2020

ANUÁRIO BRASILEIRO DE

TECNOLOGIA
EM NUTRIÇÃO
VEGETAL
Empresas anunciantes
é Agrocete
 2020
ANUÁRIO BRASILEIRO DE

TECNOLOGIA
EM NUTRIÇÃO
VEGETAL

Expediente Abisolo
Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal

CONSELHO DELIBERATIVO CONSULTORES TÉCNICOS

Clorialdo Roberto Levrero Luiz Antônio Pinazza

Consultor Política/Institucional
Presidente
José Carlos Olivieri
Consultor do Programa Interlaboratorial
Gustavo Branco
Marcos Yassuo Kamogawa
Vice-presidente Consultor do Programa Interlaboratorial
Kátia Goldshmidt Beltrame
Fernando Carvalho Oliveira – Conselheiro Consultora Técnica de Fertilizantes de Matriz Orgânica
Marcelo Luiz Marino Santos – Conselheiro Moacir Beltrame
Alessandro Olinda de Souza Mesquita – Conselheiro Consultor Técnico - Meio Ambiente
Gustavo dos Reis Vasques – Conselheiro Fernanda Latanze Mendes Rodrigues
Coordenadora do Programa Interlaboratorial
Sérgio Mariuzzo – Conselheiro
Irani Gomide Filho
Anderson Luis Schaefer – Conselheiro
Consultor para a Área Regulatória – MAPA
Guilherme S. de Almeida – Suplente do Conselho Deliberativo
Vandre Silva – Suplente do Conselho Deliberativo DIRETORIA EXECUTIVA

CONSELHO CONSULTIVO E FISCAL Alexandre D’Angelo - Gerente Executivo

José Alberto Nunes da Silva - Secretário Executivo
Francisco Guilherme Romanini – Conselheiro Kleber Nichi - Analista de Marketing
Marina Silva – Conselheira Maria Cristina Duvaizem Moura - Analista Admin. Financeiro

Roberto Bosco – Conselheiro

Projeto Gráfico
Antônio R. de Figueiredo – Suplente do Conselho
Finco Comunicação
Consultivo e Fiscal

www.abisolo.com.br

Endereço Abisolo: Av. Paulista, 726 - Ed. Palácio 5a Avenida, Conjunto 1.307, Bela Vista | São Paulo/SP • abisolo@abisolo.com.br
6o Anuário Brasileiro das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal - 2020. Todos os direitos reservados. Permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
 Índice

10 Palavra do Presidente

14 Introdução

15 A Abisolo

33 Capítulo 1
Tecnologia em Nutrição Vegetal

76
Capítulo 2
Marco Regulatório do Setor de
Tecnologia em Nutrição Vegetal

86
Capítulo 3
Fornecedores da Indústria de
Tecnologia em Nutrição Vegetal

100
Capítulo 4
O Mercado de Tecnologia
em Nutrição Vegetal

125 Capítulo 5
Guia de mercado
 Trabalhar no agronegócio é uma honra, mas é acima de tudo uma enorme responsabilidade. Afinal, garantir
a segurança alimentar é a melhor forma para promover a paz. Eu acredito que nada na vida é por acaso. A
pandemia do COVID–19 que estamos enfrentando agora vai nos deixar os seus ensinamentos. Se o mundo
não será mais o mesmo, o Agro também não. Nesta edição do Anuário Abisolo 2020 nos empenhamos para

Palavra do Presidente disponibilizar um conteúdo de qualidade, com foco em Tecnologia, Inovação e Inteligência de Mercado.

Clorialdo Roberto Levrero Espero que as informações lhes sejam úteis.

Boa Leitura.
Clorialdo Roberto Levrero
Presidente do Conselho Deliberativo
DESAFIOS E SUPERAÇÃO – Duas palavras sempre presentes na história do Agro e do Brasil.
Na edição passada deste nosso Anuário relatamos o clima de esperança dos Brasileiros no novo Governo e
a expectativa de todos na chegada de dias melhores. A formação de um Ministério mais técnico nas áreas
estratégicas, comprometido com as mudanças estruturais que o Brasil tanto precisa, seria fundamental para
resgatar a confiança e promover o retorno do consumo e dos investimentos. Quebrar a inércia e superar os
tempos de recessão e de pessimismo era o grande desafio.

De lá para cá as políticas públicas avançaram – nem todas é verdade, mas mais uma vez o Agronegócio
Brasileiro – incluído ai os segmentos que a Abisolo representa, se superou. É importante frisar que a
capacidade econômica e técnica do Agro resulta de um papel coletivo composto pelas empresas de insumos,
máquinas, instituições de pesquisa e por toda cadeia agroindustrial. Com a pratica da agropecuária mais

UM NOVO DESTINO PARA AS

sustentável do planeta, esses atores da cadeia produtiva zelam em manter o seu propósito de garantir
a segurança alimentar nacional e global. Com suas graves implicações e consequências econômicas e
sociais, nos deparamos com a surpresa recente do alastramento da pandemia do Covid-19. Neste momento EMBALAGENS VAZIAS DE
FERTILIZANTES FOLIARES,
turbulento, cabe refletirmos sobre a dependência e convivência do ser humano em sociedade. É imprescindível
considerar os ensinamentos sobre a ressonância dos nossos atos, não importa o grau de poder, de cultura ou
de riqueza de cada um. ORGANOMINERAIS, ORGÂNICOS,
Esta crise certamente deixará um rastro de tristeza e impactos econômicos marcantes. Unidos, iremos superá-
BIOFERTILIZANTES,
los. Mas não podemos desconsiderar as oportunidades emergentes desse processo árduo e difícil. Uma delas CONDICIONADORES DE SOLO E
é a superação de um velho desafio do Agro: o da Comunicação. Hoje, mais do que nunca, os brasileiros
SUBSTRATO PARA PLANTAS
tem conhecimento dos recordes sucessivos da produção agropecuária e da sua relevância para a segurança
alimentar do mundo. Mas ainda existe um grande desconhecimento a respeito da tecnologia sustentável e
sofisticada aplicada para conseguir esses resultados. Sabemos que as dúvidas e os questionamentos muitas
Você sabia que essas embalagens
vezes estão relacionados à circulação de informações distorcidas, muitas vezes construídas com base na
vazias poderão ser devolvidas a
ignorância dos fatos e às vezes, fundamentadas por interesses econômicos e/ou corporativos questionáveis. partir de Setembro/2020 nas
Mas precisamos considerar estas dúvidas como legítimas. Afinal, também somos consumidores e devemos centrais de recebimento do
sempre questionar processos que ainda não compreendemos. Sistema Campo Limpo em todo o
estado de São Paulo?
Chegou a hora de deixarmos de lado as iniciativas individuais. Precisamos coordenar as ações para, juntos,
mostrar aos brasileiros e ao mundo o que fazemos, como e porque fazemos. Precisamos divulgar a cartilha do
dia-a-dia da grande maioria dos agricultores brasileiros e defender todos os dias que a atividade de produção
agropecuária somente terá futuro com a adoção de “Ciência” e de “Boas Práticas” em seus processos
produtivos. Aqueles poucos produtores que ainda não perceberam isto, ficarão pelo caminho.
Apoie e divulgue
E podemos e devemos ir além da questão da “Comunicação”, juntos - entidades que representam toda essa iniciativa.
a cadeia do Agro e o Poder Público, precisamos nos empenhar na construção de um “Plano Estratégico”
de longo prazo para o setor, que nos dê as direções corretas para o crescimento de forma cada vez mais
sustentável e continuado. Trata-se de uma tarefa de primeira hora, pois a demanda por “Alimentos Seguros” já
é parte da realidade atual.

10

José Roberto Mendonça de Barros
Economista e Sócio-Diretor da MB Associados
O Brasil não será o mesmo depois da pandemia
O Coronavírus é o maior choque das últimas décadas. Espalhou-se rapidamente pelo mundo e é bastante letal.
Como no curto prazo não existe nem remédios, nem vacinas que permitam lidar com a doença que se instala,
a única recomendação da ciência é reduzir a circulação das pessoas através de uma quarentena em casa, com
diferentes graus de intensidade.
Este recolhimento produz uma parada súbita na atividade econômica, uma vez que muitas empresas fecham
e as pessoas ficam, em sua maior parte, nas suas casas. Esta situação resulta, muito rapidamente, uma forte
recessão na economia. Os governos e os Bancos Centrais colocam em prática políticas compensatórias de
emergência, através de suporte ao emprego, de distribuição de recursos aos desempregados e de programas
de crédito especiais, que busquem dar suporte financeiro às empresas e à atividade econômica.
Como já vimos no caso de vários países, após três ou quatro meses, o surto inicial do vírus começa a se
reduzir e, cautelosamente, as regras de confinamento começam a ser abrandadas.
Neste momento, descobre-se que ficar fechado em casa por um longo período é uma experiência única, que
será marcante na vida de todas as pessoas. Estas, quando liberadas, não serão mais exatamente as mesmas
e mudarão significativamente.
Estas alterações têm três dimensões: enquanto cidadãos, trabalhadores e consumidores.
As pessoas, provavelmente, estarão mais próximas de uma vida mais simples e mais natural, que vai
afetar, inclusive, o seu estilo de vida e o tipo de alimentos desejados, mais naturais, menos industrializados,
orgânicos. Enquanto trabalhadores, muita gente terá aprendido a operar à distância e conhecido muitas
técnicas e ferramentas novas, que tendem a elevar a produtividade. Entretanto, muitas pessoas perderão
renda, ficarão desempregadas e dependerão por um tempo de mecanismos de transferência de renda. Para
este grupo, a demanda de alimentos se voltará para os mais básicos. Ainda na dimensão do trabalho, a
pandemia vai levar muitas companhias a adotar técnicas mais automatizadas.
Finalmente, o consumidor, além da mudança de hábitos, também está alterando a forma de comprar, entrando
firme na direção do e-commerce e dos novos canais de comercialização.
As empresas também serão diferentes. Na verdade, muitas sequer sobreviverão à recessão pela qual todos
estão passando, inclusive o Brasil, mas as que conseguirem atravessar esse percurso também irão se alterar.
12
O setor mais bem sucedido, até aqui, é, sem dúvida, o agronegócio, o único que deverá crescer em 2020,
enquanto indústria e serviços sofrerão pesadas quedas.
De fato, a agricultura conseguiu colher uma safra recorde de verão, que pôde ser processada pelo rápido
desenvolvimento de protocolos que permitiram aos agricultores, indústrias e cooperativas transformarem os
produtos. Estes protocolos iam desde o confinamento dos trabalhadores mais velhos e outros grupos de
risco, cuidados especiais com o transporte de funcionários e a redefinição das linhas de produção, de sorte
a dar mais distância entre os trabalhadores. Menor velocidade nas linhas, compensada com mais turnos
de produção e rígidos protocolos de higiene também foram implantados rapidamente. Mas não apenas nas
plantas industriais existiram mudanças, tendo havido muitos trabalhos com as comunidades, melhorando
equipamentos de assistência médica.
Desta forma, com um eficiente sistema de logística, o abastecimento de um país enorme como o Brasil
não sofreu interrupções em lugar nenhum, permitindo que lojas e supermercados pudessem satisfazer as
necessidades da população.
O mesmo ocorreu com as exportações, onde os embarques foram até acima dos usuais, especialmente,
porque o mercado internacional de alimentos está muito comprador, com inúmeros países buscando elevar
estoques.
Este notável desempenho só foi possível porque o sistema agrícola brasileiro não para de inovar, de sorte a
elevar a qualidade, a produtividade e a competitividade do produto nacional.
Na verdade, está claro que muitas tecnologias terão sua adoção aceleradas. Agricultura de precisão, utilização
de drones, uso da ciência de dados, controle integrado de pragas e avanços na microbiologia e moléculas
mais eficientes jogarão papel ainda mais importante e com eles os fertilizantes especiais.
O aprendizado que veio com a pandemia também mostrou toda uma gama de serviços à distância que vai
ter seu uso crescendo exponencialmente. Isso inclui vendas, assistência técnica, consultas, demonstrações e
outras formas de comunicação que permitam um forte grau de relacionamento com os clientes, de forma que
estes se sintam especiais, um pouco únicos, independente de seu tamanho.
Isto será um grande desafio para todas as empresas, mas que, se vencido, permitirá que uma trajetória
ganhadora se consolide ainda mais.
Boa sorte a todos!
13
 Introdução
Com o objetivo de disponibilizar informações relevantes, visando nortear estratégias e os investimentos
na indústria, orientar os consumidores dos produtos e disponibilizar informações que contribuam para a
elaboração de políticas públicas, a 6ª edição do Anuário Brasileiro de Tecnologia em Nutrição Vegetal traz os
já consolidados capítulos sobre Tecnologia em Nutrição Vegetal, O Novo Panorama Regulatório do Setor, O
Autocontrole do Setor de Fertilizantes, informações sobre o Mercado de Tecnologia em Nutrição Vegetal, além
de artigos técnicos e científicos assinados por renomados pesquisadores e especialistas.

O capítulo A ABISOLO apresenta as principais melhorias implementadas pela associação em 2019, sempre
com o objetivo de buscar a valorização e a competitividade da indústria e difundir suas tecnologias.

Todas as mudanças foram implementadas a partir das expectativas dos CEO´s das indústrias associadas
à Abisolo em reunião de alinhamento, quando foram discutidas propostas para as áreas de Inteligência de
Mercado, Melhoria da Qualidade, Marco Regulatório, Difusão de Validação de Tecnologias, Recursos Humanos,
Marketing e Comunicação, entre outros temas relevantes.

No capítulo 1, apresentamos diversos artigos escritos por renomados profissionais e pesquisadores, que
abordam temas de grande relevância para a indústria, para os consumidores e para os stakeholders com
interesse no setor.

O capítulo 2 aborda as principais mudanças nos processos regulatórios, de gestão e de informação do

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA que implicam na agilização de processos; na
produção e no controle de qualidade dos produtos; na sistematização e transparência dos processos e
procedimentos, sempre com ênfase na promoção das “Boas Práticas de Fabricação” no setor de Fertilizantes,
Condicionadores de Solo e Substrato para Plantas.

O capítulo 3 traz artigos técnicos escritos por alguns fornecedores da Indústria de Tecnologia em Nutrição
Vegetal. Temas como Crédito Rural, Adjuvantes e Adubação Orgânica serão abordados neste capítulo. A Abisolo
Os resultados da “Pesquisa Nacional 2020” junto às Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal é
apresentado no capítulo 4. Dados do mercado em 2019 e as expectativas do setor para 2020 estão ali
relatados.

Por fim, o último capítulo disponibiliza o Guia de Mercado das Indústrias Brasileiras de Tecnologia em Nutrição
Vegetal, onde é possível identificar as informações para acesso às empresas associadas à Abisolo e também
às empresas não associadas que contribuíram com a construção dos dados de mercado, participando da
“Pesquisa Nacional 2020”. É importante ressaltar que o conteúdo desta publicação está embasado em uma
visão imparcial do setor de Tecnologia em Nutrição Vegetal, sem a pretensão de esgotar todos os aspectos
relativos aos temas aqui abordados. Estamos sempre à disposição dos leitores para esclarecer qualquer ponto
de dúvida ou controvérsia e também para o recebimento de sugestões que nos ajudem a melhorar cada vez
mais o conteúdo do nosso Anuário.

Boa Leitura

14 15
 COMITÊ EXECUTIVO FERTILIZANTES FOLIARES E BIOFERTILIZANTES • Empresas participantes:

Abisolo

INFLUÊNCIA POSITIVA NA PRODUÇÃO AGRÍCOLA BRASILEIRA - Os segmentos de mercado

representados pela Abisolo têm tido um papel relevante nos resultados de qualidade, produtividade e
sustentabilidade da produção agrícola brasileira.

O crescimento constante do setor nos últimos anos é resultado da evolução tecnológica dos produtos e, não
menos relevante, da qualidade dos serviços prestados pela indústria aos agricultores. O aumento de adoção
destas tecnologias por parte dos agricultores é reconhecimento inquestionável do valor que estas tecnologias
agregam. E neste cenário, a Abisolo, como entidade representativa do setor precisa estar cada vez melhor COMITÊ EXECUTIVO FERTILIZANTES DE MATRIZ ORGÂNICA
E CONDICIONADORES DE SOLO • Empresas participantes:
estruturada não só para acompanhar este processo, mas para ser parte efetiva da construção de propostas
de valor para as indústrias associadas, para os agricultores e para os consumidores da produção. 2019 foi um
ano de grandes transformações na entidade. A implementação efetiva dos Comitês Temáticos permitiu uma
maior participação das indústrias associadas na construção de propostas assertivas visando a valorização e a
difusão do setor e de suas tecnologias.

COMITÊS EXECUTIVOS - Os Comitês Executivos foram criados em 2018 com o objetivo de promover um
maior envolvimento dos executivos das empresas associadas na construção de propostas e projetos que
visam a valorização e o desenvolvimento do setor.
Objetivos dos Comitês: Apoiar o Conselho Deliberativo na construção de propostas e projetos nas diversas COMITÊ EXECUTIVO LOGÍSTICA REVERSA • Empresas participantes:
áreas de interesse da nossa indústria:
• Inteligência de Mercado
• Validação, Difusão e Adoção de Tecnologias
• Marcos Regulatórios
• Logística Reversa

COMITÊ EXECUTIVO ESTATÍSTICAS • Empresas participantes:

ÍNDICE DE CONFIANÇA - Na área de “Inteligência de Mercado” mudanças de parametrização e de
metodologia, além de investimentos na área de segurança da informação têm permitido a construção de
informações cada vez mais consistentes sobre o desenvolvimento e as tendências do nosso mercado. Foi
criado o “Índice de Confiança do Setor” que trimestralmente captura a percepção e as expectativas dos
executivos do setor sobre questões essenciais para o desenvolvimento do seu negócio. Através de pesquisa
qualitativa com os principais gestores das empresas associadas a Abisolo, foram mapeadas 9 questões,
qualificadas de 0 a 200 pontos, onde 100 pontos indicam neutralidade, abaixo de 100 apontam insatisfação/
pessimismo e acima de 100 pontos, satisfação/otimismo do setor.

COMITÊ EXECUTIVO MARCO REGULATÓRIO • Empresas participantes: PESSIMISTAS NEUTROS OTIMISTAS

Concentração da distribuição das respostas
<100 =100 >100
com relação as últimas 2 pesquisas
DEZ/19 ABR/20 DEZ/19 ABR/20 DEZ/19 ABR/20
1. Índice de adimplência no último trimestre 19% 26% 19% 26% 62% 48%
2. Expectativa de vendas para os próximos 12 meses. 5% 26% 5% 13% 89% 61%
3. Intenção de investimento em Máquinas, Equipamentos e Infraestrutura
11% 35% 27% 23% 62% 42%
para os próximos 12 meses.
4. Intenção de investimentos em Recursos Humanos nos próximos 12 meses. 16% 42% 11% 13% 73% 45%
5. Intenção de investimentos em P & D nos próximos 12 meses. 11% 29% 8% 19% 81% 52%
6. Expectativa de expansão da agricultura nos próximos 12 meses. 3% 19% 11% 39% 86% 42%
7. Índice de confiança nas políticas públicas para os próximos 12 meses. 22% 55% 16% 26% 62% 19%
8. Expectativa de desempenho da economia nos próximos 12 meses. 8% 87% 8% 0% 84% 13%
9. Comportamento das taxas de câmbio nos próximos 12 meses. 27% 52% 49% 23% 24% 26%

Fonte: Abisolo

16 17
 MARKETING E COMUNICAÇÃO - A área de Marketing e Comunicação também vem passando por PROGRAMA INTERLABORATORIAL - Na área da
mudanças importantes. Na questão de “Transparência”, aperfeiçoamos a “Área do Associado” em nosso “Qualidade” nosso “Programa Interlaboratorial – Melhoria
Website onde disponibilizamos para os associados os dados econômicos/financeiros, as atas de reuniões Contínua”, que conta com a participação de 53 Laboratórios
dos diversos foros, de forma que todas as empresas associadas tenham ciência das decisões e projetos de Análises Químicas, passou por mudanças estruturais
implementados e possam fazer críticas e sugestões visando a melhor performance da entidade. Para o público que resultaram em sensível aumento da proficiência dos
em geral, foi construído um novo website, com muito mais conteúdo e interatividade. laboratórios participantes. Este resultado demonstra o
compromisso das empresas associadas com a qualidade
e segurança dos seus produtos, sempre em benefício
dos seus consumidores. Além disto, será implementado
em 2020 o “Programa de Ensaio de Proficiência para
Acreditação” e o “Programa Interlaboratorial para Material
de Referência Certificado”. Os novos programas permitirão
às empresas associadas participantes a obtenção de
certificação dos seus laboratórios por instituições nacionais
e internacionais.

Novo website Abisolo Área do Associado:

aperfeiçoamento e transparência.

ACADEMIA ABISOLO - Criamos a “Academia Abisolo”, com foco na qualificação dos colaboradores das
empresas associadas. Os temas abordados são os mais diversos possíveis e buscam sempre atender as
demandas das empresas associada. Em 2019, em função das mudanças recentes no marco regulatório do
setor, promovemos um “Curso de Atualização de Normas do MAPA”, com duração de dois dias, que contou Técnicos participantes do Progama Interlaboratorial Abisolo
com a participação de mais de 100 profissionais da área regulatória.

O curso foi ministrado por Consultores especializados na área e contou com a participação efetiva de
Fiscais Federais do MAPA. Construímos ainda, em parceria com a Esalq o painel “O Profissional do Futuro
na Área de Ciências Agrárias”, realizado durante o Esalq Show 2019, que possibilitou a discussão do tema
entre executivos do nosso setor, professores, pesquisadores, gestores de renomadas universidades, além
de importantes executivos do Agro, com foco na formação dos profissionais da área neste momento de
grandes transformações pelo qual passa o Agronegócio Brasileiro.

Treinamento Programa Interlaboratorial

Uma das turmas do curso de atualização das Painel “O Profissional do Futuro na Área de
normas do MAPA promovido pela Abisolo em 2019. Ciências Agrárias”, no Esalq Show 2019.

Reunião Técnica Programa Interlaboratorial

18
 SIMPÓSIOS E EVENTOS - Na área de “Difusão e Validacão de Tecnologias” foram estruturados “Simpósios Outras áreas onde a Entidade tem atuação relevante
de Nutrição” na cultura de cana-de-açúcar e de soja e também o “I Fórum Abisolo de Fertilizantes de são a Política, a Tributária e a Jurídica. Neste momento
Matriz Orgânica”. Estes eventos estão previstos para 2020 em formato digital. Outra ação importante foi a de importantes discussões na área econômica, temas
contratação de “Projetos de Pesquisa” pela entidade junto às Universidades Esalq e UFSCar, com o objetivo como Reforma Fiscal, Renovação do Convênio 100 do
de validar cientificamente benefícios que tecnologias do setor agregam para os seus usuários e para os ICMS, Tabela de Frete, Liberdade Econômica entre muitos
consumidores de alimentos produzidos a partir dos nossos produtos. outros, nossa participação tem sido efetiva e sempre que
possível, em parceria com outras Entidades que atuam no
Agronegócio.

LOGÍSTICA REVERSA - Na área ambiental, em atendimento ao que determina o “Plano Nacional de Resíduos
Sólidos” criado através da Lei nº 12.305 de 2 agosto de 2012, tivemos grandes avanços. Os estudos que
tiveram início em 2016, a partir da contratação de “Projeto Piloto” junto ao inpEV – Instituto Nacional de
Processamento de Embalagens Vazias, comprovaram a viabilidade técnica e econômica de inclusão dos
segmentos de Fertilizantes Foliares, Organominerais, Orgânicos, Biofertilizantes, Condicionadores de Solo
e Substrato para Plantas no “Sistema Campo Limpo”. Em Assembleia Geral dos Associados foi aprovada a
“Fase II” do Projeto, que prevê a ampliação do “Projeto Piloto” contemplando o recebimento e a destinação
ambientalmente correta de todas as embalagens geradas no Estado de São Paulo. O início desta nova etapa
está previsto para setembro de 2020.

Esta iniciativa do setor – considerando que o setor ainda não consta da lista de setores prioritários para
a implementação, definida pelo órgão de fiscalização e controle do Estado de São Paulo, demonstra o
comprometimento e a pro atividade do setor em relação às questões ambientais.

Outra ação importante na área de Meio Ambiente foi a formalização de um “Protocolo de Intenções” entre
a Entidade e a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, que nos permitirá
estabelecer projetos conjuntos na área de “Resíduos Sólidos”.

Dê um novo
destino para suas
embalagens

20
NOVA SEDE EM CAMPINAS - Com o desenvolvimento da indústria e com envolvimento cada vez maior
COMO SE TORNAR UM ASSOCIADO ABISOLO? - A Abisolo conta hoje com mais de 110 empresas
da Entidade em temas relevantes para o setor, foi aprovada em Assembleia a mudança da sede da Entidade
associadas, que respondem por quase 70% do faturamento do setor. Os Associados estão divididos em 2
para cidade de Campinas-SP. Com um espaço físico maior e com a contratação de mais profissionais, nosso categorias, sendo:
objetivo é o de prestar serviços cada vez melhores para as empresas associadas.
1. ASSOCIADO EFETIVO ETAPAS PARA ASSOCIAÇÃO
São empresas produtoras ou importadoras, • Preenchimento da ficha cadastral;
devidamente registradas no Ministério da • Envio de cópia digital da última atualização do
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que Contrato Social consolidado;
possuam em seu portfólio produtos dos
• Aprovação da associação pelo Conselho
segmentos abaixo:
Deliberativo da Abisolo;
• Fertilizantes Foliares
• Biofertilizantes • Assinatura do Contrato de Adesão.
• Fertilizantes Orgânicos
• Fertilizantes Organominerais MENSALIDADES
• Condicionadores de Solo • As mensalidades são fixadas de acordo
• Substratos para plantas com o faturamento da empresa, a partir do
enquadramento nas faixas estabelecidas no
2. ASSOCIADO SETORIAL
estatuto da Associação e são reajustadas
São empresas fornecedoras de produtos e/ou
Galleria Office Campinas Escritório em Campinas-SP sempre no dia 1 de janeiro de cada ano, de
serviços para as empresas da cadeia de Nutrição
Vegetal. acordo com a variação do IGP-M.

Para saber mais detalhes e conhecer todos os benefícios da associação, visite o nosso website: www.abisolo.com.br

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Pioneering the Future 0
 ORGANOGRAMA ABISOLO TIPOS DE PRODUTOS DE TECNOLOGIA EM NUTRIÇÃO VEGETAL

Presidente Conselho
Deliberativo
FERTILIZANTES ESPECIAIS

VP Conselho
Deliberativo São produtos que apresentam na sua formulação alguma característica adicional que os diferenciam dos
fertilizantes convencionais, promovendo melhor desempenho, estabilidade, eficiência ou facilidade de manejo.
Podem ser Minerais ou Orgânicos, sólidos ou fluidos e utilizados nos mais diversos tipos de aplicação: via solo,
Conselho Comitês
Consultivo Conselheiros foliar, fertirrigação, hidroponia ou semente.
e Fiscal Executivos

Para os Orgânicos estão neste grupo os produtos que trazem outros benefícios além do fornecimento de
Gerente Secretário nutrientes, incluindo os Biofertilizantes.
Executivo Executivo

No caso dos Fertilizantes Minerais são considerados “especiais” aqueles que além de fornecer os nutrientes
sejam formulados com aditivos, agentes complexantes ou quelantes; aqueles que são 100% hidrossolúveis; e
Analista Analista Coordenador Marcos Jurídico e Assessoria Inteligência os de liberação controlada.
Financeiro Marketing Técnico Regulatórios Fiscal Contábil de Mercado

FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS

São produtos de natureza fundamentalmente orgânica, obtido por processo físico, químico, físico-químico
ou bioquímico, natural ou controlado, a partir de matérias-primas de origem industrial, urbana ou rural,
vegetal ou animal, nos quais são adicionados fontes de nutrientes minerais, contribuindo para a melhoria das
características químicas, físicas e biológicas do solo, além do fornecimento de nutrientes para as plantas.

25
 BIOFERTILIZANTES
Produtos que contém princípio ativo ou agente orgânico, isento de substâncias agrotóxicas, capaz de atuar,
direta ou indiretamente, sobre o todo ou parte das plantas cultivadas, elevando a sua produtividade, sem ter
em conta o seu valor hormonal ou estimulante, subdivido nos seguintes grupos:
a) Biofertilizante de Aminoácidos: Produto obtido por fermentação ou hidrólise de materiais orgânicos
naturais;
b) Biofertilizante de Substâncias Húmicas: Produto obtido por decomposição e solubilização de
materiais orgânicos e posterior oxidação e polimerização, formadas basicamente por ácidos húmicos, ácidos
fúlvicos e huminas;
c) Biofertilizante de Extratos de algas ou algas processadas: Produto obtido por extração e
beneficiamento de algas;
d) Biofertilizante de Extratos Vegetais: produto obtido por extração de compostos orgânicos solúveis da
fermentação ou beneficiamento de materiais orgânicos, isentos de contaminação biológica;
e) Biofertilizante Composto: Produto obtido pela mistura de dois ou mais biofertilizantes dos grupos
de aminoácidos, substâncias húmicas, extratos de algas, extratos vegetais e outros princípios ou agentes
orgânicos aprovados;
26
FERTILIZANTES ORGÂNICOS
São produtos de natureza fundamentalmente orgânica, obtido por processo físico, químico, físico-químico ou
bioquímico, natural ou controlado, a partir de matérias-primas de origem industrial, urbana ou rural, vegetal ou
animal, enriquecido ou não de nutrientes minerais;
De acordo com suas características e modo de obtenção, os fertilizantes orgânicos podem ser classificados
em: Simples, Mistos, Compostos, Organominerais e Biofertilizante. Quanto a origem das matérias-primas
utilizadas na sua produção (com exceção do Biofertilizantes) eles são classificados em:
Classe “A”: produto que utiliza, em sua produção, matéria-prima gerada nas atividades extrativas,
agropecuárias, industriais, agroindustriais e comerciais, incluindo aquelas de origem mineral, vegetal, animal,
lodos industriais e agroindustriais de sistema de tratamento de águas residuárias com uso autorizado pelo
Órgão Ambiental, resíduos de frutas, legumes, verduras e restos de alimentos gerados em pré e pós-
consumo, segregados na fonte geradora e recolhidos por coleta diferenciada, todos isentos de despejos ou
contaminantes sanitários, resultando em produto de utilização segura na agricultura; Podem ser utilizados
como matéria-prima para a produção de fertilizante orgânico Classe “A”, os resíduos provenientes de
serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, desde que estes serviços contemplem
a segregação na fonte geradora e a coleta diferenciada de resíduos em, no mínimo, três frações: resíduos
orgânicos, resíduos recicláveis e rejeitos, evitando qualquer tipo de contaminação sanitária.
Classe “B”: produto que utiliza, em sua produção, quaisquer quantidades de matérias-primas orgânicas
geradas nas atividades urbanas, industriais e agroindustriais, incluindo a fração orgânica dos resíduos sólidos
urbanos da coleta convencional, lodos gerados em estações de tratamento de esgotos, lodos industriais e
agroindustriais gerados em sistemas de tratamento de águas residuárias contendo qualquer quantidade de
despejos ou contaminantes sanitários, todos com seu uso autorizado pelo Órgão Ambiental, resultando em
produto de utilização segura na agricultura.
Quanto a sua natureza física, podem ser sólidos ou fluídos, e podem ser utilizados para aplicação via: Solo,
Folha, Fertirrigação, Hidroponia e Semente.
27
 CONDICIONADORES DE SOLO SUBSTRATOS PARA PLANTAS

Produto que promove a melhoria das propriedades físicas, físico-químicas ou atividade biológica do solo, Produto usado como meio de crescimento de plantas.
podendo recuperar solos degradados ou desequilibrados nutricionalmente;

Os condicionadores de solo integrantes do portfólio das nossas indústrias são:

I - Classe A: produto que em sua fabricação utiliza matéria-prima de origem vegetal, animal ou de
processamentos da agroindústria, onde não sejam utilizados no processo o sódio (Na+), metais pesados,
elementos ou compostos orgânicos sintéticos potencialmente tóxicos;

II - Classe B: produto que em sua fabricação utiliza matéria-prima oriunda de processamento da atividade
industrial ou da agroindústria onde o sódio (Na+), metais pesados, elementos ou compostos orgânicos
sintéticos potencialmente tóxicos são utilizados no processo; 

III - Classe C: produto que em sua fabricação utiliza qualquer quantidade de matéria-prima oriunda de lixo
domiciliar, resultando em produto de utilização segura na agricultura; 

IV - Classe D: produto que em sua fabricação utiliza qualquer quantidade de matéria-prima oriunda do
tratamento de despejos sanitários, resultando em produto de utilização segura na agricultura;

V - Classe E: produto que em sua fabricação utiliza exclusivamente matéria-prima de origem mineral ou
química;

VI - Classe F: produto que em sua fabricação utiliza em qualquer proporção a mistura de matérias-primas
dos produtos das Classes A e E, respectivamente dos incisos I e V.

