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Introdução
É com essa perspectiva em mente que esta lição se propõe, ou seja, descrever,
ainda que resumidamente, como as condições sócio/políticas e religiosas da
Inglaterra no século XVIII foram afetadas, pelo avivamento metodista, ou se esse
movimento foi influenciado pelo seu contexto.
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1. A Inglaterra no século XVIII
Para isso vamos analisar pelo menos três aspectos: o social, político e religioso.
1. Aspectos sociais.
O século XVIII é conhecido como o Século das Luzes, esta indicação é devido aos
grandes avanços conquistados neste período pela chegada do Iluminismo. O século
XVIII, foi demasiadamente influenciado por esta corrente filosófica, que
consequentemente trouxe um conceito de religião natural, com cortes racionalistas.
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Foram várias as invenções ocorridas durante o século XVIII que levaram a Inglaterra
de uma economia agrícola familiar, a uma economia de mercado industrial. Nesse
período, a Inglaterra tornou-se uma grande potência, ela se tornou o centro do
comércio mundial.
Com todas essas mudanças na economia, a consequência imediata foi que, houve
uma crescente necessidade de matéria prima. Isso implicou também numa
mudança na estrutura agrária inglesa. A produção de alimentos deu lugar à
produção de matéria prima para a indústria. Também houve necessidade de
combustível para alimentar as indústrias, principalmente carvão mineral.
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1. Aspectos políticos.
Quanto à situação política da Inglaterra, no século XVIII, era de certa forma tranquila
se compararmos ao século anterior, quando houve guerra civil e o rei Carlos I foi
destituído e morto em 9 de fevereiro de 1649. Contudo, o sistema político inglês
caminhou para uma política de clientela, que consistia em manipulação de favores e
ameaças. Dependendo do réu, se este era mais ou menos abastado, os favores
consistiam em salvar da cadeia ou condená-lo à força.
Esta fermentação social, não passou impune. Houve manifestações sociais que
ficaram conhecidas como “turbas”, ou seja, movimentos de protesto social, onde o
conflito subjacente dos pobres contra os ricos era claramente visível.
2. Aspectos religiosos.
A Igreja, nessa época, perdeu a sua visão de missão cristã, ficou paralisada em sua
vida íntima, ou seja, não estava nas ruas como sal e luz, mas fechada em si e
preocupada em manter seu “status cor”. Não há dúvida que o Deísmo colaborou
para prejudicar ainda mais a Igreja, entretanto, ela por si, não tinha saúde espiritual,
e muito menos firmeza teológica suficiente para repelir as forças contrárias.
Esta falta de visão e paralisia na missão evangélica da igreja, são os elementos que
caracterizavam a condição da igreja, consequentemente todo povo inglês sofreu
dessa letargia religiosa.
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Considerando o estado em que a igreja tinha caído, não é de se admirar que o povo
ficasse indiferente ao poder do Evangelho.
Apesar de tudo isso, e para não dizer que não havia nenhuma preocupação em
trazer alimento espiritual saudável para o povo, houve iniciativas positivas que
procuraram preencher o vazio espiritual do povo Inglês. Essas iniciativas ficaram
conhecidas como “as sociedades”. Estas adquiriram grande importância para a
Inglaterra. Eram compostas, especialmente, por participantes da Igreja oficial
Anglicana.
Mais tarde John Wesley viria a usar as bases desta forma de cultivar a piedade,
para estabelecer as chamadas “sociedades metodistas”, a qual exerceu importante
papel na construção da unidade do movimento metodista.
Conclusão
Como vimos nessa rápida descrição acima, o metodismo surge em meio a diversas
manifestações sociais, políticas e religiosas. O fato é que muito do que o metodismo
praticou foi incorporado ou adaptado por Wesley, como, por exemplo, as
Sociedades. Os próprios antepassados de João Wesley foram influenciados pelas
Sociedades Religiosas especialmente pela SPCK (Sociedade para a Propagação do
Evangelho)
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Os metodistas, posteriormente, deram grande ênfase à educação dos pobres, apoio
aos presos, evangelização, ênfase na santidade, etc. Isto seguramente fruto da
inconformidade de seu contexto negativo da época.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LELIÈVRE, Mateo. João Wesley: Sua Vida e Obra. São Paulo: Editora Vida, 1997