades produtoras, pelo menor
nas vendas de fertilizantes minerais líqui- impacto em custos logísticos.
dos para aplicação no solo. Como foi
d) O que esperar do mercado em 2023 em
este mercado em 2022? Que cultivos vem
relação aos segmentos de fertilizantes
apresentando crescimento relevante de
minerais líquidos para aplicação no solo e
utilização? Quais são os nutrientes com
de micronutrientes?
maior volume de vendas neste segmento
de produtos? Nossas expectativas são muito positivas.
Na agricultura não há ano típico, cada
A exemplo do que ocorreu com outras cate-
ano reserva particularidades climáticas e
gorias de fertilizantes de eficiência aprimo-
econômicas próprias. Mesmo assim pelo
rada, também para os fertilizantes líquidos,
impacto dos micronutrientes e da nutrição
observa-se uma trajetória de crescimento
de plantas de forma geral na produtividade,
nos últimos anos, com destaque para a
temos que estar sempre preparados para
cultura da cana-de-açúcar, especialmente
atender a esta agricultura forte e tecnoló-
no fornecimento de nitrogênio, fosforo e
gica do nosso país.
micronutrientes. Tais produtos apresentam

Fertilizantes Minerais Especiais (hidrossolúveis,


liberação lenta e liberação controlada)
Gustavo Branco Isto está vinculado ao constante acúmulo
Diretor presidente da Haifa de conhecimento por parte dos agriculto-
res, em função dos benefícios e da alta efi-
América do Sul
ciência agregados no processo produtivo
Vice-presidente do Conselho
pelos fertilizantes especiais. Inclusive a
Deliberativo da Abisolo eficiência é tratada como base, numa época
a) Os fertilizantes minerais especiais vêm em que há forte pressão conjuntural, seja
ocupando o espaço dos fertilizantes con- pela busca de aumento de produtividade
vencionais. O que explica este movimento? sustentável (o tripé ESG), como também
pela percepção dos consumidores em toda
a cadeia produtiva de que devemos fazer

113
mais com menos, parametrizando como Desde o início do ano, tínhamos uma
endereçaremos as soluções para os desa- expectativa de mudança na tendência de
fios, que não são poucos, à produção sus- precificação, seja nos insumos como nas
tentável de alimentos. commodities agrícolas, indicando possí-
vel queda no final de 2022, o que acabou
O agricultor brasileiro sabe como enfren-
se confirmando.
tar sucessivas crises, administrando cada
situação, com olhar atento à eficiência e à Isso trouxe impactos na escolha dos insu-
produtividade sustentável. Com o acesso mos e da época de compra para o cultivo
à informação cada vez mais facilitado, agrícola, devido à postergação vinculada à
o aumento da cobertura de internet no natural espera por melhores e mais vanta-
campo, e com empresas do setor inves- josas condições de compra, afetando toda
tindo constantemente na divulgação de a cadeia.
dados, compartilhando conhecimento, os
Apesar disso, podemos dizer que 2022 foi
caminhos para o correto entendimento das
um ano interessante para os fertilizantes
novas tecnologias aumenta a adoção dos
hidrossolúveis, pois, apesar das condi-
fertilizantes especiais.
ções do mercado, ainda assim houve um
Durante, e principalmente, em épocas de aumento no consumo, com especial des-
crise, como as que tivemos recentemente, taque para agricultura intensiva e produ-
a procura por melhorar a eficiência só ção de alimentos frescos. No caso dos ali-
aumentou. Tivemos uma alavancagem da mentos frescos, a percepção de qualidade
percepção de necessidade de melhoria e sanidade, cada vez mais exigida, direcio-
contínua, que se tem traduzido em evo- nou majoritariamente a escolha por produ-
lução constante, direcionada à adoção de tos com alto valor agregado, para preservar
produtos e processos mais eficientes. a qualidade para atender as exigências dos
mercados nacional e internacional.
Este é um processo evolutivo contínuo.
Quem começa a utilizar novas tecnolo- Os fertilizantes de liberação lenta e de libe-
gias na oferta nutricional, não a abandona ração controlada, sendo muito mais eficien-
e continua constantemente buscando tes que seus concorrentes diretos, os ferti-
por novidades. lizantes convencionais, também tiveram
um aumento na adoção, mas em menor
b) Como foi o comportamento deste
velocidade, pois sua recomendação é mais
mercado em 2022? Poderia comen-
complexa, exigindo para sua recomenda-
tar sobre o desempenho de cada grupo
ção, muita clareza de qual é a real neces-
(hidrossolúveis, liberação lenta e libera-
sidade do agricultor naquele momento,
ção controlada)?
sendo obrigatório entender o tipo cultura,
Diante das circunstâncias complexas e de solo, tecnificação produtiva, gerando
de toda a volatilidade internacional, o valor agregado suficiente para justificar
resultado foi positivo e melhor do que a substituição.
se esperava.

114
Há um número de agricultores cientes dos tecnologias na oferta nutricional, e pessoal-
benefícios agregados pelos fertilizantes mente creio que manteremos esse compor-
de liberação lenta e de liberação contro- tamento, tendo em vista a notória vocação
lada, que mantem o aumento do consumo agrícola de nosso país, e o perfil evolutivo
desses produtos, mas a adoção destas tec- dos principais atores neste mercado.
nologias aumentou sensivelmente no início
d) Se comparados aos fertilizantes mine-
de 2022 em detrimento da alta no preço das
rais convencionais, estes produtos deman-
commodities, mas diminuiu sua velocidade
dam um investimento maior por parte do
no final do ano passado, com a queda nos
produtor. Que resultados de performance
preços das mesmas. Mas de maneira geral,
justificam o maior investimento?
fechamos o ano com um desempenho
melhor que 2021. A eficiência e o aumento de produtividade
justificam o investimento.
Vale salientar que nos últimos anos houve
um aumento significativo do uso de fertili- O desafio é mudar o comportamento do
zantes com aplicação de inibidores, o que agricultor de se pautar somente pela ava-
ajudou a pavimentar um caminho de busca liação do custo por hectare. O posiciona-
de novas tecnologias, ainda mais eficientes, mento correto passa pelo cálculo de custo
mantendo a tendência de substituição por por tonelada produzida, levando em con-
um fertilizante protegido com tecnologia sideração o aumento de produtividade na
de maior eficiência, que juntamente com o mesma área. Quando se compara o fertili-
aperto nas legislações ambientais, acredito zante especial e o convencional, analisando
que teremos cada vez mais velocidade na quando cada um produziu por hectare,
adoção dos fertilizantes de liberação lenta o especial supera e muito, de modo que
e controlada. podemos dizer de forma simplista, sobra
mais dinheiro no bolso do agricultor.
c) Que cultivos tem adotado de forma
mais importante esta categoria de produ- Esse tipo de análise leva em consideração o
tos - fertilizantes especiais? perfil do agricultor, seu conhecimento, sua
tecnificação, o manejo adotado, balizando
Eu vejo como um consenso de que todos os
o que ele pode e quer fazer. Por isso, as
agricultores usam algum tipo de fertilizante
empresas continuam investindo na divul-
especial. A adoção tem sido mais rápida e
gação e assistência, fazendo ensaios, provas
sustentável na medida em que o agricultor
de campo, estudos científicos, que susten-
interpreta e entende o que o insumo está
tam e promovem a adoção dos fertilizan-
trazendo de benefício para a sua neces-
tes especiais.
sidade. Obviamente podemos dizer que
as culturas intensivas tenham adotado de Podemos dizer que o agricultor não tem
forma mais expressiva, mas não significa mais dúvidas se o fertilizante especial fun-
que as culturas extensivas não tenham feito ciona ou não, ele quer saber se funciona
o mesmo. Podemos dizer que hoje o Brasil para ele, nas condições dele. Ou seja, ele irá
é referência mundial na adoção de novas comprar de quem oferecer o melhor pacote

115
de soluções para suas necessidades, e nós com relação ao planejamento de toda
temos que subsidiar sua tomada de decisão a cadeia de suprimentos, gerando uma
com informações e conhecimento suficien- onda de postergação, que poderá afetar
tes e críveis. à disponibilidade dos produtos quando a
demanda vier, e ela virá. Não chega a ser um
e) Quais são as suas expectativas para
problema, mas é de fato uma preocupação.
esta categoria de produtos em 2023?
Sentimos que o mercado demonstra estar
Sempre positiva. Sou um otimista mode-
em compasso de espera. O que é natural
rado: otimista para continuar caminhando
em detrimento da constante diminuição
em frente, e moderado para não perder o
nos preços dos insumos.
senso da realidade.
Se analisarmos importações, estamos
O agricultor está evoluindo constante-
abaixo do volume esperado para o período.
mente, cada vez mais capacitado e conhece-
Mas temos estoque. O suficiente? Essa é
dor do que precisa, tratando sua produção
a questão.
agrícola com o um negócio de amplitude
internacional, e vem cada vez mais uti- Não sabemos exatamente como a demanda
lizando o seu conhecimento e poder de vai se comportar, e o que esperar diante
compra para negociar. desse comportamento de importação
de insumos.
Vimos no início de 2023, de forma mais
impactante, como o uso desse poder pode Existe essa preocupação, mas ainda apenas
causar alterações na cadeia de suprimentos. uma preocupação.

Devido à volatilidade de preços, a modifica- Com exceção desse ponto, acreditamos que
ção no planejamento de compras por parte 2023 será um ano de crescimento com resul-
do agricultor, vem trazendo insegurança tados interessantes, mas conservadores.

116
Fertilizantes para aplicação via folha (minerais,
organominerais e orgânicos)
Alessandro Olinda De Souza o estresse hídrico, contribuindo para que o
material genético atinja seu potencial.
Mesquita
Timac Agro b) Como está a dinâmica deste mercado, se
considerarmos as suas diversas categorias
a) Os fertilizantes para aplicação via folha - minerais, orgânicos e organominerais?
respondem pela maior parte do fatura-
mento entre os fertilizantes especiais. As Eu vejo o uso crescente destas tecnologias
taxas de crescimento nos últimos cinco minerais e organominerais pelos benefícios
anos são muito consistentes. Que fatores citados na pergunta anterior. Os agriculto-
estão alavancando a utilização deste seg- res estão conhecendo mais a tecnologia, as
mento de produtos e por quê? empresas estão investindo mais na extensão
rural, fazendo a tecnologia chegar ao pro-
Até um passado recente, somente os pro- dutor, contando com apoio de cooperativas
dutores das culturas hortícolas e frutícolas e revendas para propagar as tecnologias.
percebiam atentamente os benefícios da Nossa expectativa é de que o crescimento
nutrição. Agora, os produtores de cereais obtido nos últimos anos continue. Os pro-
também estão fazendo uso regular e cres- dutores que começaram a usar fertilizan-
cente dos fertilizantes foliares, motivados tes especiais vão continuar empregando
pelos resultados de produtividade. a tecnologia de forma crescente e teremos
Com novos materiais genéticos, principal- novos agricultores aderindo aos fertilizan-
mente, em soja e milho, com cultivares que tes minerais, orgânicos e organominerais.
podem chegar a 200 sacas por hectare, a pro- c) Que cultivos apresentam evolução na
dutividade subiu para outro patamar. Nesse taxa de adoção e por quê?
novo patamar, a demanda por nutrientes
aumenta e as indústrias associadas à Abi- As culturas com maior uso desses insumos
solo oferecem as melhores soluções para são os cereais como soja e milho e, se pen-
nutrir e para ajudar a planta a lidar com os sarmos no crescimento por área de adoção,
diversos fatores de estresse e que ela tem. Se o destaque fica para o café. O mercado de
a genética ajudou a aumentar o teto produ- hortifruti, por sua vez, continua com adesão
tivo, ela exige mais em termos de disponibi- estável. A cultura da cana-de-açúcar tem
lidade de água e de nutrição. Isso é tudo o se destacado com o aumento da adoção,
que as indústrias da Abisolo proporcionam: ficando entre as cinco principais deman-
nutrição, melhor aproveitamento de cálcio/ dantes desta tecnologia. Há uns quatros
nitrogênio/potássio e ação fisiológica, o que anos, a cana figurava como a nona cultura
inclui substâncias orgânicas com minerais. em utilização desses insumos
Temos melhora da absorção dos nutrien-
tes com a combinação de aditivos na ação
fisiológica para ajudar a planta a enfrentar