28
 Conselho Deliberativo Consultores Técnicos

Clorialdo Roberto Levrero Gustavo Branco Alessandro Olinda de Anderson Luis Schaefer Fernanda Latanze Irani Gomide Filho José Carlos Olivieri Kátia Goldshmidt Beltrame
Presidente do Conselho Deliberativo Vice-Presidente do Conselho Deliberativo Souza Mesquita Conselheiro Mendes Rodrigues Consultor de Assuntos Regulatórios - MAPA Consultor do Programa Interlaboratorial Consultora Técnica de Fertilizantes de Matriz Orgânica
Conselheiro Coordenadora do Programa Interlaboratorial

Fernando Carvalho Gustavo dos Reis Vasques Marcelo Luiz Marino Santos Sérgio Martins Mariuzzo Luiz Antônio Pinazza Marcos Yassuo Kamogawa Moarcir Beltrame
de Oliveira Conselheiro Conselheiro Conselheiro Consultor Política/Institucional Consultor do Programa Interlaboratorial Consultor Meio Ambiente
Conselheiro

Guilherme Soriani de Vandre Silva

Diretoria Executiva
Almeida Suplente do Conselho Deliberativo
Suplente do Conselho Deliberativo

Conselho Consultivo e Fiscal

Alexandre D’Angelo José Alberto Nunes Kleber Nichi Maria Cristina Duvaizem
Gerente Executivo da Silva Analista de Marketing Moura
Secretário Executivo Analista Administrativo Financeiro

Francisco Guilherme Marina Silva Roberto Bosco Antônio Ricardo de

Romanini Conselheiro Conselheiro Figueiredo
Conselheiro Suplente do Conselhor Consultivo Fiscal

30 31
 Capítulo

1
Tecnologia em
Nutrição Vegetal
 Manejo foliar
para mitigação de
estresses abióticos
Carlos Alexandre
Costa Crusciol
Prof. Dr. na
UNESP/Botucatu na cana-de-açúcar
A cana-de-açúcar (Saccharum spp.) é uma
planta que possui metabolismo fotossintético
C4, altamente eficiente na conversão de energia
Gabriela Ferraz luminosa em química. Seu grande potencial
de Siqueira
Ma e Dra. em Agronomia de produção de biomassa é alcançado com
pela UNESP/Botucatu
temperatura entre 25°C a 35°C e disponibilidade
hídrica entre 1200 a 2500 mm (Doorenbos;
Kassam, 1979; Singh et al., 2007) durante a
fase de crescimento dos colmos, ou seja, no
período vegetativo (Manhães et al., 2015). A
temperatura tem influência direta na eficiência
Lucas Moraes do uso da radiação solar pela cana-de-açúcar e,
Jacomassi
Mestrando em Agronomia consequentemente, na eficiência fotossintética,
pela UNESP/Botucatu podendo variar de 2,7g de carboidratos MJ de -1
radiação ativa fotossintética (PAR) a 10° C a 8,2g
MJ-1 a 20° C (Moore; Botha, 2014). Entretanto, o
potencial produtivo desta cultura não é expresso
apenas pela produção de biomassa, mas também
concentração de sacarose nos colmos, pois está
Osvaldo Araujo Jr. ligada à qualidade da matéria-prima fornecida à
Me. e Doutorando em
indústria.
Agronomia pela
UNESP/Botucatu
Estresses abióticos como seca, temperaturas
extremas, excesso de luz, salinidade e deficiências
de nutrientes minerais, resultam em perdas
significativas na produção agrícola global, e afetam
drasticamente a taxa de crescimento, o rendimento
de sacarose e a produção de biomassa da cana
Ariani Garcia de açúcar (Ebrahim et al., 1998; Li et al., 2015; Li;
Ma. e Dra. em Agronomia
pela UNESP/Botucatu Yang, 2015). A fisiologia do estresse, por definição,
lida com a forma como as plantas respondem
Universidade Estadual Paulista (UNESP), a várias condições ambientais que limitam o
Faculdade de Ciências Agronômicas, crescimento, o desenvolvimento, a reprodução e a
Departamento de Produção Vegetal, Fazenda produtividade das culturas. Um estresse é definido
Experimental Lageado, Botucatu, SP, Brasil.
como um fator ambiental que restringe as funções
e o desenvolvimento normais, na medida em que
34
pode até matar a planta (Moore; Botha, 2014).
Diversas regiões do Brasil têm frequentemente
apresentado ocorrências climáticas estressantes
para esta cultura, como geadas, temperaturas
abaixo de 15°C e acima de 35°C, bem como
estresse hídrico. Estes problemas afetam
negativamente grande parte das áreas de cultivo
de cana-de-açúcar, os quais limitam a produção
vegetal. As áreas atingidas por esses estresses
abióticos aumentaram com a expansão da
cultura para regiões com condições climáticas
mais limitantes ao cultivo, caracterizadas por
precipitação irregular durante a estação chuvosa
ou seca prolongada entre maio e outubro. Neste
período, algumas regiões ainda podem ser
atingidas por baixas temperaturas e até ocorrência
de geadas.
Nesse contexto, ocorrem problemas diretos
de ordem qualitativa e quantitativa e a matéria-
prima perde características desejáveis para o
melhor rendimento industrial, como aumento nos
teores de açúcar invertido e de gomas, perda
de peso total em decorrência da redução da
proporção de caldo, além do chochamento e
brotação lateral (Bastos et al., 1983). Quando as
plantas são expostas a algum estresse abiótico,
ocorrem alterações no seu metabolismo celular, na
morfologia e fisiologia, como mecanismo de defesa
para amenizar qualquer injúria. Nessas situações
pode ocorrer o fechamento estomático, inibição
do crescimento das folhas e colmos, senescência
e menor área foliar (Machado et al., 2009; Inman-
Bamber et al., 2012) e produção de ERO’s
(Espécies Reativas de Oxigênio), o qual consiste
na resposta inicial aos fenômenos de estresses
bióticos e abióticos nas plantas (Foyer; Shigeoka,
2011).
Como sistema de defesa, as plantas
desenvolveram mecanismos complexos que
desempenham um papel vital na desintoxicação de
estresse oxidativo nos compartimentos celulares e
minimizam os danos causados às membranas das
células (Almeselmani et al. 2006; Cui et al. 2006).
Dentre eles, temos as enzimas antioxidantes
como catalase, superóxido dismutase, ascorbato
peroxidase e a glutationa redutase, e moléculas
antioxidantes, como ascorbato e glutationa (Taiz;
Zeiger, 2017).
O pleno desenvolvimento e ativação desse sistema
de defesa depende quase que intrinsicamente de
boas condições nutricionais da planta. A nutrição
mineral tem um papel importante na tolerância
a estresses bióticos e abióticos, induzindo a
regulação do potencial osmótico das células
vegetais, proporcionando a síntese de aminoácidos
(aa), conferindo maior resistência à estrutura da
parede celular e ativando enzimas, dentre outros
mecanismos.
O fornecimento de macro e micronutrientes são
essenciais para o desenvolvimento e produtividade
das plantas. A demanda das plantas por elementos
minerais é quase na sua totalidade suprida pela
aplicação de fertilizantes via solo, uma vez que,
por características morfológicas das raízes, as
plantas absorvem nutrientes predominantemente
via raiz, em detrimento às folhas. Entretanto, sob
certas circunstâncias, a adubação foliar pode
ser uma alternativa viável (Fageria et al., 2009).
Além dos nutrientes minerais, atualmente outros
compostos com alta tecnologia embarcada, como
aa, extratos de plantas e hormônios vegetais,
tem se mostrado viável. Assim, este manejo foliar
pode ser uma prática eficaz para melhorar a
produtividade e aumentar a tolerância ao estresse
das culturas (Gui et al., 2015; Perez-de-Luque,
2017; Guo et al., 2019).
A aplicação de alguns produtos à base de aa pode
exercer a função de proteção às plantas, como por
exemplo de estresses causados pela toxidez de
herbicidas (Castro et al., 2006; Serciloto; Castro,
2005), por patógenos (Igarashi et al., 2010), por
altas temperaturas (Castro et al., 2011) e outras
situações adversas de clima (Picolli et al., 2009).
35
 Outros estudos já comprovaram o efeito benéfico
do uso de bioestimulantes à base de citocinina,
giberelina e auxina em plantas cultivadas sob
estresse hídrico (Ávila et al., 2010) ou salino
(Barbieri et al., 2014; Oliveira et al., 2013).
Compostos bioativos de algas marinhas também
induzem as plantas à tolerância a estresses
bióticos e abióticos e aumentam a produtividade
(Carvalho et al., 2013; Silva et al., 2012).
Dessa forma, com o intuito de mitigar os
efeitos do estresse abiótico na cana-de-açúcar,
principalmente relacionados à geada e à seca,
uma nova técnica vem sendo utilizada por meio
de produtos “protetores”, visando a prevenção de
danos causados por estas intempéries nas plantas.
Os protetores nada mais são do que complexos
nutricionais, com ou sem aa ou extratos vegetais
em sua composição, aplicados nas folhas na
cana-de-açúcar, aproximadamente 100 dias antes
da colheita, ainda quando a planta apresenta
turgidez foliar, previamente ao aparecimento de
sintomas do estresse. O emprego desta técnica,
visa aumentar a tolerância à seca e/ou à geada,
atenuando os danos decorrentes destes estresses
e, assim, reduzindo a perda de produtividade
da cultura. Isto ocorre devido ao aumento da
atividade de enzimas e compostos antioxidantes
que protegem os pigmentos fotossintéticos e os
compartimentos celulares, tentando manter a
atividade fotossintética.
Assim, com a utilização dessas tecnologias,
como a aplicação de complexos nutricionais para
proteção à baixas temperaturas e à geada (Figura
1), constatou-se maior TCH (toneladas de cana por
ha), tanto utilizando o complexo A (contendo N,
K, S, B, Cu, Mn, Mo, Zn, carbono orgânico (Cot) e
aa) quanto o complexo B (contendo N, S, B, Co,
Fe, Cu, Mn, Mo, Zn, Cot, aa, ácidos carboxílicos
e extrato de algas), na ordem de 13 e 11 t ha-1,
bem como de açúcares totais recuperáveis (ATR) e
toneladas de pol por ha (TPH), na ordem de 12 e 3
kg de ATR e 3 e 2 t ha-1 de TPH, respectivamente.
36
Utilizando a mesma tecnologia para proteção
Controle Controle Controle Controle
à seca (Figura 2), constatou-se também maior Complexo A Complexo B Complexo C Complexo B
TCH, ATR e, consequentemente, TPH mediante
aplicação do complexo C (contendo N, P, K, Mg, 160 148 160 152 153
154 155
145
142
Cot e B) e do complexo B (contendo N, S, B, Co, 140
136
140
119
Fe, Cu, Mn, Mo, Zn, Cot, aa, ácidos carboxílicos e
120 108 120
extrato de algas), na ordem de 13 e 16 t cana ha-1, 97 96
100 86
100
84
0,8 e 0,4 kg açúcar t cana e 2 e 2,4 t pol ha ,
-1 -1
73
80
80 80
respectivamente.
60 60
40 40
Estes resultados evidenciam que o uso desta 18
20
13 13 15 12
15
20 20
técnica é uma alternativa para atenuar estresses 10
0 0
causados por baixas disponibilidade hídrica e
temperaturas. Independente da composição dos TCH ATR TPH TCH ATR TPH TCH ATR TPH TCH ATR TPH
produtos utilizados neste manejo, a tolerância
das plantas aos estresses abióticos é aumentada,
FIGURA 1 FIGURA 2
minimizando, assim, perdas de produtividade em
Média dos valores obtidos para tonelada de cana Média dos valores obtidos para tonelada de cana
regiões sujeitas a estes eventos climáticos.
por hectare (TCH), açúcares totais recuperáveis por hectare (TCH), açúcares totais recuperáveis
(ATR) e tonelada de pol por hectare (TPH) em (ATR) e tonelada de pol por hectare (TPH) em
As condições do canavial e a intensidade do
função da adubação foliar para proteção à geada, função da adubação foliar para proteção à seca,
estresse influenciam o resultado. Desse modo,
Ponta Porã, 2018. Pradópolis, 2019.
canaviais nutricionalmente bem manejados
apresentam melhores resultados quando recebem
a aplicação dessas novas tecnologias. Portanto, TRATAMENTOS: Complexo A = N, K, S, B, Cu, TRATAMENTOS: Complexo C = N, P, K, Mg, Cot
essa tecnologia não proporciona aumento de Mn, Mo, Zn, Cot e aa; Complexo B = N, S, B, Co, e B; Complexo B = N, S, B, Co, Fe, Cu, Mn, Mo,
produtividade, mas sim reduz as possíveis perdas. Fe, Cu, Mn, Mo, Zn, Cot, aa, ácidos carboxílicos e Zn, Cot, aa, ácidos carboxílicos e extrato de algas.
extrato de algas.
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extrato de alga (Ascophyllum nodosum). Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, v.7, n.1, p.7-11, 2012. | SINGH, P.N.; SHUKLA, S.K.; BHATNAGAR, V.K. Optimizing soil
moisture regime to increase water use efficiency of sugarcane (Saccharum spp. Hybrid complex) in subtropical India. Agricultural Water Management, v.90, p.95-100, 2007. | TAIZ, L.; ZEIGER, E.
Fisiologia vegetal. 5.ed. Porto Alegre: Artemed, p.954, 2017.
37

Evandro
Binotto Fagan
Pesquisador, Prof. Dr.
na UNIPAM
Fatores climáticos
relacionados ao
enchimento de grãos
INTRODUÇÃO
A performance da cultura de soja está fortemente
associada e dependente das características
ligadas ao crescimento e desenvolvimento.
Vários aspectos morfológicos, como arquitetura
da estrutura vegetativa, sistema radicular,
formato e densidade de nervuras nas folhas,
hábito de crescimento entre outros determinam
o desempenho geral das plantas de soja. Por
exemplo, a anatomia foliar e a arquitetura
determinam a quantidade de luz interceptada,
a capacidade fotossintética e a força fonte das
plantas enquanto, a distribuição e densidade
de nervura nas folhas direcionam o fluxo de
fotoassimilados das regiões fonte para os drenos
(Mathan; Bhattacharya; Ranjan, 2016).
Mas na prática, só esses fatores não são capazes
de definir a produtividade dos cultivos de soja.
De acordo com Buchanan; Gruissem; Jones
(2000), as maiores perdas de produtividade de
plantas cultivadas como é o caso da soja estão
associadas a estresses abióticos. As reduções
variam de 66 para o milho (Zea mays L.) até 81%
para o sorgo (Sorghum bicolor). A explicação
para esse processo está ligado a dificuldade de
controlar eventos climáticos, que são instáveis e
imprevisíveis.
Considerando todo o ciclo da cultura de soja, a
fase reprodutiva é considerada a mais crítica, por
38
ser extremamente sensível a estresses. Da mesma
forma como ocorre na maioria das culturas, os
estresses abióticos possuem maior peso na perda
de produtividade.
Nesse período as plantas de soja possuem
necessidade de síntese de grande quantidade
de fotoassimilados, principalmente durante o
enchimento de grãos. Nesta cultura a eficiência
energética para a produção de grãos é baixa. São
necessários 2 g de fotoassimilados para produzir
1 g de grão, enquanto que para outros cereais,
apenas 1,3 a 1,4 g são utilizados (Sinclair; Wit,
1975). Esse fato é atribuído ao alto teor de lipídios
e proteínas que são armazenados nos grãos que
possuem elevado custo energético para serem
produzidos, além de apresentarem elevada perda
de energia pela respiração (Kakiuchi; Kobata,
2008).
Outro fator a ser considerado na fase reprodutiva
da cultura de soja é a taxa de enchimento de
grãos, cujo valor é variável de acordo a genética,
disponibilidade de fotoassimilados, atividade do
dreno e estádio fenológico. Normalmente, esses
valores variam de 4,4 a 9,5 mg grão dia do
-1
estádio R5 a R7 (Guffy et al., 1991). Dados atuais
têm verificado valores médios de 8,3 mg grão dia ,
quando se utilizou a densidade de 20 plantas m-2
(El-Zeadani et al., 2014).
Abaixo são descritos alguns fatores climáticos
de grande relevância no enchimento de grãos,
principalmente quando estão em disponibilidades
inadequadas.
Deficiência hídrica
A deficiência hídrica na fase reprodutiva,
especialmente no período de enchimento de grãos
é considerado um dos fatores de maior impacto
na produtividade de soja. Essa constatação já era
verificada na década de 80, por Eck et al. (1987).
De acordo com os autores, a baixa disponibilidade
hídrica no período de enchimento de grãos
ocasiona reduções de produtividade acima de
46%. Mais tarde, Brevedan; Egli (2003) relatam
que plantas de soja submetidas a curtos períodos
de deficiência hídrica (5 a 6 dias, com 40% da
capacidade de campo) durante o enchimento de
grãos podem reduzir a produtividade em até 39%.
Os principais componentes de produção afetados
na cultuta de soja pela deficiência hídrica são:
número de vagens, sementes por vagens,
sementes por planta e massa de 1000 grãos
(Ohashi et al., 2009; KobraeI et al., 2011), os
quais perfazem os mais relevantes drenos de
fotoassimilados (Nobuyasu et al., 2003). Brevedan
e Egli (2003) relataram que curtos períodos
de deficiência hídrica (em torno de 13 dias)
durante o enchimento de grãos causam redução
substancial na produtividade (39%), devido à
redução no número de vagens e sementes. Esses
autores também relataram diminuição na clorofila,
fotossíntese e fluxo de carboidratos para os órgãos
drenos.
A maior parte das perdas de produtividade está
relacionada a alterações fisiológicas, como a
redução na condutância estomática e fotossíntese,
diminuição na expansão, celular e aumento na
produção de espécies reativas de oxigênio, ERO
-1
(Jaleel et al., 2009). Em função disso ocorrem
reduções do número de vagens, sementes por
vagens, sementes por planta e massa de 1000
grãos (Ohashi et al., 2009; Kobraei et al., 2011),
os quais perfazem os mais relevantes drenos de
fotoassimilados (Nobuyasu et al., 2003). Além
disso, o fluxo de carboidratos das raízes diminui
causando a redução na absorção de nutrientes
e do processo de fixação biológica de nitrogênio
(Nunes, 2016).
O metabolismo de carboidratos e translocação
de fotoassimilados para órgãos reprodutivos são
os mais sensíveis a deficiência hídrica (Liu et al.,
2004). Em função disso, aumentos nos teores
de sacarose e hexose nas folhas são verificados,
enquanto o amido diminui (Pelleschi et al.,
1997). Isto evidência que nessas condições, o
metabolismo celular prioriza a hidrólise de amido
em “prol” da síntese de sacarose (Lemoine et al.,
2013), para tentar manter a respiração foliar, além
da osmorregulação. Outro efeito verificado se
refere a falhas no sistema de condução de seiva
no floema, devido ao aumento na viscosidade
e alterações na permeabilidade da parede
celular dos elementos crivados (Sevanto, 2014).
Outro evento bastante comum em plantas com
deficiência hídrica é a redução da atividade da
enzima invertase (enzima que causa a quebra
de sacarose). Essa enzima pode apresentar
redução de até cinco vezes (Pinheiro et al.,
2005). Tal comportamento reduz a capacidade de
translocação de açúcares para órgãos drenos, que
nesse momento é formado especialmente pelos
grãos e vagens.
Atualmente, a maior parte de cultivares de
soja lançadas no mercado possuem hábito de
crescimento indeterminado. Essa característica
pode ser relevante quanto a tolerância à deficiência
hídrica, uma vez que as mesmas continuam
crescendo após o início do florescimento
mantendo o potencial de formação de novas
flores e vagens após término do estresse
(Villalobos-Rodrigues; Shibles, 1985). Tanaka
e Shiraiwa (2009), buscando fortalecer esse
conceito avaliaram as diferenças morfofisiológicas
nas folhas de soja de ambos os hábitos de
crescimento da soja. Os autores observaram que
as plantas de hábito de crescimento indeterminado
possuem maior densidade de estômatos e,
consequentemente maior condutância estomática
durante a deficiência hídrica, permitindo a planta
tolerar mais intensamente esse estresse.
No entanto, as plantas podem utilizar mecanismos
internos para minimizar os danos da deficiência
hídrica. Dos quais, destaca-se o ajuste osmótico
(aumento de prolina, glicina betaína e alguns
açúcares solúveis) e a proteção de sistemas de
membrana. Além da prolina e glicina betaína,
existem relatos do emprego de outros aminoácidos
com efeitos equivalentes ou até superiores,
quando se fala em mitigação dos efeitos da
deficiência hídrica, como a Histidina, Ácido
Glutâmico, Arginina e Triptofano. Parece que o
suprimento de alguns nutrientes também exerce
um papel importante na tolerância das plantas
de soja a esse estresse. Dentre eles estão os
39
 macronutrientes, potássio (K), cálcio, fósforo (P)
e magnésio (Mg) os micronutrientes boro (B),
Cobre (Cu) e zinco (Zn). Suas funções nas plantas
são inúmeras, compreendendo a manutenção
do balanço de cargas, transporte de elétrons,
componentes estruturais, ativação de enzimas,
ajuste osmótico e turgor celular (Waraich et al.,
2011).
Temperatura do ar
As plantas de soja submetidas a elevadas
temperaturas causa diversos danos morfológicos
e fisiológicos. Temperaturas acima de 30°C já
ocasionam severas perdas de produtividade (Puteh
et al., 2013), podendo ocasionar perdas de até
27%, quando esta atingir valores superiores a
35°C (Gibson; Mullen, 1996).
No metabolismo fisiológico, elevadas temperaturas
atuam intensamente no metabolismo celular por
afetar a cinética das reações químicas. Esses
efeitos variam de acordo com o período diurno e
noturno.
Para o processo fotossintético, baixas
temperaturas reduzem a velocidade de transporte
de elétrons e a fixação e redução do carbono. Esse
processo aumenta rapidamente com o incremento
da temperatura até atingir valores considerados
ótimos. Para plantas C3, na sua grande maioria,
esses valores situam-se entre 15 e 30°C (Larcher,
2004), sendo de 27°C para a cultura de soja.
Outro efeito é a desidratação celular e desta forma
a redução no fluxo de nutrientes e fotoassimilados
no interior da planta
Outro efeito associado a elevada temperatura
é a diminuição da capacidade de defesa da
planta, devido à redução da atividade de enzimas
antioxidantes, e o posterior acúmulo de ERO
(Djanaguiraman; Prasad, Seppanen, 2010).
Também é evidenciado o aumento na síntese de
etileno e desintegração de estruturas celulares. Do
mesmo modo, os danos morfológicos por elevadas
temperaturas também são observados e relatados
40
por Djanaguiraman et al. (2011). Os pesquisadores
notaram que plantas de soja submetidas a
elevadas temperaturas durante o florescimento
apresentaram danos nos cloroplastos, dilatação na
membrana dos tilacóides e a consequente redução
na atividade fotossintética e senescência foliar.
Esse mesmo efeito ocorre durante o enchimento
de grãos e portanto, a sua influência na produção
de fotoassimilados é similar ao que ocorre no
florescimento.
Além disso, elevadas temperaturas afetam a
performance de produtos aplicados via folha com
objetivo de estímulo ou de proteção de plantas,
pois causam desidratação de folhas e redução na
translocação dessas moléculas.
Radiação solar
A planta de soja por ser uma planta C3, possui
baixa capacidade de utilização de luz (ponto de
saturação luminosa de 1.800 µmol m s (Larcher,
-2 -1
2000), quando comparada com as demais plantas
do grupo C4 [milho (Zea mays L) e cana-de-
açúcar (Saccharum officinarum L.)]. Alterações
de intensidades luminosas causam efeitos
significativos em variáveis fisiológicas, afetando
seu crescimento e desenvolvimento. Em condições
de elevados níveis de radiação, a planta responde
com alterações morfofisiológicas. Mesmo utilizando
mecanismos de adaptação, as plantas de soja não
apresentam uma proteção completa. E por isso,
na maioria das vezes, o excesso de radiação solar
ocasiona a produção de ERO, danos em clorofilas
e incremento na fotorrespiração.
Em condições de baixos níveis de radiação solar,
a cultura de soja apresenta vários mecanismos
de adaptação. Em um vasto experimento Melges
et al. (1989) buscou elucidar o efeito de níveis de
luzia no crescimento e desenvolvimento da soja.
O trabalho indicou que: (i) o número de folhas e
vagens decresce em função do sombreamento;
(ii) a taxa de acúmulo de fitomassa em cada
órgão é tanto mais elevada quanto maior a
densidade de fluxo de radiação solar, até a
saturação luminosa; (iii) a taxa de acúmulo de
fitomassa seca, devido ao sombreamento, foi
menor nas raízes que nos outros órgãos; (iv) as
plantas sombreadas apresentaram maior estatura,
devido ao alongamento dos entrenós e aumento
da dominância apical, (v) além disso, com o
aumento do nível de sombreamento ocorreu maior
retardamento na maturação.
A redução da disponibilidade de radiação solar
verificado por Melges et al. (1989) em condições
controladas é um estresse abiótico comum em
algumas regiões do Brasil no período de estações
chuvosas. Em um experimento recente em
condições de campo, Ghassemi-Golezani, Bakhshi
e Dalil (2015) confirmaram as constatações
realizadas por Melges et al. (1989), especialmente,
no que se refere a redução na dinâmica do fluxo de
fotoassimilados em grãos, e o aumento no período
efetivo de enchimento.
Em função disso, Fagan (2018, dados não
publicados), desenvolveu um modelo que auxilia
na explicação do efeito do sombreamento na
fisiologia de plantas de soja (Figura 1). Para o
pesquisador, durante a fase reprodutiva as plantas
possuem a maior demanda de fotoassimilados
para formação de órgãos reprodutivos. A redução
da luminosidade, causa a limitação fotossintética
diminuindo a produção de energia. Esse problema
se agrava quando as plantas se encontram no
período de enchimento de grãos (R5), quando
a intensidade da atividade do dreno é máxima
(os grãos em enchimento). Desta forma, com a
baixa capacidade da fonte (folha) em suprir a alta
atividade do dreno, ocorre o ajuste da relação
fonte/dreno por meio do abortamento de vagens.
Normalmente, períodos nublados vêm
acompanhados com chuvas em excesso e
encharcamento de solo. O excesso de água no
solo, além da capacidade de campo, diminui os
níveis de oxigênio no solo, assim, ocorre acúmulo
de ACC (ácido 1-carboxílico-1-aminociclopropano)
nas raízes das plantas que são transportados via
xilema para a parte aérea. Na parte aérea, com a
disponibilidade de oxigênio, o ACC é convertido
a etileno pela atividade da ACC-oxidase, (Fagan
et al., 2015), ocasionando senescência de folhas,
flores e vagens.
Também é importante salientar que, em plantas
vasculares, o boro e o cálcio movem-se via
corrente transpiratória. Em dias nublados, devido à
redução no fluxo transpiratório, a disponibilização
de Ca e B nas folhas, flores e vagens do estrato
superior diminui. Como esses nutrientes são
imóveis no floema, não ocorre a remobilização
dos mesmos das regiões mais velhas para esses
órgãos. Esse processo acentua ainda mais a
abscisão de folhas, flores e vagens.
FIGURA 1
Possível modelo fisiológico envolvido no processo
de aborto de vagens de soja submetidas a baixa
luminosidade (elevada nebulosidade) e excesso
de água no solo. Fagan (2018, dados não
publicados).
No enchimento de grão, a redução da
luminosidade no terço inferior é um dos principais
fatores associados a senescência das folhas
baixeiras e consequentemente, a redução no
enchimento de grãos. Mas porque a perda destas
folhas tem tanta influência no enchimento de
grãos? Primeiramente precisamos entender que
em condições de diminuição de luminosidade,
as folhas apresentam menor taxa do fluxo
transpiratório resultando na redução do fluxo de
citocininas (Pons; Jordi, 1998). Associado a isso,
a baixa intensidade de luz causa uma redução na
fotossíntese bruta até o momento em esta torna-se
inferior a respiração foliar. Nesse momento, inicia-
41
 se a expressão de genes que codificam proteínas necessários para garantir a reprodução e, assim,
fotossintéticas e enzimas relacionadas a formação perpetuar a sua espécie na natureza. Várias
de clorofila (Thomas, 1978). Esse processo inicia alterações fisiológicas e bioquímicas ocorrem nas
pelo fitocromo, que atua como receptor de luz plantas infectadas pelos patógenos. A fotossíntese
Fabrício Ávila é o principal processo fisiológico afetado
vermelha e vermelha extrema. A teoria mais Rodrigues
aceita afirma que, quando a intensidade da luz cai Prof. Dr. na Uni. Fed. pelos patógenos. Os patógenos manipulam
abaixo do ponto de compensação de luz, ocorre
de Viçosa - UFV o metabolismo dos carboidratos nas plantas
o balanço negativo de carbono que, por sua vez, infectadas afetando tanto o crescimento quanto a
desencadeia a senescência (Boonman et al., produção. A absorção e a translocação de água
2006). A importância da e nutrientes nas plantas infectadas por patógenos
causadores de murcha vascular e podridão das
nutrição mineral para raízes sofrem drástica mudança. O estresse

Conclusões a resistência das

oxidativo nos tecidos dos hospedeiros infectados
culmina com a produção excessiva de espécies

