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cuidando dos afazeres domésticos e dos filhos, elas são maioria nas igrejas. Hoje,
essa presença maciça nas atividades eclesiásticas se mantém, mas com um
diferencial: o acesso ao local de mais destaque no templo, o púlpito. O ministério
feminino tem ganhado força num mundo onde cada vez mais suas representantes
se destacam. Em mais e mais igrejas evangélicas, tradicionais, pentecostais ou
neopentecostais, a figura das pastoras, diaconisas, presbíteras e até bispas já se
tornou rotineira. Em um cenário bem diferente do observado no passado, quando
lhes eram reservados papéis específicos, como cuidar de crianças ou lecionar na
Escola Dominical, a Igreja Evangélica brasileira apresenta uma face mais feminina
do que nunca.
Nas Assembleias de Deus dos Estados Unidos, a presença delas nos púlpitos foi
oficializada em 1935. Nas décadas seguintes, foram seguidas por metodistas,
presbiterianos e luteranos. A experiência internacional inspirou as igrejas
Metodista, Evangélica de Confissão Luterana e Presbiteriana Independente, no
Brasil, a aceitar mulheres como pastoras.
“Elas são mais carinhosas no agir, no tratar, são mais preocupadas, estão mais
atentas às necessidades, têm mais disposição em ajudar e conseguir fazer algo
em prol do outro” – Lidice Meyer Ribeiro, professora de Teologia e Ciências da
Religião da Universidade Mackenzie, de São Paulo – Foto: Wilson Mack
A Igreja Adventista do Sétimo Dia, apesar de não ser pentecostal, teve seu início a
partir de uma liderança feminina. Mas a denominação que mais ordena mulheres
no Brasil é a Quadrangular; são 7 mil pastoras. Maria Cristina Nunes faz parte
dessa estatística. Ela exerce o pastoreio há 32 anos e atualmente lidera com o
esposo a Primeira Igreja do Evangelho Quadrangular em São Leopoldo (RS).
Cristina explica essa evolução.
Nas denominações tradicionais históricas, que vieram de outros países, por meio
de missionários que se instalaram no Brasil o quadro é diferente. Nessas
instituições, embora possam ensinar, dar aulas, dirigir louvor e até mesmo
administrar as finanças da Igreja, as mulheres não têm o direito de ser pastoras.
“Quando uma mulher aparece como a porta de Deus, é algo facilmente aceito na
humanidade. Isso está atrelado à nossa condição cultural de tê-las como guardiãs
da fé e do ensino religioso. E acaba aumentando ainda mais esse potencial de
liderança feminina no que se refere a questões espirituais”, justificou.
LIDERANÇA
Muitas delas buscam a face do Criador para direcionar a família e garantir atuação
importante na igreja, liderança, orando e discipulando, assim como fizeram as
figuras femininas no passado. “Nós precisamos de modelos de feminilidade e
masculinidade dentro das igrejas como referência.