117
d) O que a indústria espera para este seg- para o mundo e os agricultores precisam
mento de produto em 2023? cada vez mais das indústrias ligadas à Abi-
solo, que prezam pelos trabalhos de pesqui-
Esperamos a continuação do crescimento
sas e de extensão rural. A demanda existe
sustentado, com o fortalecimento do Brasil
e somos o país com vocação para seguir
como um país produtor mundial de alimen-
produzindo alimentos, o que só abre mais
tos. Desde cereais a proteínas de origem
espaço para os nossos produtos.
animal, o Brasil é um player estratégico

Fertilizantes Organominerais para aplicação via solo


Giuliano Pauli benefícios da adoção dessa tecnologia que
consistentemente representa incremen-
Superbac
tos significativos de produtividade quando
a) Os fertilizantes organominerais tem comparados ao manejo tradicional.
apresentado índices de crescimento
b) Já percebemos no final de 2022 e início
acima de 20% ao ano, nos últimos 5 anos.
de 2023 uma correção dos preços para
Que impacto a instabilidade de oferta e
baixo nos fertilizantes minerais conven-
dos preços dos fertilizantes minerais con-
cionais. Esta redução reduz a compe-
vencionais teve neste resultado?
titividade dos organominerais e pode
Certamente os impactos causados pela comprometer o seu desempenho ou esta
Pandemia e posteriormente pela guerra categoria de produto vem se consolidando
serviram de catalisador para a experimen- em decorrência dos resultados obtidos
tação por não usuários e aumento de parti- na produção ?
cipação em agricultores que já adotavam a
Observa-se um crescimento histórico e
tecnologia. Esses eventos potencializaram a
consistente desse mercado que antece-
preocupação quanto a enorme dependên-
deu os dois últimos anos. Isso comprova a
cia nacional na importação dos fertilizantes
resiliência e maturidade desse segmento
minerais e alçaram os fertilizantes organo-
bem como a assertividade em consolidar
minerais como uma alternativa técnica e
uma proposta de valor ao agricultor que vai
financeiramente viável para fazer parte do
muito além da nutrição mineral de plantas
manejo de fertilidade do agricultor. Adi-
e culmina com incremento de produtivi-
cionalmente os últimos dois anos terão
dade no campo e captura de valor na ponta.
impactos bastantes positivos na evolução
O segmento de organominerais tem grande
futura desse segmento pois possibilitou que
parte do custo de produção nas matérias
os agricultores comprovassem in loco os

118
primas minerais, ou seja, sempre que tem potencial para representar 25% do
ocorre uma queda no preço das mesmas consumo total de NPK no Brasil nos pró-
o impacto na redução do custo é imediato ximos anos, representando uma das áreas
trazendo um equilíbrio para a manutenção mais relevantes de investimento dentro das
da competitividade. Outro fator relevante é cadeias emergentes.
que o custo do material orgânico também
d) Quais são as expectativas deste setor
sofre influência dos minerais, e a manuten-
para o ano de 2023?
ção dessa paridade reflete beneficamente
na rentabilidade do segmento. O segmento de organominerais se conso-
lidou como uma alternativa que está total-
Entretanto o principal responsável pelo
mente alinhada as necessidades da agricul-
excelente desempenho dessa categoria
tura moderna. Os avanços alcançados pelas
nos últimos 5 anos é um descolamento de
empresas nos últimos anos com relação a
proposta de valor quando relacionado ao
tecnologia embarcada nos produtos garan-
manejo convencional. Em uma agricultura
tem um posicionamento de mercado pau-
moderna em que o solo é considerado o
tado nos diferentes benefícios e incremento
principal ativo do agricultor, que suas pro-
consistente de produtividade. Tudo isso ali-
priedades biológicas e físicas são conside-
nhado aos preceitos cada vez mais relevan-
radas tão relevantes quanto as químicas, os
tes de sustentabilidade, bioinsumos, eco-
benefícios técnicos da utilização de organo-
nomia circular, ESG, mercado de carbono
minerais são inquestionáveis, culminando
e manutenção da biodiversidade colocam,
com a consolidação do crescimento desse
sem sombra de dúvidas, esse segmento de
segmento na agricultura Brasileira.
produtos em uma rota de crescimento sem
c) Esta categoria de produto pode contri- comparáveis na agricultura brasileira.
buir de forma importante para a redução
da dependência de importação de fertili-
zantes pelo Brasil. Porque ?

Organomminerais representam um dos


segmentos mais relevantes para a agricul-
tura nacional reduzir a dependência de
importação de fertilizantes. O agronegócio
Brasileiro gera uma quantidade enorme de
subprodutos com excelente potencial para
composição dos organominerais, aumen-
tando exponencialmente a eficiência de
uso dos nutrientes pela planta, regenerando
o solo e incrementando a produtividade.
Conforme levantamento do Plano Nacio-
nal de Fertilizantes, apenas esse segmento

119
Fertilizantes Orgânicos
Fernando Carvalho b) Que fatores justificam este resultado?
Tera Ambiental Devido às crises logística e de instabilidade
nas importações que o setor de fertilizantes
a) Os fertilizantes orgânicos sólidos para
está sofrendo nos últimos anos, é crescente
aplicação no solo além de melhorar os
a preocupação relativa ao fornecimento do
resultados da produção, contribuem efe-
insumo à agricultura brasileira. A escassez
tivamente para a economia circular, visto
global de fertilizantes minerais impulsio-
que são obtidos, na sua maior parte, atra-
nou as vendas de fertilizantes orgânicos,
vés da compostagem de resíduos sólidos
que ganharam foco jamais visto e a tendên-
orgânicos de diversas origens. Como foi o
cia é que a utilização desse tipo de insumo
desempenho deste segmento de produtos
continue crescente.
em 2022?
Dentre os fatores que mais contribuíram
Os fertilizantes orgânicos compostos são
para o aumento da adesão dos agricultores
um exemplo perfeito da chamada econo-
ao uso dos fertilizantes orgânicos, a per-
mia circular, visto que, em sua maioria, são
cepção de alta dos produtos importados é
obtidos pelo tratamento de resíduos orgâ-
o mais significativo. É importante listar o
nicos agropecuários, urbanos, industriais
aumento do valor agregado aos produtos,
e agroindustriais. São materiais que, por
em decorrência dos ganhos tecnológicos
muitos anos, foram considerados potenciais
que eles proporcionam, o maior investi-
geradores de problemas ambientais e agora
mento em tecnologia, considerando, prin-
despertam interesses pelo aproveitamento
cipalmente, a atratividade dos preços das
com tratamento e obtenção de insumos
commodities agrícolas, a crescente cons-
agrícolas para retornar ao ciclo produtivo.
cientização sobre a importância da recu-
Ainda que pesem algumas turbulências peração do solo, visando a maior eficiência
políticas no Brasil ao final do segundo dos processos nutricionais e o aumento da
semestre de 2022, é notório que, na média, produtividade, a manutenção da “janela de
os resultados foram positivos para o seg- oportunidade”, devido à instabilidade na
mento beneficiado pela crise internacio- oferta e nos preços dos fertilizantes con-
nal potencializadora da alta dos preços vencionais para solo (NPK convencional),
dos fertilizantes minerais. Nossos produtos como fatores para competitividade desse
se posicionaram como uma excepcional tipo de fertilizante. Por último, é importante
ferramenta para aumentar a eficiência no apontar o repasse do aumento dos custos
aproveitamento agronômico dos nutrientes para os preços de venda, em função da
minerais por meio dos benefícios físicos, manutenção do quadro de anormalidade
químicos e biológicos que tais produtos nas cadeias de suprimentos e de logística.
proporcionam ao sistema solo-planta.

120
c) Esta categoria de produto pode contri- d) Quais são as expectativas deste setor
buir de forma importante para a redução para o ano de 2023?
da dependência de importação de fertili-
Considerando a elevada produção da agri-
zantes pelo Brasil. Por quê?
cultura brasileira de commodities em geral,
O Brasil chega a importar 85% do volume a demanda por fertilizantes deve continuar
de fertilizantes minerais utilizados na ati- alta. Tendo em vista a dependência externa
vidade agrícola. Nesse cenário, os adubos dos minerais e a conjuntura que tem dificul-
orgânicos, que potencializam e aumentam tado as compras internacionais e o câmbio,
a eficiência no aproveitamento dos nutrien- com a moeda nacional desvalorizada, há
tes contidos nos insumos minerais, ganham espaço crescente para os insumos orgâni-
importância ímpar, principalmente frente cos. Eles não substituem e sim potenciali-
ao atual cenário de fornecimento global, zam os efeitos dos minerais, possibilitando
que já vinha enfrentando, devido à pan- a redução da taxa de aplicação com ganhos
demia, dificuldades logísticas e de trans- de produtividade.
porte e que se agravou em decorrência da
A expectativa do setor é de que as vendas
guerra entre Rússia e Ucrânia e das san-
se mantenham em níveis satisfatórios
ções econômicas.
assim como o crescimento nos índices de
Vale destacar que os adubos orgânicos aproveitamento dos resíduos orgânicos,
suprem parte significativa da demanda sobretudo os urbanos, industriais e agroin-
de nutrientes das culturas nas quais são dustriais, essencialmente devido aos avan-
empregados. Também contribuem para a ços da legislação e ao aumento da coleta
melhoria das características químicas, físi- de esgoto, graças à melhoria dos índices
cas e biológicas dos solos, aumentando a de saneamento básico. Teremos mais uma
eficiência e aproveitamento dos minerais, grande contribuição do agronegócio à
podendo complementá-los em até 50% da sociedade brasileira.
demanda das culturas.

121
O mercado brasileiro de condicionadores de solo de base
orgânica em 2022
O presente relatório contempla apenas os negó- resultando em produto de utilização segura
cios realizados com produtos das classes descritas na agricultura;
a seguir, devidamente registrados no Ministério da V. Classe F: produto que em sua fabricação uti-
Agricultura e Pecuária: liza em qualquer proporção a mistura de
matérias-primas dos produtos das Classes A e
I. Classe A: produto que em sua fabricação utiliza
E, respectivamente dos incisos I e V.
matéria-prima de origem vegetal, animal ou de
processamentos da agroindústria, onde não Em 2022, o faturamento deste segmento de pro-
sejam utilizados no processo o sódio (Na+), dutos teve crescimento de 16,2%, se comparado
metais pesados, elementos ou compostos com o faturamento obtido em 2021. Parte impor-
orgânicos sintéticos potencialmente tóxicos; tante deste crescimento se justifica em função do
II. Classe B: produto que em sua fabricação utiliza aumento da conscientização, pelos produtores,
matéria-prima oriunda de processamento da da importância da construção e da recuperação
atividade industrial ou da agroindústria onde do solo para o aumento da eficiência dos proces-
o sódio (Na+), metais pesados, elementos ou sos nutricionais e para melhoria da performance
compostos orgânicos sintéticos potencial- da produção.
mente tóxicos são utilizados no processo;
A maior expansão se deu nos condicionadores sóli-
III. Classe C: produto que em sua fabricação uti-
dos (51,9%). Os condicionadores líquidos apresen-
liza qualquer quantidade de matéria-prima
taram retração nas vendas (8,4%). Veja os resultados
oriunda de lixo domiciliar, resultando em pro-
desta categoria de produto nos gráficos a seguir:
duto de utilização segura na agricultura;
IV. Classe D: produto que em sua fabricação uti-
liza qualquer quantidade de matéria-prima
oriunda do tratamento de despejos sanitários,

21/20 22/21
88,5% 16,2%

122
Característica Física 21/20 22/21
Sólidos -6,8% 51,9%
Líquidos 561% -8,4%

Os preços em 2022 tiveram aumento médio significativamente menores do que em 2021, sendo que os
condicionadores sólidos apresentaram o maior aumento (9,5%).

Comportamento dos Preços de Venda em 2022

% Médio
Característica Física
de Aumento
Condicionadores Líquidos 1,7%
Condicionadores Sólidos 9,5%

O percentual de vendas desta categoria de produtos por tipo de cliente teve comportamento bastante dife-
rente do apresentado em 2021. As vendas da indústria para as revendas de insumos retomaram o patamar
de 2020. A comercialização via cooperativas teve a sua participação aumentada e as vendas diretas para
produtores apresentaram o menor percentual da série histórica.