É importante destacar que a produtividade da

plantas às doenças reativas de oxigênio que maximizam o dano celular.
A infecção por patógenos também ocasiona
cultura da soja não é definida apenas pelo período alterações no balanço hormonal da planta, na
de enchimento de grãos, mas que depende de translocação dos fotoassimilados e nas atividades
um planejamento adequado quanto ao manejo das enzimas associadas com o metabolismo do
As culturas agrícolas estão expostas aos mais
de solo, proteção de plantas e nutrição. Contudo carbono.
diferentes tipos de estresses, sejam esses de
pode-se perceber através dessa breve resenha, origem abiótica e ou biótica, durante praticamente
que o enchimento de grãos é extremamente Resistência é a capacidade das plantas em evitar
todo o período de cultivo. Dentre os estresses
sensível a estresses climáticos, uma vez que ou atrasar a penetração e ou a subsequente
de natureza biótica, a ocorrência de doenças,
nessa fase a necessidade de energia é elevada e colonização dos seus tecidos pelo patógeno
as quais são causadas por patógenos (ex.
que precisa ser distribuídas para os grão em um utilizando-se das mais diversas estratégias de
bactérias, fungos, nematoides, oomicetos e
período relativamente curto (20 a 30 dias). defesa. Todas as plantas apresentam um nível
vírus) de diferentes estilos de vida (biotróficos
de resistência a qual denominamos de basal.
- dependentes do tecido foliar para nutrição e,
Os mecanismos de defesa, estruturais e ou de
portanto, não causam necrose; necrotróficos
natureza bioquímica, denominados de constitutivos
- causadores de clorose seguida de necrose
(ex. camada de cera e de cutícula mais espessas,
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42 43
 tamanho e o número de esporos produzidos
nessas lesões é drasticamente reduzido. Para que
as plantas possam expressar o seu máximo nível
de resistência basal, faz-se necessário um maior
fluxo de carbono via rotas do ácido chiquímico
e dos fenilpropanóides para que os compostos
de defesa sejam formados. Por exemplo, o
manganês (Mn) é de extrema importância para
que a produção de compostos fenólicos via
rota dos fenilpropanóides ocorra com a melhor
eficiência possível. Mecanismos de defesa pós-
formados devem ser efetivos, no tempo e espaço,
para conter a infecção pelo patógeno. Assim, a
intensidade da doença será reduzida em função
do nível de expressão da resistência. Em outras
palavras, quanto maior o número de estratégias de
defesa que estão ocorrendo no sítio de infecção
do patógeno maior será a resistência da planta
e, consequentemente, menor a intensidade da
doença. Com a participação efetiva dos diferentes
mecanismos de defesa na tentativa de reduzir
a colonização dos patógenos nos tecidos dos
seus hospedeiros é que iremos controlar as
doenças com menor dependência da aplicação de
fungicidas, bactericidas, nematicidas e até mesmo
de inseticidas ao considerarmos que alguns
patógenos são transmitidos por insetos-praga. O
estado fisiológico das plantas é crucial para que a
resistência basal em resposta a infecção por um
determinado patógeno seja expressa da maneira
mais robusta possível. Assim, fatores que afetam
o metabolismo primário da planta tais como baixa
assimilação de carbono, baixa luminosidade,
desequilíbrio nutricional, déficit hídrico e problemas
no desenvolvimento do sistema radicular passam a
impactar a resistência basal.
Ao falarmos das estratégias de defesa que as
plantas possuem para conter a infecção por um
determinado patógeno não devemos nos esquecer
da importância de se manter o correto estado
nutricional delas. A nutrição mineral é a prática
cultural de maior aplicabilidade pelos agricultores
para o controle das doenças que acometem as
culturas de grande importância econômica. A
resistência das plantas em resposta à infecção
por patógenos pode ser potencializada pela
44
concentração de um determinado nutriente no
tecido vegetal, bem como pela interação entre
os nutrientes. Considerando a dificuldade de se
prever a ocorrência de uma determinada doença
e o seu progresso durante o ciclo da cultura pela
dependência do fator ambiental, é mais desafiador
ainda manter as plantas num estado nutricional
que seja desfavorável aos patógenos durante
os seus processos infecciosos. Cada nutriente
colabora, direta ou indiretamente, para que a
resposta das plantas à infecção pelos patógenos
através da ativação de rotas bioquímicas de
defesas seja a mais eficiente possível. Para cada
interação planta-patógeno, os nutrientes estão
envolvidos no funcionamento das diferentes
rotas metabólicas que culminam com a produção
de compostos de natureza antimicrobiana,
lignina e ativação dos genes que codificam para
enzimas de defesa (ex. fenilalanina amônia-liase
(FAL), quitinase (QUI), β-1,3-glucanase (GLU),
polifenoloxidase (PFO), peroxidase (POX) e
lipoxigenase (LOX)) e do metabolismo antioxidativo
que irão afetar o processo infeccioso de cada
patógeno. Não devemos desconsiderar o efeito
direto dos nutrientes no metabolismo dos
patógenos, principalmente os que habitam o solo e
infectam as plantas pelo sistema radicular devido,
principalmente, a alteração do pH da rizosfera.
Devemos estar conscientes de que a nutrição
mineral deve ser vislumbrada holisticamente
considerando que a absorção de um determinado
nutriente é muitas das vezes influenciada por
outro nutriente. Além disso, cada nutriente afeta
a fisiologia das plantas de diferentes maneiras e,
assim, propicia condições que pode favorecer ou
não a infecção pelos patógenos.
Considerando a importância da nutrição mineral
como uma alternativa para o controle das doenças
das plantas no contexto de uma Agricultura
Sustentável, umas das linhas de pesquisa do
Laboratório da Interação Planta-Patógeno (LIPP)
do Departamento de Fitopatologia na Universidade
Federal de Viçosa busca elucidar como os
nutrientes, incluindo o silício, atuam na resistência
das plantas quando infectadas por patógenos
utilizando-se de análises fisiológicas, bioquímicas e
moleculares.
Alguns estudos conduzidos no LIPP investigaram a hipótese
de que plantas de arroz e trigo supridas com altas doses
de magnésio (Mg) apresentariam redução nos sintomas
de doenças foliares e teriam a fotossíntese preservada Aditivos Inteligentes para Indústrias de Fertilizantes
culminando, assim, em mais energia para ser alocada para
as rotas de defesa das plantas. Para a escaldadura do arroz
(Monographella albescens), o aumento na concentração
foliar de Mg para as plantas supridas com 1,5 mM desse
nutriente em comparação com a dose de 0,5 mM resultou ÁCIDO HÚMICO LEONARDITA
em menores lesões da escaldadura em associação com Matéria prima com alta
maior concentração de compostos fenólicos e maiores solubilidade e estabilidade em
atividades das enzimas FAL, PFO, POX e LOX. Além disso, formulações de fertilizantes
um maior suprimento de Mg garantiu a preservação da
capacidade fotossintética nas folhas infectadas por M.
albescens, as quais apresentaram reduzida disfunção ÁCIDO HÚMICO LEONARDITA LP
bioquímica a nível dos cloroplastos conjuntamente com
Matéria prima com processo
uma maior concentração de pigmentos fotossintéticos. Já
exclusivo de extração,
para a brusone (Pyricularia oryzae) do trigo, a severidade indicado para formulações que
da doença aumentou de 11 para 40% para as plantas necessitam de estabilidade em
crescidas em solução nutritiva com as concentrações baixo pH
de 0,25 e 4 mM Mg, respectivamente. Na dose de 4
mM Mg, as plantas infectadas apresentaram redução
na fotossíntese, condutância estomática, transpiração e
AMINOÁCIDO POWDER
concentração de pigmentos fotossintéticos. De um outro
lado, plantas de arroz crescidas em solução nutritiva Matéria prima concentrada com
aminoácidos de origem vegetal
com diferentes concentrações de Mg (0,25; 2,5 e 4 mM)
altamente solúvel
tornaram-se mais resistentes à mancha parda (Bipolaris
oryzae) na maior dose desse nutriente devido as maiores
atividades das enzimas FAL, PFO e POX. Fisiologicamente,
as plantas crescidas na dose de 4 mM Mg apresentaram ÁCIDO FÚLVICO
melhor condutância estomática e, consequentemente, Fulvato de potássio de alto
maior disponibilidade de CO2 nos sítios de carboxilação, poder complexante, indicado
além de não sofrerem perdas significativas na concentração para formulações em distintas
de pigmentos fotossintéticos (clorofila a, clorofila b e
faixas de pH
carotenoides) durante o processo infeccioso de B. oryzae.
Uma maior concentração de Mg nas bainhas de plantas
de arroz crescidas em solução nutritiva contendo 0,50 mm
Mg reduziu significativamente a expansão das lesões da CONSULTE NOSSO PORTFÓLIO
queima-das-bainhas (Rhizoctonia solani). DE ADITIVOS INTELIGENTES E
AGENTES COMPLEXANTES
No LIPP também foi investigado o efeito do cálcio (Ca)
na potencialização da resistência do trigo à brusone (P.
oryzae). As plantas de trigo foram cultivadas em solução
nutritiva contendo três concentrações de Ca (0,26, 2,6
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e 5 mM) e não inoculadas ou inoculadas com P. oryzae.
A concentração foliar de Ca aumentou de 1,3 para
4% e a severidade da brusone reduziu de 37 para 8%
www.aquab2b.com.br
 da menor para a maior concentração de Ca,
respectivamente. O nível de expressão dos genes
marcadores para as rotas de defesa mediadas
pelos hormônios ácido salicílico (AS) e ácido
jasmônico (AJ) (PR-1 e aleno óxido sintase,
respectivamente), bem como para FAL, GLU
e QUI, foi maior para as plantas infectadas e
supridas com 5 mM Ca em comparação com
a dose de 0,26 mM Ca. Somado ao conhecido
efeito do Ca no fortalecimento da parede celular e
na inibição de enzimas secretadas por patógenos
fúngicos, os resultados desse estudo indicaram o
potencial do Ca em potencializar a resistência do
trigo à infecção por P. oryzae.
Para a mancha parda do arroz, a severidade
da doença aumentou em função da maior
disponibilidade de zinco (Zn) às plantas. Para
a mela (R. solani) da soja, não houve relação
significativa entre as maiores concentrações
foliares de Zn e Mn com o desenvolvimento da
doença.
Altas concentrações foliares de nitrogênio e
potássio (K) resultaram em menor severidade da
mancha parda em arroz. Maior concentração de
K nas bainhas das plantas de arroz cultivadas em
solução nutritiva contendo 100 mM K resultaram
em menores lesões da queima-das-bainhas. No
caule de plantas de manga supridas com solução
de 0,5 M de cloreto de potássio, a extensão da
área necrótica causada pelo fungo Ceratocystis
fimbriata foi menor devido a maior concentração
de K.
A ferrugem asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi)
tem causado perdas significativas na produção de
soja e a aplicação de níquel (Ni) pode contribuir para
aumentar a resistência das plantas em resposta à
infecção pelo fungo. Em um estudo conduzido no
LIPP, a aplicação foliar de Ni reduziu a severidade
da doença em 38% em comparação com as plantas
que não receberam esse micronutriente (Figura 1).
A redução nos sintomas foi associada com maior
estímulo do sistema de defesa das plantas: houve
maior concentração de lignina nos folíolos, além de
maior atividade da GLU e expressão dos genes de
defesa CHI, FAL e PR-1.
46
Vários estudos realizados no LIPP relataram o
potencial do silício (Si) como estratégia de controle
de várias doenças de plantas, especialmente
ocorrendo em monocotiledôneas (ex., arroz, aveia,
cevada e trigo). Nos inúmeros patossistemas
investigados, a deposição e a polimerização do Si
abaixo da cutícula e parede celular das células do
tecido foliar evitou a penetração dos patógenos
e ou atrasou o ingresso deles explicando, pelo
menos em parte, a redução na severidade das
doenças estudadas. Paralelamente, um atraso na
penetração dos patógenos e até mesmo redução
na colonização dos tecidos dos seus hospedeiros
permitiu com que as plantas tivessem mais tempo FIGURA 1
para ativar, de forma mais eficiente, os seus Sintomas da ferrugem Asiática da soja, causada
mecanismos de defesa tais como aumentar a pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, nos folíolos
produção de compostos fenólicos, fitoalexinas obtidos de plantas de soja pulverizadas com água
e lignina e maximizar a atividade das enzimas
(controle) ou com níquel.
de defesa FAL, GLU, QUI, PFO e PFO. Acredita-
se que a deposição do Si na parede celular das FIGURA 2
células do tecido foliar afetaria a chegada de Hifas do fungo Pyricularia grisea, causador da
efetores produzidos pelos patógenos nos sítios brusone, infectando células do mesofilo foliar de
de ação fazendo com que os mecanismos de
plantas de arroz supridas com silício. Nota-se a
defesa das plantas se tornassem mais eficientes
deposição de material eletrodenso e osmiofílico
a contar também que no interior das células, o Si
(cabeça de setas na cor verde), indicativo da
solúvel estaria potencializando esses mecanismos
presença de compostos fenólicos, ao redor
de defesa. A deposição de material de natureza
das hifas. Esses compostos fenólicos afetam o
fenólica ao redor das hifas do fungo Pyricularia
grisea colonizando as células do mesofilo em crescimento das hifas por exercerem uma natureza
folhas de plantas de arroz supridas com Si afetou antimicrobiana evitando a colonização das células
o crescimento delas (Figura 2) explicando, assim, adjacentes. H = hifas do fungo. Barra = 1 µm.
a redução na expressão dos sintomas da brusone
em comparação com as plantas não supridas com FIGURA 3
esse elemento (Figura 3). Sintomas da brusone, causada pelo fungo
Pyricularia grisea, nas folhas de plantas arroz não
supridas (A) ou supridas com silício (B).
Referencias: CACIQUE, I. S.; BISPO, W. M. S.; ARAUJO, L.; AUCIQUE-PÉREZ, C. E.; RIOS, J. A.; SILVA, L. C.; RODRIGUES, F. A. Potassium-modulated physiological performance of mango
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47
 ambiental do solo permite que o mesmo acumule têm em solubilizar formas não solúveis de fósforo. encontradas em plantas e as diferentes espécies
biodiversidade em seu conteúdo, numa relação Similarmente, algumas bactérias encontradas no que fazem parte da biologia dos solos.
de oportunidade e dependência desta para seu solo conseguem assimilar o nitrogênio a partir da
funcionamento. forma gasosa N2, encontrada na atmosfera, e Inicialmente, é importante contemplar esta
Fernando Dini inerte para todos os animais e plantas. Esta ampla conexão entre plantas e o sistema biológico do
Andreote A biodiversidade do solo é composta de diversos habilidade dos organismos do solo conecta este solo pelo simples fato de que as plantas são a
Prof. Dr. na
grupos de organismos, como os fungos, as componente vivo com a eficiente dinâmica química principal fonte de alimento para os organismos
ESALQ/USP
bactérias, os protozoários, os nematóides, os que ocorre neste ambiente. do solo. Por serem organismos autotróficos (que
vírus, e diversos organismos maiores, como as sintetizam carbono orgânico a partir de CO2,
minhocas e os insetos. Estes diferentes grupos A manutenção da estruturação física dos solo usando energia luminosa), também chamados
A biologia no possuem atividades complementares, e atuam ocorre pela produção de diversos compostos de fotossintetizantes, as plantas atuam como
de forma organizada a manter o equilíbrio e o com ação de agregação no solo. Uma visão deste grande fornecedora de material orgânico ao
manejo do solo funcionamento do solo. Uma visão importante processo é possível, percebendo que as frações solo. Esta deposição de material orgânico
destes organismos está na estimativa do tamanho minerais do solo não formam agregados de realizada pelas plantas teve papel fundamental
a parte viva do solo. É estimado que existam entre forma intensa (como observado para os grânulos em acentuar o processo de formação dos solos,
dez milhões e 1 bilhão de células vivas em cada encontrados na areia de uma praia). Esta ligação pois a disponibilidade de material orgânico é a
Ao caminharmos numa área nativa, ou num
grama de solo. Esta abundante população do solo entre as partículas se dá na maior parte pela base nutricional para os organismos que vivem
gramado, percebemos o solo, sustentáculo da vida
está dividida entre organismos pertencentes a mais matéria orgânica e pelos compostos produzidos nos solos. A grande maioria das espécies que
terrestre, onde diversos processos importantes
de 1.000 espécies. No entanto, se colocarmos por organismos do solo, que permitem a adesão vivem nos solos são pertencentes ao grupo
acontecem. O solo é um dos ambientes terrestres
tudo que é vivo no solo em uma balança, esta entre as partículas, originando os agregados de conhecido como heterotróficos (organismos que
sobre o qual a vida se desenvolveu, dando origem
mostrará uma número relativamente pequeno, solo (como observado numa terra composta de se alimentam de carbono orgânico), e portanto,
a maior parte da biodiversidade que conhecemos.
correspondente a algo próximo de 0,1% da massa torrões). Assim, a preservação desta estrutura, e tem sua atividade moldada pela deposição de
É sobre o solo que se sustenta a vida das plantas,
total de solo. Esta visão de tamanho nos mostra portanto, da porosidade do solo, por onde este material orgânico nos solos. Esta disponibilização
que servem como base alimentar para a ocorrência
que uma quantidade pequena em massa hospeda hospeda sua atmosfera e mantem a água retida, do carbono orgânico é feito pelas plantas, tanto
dos animais que conhecemos em nosso planeta.
grande quantidade e diversidade nas formas de é altamente relacionada ao funcionamento do pela morte e decomposição das mesmas, como

vida, o que nos faz concluir que esta vida no solo sistema biológico dos solos. pela liberação de fontes nutricionais ao redor
O surgimento de um solo é dependente, dentre
seja representada, em sua maioria, por organismos das raízes, no processo chamado de exsudação
outros fatores, da a atividade de organismos vivos,
microscópicos, unicelulares, e que possuem As outras duas funcionalidades descritas acima radicular.
o que gera uma grande relação entre as espécies
tamanho em escala micrométrica (1 milímetro (proteção e estimulo ao desenvolvimento das
que colonizam este ambiente e as características
dividido em 1.000 partes). plantas) se dão em associação com as plantas. A liberação de nutrientes pelas raízes das plantas
do solo. Ao considerarmos a sucessão de eventos
No entanto, antes de entrar diretamente nestas deu origem ao processo, mantido e aprimorado
que levam a esta dependência, vemos que a
Por ser composto de uma ampla diversidade funções, é importante compreendermos como ao longo da diversificação das plantas no
formação dos solos dá origem a um ambiente
metabólica (oriunda de um grande número de as plantas se associam aos organismos dos ambiente terrestre, conhecido como rizosfera. A
muito interessante para a hospedagem da
espécies), este componente vivo presente nos solos. Este processo de interação entre plantas rizosfera é a região do solo que sofre influência
biodiversidade terrestre. Existem dentro do solo,
solos é capaz de atuar em diversos processos, e organismos do solo pode ser compreendido da presença das raízes vegetais, principalmente
ambientes microscópicos capazes de servirem
os quais podem ser resumidos em importantes numa análise comparativa entre a importância pela liberação dos exsudatos radiculares. Esta
de abrigo a diferentes espécies microbianas,
funções, como a dinâmica de elementos químicos do sistema radicular de uma planta aquática em liberação tem como principal função a nutrição
que precisam por exemplo, de diferentes
nos solos, a manutenção da estruturação física relação a uma planta terrestre. Ao ponto que as de grupos de organismos que auxiliam as plantas
concentrações de oxigênio para sobreviverem,
dos solo, a proteção de plantas, e o estímulo ao plantas aquáticas demandam de suas raízes a se desenvolverem. A interação entre plantas e
atuam sob condições específicas de umidade,
desenvolvimento vegetal. função primordial de fixação, as plantas terrestres micro-organismos se dá na rizosfera de maneira
toleram apenas determinadas condições de
atribuem a esta estrutura de raízes sua fixação, que a planta alimente os organismos que irão
pH, ou demandam nutrientes específicos, por
A dinâmica de elementos químicos nos solos, sustentação, e absorção da maior parte de água trabalhar para ela, suprindo-as com nutrientes e
exemplo, liberados pelas plantas. Assim sendo,
promovida pela atividade biológica, se dá pela e nutrientes que demandam. Num ponto de vista proteção. A composição nutricional dos exsudatos
temos uma importante relação entre a estruturação
grande habilidade dos organismos encontrados de evolução, este acúmulo de funções atribuídas radiculares é basicamente feita de carbono, com
física dos agregados de solo e uma organização
neste ambiente em usar diferentes formas de ao sistema radicular teve sucesso evolutivo exceção a algumas moléculas que possuem outros
biológica composta de alta biodiversidade. Este
nutrientes. Ao passo que as plantas absorvem relacionado a capacidade que as plantas tiveram nutrientes em sua composição. Ao percebermos
efeito se amplia ao considerarmos que os solos
apenas nutrientes solúveis, os demais organismo terceirizar estas funções a importantes parceiros esta composição da exsudação radicular, fica
são expostos a diferentes condições de ambiente
presentes nos solos são capazes de buscar fontes que as mesmas encontraram nos solos. Há, evidente a complementaridade metabólica entre
(como temperatura e umidade) ao longo do
de nutrição em formas não solúveis dos nutrientes portanto, uma grande e conectividade entre as plantas e organismos do solo. Ao passo que as
tempo, com variações entre as estações do ano
que precisam. Um grande exemplo disso se dá plantas e os diferentes organismos do solo. Esta plantas obtém o carbono pela fotossíntese, os
ou mesmo ao longo de um dia. Esta variabilidade
pela capacidade que diversos fungos em bactérias interação se dá pela grande complementariedade organismos do solo são mais eficientes na busca
entre as características metabólicas e bioquímicas dos demais nutrientes no solo (como nitrogênio,

48 49
 fósforo ou enxofre). Assim sendo, a planta fornece
o carbono, e os demais organismos buscam a
disponibilização dos demais nutrientes, de forma
que ambos os componentes da interação (plantas
e micro-organismos) sejam beneficiados.
Esta interação entre plantas e organismos do
solo evoluiu além do simples fornecimento de
nutriente, e as plantas aprenderam a como
estimular também grupos microbianos que atuam
em sua proteção contra diversos agente de
estreses bióticos e abióticos. É conhecido que as
plantas podem alterar a composição da exsudação
radicular de maneira a atrair organismos que vão
promover melhor proteção de suas raízes contra
agentes patogênicos.
Toda esta organização e funcionamento da
rizosfera pode ser comprometida quando
alteramos um dos seus dois componentes básicos,
a exsudação radicular ou a biodiversidade do solo.
Sabe-se que uma perda da diversidade biológica
do solo, como a que ocorre em ambientes
agrícolas sem práticas de manejo adequadas,
compromete diretamente a organização da
rizosfera, expondo as plantas a maiores estresses
nutricionais e ao maior ataques de doenças de
solo em suas raízes.
Estas características gerais da rizosfera são
mais detalhadamente conhecidas para algumas
interações entre plantas e alguns organismos,
como as bactérias fixadoras de nitrogênio e os
fungos micorrízicos. Nestes dois exemplos, as
plantas ‘domesticaram’ grupos microbianos
específicos, de forma a otimizarem o serviço dos
mesmos para aprimorar o desempenho vegetal.
No caso das bactérias fixadoras do nitrogênio,
bactérias específicas conhecidas como rizóbios
interagem com as leguminosas, formando
estruturas radiculares denominadas de nódulos,
onde a bactéria atua sob comando da planta na
transformação do nitrogênio atmosférico para
a forma amoniacal, portanto, fornecendo este
nutriente em forma assimilável para as plantas.
Já em relação aos fungos micorrízicos, estes são
capazes de estabelecer relações simbióticas com
a maioria das plantas terrestres, onde funcionam
como um prolongamento da estrutura radicular,
auxiliando as plantas na absorção de águas e
50
nutrientes. Estes processos são utilizados pelas
plantas frente a maiores necessidades que as
mesmas apresentam, o que constitui uma clara
evidência de simbiose, e demonstra o controle dos
processos pela espécie vegetal.
O sistema biológico dos solo está sendo descrito
em grande detalhamento nos últimos anos.
Com isso, na prática, pode-se buscar em áreas
agrícolas uma melhor exploração da biologia do
solo. Este sistema biológico presente nos solos
pode ser induzido a um melhor funcionamento por
práticas adequadas de manejo, como uma rotação
de culturas bem realizada, rica em produção e
diversidade de fitomassa radicular e de parte
aérea, ou pelo emprego dos chamados produtos
biológicos. Dentre os produtos biológicos,
devem ser destacados os usos de organismos
específicos que podem suprir as plantas de
nutrientes, ou promoverem sua proteção contra
pragas e doenças, além do uso dos chamados
“condicionadores” de solo, dentre os quais
alguns apresentam efeito sobre o componente
biológico. Vale destacar dentro dos chamados
“condicionadores”, que estes podem ser divididos
em ativadores (componentes não vivos) e
repositores (componentes ricos em numero de
espécies) da biodiversidade do solo. Este mercado
de produtos biológicos é crescente e promissor,
tanto pela inovação como pelo potencial eu
possui de contribuir para o manejo apropriado de
ferramentas e sistemas biológicos na agricultura.
A junção entre a disponibilidade de tecnologias,
e uma necessidade crescente de um melhor
aproveitamento do recurso biológico na
agricultura, deve fomentar inovação em estratégias
de manejo e na biotecnologia nos próximos
anos. Assim, a disseminação da informação,
associada a um melhor uso da biologia do solo
terá o potencial de levar a agricultura a novos
patamares de produtividade, dentro de uma maior
sustentabilidade.
Rodrigo M.
Boaretto
Dr. e Pesquisador no
IAC/Centro de Citricultura
Dirceu Mattos Jr
Dr. e Pesquisador no
IAC/Centro de Citricultura
Produção (Tons ha-1)
Mônica F. Abreu
Dra. e Pesquisadora no
IAC/Centro de Citricultura
José A. Quaggio
Dr. e Pesquisador no
IAC/Centro de Citricultura
Levantamento de
micronutrientes no
cinturão citrícola
brasileiro
Durante toda a sua história a Citricultura Brasileira
enfrentou inúmeros desafio, em especial aqueles
relacionados a problemas fitossanitários.
Contudo, essas adversidades forçaram os
citricultores a adotarem novas tecnologias,
tais como: adequação no preparo inicial do
solo na implantação do pomar, adensamento
de plantio, mudanças na combinação copa/
porta enxerto, produção de mudas em viveiros
protegidos, intensificação dos tratos fitossanitário,
aumento das áreas (ferti)rrigadas, ajustes no
manejo de adubação e outras avanços no
sistema de produção. A adoção dessas novas
práticas culturais trouxe substanciais ganhos
de produtividade no Cinturão Citrícola Brasileiro
(área compreendida pelo Estado de São Paulo
e Triângulo/Sudoeste Mineiro), sendo que nos
últimos 30 anos o rendimento médio dos pomares
dessa região mais do que duplicou (Figura 1)
passando de algo próximo 17 t ha-1 no final da
década de 80 para mais de 42 t ha-1 na safra
2019/2020.
40
30
20
10
0
85-89 09-94 95-99 00-04 05-09 10-14 15-19
Quinquênio
FIGURA 1
Produtividade média quinquenal de laranjas no
Cinturão Citrícola Paulista (Adaptado Instituto de
Economia Agrícola e PES – Fundecitrus)
No entanto, nos novos cenários da citricultura
em que se buscam pomares cada vez mais
produtivos já nos primeiros anos após plantio,
o manejo de nutrientes, em especial o de
micronutrientes deve ser otimizado de forma
a atender a maior demanda da planta. Além
do aumento de produtividade, outros fatores
também vêm intensificado as deficiências de
micronutrientes na citricultura brasileira, entre
estes pode-se destacar: (i) precocidade na
51
 produção, pomares com quatro anos de idade
produzindo mais que 20 t ha-1; (ii) utilização de
variedades mais exigentes em micronutrientes,
exemplo, o porta-enxerto de citrumelo Swingle,
que hoje representa mais de 70% dos novos
plantios, possui maior demanda de boro (B) que o
limão Cravo variedade que anteriormente ocupava
mais de 90% dos porta-enxertos de nossa
citricultura; (iii) aumentou no número de produtos
na mistura do tanque de pulverização devido a
maior incidência de problemas fitossanitários, o
que aumenta as chances de incompatibilidade
entre produtos e diminui a eficiência de absorção
dos micronutrientes pelas folhas, sendo que à
adubação foliar sempre foi realizada em conjunto
com a aplicação de defensivos; (iv) redução do
volume da calda de pulverização por aplicação, o
que reduz custos operacionais, contudo, também
reduz a eficiência de absorção dos nutrientes
pelas folhas; e (v) as mudanças climáticas que
vêm ocorrendo nos últimos anos no cinturão
citrícola, as quais acarretam perdas significativas
de produção devido à queda de flores e frutos
após dias de intenso calor e alta radiação. Nesse
sentido, o manejo otimizado de micronutrientes,
como por exemplo o de zinco (Zn), pode mitigar
os impactos da alta radiação e temperatura devido
ao papel-chave que o nutriente desempenha na
desintoxicação de espécies reativas de oxigénio,
as quais são danosas às plantas.
Como destacado anteriormente, os desafios
enfrentados na produção de citros forçaram os
citricultores adotarem novas tecnologias nas
mais diversas áreas do sistema de produção,
entre os quais se destaca o manejo adequado
de nutrientes. Fato este, que em parte, pode ser
comprovado pelo levantamento realizado pela
Abisolo (Tabela 1), associação que representa a
indústrias de tecnologia em nutrição vegetal, a
qual comercializa produtos com matérias-primas
diferenciadas e com incremento de tecnologia,
tais como: fertilizantes foliares, orgânicos,
organominerais, condicionadores de solo e
substrato para plantas. No consumo total de
produtos de nutrição vegetal com tecnologia
diferenciada, das grandes culturas, a citricultura
ocupa a quinta posição, contudo, quando se faz
uma relação entre a porcentagem de vendas de
produto e a área plantada por cultura, a citricultura
é a cultura que mais consome produtos com
tecnologia agregada, chegando a consumir quase
dez vez mais produto por área do que a cana-de-
açúcar. A relação entre a porcentagem de vendas
desses produtos com a área plantada de cada
cultura gera um indicativo do nível tecnologia
empregada por hectare, esse nível elevado de
tecnologia empregada pelo setor citrícola, em
parte, ajuda a explicar os ganhos de produtividade
obtidos nos últimos anos.
O Grupo de Nutrição dos Citros do Instituto
Agronômico (IAC) realiza há mais de duas décadas
pesquisas para otimizar as respostas dos pomares
à adubação, e nos últimos anos vêm concentrando
esforços em estudos sobre o suprimento de
micronutrientes tanto via solo quanto via folha.
De forma geral, a recomendação de adubação
foliar é restrita a aplicação de micronutrientes
metálicos como Zn, manganês (Mn) e cobre
(Cu), cuja aplicação no solo é menos eficiente e
depende da interação do nutriente com a matriz
coloidal do solo. No caso do B a aplicação do
nutriente deve ser feita preferencialmente via
solo, podendo ser realizada juntamente com a
calda de herbicidas de contato, a qual constitui
uma forma mais e eficiente para aplicação do
micronutriente na citricultura. Contudo, em
pomares na fase de formação, cuja idade é inferior
a 4 anos, aplicações foliares complementares de B
podem ser recomendadas, buscando-se sempre
que possível associar com as pulverizações dos
tratamentos fitossanitários (Quaggio et al., 2018).
O correto manejo de micronutrientes é
fundamental para garantir boas produtividades,
Número de amostras analisadas
com o intuito de avaliar a atual situação do nível de
micronutrientes no cinturão citrícola brasileiro foi
realizado um levantamento nas amostras de solo
e de folha, provenientes de pomares comerciais,
que foram enviadas para o Laboratório de Análises
de Solo e Planta do IAC. O Laboratório do IAC é
referência brasileira na análises químicas de solo
e planta e é responsável pelo desenvolvimento
dos métodos de analíticos do Sistema IAC, o qual
utiliza os métodos de B em água quente e para os
metais (Cu, Fe, Mn e Zn) o método do DTPA-TEA
(Raij et al., 2001) e para tecido vegetal o método
de Bataglia et al. (1983). Além das atividades de
pesquisa o Laboratório também faz análises para
produtores rurais, atendendo parte dos citricultores
do cinturão citrícola brasileiro, os quais de forma
geral possuem bom manejo tecnológico. Entre
2013 a 2019 foram realizadas anualmente mais de
5000 análises de solo ou de planta de pomares
comerciais de citros (Tabela 2). Considerando que
cada amostra represente um talhão (≈10 ha) a
população amostral trabalhada neste levantamento
(Figuras 2 e 3) representaria mais de 10% da área
total de citros no país.

2013 2014 2016 2017 2018 2019 MÉDIA

VENDAS POR CULTURA (%)1 ÁREA (MILHÕES HA)2 VENDAS / ÁREA (%/MILHÕES HA)
Folha 7106 7157 6014 4147 4207 3916 5425
Soja 47 36,4 1,3 Solo (0-20cm) 6953 5853 4424 4451 4249 4405 5056
Milho 11 18,0 0,6
Café 9 1,8 5,0
Cana-de-açúcar 6 9,1 0,7
TABELA 2
Citros 4 0,6 6,7
Algodão 3 1,2 2,5 Número de amostras de solo e de folhas, provenientes de pomares do cinturão citrícola brasileiro, analisadas
Feijão 3 0,9 3,3 pelo Laboratório do Centro de Solos e Recursos Ambientais do IAC.
Pastagem 1 90,0 <0,1
Arroz 1 1,7 0,6
Outras 15 - -
De forma geral, a média anual dos teores de defensivos cúpricos. Contudo, boa parte do Cu
micronutrientes, tanto no solo quanto nas encontrado, especialmente no limbo foliar, não está
1. % Vendas por Cultura - (Fertilizantes Foliares, Orgânicos, Organominerais, Condicionadores de Solo e Substrato para Plantas) - Adaptado
folhas, estiveram dentro das faixas consideradas em uma forma disponível para a planta podendo
Anuário Abisolo, 2019. 2. Fontes diversas.
adequadas, com exceção apenas para o Cu que ser considerado apenas como contaminante na
apresentou valores bastante superiores aqueles análise química. Apesar das médias anuais de
TABELA 1 considerados adequados (Figura 2 e 3). Os micronutrientes, tanto no solo quanto nas folhas,
Relação entre a porcentagem de vendas de insumos com tecnologia em nutrição vegetal e a área plantada por aumentos nos teores de Cu nas folhas e no solo estarem dentro da faixa considerada adequada,
cultura. estão diretamente relacionados ao aumento na este valor não representa a realidade de inúmeros
incidência de Cancro Cítrico, doença cujo principal pomares. Entre os micronutrientes, B, Mn e
manejo fitossanitário consiste na aplicação de especialmente Zn foram os que apresentaram as

52 53
 Média anual dos teores de % amostras (talhões) com teores de Média anual dos teores de % amostras (talhões) com teores de
micronutrientes micronutrientes inferiores aos adequados micronutrientes micronutrientes inferiores aos adequados

FIGURA 2
Média anual (N ≈ 5056 amostras/ano) do teor de micronutrientes (B, Cu, Fe, Mn e Zn) nas amostras de solo
provenientes de pomares comerciais do cinturão citrícola brasileiro, enviadas para o Laboratório de Análise
Química de Solo e Planta do IAC e porcentagem de amostras com teores de micronutrientes inferiores aos
adequados.Nas figuras com as concentrações foliares de micronutrientes, a área destacada representa a faixa
considerada adequada (Quaggio et al. 2018). x ̅ = média dos anos.
FIGURA 3
Média anual (N ≈ 5425 amostras/ano) da concentração foliar de micronutrientes (B, Cu, Fe, Mn e Zn) em folhas
de citros, provenientes de pomares comerciais do cinturão citrícola brasileiro, enviadas para o Laboratório de
Análise Química de Solo e Planta do IAC e porcentagem de amostras com teores de micronutrientes inferiores
aos adequados.Nas figuras com as concentrações foliares de micronutrientes, a área destacada representa a
faixa considerada adequada (Quaggio et al. 2018). x ̅ = média dos anos.

54 55
 maiores porcentagens de amostras com teores micronutriente não costuma ser recomendado em precificam os adubos, notadamente a variações
inferiores aos adequados (Figuras 2 e 3). Em nossos pomares, assim, não foram verificadas
no preço de minérios, petróleo, navegação, e aos
média, a porcentagem de amostras de solo com flutuações nos teores médios anuais de Fe, além
teores de micronutrientes inferior aos adequados disso, este foi o micronutriente que apresentou solavancos da economia global.
foram maiores do que as amostras folhas. Cerca as menores incidências de amostras com valores
de 25 dos talhões apresentaram amostras de solo inferiores aqueles considerados adequados, tanto Carlos O consumo de fertilizantes está atrelado e
com os teores de B e Mn inferiores ao adequado, nos solos (x ̅= 0,4%) quanto nas folhas (x ̅ = 2,6%). Alberto Silva
Prof. Dr. na Universidade deve crescer com o avanço do setor AGRO no
enquanto, para o Zn esse valor ficou próximo As informações abordadas nesse artigo focam
na importância de um manejo equilibrado de
Federal de Lavras - UFLA Brasil, já que é esperado aumento da produção
do 50% (Figura 2). Enquanto para as folhas, a
porcentagem média de amostras com teores de micronutrientes para a citricultura, o levantamento agrícola nas próximas décadas. Frente a esse
micronutrientes inferiores ao adequado foram de realizado demonstra que Zn, Mn e B foram os desafio, a política para o setor de fertilizantes
8,2%, 22,4% e 36,7%, respectivamente para B,
Mn e Zn. A porcentagem de amostras de folhas
micronutrientes mais limitantes à produção de
citros, e que a correção de Zn e Mn deve ser feita Biocarvão na síntese já foi delineada, e ela engloba a construção de
novos complexos industriais, a retomada de
com teores de Zn inferiores ao adequado vêm
aumentando nos últimos anos, passando de
via pulverização foliar, enquanto a aplicação de
B deve ser realizadas preferencialmente via solo. de fertilizantes obras paradas, a exploração de novas jazidas

19,4% em 2016 para 48,5% em 2019 (Figura 3).
Este fato, pode estar diretamente relacionado
ao aumento das pulverizações com defensivos
cúpricos, o que aumenta a quantidade de Cu na
calda de pulverização e consequentemente reduz
a eficiência de absorção de Zn pelas folhas.
Os solos brasileiros são ricos em ferro (Fe) e este
Referencias: Anuário Abisolo (2019). 5º Anuário Brasileiro das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal. Disponível em <www.abisolo.com.br>. Acesso em 15/01/2020. | Bataglia, OC;
Furlani, AMC; Teixeira, JPF; Furlani, PR; Gallo, JR (1983). Métodos de Análise Química de Plantas, Campinas: IAC. 48p. (Boletim Técnico 78). | PES - Pesquisa de estimativa de safra (2019).
Fundo de Defesa da Citricultura. Disponível em <www.fundecitrus.com.br/pes>. Acesso em 05/01/2020. | Quaggio JA, Boaretto RM, Mattos Jr. D (2018) Recomendações para calagem e
adubação de citros. 1º Simpósio sobre os avanços na nutrição de citros e café, Instituto Agronômico, Campinas. | Raij, B Van; Alcarde, JC; Cantarella, H; Quaggio, JA (2001). Análise química
para avaliação da fertilidade de solos tropicais. Campinas: IAC. 285p.
Além do mais, atenção especial deve ser dada ao
uso intensivo de defensivos cúpricos, buscando
outras estratégias de manejos fitossanitário a
fim de reduzir as quantidades de Cu aplicadas,
o que em algumas situações podem já estar
comprometendo a produtividade dos pomares do
cinturão citrícola brasileiro.
especiais
O Brasil, em poucas décadas, deixou para trás a
incômoda posição de importador de alimentos
e consolidou-se com um dos players globais na
produção agrícola. O avanço foi tamanho que o
país, nesta década, atingiu a confortável marca de
produzir, anualmente, safra capaz de nutrir mais de
1 bilhão de pessoas, um contingente que supera
em muito a população brasileira. O avanço do
AGRO brasileiro ocorreu em função do aumento
da produtividade e do uso intensivo de tecnologia
nas lavouras. O maior emprego de fertilizantes
em lavouras de soja, milho, cana-de-açúcar, trigo,
algodão, laranja, arroz, café, etc. é exemplo dos
avanços que ocorreram no setor agrícola brasileiro.
Nas ultimas três décadas, o consumo de adubos
simples e de formulados NPK aumentou em 350-
400% no Brasil, período em que o incremento na
média mundial não passou de 100% (IPNI). Puxado
por produções crescentes de soja e de milho, o
consumo de adubos alcançou a marca histórica
de mais de 36 milhões de toneladas (base NPK),
em 2019, segundo dados de indústrias do setor.
Quarto maior mercado mundial de consumo
de fertilizantes, infelizmente, as indústrias de
fertilizantes no Brasil dependem maciçamente
de matérias-primas e adubos de outros países,
a ponto de o país comprar lá fora cerca de 55%
do fósforo, 65% do nitrogênio e quase 96% do
potássio utilizados na formulação de fertilizantes
diversificados. Essa dependência externa de
recursos expõe o país a variáveis intangíveis que
minerais e a adoção de políticas para reduzir o
custo do fertilizante, para que o Brasil alcance
auto-suficiência na produção de matérias-primas
utilizadas na síntese de adubos NPK. Essa
política global do setor de fertilizantes engloba,
também, a concepção de novas rotas de síntese
de adubos. Felizmente, há no Brasil recursos e
matrizes ainda pouco exploradas, que podem
ser utilizadas na formulação de FERTILIZANTES
ESPECIAIS. O país destaca-se, em diferentes
cadeias produtivas, pela quantidade e diversidade
de resíduos orgânicos que podem ser utilizados
na formulação de fertilizantes de alto valor
agronômico. A produção de fertilizantes orgânicos
e organominerais (FOMs) demanda o uso de
resíduos com alta concentração de nutrientes,
como os estercos oriundos de sistemas intensivos
de produção animal, lodo de esgoto, casca de
café, composto de lixo, etc., portanto, requer
resíduos mais concentrados em nutrientes. A
síntese de FOMs envolve rotas variadas, com
o uso de matérias-primas oriundas de plantas
de compostagem, subprodutos de processos
industriais de fermentação, lodo de biodigestores
e, mais recentemente, biocarvão gerado em
reatores de pirólise. De fato, o uso da PIRÓLISE e
de biocarvão para concepção de novas rotas de
síntese de fertilizantes especiais ainda engatinha
e não foi completamente explorado no Brasil. Na
produção de biocarvões para síntese de FOMs, é
preciso controlar os fatores que condicionam a
pirólise, para reduzir as perdas de N e aumentar o
teor e a disponibilidade de K e P nos biocarvões.
Novas rotas de síntese de FOMs à base de
biocarvão podem contribuir para que o setor de
fertilizantes intensifique a adoção de conceitos

57
 modernos da bioeconomia e da economia circular,
ramos da economia que preconizam a reciclagem
e reuso de resíduos e a produção para a
agricultura de insumos de forte base biológica,
com o emprego de matérias-primas renováveis.
No processo de pirólise, é preciso entender
todos os fatores que condicionam a produção de
FIGURA 1
Propriedades e valor agronômico do biocarvão em função da biomassa e de fatores condicionantes da pirólise.
Pirólise
A pirólise é o processo de degradação térmica de
biomassas diversificadas na ausência ou com
suprimento limitado de oxigênio durante a
carbonização (Lehmann; Joseph, 2015). Se houver
difusão plena de O2 durante a pirólise de resíduos
orgânicos, em vez de BIOCARVÃO, produzem-se
cinzas, que são compostas de íons e sais
inorgânicos, portanto, isentas de grupos orgânicos
funcionais e compostos aromáticos, tipicamente
encontrados na matriz de biocarvão. Por isso, o
produto da pirólise é o biocarvão, que é uma
matriz sólida, rica em carbono, com elevada
estabilidade química e com compostos orgânicos
58
biocarvões que se adéquam ao uso na formulação
de fertilizantes especiais. Em síntese, é necessário
que os fatores condicionantes da PIRÓLISE (Figura
1) sejam otimizados, a fim de que os biocarvões
produzidos sejam utilizados como matérias-primas
nos avançados processos industriais de síntese de
fertilizantes.
pouco suscetíveis ao ataque de decompositores,
daí ser maior o tempo de persistência no solo de
matrizes pirolisadas do que das biomassas que
lhes deram origem. De fato, coexistem no
biocarvão componentes inorgânicos (cinza),
caracterizadas por sais e nutrientes prontamente
disponíveis às plantas nas cinzas, e moléculas
orgânicas, desde as mais lábeis até aquelas de
caráter mais aromático. O teor de C, o pH, a
natureza química e recalcitrância dos grupos
funcionais orgânicos presentes na estrutura do
biocarvão dependem da biomassa e das
condições de pirólise.
O uso de biocarvão já está disseminado para fins
diversificados que incluem o seqüestro de C no
solo, a remedição de solos contaminados, como
matrizes para a redução de emissões de gases-
estufa, como adjuvante na compostagem e,
notadamente, como insumo para melhorar a
qualidade do solo (Singh et al., 2014). O uso
continuado, em tempos pretéritos, de biocarvões
na Amazônia explica, em parte, o elevado grau de
fertilidade das Terras Pretas de Índio (TPIs). Nas
TPIs da Amazônia brasileira, predominam solos
com altos teores disponíveis de P e de Ca e
capacidade de troca de cátions (CTC) a pH 7
maior do que as de solos próximos na paisagem e
de mesma gênese, mas sem o histórico de
intervenção antropogênica. O teor de C nas TPIs é
superior ao previsto para solos da paisagem
tropical, e o grau de fertilidade desses solos
antropogênicos assegura produtividades elevadas
por vários anos, sem adição de fertilizantes e
corretivos de acidez (Lehmann, 2007; Cunha et al.,
2007). Há uma corrida mundial para reproduzir, em
curto prazo, essas condições de fertilidade elevada
das TPIs, aparentemente, incompatíveis com as
propriedades de solos intemperizados brasileiros.
O uso continuado de biocarvão pode assegurar
essa condição de solo fértil, mas é mais
econômico e viável utilizar o biocarvão no processo
de síntese de fertilizantes, pois as doses de
adubos são menores do que as requeridas de
biocarvão para aumentar o armazenamento de C
no solo. O biocarvão, conceitualmente, pode ser
formulado de qualquer biomassa, em temperaturas
de pirólise que variam de 300 a 900 C. O termo
o
biocarvão se aplica às matrizes exclusivamente
utilizadas para fins agrícolas, mas não está vedado
o uso de biocarvão em processos de fermentação,
na compostagem, na remedição de solos
contaminados, na despoluição de águas e como
insumo para reduzir as emissões de gases-estufa
(Singh et al., 2014; Lehmann; Joseph, 2015). A
síntese de fertilizantes a partir de biocarvão
pressupõe a escolha correta da biomassa e a
otimização das condições de pirólise. Em função
dos baixos teores de P e de N, a maioria dos
resíduos de origem vegetal não se adéqua à
produção de biocarvão voltados à síntese de
fertilizantes. De fato, há palhadas de leguminosas
que podem conter até 5% de N, mas a maioria dos
resíduos vegetais tem pouco N, e teores de P que
raramente ultrapassam 0,2% (Silva, 2008). As
tortas de grãos de leguminosas são ricas em N,
mas seu uso é mais comum e agrega mais valor na
formulação de rações animais. Por isso, os
resíduos oriundos de sistemas intensivos de
produção animal se prestam mais para a produção
de FOMs à base de biocarvão. Em estercos mais
concentrados em nutrientes (esterco de aves, de
suínos, etc), os teores de N podem atingir 6% e o
teor de P é maior do que o de resíduos vegetais.
De fato, para resíduos vegetais, o K é uma
exceção, tendo em vista que algumas biomassas
podem conter de 4-6% de K, como é o caso da
casca de café. Há, ainda, resíduos de origem
urbana e da compostagem da matriz orgânica do
lixo que podem conter maiores teores de N e P; o
lodo de esgoto é pobre em K, que predomina nas
águas residuárias de estações de tratamento do
esgoto. Na síntese de FOMs de alto valor
agronômico, em função da variação de
composição química e da concentração de
nutrientes, é preciso considerar a escolha correta
da biomassa, para otimização do processo de
pirólise, visando a produção de biocarvão rico em
NPK. Além da escolha da biomassa, é preciso
otimizar outros fatores condicionantes da pirólise,
para que mais N, P e K disponíveis permaneçam
no biocarvão. O N é o nutriente com maior
potencial de ser perdido durante a pirólise, por
isso, tanto a temperatura quanto o tempo de
exposição da biomassa durante a pirólise precisam
ser otimizados.
Na síntese de FOMs a partir de matrizes
pirolisadas, o P não guarda similaridade com o N.
Isso ocorre em razão de o acréscimo na
temperatura de pirólise enriquecer os biocarvões
com P, dado que o nutriente não é perdido por
volatilização, mesmo a temperaturas elevadas de
carbonização de biomassas. Assim, há um
enriquecimento relativo de P no biocarvão à
medida que se aumentam a temperatura de
pirólise e o teor de cinza no biocarvão. A busca
por FOMs enriquecidos em P implica no uso de
temperaturas elevadas de pirólise, mas isso
compromete a capacidade de o biocarvão suprir P
59
 às culturas. É difícil imaginar que o K possa ser
volatilizado durante a pirólise, mas isso ocorre em
temperaturas de pirólise elevadas. Por isso, as
condições ótimas de pirólise para reter mais K no
biocarvão precisam ser estabelecidas. É fato que,
até a temperatura limite que leva à volatilização de
K, há um aumento relativo do teor do nutriente no
biocarvão, sem que a disponibilidade do nutriente
seja comprometida. Mesmo a temperaturas mais
elevadas, remanescem no biocarvão formas
disponíveis de K. Essa abordagem de otimização
das condições de pirólise e de escolha correta da
biomassa levam à produção de biocarvão com
cinética variável de liberação de nutrientes, o que é
importante, para conferir ao fertilizante formulado
capacidade de atender, ao longo do ciclo de
cultivo, a demanda nutricional das culturas.
Fertilizantes especiais
A sincronização da cinética de liberação de
nutrientes pelo fertilizante com as fases de maior
demanda nutricional das culturas é um dos
atributos que definem o valor agronômico de
fertilizantes especiais. Além disso, essas fontes de
nutrientes devem ser multifuncionais, ou seja,
simultaneamente, o fertilizante especial deve atuar
como fonte de nutrientes, condicionador de solo,
corretivo de acidez, além de, ao longo de
sucessivas aplicações, contribuir para aumentar o
potencial de o solo armazenar mais carbono, para
construção da fertilidade na região sob influência
de raízes. Por isso, poucos são os adubos que são
classificados como especiais. Além de conter NPK,
os fertilizantes especiais, dependendo da dose
aplicada, podem atender parte da demanda
nutricional das plantas em micronutrientes. Os
fertilizantes especiais são caracterizados também
pela presença de duas fases, a orgânica e a
inorgânica. A fase orgânica confere ao fertilizante a
capacidade de adsorver água e nutrientes, é
composta por compostos aromáticos e
substâncias que contêm radicais orgânicos polares
e funcionais que podem diminuir a fixação de P, o
processo de maior dreno de P-fosfato em solos
brasileiros. Na fase inorgânica (cinza) de
60
fertilizantes à base de biocarvão, existem sais que
prontamente liberam nutrientes às culturas. Na
fase orgânica, há, ainda, nutrientes na estrutura de
compostos cuja mineralização, à exceção do K e
de alguns micronutrientes, é mais gradual, pois
formas orgânicas de N, P e S demandam mais
tempo para serem decompostas, mineralizadas e
absorvidas pelas plantas. Pelo menos na faixa de
solo sob influência do fertilizante especial, depois
de sucessivas aplicações, há maior disponibilidade
de água retida na fase orgânica do biocarvão. O
fato de a capacidade de troca de cátions (CTC) do
biocarvão, quase sempre, ser maior do que a CTC
de solos intemperizados que recebem os
fertilizantes é outro ponto positivo, pois aumentam
se as chances de o K , N-amônio e outros cátions
+
serem adsorvidos na matriz orgânica do biocarvão,
com redução simultânea da lixiviação de nutrientes
e da fixação de fosfato em colóides minerais de
solos brasileiros.
Por reunir múltiplas funções (Figura 2) em uma
única matriz, há vantagens na concepção de
novas rotas de síntese de fertilizantes especiais
tendo como plataforma a pirólise, e seu produto,
o biocarvão. Como em qualquer processo novo
de formulação de adubos, há riscos e dificuldades
com a adoção da nova tecnologia. Um ponto
que merece cuidado é o ligado à análise dos
biocarvões, antes do uso na formulação de
fertilizantes, pois pode haver excesso de metais
pesados, compostos aromáticos de longa
persistência no ambiente, enfim, poluentes, em
algumas matrizes pirolisadas. Além disso, toda
uma nova estrutura terá que ser criada. Nesse
sentido, é preciso identificar as cadeias de
produção de resíduos orgânicos mais adequados
para produção de biocarvão, utilizar novos
equipamentos e reatores de pirólise e definir novos
processos de produção para as fábricas, bem
como a montagem de toda a estrutura industrial
para a síntese de biocarvão e formulação,
embalagem, rotulagem e controle de qualidade
dos fertilizantes dele derivados. O maior desafio
é o de equipar o país com modernos reatores de
pirólise, que podem custar de 500 mil a 4 milhões
de dólares (Singh et al., 2014). São desafios que
podem ser vencidos pela indústria brasileira, uma
vez que essa nova rota de síntese de fertilizantes pavimenta
uma ampla avenida de oportunidades para técnicos do setor
de fertilizantes, órgãos públicos reguladores, entidades de
classe, como a ABISOLO, e para a Sociedade Brasileira.
Com o uso de biocarvão na síntese de fertilizantes, podem
ser gerados empregos, riqueza e criadas novas empresas
no limiar da fronteira da inovação tecnológica do setor
de fertilizantes. Além disso, o uso racional de resíduos na
fabricação de fertilizantes preserva matrizes essenciais para
o AGRO brasileiro como a ÁGUA. Por fim, qualquer inovação
tecnológica traz em seu bojo vantagens e limitações, de
modo que elas devem ser corretamente identificadas.
Apesar dos desafios que se avizinham, é antecipada uma
série de benefícios econômicos, ambientais e sociais com
o uso dessa nova tecnologia no setor de fertilizantes. Entre
elas, substituição de parte da demanda de NPK mineral nas
lavouras brasileiras em função do maior uso de fertilizantes
especiais, produção de fertilizantes orgânicos de matrizes
renováveis, de baixo custo econômico e ambiental, maior
eficiência de uso de fertilizantes pela liberação gradual de
nutrientes, de modo a atender, em tempo e quantidade,
as fases de altas demandas em N, P e K pelas culturas,
possibilidade de reduzir o número de adubações em
cobertura, devido à presença de formas mais e menos lábeis
de N, P e K nos FOMs-biocarvão. Promove-se, também,
a ciclagem de resíduos orgânicos e de nutrientes que
atualmente poluem corpos hídricos de todo o País e que são
descartados de modo inadequado em aterros sanitários e
lixões. Além disso, antecipa-se a redução de emissões de
gases de efeito estufa na cadeia produtiva de fertilizantes
e nos processos de decomposição controlada de resíduos
orgânicos. A criação de um novo setor e de empresas na
fronteira do conhecimento tecnológico da cadeia global
de adubos é outro ganho associado à maior produção de
fertilizantes especiais à base de biocarvão.
Agradecimentos
Ao CNPq, pela concessão de bolsa de produtividade em
pesquisa (processo: 307447/2019-7). Ao prof. Leônidas
C. A. Melo, pela cooperação científica. À discente de
doutorado do PPGCS-UFLA, Cristiane Francisca Barbosa,
pela cessão de imagem em MEV que ilustra a presença de
microporos na matriz de biocarvão de eucalipto.
 elementos tóxicos, como Al3+, devido a processos
de complexação ou quelação; geração de
porosidade, aumentando de aeração e capacidade
de armazenamento de água do solo e aumento da
Hamilton atividade biológica no solo, já que a MOS é fonte
Seron Pereira
Prof. Dr. na Univ. Fed. de de energia e C para microrganismos.
Uberlândia - UFU Apesar de ser muito antigo o uso de materiais
orgânicos no solo, a utilização de combinações
entre fertilizantes orgânicos e minerais, é mais
recente, surgindo com o propósito de aliar
benefícios dos fertilizantes orgânicos e dos
minerais em um único produto, isto é, um
fertilizante com concentrações mais elevadas
Wedisson
Oliveira Santos de nutrientes, em comparação aos fertilizantes
FIGURA 2
Prof. Dr. na Univ. Fed. de orgânicos, muitas vezes com potencial de
Multifunções no sistema solo-planta de fertilizantes especiais derivados de biocarvão. Uberlândia - UFU
promover benefícios adicionais para o solo e às
(Fonte: adaptado de Yuan et al., 2019) plantas, dos fertilizantes orgânicos. Porém, devido
a conceitos mineralistas, dificuldades no processo

Fertilizantes de estabilização dos compostos orgânicos e de

granulação/peletização, o uso destes fertilizantes
organominerais tem sido deixados em segundo plano nos manejos
das adubações de culturas.

A atual política nacional de resíduos sólidos

INTRODUÇÃO vêm de encnontro a produção de fertilizantes

A importância do uso de resíduos vegetais organominerais no país, já que enfatiza a

ou animais objetivando aumentar ou manter a importância do reaproveitamento e agregação de

capacidade produtiva dos solos é conhecida pelo valor a resíduos, passivos ambientais das diversas

homem desde a antiguidade. De fato, a fertilidade atividades industriais. Outro ponto favorável para o
setor de produção de fertilizantes organominerais
Foto: Cristiane Francisca Barbosa

das margens do rio Nilo já era atribuída aos

aportes regulares de matéria orgânica durante as é a proximidade entre locais de produção de

enchentes, há cerca de 5 000 a.C. Durante muito resíduos, como exemplo as indústrias de suínos

tempo prevaleceu a teoria do húmus, originalmente e aves, e as propriedades de produção de grãos.

postulada pelo botânico alemão Albrecht Daniel Tal proximidade favorece o estabelecimento de

Thaer, no final do século XVIII, que associava a empresas regionais de produção de fertilizantes

fertilidade dos solos como função da concentração organominerais, resultando em ganho logísticos
Foto: Cristiane Francisca Barbosa
de húmus e disponibilidade de água. (Benites, 2010).

Com a evolução do conhecimento sobre solos,

FIGURA 3 desconsiderou-se a teoria do húmus em prol
Imagem para apresentação da matéria: microporos na matriz de biocarvão de eucalipto por imagem em da teoria mineralista, que ainda perpetua, mas Legislação e aspectos
de produção
microscópio eletrônico de varredura (MEV). reconheceu-se a importância da matéria orgânica
do solo (MOS) na promoção de inúmeros
efeitos positivos em atributos físicos, químicos e
biológicos do solo, como: fornecimento de alguns
A legislação brasileira define como “fertilizante
Referencias: CUNHA, T.J.F.; MADARI, B.E.; BENITES, V.M.; CANELLAS, L.P.; NOVOTNY, E.H.; MOUTTA, R.O.; TROMPOWSKY, P.M.; SANTOS, G.A. Fracionamento químico da matéria nutrientes às plantas, geração de cargas, o que
orgânica e características de ácidos húmicos de solos com horizonte A antrópico da Amazônia (Terra Preta). Acta Amazônica 37(1): 91-98, 2007. | SILVA, C.A. Uso de resíduos orgânicos na organomineral” qualquer fertilizante procedente
agricultura. In: SANTOS, G.A. et al. Fundamentos da material orgânica do solo; ecossistemas tropicais e subtropicais. Porto Alegre: Metrópole, 2008. p. 597-624. | LEHMANN, J. A handful of promove aumento da capacidade do solo em reter
carbon. Nature, 447: 143–144, 2007 | LEHMANN, J.; JOSEPH, S. Biochar for Environmental Management: Science, Technology and Implementation. 2nd Edition. Milton Park: Routledge, 2015. da mistura ou combinação de fertilizantes
976 p. | SINGH, B.; MACDONALD, L. M.; KOOKANA, R. S.; ZWIETEN, L. VAN; BUTLER, G.; JOSEPH, A.; WEATHERLEY, A.; KAUDAL, B. B.; REGAN, A.; CATTLE, J.; DIJKSTRA, F.; BOERSMA, nutrientes, diminuindo assim perdas e elevando
M.; KIMBER, S.; KEITH, A.; ESFANDBOD, M. Opportunities and constraints for biochar technology in Australian agriculture: looking beyond carbon sequestration. Soil Research, 52(8): 739-750, minerais e orgânicos, porém com necessidade
2014. | YUAN, P.; WANG, J.; PAN, Y.; XEN, B.; WU, J. Review of biochar for the management of contaminated soil: preparation, application and prospect. Science of The Total Environment, 659:
sua fertilidade; diminuição da atividade de
473-490, 2019.

62 63
 de alguns enquadramentos químicos e físicos.
A IN 25/2009, estabelece as especificações e
garantias para produção e comercialização dos
fertilizantes organominerais sólidos exigindo que
os mesmos deverão apresentar: no mínimo 8%
carbono orgânico, capacidade de troca catiônica
(CTC) mínima de 80 mmolc kg e umidade
-1
máxima de 30% e concentrações mínimas de
macro e micronutrientes garantidos e declarados
nos produtos (MAPA, 2009). Segundo a mesma
legislação, para produtos que contenham
concentrados apatíticos, fosfatos naturais,
escórias de desfosforção, farinha de osso ou
misturas destes com fosfatos acidulados, deve
informar os teores de P solúveis em CNA + água
e em ácido cítrico 2% (relação 1/100); quando da
presença de fosfatos acidulados ou parcialmente
acidulados, há a necessidade de informar apenas
o teor de P solúvel em CNA + água; para K e N,
expressa-se seu teor solúvel em água.
Portanto, pode-se depreender que há
possibilidade de inúmeras combinações entre
matrizes orgânicas e minerais com diferentes
tecnologias, que vão deste misturas simples entre
materiais, a sofisticados processos de produção,
não sendo, por isso, possível generalizar sobre a
eficiência relativa de fertilizantes organominerais
em relação as fontes minerais. Entretanto, espera-
se que fertilizantes organomimnerais apresentem
performance agronômica igual ou superior às
fontes minerais (considerando mesma dose de
nutrientes solúveis), devido a efeitos adicionais
este processo, sua associação com fontes
minerais, poderá ser produzindo os fertilizantes
organominerais, que podem ser granulados ou
não. A estabilidade do composto é essencial
para obter um produto de qualidade. Isso faz a
diferença entre os materiais que estão no mercado.
Na pressa de se produzir os fertilizantes, industrias
não estão deixando o composto atingir um estado
de estabilização adequado, isso gera problemas
com o produto, pois o processo pode continuar
durante o armazenamento, transporte e até após a
aplicação.
No armazenamento e transporte pode ocorrer a
liberação de gases e aquecimento do produto, e
no campo, perda de matéria orgânica que ainda
esta se decompondo. A estabilização do composto
gera a formação de uma quantidade maior de
ácidos orgânicos (ácidos fúlvicos e húmicos)
que além de promover um fertilizante de melhor
qualidade também gera um fertilizante mais estável
onde os problemas de armazenamento, transporte
e aplicação são minimizados. A maior produção
desses ácidos húmicos durante a estabilização
pode ser benéfica em vários aspectos: como
redução da fixação de fosfato em oxidróxidos de
Fe ou Al, pela competição por sítios de adsorção
de P, além da formação de complexos ou quelatos
com Al3+ ou Fe3+ minorando a precipitação de
compostos Al-P ou Fe-P de baixa solubilidade,
principalmente em ambientais de maior acidez.
Pesquisa
Há certa escassez de boas publicações de
trabalhos demonstrando, de forma conclusiva,
a performance de fertilizantes organominerais
em condições tropicais. Em geral, apesar de
variações de resposta, incluindo efeitos aditivos
nulos, prevalescem trabalhos que demonstram
maior eficiência dos fertilizantes organominerais
em contraste as fontes minerais. Grohskopf et. al
(2019), por exemplo, comparando o monoamônio
fosfato (MAP) com um fertilizante organomineral
à base de cama de aves e MAP, em um Nitossolo
Vermelho Distroférrico com elevado teor inicial
de P, em quatro safras de milho, verificou com o
organomineral produtividade 20% superior ao do
fertilizante mineral. Apesar da maior produtividade
com o uso do organomineral, o estudo não
conseguiu concluir quais efeitos adicionais o
organomineral haveria promovido ao solo ou para
as plantas, que incrementou o rendimento da
cultura, já que não se detectou alterações em
atributos do solo, incluindo no teor de matéria
orgânica.
A não alteração nos teores de matéria orgânica
do solo com aplicações de fertilizantes
organominerais, já é esperada. De fato,
considerando as concentrações de C nos
fertilizantes organominerais, doses aplicadas e
quantidade de C no solo, um possível acréscimo
no teor de MOS não seria perceptível. Mesmo
geralmente são aplicados de forma localizada
tanto em superfície quanto em sulcos. Isso faz
com que o material orgânico tenha um aumento
significativo de concentração na fração onde foi
localizado, podendo chegar a aumentos acima de
1% no ponto onde foi aplicado. Portanto, efeitos
localizados no incremento de matéria orgânica no
solo, com a aplicação do fertilizante organomineral,
pode aumentar a eficiência da fração mineral do
fertilizante.
Em nove de dez experimentos com cana
de açúcar, Souza (2014) observou aumento
de produtividade com o uso de fertilizantes
organomineral (50% orgânico + 50% mineral) em
comparação com a fonte mineral correspondente
(MAP). No plantio da cana de açúcar, verificou-se
incremento médio de 19% em produtividade para
os tratamentos com o fertilizante organomineral
(Figura 1).
180
170
160 y = -0,0022x 2 + 0,7307x + 111,78
R 2 = 0,9212
150
y = -0,0013x 2 + 0,4621x + 109,94
140 R 2 = 0,9574
130
120
110

no solo promovidos pela matriz orgânica, como A maior CTC do composto aumenta sua a com uso recorrente de elevadas doses de 100
já comentado. Adicionalmente, apesar de alguns capacidade de reter cátions como Ca, Mg e K, resíduos orgânicos no solo, alterações no teor da 0 50 100 150 200 250

estudos demonstrarem que mesmo em condições potencialmente reduzindo perdas por lixiviação. MOS dependem de inúmeros fatores, altamente Dose de P2O5, kg ha-1

de maior fertilidade do solo a eficiência dos
fertilizantes organiminerais pode ser superior aos
fertilizantes minerais, espera-se maiores contrastes
em condições de menor fertilidade.
O uso de resíduos orgânicos in natura geralmente
resulta em baixa eficiência no aproveitamento de
nutrientes pelas plantas, podendo ocorrer perdas
por lixiviação e volatilização, além de aumentar
o risco de contaminação ambiental. Desta
forma, há a necessidade de uma transformação
biológica para estabilização dos resíduos, após
Para o nitrogênio, o aumento da matéria orgânica
aumenta a atividade microbiana que imobilizam
o N adicionado ao solo. Isto não é definitivo “vai
e volta”, estima-se que 50 a 85% do nitrogênio
mineral é imobilizado pelos micro-organismos.
Entretanto, na fase de estabilização há diminuição
da relação C/N/P/S do produto, favorecendo
a mineralização e consequentemente maior
disponibilização de N, P ou S para as plantas.
interativos entre si, que governam sua dinâmica Mineral Organomineral
no solo, como clima (umidade e temperatura),
composição do material orgânico (relações
C/N/P/S, teores de lignina e polifenóis), solo
(défcil de saturação de C, textura, mineralogia, FIGURA 1
fertilidade, etc), microbiota (diversidade e Efeito de doses de P considerando a fonte MAP
atividade biológica) e o manejo (Stevenson, (Mineral) e um fertilizante organomineral (05-24-
1994; Silva; Mendonça, 2007). Por outro lado, 00), na produção de colmos em cana planta.
geralmente fertilizantes organominerais não Bioenergética Aroeira, Tupaciguara-MG.
são incorporados e uniformizados ao volume
Fonte: Souza, (2014).
total de solo da camada arável. Pelo contrário,

64 65
 Desafios e
Em cultivo de inverno com batata cv. Ágata, em planta. As principais funções de um substrato para
planta são prover a fixação, reter e disponibilizar
Latossolo argiloso, com alta disponibilidade de P,
K, Ca, Mg, Zn, Cu, Mn e Fe, em Cristalina, BA, perspectivas água, ter espaço de aeração mesmo em
estado de saturação hídrica, ter estabilidade de
Almeida et. al (2018) contrastando o fertilizante Gilmar Schafer estrutura, capacidade de adsorção, capacidade
organomineral 3-32-6 (ureia, superfosfato triplo Prof. Dr. na Universidade
Respostas variadas em termos de incrementos Federal do Rio Grande do de tamponamento contra alterações de pH,
e cloreto de potássio + esterco de aves), com as
de produtividades com o uso de fertilizantes Sul - UFRGS previsível dinâmica de nutrientes e condutividade
respectivas fontes minerais (ureia, superfosfato organominerais, em relação aos fertilizantes elétrica, apresentar comportamento semelhante
triplo e cloreto de potássio), observou aumento minerais tradicionais, inviabilizam a generização a um mesmo manejo, pouca atividade biológica,
na absorção de micronutrientes pela cultura, na
seguinte ordem: Fe>Zn>Mn>Cu>B.
de recomendações de doses diferenciadas
destes fertilizantes, considerando seus potenciais
Substratos ausência de moléstias e substâncias que possam
diminuir ou prejudicar o desenvolvimento das
efeitos aditivos. Para tanto, há necessidade do para plantas plantas, boa capacidade de reidratação após a
Considerando-se que há grande perdas de N conhecimento mais acurado das eficiências secagem e que permitam armazenamento. As
agronômicas relativas médias para diferentes principais propriedades dos substratos se referem
do solo por lixiviação de nitrato e volatilização
fertilizantes organiminerais, nas diferentes as características físicas, químicas e biológicas,
de amônia, Correa et al. (2016) avaliaram
condições de solo, cultivo e manejo. Neste Segundo o Anuário da Abisolo de 2019, o setor dentre estas, as características físicas e químicas
comparativamente a eficiência de fertilizante
sentido, a realização de grande número de de substrato para plantas movimentou mais de assumem importante papel. Como características
orgânico (cama de frago), organomineral (ureia+ experimentos, considerando variações nestes 228 milhões de reais. Nestes números não estão físicas, que são consideradas as mais importantes
cama de frango) e mineral (ureia), sem e com aspectos, são essenciais para calibrar as doses contabilizados valores sobre produção própria ou pois dificilmente pode-se mudar depois de
inibidores de urease (NBPT) e de nitrificação (DCD), para as diferentes condições e diferentes produtos.
em pequena escala. Isto demonstra a importância estabelecido o cultivo, citam-se a densidade em
como fontes de N em cultivos de trigo e milho, Estudos que visem estudar os efeitos adicionais
do setor, principalmente pelo aumento do cultivo base úmida e seca, a porosidade total, o espaço
em Concordia, SC, em Nitossolo vemelho de dos fertilizantes organominerais, idealmante devem
em ambiente protegido e em recipientes. A de aeração e a retenção de água a baixas tensões
elevada fertilidade. Observou-se que o fertilizante ser feitos com equilíbrio de dose da fração mineral,
produção de mudas, cada vez mais exigente em de umidade. As características químicas mais
para que os efeitos adicionais da fração orgânica
organomineral com inibidores foi mais efetivo no qualidade, é a que tem uma das demandas mais importantes nos substratos compreendem o valor
sejam devidamente isolados. Muitos trabalhos
aumento de produtividade total de grãos, sendo crescentes, como exemplo a produção de mudas do pH, condutividade elétrica e/ou teor total de
têm sido realizados sem o devido isolamento
seguido pela ureia com inibidores, ureia sem de plantas florestais, ornamentais, olerícolas, sais solúveis e os teores de nutrientes disponíveis.
desta fração, portanto não são conclusivos das
inibidores, organomineral sem inibidores, cama frutíferas, tabaco e, em menor quantidade, mudas
diferenças, apesar de serem apontadas.
de aves com inibidores e cama de aves sem de cana-de-açúcar. Na horticultura destaca-se a Referente as características físicas, a densidade
Outro desafio é reduzir o desperdício de material
inibidores. orgânico através de descartes urbanos e floricultura e olericultura como principais setores é um dos primeiros critérios a ser utilizada e
industriais, chegando a bilhões de toneladas consumidores de substrato, como exemplo a normalmente os valores, em base seca, mais
por ano ao redor do planeta. A preservação produção de plantas de vaso e morangos em descritos na literatura variam de 350-500 kg m-3.
Em estudo realizado na Nigéria, Akanbi et al.
e recuperação da matéria orgânica do solo bancadas com slabs ou calhas. Entretanto deve-se levar em consideração a altura
(2010) estabeleceram proporções ótimas entre
só promove benefícios na fertilidade do solo, e volume de recipiente, desta forma recomenda-se
fertilizantes minerais e orgânicos na produção
por isso, o reaproveitamento destes resíduos O termo substrato para plantas legalmente de 100 a 300 kg m-3 para bandejas multicelulares,
de quiabo, sendo demonstrado em dois anos de
não poderia ficar fora desta discussão. Assim, foi estabelecido pelo Ministério da Agricultura de 200 a 400 kg m-3 para vasos de até 15 cm
cultivo que o efeito do organomineral foi superior
o desenvolvimento de novas técnicas para em 2004 que o denominou sendo um produto de altura, de 300 a 500 kg m-3 para vasos de 20
aos tratamentos com aplicação isolada dos estabilização e reaproveitamento de resíduos usado como meio de crescimento para plantas. a 30 cm de altura e de 500 a 800 kg m-3 para
fertilizantes. orgânicos, pode aumentar ainda mais o interesse Conceitualmente é todo o material sintético, vasos maiores de 30 cm de altura. Para termos
na produção destes fertilizantes. mineral ou orgânico, puro ou em mistura, parâmetro de comparação uma casca de arroz
que proporciona condições favoráveis para o carbonizada pode ter de 100 a 200 e uma areia
desenvolvimento de plantas fora do solo, tendo média de 1200 a 1500 kg m-3. Quanto as demais
função de sustentação, disponibilização ou não de características físicas a porosidade total (ideal de
Referencias: ALMEIDA, L. S.; PEREIRA, H. S.; CARDOSO, A. F.; LANA, R. M. Q.; MAGESTE, J. G.; LIMA, L. C. de; LUZ, J. M. Q. Accumulation and export of micronutrients in potato fertilized nutrientes, água e oxigênio. 80-90%) é condicionada por macro e microporos,
with organomineral fertilizer. Bioscience Journal, v. 34, p.71 - 80, 2018. | BENITES, V. N.; CORREA, J. C.; MENEZES, J. F. S.; POLIDORO, J. C. Produção de fertilizante organomineral granulado
a partir de dejetos de suínos e aves no Brasil. In FertBio, 2010, Guarapari, Anais... Guarapari, 2010, 4p. | GROHSKOPF, M.A.; CORRÊA, J.C.; FERNANDES, D.M.; BENITES, V. de M.; TEIXEIRA, que representam o espaço de aeração (ideal
P.C.; CRUZ, C.V. Phosphate fertilization with organomineral fertilizer on corn crops on a Rhodic Khandiudox with a high phosphorus content. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.54, e00434,
2019 | LONGLONG XIA; SHU KEE LAM; XIAOYUAN YAN; DELI CHEN How Does Recycling of Livestock Manure in Agroecosystems Affect Crop Productivity, Reactive Nitrogen Losses, and Diante do conceito de substrato para plantas de 20-30%), água disponível, composta pela
Soil Carbon Balance? Environ Sci Technol, v. 51(13), p. 7450-7457, 2017. | MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária E Abastecimento. Instrução Normativa Nº 25, de 23 de Julho de 2009.
Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/ assuntos/insumos-agropecuarios/insumos-agricolas/fertilizantes/legislacao/in-25-de-23-7-2009-fertilizantes-organicos.pdf/view. Acesso em 23 de
percebe-se a íntima ligação deste com um água facilmente disponível (ideal de 20-30%) e
janeiro de 2020. | OLANIYI, J. O., AKANBI, W. B., OLANIRAN, O. A., & ILUPEJU, O. T. 2010. The effect of organo-mineral and inorganic fertilizers on the growth, fruit yield, quality and chemical recipiente de cultivo e com as exigências da planta tamponante (ideal de 1-5%), e remanescente (ideal
compositions of okra. Journal of Animal & Plant Sciences. 9(1), 1135-1140. | SILVA, I. R.; MENDONÇA, E.S. Matéria orgânica do solo. In: NOVAIS, R.F.; ALVAREZ V, V.H.; BARROS, N.F.;
FONTES, R.L.F.; CANTARUTTI, R.B.; NEVES, J.C.L. Eds. Fertilidade do solo. Viçosa, MG: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo; 2007. p.275-374. | SOUSA, R.T.X. Fertilizante organomineral formando o triângulo substrato x recipiente x de 20-30%) do substrato.
para a produção de cana-de-açúcar. 2014. 87 f. Tese (Doutorado em Ciências Agrárias) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2014. | STEVENSON, F.J. 1994. Humus chemistry:
genesis, composition, reactions. 2. ed. John Willey, New York, USA. 496pp.