123
Dentre os estados que mais consomem esta categoria de produtos, Minas Gerais, Goiás, Paraná, Bahia,
Santa Catarina, Espírito Santo e Rio Grande do Sul tiveram a sua participação aumentada. Já os estados de
São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul apresentaram redução.

Vendas de Condicionadores do Solo de Base Vendas de Condicionadores do Solo de Base


Orgânica - Por Estado Orgânica - Por Estado (continuação)

Estado 2021 2022 Estado 2021 2022


MG 21,1% 23,95% RO 0,0% 0,63%
SP 29,2% 19,15% MA 0,0% 0,47%
GO 8,2% 9,07% PE 0,0% 0,41%
PR 4,6% 8,89% PA 0,0% 0,28%
MT 7,7% 7,09% RN 0,0% 0,28%
BA 5,2% 6,41% PI 0,0% 0,21%
SC 4,4% 5,49% CE 0,0% 0,17%
ES 5,0% 5,44% AM 0,0% 0,15%
RS 3,8% 4,65% PB 0,0% 0,14%
MS 4,7% 2,81% RR 0,0% 0,10%
DF 0,0% 2,13% SE 0,0% 0,01%
TO 0,6% 1,18% AL 0,0% 0,01%
RJ 0,0% 0,88% Outros 5,5% 0,00%

As indústrias que atuam nesta categoria de produtos seguem otimistas em relação aos negócios em 2023.

Expectativa de Crescimento em 2023

Condicionadores Sólidos 15%


Condicionadores Líquidos 20%

124
O mercado brasileiro de substratos para plantas em 2022
Em 2022, o mercado de substratos para plantas nos preços dos alimentos e de queda no poder de
obteve um faturamento 7,9% superior, quando compra de parcela dos consumidores, as expec-
comparado ao de 2021. O desempenho do setor tativas não se consolidaram. O setor entende que
no ano ficou aquém das expectativas da indús- 2023 será um ano de recuperação e dependendo
tria, que esperava um crescimento no consumo de da conjuntura, espera obter um crescimento maior
hortaliças e de frutas – seus principais mercados. do que 5%.
Em um ano de incertezas políticas, de alta inflação

20/19 21/20 22/21


31,9% 15,6% 7,9%

20/19 21/20 22/21


10,0% 10,9% -7,0%

125
Aumento Médio dos Preços em 2022

Substratos para Plantas 15%

Expectativas 2023

Substratos para Plantas 5%

Substrato para Plantas


Anderson L. Schaefer c) Quais são as estratégias das indústrias
do setor visando expandir a utilização de
Carolina Soil
substratos? Existe espaço para expansão
a) Os produtos que compõem o segmento importante? Em que culturas/aplicações?
de substratos para plantas, em sua maio-
As estratégias são particulares a cada indús-
ria, são produzidos a partir da utilização
tria e há também movimentos das associa-
de casca de coco, turfa de sphagnum e de
ções do setor para fomentar o uso, e con-
casca de pinus compostada. A que se deve
forme dito anteriormente a expansão se dá
esta diferenciação?
em morango, café e cana-de-açúcar.
São as matérias-primas disponíveis no mer-
d) Quais são as expectativas do setor para
cado, que se diferenciam principalmente
o ano de 2023?
pela densidade e porosidade.
O aumento do consumo anda ao lado de
b) Como foi o desempenho do setor em
uma economia mais forte que impulsiona o
2022? Considerando que a maior parte
consumo, não há uma expectativa de forte
do consumo de substrato é para a produ-
crescimento no curto/médio prazo.
ção de mudas, quais são as culturas com
maior índice de adoção? Houve algum
movimento de aumento ou redução em
alguma cultura em particular?

Os maiores volumes estão concentra-


dos em hortaliças, flores (potes), citrus,
tabaco e cultivos florestais. Café, morango
e cana-de-açúcar também vêm crescendo
nos últimos anos, porém ainda muito longe
das culturas anteriores.

126
Agradecimento
Agradecemos a todas as empresas associadas à Abisolo
que participaram da pesquisa. Sem elas, este relatório não
seria possível.

A Kynetec e Campos Consultores - que não mediram esforços


para entregar informações consistentes e resultados confiáveis.

Aos membros do Conselho Deliberativo da Abisolo, que nos


apoiaram nas análises dos diversos segmentos de produtos,
possibilitando aos leitores o acesso a opiniões estruturadas,
de quem vivencia o nosso mercado no dia a dia.

E por fim, ao Time Abisolo, que não mediu esforços para entregar
o melhor conteúdo possível, sempre com o espírito de melhorar a
cada edição.

Esperamos que as informações contidas nesse relatório de


inteligência de mercado sejam úteis para aqueles que direta ou
indiretamente participam desse tão importante setor.

Até a próxima edição e obrigado a todos!

127
Melhore a

qualidade
do solo.
O equilíbrio químico, físico e biológico do solo é fundamental
para o sucesso dos cultivos, por isso a Linha Solo reúne
tecnologias capazes de interagir eficientemente na região
da rizosfera, melhorando o ambiente para o desenvolvimento
das plantas.

128 Alltechcropscience.com.br
Nutrição de plantas
e seus benefícios
econômicos,
agronômicos e
ambientais

Erickson Oliveira
Coordenador da área agronômica da Céleres®

Nas últimas décadas a produtividade observada Como achados da pesquisa, a Céleres® projeta uma
na agricultura brasileira cresceu de maneira rele- expansão da área brasileira semeada com soja
vante e consistente. A quantidade produzida por dos atuais 43,3 para 54,3 milhões de hectares, em
hectare do algodão e do milho, semeado durante 2031/32. O cultivo do milho na safra verão sairá de
o inverno, aumentou em nove vezes, enquanto no 4,0 para 4,8 milhões de hectares. Para o cultivo da
milho verão e na soja mais do que dobrou suas res- safra inverno, espera-se um crescimento de 18,0
pectivas produtividades, também demonstrando para 25,5 milhões de hectares. Já para o cultivo do
forte crescimento. algodão, projeta-se que a área semeada salte de
1,67 para 2,16 milhões de hectares.
Desta maneira, a Céleres® realizou, ao longo do
segundo semestre de 2022, rodadas de entrevistas Em relação à análise dos efeitos dos fertilizan-
com agricultores, consultores técnicos e profissio- tes especiais na produtividade, observou-se que
nais da indústria de nutrição vegetal, com o intuito os agricultores que usaram um pacote tido como
de entender a relevância do papel dos fertilizantes premium* obtiveram, em média, ganhos de seis
especiais nos ganhos apresentados de produtivi- sacas na soja, oito sacas no milho inverno, onze
dade na última década, e projetar para os próximos sacas no milho verão e dez arrobas de algodão
dez anos. A pesquisa buscou entender aspectos em pluma, em relação ao pacote tecnológico tido
relacionados ao uso de fertilizantes de aplicação como padrão.
foliar – de base mineral, organomineral e biofertili-
Da análise dos dados empíricos, se pode dizer que
zantes – como a variação no custo com nutrição de
sem a adoção desses insumos de nutrição, a pres-
plantas, a variação na produtividade e o impacto
são pelo uso de recursos naturais, em especial terra
na rentabilidade do agricultor, nas culturas da soja,
agrícola e água, seria muito maior. Considerando
milho e algodão. A Céleres® também se utilizou de
apenas a safra 2021/22, para as culturas aqui ana-
dados e informações proprietárias para projetar a
lisadas, mantido constante a demanda por esses
expansão da área semeada para as referidas cul-
produtos agrícolas, seriam necessários cerca de
turas e dos benefícios agronômicos e econômicos
5,8 milhões de hectares semeados a mais, caso os
para os próximos dez anos.

* Premium: uso combinado de fertilizantes de base mineral, organomineral e bioestimulantes, do tratamento de


semente até o pré-florescimento da cultura.

129
ganhos de produtividade, oriundos dos insumos
de nutrição de plantas, fossem eliminados do sis-
O CONTEXTO ATUAL:
tema produtivo, mostrando o profundo impacto do
PRODUZIR MAIS, MELHOR E
uso desses insumos não só para a economia, mas COM MENOS INSUMOS
também para o meio ambiente. Considerando a
A agricultura é uma das principais atividades eco-
tendência de crescimento da demanda por esses
nômicas do Brasil e desempenha um papel impor-
mesmos produtos, taxas maiores de adoção dessas
tante na geração de empregos, renda e no abaste-
tecnologias implicarão em ganhos ainda mais
cimento de alimentos para a população nacional,
expressivos para o meio ambiente.
e em diversos outros países para os quais o país
Na esteira dos ganhos de produtividade, o levan- exporta seus produtos agrícolas. O uso de produtos
tamento também encontrou que a adoção de ferti- de nutrição especial de plantas é fundamental para
lizantes especiais promove sólidos benefícios eco- o aumento da produção agrícola e para garantir a
nômicos aos agricultores. Em linhas gerais, para qualidade dos alimentos. Neste sentido, o presente
cada real investido na soja, gerou para o agricultor estudo analisa os benefícios econômicos, agro-
um retorno líquido sobre o investimento de R$ nômicos e ambientais decorrentes do uso desses
2,33; no milho, o ganho foi de R$ 5,09; e no algo- insumos nas lavouras brasileiras.
dão, R$ 4,99.
O uso dos produtos de nutrição de plantas, aqui
Considerando esses ganhos na totalidade da área delimitados aos segmentos dos foliares de base
semeada com essas culturas pesquisadas – caso mineral ou organomineral e os biofertilizantes,
100% dela usasse o pacote premium –, tem-se ajuda a não só sustentar, mas a acelerar os ganhos
que o benefício econômico total (indústria + de produtividade das lavouras, proporcionando
agricultores) estimado para os últimos dez anos aos cultivos os nutrientes necessários para o seu
(2012-2021) foi de R$ 245 bilhões. Para o final da pleno desenvolvimento. Isso resulta em colhei-
próxima década, com a expansão da área plan- tas mais abundantes e em maiores lucros para os
tada e manutenção dos ganhos de produtividade agricultores, beneficiando, em última instância, os
e preço recebido pela venda do produto agrícola, consumidores ao final desta cadeia produtiva.
os benefícios proporcionados chegariam a R$ 988
Tomando como referência as últimas quatro déca-
bilhões (2022-2031).
das, a evolução da produtividade agrícola nas
culturas selecionadas – mas que também pode-
ria se estender a outras – é considerado um caso
de sucesso global, para a produção agrícola em
regiões tropicais e subtropicais, como pode-se
notar no Figura 1, a seguir.

Figura 1. Evolução da produtividade média em culturas selecionadas. Fonte: CÉLERES/CONAB


| Elaboração: CÉLERES®| Base 100: Safra 1980/81.

130
Além de aumentar a produção, o uso dos produtos em relação ao seu nível de investimento e os
de nutrição especial de plantas também contribui insumos que o compõe. Por isso, a análise consi-
para a melhoria da qualidade dos alimentos. Plan- derou um pacote padrão para cada uma das cul-
tas nutridas adequadamente são mais resistentes a turas analisadas e um pacote premium (que con-
doenças e a infestações de pragas, resultando em siderava o investimento necessário para ter o que
alimentos mais saudáveis e seguros para o con- existe de mais atual em ternos de nutrição foliar
sumo humano. de plantas), conforme descrito no Figura 2. Esses
pacotes foram delineados a partir das entrevistas
O aumento da produção agrícola e a geração de
feitas com agricultores, consultores e profissio-
empregos têm um impacto positivo na economia
nais da indústria de nutrição especial de plantas.
local e nacional. A produção de alimentos em
Novamente, devido à grande variação em relação a
grande escala proporciona um fluxo constante de
marcas e doses, os pacotes foram segmentados de
renda para as regiões rurais, contribuindo para o
acordo com a quantidade e momento de aplicação
desenvolvimento econômico dessas áreas, e que,
e a composição dos produtos (mineral, organomi-
em última instância, depende da sustentabilidade
neral ou biofertilizante).
da produção agrícola.
A partir desses pacotes, a análise identificou a
Como forma de sustentar o ritmo atual de ganhos
existência e a magnitude dos benefícios propor-
na produtividade agrícola, é fundamental o enten-
cionados pelo uso dos fertilizantes especiais, com
dimento dos pilares desses ganhos, como: [1] a
relação aos pilares econômicos, agronômicos e
melhoria constante da fertilidade dos solos; [2] o
ambiental, conforme Figura 3.
manejo agronômico adequado; [3] o fomento a
rotação de culturas; e [4] a própria eficiência na Por fim, para a mensuração, sobretudo do bene-
gestão do uso da água na agricultura. fício econômico, optou-se pela abordagem da
análise do ROI incremental, resultante do uso dos
Sob a ótica do artigo, a melhoria constante da fer-
diferentes níveis tecnológicos dos produtos de
tilidade dos solos é essencial para assegurar os
nutrição vegetal considerados na análise, visando
ganhos esperados da produtividade, através do
mensurar o diferencial de rentabilidade entre os
uso já consolidado e disseminado dos macronu-
pacotes considerados, conforme descrito:
trientes, mas também da intensificação do uso dos
micronutrientes, através dos produtos de nutrição A análise dos benefícios econômicos pressupõe a
vegetal aqui sob análise. adoção de premissas, abaixo explanadas no Figura
4, para a área total cultivada com as culturas con-
Também, para efeitos de delimitação metodoló-
sideradas nesse estudo. A definição das premissas,
gica, a Céleres® focou na análise dos benefícios
em especial a das taxas de adoção, foram feitas de
econômicos, agronômicos e ambientais em cima
forma discricionária pela Céleres® com base em
dos seguintes aspectos:
dados de pesquisa própria e outros levantamentos
• Aumento da produtividade agrícola; empíricos, sendo, as mesmas, apenas para a refe-
• Maior eficiência no uso do solo; rência teórica nos cenários aqui considerados.
• Retorno do Investimento em tecnologia [ROI]*;
A tese central reside na hipótese de que o uso de
• Incremento do valor total de mercado.
fertilizantes especiais (aqui representados por
Como já era esperado, dada a diversidade de con- foliares, organominerais e produtos com ação fisio-
dições produtivas em campo e o próprio nível tec- lógica) proporcionem, de maneira direta e indireta,
nológico dos agricultores, foi observado que os a melhora do indicador de rentabilidade, a partir
pacotes tecnológicos agronômicos, inclusive os de do aumento dos níveis de produtividade observa-
nutrição vegetal, variaram de forma significativa dos na lavoura, em magnitude proporcionalmente

* ROI: Return on investment

131
Figura 2. Premissas dos pacotes agronômicos considerados. Fonte: CÉLERES® | Elaboração: CÉLERES®

Figura 3. Aspectos investigados pelo estudo acerca dos benefícios proporcionados pela maior adoção de produtos de
nutrição especial de plantas. Fonte: CÉLERES® | Elaboração: CÉLERES®

132
Figura 4. Premissas de crescimento da área cultivada com as culturas selecionadas. Fonte: CÉLERES® |
Elaboração: CÉLERES®

133
maior do que o aumento do investimento feito O desenvolvimento de um ambiente regulatório e
na aquisição desses insumos, reduzindo, assim, o institucional, discutido ao final dessa análise, tem
custo unitário de produção e maximizando o lucro condições de potencializar ou limitar a geração de
do agricultor. Como efeito indireto, maiores pro- tais benefícios, cabendo aos diferentes stakehol-
dutividades levaram a otimização do uso da terra ders do setor produtivo agrícola, assegurar que as
que, internamente, otimiza os investimentos fixos, políticas públicas e privadas maximizem os bene-
sobretudo em máquinas e equipamentos, e, exter- fícios esperados, ao mesmo tempo que mitigue
namente, minimiza a pressão para a conversão de eventuais externalidades.
áreas para a produção agrícola.

A partir das premissas metodológicas acima, o time Os benefícios agronômicos


de pesquisa da Céleres®, no decorrer do segundo
No tema dos benefícios agronômicos, o principal
semestre de 2022, realizou entrevistas em profun-
elemento analisado foi a variação no ganho de pro-
didade com diversos stakeholders das cadeias pro-
dutividade física das lavouras, que cresceu propor-
dutivas da soja, do milho e do algodão, incluindo
cionalmente mais do que o próprio aumento dos
agricultores, pesquisadores, consultores técnicos
custos com adubação e assim permitiu a expan-
e profissionais ligados ao segmento de nutrição
são da rentabilidade como um todo, segundo os
de plantas.
dados e informações apontados nas entrevis-
Tais entrevistas foram realizadas de maneira tas realizadas.
híbrida – presencial ou remota (telefone e platafor-
A análise das entrevistas permitiu concluir que,
mas de web conferência) – com o auxílio de guias
a variação na produtividade da soja, entre pacote
de moderação, de forma a orientar a formulação
premium vs. padrão, gerou, em média, um ganho
das perguntas, visando que as mesmas atingissem
de seis sacas por hectare. No milho inverno, o ganho
os objetivos da análise.
obtido foi de oito sacas por hectare, enquanto
no cereal semeado no verão, o incremento foi de
A ANÁLISE DOS BENEFÍCIOS onze sacas por hectare. Importante enfatizar que
DO USO DOS PRODUTOS DE no milho segunda safra existe um espaço para
NUTRIÇÃO VEGETAL ampliação do investimento em adubação foliar
– mesmo em situações de stress abiótico (secas e
A adoção das diferentes tecnologias agrícolas, geadas). Agricultores têm relatado bons resultados
incluso os insumos de nutrição vegetal, proporcio- por meio do uso desses produtos, a fim de atenuar
nam benefícios em diferentes esferas, e no âmbito os efeitos da falta de chuvas. No algodão, o retorno
desse estudo a Céleres® se ateve a temas relacio- médio de pluma, já livre de caroço, foi cerca de
nados aos benefícios agronômicos, ambientais dez arrobas por hectare maior do que o obtido no
e econômicos. pacote intermediário de investimento, conforme
pode-se verificar no Figura 5 a seguir.

Figura 5. Variação na produtividade entre os cenários de investimento (padrão e premium) –


sacas ou arrobas/ha. Fonte: CÉLERES/CONAB | Elaboração: CÉLERES®

134
Ainda em relação aos benefícios agronômicos, ao ataque de doenças, pragas e anomalias abióti-
quando questionados acerca da possibilidade cas – secas e geadas.
de variação do número de entradas na lavoura,
Contudo, também foi relatado – e esta percep-
os entrevistados apontaram não existir diferença
ção também é compartilhada pela indústria de
neste aspecto, entre o maior uso ou não de pro-
nutrição foliar de plantas – sobre a necessidade
dutos de nutrição especial de plantas. Ainda, de
de maior esforço na comunicação por parte das
acordo com os agricultores, a possibilidade de
empresas do setor referente ao entendimento das
mistura com defensivos, no tanque de pulveriza-
circunstâncias adequadas para o uso das tecnolo-
ção, otimiza a entrada e não encarece o custo de
gias disponíveis e do posicionamento dos produ-
aplicação e tampouco altera a rotina operacional
tos ao longo do ciclo produtivo, a fim de tornar a
na fazenda.
informação referente a esses aspectos mais eviden-
Outro ponto crítico observado, a possibilidade de tes e acessível à comunidade em geral.
incompatibilidade entre os fertilizantes foliares e
Em suma, retomando os objetivos apresentados
outros insumos aplicados em mistura de tanque,
no início desse estudo, a presente metodologia
gerando resíduos no tanque de pulverização e,
teve sucesso em constatar e mensurar os benefí-
consequentemente, o entupimento de bicos, foi
cios agronômicos, sendo possível avaliar o efeito
relatada por alguns entrevistados. Quando ocorria,
aplicado à variação da produtividade, mediante a
no geral, o problema envolvia produtos de origem
variação no investimento na adubação foliar. Por
mineral, não quelatizados. Para outros segmentos,
outro lado, o uso desses fertilizantes especiais não
como organominerais e produtos com ação fisio-
alterou o número de entradas com máquinas na
lógica, o índice de ocorrência é menor. Também é
lavoura, já que são aplicados em conjunto com
importante relatar sobre a melhora na percepção
outros insumos. Sobre a redução na dose usada
por parte dos agricultores, em relação à quali-
para a adubação de solo, tal prática foi pouco obser-
dade da matéria-prima e estabilidade dos insumos
vada. Vale reforçar que ela não é recomendada/
comercializados, até mesmo nos segmentos de
adotada por consultores técnicos e profissionais da
“entrada”, ou de menor custo.
indústria entrevistados, por não existir comprova-
A Céleres® também questionou a respeito da pos- ção técnica sobre seus potenciais benefícios.
sibilidade de redução da dose aplicada na aduba-
ção de solo – portanto, adubação NPK – a partir
Os benefícios ambientais
do maior investimento em adubação foliar. Para
a grande maioria da amostra de entrevistados, tal A adoção de fertilizantes especiais ainda possui
prática é vista com ceticismo, o que mostra que o um importante impacto ambiental. Em um cenário
agricultor reconhece a complementariedade exis- hipotético, em que a totalidade da área tratada com
tente entre as duas soluções. Tal visão também é esses produtos fosse conduzida adotando o nível
compartilhada por consultores e profissionais de investimento do pacote tido como premium; e,
ligados a essa indústria, em que as tecnologias de assim, atingindo o nível de produtividade média
nutrição especial de plantas têm efeito suplemen- observado no Gráfico 3, seria possível arrefecer a
tar, portanto, tonifica a produtividade das culturas conversão de terras para a produção agrícola na
para patamares cada vez maiores. magnitude 5,8 milhões de hectares (2021/22). Se
mantido constante o diferencial de produtividade
Por fim, os agricultores entrevistados enxergam
auferido na pesquisa, a projeção para os próximos
que o maior uso de adubação foliar implica em
anos é de que o potencial de redução da demanda
uma melhora nas condições edáficas – de maneira
por área para agricultura seria de 7,4 milhões de
direta, a partir do uso de condicionadores de solo,
hectares (2031/32). No somatório da próxima
e, indiretamente, maior enraizamento, reminerali-
década, a redução agregada seria de 66,4 milhões
zação de nutrientes etc. – assim como também per-
de hectares, conforme Figura 6.
mitir proporcionar à planta uma maior tolerância

135
Figura 6. Efeito poupa terra teórico decorrente da adoção dos insumos de nutrição vegetal. Fonte: CÉLERES/
CONAB | Elaboração: CÉLERES®

Um desdobramento importante dessa análise é milho verão. No algodão, a vantagem econômica


que, mantendo as premissas de variação da pro- proporcionada foi de R$ 4,99 para cada real inves-
dutividade levantadas pelo estudo, na média dos tido (Apêndice – Gráfico 9).
próximos dez anos, cerca de seis a sete milhões
A Céleres®, a partir das estimativas de ganhos de
de hectares deixariam de ser cultivados a cada
produtividade nas culturas analisadas, avaliou o
ano, implicando na menor utilização de insumos
benefício econômico potencial dos fertilizantes
de produção com impacto sobre o meio ambiente
especiais, considerando o cenário em que 100% da
– combustível para as máquinas e água para as
área semeada com as culturas da soja, milho e algo-
caldas de mistura. Para além das discussões de
dão fizesse uso do pacote tecnológico premium. A
aumento da eficiência operacional, a redução da
estimativa considerou a média do valor investido
demanda de terras para o cultivo de alimentos se
pelo agricultor com este segmento de insumos e a
torna um importante ativo da agricultura brasi-
rentabilidade média obtida.
leira, por demonstrar aos nossos parceiros comer-
ciais que o agronegócio local alia competitividade Como resultado, estima-se que a indústria dos
e sustentabilidade. fertilizantes especiais proporcionou um benefício
econômico aos agricultores de R$ 201,6 bilhões,
Os benefícios econômicos acumulados entre os anos de 2012 e 2021, ou cerca
de R$ 20 bilhões por ano. Importante ressaltar
Em resumo, o uso de fertilizantes é crucial para o o significativo salto entre as safras 20/21 e 21/22,
sucesso da agricultura brasileira, pois contribui protagonizado pela valorização dos preços recebi-
para o aumento da produção, melhoria da quali- dos pelos agricultores na venda das commodities
dade dos alimentos, geração de empregos e desen- agrícolas. Para o futuro, mantido o atual patamar
volvimento econômico. de valorização dos produtos agrícolas, a perspec-
tiva é a de que a indústria de nutrição especial de
No campo econômico, a partir da análise do dife-
plantas proporcione, nos próximos dez anos, um
rencial de rentabilidade entre o pacote tecnológico
retorno econômico ao produtor de R$ 798 bilhões,
premium e o padrão, foi possível aferir que o maior
ou uma média de R$ 80 bilhões anualmente, con-
investimento em adubação especial de plantas
forme pode-se notar no Figura 7 a seguir.
gerou benefícios econômicos para os agricultores.
Na soja, observou-se que para cada um real inves-
tido em adubação foliar, proporcionou um retorno
econômico de R$ 2,33. No milho, o benefício
gerado foi de R$ 5,06 no milho inverno e R$ 5,15 no