66 67
 É importante destacar que o manejo pode afetar
as características físicas de um substrato. Um
dos principais é o preenchimento dos recipientes
que pode afetar a densidade e toda a dinâmica
da porosidade de um substrato, por isso não
recomenda-se compactar o substrato neste
momento e também que o mesmo tenha de 40 –
50% de umidade para que não caia nos furos de
drenagem e evitar a hidrofobicidade comum em
turfas. Outro manejo que pode colaborar com as
trocas gasosas do substrato (renovação de ar)
é a própria irrigação, onde recomenda-se ter de
10-15% de lixiviado. Os sistemas de subirrigação
por inundação podem ser considerados os mais
adequados, pois promovem a saturação dos
macroporos por água e, quando ocorre a livre
drenagem, posteriormente a renovação do ar.
O uso de recipientes com permeabilidade nas
laterais, como por exemplo os ellen potes, também
podem ser listados como mais eficientes.
Para as características químicas o pH em água e
a condutividade elétrica são as mais relevantes. O
pH considerado como valor ótimo para substratos
orgânicos é de 5,2 a 5,5. Para a floricultura
vários trabalhos relatam que deve ser consideram
a necessidade diferenciada de cada espécie,
recomendando uma faixa de pH para cada
cultura, conforme a sua especificidade de cultivo.
Esta faixa, para a maioria dos cultivos de flores
ou plantas ornamentais, situa-se entre 5 e 6,5 e
tem relação com a disponibilidade de nutrientes
para evitar deficiências ou fitotoxidade (Tabela
1). Valores de condutividade elétrica (CE) entre
0,36 e 0,65 mS cm (método de extração 1:5 –
-1
v:v) podem ser considerados adequados para a
maioria dos cultivos. Entretanto, da mesma forma
que o pH, não podemos deixar de considerar a
planta, sendo que estas são classificadas como de
baixa, média e alta exigência em adubação (Tabela
2) e ainda a fase em que ela está (Tabela 3).
Um fator muito importante que afeta toda a
dinâmica química do substrato é a água utilizada
para a irrigação. Este fator é relegado em segundo
plano por muitos produtores até a constatação de
problemas nutricionais complexos relacionados
ao pH e salinidade do meio de cultivo. Alguns
(0,8 – 1,3 meq L-1 equivalente em CaCO3
desejado) devem ser monitorados e controlados
permanentemente pois interferem na salinidade e
no poder tampão do substrato.
Em um estudo publicado em 2015 avaliando
mais de 300 amostras de substrato analisadas
pelo Laboratório de Substrato para Plantas, os
autores discorrem sobre a quantidade elevada de
amostras com pH e CE inadequados. Quase 50%
das amostras estavam com pH acima de 6,5, o
que torna seu manejo mais difícil e oneroso, visto
que emprega a utilização de adubos de base
ácida ou a aplicação de acidificantes, como por
exemplo enxofre elementar. Quanto a CE, também
foi relatado uma quantidade muito grande (43,6%)
de amostras com valores altos. Neste caso, estes
materiais podem ser usados, mas com restrição.
Devem ser evitados, principalmente nas etapas
de estabelecimento de plantas (semeadura,
enraizamento e no estabelecimento de culturas).
Normalmente a salinidade elevada é ocasionada
pela falta de critérios na utilização de materiais
como esterco de animais na composição de
material básico para substratos, mesmo como
matriz orgânica, pois devido à alta concentração
de sais, esses componentes deveriam entrar nas
formulações somente como aditivos, ou seja,
em pequenas proporções. Os autores também
apontaram problemas nas características físicas
dos substratos chegando à conclusão de que
em virtude da diversidade de constituintes
empregados para formação de substratos, grande
parte das amostras analisadas tem problemas em
suas características físicas, destoando das faixas
ideais de espaço de aeração, água disponível e
água remanescente.
As pesquisas com substratos para plantas no
Brasil podem ser consideradas recentes. Como
parâmetro para isso podemos citar o primeiro
Encontro Nacional de Substratos para Plantas
(http://www.ensub.com.br/) realizado no ano de
1999 e que em 2020 terá a sua XII edição. No
mundo a pesquisa já é bem consolidada e como
parâmetro podemos citar o artigo publicado por
De Boodt; Verdonck em 1972 que é a referência
para os trabalhos atuais na caracterização física
pelo Ministério da Agricultura as empresas foram Kampf e Fior (2019) apontaram incongruências na
se especializando e hoje o setor apresenta-se utilização de solo na composição de substratos
em expansão, com produtos atendendo todas as o que ainda pode ser constatado em muitos
áreas de produção. Entretanto ainda precisamos produtores e pesquisadores. Também precisamos
evoluir muito neste setor, principalmente no que evoluir em rapidez na execução de métodos
se refere a formulações próprias de substratos de análise física de substratos para fornecer ao
utilizando materiais disponíveis na propriedade ou produtor toda a informação necessária para que
região, ou mesmo a mistura com componentes este inicie um cultivo.
minerais sem nenhum critério. Referente a isso
ESPÉCIE pH RAZÃO
Azaléia 4,5 - 5,5 Deficiência Fe
Celósia 6,0 - 6,8 Toxicidade Fe e Mn
Gerânio 6,0 - 6,8 Toxicidade Fe e Mn
Hortênsia (azul) 5,2 - 5,6 Deficiência Fe e cor
Hortênsia (rosa) 5,8 - 6,2 Deficiência Fe e cor
Tagetes 6,0 - 6,8 Toxicidade Fe e Mn
TABELA 1
Faixa de pH do substrato sugerido para cultivos específicos em casa-de-vegetação em substratos orgânicos.
Para cultura não listadas a faixa de pH recomendada é de 5,4 – 6,2.
Plantas que não necessitam de fertilização adicional
Exemplo: Amarílis e Narciso
Plantas sensíveis (baixa exigência)
1:5 = 0,12 - 0,35 mS cm-1 | Pour Thru = 1,0 - 2,6 mS cm-1
Exemplo: Violeta africana, Agerato, Áster, Azaléia, Begônia, Calceolária, Celósia, Cinerária, Ciclame, Frésia,
Gerânio (semente) e Gérbera.
Plantas tolerantes (média exigência)
1:5 = 0,25 - 0,50 mS cm-1 | Pour Thru = 2,0 - 3,5 mS cm-1
Exemplo: Alstroemeria, Bougainvillea, Calêndula, Cravo, Dália, Hibisco, Hortênsia, Calanchoe, Lírio, Pimenta
ornamental, Rosa e Girassol (vaso).
Plantas Exigentes (alta exigência)
1:5 = 0,35 - 0,66 mS cm-1 | Pour Thru = 2,6 - 4,6 mS cm-1
Exemplo: Crisântemo, Poinsétia e Petúnia (fase vegetativa).
TABELA 2
Exigências nutricionais relativas de crescimento de culturas em estufa agrícola, com CE para os métodos 1:5 e

parâmetros fundamentais como a condutividade de substratos. Com a promulgação de Normativas PourThru.

elétrica (0,2-0,5 mS cm desejado) e a alcalinidade
-1

68 69
 maior teor de argila. Atualmente estas áreas já
foram ocupadas e estão sendo cultivadas há anos.

Em tempos atuais, a expansão agrícola ocorre

Rodrigo Estevam
em locais de manejo mais difícil, em áreas de
M. de Almeida
Dr. e Pesquisador na baixa altitude, com regime hídrico mais restrito e/
EMBRAPA - Palmas/TO
ou em solos arenosos ou cascalhentos. Este tipo
de situação é comum na região conhecida como
MATOPIBA, sigla atribuída pela abreviação das
iniciais dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí
e Bahia, e considerada uma das últimas fronteiras
agrícolas do Brasil.

Alexandre
Uhlmann Plintossolos ocorrem em apenas 7% do território
Dr. e Pesquisador na
nacional, todavia no Tocantins, por exemplo, ocupa
EMBRAPA - Palmas/TO
35% da área do Estado. Plintossolos Pétricos
Concrecionários são os solos tropicais com
excesso de cascalho em sua composição (Figura
1). O cascalho reduz a capacidade de retenção
TABELA 3
de água no solo e dificulta uma série de práticas
Exigências nutricionais relativas de crescimento de culturas em estufa agrícola, para os diferentes estágios de
agrícolas necessárias para o desenvolvimento
crescimento, acompanhados pelo teste PourThru.
Leonardo José das plantas cultivadas. O desconhecimento de
Motta Campos práticas de manejo adequadas às estas condições
Dr. e Pesquisador na
EMBRAPA - Palmas/TO ocasiona insucessos e prejuízos à agropecuária
além da degradação destes solos.

Rodrigo Véras
da Costa
Dr. e Pesquisador na
EMBRAPA - Palmas/TO

Expansão agrícola
em áreas de difícil
manejo: cultivo em
solos com cascalho

Na expansão agrícola do centro norte brasileiro, FIGURA 1

primeiramente foram ocupadas as áreas de maior Plintossolo Pétrico Concrecionário no Município de
potencial produtivo, em locais de maiores volumes Cristalândia-TO
Referencias: 2 SCHAFER, G.; SOUZA, P.V.D.; FIOR, C. S. Um panorama das propriedades físicas e químicas de substratos utilizados em horticultura no sul do Brasil. Ornamental Horticulture, v.
21, p. 299-306, 2015. | 3 DE BOODT, M.; VERDONCK, O. The physical properties of the substrates in horticulture. Acta Horticulturae, Wageningen, v.26, p.37-44, 1972. | 4 KÄMPF, A. N. ; FIOR,
de chuvas, maior altitude, relevo plano e solos com
C. S. . SUBSTRATO PARA PLANTAS E SOLO: NO QUE DIFEREM?. Anuário Brasileiro de Tecnologia em Nutrição Vegetal | - ABISOLO, São Paulo, p. 46 - 49, 01 maio 2019.

70 71
 O cascalho é formado a partir da dinâmica
química do ferro no solo. É fácil perceber que
muitos dos solos que conhecemos têm ferro,
porque ele dá cores variáveis entre o amarelo e
o vermelho (Figura 2). Mas estas são formas de
ferro que possuem baixa solubilidade na água
(forma oxidada) e, por isso, não se movimentam
e nem são absorvidas pelas plantas. Para
formar o cascalho é necessário que o ferro seja
transformado quimicamente, na presença de
água, em formas solúveis (forma reduzida), o que
permitirá sua movimentação no perfil do solo e
eventual acumulação.
Se o leitor entendeu bem, vai lembrar que
solos das baixadas encharcadas possui cores
acinzentadas ou esbranquiçadas (note que as
cores pretas da superfície se devem à matéria
FIGURA 2
Os três perfis de solos da esquerda têm cores variando entre o vermelho e o amarelo, portanto, possui
ferro em suas formas de baixa solubilidade na água. O perfil da direita, por outro lado, possui cores pálidas,
indicando remoção do ferro.
72
orgânica) e a razão disso agora está mais fácil de produtores rurais estão cultivando nestes solos
entender: o ferro foi removido (Figura 2). Se o ferro cada vez mais (Figuras 4 a 7), sem, no entanto,
dá cores ao solo, a sua remoção extingue a cor contarem com informações científicas ou práticas
de manejo direcionadas a estes solos com
do solo. Nestes mesmos solos, onde comumente
excesso de cascalho.
o arroz irrigado é cultivado, um observador irá
perceber pequenas manchas avermelhadas
(Figura 3), denominadas Plintitas. Esse é o ferro
que foi levado pela água (quando reduzido) e
que se acumulou devido às flutuações periódicas
do lençol freático. Agora ele voltou à sua forma
insolúvel (oxidada) e se aglutinou, formando
pequenos nódulos (Plintita). Neste estágio, os
nódulos ainda muito hidratados são moles,
mas se por razões naturais ou provocadas pelo
FIGURA 4
homem a água é retirada do perfil do solo, estes
Semedura de soja em um Plintossolo Pétrico
nódulos secam, endurecem e forma-se o cascalho
Concrecionário
(Petroplintitas), que caracteriza os Plintossolos
Pétricos Concrecionários.
FIGURA 3
Perfil de solo mostrando a formação dos nódulos
de ferro (as pequenas manchas vermelhas no perfil
– ver no destaque) em solos encharcados. Aqui os FIGURA 5
nódulos ainda são moles (Plintita), mas se a água Milho cultivado em um Plintossolo Pétrico
for retirada do perfil, os nódulos endurecerão e Concrecionário
formarão o cascalho (Petroplintita).
Por serem mais escassos e apresentarem
dificuldade de manejo, estes solos foram muito
pouco utilizados para agricultura nas regiões
tradicionais de cultivo, por isso, não foram
estudados como os demais tipos de solo, e a
ciência não evoluiu neste assunto. Além disso, a
presença do cascalho grosseiro, à primeira vista,
afasta qualquer possibilidade de uso, mas traz
consigo uma vantagem fundamental: o preço
FIGURA 6
da terra. O relevo destas áreas, no entanto,
favorece a mecanização o que certamente deve Soja cultivada em um Plintossolo Pétrico
ter contribuído para a expansão da agricultura. Os Concrecionário.
73

FIGURA 7
Área de Plintossolo Pétrico Concrecionário
cultivada com arroz, estado do Tocantins.
produtores rurais estão cultivando nestes solos
cada vez mais (Figuras 4 a 7), sem, no entanto,
contarem com informações científicas ou práticas
de manejo direcionadas a estes solos com
excesso de cascalho.
agricultores a construírem canais de drenagem
para esgotar a água que se acumula nos períodos
de chuva mais intensa. Parece um contrassenso,
mas isso indica que apesar da abundância de
cascalho (o que deveria favorecer drenagem
rápida), estes solos devem apresentar alguma
camada de impedimento que evita a infiltração
livre da água, um dado importante, desconhecido
mas não incomum nos solos do Brasil. Esse é
um exemplo de como a ciência é importante
para ajudar com seu conhecimento e assim gerar
tecnologias adequadas de manejo e conservação
dos solos. Para diminuir estas dúvidas, a Embrapa
desenvolve um projeto de pesquisa (denominado
PLINTOTINS) para estabelecer critérios para o
manejo sustentável de solos com excesso de
cascalho, reunindo ações de todas áreas do
conhecimento das ciências agrárias aplicadas
à situação de solos cascalhentos.O manejo da
fertilidade do solo com cascalho é um dos maiores
paradigmas do manejo de Plintossolos Pétricos,
os resultados da análise de solo e os critérios para
recomendação de correção e adubação vigentes
não refletem a realidade para este tipo de solo.
diferentes do conhecido pela ciência em solos sem
cascalho.
O potássio (K) é um dos nutrientes mais indagados
devido à sua menor capacidade de retenção em
solos, e quando há cascalho na composição
do solo, as perdas podem ser potencializadas.
Com a dúvida em relação à lixiviação de K, foi
realizado um estudo para avaliar a necessidade
do parcelamento da dose de K na cultura da soja
em até 4 vezes, mais um tratamento controle,
sem K, bem como o uso da polyhalita, fonte de
K alternativa ao cloreto de potássio, que além do
K, fornece Cálcio, Magnésio e Enxofre, nutrientes
com dinâmica igualmente desconhecida em solos
com cascalho.
Os resultados preliminares apontam que não
houve diferenças na produtividade, nem nos teores
foliares de K em relação ao parcelamento em solos
com cascalho. Foi verificada diferença apenas em
relação ao tratamento controle, sem K. Por outro
lado, a adubação com a fonte polyhalita obteve
produtividade 11% maior ou 6 sacos ha-1 a mais
do que a obtida com KCl, o que indica resposta
das plantas ao fornecimento de Ca, Mg e/ou S na
área de estudo.
Os resultados obtidos até o momento apontam
para a necessidade de ajustes no manejo da
fertilidade do solo para as particularidades
de solo com cascalho. Ao final do projeto de
pesquisa da Embrapa, espera-se estabelecer uma
recomendação para o manejo agrícola sustentável
em áreas de Plintossolos Pétricos, com sistemas
de produção que promovam o aporte de biomassa
ao solo, recomendações de correção e adubação
específica para solos com cascalho, cultivares das
principais culturas mais adaptadas, zoneamento
de risco climático e especificidades no manejo
fitossanitário para esta situação.

O sucesso dos cultivos em Plintossolos Pétricos O processamento de uma amostra de solo

é bastante variável. Em uma rodada técnica feita
em diversas propriedades do estado do Tocantins
que cultivam soja em solos com cascalho,
observou-se variação na produtividade entre 45
a 70 sacos por hectare. Estas diferenças se dão
pela grande variabilidade entre os solos em relação
à quantidade de cascalho, tamanho do cascalho,
com cascalho nos laboratórios, se inicia com
o peneiramento que resulta na separação do
esqueleto do solo, material com diâmetro acima de
2 mm (cascalho), da parte chamada terra fina. A
análise química é somente feita nesta última fração
do solo, a qual ocupa uma porção relativamente
reduzida do volume total nos Plintossolos. Os

Pesquisa, conhecimento e tecnologia.

fração da terra fina (arenosa, média ou argilosa),
teor de matéria orgânica, volume de chuvas, além
do manejo adotado por cada produtor no que
diz respeito a época de semeadura, escolha da
cultivar, correção da acidez e adubação, uso de
plantas de cobertura do solo, manejo fitossanitário
etc. De qualquer forma estas informações
indicam que pelo menos para parte dos “tipos
de Plintossolos Pétricos” o cultivo agrícola pode
ser viável, desde que se conheça o qual tipo de
Plintossolo e se adote práticas de manejo que
potencialize o desempenho das culturas.
A equipe da Embrapa tem percebido que em
algumas áreas há o acúmulo da água da chuva
perto da superfície do solo, levando alguns
teores de nutrientes, pH e saturação de bases
são geralmente altos, uma vez que os corretivos
e fertilizantes aplicados reagem apenas na
É o que nos torna líder global na produção de aminoácidos.
proporção de terra fina (25 a 45% do volume do
solo).
Em outras palavras, pelos critérios de
recomendação de adubação, apesar de teores
elevados, as plantas ficam deficientes, pois a
correlação dos teores dos nutrientes do solo
com as doses recomendadas de corretivos e Maior centro de pesquisa em biotecnologia e alimentos da Coréia do Sul
fertilizantes foi desenvolvida para um volume de Tecnologia de produção de aminoácidos através de fermentação
100% de terra fina. É necessário, portanto, definir Alto investimento em estudos de expressão gênica vegetal
critérios de amostragem e interpretação de análise
Conhecimento do modo de ação de cada aminoácido
de solo específica para Plintossolos Pétricos,
além de realizar estudos do comportamento dos Fórmulas customizadas para a sua necessidade
nutrientes neste tipo de solo, que podem ser

19 3415.9499 | www.cjbio.net | fertilizante@cj.net

Estr. Professor Messías José Baptista, 2651 - Piracicaba - SP
74

Irani Gomide Filho
Eng. Agro. e Especialista
em Assuntos Regulatórios
- MAPA
Novo panorama
Capítulo regulatório e
autocontrole do setor
de fertilizantes
2
O ano de 2019 foi de grandes transformações
nos processos sob gestão do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA.
A sistematização de processos de registro de
estabelecimentos e de produtos; o início da
discussão do programa de “Autocontrole” do setor
de fertilizantes; e, a implementação de sistema
para o monitoramento on-line da tramitação de
propostas de mudanças nos atos normativos
foram os pontos de destaque.
Estas melhorias são de grande impacto, que
demonstram o compromisso do MAPA com a
agilidade dos processos; aumento do controle dos
Marco Regulatório do produtos; transparência; ênfase na implementação
das “Boas Práticas de Fabricação” no setor de
fertilizantes. Veja a seguir os principais avanços:
Setor de Tecnologia
em Nutrição Vegetal SIPEAGRO
O Sistema Integrado de Produtos e
Estabelecimentos Agropecuários – SIPEAGRO
foi concebido para atender todas as cadeias
produtivas sob responsabilidade do MAPA, não
só para o setor de fertilizantes. O Sistema já vinha
sendo trabalhado há alguns anos, porém utilizado
apenas para algumas situações bem específicas,
a novidade foi a implementação (ou abertura) para
todos os outros tipos de Estabelecimentos, assim
como a inclusão do registro dos Produtos.
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Registro de
estabelecimento
no SIPEAGRO
No início da implantação do SIPEAGRO apenas
os Estabelecimentos Cadastrados ingressaram no
Sistema, assim todos os Prestadores de Serviços,
como Laboratórios de Análises Químicas por
exemplo, foram recadastrados. Além desses, os
Estabelecimentos Comerciais também já haviam
sido incluídos no Sistema.
Em 2019 iniciou o processo de recadastramento
de todas as Empresas produtoras. Foi
estabelecido um critério no qual as empresas
novas já fariam o seu registro de estabelecimento
diretamente no novo sistema, assim como todas
as renovações ou alterações nos registros dos
estabelecimentos em vigor. No segundo momento,
as Empresas que já estavam registradas foram
intimadas a proceder seu recadastramento.
A possibilidade de Registro Eletrônico já estava
prevista em Norma do MAPA para o caso dos
Fertilizantes, assim como a publicação de uma
Norma específica do SIPEAGRO, portanto os
critérios, procedimentos e exigências não sofreram
alterações. Entretanto, a configuração do novo
sistema impactou de forma expressiva a forma de
apresentação de documentos exigindo um maior
detalhamento das informações, especialmente em
relação aos Processos de Fabricação, Sistemas de
Controle de Qualidade e Manutenção Desta forma,
apesar de não apresentar nenhuma novidade
em relação aos itens exigidos para registro,
é necessário uma adequação significativa na
documentação do processo produtivo e controle
de qualidade, com uma descrição mais detalhada
dos processos e a forma de controle de cada
etapa. Hoje, cerca de 30% dos Estabelecimentos
Produtores no segmento já migraram para o
SIPEAGRO e outros 150 novos estabelecimentos
foram registrados no Sistema.
77
 Registro de Produto
no SIPEAGRO
Uma grande mudança no procedimento vem
de encontro às expectativas do setor, que foi a
implantação do sistema de registro automático
de produto. No modelo anterior, a Norma exige
que os registros de produtos fossem analisados
pelos fiscais do MAPA antes de sua concessão.
Isso criava a necessidade de um processo
administrativo para cada produto registrado, com
o trâmite burocrático inerente, implicando numa
demora excessiva na concessão por mais simples
que fosse o produto em questão.
Importante destacar que os parâmetros e critérios
técnicos, bem como as exigências e garantias
mínimas já estão devidamente determinadas
em Normas específicas. Com a implementação
do Sistema, o trabalho do fiscal, na grande
maioria dos casos, se resume em verificar se
os parâmetros apresentados nos requerimentos
de registro dos produtos atendem aos critérios
definidos em Norma.
Com a parametrização eletrônica, o Responsável
Técnico da empresa que já está com seu
Estabelecimento Produtor (EP) registrado no
SIPEAGRO, pode fazer a solicitação de registro
diretamente no Sistema e, se atender aos
critérios mínimos já estabelecidos, o registro será
concedido automaticamente. Desta forma, o
processo de produção e comercialização passa
a ser mais ágil e atende o agricultor nas suas
necessidades tempestivamente.
Para os produtos que necessitem da análise
prévia de trabalhos técnicos, definidos em Norma
vigente, mesmo sendo de requerimento direto
no SIPEAGRO, o registro continua passando
pelo crivo do fiscal, mas somente nos casos
específicos. Estas mudanças são benéficas para o
setor, mas que exigiram análise e implementação
de novos procedimentos visando a melhor
adequação das empresas. Nesse sentido, a
ABISOLO identificou a necessidade de reciclagem
dos técnicos das empresas em assuntos relativos
78
à Legislação do MAPA e estruturou um treinamento
com vistas a atualização e capacitação destes
profissionais.
Com carga total de 24 horas, os treinamentos
abordaram os principais tópicos referentes à
documentação para registros e controles e como
operar no SIPEAGRO. Todas as telas e campos
foram comentados de forma a possibilitar o
correto entendimento e preenchimento dos dados.
Como resultado do treinamento foi gerado um
Manual para facilitar a consulta posterior pelos
participantes. Este treinamento contou com o
apoio do MAPA que permitiu a participação de
seus fiscais, principalmente na operação do
SIPEAGRO.
Autocontrole
O segundo tema de muito destaque e discussão
no âmbito dos Marcos Regulatórios dentro da
atuação do MAPA foi o Autocontrole. O debate
sobre esse assunto iniciou logo nos primeiros
meses do ano passado (21 de fevereiro de
2019), quando o MAPA organizou o “Seminário
SDA/MAPA sobre boas práticas de fabricação
e autocontrole” onde foram discutidas ações
e iniciativas voltadas para o fortalecimento da
utilização de ferramentas de autocontrole e de
boas práticas de fabricação como instrumento
oficial de controle e fiscalização pela Secretaria
de Defesa Agropecuária (SDA) do MAPA. Essas
discussões tiveram os seguintes objetivos:
harmonização de conceitos; compartilhamento de
experiências; avaliação dos riscos e possibilidades;
e, definição de encaminhamentos.
Foram convidados a participar das discussões as
Cadeias produtivas do Agro, Técnicos e Gestores
da SDA/MAPA, pesquisadores, consultores,
sindicatos e associações e membros do legislativo.
Os assuntos apresentados foram: as Boas
Práticas de Fabricação e o Autocontrole no Brasil
e no Mundo: Conceitos e Histórico; ações de
 modernização e desburocratização utilizando-se
de instrumentos de Boas Práticas de Fabricação e
Autocontrole: Riscos e Oportunidades; e, as ações
conduzidas no âmbito da SDA voltadas para as
Boas Práticas de Fabricação e o autocontrole.
Além da presença Ministra de Estado da
Agricultura Pecuária e Abastecimento, Tereza
Cristina e do Secretário de Defesa Agropecuária,
José Guilherme Tollstadius Leal, o evento
contou com a presença de representantes do
Instituto Interamericano de Cooperação para
Agricultura, Confederação Nacional da Agricultura,
Confederação Nacional da Indústria - CNI,
Secretaria Nacional do Consumidor/Ministério da
Justiça, Secretaria da Receita Federal do Brasil,
Sindirações, Universidade de São Paulo – USP.
Como um dos resultados do evento, foi publicado
pela SDA a Portaria Nº 24, de 21 de fevereiro de
2019, que Instituiu o Comitê Técnico de Programas
de Autocontrole, de caráter permanente e de
cunho técnico e consultivo, com o objetivo de
promover a articulação dos órgãos e entidades
públicas e privadas, para implementar programas
de autocontrole a serem aplicados pelos
estabelecimentos regulados pela legislação da
defesa agropecuária.
Coordenado pela SDA, esse Comitê Técnico
de Programas de Autocontrole é composto por
representantes do Departamento de Inspeção
de Produtos de Origem Animal; Departamento
de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal;
Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos
Agrícolas; Departamento de Saúde Animal e
Insumos Pecuários; Departamento de Serviços
Técnicos e Departamento de Suporte e Normas -
todos do MAPA e representantes da Confederação
da Agricultura e Pecuária do Brasil; Confederação
Nacional da Indústria; e, Organização das
Cooperativas Brasileiras, que estes podem contar
com especialistas convidados.
80
À ESTE COMITÊ COMPETE:
I - Propor a implementação, monitoramento e
avaliação dos Programas de Autocontrole
a serem aplicados pelos estabelecimentos
regulados pela legislação da defesa
agropecuária;
II - Identificar e propor aos órgãos competentes
Transformação
os atos normativos necessários para
implementação de seus objetivos;
III - Promover a disseminação e facilitar a
comunicação das iniciativas da Secretaria de
Defesa Agropecuária e do setor privado nos
temas relacionados aos seus objetivos;
IV - Apoiar a articulação necessária à execução
de ações conjuntas, à troca de experiência e à
capacitação; e,
V - Propor a instituição de subcomitês para temas
específicos.
Em 2 de abril de 2019 aconteceu a 1ª Reunião
do Comitê Técnico Permanente de Programas de
Autocontrole, ocasião em que foram realizadas
discussões sobre a necessidade de mudanças
na forma de fiscalização e controle nas áreas
reguladas pelo próprio Ministério.
Em 7 maio de 2019 houve a 2ª Reunião do Comitê
do Autocontrole, no qual o MAPA apresentou
as premissas que devem ser atentar em um
programa de autocontrole; as ferramentas e
condições necessárias à fiscalização para o
acompanhamento dos programas de autocontrole; Tecnologia que traz aumento
e, houve, ainda, a apresentação do levantamento de produtividade e rentabilidade.
efetuado pelo setor privado demostrando o estágio Transforma a sua lavoura e seu negócio.
atual na aplicação de ferramentas da qualidade.
Como resultado desta 2ª Reunião, foram
escolhidos ou definidos os quatro segmentos
como piloto para início dos trabalhos, sendo:
alimentação animal; carne suína; fertilizantes e
bebidas. Também ressaltou a necessidade de
criação de subcomitês específicos, onde os
membros serão indicados pelos representantes
dos agentes econômicos.
 Em agosto de 2019 foram formalizados os convites
para participação da instalação do Subcomitê
de Autocontrole de Fertilizantes, sendo que a
Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia
em Nutrição Vegetal - ABISOLO foi uma das duas
indicações da CNI. O Mapa esclareceu que não é
intenção diminuir a ação fiscal, mas estabelecer
critérios que permitam uma ação mais inteligente
e assertiva por parte da fiscalização. A ideia é
reduzir o impacto fiscalizatório em empresas que
possuam um autocontrole eficiente e passível de
acompanhamento pelo MAPA, alterando a forma
das ações fiscais tradicionais. O subcomitê tem
o desafio de fazer os diagnósticos e apresentar
entregas de curto, médio e longo prazos.
Definir o que pode ser feito, quais os pontos de
checagem e quais os benefícios esperados com a
implementação dos autocontroles
Com o assunto já havia sido discutido
anteriormente pelo setor, a opção aprovada
no subcomitê foi de partir da minuta das Boas
Práticas de Fabricação e Controle - BPFC que já
havia sido consensada no passado. Deixando bem
claro que se tratava de uma base para discussão,
que ocorreria nas próximas reuniões.
A participação efetiva da ABISOLO neste processo
foi de defender que o modelo proposto fosse
tecnicamente adequado e que pudesse ser
adotado por qualquer empresa independente
de seu porte e complexidade de seu processo
produtivo. A opção foi pela definição de um
modelo de regulamento que apresentasse os
tópicos que devem ser levados em conta na
elaboração de um manual específico para cada
empresa em particular e que este manual seria
previamente aprovado pelo MAPA e implantado
conforme o cronograma nele estabelecido.
O cuidado com a diferenciação da Auditoria do
MAPA para conferência da aplicação do conteúdo
do Manual e a Fiscalização convencional do MAPA
foi muito debatida e foi proposto a criação de um
mecanismo oficial para esta diferenciação, o que
será estabelecido em Norma específica para a
Participação no Programa. Após as reuniões de
trabalho e discussões setoriais dentro de cada
Instituição ficou consensado e estabelecido os
critérios que essa Norma deva conter:
BASES DA NORMA
• Instituir e aprovar “Regulamento Técnico das
Boas Práticas de Fabricação e Controle”
(Regulamento Técnico de BPFC): diretrizes
para elaboração e homologação do “Manual de
Procedimentos de Boas Práticas de Fabricação
e Controle” (Manual de BPFC);
• Aprovar “Classificação e Critérios de Avaliação”
(CCA) dos itens constantes do Relatório de
Auditoria;
• Aprovar o modelo de “Relatório de Auditoria
Oficial” (RAO) para fins de verificação do
cumprimento das BPFC pelos respectivos
estabelecimentos que optarem pela adoção dos
princípios das BPFC;
• Atuação a partir de padrões consolidados de
segurança de forma voluntaria.
O MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DE
FABRICAÇÃO E CONTROLE DEVE
• Conter a descrição das práticas reconhecidas
ao processo de importação, de produção e
de comercialização individualizada para cada
estabelecimento;
• Ser de adoção voluntária;
• Ser elaborado conforme requisitos previstos na
Instrução Normativa;
• Ser Registrado e homologado pelo MAPA;
• Ter a presunção de conformidade e segurança
do produto; e,
• Ser parâmetro para fiscalização, inspeção e
auditorias oficiais realizadas pelo MAPA.
EM RELAÇÃO AS OBRIGAÇÕES DO
ESTABELECIMENTO, DEVE-SE:
• Realizar autoinspeção para avaliação do
cumprimento do Manual de BPFC;
• Submeter-se às auditorias oficiais; e,
• Elaborar relatórios de autoinspeção.