136
Figura 7. Benefício econômico gerado e capturado pelo agricultor. Fonte: CÉLERES/CONAB | Elaboração:
CÉLERES®

Por outro lado, também foi feita a estimativa sobre algodão. Para os próximos anos, mantidos cons-
a capacidade de captura do valor da indústria de tantes a marcha de crescimento do setor obser-
fertilizantes especiais. Desta maneira, nesta última vada na última década, espera-se que os ganhos
década, o segmento de nutrição especial de plan- acumulados do setor sejam da ordem de R$ 190
tas capturou aproximadamente R$ 43 bilhões, bilhões, de acordo com o Figura 8.
considerando apenas as culturas da soja, milho e

Figura 8. Benefício econômico gerado e capturado pela indústria de nutrição de plantas (soja, milho e algo-
dão). Fonte: CÉLERES/CONAB | Elaboração: CÉLERES®

Adicionalmente, é importante ressaltar que, na Em suma, o uso de fertilizantes especiais – aqui


última década, as empresas do setor capturaram limitado aos segmentos de foliares de base mine-
entre 20% e 24% do benefício total proporcionado ral, organomineral e biofertilizante – proporcionou
pela nutrição especial de plantas. A perspectiva é um benefício direto total (indústria + agricultores)
a de que este panorama continue no longo prazo, de aproximadamente R$ 245 bilhões. A estimativa
o que mostra que a indústria de nutrição especial para a próxima década, é de um benefício total
de plantas segue trazendo soluções ao mercado acumulado de R$ 990 bilhões.
que proporciona, de maneira consistente, uma
melhora na rentabilidade do agricultor.

137
CONSIDERAÇÕES FINAIS que define o teto produtivo e a potencial rentabili-
dade do agricultor, sendo, a partir dela, que ocorre
Com as análises anteriores – apontando que os a definição de todo o pacote tecnológico a ser
benefícios (atuais e potenciais) podem ser gerados usado na lavoura.
pelos agricultores brasileiros, a partir da adoção
Tal protagonismo é, por vez, fruto dos constantes
mais intensa dos insumos de nutrição vegetal –
avanços no desenvolvimento de cultivares mais
cabe delinear conclusões que apontem como esses
produtivas, o que abriu espaço para maiores inves-
benefícios transbordam a própria fazenda, che-
timentos na adubação de base e correção de solo,
gando até os consumidores finais.
para que a semente tivesse um perfil de solo estru-
Assim, prover insumos e meios de produção que turado e devidamente adubado para que pudesse
maximizem a eficiência produtiva dentro da pro- crescer e manifestar seu potencial.
priedade rural acaba proporcionando que a renda
Na esteira desse movimento, os agricultores investi-
adicional gerada na atividade transborde para
ram em maquinários mais tecnológicos e de maior
outros setores e segmentos da economia local e
capacidade operacional, para garantir a aplicação
nacional, o que pode ser evidenciado pela pujança
de defensivos agrícolas no momento correto e da
das cidades do interior brasileiro, onde a agri-
maneira recomendada, evitando, assim, o ataque
cultura se desenvolveu fortemente nas últimas
de pragas, doenças, além da concorrência com as
quatro décadas.
plantas invasoras.
A maior renda originada na agricultura é fruto do
Para o futuro, visando não apenas dar sustento
intenso processo de pesquisa e desenvolvimento
ao crescente potencial produtivo das cultivares
de soluções e técnicas de manejo que proporcio-
semeadas, mas também acelerá-lo, será neces-
naram a fabulosa expansão da produtividade agrí-
sário empregar novas ferramentas de manejo. É
cola, como mostrado no início deste artigo. Assim,
neste horizonte que os fertilizantes especiais – seja
a Céleres® toma emprestado um dos conceitos mais
de base mineral, organomineral ou biofertilizante
antigos do manejo da adubação de plantas: a Lei
– ganham protagonismo, por oportunizar o ajuste
do Mínimo (Figura 9), para explicar a excepcional
fino da nutrição vegetal e estimular a fisiologia da
evolução tecnológica vista na agricultura brasileira
planta a manifestar o seu máximo potencial produ-
nas últimas décadas, e que tem a semente como
tivo, de forma ecologicamente sustentável e segura.
seu principal gatilho. Pois a semente é o insumo

Figura 8. Uma nova lei do mínimo na agricultura. Fonte: CÉLERES® | Elaboração: CÉLERES® | *AP: Agricultura
de precisão

138
Para além dos aspectos positivos da indústria de Aqui, cabe ressaltar, o importante papel exercido,
nutrição especial de plantas, assim como dos bene- há anos, pela ABISOLO e seus associados, que,
fícios por ela proporcionados aos agricultores, é com seriedade, tem trazido ao mercado soluções
preciso pensar no amanhã e em como superar os de qualidade agronômica reconhecida e, em para-
desafios que se apontam no horizonte. Entre eles, lelo, buscado meios legais para garantir maior
vale ressaltar a forte turbulência vivida nas cadeias segurança ao investimento feito pelos agricultores.
de suprimentos, a partir da instalação e agrava- Adicionalmente, a Céleres® entende que as empre-
mento da pandemia COVID-19, a necessidade de sas profissionais necessitam de segurança jurídica
conferir maior robustez na fiscalização dos fertili- para seguir investindo em novas tecnologias e
zantes especiais comercializados, a fim de coibir que o maior esforço na fiscalização é uma impor-
a ação de empresas não profissionais, a promoção tante medida.
dos benefícios proporcionados pela nutrição espe-
Na esteira desse processo de consolidação, a com-
cial de plantas, bem como a busca pela constante
provação da eficácia das tecnologias tem se tor-
evolução e inovação do segmento.
nando peça-chave na jornada de venda de produ-
O choque de oferta gerado pela epidemia da tos de nutrição foliar. O perfil dos agricultores, há
COVID-19 foi, certamente, o maior desafio para a anos, tem mudado. Hoje ainda mais técnicos, eles
indústria de nutrição especial de plantas nos últi- necessitam de estarem bem convencidos sobre a
mos anos. As sucessivas ondas de lockdowns gera- real capacidade do produto em desempenhar a sua
ram escassez de matéria-prima e inflacionou, de função sob as condições finais de uso – a fazenda.
sobremaneira, os custos de transporte marítimo.
Com isso, as empresas que têm se destacado nesta
Como efeito, algumas linhas de produtos, em espe-
frente, são as que buscam a realização de testes
cial as produzidas a partir de insumos importados
de campo durante a safra, em áreas de clientes, e
sofreram grande inflação no custo, sendo que, em
em parceria com institutos de pesquisa e univer-
alguns casos, empresas do setor chegaram a sus-
sidades, a fim de gerar dados que comprovem e
pender a oferta de algumas linhas de produtos.
dê segurança aos agricultores. O avanço da tecno-
Como lição, a pandemia adicionou mais um cená- logia da informação aplicada à agricultura – ima-
rio ao planejamento estratégico das empresas: o gens NDVI e outros recursos como medidores de
cenário “E se, tudo parar novamente?”. Mesmo fotossíntese – têm surgido como importantes fer-
não sendo o desejo de ninguém, estar preparado ramentas para auxiliar as empresas na argumen-
para diagnosticar e rapidamente se reorientar tação técnica e, por isso, devem ser cada vez mais
em situações difíceis como essas é algo manda- empregados durante a venda.
tório. Portanto, se torna relevante a existência de
Ainda, no ponto da tecnologia, é impossível falar
um departamento de business intelligence, que
de futuro sem abordar o tema de pessoas. A jor-
seja alimentado com informações verídicas; e, em
nada da comercialização de fertilizantes especiais
tempo real, é fundamental para equacionar esse
é tão técnica quanto a comercialização de semen-
desafio, além de suportar os planos de crescimento
tes. Portanto, ganhará mais espaço no mercado
das empresas.
aquelas empresas que aliarem um corpo técnico
Outro desafio encontrado foi a necessidade do de vendas e desenvolvimento de mercado que
amadurecimento do arcabouço legal para registro tenham profundo conhecimento sobre a fisio-
e, sobretudo, a fiscalização de produtos de nutri- logia das plantas, com boas práticas comerciais
ção especial de plantas. Esta seria uma importante junto aos canais e agricultores. Para isso, é preciso
rota para que empresas que não realizam um tra- seguir investindo na formação desse profissional
balho profissional sejam retiradas do mercado. O de vendas.
que ajudaria a reverter certo ceticismo que alguns
Adicionalmente, embora possa parecer prema-
agricultores ainda possuem sobre os fertilizan-
turo, a indústria de fertilizantes especiais já se
tes especiais.
encontra em rota de consolidação. Os recentes

139
movimentos de fusão e aquisição, observados na
última década, em conjunto com a entrada de pla-
yers oriundos de outros setores, como distribuição
de insumos e proteção de cultivos, já têm levado a
concorrência a níveis suficientemente fortes para
causar uma redução nas margens do segmento.
Antecipar-se a este movimento, implica em cons-
tantemente desenvolver soluções que agreguem
ao portfólio que permitam ganhar share nas cartei-
ras dos clientes.

Neste sentido, a inovação não deve ficar limitada


apenas à indústria de nutrição vegetal. Outros
segmentos, como os biológicos, têm despontado
como uma alternativa interessante, visando a
expansão concomitante do faturamento e das mar-
gens operacionais. Em conversas com empresas
do segmento de bioinsumos, a Céleres® mapeou
que players, cujos portfolios continham produtos
para a nutrição de plantas e de biocontrole, conse-
guiram elevar o ticket médio de consumo de seus
clientes em 1-2 sacas, quando comparado aos que
são especializados em nutrição de plantas.

Em suma, a Céleres® enxerga um cenário bastante


positivo para o segmento de nutrição especial de
plantas, de forte crescimento e margens ainda
atraentes, tudo isso sustentado pelo bom retorno
econômico gerado aos produtores. Contudo, algu-
mas barreiras a novos entrantes já começam a apa-
recer, assim como também um reconhecimento,
por parte dos agricultores, de quais empresas são
tidas como as mais inovadoras e que geram mais
valor. A visão da casa é a de que as empresas que
consolidarão este segmento serão aquelas que
melhor balancearem a expansão do negócio – forte
acesso a canais e políticas comerciais assertivas –
com um bom speech comercial – equipe técnica
de vendas capacitada, com um forte braço de ino-
vação, capaz de trazer, consistentemente, soluções
que permitam retorno econômico cada vez maior
aos agricultores.

140
GUIA DO MERCADO

143
Como consultar
o guia de mercado

Em sua 9ª Edição, o Guia do Mercado Abisolo de Tecnologia em Nutrição Vegetal que participa-
é uma valiosa fonte de consulta, composto por ram da pesquisa de mercado, as empresas associa-
empresas produtoras e importadoras da Indústria das Abisolo e os anunciantes.

Podemos detalhar em duas partes:

1. As empresas com destaque


especial no Guia de Mercado
1 são anunciantes do Anuário.

2. Empresas com este selo


são associadas da Abisolo.
2
site da Associação!

Não encontrou sua empresa?


Deseja atualizar suas informações?
Envie seus dados atualizados por e-mail:
contato@abisolo.com.br

144
A
AGRIVALLE BRASIL As
sociado

(11) 4028-6437
AB
WWW.AGRIVALLE.COM.BR I S O LO

AV. TRANQUILO GIANNINI, 1090 –


SALTO / SP

sociado
As
A2G SEGUROS
(11) 3628-8108 AB
I S O LO
WWW.A2GSEGUROS.COM.BR AGRO CP
(35) 3265 3227
WWW.AGROCP.AGR.BR
AV. CAIO DE BRITO, 1505 - SANTANA – TRÊS
ABSOLUTA FERTILIZANTES As
sociado PONTAS/MG
(17) 99157-3511 AB
I S O LO
WWW.ABSOLUTAFERTIL.COM.BR
R. LAUDICERIO MENDES DE OLIVEIRA,
sociado
As
17 – JACI / SP AGROCERES BINOVA
(16) 3615-8011 AB
I S O LO
WWW.AGROCERESBINOVA.COM.BR
sociado
ACADIAN As R. JOSEPHINA BONELLA FIACADORI, 34
(11) 99808-8405 - DIS. IND. JOSÉ MARINCEK – JARDINOPOLIS / SP
AB
I S O LO
WWW.ACADIANSEAPLANTS.COM
R. GUSTAVO ARMBRUST, 36 – CAMPINAS

sociado
As

sociado AB
As I S O LO
ADUFÓS
(64) 3411-1888 AB
I S O LO
EXP P QUADRA 15 MÓDULOS 04 A 12 – AGROCETE IND DE FERTILIZANTES LTDA
CATALAO / GO (42) 3228-1229
WWW.AGROCETE.COM
R. ANA SCREMIM, 800 - CARA-CARA – PONTA
sociado
AGRICHEM DO BRASIL As GROSSA/PR
(16) 3969-9122
AB
I S O LO
WWW.AGRICHEM.COM.BR
R. URUGUAI, 1836 – RIBEIRAO PRETO AGROCOMERCIAL WISER As
sociado

/ SP (11) 4044-4300
AB
I S O LO
WWW.AGROWISER.COM.BR
AV. DEP. OSWALDO DE MORAES E SILVA,
55 – DIADEMA / SP
sociado
As

AB sociado
I S O LO As
AGROPLANTA
AGRIGENTO FERTILIZANTES (16) 3600-6500 AB
I S O LO
(15) 3284-2682 WWW.AGROPLANTA.COM.BR
WWW.AGRIGENTO.COM.BR ROD. CANDIDO PORTINARI, KM 349,5 –
ROD. ANTONIO R. SCHINCARIOL, KM 92, (SP-127), BATATAIS / SP
CERQ. – VELHO CERQUILHO/SP

145
AJINOMOTO As
sociado ANDERMATT As
sociado

(11) 5080-6700 (41) 3114-9090


AB AB
WWW.AJINOMOTO.COM I S O LO WWW.ANDERMATTDOBRASIL.COM.BR I S O LO

AV. ANITA GARIBALDI, 850 – CURITIBA


/ PR

sociado
As
ALLPLANT
(17) 3323-8393 AB
I S O LO
WWW.ALLPLANT.COM.BR
AV. MARIO DE OLIVEIRA, 800 –
BARRETOS / SP ANDRITZ
(47) 3387-9100
WWW.ANDRITZ.COM/SEPARATION
sociado
As R. PROGRESSO, 405 – POMERODE/SC
AB
I S O LO
ALLTECH As
sociado

(44) 3123-9500 APEX AGRO


WWW.ALLTECH.COM/PT-BR/CROP-SCIENCE (19) 3869-2898 AB
I S O LO
AV. ADV. HORÁCIO R. FILHO, 4660 - SL.1705 - WWW.APEXAGRO.COM.BR
Z.10, – MARINGÁ / PR R. CARLOS PEDROSO DA SILVEIRA, 128
– VALINHOS / SP

ALTERNATIVA AGRICOLA As
sociado
sociado
As
(19) 3861-6300
AB
WWW.ALTERNATIVAAGRICOLA.COM.BR I S O LO AB
I S O LO
AV. ENG RONALDO A. GUEDES PEREIRA, AQUA B2B
315 - D. IND. – MOGI GUAÇU / SP (11) 4021-0838
WWW.AQUAB2B.COM.BR
R. BATALHA DO RIACHUELO, 7500 - CD. IND. BURU
sociado
- GALPÃO 2,4 - DISTR. IND. LAGEADO – SALTO/SP
As

AB
I S O LO
ARKO FERTILIZANTES
AMAZON AGROSCIENCES
(34) 3338-0784
(16) 3415-7970
WWW.ARKOFERTILIZANTES.COM.BR
WWW.AMAZONAGROSCIENCES.COM.BR
RODOVIA MG-190, SN – SACRAMENTO / MG
AV. ÍTALO PAINO, 170 - PARQUE INDUSTRIAL,
SÃO CARLOS / SP

sociado
As
Ingredientes

AB
I S O LO AUNARE
AMVAC DO BRASIL (11) 4858-7370
(16) 3204-1176 WWW.AUNARE.COM.BR
WWW.AMVACDOBRASIL.COM.BR AL.TOCANTINS, 125 SL.1901 - ALPLHAVILLE –
R. ARTHUR VERRI, 202 – NOVA JABOTICABAL – BARUERI/SP
JABOTICABAL/SP

146
B
BIOLCHIM DO BRASIL As
sociado

(11) 2589-9335
AB
WWW.BIOLCHIM.COM.BR I S O LO

AV. IRAI, 79 - CONJ.51/55 TORRE A -

BALLAGRO As
sociado

(11) 4217-1208
AB
WWW.BALLAGRO.COM.BR I S O LO sociado
BIOÓLEO As
ESTRADA MUN. CARLOS GEBIM, 2353 –
(75) 2101-4999
BOM JESUS DOS – PERDOES / SP AB
I S O LO
WWW.BIOOLEOBAHIA.COM.BR
AV. DEP. LUIS EDUARDO MAGALHÃES,
S/N – FEIRA DE SANTANA / BA

sociado
BANDEIRANTE BRAZMO BIOPLANTA
As

(11) 3612-5600 (65) 3549-8947 AB


I S O LO
WWW.BBQUIMICA.COM.BR WWW.BIOPLANTA.COM.BR
AV. ALBERTO SOARES SAMPAIO, 1.240 – B. ESTRADA LINHA 01-A, S/N - DIS. IND.
CAPUAVA – MAUÁ/SP ATÍLIO FONTANA – LUCAS DO RIO VERDE / MT

sociado sociado
As
BIOSEA As

AB
(34) 3818-1800 AB
I S O LO I S O LO
WWW.BIOSEA.COM.BR
BAUMINAS ESTRADA LAGOA DO MATO N.S/N –
(19) 3755-4040 ACARAU / CE
WWW.BAUMINAS.COM.BR
AV. CAMBACICA, 520 – PRÉDIO 07, BL. D SALAS
sociado
As
BRANDT
(43) 3345-2323 AB
I S O LO
WWW.BRANDTBRASIL.COM
R. PANCRACIO ITAVO, 280 – OLIMPIA / SP

BIO ALGAS BRASOXIDOS As


sociado

(44) 99807-9596 (11) 4546-8080


AB
WWW.BIOALGAS.COM.BR I S O LO
WWW.BRASOXIDOS.COM.BR
PARATY / RJ AV. PAPA JOÃO XXIII, 2880 – MAUA / SP

sociado sociado
As As

AB AB
I S O LO I S O LO
BIOCROSS DO BRASIL BRENNTAG
(16) 3242-3226 (11) 5545-2100
WWW.BIOCROSS.COM.BR WWW.BRENNTAG.COM/PT-BR/INDUSTRIAS/AGRO/
R. MANOEL FERNANDES, 170 – DISTRITO IND – R. GOMES DE CARVALHO, 1996, 25º ANDAR, VILA
MONTE ALTO/SP OLÍMPIA – GUARULHOS/SP

147
sociado sociado
As As

AB AB
I S O LO I S O LO

BRQ BRASILQUÍMICA
CJ SELECTA PLANT NUTRITION
(16) 3660-6722
(34) 2512-7080
WWW.BRASILQUIMICA.COM.BR
WWW.CJSELECTA.COM.BR
R. DUQUE DE CAXIAS, 2030 – BELA VISTA –
AV. RONDON PACHECO, 4.600 - ED. UB. BUS.
BATATAIS/SP
TOWER 28ºAND.– SL.281 – UBERLÂNDIA/MG

C CONTACTA
(61) 98156-6965
WWW.CONTACTACR.COM.BR
As

AB
sociado

I S O LO

AV. DAS ARAUCÁRIAS LOTES 1835 - AG


sociado
As CLARAS SHOPPING – BRASILIA / DF
CAFÉ BRASIL
(35) 3292-3377 AB
I S O LO
WWW.CAFEBRASIL.IND.BR AV.
ALBERTO VIEIRA ROMÃO, 365 – CONVIVIUM As
sociado

ALFENAS / MG (14) 3372-3591


AB
WWW.AGROCONVIVIUM.COM.BR I S O LO

R. CHRISTOVAM PERES, 1005 – SAO


sociado
CAROLINA SOIL As

(51) 3711-7740
AB
I S O LO
WWW.CAROLINASOIL.COM.BR

D
R. VICTOR BAUMHARDT, 1865 – SANTA
CRUZ DO SUL / RS

sociado
As
CISBRAFOL
sociado
As
(61) 3632-2830 AB
I S O LO
WWW.CISBRAFOL.COM.BR AB
I S O LO
ROD. BR020, KM62 VIA SECUNDÁRIA 2 DE SANGOSSE
LOT. DAIF, S/N – FORMOSA / GO (43) 3178-1900
WWW.DESANGOSSE.COM.BR
AV. RICARDO EIK MENDES BORGES, 5800 - Z. IND.
sociado
– IBIPORA / PR
As

AB
I S O LO
CJ DO BRASIL
(19) 3415-9499
WWW.CJBIO.NET
EST. PROF. MESSÍAS JOSÉ BAPTISTA, 2651 - DOMINISOLO NUTRIÇÃO VEGETAL
ITAPERÚ – PIRACICABA/SP

ROD. PR 90 KM 05 - COND. IND. NENE FAVORETTO


– IBIPORA / PR

148
DVA BRASIL As
sociado FERTILÁQUA As
sociado

(19) 2513-5462 (19) 2516-8700


AB AB
WWW.DVA.COM/BR I S O LO WWW.FERTILAQUA.COM I S O LO

R. MAJOR ALFREDO DE CAMARGO, 154 – AV. PRESIDENTE KENNEDY, 1386 -


INDAIATUBA / SP CIDADE NOVA – INDAIATUBA / SP

E
sociado
FLOEMA As

(34) 3831-8626 AB
I S O LO
WWW.FLOEMAVEGETAL.COM.BR
AV. JUSCELINO KUBSTCHEK, 1383 –
PATROCINIO / MG
ECOSOLUÇÃO As
sociado

(19) 3896-3117
AB
WWW.ECOSOLUCAO.COM.BR I S O LO

RODOVIA VICINAL OSCAR PEREIRA FORPLANT As


sociado

DIAS S/N – SANTO ANTONIO DE POSSE / SP (16) 3204-1777


AB
WWW.FORPLANT.COM.BR I S O LO

R. SÃO JOÃO, 3031 – JABOTICABAL / SP


sociado
As
EPA QUIMICA
(11) 2136-8000 AB
I S O LO
WWW.EPAQUIMICA.COM.BR FORQUIMICA As
sociado

AV. ENG. JOÃO FERNANDES GIMENES (43) 3436-8350


AB
WWW.FORQUIMICA.COM.BR I S O LO
MOLINA, 512 – JUNDIAI / SP
AV. BRASIL, 2310 – CAMBIRA / PR

sociado
As
EUROFORTE
sociado
As
(34) 3313-9121 AB
I S O LO
WWW.EUROFORTE.COM.BR AB
I S O LO
AV. UM, 181 – UBERABA / MG FORTGREEN
(44) 3127-2700
WWW.FORTGREEN.COM.BR