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82
SISMAN
Um outro ponto que também merece destaque,
apesar de em si não ter implicação direta, foi a
implantação do Sistema de Monitoramento de Atos
Normativos – SISMAN. Trata-se de uma Sistema
Informatizado que permite o acompanhamento
do andamento de todos os Atos Normativos
do MAPA, desde a sua proposição até a efetiva
implantação da Norma, de forma transparente
e atualizada. O SISMAN é uma ferramenta que
possibilita a adoção ou faz parte do programa
Boas Práticas Regulatórias, que é composto de
12 etapas distintas em que todas as Proposições
de Normas e suas revisões devem passadas.
Cada ato deve ter um responsável e cada etapa
com os prazos estabelecidos devidamente
registrados, permitido a todos os interessados
o acompanhamento on line do andamento
do processo, desde que o interessado esteja
cadastrado no Sistema.
As 12 etapas do
sistema são:
1 – INICIATIVA:
Manifesta a intenção da DAS/MAPA de
regulamentar um determinado tema, a partir de
demanda interna ou externa relacionada a um
problema regulatório.
2 – ANÁLISE DE IMPACTO REGULATÓRIO:
É um processo sistemático de análise baseado em
evidências que busca avaliar, a partir da definição
de um problema regulatório, os possíveis impactos
das alternativas de ação disponíveis para o
alcance dos objetivos pretendido.
3 – ELABORAÇÃO:
É a efetiva preparação da minuta de ato normativo,
após decisão de regulamentação tomada com
base nas evidências e conclusões.
4 – PROPOSIÇÃO/ANUÊNCIA PRÉVIA:
Autorizações preliminares dos dirigentes da DAS/MAPA para
a tramitação da proposta, funcionando como instrumentos de
governança, economia processual e eficiência.
5 – CONSULTA INTERNA:
Submissão da minuta de ato normativo a críticas e sugestões
dos servidores do próprio MAPA, para aprimorar a proposta do
ponto de vista institucional.
6 – CONSULTA PÚBLICA/NOTIFICAÇÃO
INTERNACIONAL:
Momento de informação e inserção da sociedade e parceiros
internacionais no processo de produção normativa, conferindo
transparência e propiciando controle social.
7 – AUDIÊNCIA PÚBLICA:
Sessão presencial onde quaisquer interessados têm a
oportunidade de manifestação, em condições igualitárias
e democráticas, sobre proposta de ato normativo em
elaboração.
8 – ANÁLISE CPAR:
Avaliação do Comitê Permanente de Análise e Revisão de
Atos Normativos – CPAR/DAS/MAPA sobre o cumprimento
das Boas Práticas Regulatórias no processo de produção
normativa.
9 – ANÁLISE CONJUR:
Exame da Consultoria Jurídica - CONJUR do MAPA sobre atos
normativos a serem editados pelo próprio Ministério, exercendo
o controle interno da legalidade administrativa e verificando a
compatibilidade das propostas com o ordenamento jurídico.
10 – ASSINATURA:
Aprovada juridicamente, a versão final da proposta de ato
normativo segue para a deliberação da autoridade competente
para a sua assinatura.
11 – PUBLICAÇÃO:
Divulgação dos atos normativos já firmados pela autoridade
competente, tanto em nível nacional quanto internacional,
constituindo verdadeira condição de eficácia.
12 – IMPLEMENTAÇÃO:
Monitoramento do desempenho do Ato Normativo em vigor,
considerando o atingimento dos objetivos originalmente
pretendidos, bem como os impactos observados sobre o
mercado e a sociedade.
A ABISOLO, como entidade representativa do setor
acompanha estas e outras ações e atua de forma efetiva na
busca da melhoria dos marcos regulatórios que possibilitem a
competitividade e a valorização do setor.
 Fernando Pimentel frequente de financiamento rural nas principais
agropecuárias do mundo é exclusivamente
operado pelo sistema financeiro que se apoia,
em grande parte, em um sistema de seguro rural
subvencionado pelo estado, associado a políticas
de preço minimo e/ou proteção de renda. Dessa
forma, os bancos se preocupam praticamente

Impacto da COVID 19 com o risco moral, sendo, em muitos casos,

sustentados por sistemas de cadastro positivo

no Crédito Rural e na eficientes e códigos de processo civil menos

Capítulo operacionalização da
favoráveis ao devedor. Em paises com o Canadá e
os EUA, temos um indice superior a 95% de áreas

Lei 13.986
de cultivo garantidas por apólices de seguro rural,
isso explica a forte presença do sistema financeiro

3
no crédito ao produtor rural. Operações como
troca (barter) e pre-pagamento de exportação (soja
verde) inexistem nesses mercados, da mesma
A partir do governo Temer, o Banco Central do
forma que o crédito comercial, como vemos
Brasil (BACEN) entendeu que o grande volume de
predominante no Brasil.
linhas de créditos subvencionadas na economia
brasileira era um ciclo vicioso que interferia na taxa
A agricultura brasileira, tem um modelo matricial de
de juros de mercado à medida que a união tomava
financiamento incomum nas principais economias,
crédito a juros elevados junto aos investidores
sendo que mais de 50% da produção agropecuária
para “subsidiar” segmentos como agricultura
é custeada por entes não financeiros, tais como
(crédito rural), construção civil (crédito imobiliário)
fornecedores de insumos, cooperativas, tradings,
e investimentos (BNDES e similares). A partir de
cerealistas, etc.
uma visão mais pragmática, o BACEN em linha
com a política fazendária, partiu para um projeto
Essa anomalia de ter um modelo de funding híbrido
de retirada gradual das subvenções na economia
financeiro/comercial conforme exemplificado no
no sentido de ajustar as nossas taxas de juros
quadro abaixo pelo fluxo de recursos do segmento
no longo prazo aos padrões normais praticados
Fornecedores da em outros paises em desenvolvimento. Várias
de grãos e fibras, mostrou a sua importância e
resiliência durante a crise do mercado financeiro de
ações foram tomadas a partir do governo Temer
Indústria de Tecnologia e no início do mandato Bolsonaro no sentido de
2008. Nessa ocasião muitos paises de agricultura
emergente tiveram dificuldade de manter os seus
reduzir a carga de subvenções sobre o orçamento
em Nutrição Vegetal publico, além das reformas necessárias para
produtores rurais plenamente assistidos pelos
bancos, ex. Colômbia, Ucrânia entre outros.
atingir o equilíbrio fiscal, com destaque para a
reforma da previdência.
É um modelo complexo, mas exitoso. Durante
a crise de 2008, os produtores brasileiros não
No segmento do crédito rural, o governo atuou no
tiveram qualquer problema de descontinuidade
sentido de transferir parte do que era equalização
de crédito. Hoje temos plena consciência das
de taxa de juros para subvenção de seguro rural,
virtudes do nosso modelo matricial, que será
na expectativa de atrair mais crédito de bancos
Os conteúdos deste capítulo são de responsabilidade dos seus testado novamente nessa crise do COVID 19. A
privados ao eliminar o risco climático sobre a
articuladores e não refletem necessariamente a opinião da Abisolo. Lei 13.986, busca ampliar as possibilidades desse
produção, um dos fatores restritivos à maior
modelo único no planeta.
presença dos bancos e demais investidores no
crédito rural. Vale lembrar que o modelo mais

87

Expectativa sobre
a Lei 13.986
No sentido de atrair mais capital com juros de
mercado tanto do sistema financeiro como do
mercado de capitais, o governo em alinhamento
com os vários agentes das cadeias produtivas,
apresentou no final de 2019, uma medida
provisória conhecida como a “MP do AGRO”
agora convertida na Lei no 13.986, que teve
como objetivo melhorar as condições jurídicas e
operacionais para os financiadores, em particular
do mercado de crédito comercial e do mercado
de capitais, com a oferta de novos instrumentos,
alternativas cambiais e de garantias.
A Lei em questão foi desenvolvida com
intensa participação da Frente Parlamentar da
Agropecuária (FPA) em convergência com os
interesses do Ministério da Agricultura e da
Economia, no sentido de ampliar a oferta de
crédito não regulamentar (Lei nº 4.829/65),
liderada de forma efetiva pela ex-lider da Frante
Parlamentar e atual Ministra da Agricultura Tereza
Cristina.
A nova Lei, traz como principais novidades o
Fundo Garantidor Solidário (FGS), o patrimônio
88
rural em afetação, da equalização de taxas
de juros para instituições financeiras privadas,
da Cédula Imobiliária Rural (CIR), de títulos do
agropecuário, da Cédula de Produto Rural e da
subvenção aos financiamentos para cerealistas em
operações de financiamento do Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Abaixo descrevo os principais tópicos oferecidos
no texto aprovado:
Fundo Garantidor Solidário (FGS) – Esse fundo
tem o objetivo de ampliar as garantias fornecidas
pelos produtores rurais em operações de
crédito. Deve ser composto por no mínimo 2
devedores, o credor e o garantidor (se houver).
O poder executivo ainda poderá regulamentar o
número máximo de devedores do FGS; também
define uma integralização de recursos através
de estrutura de cotas primária (4% do devedor),
secundária (4% do credor) e terciária (2% da
instituição garantidora), com melhora a perspectiva
de recebimento das contas por parte do credor.
Esse modelo de cotas segue em analogia
operacional com os CRAs; não haverá rendimentos
aos cotistas.
Patrimônio Rural em Afetação – Em tese, o
crédito que for garantido por Patrimônio Rural
de Afetação poderá configurar-se em meio mais
seguro, para efeito da concessão de crédito,
porquanto congrega elementos típicos da alienação
fiduciária (e.g. extraconcursalidade) e disposições legais
de inalienabilidade e impenhorabilidade dos bens afetados.
Permite “a segmentação” de uma matrícula de imóvel rural
para oferecer mais alternativas de garantias reais.
A Cédula Imobiliária Rural – Como novidade no que tange à
legislação pre-existente sobre a CPR, temos em destaque
os seguintes pontos: a previsão de emissão da CPR
lastreadas por produtos submetidos ao “beneficiamento
ou a primeira industrialização” (ex. etanol, etc.), a emissão
escritural com a assinatura eletrônica, previsão de
pagamento parcelado, autoriza-se a cláusula de correção
por variação cambial, poderão ser constituídas quaisquer
garantias previstas em lei inclusive a alienação fiduciária de
bens fungíveis, registro eletrônico da CPR em instituição
autorizada pelo BACEN, entre outras possibilidades e
melhorias incluidas no texto da Lei.
Títulos do Agronegócio - Quanto às alterações da legislação
aplicável aos Tiíulos do Agronegócio, vale o destaque
à ampliação das hipótese de emissão com cláusula de
variação cambial.
Além dos principais pontos acima destacados, a nova
legislação retira entraves injustificáveis ao financiamento
pelo capital estrangeiro, o que é um passo importante
para facilitar a operacionalização do crédito e sobretudo
a adjudicação de bens imóveis por parte de empresas
multinacionais, importantes players no ambiente de crédito
financeiro ou comercial.
Conjuntura atual:
COVID 19, um
acidente de percurso
Iniciamos o ano com grandes expectativas em torno da
aprovação da MP do Agro, o que se confirmou no diário
oficial de 07 de abril, com a edição da Lei no 13.986. Se
do ponto de vista jurídico a situação evoluiu positivamente,
no campo operacional, onde se aplicam de fato as novas
disposições legais, estamos enfrentando percalços. Com
o advento do COVID 19, houve uma clara redução nas
estruturações de operações de crédito no mercado de
 capitais e mesmo no sistema bancário que
entrou em “modo de segurança”. Em ambos
os segmentos, a palavra de ordem é reduzir a
exposição e aguardar os acontecimentos para
voltar a operar. Basicamente operam estruturas
já em curso sem renovar o que não é necessário.
Os primeiros balancetes de bancos já mostram o
impacto da crise imposta pelo Novo Corona Virus
(Covid 19) nos seus recebiveis e na elevação dos
PDD (Provisão para devedores duvidosos).
Nesse contexto, o isolamento social se impõe
nos principais centros urbanos diminuindo
as interações profissionais e retardando a
implementação de estruturas em todos os
segmentos de crédito. Vale lembrar, que as
estruturações de operações de crédito nos
mercados de capitais exigem esforços dos
estruturadores e gestores de fundos junto aos
escritórios de advocacia especializados, nos
tópicos a saber: estruturação jurídica, auditoria,
apoio jurídico para ao originador de títulos e na
distribuição das cotas, além da participação
de agencias de rating, seguradoras de crédito,
investidores institucionais, cartórios de registros,
etc. São operações complexas com uma
série de requisitos impostos pela Comissão
de Valores Mobiliários (CVM). Fica claro que a
atual conjuntura, prejudica a atuação conjunta e
harmonica de tantos elementos operacionais.
O Ministerio da Agricultura, através das suas
Câmaras Temáticas e Setoriais, vem mapeando
os reflexos da crise no ambiente de crédito
e já reduziu a expectativa sobre os impactos
positivos da Lei no 13.986 para a próxima safra
de verão 20/21. Como a migração do modelo de
crédito, dependente da gestão do estado seria
gradual, o entendimento no momento é que essa
migração será um pouco mais lenta no médio
prazo, mas será consistente no futuro. Mas existe
uma convicção sobre os avanços obtidos com
a nova Lei. Também serão necessários ajustes e
regulamentação para o sistema cartorário absorver
90
as novidades pubicadas na Lei, sobretudo no que
tange ao registro das CIRs. Mas o assunto já vem
sendo encaminhado pelas entidades do setor.
Distanciamento
social e a adesão
de procedimentos
eletrônicos de
formalização de
títulos e garantias
Uma crise como a atual, não pode significar
apenas retrocessos. As empresas, o mercado e
até os individuos estão refletindo e se reinventando
em suas atividades. Muitas empresas estão
operando parcial ou totalmente em home office.
Existe uma maior adesão aos meios eletrônicos
de formalização de contratos. Muitos negocios
ainda estão sendo fechados em ambiente remoto,
minimizando a necessidade de deslocamentos e
contatos pessoais.
As pessoas estão entendendo que a aproximação
social é desejável, mas não crucial para a evolução
dos negócios e se ajustam para trabalhar nessas
condições por mais tempo. Nesse contexto,
esperamos que o sistema cartorário evolua
também, sendo mais flexíveis em relação ao
acolhimento e registro de contratos, títulos e
garantias com assinatura digital ou eletrônica, o
que particularmente para as transações rurais
(que exigem maiores deslocamentos), seriam um
grande avanço operacional, que com certeza
se consolidaria mesmo após o controle da atual
pandemia.
Amanda Donini Grassmann Guido
Coordenadora de Desenvolvimento
de Novos Negócios
O papel dos
tensoativos como
adjuvantes
Adjuvantes são substâncias adicionadas
à formulação ou à calda para aumentar a
eficiência do produto ou modificar determinadas
propriedades da solução, visando facilitar a
aplicação ou minimizar possíveis problemas para
as mais diversas culturas. Em um ambiente cada
vez mais desafiador, os agricultores precisam de
ferramentas de manejo completas para atingir o
máximo desempenho em suas lavouras. Cada
dia mais vem sendo explorado os adjuvantes
com tensoativos, nos quais ajudam nos principais
aspectos da aplicação nas caldas fitossanitárias:
• Espalhantes Adesivos: São produtos que
diminuem a tensão superficial do produto
reduzindo o ângulo de contato com a folha
e resultando em uma melhor absorção dos
nutrientes pela planta.
• Agentes Molhantes ou Umectantes: Produtos
que retardam a evaporação do produto líquido
na folha, contribuindo para um maior tempo de
absorção do produto.
• Redução de Deriva: Com diversas intempéries
durante a aplicação no campo, como direção do
vento, turbulência do ar, distância de aplicação
do produto , temperatura, diâmetro da gota,
existem soluções que auxiliam o produto a
atingir o alvo da folha, evitando o desperdício
durante a aplicação.
• Compatibilizante em formulações e caldas
fitossanitárias: Muitas fontes de nutrientes
e ativos de defensivos agrícolas possuem
incompatibilidade entre si e problemas com
solubilidade e emulsão. Os compatibilizantes
e emulsionantes auxiliam na formulação e
preparo de caldas evitando o entupimento de
bicos, decantação, sobrenadantes e separação
de fases que podem diminuir a eficácia dos
produtos aplicados.
Adjuvantes para
controle de deriva
O controle da deriva em aplicações por
pulverização é um dos principais fatores para
garantir a eficácia do produto na lavoura. A deriva
acontece quando gotas ou partículas do composto
são arrastadas pelo ar e não atingem o alvo da
aplicação. O fenômeno pode ter impactos na
saúde e no ambiente, além de causar prejuízos
financeiros.
O adjuvante antideriva atua na redução da
formação de gotas finas, que estão mais sujeitas a
serem carregadas pelo vento durante a aplicação.
Pulverização com gotas de tamanho adequado e
com maior uniformidade não apenas reduzem a
deriva, mas garantem a qualidade da aplicação
através de melhor espalhamento, penetração
e cobertura da área. Entre os benefícios ainda
auxilia na maior velocidade da gota, bioeficácia
comprovada na aplicação de herbicidas,
molhabilidade e retenção e absorção melhorada.
Adjuvante espalhante
adesivo livre de
nonilfenol
Em aplicações foliares, a molhabilidade da
superfície da folha é determinante para a
produção. Isso porque a retenção, espalhabilidade
e absorção do princípio ativo se dá a partir da
deposição das gotas nas folhas. A adesão dessas
gotas à superfície, entretanto, não é tão simples. A
fina cutícula que recobre a superfície foliar possui
característica hidrofóbica, que ajuda a repelir a
91
 água. Aliado a esse fator, a tensão superficial de
soluções aquosas torna a adesão ainda mais
desafiadora.
Os adjuvantes espalhantes ajudam na cobertura
do produto na superfície foliar e retardam a
perda de ativos. Adjuvantes espalhantes são
surfactantes que reduzem a tensão superficial da
água, o que permite que o produto se espalhe
pela folha de maneira mais uniforme e melhorando
a absorção do ingrediente ativo pela planta. Com
alta compatibilidade com as caldas de aplicação
e a variações de pH, os adjuvantes penetrantes
também auxiliam em uma melhor performance de
ingredientes ativos sistêmicos e por contato.
Adjuvante penetrante
base óleo metilado de
soja para pronto uso
Adjuvantes penetrantes são à base de óleos
vegetais ou minerais, mais frequentemente óleos
vegetais concentrados e óleos de sementes
metilados. Os fertilizantes e defensivos agrícolas
frequentemente precisam se difundir através da
cutícula da planta para alcançar as células e veias
abaixo (especialmente as sistêmicas). A cutícula
cerosa não pode ser dissolvida pela água ou por
um agente molhante / espalhante, mas o óleo
dissolverá a mesma. À medida que as ceras são
removidas, o pesticida pode penetrar na folha e
ser transportado para outras áreas da planta.
Benefícios do uso
de adjuvantes
penetrantes:
• Espalhamento - Os óleos têm menor tensão
superficial do que a água. Quanto menor a
tensão superficial em uma solução de pesticida,
melhor a cobertura da superfície, permitindo
que mais pesticidas atinjam seu alvo;
92
• Redução da deriva - Aumento do tamanho das
gotículas reduzindo o potencial de deriva;
• Adesão - Os óleos fazem com que a solução
de agrotóxicos adira à superfície da folha,
resistindo a chuva, evaporação e escoamento;
• Umectante - Aumenta o tempo de secagem das
soluções de pulverização, o que proporciona
maior tempo para o pesticida entrar cutícula dos
alvos.
• Penetração - Melhoria da transferência de
massa de pesticidas através de muitos
mecanismos. Maior penetração significa
aumento da atividade de pesticidas;
• Bio-potencializador - melhoria da atividade
fungicida;
Adjuvante utilizado INOVAÇÃO E
MAIOR PORTFÓLIO DE
para emulsionante ALTA PERFORMANCE
MATÉRIAS-PRIMAS
de óleos
O adjuvante emulsionante é recomendado para
formulações de adjuvantes e inseticidas à base
de óleo mineral e é compatível com uma grande O Grupo MCassab coloca a
variedade de óleos minerais. O óleo mineral
sua disposição um dos maiores
formulado com o adjuvante emulsionante, quando
portfólios de matérias-primas de
diluído em calda, forma uma emulsão com
gotículas de tamanho estável, sendo também um
alta qualidade para fertilizantes
excelente umectante. Apresenta baixa tensão foliares do mercado, além
superficial e ângulo de contato em superfícies de amplo suporte técnico e
apolares. Estas características conferem maior laboratório de análise próprio.
umectação da folha e tornam o produto mais
eficaz.
Para finalizar, existem inúmeras soluções
customizadas, com emulsionantes, dispersantes, Agentes antideriva • Adjuvantes penetrantes • Agentes
umectantes e adjuvantes de calda para defensivos Quelantes • Aminoácidos • Antiespumantes • Biocidas •
Compatilizantes de Calda • Dispersantes • Emulsionantes
agrícolas, estas tecnologias inovadoras que visam
o aumento da produção agrícola por unidade
• Macro e Micro Nutrientes • Neutralizantes • Óleos de
Silicone • Solventes • Superespalhantes • Tensoativos •
de área plantada, diminuição da dosagem de
produtos e redução do consumo de energia no
Umectantes • Vitaminas
preparo de formulações, tudo isso em linha com as
necessidades do mercado e dos agricultores.
11 2162.7816
tecnologiavegetal@mcassab.com.br
www.mcassab.com.br
93
 Eng. Agr. Msc. Katia G. Beltrame
Adubação orgânica.
Por quê?
Atualmente os agricultores tem ao seu dispor
uma infinidade de conhecimentos, tecnologias
e produtos, com os quais podem contar para
melhorar e aumentar a produtividade de suas
culturas. Hoje se pratica uma agricultura de
precisão, onde o hectare está sendo substituído
pelo metro quadrado e os cuidados, soluções e
respostas são cada vez mais rápidas e precisas.
No entanto, apesar de tanta novidade, velhos
conceitos retornam revestidos da mais pura
certeza de sua essencialidade e importância. Nos
estudos de nutrição de plantas e sua intrínseca
relação com os solos, torna-se cada vez mais
evidente que o maior e mais importante déficit
nutricional dos solos brasileiros é a falta de
Matéria Orgânica. Ações corretivas de solos
como a calagem, gessagem e a fosfatagem e o
fornecimento de macro e micronutrientes através
da adubação mineral, não conseguem expressar
todo seu potencial, se os solos que recebem
esses insumos não estiverem corrigidos com bons
estoques de Matéria Orgânica, que é a embreagem
propulsora da vida no Planeta Terra.
O desafio de aumentar a concentração de Matéria
Orgânica em países de clima tropical é enorme,
pois as altas temperaturas, taxa de radiação solar
e chuvas abundantes criam o cenário perfeito para
que toda a Matéria Orgânica que chega aos solos,
de origem vegetal ou animal, seja rapidamente
94
consumida pelos micro-organismos. Estima-se
que cerca de 60 a 80% do carbono aportado
aos solos através da adição de matéria orgânica
fresca, seja perdido para o ar atmosférico em
forma de CO2 através da respiração microbiana.
Em média apenas 10 a 30% da Matéria Orgânica
se transformará em compostos húmicos
complexos, que dão aos solos estabilidade,
melhor textura, diminuição da densidade aparente,
maior Capacidade de Troca Catiônica (CTC) e
Capacidade de Retenção de Água (CRA %).
O consorcio entre culturas perenes como citrus
e café com culturas como as leguminosas,
denominado adubação verde e o plantio direto
para culturas anuais, são excelentes alternativas
para proteger os solos da radiação solar, diminuir
sua a temperatura, prevenir perdas por erosão e
ainda, manter ou aumentar a concentração de
Matéria Orgânica dos solos agrícolas tropicais.
Outra alternativa seria adotar a prática de
adubação orgânica como rotina do seu plano de
adubação anual.
Muitos agricultores não fazem a adubação
orgânica porque a consideram cara quando
a comparam com a adubação mineral, numa
equação que pensam ser correta, pois um
fertilizante orgânico tem concentrações muito
inferiores que as formulações de NPK que eles
estão acostumados a usar e, além disso, o
Fertilizante Orgânico tem 35-40% de umidade,
o que encareceria demais o frete. Ora, essa
comparação é totalmente descabida, pois o
Fertilizante Orgânico precisa da umidade para ser
efetivo e expressar o seu potencial benéfico, que
vai além de aspectos nutricionais, apesar dessa
contribuição não ser desprezível, principalmente
quando se trata de micronutrientes. O Fertilizante
Orgânico traz consigo características que nenhum
fertilizante mineral consegue ter, e não há fábrica
em todo o mundo que consiga fazer algo tão
diferente e formidável como um bom Fertilizante
Orgânico.
O mais relevante papel da adubação orgânica é
o fornecimento de Matéria Orgânica humificada
ao solo, que já foi anteriormente compostada.
Um bom Fertilizante Orgânico tem de 8 a 10%
de substancias húmicas (ácidos fúlvicos + ácidos
húmicos) em sua composição, além de uma
enorme concentração de huminas que atuam na
agregação de argilas dos solos, muito importante
para o Brasil, cuja a fração predominante é a
caulinita.
O efeito da adubação orgânica vai muito além da
simples ação nutricional, pois o carbono orgânico
na forma de húmus é quem provê a abundância de
cargas negativas e o aumento da CTC dos solos,
diminuindo a perda de cátions de importância
nutricional para as plantas, entre eles o Potássio,
cujas importações brasileiras batem a casa de
90%.
Os nossos solos agrícolas são consequência de
nosso clima topical, por essa razão são altamente
intemperizados e quimicamente pobres, e quanto
mais intemperizados os solos, mais dependentes
da CTC da Matéria Orgânica. Raij et al, 1969
apontaram que 70 a 74% da CTC dos solos
paulistas são dependentes da CTC da Matéria
Orgânica e Resck (1998) concluiu que 75 a 85%
da CTC dos solos do Cerrado são dependentes
da CTC da Matéria Orgânica do solo. Além disso,
Matéria Orgânica humificada consegue proteger
o Fósforo do fenômeno da fixação, seja pela
formação de complexos imóveis com o ferro e
alumínio (quelação metálica), seja pela carga
superficial, que aumenta a resistência a sorção, ou
pela formação de pontes metálicas, que aumentam
os sítios de adsorção do Fósforo.
A Capacidade de Retenção de Água do solo
é aumentada em muitas vezes com a adição
da Matéria Orgânica Humificada, pois só o
húmus com sua característica estrutural única,
é capaz de reter água como uma esponja, e de
ofertar a planta em períodos de veranicos, cada
vez mais frequentes em nosso País. O húmus
também colabora decisivamente na formação
de agregados estáveis do solo, diminuindo sua
densidade aparente, tornando-o mais leve, menos
compactado, mais poroso, aumentando a taxa de
absorção de água da chuva, abastecendo o lençol
freático e diminuindo as perdas por erosão.
Além dos efeitos químicos e físicos, o Fertilizante
Orgânico compostado e humificado é um produto
vivo, e para manter-se assim é necessária uma
certa umidade no produto, por essa razão não
podemos ter Fertilizantes Orgânicos muito secos,
pois os micro-organismos precisam de água
para se manterem vivos e efetivos. Um quilo de
massa seca de um bom Fertilizante Orgânico tem
mais micro-organismos que toda a população da
terra. Esse produto, repleto de micro-organismos
benéficos cria uma interação na rizosfera peculiar,
intensificando as interações biológicas, criando
um ambiente que desfavorece a ação dos micro-
organismos patogênicos, diminuindo a incidência
de doenças e ataque de nematoides. Plantas
bem nutridas são naturalmente mais saudáveis e
resistentes ao ataque de pragas, produzem mais
matéria seca e, consequentemente, aumentam a
produtividade das culturas que sequestram mais
carbono atmosférico.
Para se ter todos esses benefícios e vantagens
da adubação orgânica é imprescindível que o
Fertilizante Orgânico seja muito bem feito, e para
isso é preciso que a compostagem dos resíduos
orgânicos seja realizada por pessoas capacitadas,
que entendam todos os aspectos inerentes a
cada fase do processo de compostagem, que
95
são resultados de atividade microbiana. Por essa
razão é necessário o conhecimento para saber
como, quando e quanto interceder para satisfazer
todas as demandas dos micro-organismos,
suprindo todas as suas necessidades e otimizar
todo o ciclo de degradação da Matéria Orgânica
fresca em um ambiente controlado (leira), a fim de
se obter o melhor composto orgânico no menor
tempo possível. Todo grande gerador de resíduos
orgânicos tem em suas mãos uma excelente
oportunidade de negócio, pois controla o gargalo
da produção do Fertilizante Orgânico, que é a
matéria-prima.
Existe também a possibilidade de se fazer
Fertilizante Organomineral, ou simplesmente
um composto enriquecido que pode apresentar
concentrações muito interessantes de NPK,
podendo suprir parcial, ou totalmente todo o
Fósforo demandado por diferentes culturas
com uma relação custo/benefício extremamente
interessante.
Dr. Luiz Tadeu Jordão
Dr. Valter Casarin
MSc. Ruan Firmano
MSc. Fabio Lima
Sócios &
Pesquisadores
do Portal
Ciência do Solo
Redução do estresse
em plantas a partir
do uso de Fosfato
Monoamônico
Cristal (MAP Cristal)
via foliar
Vivemos em uma época de estresse. A doença
do século também atinge o reino vegetal e tem
causado perdas difíceis de mensurar. O estresse
em plantas pode ser definido como qualquer
fator externo que influencia negativamente
o desenvolvimento, capacidade reprodutiva,
produtividade ou sobrevivência das plantas.
Esses fatores são de ordem biótica ou abiótica
(Figura 1), e dependendo do grau impactam
substancialmente a atividade agrícola. Neste
contexto, práticas que reduzam um estresse
identificado de forma adequada podem repercutir
em ganhos expressivos na lavoura.
De modo geral, as folhas representam a porção
mais exposta das plantas e, portanto, mais
passíveis de sofrerem injúrias pelo estresse acima
do solo. É nas folhas que boa parte das reações
fisiológicas fundamentais à vida ocorrem. Neste
microambiente, nutrientes como o nitrogênio (N) e
o fósforo (P) desempenham funções primordiais.
No que tange ao N, sua deficiência pode reduzir
a eficiência fotossintética de forma exponencial
(Epstein e Bloom, 2006) e consequentemente
o acúmulo de carboidratos em grãos reduzindo
as produtividades. Isso ocorre devido a sua
participação como componente essencial das
proteínas e da clorofila em folhas. Neste cenário,
adubações foliares com N podem estabilizar as
concentrações no nutriente em folhas durante o
ciclo da espécie cultivada. Isso trará benefícios
fisiológicos que vão desde a manutenção da taxa
de fotossíntese por um maior período a um melhor
desenvolvimento reprodutivo. Já o P, participa
principalmente de processos que envolvem a
transferência de energia nas células, respiração e
fotossíntese. É componente estrutural de ácidos
nucleicos de cromossomos, assim como de
muitas coenzimas, fosfoproteínas e fosfolipídios.
A utilização de P via adubação foliar pode reduzir
estresses a nível bioquímico em diversos tecidos,
uma vez que o nutriente é altamente móvel nas
plantas e pode ser redistribuído de folhas velhas
para novas e para frutos e sementes.
Os mecanismos de absorção de íons via folhas
foram mais claramente descritos na década de
60 pelo Dr. Wolfgang Franke. Em seu trabalho,
Franke (1967) reportou que a absorção de
nutrientes em folhas se difere da absorção de
raízes principalmente devido a presença de cutina
nas folhas, que são permeáveis a íons orgânicos
e inorgânicos. Para o autor, a entrada nos íons
no tecido vegetal é determinada pela carga, raio
iônico e coeficiente de absorção, específicos
de cada íon. Para o P e o N, altas correlações
positivas entre as massas desses nutrientes
foram observadas por Wright et al. (2001) em
folhas de diversas espécies sob condições
naturais. Os resultados de Wright et al. (2001)
reforçam a coparticipação do P e N em processos
bioquímicos e a importância de fontes que
contenham ambos os nutrientes.
97
 O MAP Cristal é uma fonte de P e N comumente
utilizada na agricultura, contendo altas
concentrações de P (61% de P2O5 solúvel em
água) entre os fertilizantes fosfatados e elevada
solubilidade em água (370 g L à 20 C). A -1
dissolução do MAP libera NH4 e H2PO4 para + -
a solução, íons prontamente disponíveis e
assimiláveis pelas folhas. A leve acidez deste
fertilizante tanto reduz os riscos de perdas de
amônia por volatilização, quanto favorece a
absorção do N e do P pelas folhas. O MAP Cristal
de boa qualidade pode ser misturado com todos
os fertilizantes solúveis, exceto aqueles contendo
cálcio (Ca) e magnésio (Mg). O somatório desses
atributos torna o MAP Cristal uma fonte ímpar em
processos de minimização de estresse via aporte
de N e P em tecidos vegetais.
A aplicação de MAP Cristal pode ser feita nos
primeiros estágios de crescimento das plantas
para melhorar o desenvolvimento radicular. Em
estágios posteriores o MAP Cristal também
pode ser incluído no programa de fertilizantes
para impedir o abortamento de flores e frutos
o
sobretudo pela presença suficiente de P nesta
fase. Aplicações foliares de MAP Cristal são
recomendadas a concentrações de 0,5% a 1,0%.
Todavia, as concentrações reais, número de
aplicações e as épocas variam consideravelmente
com a espécie e local.
De modo geral as épocas mais responsivas estão
entre o início do florescimento e do enchimento
de grãos, caso o foco seja a cultura da soja,
por exemplo. Contudo, vale ressaltar que doses
excessivas não trarão aumento de produtividade
principalmente pelo desequilíbrio que se gera
entre as concentrações de N e as de enzimas e
pigmentos que usam esse nutriente no processo
fotossintético.

FIGURA 1
Estresse vegetal abiótico e biótico. Elaboração: Portal Ciência do Solo

Referencias: Epstein, E. & Bloom, A. 2006. Mineral nutrition of plants. 2nd ed. Sunderland, Sinauer Associates. 403 p. | Franke, W. 1967. Mechanisms of foliar penetration of solutions. Anual
Review of Plant Physiology, 18, 281–300. | Wright, I.J., Reich, P.B., & Westoby, M. 2001. Strategy shifts in leaf physiology, structure and nutrient content between species of high- and low-rainfall
and high- and low-nutrient habitats. Functional Ecology, 15, 423–434.

98 99
 Introdução
A construção das informações sobre o Mercado de Tecnologia em Nutrição Vegetal pela Abisolo começou no
ano de 2014. Naquela época as informações disponíveis estavam dispersas e muitas vezes careciam de rigor
estatístico, fundamental para a geração de informações de qualidade que permitam a boa tomada de decisões
pelos executivos do setor e pelos stakeholders com interesse no segmento.

Implementamos a primeira “Pesquisa Nacional” junto às empresas do setor em 2015.

De lá para cá, a cada edição, procuramos consolidar os parâmetros e ajustar a metodologia não só para

Capítulo
aumentar o índice de confiança das informações, mas também para capturar na pesquisa as grandes
transformações por que passa o setor. Na edição deste ano avançamos ainda mais, mesmo cientes de que
mudanças podem gerar dúvidas.

Mas é o enfrentamento das dúvidas que nos faz avançar. Entendemos que “Inteligência de Mercado” é um

4
processo de “melhoria contínua”. Não nos parece possível em um só estudo capturar todas as informações
relevantes, com acuracidade elevada, uma vez que além de parâmetros, metodologia e rigor estatístico, a
qualidade do resultado depende da participação efetiva das empresas no fornecimento das informações –
fundamento que buscamos melhorar todos os dias.

Conheça as principais melhorias no

processo de construção das informações
mercadológicas desta edição
Uma decisão importante foi a contratação da empresa Spark Inteligência Estratégica para a condução da
pesquisa. Com atuação consolidada na área de pesquisa para empresas produtoras de insumos agrícolas,
formatamos uma plataforma de trabalho que nos permitiu não só acompanhar o processo, mas participar
efetivamente da construção de todas as etapas do projeto. E para que o processo produzisse os resultados

O Mercado de esperados fizemos uma ampla revisão da base de dados, do questionário a ser aplicado junto às indústrias e
das plataformas de checagem do conteúdo final.

Tecnologia em CONHEÇA A SEGUIR AS PRINCIPAIS AÇÕES:

A) Novo levantamento das empresas com registro no MAPA e com atividade comprovada no segmento.
Nutrição Vegetal
B) Atualização do “Estudo de Mercado” da Abisolo, que identifica o faturamento de cada empresa,
por segmento de atuação. Este estudo serve de base para a validação de parte importante dos dados
consolidados na “Pesquisa Nacional 2020”.

C) Validação dos resultados da “Pesquisa Interna Abisolo” que registra o faturamento mensal das empresas
associadas, responsáveis por grande fatia do faturamento do setor no Brasil. Esta plataforma tem como
objetivo apontar o desenvolvimento do mercado no curto prazo e sinalizar as perspectivas de crescimento do
setor em cada ano. O Comitê de Estatísticas da Abisolo, composto por executivos das empresas associadas
tem papel fundamental na validação das informações desta plataforma. Os resultados também servem de
parâmetro para a checagem dos dados consolidados da “Pesquisa Nacional 2020”.

100 101
 D) Revisão geral do questionário aplicado junto às empresas participantes da “Pesquisa Nacional 2020”, • Fazer a análise da base de dados do MAPA (Oraflex/Sipeagro), a partir da base “Registro de Produtos”
especialmente buscando a captura de novas informações que nos permitam retratar cada vez melhor o nosso para que fosse possível identificar atividade, categorias, características adicionais e modo de aplicação dos
mercado e suas transformações e tendências. produtos.

E) Contratação dos serviços do SPC Brasil para a identificação do faturamento de todas as empresas da
• Visitar o website de todas as empresas identificadas para confirmar atividade e atuação efetiva no segmento.
base de dados, que serve como mais um parâmetro de checagem dos resultados consolidados na “Pesquisa
Nacional 2020”. As empresas que não disponibilizam website formal e aquelas com inatividade confirmada foram consideradas
“inativas” e não entraram na contagem final.
É a partir desta revisão geral e da consolidação de diversos parâmetros de checagem que esperamos oferecer
nas páginas seguintes informações cada vez mais relevantes e confiáveis. • Excluir as empresas registradas que atuam exclusivamente no segmento de Fertilizantes NPK convencional e
de Corretivos (que não tem produto declarado no segmento “Fertilizantes Especiais”).
Para a interpretação segura do conteúdo é importante levar em conta que algumas informações da “Pesquisa
Nacional 2020” foram consolidadas através de método de extrapolação, a partir de regras estatísticas aceitas
• Excluir as empresas que tem registro de produto, tem website ativo, mas não declaram produto comercial
internacionalmente e que algumas informações não são passíveis de extrapolação, visto que o universo
total não está refletido na amostragem. Fique atento para as observações contidas em cada tópico. Nesta no segmento.

edição trataremos separadamente os diversos segmentos representados pela Abisolo. Nosso objetivo é evitar
interpretações generalizadas de segmentos distintos. • Excluir as empresas fornecedoras de matérias primas e aditivos, que apesar de terem registro no MAPA, não
têm produto registrado no segmento de Fertilizantes Especiais.
Tenha uma boa leitura e se quiser fazer alguma crítica ou sugestão, entre em contato conosco através dos
nossos canais de comunicação.
• Considerar as empresas que fazem parte de “Grupo Econômico” como sendo apenas um player, para que
não haja duplicação na contagem final das empresas.
Equipe Abisolo

Considerados os parâmetros apresentados, mostramos a seguir os players do segmento de Fertilizantes Especiais:

PARTE 1 Estabelecimentos Registrados,

Por Atividade
Estabelecimentos Registrados,
Por Categoria de Produtos
A Indústria de Fertilizantes Especiais 2

175
106
Uma das grandes discussões entre os players do mercado de Fertilizantes Especiais é sobre a quantidade de
empresas que efetivamente atuam neste mercado.
154

Até bem pouco tempo atrás, as informações de registro de empresas no Ministério da Agricultura, Pecuária e
335 346
Abastecimento não estavam sistematizadas, o que dificultava bastante a identificação correta das empresas
participantes.