F
R. CURITIBA, 805 - Z. IND. II – PAIÇANDU/PR

sociado
FORTH JARDIM As

sociado
(15) 3282-3444
FENIX AGRO As
WWW.FORTHJARDIM.COM.BR
AB
I S O LO

(15) 3285-5120 AB ROD. ANTONIO ROMANO SCHINCARIOL


I S O LO
WWW.QUIMIFOL.COM.BR ROD. KM 92 S/N – CERQUILHO/SP
CORNELIO PIRES, 125 – MINEIROS DO
TIETE / SP

sociado
As
FERTIFER
(11)4375-3955 AB
I S O LO
WWW.FERTIFER.COM
AL. RIO NEGRO, 1084 – BARUERI / SP

149
G
HELM DO BRASIL As
sociado

(11) 5185-4099
AB
WWW.HELMDOBRASIL.COM.BR/PT I S O LO

R. VERBO DIVINO, 2001 - BAIRRO


sociado
As

AB
I S O LO
sociado
As
HERINGER
GIRO AGRO (19) 3322-2200 AB
(35) 3295-7272 I S O LO
WWW.HERINGER.COM.BR
WWW.GIROAGRO.COM.BR AV. IRENE KARCHER, 620 –
AV. EDSON REZENDE SILVA, 135 - DIST. IND. – PAULINIA / SP
MACHADO/MG

sociado
As
sociado
GLOBAL CROPS As
AB
I S O LO
(71) 3316-5621
AB
I S O LO
HEXION DO BRASIL
WWW.GLOBALCROPS.COM.BR
(41) 3111-6800
R. DOS MAÇONS, 42 – LAURO DE
WWW.HEXION.COM/PT-BR/CHEMISTRY
FREITAS / BA
R. CYRO CORREIA PEREIRA, 2525 - CID. IND. DE
CURITIBA – CURITIBA / PR
sociado
As
GRUPO IFB
sociado
(62) 3273-8181 As
AB
I S O LO HINOVE
WWW.GRUPOIFB.COM.BR
(16) 3322-7481 AB
I S O LO
ROD. GO 080 - FAZENDA CAPIVARA KM
WWW.HINOVE.COM
22 – NEROPOLIS / GO
R. LILIA ELISA EBERLE LUPO, 200 B –
ARARAQUARA / SP

H HYDROPLAN EB
(11) 3322-7019
As

AB
sociado

I S O LO
WWW.HYDROPLAN-BRASIL.COM
As
sociado RUA DA ALFANDEGA N.200 – SAO

AB
I S O LO

HAIFA DO BRASIL
(11) 3057-1240
WWW.HAIFA-GROUP.COM/PT
R. LEÔNCIO DE CARVALHO, 234 - PARAÍSO – SAO
I
sociado
As
IBRA
(19) 3882-3679 AB
I S O LO
HARVEST SOLUÇÕES AGRÍCOLAS As
sociado
WWW.IBRA.COM.BR
(17) 3279-9129 R. AMAZONAS, 220 – SUMARÉ / SP
AB
R. ALCIDES CIDINHOTO, 95 – I S O LO

OLIMPIA / SP
J
ICASA As
sociado

(19) 3744-3522
AB
WWW.ICASA-LAB.COM.BR I S O LO

R. PROF. REINE GERMANA CAZES, 20 –


CAMPINAS / SP As
sociado
JBS
(11) 3144-4804 AB
I S O LO
sociado
As WWW.JBS.COM.BR
AB
V DE ACESSO ADAO AFONSO COSTA KM
I S O LO
7 – GUAICARA / SP
ICL
(11) 3016-9600
WWW.ICLAMERICADOSUL.COM As
sociado

AV. PAULISTA, 1754 – 3º ANDAR – BELA VISTA – JUMA-AGRO


(19) 3891-6415 AB
I S O LO
WWW.JUMA-AGRO.COM.BR
AV. VICTOR ACIERINI, 2370 – MOGI
As
sociado GUAÇU / SP
INNOVA AGROTECNOLOGIA
(45) 3522-3309 AB
I S O LO

K
WWW.INNOVAAGRO.COM.BR
AV. PERIMETRAL LESTE, 7033 – FOZ DO
IGUAÇU / PR

sociado
sociado As
INNOVAK GLOBAL As
KATRIUM
(19) 3291-6840 AB
(21) 2472-7387 AB
I S O LO
I S O LO
WWW.INNOVAKGLOBAL.COM WWW.KATRIUM.COM.BR
R. DAS CASTANHEIRAS, 200 – ESTRADA JOÃO PAULO, 530 - HONÓRIO
HORTOLANDIA / SP GURGEL – RIO DE JANEIRO / RJ

sociado
As sociado
INNTEQ KIMBERLIT As

(33) 3563-2148 AB
I S O LO
(17) 3279-1500 AB
I S O LO
WWW.INNTEQ.COM.BR WWW.KIMBERLIT.COM
ROD. BR 262, KM 31 SN – ROD. ASSIS CHATEAUBRIAND S/N –
MANHUAÇU / MG OLIMPIA / SP

sociado sociado
As As
INQUIMA KORIN
(43) 3174-4800 AB (19) 98181-8675 AB
I S O LO I S O LO
WWW.INQUIMA.COM.BR WWW.KORINAGRICULTURA.COM.BR
R. NESTOR LIBONI, 199 – CAMBE / PR ESTRADA MUNICIPAL CAMAQUÃ S/N –
IPEUNA / SP

sociado
ITALE INDUSTRIA As E
COMERCIO LTDA AB
I S O LO
(19) 3829-8811
WWW.ITALE.COM.BR
R. DR. ALFREDO ZACHARIAS, 1040 –
VALINHOS / SP

151
L
As
sociado LUPA SUBSTRATOS As
sociado

(19) 3535-1427
AB AB
I S O LO WWW.LUPASUBSTRATOS.COM.BR I S O LO

ROD PR N.151 – JAGUARIAIVA / PR

sociado
LABORCEC As

(41) 3656-3355 As
sociado
AB
I S O LO LUXEMBOURG BRASIL
R. JOSÉ BONATO STRAPASSON, 187 –
(11) 5090-6630 AB
COLOMBO / PR I S O LO
WWW.LUXEMBOURG.COM.BR

sociado
As
LABORGEO

M
(48) 99173-6465 AB
I S O LO
WWW.LABORGEOSERVICOS.COM.BR
R. GUILHERME TAMAZZIA, 122 –
TIJUCAS / SC

sociado
As
MACROBIO
(45) 3268-3940 AB
I S O LO
WWW.MACROBIO.COM.BR
AV. IGUAÇU, 11 – SAO MIGUEL DO
LEVRAS IGUAÇU / PR
(19) 98288-8021
WWW.LEVRAS.COM
R. BELMIRO BRUNELLI, 2163 - SANTA GERTRUDES MICROGEO As
sociado

– VALINHOS/SP (19) 3404-6580 AB


I S O LO
WWW.MICROGEO.COM.BR
R. PASTOR FLORIANO JOSÉ PEREIRA,
100 – LIMEIRA / SP

LIDERKRAFT
(19) 3652-9600 MICROMIX As
sociado

WWW.LIDERKRAFT.COM.BR MICROMIX PLANT HEALTH


AB
R. ROGÉLIA GALLARDO ALONSO 360 - DIST. IND. – (19) 2534-3624 I S O LO

AGUAÍ /SP WWW.MICROMIX.COM


R. GOV. PEDRO DE TOLEDO, 2168 –
PIRACICABA / SP

sociado
LIFE AGRO MICROXISTO As

(49) 3322-0301 (42) 3532-3631 AB


I S O LO
WWW.LIFEAGRO.COM.BR WWW.MICROXISTO.COM.BR
AV. GENERAL OSÓRIO 1031 E - CENTRO – R. JOAO BETTEGA, 2685 - DIST. IND. –
CHAPECÓ /SC SAO MATEUS DO SUL / PR

LITHO PLANT As
sociado

(27) 3373-8355
AB
WWW.LITHOPLANT.COM.BR I S O LO

ROD.BR 101 S/N - CANIVETE –


LINHARES / ES

152
N
sociado
As

AB
I S O LO
MK2R
(19) 99967-0070
WWW.MK2R.COM.BR NATURVITA As
sociado

R. PONGAI, 122 - ALTO – PIRACICABA/SP (87) 3863-0458 AB


I S O LO
WWW.NATURVITA.COM.BR
sociado
AV. AFONSO GOMES DE SÁ, 164 –
As
ML BIORGANICO PETROLINA / PE
(16) 3637-4088 AB
I S O LO
WWW.MLBIORGANICO.COM.BR
sociado
R. MAESTRO JOAQUIM RANGEL, 409 – As
NETZSCH
RIBEIRAO PRETO / SP (47) 3387-7000 AB
I S O LO
WWW.NETZSCH.COM/EN
R. EMILIO MARQUARDT, 300 –
sociado
MORRO VERDE As POMERODE / SC
(11) 2308-6837 AB
I S O LO
WWW.MORROVERDE.MV
sociado
As
AV. DAS NACOES UNIDAS, 17007 – SAO NEWFERT
(45) 4102-0950 AB
I S O LO
WWW.NEWFERT.COM.BR
R. AMERICA ALVES NUNES, 195 –
As
sociado PIRAJUBA / MG

AB
I S O LO

MOSAIC As
sociado
NICOMO PARTICIPAÇÕES
(19) 3255-6086
(19) 2042-1413 AB
WWW.MOSAICCO.COM.BR I S O LO
R. JOÃO DA FONSECA, 255 – MOGI
R. DR. JOÃO A.DOS SANTOS, 513 - JARDIM DAS
GUAÇU / SP

sociado
As

sociado
As AB
I S O LO

AB
I S O LO NICROM
MULTITÉCNICA
(31) 3779-4300 (11) 4152-0444
WWW.MULTITECNICA.COM.BR WWW.NICROMQUIMICA.COM.BR
ROD. MG 238, KM 53,6 - QUINDUCHA – SETE AL. ÁFRICA, 166 – POLO EMPRESARIAL TAMBORÉ
LAGOAS/MG – SANTANA DE PARNAÍBA/SP

sociado
NITRO QUÍMICA BRASILEIRA As

(15) 3246-8118
AB
I S O LO
WWW.NITRO.COM.BR

153
NOVATECH AGROCOMERCIAL As
sociado
As
sociado

(55) 3331-1769
AB AB
WWW.NOVATECHAGRO.COM.BR I S O LO I S O LO

LINHA 6 LESTE, SN – IJUÍ / RS


OMEX DO BRASIL
(19) 3414-2808
WWW.OMEX.COM.BR
sociado
NUTRICELER As
R. 13 DE MAIO, 797 – SLS. 25 E 26 – CENTRO –
(15) 3424-9494 PIRACICABA / SP
AB
I S O LO
WWW.NUTRICELER.COM.BR
R. ANTONIO EDMUNDO DE OLIVEIRA
CAMPOS, 670 – ITAPEVA / SP
OMNIA DO BRASIL As
sociado

(13) 3869-3262
AB
WWW.OMNIABRASIL.COM.BR I S O LO
sociado
As
NUTRINOVA R. GIÁCOMO PETRUZ, 355 – LEME / SP
(16) 3987-6678 AB
I S O LO
WWW.NUTRINOVA.PT
R. BENEDITO JOSÉ CARVALHO RAMOS, sociado
ORGA FERTILIZANTES As
480 – SERRANA / SP
(19) 3541-3940 AB
I S O LO
WWW.ORGA.COM.BR
ROD. SP 191 (WILSON FINARDI), KM 31
sociado
NUTRIPLANT As
S/N - MORRO GRANDE – ARARAS / SP
(11) 4161-7600
AB
I S O LO
WWW.NUTRIPLANT.COM.BR
R. ARNALDO, 388 - ENGENHO NOVO – sociado
OROAGRI BRASIL As
BARUERI / SP
(43) 3278-2003
AB
I S O LO
WWW.OROAGRI.COM
ROD. PR 218 KM 05 S/N - JD.

O UNIVERSITÁRIO – ARAPONGAS / PR

sociado
As
sociado
As
AB
I S O LO
AB
I S O LO
OXIQUIMICA AGROCIÊNCIA
(16) 3209-1313
WWW.OXIQUIMICA.COM.BR
OCP BRASIL
R. MINERVINO CAMPOS PEDROSO, 13 - PQ. IND.
(11) 2663-8200
CARLOS TONANNI – JABOTICABAL /SP
WWW.OCPBRASIL.COM.BR/NUTRIDROP
AV. PRES. JUSCELINO KUBITSCHEK, 1.455 – 7ºAN.

P
sociado
PLANT DEFENDER As

(19) 2114-2800 AB
I S O LO
WWW.PLANTDEFENDER.COM.BR
ROD. DEP. LAERCIO CORTE KM 119 SP
147 S/N – LIMEIRA / SP

154
sociado sociado
PORTINSPECT INSPEÇÕES As RIZOBACTER DO BRASIL As

(41) 3721-6722 (43) 3372-0750


AB AB
I S O LO I S O LO
R. JOSÉ GOMES, 873 - JOÃO GUALBERTO WWW.RIZOBACTER.COM.BR
PARANAGUÁ / PR R. JOSÉ CARLOS MUFATTO, 1034 –
CAMBE / PR

sociado
PRIMASEA As

(71) 3342-1985
WWW.PRIMASEA.COM
VIA CANDEIAS S/N – CANDEIAS / BA
AB
I S O LO
S
sociado sociado
As As

AB
AB
I S O LO I S O LO
PRIME AGRO
SANTA CLARA AGROCIÊNCIA
WWW.PRIMEAGRO.COM.BR (16) 3620-3320
ROD. PERIMETRAL NORTE – BR 163 TOLEDO/MAR. WWW.SANTACLARAAGRO.COM.BR
C. RONDON S/N CH 27, JD. P. ALEGRE – AV. CEL. FERNANDO FERREIRA LEITE, 305 –
TOLEDO/PR RIBEIRÃO PRETO/SP

Q
sociado
As
SATIS
(34) 3661-7089 AB
I S O LO
WWW.SATIS.IND.BR
R. IMBIARA, 500 - DIST. IND. –
ARAXA / MG

SCHEM GROUP As
sociado
QUÍMICA ANASTACIO
(11) 3540-0400
(11) 2133-6600 AB
I S O LO
WWW.GROUPCHEMBRASIL.COM.BR
WWW.ANASTACIO.COM
AV. NAÇÕES UNIDAS, 14.401 - CHÁCARA
R. EUGÊNIO DE MEDEIROS, 303, 12° AN. -
PINHEIROS – SÃO PAULO/SP

R
sociado
SINERGIA AGRO As

(19) 3892-8534 AB
I S O LO
WWW.SINERGIA-AGRO.COM.BR
ROD. SP 360 KM 154 S/N - TRÊS BARRAS
– SERRA NEGRA / SP
sociado
As

AB
RIGRANTEC - TECNOLOGIAS I S O LO As
sociado
SOLFERTI
PARA SEMENTES E PLANTAS
(54) 3283-8707 AB
(51) 3341-3225 I S O LO
WWW.SOLFERTI.COM.BR
WWW.RIGRANTEC.COM.BR
ESTRADA MUN. RODOLPHO BALLARDIN
R. ERNESTO DA FONTOURA, 1479 - SÃO GERALDO
S/N – CAXIAS DO SUL / RS
– PORTO ALEGRE/RS

155
SOLLOS AGRICONSULT
T
(19) 99436-2161 sociado
As
WWW.SOLLOSCONSULTORIA.COM.BR TEC FERTIL
AV. MONSENHOR MARTINHO SALGOT, 711, SL 01 (11) 3832-1114 AB
I S O LO
– PIRACICABA/SP WWW.TECHFERTIL.COM.BR
R. JORGE CANELLA, 41 - CHÁCARA DO
LAGO – VINHEDO / SP
sociado
As

AB
I S O LO TECHNES AGRICOLA LTDA As
sociado

SPRAYTEC (11) 3643-5422


AB
(44) 3046-2600 WWW.TECHNES.COM.BR I S O LO

WWW.SPRAYTEC.COM AV. QUEIROZ FILHO, 1700 - VILA


ROD. PR 317, 8001 KM 08, SAÍDA C. MOURÃO - PQ.
IND. SUL – MARINGA / PR

sociado
sociado TECHSOLO AGRICULT. As
As
SQM VITAS DE PRECISÃO AB
(71) 3602-3056 AB (14) 3269-7311 IS O LO
I S O LO
WWW.SQM-VITAS.COM.BR WWW.TECHSOLO.COM.BR
VIA CANDEIAS KM 01, LT 04 - CIA R. ANTÔNIO LUDOVICO NETO, 140 - JD. MARIA
NORTE – CANDEIAS / BA LUIZA IV – LENÇÓIS PAULISTA / SP

sociado sociado
STOLLER DO BRASIL As
TECNOMYL BRASIL As

(19) 3872-8288 (45) 3572-6482


AB AB
I S O LO I S O LO
WWW.STOLLER.COM.BR WWW.TECNOMYL.COM.BR
ESTRADA MUNICIPAL CMS-470, 300 - R. SANTOS DUMONT, 130 - CENTRO –
ITAPAVUSSU – COSMOPOLIS / SP FOZ DO IGUACU / PR

sociado sociado
As TERA AMBIENTAL As

(11) 3963-6500
AB AB
SUPERBAC I S O LO
WWW.TERAAMBIENTAL.COM.BR I S O LO

(44) 3233-7774 R. PAULINO CORADO, 20 - JD. STA


WWW.SUPERBAC.COM.BR TERESA – JUNDIAI / SP
R. SANTA MÔNICA, N° 1025, PQ. INDUSTRIAL SAN
JOSE – COTIA/SP
sociado
As

AB
I S O LO
TERRA DE CULTIVO
(35) 3295-0300
WWW.TERRADECULTIVO.COM.BR
BR-267 - MACHADO/MG

156
U
TESSENDERLO KERLEY As
sociado

(11) 97524-9096
AB
WWW.TESSENDERLOKERLEY.COM/PT-PT I S O LO

AV. DOUTOR JOSE BONIFACIO


sociado
As
UBYFOL
(34) 3319-9500 AB
I S O LO
As
sociado WWW.UBYFOL.COM
TETRA TECHNOLOGIES
R. ARNALDO AFONSO DE MELO , 101 -
(22) 2796-6600 AB
I S O LO DIST. IND. II – UBERABA / MG
WWW.TETRATEC.COM
AV. N. SRA. DA GLÓRIA, 999 - PRAIA
CAMPISTA – MACAÉ / RJ sociado
As
UNION AGRO
(14) 3641-3123 AB
I S O LO
WWW.UNIONAGRO.COM.BR
TIMAC AGRO As
sociado
AV. DR. ANTHERO FERNANDES NUNES,
(51) 3382-8788
AB
I S O LO
2010 – PEDERNEIRAS / SP
WWW.TIMACAGRO.COM.BR
AV. CARLOS GOMES, 1340 11º AN. -
AUXILIADORA – PORTO ALEGRE / RS
sociado
As

AB
I S O LO
UNIVAR SOLUTIONS
TMF FERTILIZANTES INTELIGENTES As
sociado

(11) 3602-7222
(37) 3323-2164
AB
I S O LO WWW.UNIVARSOLUTIONS.COM
WWW.TMFFERTILIZANTES.COM.BR
R. ARINOS, 15 - INDUSTRIAL ANHANGÜERA –
RODOVIA MG 170 - KM 87 S/N –
OSASCO/SP
PAINS / MG

sociado sociado
As UPL DO BRASIL As

(19) 3794-5600
AB AB
I S O LO I S O LO
WWW.UPL-LTD.COM/BR
TRADECORP DO BRASIL
R. JOSÉ GERALDO FERREIRA N.105 -
(19) 2137-8100
WWW.TRADECORP.COM.BR
ROD. JOR. FRANCISCO A. PROENÇA, KM 9 - COND.

V
TECH TOWN – UNID. 21 – HORTOLÂNDIA/SP

sociado
TURFA FERTIL As

(48) 3524-3936
AB sociado
I S O LO As
WWW.TURFAFERTILAGRO.COM.BR VALAGRO
ROD. LUIZ ROSSO, 9997 – (11) 5054-4222 AB
I S O LO
CRICIUMA / SC WWW.VALAGRO.COM/BRAZIL/PT/
ESTRADA MUN. FERNANDO LUIZ
LANDGRAF, 700 – PIRASSUNUNGA / SP

157
VALORIZA FERTILIZANTES As
sociado

(34) 3229-4949
AB
WWW.VALORIZA.AGR.BR I S O LO

ROD. COMUNITARIA NEUZA REZENDE


S/N - DIST. IND. – UBERLANDIA / MG

sociado
As

AB
I S O LO

VIGNA BRASIL
(11) 3124-4455
WWW.VIGNABRASIL.COM.BR
AV. IPIRANGA, 318 – BL. A – 16º ANDAR – CJ.

sociado
As

AB
I S O LO
VITTIA
(16) 3600-8688
WWW.VITTIA.COM.BR/
AV. MARGINAL ESQUERDA, 2.000 - VIA
ANHANGUERA KM 383 –
SAO JOAQUIM DA BARRA / SP

Y
sociado
As

AB
I S O LO

YARA BRASIL
(19) 3838-9262
WWW.YARABRASIL.COM.BR
AV. SÃO JUDAS TADEU, 880, JD. SÃO JUDAS TADEU
– SUMARE / SP

158
COMPLEXO EMPRESARIAL GALLERIA OFFICE - AV. BAILARINA SELMA PARADA,
201 – BLOCO 1 – SALA 133 JD. MADALENA | CAMPINAS/SP FONES: (19) 3116-
1007 | (19) 3116-1008 • ABISOLO@ABISOLO.COM.BR 9º ANUÁRIO BRASILEIRO
DAS INDÚSTRIAS DE TECNOLOGIA EM NUTRIÇÃO VEGETAL - 2023 TODOS OS
DIREITOS RESERVADOS. PERMITIDA A REPRODUÇÃO, DESDE QUE CITADA A
FONTE.

WWW.ABISOLO.COM.BR
S U
SANTA CLARA UBYFOL
(16) 3620-3320 (34) 3319-9500
WWW.SANTACLARAAGRO.COM.BR WWW.UBYFOL.COM.BR
AV. CEL. FERNANDO FERREIRA LEITE, 305 – R. ARNALDO AFONSO DE MELO, 101 – DIST. IND. II
RESIDENCIAL UBERABA/MG
RIBEIRÃO PRETO/SP

UNIVAR
SOLLOS CONSULTORIA (11) 3602-7222
(19) 99436-2161 WWW.UNIVARSOLUTIONS.COM
HTTPS://SOLLOSCONSULTORIA.COM.BR/ R. ARINOS, 15 - INDUSTRIAL ANHANGÜERA –
AV. MONSENHOR MARTINHO SALGOT, 711 – OSASCO
AREIÃO SÃO PAULO/SP
PIRACICABA/SP

SPRAYTEC
LATINA AGRO IND. E COM. DE FERT. LTDA
V
(44) 3046-2600
WWW.SPRAYTEC.COM
VALAGRO
ROD. PR 317, 8.001 – MARINGÁ/PR
VALAGRO DO BRASIL LTDA
(11) 5093-9046
WWW.VALAGRO.COM/BRAZIL/PT/
STOLLER AV. MACUCO, 726 – INDIANÁPOLIS – SÃO PAULO/
STOLLER DO BRASIL LTDA SP
(19) 3707-1200
WWW.STOLLER.COM.BR
TORRE II, AV. CARLOS GRIMALDI, N. 1701 - 3°
VIGNA BRASIL
ANDAR
VIGNA BRASIL CONSULT.
JARDIM CONCEIÇÃO – CAMPINAS/SP
ASSUNT. ESTRAT. REGUL.
(11) 3259-6399

T
WWW.VIGNABRASIL.COM.BR
AV. IPIRANGA, 318 - REPÚBLICA - SÃO PAULO/SP

VITTIA
TERRA DE CULTIVO (GRUPO PENHA) VITTIA FERTILIZANTES E BIOLOGICOS S/A
TERRA DE CULTIVO E SOL. AMBIENTAIS LTDA (16) 3810-8000
(35) 3295-0300 VITTIA.COM.BR
WWW.TERRADECULTIVO.COM.BR AV. MARGINAL ESQUERDA, 2.000 - CENTRO
ROD. BR 267, KM 16N – SÃO TOMÉ SÃO JOAQUIM DA BARRA/SP
MACHADO/MG

160

Você também pode gostar