Em 2019 estas informações passaram a ser disponibilizadas pelo MAPA nos sistemas Oraflex e Sipeagro
(www.indicadores.agricultura.gov.br/fertilizantes) e ainda que os sistemas sejam independentes e as empresas
ainda estejam em processo de migração, agora é possível obter de forma mais consistente as informações do
Produtores Importadores Fertilizante Fertilizante Fertilizante Biofertilizante
banco de dados do MAPA. Mineral Organomineral Orgânico

Observação: Uma mesma empresa pode atuar

As informações disponíveis nos bancos de dados do MAPA contemplam todo o histórico de registros de
em diferentes categorias de produto.
estabelecimentos e de produtos registrados e para que fosse possível chegar a um resultado mais adequado
aos nossos objetivos foi preciso estabelecer alguns parâmetros. Os parâmetros estão descritos a seguir:

102 103
 Estabelecimentos Registrados -
Produtos por Modo de Aplicação
Unidades Produtivas por Região
(Produtores e Importadores)
Localização das Empresas
13
277
A maioria das empresas que responderam à pesquisa está sediada na região Centro-Sul do Brasil.
Veja abaixo a localização.
170
283
ESTADO SP MG PR RS ES MT BA GO PE RJ SC

140 % 55% 12% 12% 8% 4% 4% 1% 1% 1% 1% 1%

313 44
55 52

3 Tempo de Atividade das Empresas

Região Região Região Região Região
Sudeste Sul Centro Nordeste Norte
A “Pesquisa Nacional 2020” identificou que o
Via Via Via Via Via
Oeste
Foliar Solo Fertirrigação Sementes Hidroponia segmento de Fertilizantes Especiais ainda está +25 anos
Observação: O número total de unidades produtivas e
importadoras é superior ao de estabelecimentos registrados em processo de consolidação. Veja ao lado o 13%
Observação: Uma mesma empresa pode ter portfólio em 20%
porque aqui foram consideradas as filiais, subsidiárias e empresas 21 a 25 anos
diferentes segmentos de produtos. de um mesmo grupo econômico, com registro ativo no segmento
tempo de atividade das empresas respondentes da
de Fertilizantes Especiais pesquisa.
18% 16 a 20 anos
12%
Unidades Produtivas por Estado (Produtores e Importadores):

11 a 15 anos
ESTADO AL BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PE PI PR RJ RN RS SC SE SP TO
12%
25%
QUANTIDADE 4 18 4 1 6 21 3 47 9 24 3 11 1 67 5 4 45 28 6 219 1 6 a 10 anos

Observação: O número total de unidades produtivas e importadoras é superior ao de estabelecimentos

registrados porque aqui foram consideradas as filiais, subsidiárias e empresas de um mesmo grupo
Total: 527 até 5 anos

econômico, com registro ativo no segmento de Fertilizantes Especiais.

PARTE 2 Faturamento por Origem dos Produtos

A Pesquisa Nacional 2020 e seus resultados 3,9%
Em 2019, considerando todos os segmentos
representados pela Abisolo, estima-se que 81,3%
A “Pesquisa Nacional 2020” contou com a Market Share das Empresas que
do faturamento adveio de produtos fabricados 14,8%
participação de empresas que detém 50,58% do Responderam a Pesquisa Nacional 2020 Produto nacional
localmente. Neste levantamento capturamos Produção própria
mercado brasileiro de Fertilizantes Especiais, o que
também as vendas advindas de produção de
gerou uma amostragem muito consistente para a
terceiros. Veja no gráfico ao lado a proporção Prouto nacional
construção das informações desta edição. Veja no Produção de terceiros
Fertilizantes
de produtos nacionais, importados e fabricados 81,3%
quadro ao lado a representatividade das empresas, 51,73% Organominerais
62,66% por terceiros no faturamento das empresas
em cada segmento de produtos. Produto importado
respondentes da “Pesquisa Nacional 2020”.
Fertilizantes
Foliares

Observação: O resultado acima leva em consideração, além dos

33,60%
Fertilizantes Fertilizantes Especiais os Condicionadores de Solo e Substratos
Orgânicos para plantas.

104 105
 Faturamento por Tipo de Cliente
O segmento de distribuição de insumos agrícolas passa por um importante processo de consolidação, seja em
função da busca por economia de escala ou em consequência de mudanças nas estratégias dos agricultores ou
das indústrias. Veja a seguir qual é o mix de distribuição das empresas do segmento de Fertilizantes Especiais.

Tenho maior lucro porque sei

Vendas de Fertilizantes Vendas de Fertilizantes Vendas de Fertilizantes
como investir na minha lavoura.
Foliares por Tipo de Orgânicos para Solo por Tipo Organominerais para Solo por

Isso é Rentabilidade.
Cliente de Cliente Tipo de Cliente

49,37%

ISSO É
47,81%
45,33% 44,62%
36,47%

20,84%
16,68%
13,10% 15,38%

STOLLER.
4,91% 5,14%
0,33%
2B

al

2B

al

2B

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C

C
Pr

Pr

Pr
Investimento em Pesquisa & Desenvolvimento
O setor de Tecnologia em Nutrição Vegetal investiu nos últimos seis anos, em média, 4,5% do faturamento
em Pesquisa & Desenvolvimento. Apesar de ter apresentado o menor valor histórico em 2019, o setor está
entre os que mais investem no desenvolvimento de novas tecnologias e produtos. Veja abaixo a evolução do
investimento em P & D desde 2015.

7,00%
5,00%
4,20%
3,60% 2,98%

2015 2016 2017 2018 2019

Observação: O resultado acima leva em consideração, além das empresas de Fertilizantes Especiais, as de
Condicionadores de Solo e Substratos para plantas.

106 107
 Variação dos Custos do Produto ORIGEM DAS MATÉRIAS PRIMAS
PARA FERTILIZANTES MINERAIS E
ORGANOMINERAIS (PARCELA MINERAL)
A Pesquisa Nacional capturou que 72% das empresas respondentes tiveram, no ano de 2019, aumento médio - A fabricação de Fertilizantes Minerais e dos
35% Matéria-prima
nos custos de produção de 5,67%. Na média, em todos os setores pesquisados as matérias primas continuam Fertilizantes Organominerais (parcela mineral) importada

sendo o principal componente do custo do produto. Veja no quadro a seguir a composição média dos custos. demanda a importação de grande parte de suas
matérias primas e aditivos. Veja no gráfico ao lado 65%
a origem das matérias primas componentes destes
produtos. Matéria-prima
Fertilizante
12,22% 12,00% 11,53% 64,25% nacional
Foliar

Orgânico 22,77% 6,31% 19,81% 51,11%

Geração de Empregos
Organomineral 12,42% 3,79% 11,83% 71,96%

A Pesquisa Nacional revelou que as empresas respondentes empregaram 17.807 pessoas no ano de 2019. Veja
no gráfico a seguir a distribuição por setores de atividade.

Custo fabril Embalagem Mão-de-obra Matéria-prima

2019 4% 17% 20% 58%

Origem das Matérias-Primas

Área técnica Administrativo Área comercial Produção

Os Fertilizantes Orgânicos, Organominerais e os Condicionadores de Solo fazem parte do importante processo de

aproveitamento dos resíduos sólidos, gerados nos mais diversos setores produtivos. Conheça a seguir a origem
das matérias primas para a fabricação destes fertilizantes e condicionadores.
Os Segmentos de Atuação das Empresas
A maioria das empresas respondentes da pesquisa atua em mais de uma categoria de produtos. Veja nos gráficos
abaixo o percentual de empresas por categoria, por modo de aplicação e por característica física dos produtos.

32,87%
% de Empresas por % de Empresas - Produto por % de Empresas - Produto por
26,14% Categoria de Produto Modo de Aplicação Característica Física

82% 78%
75%
15,41% 74%
14,70%
64%
53%
6,75%
3,50%
31% 31%
0,37% 0,25% 26%

8%
Resíduos Resíduos Extrativista Extrativista Resíduos Resíduos Resíduos Resíduos
Agropecuários Agropecuários Outros Turfa industriais industriais urbanos urbanos
Vegetal Animal Sobras e Lodo Restos de Lodo ETE
resíduos biológico alimentos
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Vi
108 109
 Portfólio de Produtos A Evolução do Mercado Brasileiro
de Fertilizantes Especiais em 2019
As empresas respondentes da pesquisa têm portfólio de produtos bastante diversificado. Nos gráficos a seguir
é possível avaliar a quantidade média de produtos destas empresas por categoria de produto e por modo de
aplicação. FATURAMENTO DO SETOR EM 2019 - O mercado de Fertilizantes Especiais em 2019 está estimado em
R$ 7,098 Bilhões, e apresentou um crescimento médio de 7,7% em relação ao ano de 2018. O maior
crescimento foi registrado na categoria de Fertilizantes Organominerais com 19,5% de crescimento em relação
Média de Produtos Minerais Média de Produtos Organominerais a 2018, seguidos pelos Fertilizantes Foliares – 6% e pelos Fertilizantes Orgânicos – 2,9%.
por Modo de Aplicação por Modo de Aplicação
Os diversos segmentos de produtos tiveram comportamentos distintos, impactados por fundamentos tão
30 diversos como aumento da taxa de adoção, taxa de câmbio com impacto nos custos de produção, aumento
11
dos custos com frete, adiamento de aquisição de insumos por parte dos produtores de grãos nos últimos
meses do ano (aguardando a definição dos entendimentos entre EUA e China), entre outros. E ainda que
o setor tenha sido impactado por questões conjunturais fora do seu controle, mais uma vez apresentou
18 crescimento superior à média dos demais segmentos de insumos agrícolas. Veja no gráfico a seguir a evolução
7
do faturamento do setor de Fertilizantes Especiais nos últimos 6 anos.
5
+6%

3 5,686
6 5,366
4
3 1
4,503
4,072
Via Via Via Via Via Via Via Via Via Via 3,656
Fertilizantes
Fertirrigação Foliar Hidroponia Semente Solo Fertirrigação Foliar Hidroponia Semente Solo
Foliares
+19,5%
3,115
1,087

Fertilizantes 0,910
Média de Produtos Orgânicos Organominerais
0,736 0,767 0,755
0,703
por Modo de Aplicação +2,9%

Fertilizantes
Orgânicos 0,315 0,324
0,230 0,275
0,202 0,214

9
8 Em bilhões de reais 2014 2015 2016 2017 2018 2019

VENDAS POR ESTADO - O Estado de São Paulo aparece como o maior consumidor de Fertilizantes Foliares
3 e de Fertilizantes Organominerais para Solo, respondendo por 25% das vendas. Goiás é o maior consumidor
1 de Fertilizantes Orgânicos para Solo respondendo por 42% do faturamento desta indústria. No gráfico abaixo é
possível comparar o consumo por estado, em cada segmento, em 2019.

Via Via Via Via

SP MT MG PR GO RS BA MS ES PE demais
Fertirrigação Foliar Semente Solo ESTADO estados

FERTILIZANTE FOLIAR 25% 16% 12% 10% 7% 7% 6% 5% 1% 2% 8%

ORGÂNICO PARA SOLO 33% 0% 14% 3% 42% 2% 1% 0% 3% 0% 1%

ORGANOMINERAL PARA SOLO 25% 4% 23% 19% 9% 3% 5% 5% 4% 0% 3%

110 111
 VENDAS POR CULTURA - A cultura da soja continua sendo a maior consumidora de Fertilizantes Foliares
e de Fertilizantes Organominerais para Solo. O Café aparece como o maior consumidor de Fertilizantes
Orgânicos para Solo. Veja no quadro a seguir o consumo de Fertilizantes Especiais por cultura, em 2019.

to
en
is
ta

am
em
en

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es
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ag
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CULTURA

ou

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ca

ar

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al

ci

le
fr
FERTILIZANTE
49,6% 9,2% 8,4% 8,2% 4,5% 4,3% 4,3% 3,8% 3,6% 1,8% 0,9% 0,7% 0,7% 0,1%
FOLIAR

ORGÂNICO
7,4% 2,9% 7,5% 29,4% 6,2% 0% 3,7% 7,0% 28,9% 0,1% 4,9% 0,2% 1,3% 0,4%
PARA SOLO

ORGANOMINERAL
30,2% 14,7% 12,0% 21,6% 3,0% 1,1% 4,1% 6,3% 1,3% 1,3% 1,1% 1,0% 1,2% 1,2%
PARA SOLO

VENDAS B2B - A “Pesquisa Nacional 2020” Vendas B2B por Categoria

também identificou o valor das vendas de
“produtos acabados” entre as empresas do setor. 16,68%
Veja no gráfico ao lado o percentual de venda
B2B, em cada categoria de produto.

4,91%
0,33%

Fertilizante Fertilizante Fertilizante

Foliar Orgânico Organomineral
para Solo para Solo

Novo Formato de Captura das

Informações de Mercado
É bastante comum no nosso segmento termos um único produto registrado para mais de uma forma de
aplicação (Ex.: Produto “X” registrado para aplicação Via Foliar, Via Fertirrigação e Via Hidroponia, no mesmo
registro). Até a edição passada a nossa pesquisa orientava os respondentes a informar o valor de venda
do produto no segmento de maior importância. Por esta razão as vendas de fertilizantes para aplicação via
sementes, via fertirrigação e via hidroponia vinham sendo consolidadas ao longo dos anos no segmento de
Fertilizantes Foliares.

112
 A partir das melhorias implementadas na “Pesquisa Nacional 2020”, entendendo a importância de monitorar
a evolução dos produtos nas suas diversas categorias, características físicas e modo de aplicação,
Vendas de Produtos
os respondentes foram orientados a informar as vendas considerando a maior segmentação possível. que Contém Aditivos
Desta forma, os dados que antes estavam consolidados no grupo “Fertilizantes Foliares” passaram a ser
apresentados conforme a sua categoria, caraterística física e modo de aplicação efetivos. E este será o novo
formato para a construção dos dados nas próximas edições da Pesquisa Nacional. Veja abaixo como ficou
Nesta edição da “Pesquisa Nacional 2020” solicitamos
distribuído o faturamento em 2019 neste novo formato.
às empresas participantes que indicassem o percentual
do seu faturamento com Extratos de Algas, Aminoácidos
PRODUTOS, POR MODO DE APLICAÇÃO: e Substâncias Húmicas e com produtos que contenham
algum destes ingredientes ativos. No caso de produto
Cultivo
nacional de
Vendas em 2019 - Produtos Vendas de Produtos Líquidos Vendas de Produtos Sólidos que contenha mais de um destes ingredientes ativos, os
por Modo de Aplicação por Modo de Aplicação por Modo de Aplicação participantes foram orientados a indicar o valor no grupo
(em bilhões de reais) (em bilhões de reais) (em bilhões de reais) do ingrediente predominante. Veja no quadro abaixo a

5.294 4.087
importância destes segmentos de produtos no faturamento
das indústrias de Fertilizantes Especiais.
algas marinhas
(%) Percentual das Vendas com Produtos
que Contém Aminoácidos, Extratos de Algas
e Substâncias Húmicas Puros ou como
Componentes da Formulação
1.207
1.088
0.668 31,81%
0.336 0.336 0.363
0.043 0.190 0.327 0.0005 0.203
0.044 0.009
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31,73%
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PRODUTOS, POR CATEGORIA:

Aplicação via folha Aplicação via solo

Vendas de Fertilizantes Minerais Vendas de Fertilizantes Vendas de Fertilizantes

por Modo de Aplicação Organominerais por Modo de Orgânicos por Modo de
(em bilhões de reais) Aplicação (em bilhões de reais) Aplicação (em bilhões de reais)
(%) Vendas de Produto para Aplicação Via
Foliar que Contém Aditivo Puro
4.767

2,21% -Extrato líquido de

macroalga marinha
0,91%
para tratamento de
0.470 0.578
0,56% sementes e
0.360 0.290 0.279
0.043 0.029 0.009 0.0001
0.231 0.056 0.036 0.001 aplicação foliar.
Aminoácido Extrato de Algas Substâncias Húmicas
www.bioalgas.com.br
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adm@bioalgas.com.br
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+55 44 99807-9596
114 Paraty-RJ
 (%) Venda de Produto para
Aplicação Via Foliar que Contém
(%) Vendas de Produto para
Aplicação Via Solo que Contém
(%) Venda de Produto para
Aplicação Via Solo que Contém
PARTE 3
Aditivo como Componente Aditivo Puro Aditivo como Componente O Mercado de Substratos para Plantas
18,13% 0,91% 19,63%

A indústria de Substratos para Plantas tem tido (%) Área Plantada a partir da
um papel fundamental no aumento de adoção Produção de Mudas

8,55% de genética de alto valor pelos agricultores. A CULTURA (%)

6,24% partir da racionalização do gasto de sementes por
0,20% ALFACE 95%
área plantada – viabilizada a partir do sistema de
2,58%
1,45% 0,07% produção de mudas, os agricultores passaram EUCALIPTO 100%
a ter acesso a cultivares com maior potencial
FLORES 100%
Aminoácidos Extrato de Substâncias Aminoácidos Extrato de Substâncias Aminoácidos Extrato de Substâncias genético e isto resultou em grandes avanços na
como Algas como Húmicas como Algas Húmicas Algas Húmicas
componente componente componente produtividade e na qualidade da produção. MELÃO 80%

PIMENTÃO 100%
O grande avanço na adoção do sistema de
produção de mudas a partir de substratos PINUS 95%

Expectativa de Crescimento em 2020 estabilizados e isentos de patógenos prejudiciais

TABACO 100%
às plantas se deu no início dos anos 1990
principalmente nas culturas da alface, do tomate TEMPEROS E CONDIMENTOS 80%
A Pesquisa Nacional 2020 teve seu início no final do mês de fevereiro/20 e tinha previsão de término em 30 de
industrial e de mercado fresco, do tabaco e das
abril. Neste intervalo fomos impactados pela pandemia do Covid-19, que teve como consequência a adoção TOMATE INDÚSTRIA 100%
florestais. Naquela época o segmento de flores já
de protocolos de isolamento pelas empresas do setor. Na prática, com profissionais trabalhando em regime de
era usuário desta tecnologia. TOMADE MERCADO FRESCO 100%
home office e com acesso restrito a determinadas informações que a pesquisa objetivava capturar, tivemos que
estender o processo até o início de junho. CAFÉ 35%
De lá para cá, os benefícios da produção de
mudas se tornaram cada vez mais evidentes e CITRUS 85%
Uma das perguntas formuladas para as empresas respondentes da pesquisa era sobre a expectativa de
crescimento para o ano de 2020 e ela foi respondida. No entanto, como a data de resposta das empresas muitas outras culturas passaram a ser cultivadas CULTIVO HIDROPÔNICO (VASOS) 100%
aconteceram em momentos diferentes – antes da pandemia e durante, entendemos que expressar as a partir deste sistema. Veja no quadro ao lado a
respostas sem nenhuma ponderação poderia nos levar a relatar uma informação imprecisa. CANA-DE-AÇÚCAR 5%
estimativa de adoção do sistema de produção de
mudas, por cultura
Podemos afirmar que a grande maioria das empresas respondentes, ainda que sob impacto da pandemia
reportaram otimismo e afirmaram que o ano deve ser de crescimento, considerando especialmente o
desenvolvimento da agricultura como um todo, e particularmente, o aumento crescente da adoção das As indústrias do setor têm priorizado seus investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento nas áreas de
tecnologias do setor pelos agricultores. sanidade e estabilidade do produto e na agregação de ingredientes que possibilitem a obtenção de mudas
fisiologicamente ativas, aptas a suportar cada vez melhor o estresse causado no transplante das mudas para a
Isto posto, e considerando que a Abisolo captura o “Índice de Confiança do Setor”, medindo a cada trimestre área de cultivo definitiva. Outra área que também recebe atenção e investimentos é a de matérias primas para
as expectativas dos executivos do setor sobre vários fundamentos, inclusive de expectativa de crescimento
a produção dos substratos. Hoje é possível desenvolver substratos a partir de matérias primas de diversas
das vendas, entendemos ser mais correto informar o resultado da medição de julho deste Índice, que
origens, disponibilizando produtos que atendem aos mais diversos níveis de tecnologia adotados pelos
certamente leva em consideração a conjuntura atual.
agricultores.

O resultado da nova medição do Índice de Confiança Abisolo será divulgado no início do mês de Agosto/20.
Fique atento aos nossos canais de comunicação.

116 117
 Veja no quadro abaixo as principais matérias-primas utilizadas pelo setor. A maioria das indústrias produtoras e empresas importadoras está localizada nos Estados de São Paulo, Rio
Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Veja no quadro abaixo a localização das indústrias/importadores.

(%) Matérias-Primas

MATÉRIA-PRIMA (%) ESTADO Quantidade

CASCA DE PINUS COMPOSTADA 41% SÃO PAULO 24

CASCA DE COCO 34% RIO GRANDE DO SUL 5

TURFA DE SPHAGNUM 25% MINAS GERAIS 2

PARANÁ 6

SANTA CATARINA 6
O sistema de distribuição de substratos para plantas é bastante diverso em relação aos demais insumos para a
RIO DE JANEIRO 1
produção agrícola, especialmente em função da atuação direta das indústrias junto às empresas de produção
de mudas. Veja no gráfico abaixo o mix de distribuição dos produtos desta indústria. PARÁ 1

(%) Vendas da Indústria

TIPOS DE CLIENTES (%)

Estima-se que o volume total de substratos para plantas comercializado no Brasil no ano de 2019 apresentou
VIVEIROS/PRODUTORES DE MUDAS 49% um crescimento de 3% em relação ao ano anterior. Veja no gráfico abaixo a evolução em relação ao ano de
2018.
REVENDAS E COOPERATIVAS 51%

Vendas em Volume

O setor é composto por empresas produtoras e Estabelecimentos Registrados (mil metros cúbicos)

importadoras. Veja no quadro ao lado a quantidade

de estabelecimentos registrados no MAPA, por
7
atividade. 550,0

Produtores

533,3

38
Importadores

2018 2019

118 119
 A Evolução do Faturamento do Os condicionadores de solo serão classificados de acordo com as matérias-primas, em:

Setor de Substratos para Plantas
As vendas de substratos para plantas no Brasil no ano de 2018 foram estimadas em R$ 236 Milhões. A partir
da nova parametrização realizada este ano, especialmente em relação aos players deste mercado, percebemos
que informações relativas a fornecedores de matéria prima para esta indústria podem ter sido capturadas na
edição 2019.
Feitos os devidos ajustes, o mercado de substratos para plantas em 2019 está estimado em R$ 220 Milhões,
apresentando um crescimento de 7% em relação ao ano anterior.
I - CLASSE A: produto que em sua fabricação utiliza matéria-prima de origem vegetal, animal ou de
processamentos da agroindústria, onde não sejam utilizados no processo o sódio (Na+), metais pesados,
elementos ou compostos orgânicos sintéticos potencialmente tóxicos; Liberados para uso em hortaliças,
pomares, jardins e não há a necessidade de uso de luvas e máscaras na aplicação. Produto indicado para
plantio de hortaliças, pomares, plantas ornamentais, flores e jardins.
II - CLASSE B: produto que em sua fabricação utiliza matéria-prima oriunda de processamento da atividade
industrial ou da agroindústria onde o sódio (Na+), metais pesados, elementos ou compostos orgânicos
sintéticos potencialmente tóxicos são utilizados no processo; Produtos proibidos para uso em hortaliças e
pomares, devendo-se utilizar Equipamento de Proteção Individual (luvas, avental, óculos, chapéu e máscaras)
na sua aplicação.

PARTE 4
III - CLASSE C: produto que em sua fabricação utiliza qualquer quantidade de matéria-prima oriunda de
Condicionadores de Solo lixo domiciliar, resultando em produto de utilização segura na agricultura; Produtos proibidos para uso em
hortaliças e pomares, devendo-se utilizar Equipamento de Proteção Individual (luvas, avental, óculos, chapéu
e máscaras) na sua aplicação. Os produtos desta classe só poderão ser comercializados para consumidores
Conforme exposto no início deste capítulo, toda a base de dados e os parâmetros para a construção da
finais, mediante recomendação técnica firmada por engenheiro agrônomo ou florestal.
Pesquisa Nacional 2020 foram revistos. Além de adequar a base, nosso objetivo também foi o de limitar o
escopo da pesquisa aos produtos da indústria representada pela nossa entidade. Sendo assim a partir desta
IV - CLASSE D: produto que em sua fabricação utiliza qualquer quantidade de matéria-prima oriunda do
edição, somente os Condicionadores de Solo enquadrados nas Classes “A”, “B”, “C”, “D” e “F” serão objeto de
tratamento de despejos sanitários, resultando em produto de utilização segura na agricultura; Aplicação
estudo.
somente com equipamentos mecanizados (aplicação de calcário e gesso em profundidade). Durante o
manuseio e aplicação, deverão ser utilizados Equipamentos de Proteção individual (EPI). Uso proibido em
Para que o leitor tenha maior clareza sobre o enquadramento dos produtos, vejam a seguir as definições:
pastagens e cultivo de olerícolas (hortaliças), tubérculos, raízes e culturas inundadas (arroz), bem como as
demais culturas que a parte comestível entre em contato com o solo. Os produtos desta classe só poderão ser
DECRETO 4.954/2004
comercializados para consumidores finais, mediante recomendação técnica firmada por engenheiro agrônomo
ou florestal.
Art. 2º Para os fins deste Regulamento, considera-se:
IV - corretivo - produto de natureza inorgânica, orgânica ou ambas, usado para melhorar as propriedades
V - CLASSE E: produto que em sua fabricação utiliza exclusivamente matéria-prima de origem mineral ou
físicas, químicas e biológicas do solo, isoladas ou cumulativamente, não tendo em conta seu valor como
química; e
fertilizante, além de não produzir característica prejudicial ao solo e aos vegetais, assim subdividido: (Redação
dada pelo Decreto 8384/2014 abaixo).
VI - CLASSE F: produto que em sua fabricação utiliza em qualquer proporção a mistura de matérias-primas
a) Corretivo de acidez: produto que promove a correção da acidez do solo, além de
dos produtos das Classes A e E, respectivamente dos incisos I e V deste artigo
fornecer cálcio, magnésio ou ambos;
b) Corretivo de alcalinidade: produto que promove a redução da alcalinidade do solo;
Em função do exposto acima, trataremos a seguir do primeiro estudo de mercado, com foco exclusivo no
c) Corretivo de sodicidade: produto que promove a redução da saturação de sódio no solo;
segmento de Condicionadores de Solo das Classes “A”, “B”, “C”, “D” e “F”.
d) Condicionador do solo: produto que promove a melhoria das propriedades físicas, físico-
químicas ou atividade biológica do solo;

Também foram consideradas as classificações de cada tipo de condicionador de solo, de acordo com a
Instrução Normativa (IN) 25/2009 e 35/2006, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA),
Seção V. Art. 6º

120 121
 As Empresas do Setor
Estão registrados no MAPA 45 estabelecimentos
produtores e importadores de condicionadores de
solo. Veja no gráfico ao lado, por atividade.
PARTE 5
Agradecimentos e Considerações Finais
Estabelecimentos Registrados
Agradecemos a contribuição de todos os envolvidos neste projeto de Inteligência de Mercado, a começar pelo
5 Conselho Deliberativo da Abisolo, que apoiou todas as mudanças propostas, compreendendo que este novo
formato é o início da construção de novas e melhores informações.

Produtores

Fica aqui o nosso reconhecimento pelo empenho de toda a Equipe Abisolo, que contribuiu cada um com sua
expertise para a consolidação da pesquisa, à Spark Inteligência Estratégica, em particular à Tamy de Paula,
que coordenou o projeto e teve o cuidado de compreender todas a nuances que envolvem o nosso setor e
40
Importadores de revisar todos os pontos de dúvida para poder entregar o melhor resultado possível e especialmente às
empresas que se dispuseram a responder à pesquisa – associadas e não associadas. Sem elas este trabalho
jamais seria possível.

E por fim, queremos convidar a todas as empresas do setor que não participaram da edição deste ano da
Pesquisa Nacional para participar da próxima edição. Somente com a participação maciça das empresas do
A maioria das empresas está sediada na região Centro-Sul do Brasil. Veja abaixo a localização.
setor conseguiremos construir informações cada vez mais relevantes e confiáveis, que possibilitarão a tomada
de decisões cada vez mais assertivas.
ESTADO SP PR SC RS MG GO RN CE

19 12 4 3 4 1 1 1
Reiteramos que todas as críticas e sugestões sobre este trabalho serão muito bem vindas.
QUANTIDADE

Obrigado a todos.
Equipe Abisolo.

O Faturamento do Setor de
Condicionadores de Solo

Estima-se que em 2019 o faturamento do setor foi de R$ 90,7 Milhões.

Em geral, as empresas que atuam neste segmento de produto também atuam na produção de Fertilizantes
Orgânicos para Solo Sólidos, visto que as matérias primas e os processos produtivos dos dois segmentos
são praticamente os mesmos, diferenciando-se apenas os padrões mínimos de qualidade preconizados na
legislação.

A partir do próximo ano iremos considerar a possibilidade de reportar as informações dos dois segmentos em
um só relatório, apresentando se possível, novas informações.

122 123
 Capítulo

5
Guia de Mercado
 A
ASSOCIADO
ABISOLO

Como consultar o Guia de Mercado? AGRIVALLE

AGRIVALLE BRASIL IND E COM DE PROD AGRIC
www.agrivalle.com.br/
(11) 4028-6437
Em sua 6ª Edição, o Guia de Mercado Abisolo é uma valiosa fonte de consulta, composto por empresas
Av. Tranquili Giannini, 1090 - Salto/SP
produtoras e importadoras da Indústria de Tecnologia em Nutrição Vegetal que participaram da pesquisa de
mercado, as empresas associadas Abisolo e os anunciantes. ASSOCIADO
ABISOLO
ABSOLUTA FERTILIZANTES
ASSOCIADO
J C MESCHINI ADUBOS E FERTILIZANTES EIRELI ABISOLO

(17) 99157-3511

GUIA DE MERCADO absolutafertil.com.br

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www.agrocete.com
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BIOPLANT MISTURADORA AGRICOLA LTDA 1 ASSOCIADO
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Fertilizantes especiais
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1. Os dados das empresas do setor de Tecnologia ASSOCIADO
ABISOLO
ASSOCIADO Fertilizantes Especiais AGROCOMERCIAL WISER
ABISOLO
em Nutrição Vegetal você encontra aqui por ordem
AGROCOMERCIAL WISER LTDA
alfabética.
BRANDT DO BRASIL www.agrowiser.com.br/
BRANDT SOLUCOES EM AGRICULTURA LTDA
(11) 4044-4300
https://brandtbrasil.com
2. As empresas com destaque especial no Guia de R. Guaicurus, 320 - Diadema/SP
(43) 3345-2323
R. Ulrico Zuinglio, 43 - Londrina/PR
Fertilizantes Especiais
2 Mercado são anunciantes do Anuário. ASSOCIADO
ABISOLO

3. Empresas com este selo são associadas da AGRICHEM DO BRASIL ASSOCIADO

ABISOLO
Abisolo. Confira como obter o seu no site da AGRICHEM DO BRASIL S.A. AGROCP
ASSOCIADO Associação! www.agrichem.com.br/ AGROCP INDUSTRIA E COMERCIO DE
ABISOLO R. Professor Antônio Palocci, 280 FERTILIZANTES LTDA

3
BRASOXIDOS - Ribeirão Preto/SP agrocp.agr.br/site/
BRASOXIDOS INDUSTRIA QUIMICA LTDA
Fertilizantes Especiais e Matérias-primas (35) 3265-3227
www.brasoxidos.com.br/
(11) 4546-8080 Av. Caio de Brito, 1.505 - Três Pontas/MG
Av. Papa João XXIII, 2.880 - Mauá/SP

ASSOCIADO
ABISOLO
AGRINOS DO BRASIL
AGRINOS DO BRASIL FERTIL. BIOLOGICOS LTDA AGRODUBO
https://br.agrinos.com/
NÃO ENCONTROU SUA EMPRESA? (11) 2424-8600
AGRODUBO - ADUBOS E FERTILIZANTES LTDA
www.agroadubo.com.br/
DESEJA ATUALIZAR SUAS INFORMAÇÕES? Av. Andromeda, 885 - Barueri/SP (17) 3363-7897
Av. Engenheiro Camilo Dinuci, 5.527
- Araraquara/SP
Envie seus dados atualizados por e-mail: Fertilizantes Especiais e Organominerais
contato@abisolo.com.br para Solo

126 127
 ASSOCIADO
ABISOLO
BALLAGRO
BALLAGRO AGRO TECNOLOGIA LTDA
AGROMETRIKA ALLTECH DO BRASIL ASSOCIADO AMVAC DO BRASIL www.ballagro.com.br
ABISOLO
AGROMETRIKA SISTEMAS E SERVIÇOS DE IMPROCROP DO BRASIL LTDA DEFENSIVE IND COM REPRES COML LTDA (11) 4217-1201
GESTÃO DE CRÉDITO LTDA www.alltech.com/br/ amvacdobrasil.com.br Est. Mun. Carlos Gebim, 2.355 - Bom Jesus dos
www.agrometrika.com.br/ (44) 3123-9500 (16) 3204-1176 Perdões/SP
(19) 3030-3290 Av. Advogado H. Raccanello Filho, 4.660 - Maringá/PR Av. Jaime Riveiro, 490A - Jaboticabal/SP Fertilizantes Especiais, Orgânico para Solo e
Av. Benedito Storani, 1425 - Vinhedo/SP Fertilizantes Especiais, Organominerais para Organominerais para Solo
Serviços Solo e Matérias-prima

ASSOCIADO
ABISOLO
APEX AGRO
APEX AGRO COMERCIO DE INSUMOS BASE
AGROPLANTA AGRICOLAS LTDA BASE INDUSTRIA E COMERCIO DE
AGROPLANTA FERTILIZANTES E INOV. LTDA www.apexagro.com.br FERTILIZANTES LTDA
agroplanta.com.br (19) 3869-2898 www.basefertilizantes.com.br/
(16) 3660-6500 R. Dr. José Pagano Brundo, 274 - Valinhos/SP (31) 3892-4967
Rod. Candido Portinari - Batatais/SP ALTERNATIVA AGRICOLA R J Esquina com a Rua F, 71
Fertilizantes Especiais, Organominerais para ALTERNATIVA AGRICOLA E INDUSTRIAL LTDA - Primavera do Leste/MT
Solo, Condicionadores de Solo, Minerais www.alternativaagricola.com.br Fertilizantes Especiais, Minerais
Hidrossolúveis e Matérias-primas (19) 3861-6300 Hidrossolúveis e Matérias-primas
Av. Eng. Ronaldo Algodoal Guedes Pereira, 315 - ASSOCIADO
ABISOLO
Mogi Guaçu/SP
Fertilizantes Especiais
ASSOCIADO ASSOCIADO
ABISOLO
ABISOLO
AQUA DO BRASIL BAUMINAS
AGROTECHNICA
AQUA DO BRASIL IND COM IMP E EXP LTDA BAUMINAS QUIMICA S/A
AGROTECHNICA IND. E COM.
www.aquadobrasil.com.br/ www.bauminas.com.br/
DE FERTILIZANTES LTDA
ALTERNATIVA RURAL (11) 4021-0838 (19) 3755-4040
www.agrotechnica.com.br/
ALTERNATIVA RURAL LTDA ME R. Jornal do Povo, 42 - Salto/SP Av. Cambacica, 520 - Campinas/SP
(19) 3500-4210
(27) 3765-0599 Fertilizantes Especiais e Matérias-primas
R. Mafalda Barnabé Soliane, 414 - Indaiatuba/SP
Fertilizantes Especiais Av. Agenor Luís Heringer - Pinheiros/ES
Fertilizantes Especiais, Orgânico para Solo,
Organominerais para Solo, Condicionadores
de Solo, Substrato para Plantas e Minerais

B
ASSOCIADO
ABISOLO Hidrossolúveis
AJINOMOTO DO BRASIL
AJINOMOTO DO BRASIL IND E COM DE A. LTDA
www.ajinomoto.com.br/ BIO ALGAS
(11) 5080-6700 ASSOCIADO BIO ALGAS LTDA
ABISOLO

R. Vergueiro, 1.737 - São Paulo/SP AMAZON AGROSCIENCES bioalgas.com.br/

AMAZON AGROSCIENCES LTDA (44) 99807-9596
B&G FLORES
amazonfertilizantes.com.br/ Ilha Araujo, S/N - Paraty/RJ
B&G FLORES LTDA
(16) 3415-7970
ASSOCIADO www.begflores.com.br/
ABISOLO Av. Italo Paino, 170 - São Carlos/SP
ALLPLANT Av. Mar. Castelo Branco, 555 - Viçosa/MG
ALLPLANT IND E COM DE FERTILIZANTES LTDA Fertilizantes Especiais e Orgânico para Solo
allplant.com.br/
(17) 3323-8393
Av. Mario de Oliveira, 800 - Barretos/SP

128 129
 C
ASSOCIADO
ABISOLO
BIO OLEO BIOMAR COMERCIAL AGRICOLA GERVASONI
BIOOLEO INDUSTRIAL E COMERCIAL S/A BIOMAR PRODUTOS QUIMICOS LTDA ME COMERCIAL AGRICOLA GERVASONI LTDA
www.biooleobahia.com.br/ www.biomarfert.com.br/ www.rudan.com.br/
(75) 2101-4999 (14) 3491-2025 (54) 3462-1753
Av. Dep. Luis E. Magalhães, S/N - Feira de Santana/BA R. Estados Unidos, 1730 - Tupã/SP R. Buarque de Macedo, 200, Pav. 2 - Garibaldi/RS
ASSOCIADO
Fertilizantes Especiais ABISOLO
Fertilizantes Especiais
CAROLINA SOIL
CAROLINA SOIL DO BRASIL LTDA
R. Victor Baumhardt, 1.865 - Santa Cruz do Sul/RS

BIOAGRO
BIOPLANT ASSOCIADO
BIOAGRO IND. E COM. AGROPEC. LTDA ABISOLO

BIOPLANT MISTURADORA AGRICOLA LTDA

www.bioagrobr.com.br/ CEMA
www.bioplant.com.br/
(41) 3642-1299 CEMA IND COM PRODS BIOLOGICOS LTDA COMPASS MINERALS
(34) 3356-0738
R. Antônio C. Nascimento, 6964 - Araucária/RS www.cema.bio.br COMPASS MINERALS AMERICA DO SUL IND E
Av. José Antônio Pereira, 187 - Nova Ponte/MG
(54) 3217-7126 COM S/A
R. Jacob Susin, 1.680 - Caxias do Sul/RS compassminerals.com.br/
Fertilizantes Especiais e Organominerais para Solo (11) 3016-9600

ASSOCIADO
Av. Paulista, 1754 - 3º andar - São Paulo/SP
ABISOLO
Fertilizantes Especiais, Minerais
BIOCROSS ASSOCIADO
ABISOLO
Hidrossolúveis e Matérias-primas
BIOCROSS DO BRASIL FERTILIZANTES LTDA
biocross.com.br/ BRANDT DO BRASIL ASSOCIADO
ABISOLO
(16) 3242-3226 BRANDT SOLUCOES EM AGRICULTURA LTDA
R. Manoel Fernandes, 170 - Monte Alto/SP https://brandtbrasil.com
COMPFERTIL
(43) 3345-2323 CJ DO BRASIL
COMPFERTIL IND. E COM. DE COMPOSTOS
R. Ulrico Zuinglio, 43 - Londrina/PR CJ DO BRASIL IND E COM DE PROD. ALIM.
ORGANICOS LTDA
Fertilizantes Especiais www.cjbio.net/
(19) 3421-0157
(11) 3717-8700
ASSOCIADO R. Alberto Coral, 4.270 - Est. do Meio, Km 7 -
ABISOLO Av. Eng. Luís Carlos Berrini, 105 - São Paulo/SP
BIOFERTEC Piracicaba/SP
Fertilizantes Especiais, Organominerais para
TECNOLOGIA FERTILIZANTES ORG BIOL LTDA ASSOCIADO Condicionadores de Solo
ABISOLO Solo e Matérias-primas
www.biofertec.com.br BRASOXIDOS
(19) 3872-1280 BRASOXIDOS INDUSTRIA QUIMICA LTDA
R. Thomaz Antonio Gonzaga, 25 - Valinhos/SP www.brasoxidos.com.br/

D
Orgânico para Solo e Organominerais para Solo (11) 4546-8080 ASSOCIADO
ABISOLO

Av. Papa João XXIII, 2.880 - Mauá/SP CJ SELECTA

CJ SELECTA S/A
www.selecta.com.br/
(62) 3239-6000
ASSOCIADO
ABISOLO
Rod. MG 029, Km 2,6 - Araguari/MG
BIOLCHIM DO BRASIL ASSOCIADO
ABISOLO DAYMSA DO BRASIL
BIOLCHIM DO BRASIL IM COM LTDA DAYMSA DO BRASIL COM. INS. AGRIC. LTDA
www.biolchim.com.br/biolchim/ BRENNTAG
www.daymsa.com
BRENNTAG QUIMICA BRASIL LTDA COFERTIL
(11) 2589-9335 (19) 3936-2665
www.brenntag.com COFERTIL IND. E COM. DE FERTILIZANTES LTDA
Av. Irai, 79 - São Paulo/SP R. Alberto Guizo, 592 - Indaiatuba/SP
(11) 2489-4151 cofertil.com.br/
Fertilizantes Especiais, Organominerais para
R. Roberto Venturole, 1.333 - Guarulhos/SP (75) 3638-2128
Solo e Matérias-primas
Fertilizantes Especiais e Matérias-primas Est. Gov. Magabeira - Gravatá 1 - Km 1 - Mangabeira/BA
Orgânico para Solo e Organominerais para Solo

130 131
 ASSOCIADO ASSOCIADO ASSOCIADO
ABISOLO ABISOLO ABISOLO

ASSOCIADO EPA QUIMICA FERTIFER FORQUIMICA AGROCIÊNCIA

ABISOLO
EPA QUIMICA LTDA FERTIFER IMPORTADORA E EXPORTADORA DE FORQUIMICA AGROCIENCIA LTDA
www.epaquimica.com.br/ PRODUTOS GERAIS LTDA www.forquimica.com.br/
DE SANGOSSE (11) 2136-8000 www.fertifer.com/ (43) 3436-8350
DE SANGOSSE AGROQUIMICA LTDA Av. João Fernandes G. Molina, 512 - Jundiaí/SP (11) 4375-3955 Av. Brasil, 2.420 - Cambira/PR
www.desangosse.com.br/ Al. Rio Negro, 1.084 - Barueri/SP
(43) 3178-1930
Av. Ricardo E. Mendes Borges, 5.800 - Ibipora/PR ASSOCIADO
ABISOLO
Fertilizantes Especiais e Organominerais para Solo EUROFORTE
ASSOCIADO
ABISOLO

EUROFORTE AGROCIENCIAS LTDA

FERTIGATTO FERTILIZANTES FORTGREEN
www.euroforte.com.br/
FERTIGATTO FERTILIZANTES LTDA EPP FORTGREEN COMERCIAL AGRICOLA LTDA
(34) 3313-9121
fertigatto.com.br/ www.fortgreen.com.br

E
Av. Um, 181 - Uberaba/MG
(45) 3277-1936 (44) 3127-2700
Fertilizantes Especiais
Rod. PR 317, Km 04 - Toledo/PR Rua Curitiba - Paiçandu/PR
Fertilizantes Especiais, Orgânico para Solo e Fertilizantes Especiais

F
Matérias-primas

ASSOCIADO
ABISOLO
ASSOCIADO
ECOMARK ABISOLO
FORTH JARDIM
ECOMARK INDUSTRIA E COMERCIO DE ASSOCIADO
ABISOLO EVERALDO JUNIOR ELLER EIRELI
FERTILIZANTES ESPECIAIS LTDA FERTILAQUA
ASSOCIADO
forthjardim.com.br/
ecomark.com.br/ ABISOLO
QUALYQUIMICA INDUSTRIA E COMERCIO DE
FAST AGRO (15) 3282-3444
(19) 3825-3355 PRODUTOS QUIMICOS S/A
FERTILIZANTES CELERE LTDA Rod. Antonio R. Schincariol, Km 92 - Cerquilho/SP
Rod. do Açúcar - SP 308, Km 108 - Elias Fausto/SP https://fertilaqua.com/
www.fastagro.com.br/
(66) 3422-0422 (19) 2516-8700
Anel Viário Conrado Sales Brito, 639 - Av. Presidente Kennedy, 1.386 - Indaiatuba/SP
Rondonópolis/MT FUNDAÇÃO PARA PROTEÇÃO
Fertilizantes Especiais AMBIENTAL DE SANTA CRUZ DO SUL
ECOSEED
FUNDAÇÃO P/ PROTEÇÃO AMBIENTAL DE STA
ECOSEED FERTILIZANTES S/A
ASSOCIADO CRUZ DO SUL
www.natufert.com.br/ ABISOLO
FERTILIZANTES HERINGER www.fupasc.com.br/
(28) 99952-6497
FECUNDA FERTILIZANTES FERTILIZANTES HERINGER S/A (51) 99681-4254
Córrego São José, S/N - Ibatiba/ES
FECUNDA FERTILIZANTES LTDA www.heringer.com.br/ Rod. BR 471, Km 157 - Santa Cruz do Sul/RS
Fertilizantes Especiais, Orgânico para Solo,
www.fecunda.com.br (19) 3322-2200 Orgânico para Solo
Organominerais para Solo e Condicionadores
(16) 3761-5066 Av. Irene Karcher, 620 - Paulínia/SP
de Solo

G
Av. Vereador Roberto P. Marques, 285 - Batatais/SP
Fertilizantes Especiais, Orgânico para Solo,
Organominerais para Solo, Condicionadores
ASSOCIADO
ABISOLO de Solo e Matérias-primas ASSOCIADO
ABISOLO
ECOSOLUÇÃO FLOEMA NUTRICAO VEGETAL
ECOSOLUCAO AGROCIENCIAS E SOLUCOES FLOEMA NUTRICAO VEGETAL LTDA
AMBIENTAIS LTDA www.floemavegetal.com.br GENFERTIL
ASSOCIADO
(19) 3896-3117 ABISOLO
(34) 3831-8626 GENFERTIL IND.COM FERT. ORGANICOS LTDA
FENIX AGRO
Rod. Oscar Pereira Dias, Km 2,5 - Santo Antônio Av. Juscelino Kubitschek - Patrocinio/MG www.genfertil.com.br
FENIX AGRO PECUS INDUSTRIAL LTDA
de Posse/SP Fertilizantes Especiais e Organominerais para Solo (19) 3022-2959
www.quimifol.com.br/
(15) 3285-5120 Rod. Adhemar P. de Barros - KM 153 - Mogi Mirim/SP
Rod. Cornelio Pires, SP 125 - Mineiros do Tietê/SP Orgânico para Solo

132 133
 ASSOCIADO

H
ABISOLO
ASSOCIADO HOLAMGROW INNOVAK DO BRASIL
ABISOLO
HOLAMGROW COM. E BENEF. DE FIBRAS INNOVAK DO BRASIL PROD. AGRICOLAS LTDA
VEGETAIS LTDA-ME www.innovakglobal.com/br/
www.holamgrow.com.br (19) 3816-3600
GIRO AGRO
(19) 3802- 4530 R. das Castanheiras, 200 - Hortolândia/SP
GIRO PRODUTOS AGRICOLAS LTDA
Rod. SP 107, Km 30,5 - Holambra/SP
giroagro.com.br/
Condicionadores de Solo, Substrato para
(35) 3295-6816 ASSOCIADO
ABISOLO Plantas e Matérias-primas
Av. Edson Resende Silva, 166 - Machado/MG

I
ASSOCIADO
ABISOLO

HAIFA
HAIFA QUÍMICA DO BRASIL LTDA
ASSOCIADO INQUIMA
ABISOLO www.haifa-group.com
GLOBAL CROPS INQUIMA LTDA
(11) 3057-1239
GLOBAL CROPS IND COM PROD AGRIC LTDA www.inquima.com.br/
R. Leoncio de Carvalho, 234, Cj. 71 - São Paulo/SP
www.globalcrops.com.br/ ASSOCIADO
(43) 3174-4800
Fertilizantes Especiais, Minerais ABISOLO

(71) 98868-2211 IBRA Rod. Melo Peixoto - Cambé/PR

Hidrossolúveis e Matérias-primas
R. Clemerson da Fonte, 42 - Lauro Freitas/BA IBRA - INST BRAS ANALISES QUIM FISICAS E
BIOLOG
www.ibra.com.br/
(19) 99204-6377
HERBOTEC DO BRASIL R. Amazonas, 220 - Sumaré/SP INTERCUF
ASSOCIADO
ABISOLO HERBOTEC DO BRASIL LTDA INTERCUF INDUSTRIA E COMERCIO LTDA
GOFERT herbotecbr.com.br/ www.intercuf.com.br
GOFERT IND COM REP INS. AGROPEC LTDA (11) 3625-1355 (19) 99838-3105
ASSOCIADO
grupoifb.com.br/ Rod. Lix da Cunha, SP-73 - Campinas-SP
R. Lauro Müller, 370 - São Paulo/SP ABISOLO

(62) 3273-8181 ICASA

Fertilizantes Especiais Fertilizantes Especiais e Condicionadores de Solo
Rod. GO 080 - Faz. Capivara, Km 22 - Neropolis/GO INST CAMPINEIRO ANAL SOLO E ADUBO LTDA
www.icasa-lab.com.br/
(19) 3744-3522
ASSOCIADO
R. Prof. Reine Germana Cazes, 20 - Campinas/SP
ABISOLO ASSOCIADO
ABISOLO
HEXION ISATEC
HEXION QUIMICA DO BRASIL LTDA ISATEC PESQUISA, DESENV. E ANALISES
www.hexion.com/pt-br QUIMICAS LTDA
ASSOCIADO
(41) 3212-1600 ABISOLO
(53) 3035-9900
ICL BRASIL
R. Cyro Correia Pereira, 2.525 - Curitiba/PR Av. Santos Dumont, 191 - Rio Grande/RS
GRUPO VITTIA ICL BRASIL LTDA
VITTIA FERTILIZANTES E BIOLOGICOS LTDA www.iclbrasil.com.br/
www.vittia.com.br (11) 2155-4500
(16) 3810-8000 ASSOCIADO
R. George Ohm, 230 - São Paulo/SP
ABISOLO
Av. Marginal Esq., 2.000 - São Joaquim da Barra/SP HINOVE AGROCIENCIA
ASSOCIADO
ABISOLO
Fertilizantes Especiais, Organominerais para HINOVE AGROCIENCIA FERTILIZANTES LTDA ITALE FERTILIZANTES
Solo, Condicionadores de Solo, Minerais www.hinove.com ITALE INDUSTRIA E COMERCIO LTDA
ASSOCIADO
Hidrossolúveis e Matérias-primas (16) 3322-7481
ABISOLO www.itale.com.br/
INNOVA
R. Lilia Eberle Lupo, 200B - Araraquara/SP (19) 3829-8811
INNOVA LTDA EPP
Fertilizantes Especiais, Minerais R. Dr. Alfredo Zacarias, 1.040 - Valinhos/SP
http://innovaagro.com.br/
Hidrossolúveis e Matérias-primas Orgânico para Solo e Organominerais para Solo
(45) 3522-3309
Av. Perimetral Leste, 7.033 - Foz do Iguaçu/PR

134 135
 ASSOCIADO ASSOCIADO

J
ABISOLO ABISOLO
LITHO PLANT MASTER AGRO MICROQUIMICA TRADECORP
LITHO PLANT INDUSTRIA E COM. DE MASTER AGRO PRODUTOS AGRICOLAS LTDA TRADECORP DO BRASIL COM IND AGRIC LTDA
FERTILIZANTES LTDA www.masteragro.com.br/ microquimicatradecorp.com/
www.lithoplant.com.br/ (14) 3733-7876 (19) 2137-8100
(27) 3373-8355 Av. Donguinha Mercadante, 2.880 - Avaré/SP R. Eduardo Edargê Badaró, 430 - Campinas/SP
ASSOCIADO
ABISOLO
Rod. BR 101, Km 137,5 - Linhares/ES Fertilizantes Especiais Fertilizantes Especiais
JUMA-AGRO
Fertilizantes Especiais, Organominerais para
JUMA-AGRO INDUSTRIA E COMERCIO LTDA
Solo e Minerais Hidrossolúveis
juma-agro.com.br/
(19) 3891-6415 ASSOCIADO
ABISOLO
Av. Victor Acierini, 2.370 - Mogi Guaçu/SP MICROXISTO
ASSOCIADO TERRA NOSSA IND COM IMP EXP FERT LTDA
ABISOLO
LUPA SUBSTRATOS www.microxisto.com.br

K
LUPA IND COM FERT ORGANICOS LTDA (42) 3532-3631
lupasubstratos.com.br/ MCASSAB R. João Bettega - São Mateus do Sul/PR
(43) 3535-1427 Grupo Mcassab
Rod. PR 151, Km 23 - Serrana/PR www.mcassab.com.br/
(11) 2162-7788
ASSOCIADO Av. das Nações Unidas, 20.882 - São Paulo/SP
ABISOLO
KATRIUM
KATRIUM INDUSTRIAS QUIMICAS SA ASSOCIADO
ABISOLO

www.katrium.com.br/ LUXEMBOURG BRASIL

MK2R
(21) 2472-9060 LUXEMBOURG BRASIL COMERCIO DE ASSOCIADO
ABISOLO
MK2R CONSULTORIA E ASSESSORIA
PRODUTOS QUIMICOS LTDA METALLOYS & CHEMICALS
R. Nelsom da Silva, 288 - Rio de Janeiro/RJ http://mk2r.com.br/
www.luxembourg.com.br METALLOYS & CHEMICALS COMERCIAL LTDA
Fertilizantes Especiais e Matérias-primas (19) 99967-0070
(11) 5049-1591 www.mcgroupnet.com.br/
R. Prudente de Moraes, 1.395 - Piracicaba/SP
Av. Iraí, 79a - São Paulo/SP (11) 4615-5150
Fertilizantes Especiais R. Santa Monica, 600 - Cotia/SP
ASSOCIADO
ABISOLO
KIMBERLIT ASSOCIADO
ABISOLO
INDUSTRIA QUIMICA KIMBERLIT LTDA ML BIORGANICO

M
www.kimberlit.com/ ML BIORGANICO LTDA
MICRO-BIO
(17) 3279-1500 mlbiorganico.com.br/
MICRO-BIO SOLUÇÕES AMBIENTAIS LTDA ME
Rod. Assis Chateaubriand - Barretos/SP (16) 3637-4088
www.microbio.ind.br
Fertilizantes Especiais, Organominerais para R. Maestro J. Rangel, 409 - Ribeirão Preto/SP
(19) 98111-8442
Solo e Condicionadores de Solo
R. Prof. Jose A. Saes, 359 - Santa Barbara D’Oeste/SP
Fertilizantes Especiais e Orgânico para Solo
ASSOCIADO
ABISOLO

L
MACROBIO
MACROBIO COM INS AGRIC LTDA MONDIAL INDUSTRIA DE FERTILIZANTES
www.macrobio.com.br/ MONDIAL INDUSTRIA DE FERTILIZANTES LTDA
ASSOCIADO

(45) 3565-8500
ABISOLO
www.mondialfertilizantes.com.br/
MICROMIX PLANT HEALTH
Av. Iguaçu,11, Sl. 02 - São Miguel do Iguaçu/PR (55) 3326-4316
MICROMIX PLANT HEALTH FERTILIZANTES DO
Fertilizantes Especiais, Organominerais para Rod. Luciano Furia - Cruz Alta/RS
ASSOCIADO
BRASIL LTDA ME
ABISOLO
Solo e Condicionadores de Solo Fertilizantes Especiais e Organominerais para Solo
LABORSOLO DO BRASIL www.olmix.com/br/plant-care
LABORSOLO DO BRASIL S/S LTDA (19) 2534-3624
laborsolo.com.br/ R. São Joaquim, 378-E - Chapecó/SP
(43) 3338-5738 Fertilizantes Especiais e Matérias-primas
Av. Tiradentes, 1,770 - Londrina/SP

136 137
 P
ASSOCIADO NUTRINS FERTILIZANTES ORGANICS BIOFERTILIZANTES
ABISOLO
NUTRINS FERTILIZANTES LTDA ORGANICS BIOFERTILIZANTES IND. E COM.
MULTITÉCNICA www.nutrins.com.br LTDA - EPP
MULTITECNICA INDUSTRIAL LTDA (16) 3628-4004 R. João de Abreu, 192 - Setor Oeste/GO
multitecnica.com.br R. Aurélio Pezuto, 654 - Ribeirão Preto/SP Orgânico para Solo e Condicionadores de Solo
(31) 3779-4300 Fertilizantes Especiais ASSOCIADO
ABISOLO
Rod. MG 238, Km 53,6 - Sete Lagoas/MG PACK IND
Fertilizantes Especiais e Matérias-primas PACK INDUSTRIA E COMERCIO DE PRODUTOS
ASSOCIADO
ABISOLO AGROPECUARIOS LTDA
NUTRIORG ORGANOSOLVI
www.packind.com.br/
NUTRIORG FABRICAÇÃO DE ADUBOS ORGANOSOLVI-SOLUÇÕES ORGANICAS PARA A
(15) 3284-2682

N
ORGÂNICOS LTDA - ME VIDA LTDA
Rod. Antonio R. Schincariol, S/N - Cerquilho/SP
(16) 99159-9626 www.organosolvi.com/
Minas Gerais (18) 3638-5050
Orgânico para Solo e Condicionadores de Solo Rod. Marechal Rondon, Km 505 - Coroados/SP
Orgânico para Solo, Organominerais para Solo
PAULIFERTIL

O
e Condicionadores de Solo
ASSOCIADO
ABISOLO PAULIFERTIL IND. E COM. DE FERT. LTDA
NATURVITA paulifertil.com.br/
NATURVITA BIOAGROINDUSTRIA COM.IMP.EXP. (11) 4606-8090
FERTILIZANTES LTDA Rod. Adail E. Gut, 2.800 - Várzea Paulista/SP
www.naturvita.com.br/ ORIGEM AGROINDUSTRIA Fertilizantes Especiais, Orgânico para Solo,
(87) 3863-0458 ORIGEM AGROINDUSTRIA S.A. Minerais Hidrossolúveis e Matérias-primas
Av. Afonso Gomes de Sá, 165 - Petrolina/PE (16) 3951-4585
ASSOCIADO
ABISOLO
R. Santo Pierini, 800 - Cravinhos/SP
Fertilizantes Especiais, Orgânico para Solo,
ASSOCIADO
Organominerais para Solo, Condicionadores ABISOLO

NELL AGROQUIMICA OCP do Brasil PLANT DEFENDER

de Solo e Matérias-primas
NELL AGROQUIMICA LTDA OCP do Brasil PLANT DEFENDER TECNOL AGRI IMP EXP LTDA
www.nellagroquimica.com.br www.ocpgroup.ma/fr plantdefender.com.br/
(18) 3375-1089 (11) 5501-6450 (19) 2114-2800
Av. das Nações Unidas, 11.711 - São Paulo/SP ASSOCIADO Rod. Dep. Laercio Corte - Limeira/SP
R. Gerânios - Pedrinhas Paulista/SP ABISOLO

Fertilizantes Especiais OROAGRI BRASIL

OROAGRI BRASIL PRODS P/AGRICULTURA LTDA
www.oroagri.com.br/
ASSOCIADO

ASSOCIADO
ABISOLO (43) 3278-2003
ABISOLO OMEX DO BRASIL PLANT SAFE
Rod. PR 218 - Arapongas/PR
NITRO QUÍMICA OMEX AGRIFLUIDS DO BRASIL PRO. AGRI. LTDA PLANT SAFE COM SERV LTDA
Companhia Nitro Química Brasileira Ltda www.omex.com/ plantsafe.com.br/
http://www.nitroquimica.com.br/ (19) 3414-2808 (11) 3641 2152
(15) 3246-8118 R. Treze de Maio, 797 - Piracicaba/SP Av. Mofarrej, 348 - cj. 110 - São Paulo/SP
Rod. SP 143, Km 0,5 - São Paulo/SP Fertilizantes Especiais Minerais Hidrossolúveis
ASSOCIADO
ABISOLO

ASSOCIADO
OXIQUIMICA AGROCIENCIA
ABISOLO
ASSOCIADO
ABISOLO OMNIA DO BRASIL OXIQUIMICA AGROCIENCIA LTDA ASSOCIADO
ABISOLO
NUTRINOVA oxiquimica.com.br/ PRIME AGRO
OMNIA DO BRASIL REPRESENTAÇOES
MARCHAND AGRICOLA E PECUARIA LTDA (16) 3209-1313 PRIME AGRO PRODUTOS AGRICOLAS LTDA
COMERCIAIS LTDA
(16) 3987-6678 R. Minervino de Campos Pedros, 13 - Jaboticabal/SP primeagro.com.br/
www.omniabrasil.com.br/
R. Benedito José Carvalho Ramos - Serrana/SP (13) 3869-3262 (45) 3056-5254
Fertilizantes Especiais R. Custódio Pereira, 910 - Leme/SP Rod. Perimetral Norte, BR 163 - Toledo/PR

138 139
 ASSOCIADO ASSOCIADO ASSOCIADO
ABISOLO ABISOLO ABISOLO

PROPLANTA AGRO RIZOBACTER DO BRASIL SOLFERTI TECHNES AGRICOLA

PROPLANTA AGRO COML LTDA RIZOBACTER DO BRASIL LTDA SOLFERTI INDUSTRIA DE FERTILIZANTES LTDA TECHNES AGRICOLA LTDA
www.proplanta.net (43) 3341-8737 www.solferti.com.br/ www.technes.com.br/
(81) 3272-2615 R. José Carlos Mufatto, 1.034 - Cambé/PR (54) 3283-8700 (11) 3643-5422
R. Pereira Barreto, 200 - Recife/PE Est. Mun. Rodolpho Ballardin, 3.125 - Caxias do Sul/RS Av. Queiroz Filho, 1.700 - São Paulo/SP

S
Fertilizantes Especiais, Organominerais para Fertilizantes Especiais, Orgânico para Solo,
Solo, Condicionadores de Solo, Substrato Organominerais para Solo, Condicionadores
para Plantas e Minerais Hidrossolúveis ASSOCIADO de Solo e Substrato para Plantas
ABISOLO
SPAYTEC
LATINA AGRO IND. E COM. DE FERT. LTDA

R
www.spraytec.com/
ASSOCIADO
ASSOCIADO
(44) 3046-2600 ABISOLO
ABISOLO
TECNOMYL BRASIL
SANTA CLARA AGROCIÊNCIA Rod. 317, Km 8, 8065 - Maringá/PR
TECNOMYL BRASIL DISTRIB. DE PROD. AGRI. LTDA
SANTA CLARA AGROCIENCIA INDUSTRIAL LTDA
www.tecnomyl.com.py/
santaclaraagro.com.br/
(45) 3572-6482
(16) 3620-3320
R. Santos Dumont, 130 - Foz do Iguaçu/PR
Av. Cel. Fernando F. Leite, 305 - Ribeirão Preto
RC ORGANIFOL ASSOCIADO
Fertilizantes Especiais e Organominerais para Solo ABISOLO
RC ORGANIFOL PROD.ORG.E
RECONDICIONADOR DE SOLO LT
ASSOCIADO
Rod. SP 127 - Tatuí/SP ABISOLO
STOLLER DO BRASIL TERA AMBIENTAL
Condicionadores de Solo ASSOCIADO
ABISOLO STOLLER DO BRASIL LTDA TERA AMBIENTAL LTDA
SATIS
www.stoller.com.br/ www.teraambiental.com.br
SATIS INDUSTRIA E COMERCIO LTDA
(19) 3707-1200 (11) 3963-6500
www.satis.ind.br/
ASSOCIADO Av. Carlos Grimaldi, 1701 - 3º Andar - Campinas/SP R. Paulino Corado, 20 - Sl. 603 - Jundiaí/SP
ABISOLO (34) 3661-7089
RHAL IND Fertilizantes Especiais Orgânico para Solo
R. Cap. Izidro, 365 - Araxá/MG
RHAL IND. E COM. DE PRODUTOS
Fertilizantes Especiais e Organominerais para Solo
AGROPECUARIOS LTDA ME
www.rhal.com.br ASSOCIADO
ASSOCIADO
ABISOLO
(48) 3478-5876 ABISOLO
SUPERBAC TERRA DE CULTIVO
R. Francisco Budny, 800 - Criciuma/SC
SUPERBAC IND COM FERTILIZANTES S/A TERRA DE CULTIVO E SOL. AMBIENTAIS LTDA
Fertilizantes Especiais, Orgânico para Solo e SEBREM
www.superbac.com.br/ www.terradecultivo.com.br
Matérias-primas SEBREM - SOL ECOL P/ BENEF RES E MINERIO LTDA
(11) 2663-2780 (35) 3295-0300
www.sebrem.com/
R. Santa Mônica, 1.025 - Cotia/PR Rod. BR 267, Km 16 - Machado/MG
(31) 3728-1128
Organominerais para Solo
R. 3, s/n - Conselheiro Lafaiete/MG
Fertilizantes Especiais e Matérias-primas

T
ASSOCIADO ASSOCIADO
ABISOLO ABISOLO

Tessenderlo Kerley
RIGRANTEC PB BRASIL IND. E COMERCIO DE GELATINAS
ASSOCIADO
RIGRANTEC TEC PARA SEM. E PLANTAS LTDA ABISOLO
www.tkinet.com/en
SINERGIA AGRO DO BRASIL
www.rigrantec.com.br/ (11) 97524-9096
SINERGIA AGRO DO BRASIL LTDA
(51) 3341-3225 ASSOCIADO Av. Dr. José Bonifácio C., 150 - Campinas/SP
www.sinergia-agro.com.br/ ABISOLO
R. Ernesto da Fontoura, 1.479 - Porto Alegre/RS TEC FERTIL Fertilizantes Especiais, Condicionadores de
(19) 3892-8534
TEC FERTIL COM., REP. E SERVIÇOS LTDA Solo, Minerais Hidrossolúveis e Matérias-
Rod. SP 360, Km 154 - Serra Negra/SP
www.techfertil.com.br/ primas
(18) 3609-1190
Av. Benedito Storani, 95 - Vinhedo/SP

140 141
 ASSOCIADO ASSOCIADO ASSOCIADO
ABISOLO ABISOLO ABISOLO

TIMAC AGRO UNION AGRO VALORIZA FERTILIZANTES

TIMAC AGRO IND. E COM. DE FERT. LTDA UNION AGRO LTDA VALORIZA FERTILIZANTES EIRELI
www.timacagro.com.br www.unionagro.com.br/ www.valoriza.net
(51) 3382-8700 (14) 99757-2821 (34) 3818-4000
Av. Carlos Gomes, 1.340 - 11º/12º and. - Porto Alegre/RS Av. Dr. Anthero F. Nunes, 2.010 - Pederneiras/SP Rod. Comunitária Neuza Resende - Uberlândia/MG
Fertilizantes Especiais, Orgânico para Orgânico para Solo, Organominerais para Solo
Solo, Organominerais para Solo, Minerais e Matérias-primas
Hidrossolúveis e Matérias-primas
ASSOCIADO
ABISOLO
UNIVAR SOLUTIONS
TAGMA BRASIL IND COM PROD QUIMICOS LTDA ASSOCIADO
ABISOLO
www.univarsolutions.com/ VIGNA BRASIL
ASSOCIADO
ABISOLO
(19) 3874-7000 VIGNA BRASIL CONSULT ASSUNT ESTRAT
TMSA Av. Roberto Simonsen, 1.459 - Paulínia/SP REGUL
TMSA - TECNOLOGIA EM MOVIMENTAÇAO S/A www.vignabrasil.com.br/
www.tmsa.ind.br/ (11) 3124-4455
(51) 2131-3333 Av. Ipiranga, 318 - São Paulo/SP
Av. Bernardino S. Pastoriza, 710 - Porto Alegre/RS

ASSOCIADO
ABISOLO

TURFA FERTIL
TURFA FERTIL AGRO SOCIEDADE ANONIMA
ASSOCIADO
ABISOLO
UPL DO BRASIL
UPL DO BRASIL INDUSTRIA E COMERCIO DE
INSUMOS AGROPECUARIOS S/A
Y
www.upl-ltd.com/br
www.turfafertilagro.com.br/
(51) 99852-1256
(48) 99985-1543
R. José Geraldo Ferreira, 105 - Campinas/SP
Rod. Liz Roso, 9.997 - Criciuma/SC
Fertilizantes Especiais, Orgânico para Solo,
Organominerais para Solo e Condicionadores ASSOCIADO
ABISOLO

de Solo

U V
YARA BRASIL
YARA BRASIL FERTILIZANTES S.A
www.yarabrasil.com.br/
(11) 3096-2500
R. Diogo Moreira, 184 - São Paulo/SP
Fertilizantes Especiais, Condicionadores de
ASSOCIADO
ABISOLO
Solo, Minerais Hidrossolúveis e Matérias-
UBY AGROQUIMICA ASSOCIADO
ABISOLO primas
UBY AGROQUIMICA LTDA VALAGRO
ubyfol.com/ VALAGRO BRAZIL MANUFACTURING IND. E
(34) 3319-9500 COM. FER. LTDA
R. Arnaldo Afonso Melo, 101 - Uberaba/MG www.valagro.com
Fertilizantes Especiais e Condicionadores de Solo (11) 5054-4228
Av. Macuco, 726 - cj 1.301 - São Paulo/SP
Fertilizantes Especiais e Minerais
Hidrossolúveis

142 143
www.abisolo.com.br