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Teatro Educação: Ensino Das

Artes e Sociedade - Projeto


Proac primeiras obras

Vitória Souza de Oliveira 21038570


Nicoly Sa Teles Augustinho 20930385
Ricardo Matos de Souza 21036855

2021
Apresentação

Partindo dos desejos de trabalhar o teatro físico e gestual - devido às vivências práticas
durante sua formação acadêmica na Universidade Anhembi Morumbi, o grupo Farsantes
Híbridos constitui este projeto, onde o principal ponto de partida são histórias culturais sobre
a mulher e a desigualdade social, fazendo uma ponte entre o passado e a atualidade,
utilizando a fisicalidade como principal característica de expressão contemporânea.

Teatro físico ou Teatro gestual é uma vertente onde o principal instrumento expressivo é o
corpo. Sua técnica consiste em repetição de movimentos cotidianos e não cotidianos, os
quais não pretendem ilustrar intenções ou situações. Tem influências da dança e do circo e
tem pouco ou nenhum uso de falas. Sua dramaturgia é composta por partituras físicas,
sendo elas improvisadas ou praticadas previamente. O teatro físico costuma ter um alcance
de espectadores quase universal, não em números, mas no fato de ser possível
compreendê-lo independente do idioma do público.
Seus principais pesquisadores foram Grotowski, Eugenio Barba, Étienne Decroux e Luís
Otávio Burnier.

A pesquisa parte dos contos O Barba Azul e A boneca no bolso: Vasalisa, a sabida contidos
na obra As mulheres que correm com os lobos, escrito pela poeta e psicóloga junguiana
Clarissa Pinkola. Ela busca por meio de histórias e lendas contadas por mulheres pelo
mundo investigar o self instintivo, através de estudos profundos de cada parte do
inconsciente coletivo. Através de fragmentos dos contos, ela identifica bases e padrões
comportamentais que bloqueiam o instinto e a intuição da mulher desde os primórdios da
existência. Por meio desses contos passados de geração em geração é possível
reconhecer o vínculo de conceitos e sentimentos compactuados por comunidades e até
mesmo pela sociedade.

O projeto consiste em montar um espetáculo a partir dos contos citados acima, partindo de
pesquisas de Renata Melo e Denise Stoklos. Serão trabalhadas características do teatro
Épico e teatro do oprimido, utilizando essa mescla de linguagens, colocaremos o
espectador como um participante ativo do espetáculo, fazendo parte da narrativa.

Como contrapartida, será realizada uma conversa entre atores e público ao final do
espetáculo, acerca do tema da obra e a experiência de cada indivíduo. Em determinado
ponto da reflexão, uma das atrizes participará da conversa como a personagem, a fim de
aprofundar os questionamentos do tema abordado.
Relevância

A violência contra a mulher e o feminicídio existem desde os primórdios da humanidade, no


entanto, apenas recentemente são vistos como um sério problema. Durante a pandemia do
COVID-19, o número de ocorrências por feminicídio aumentou drasticamente, devido aos
fatos de a grande maioria das vítimas morarem junto aos seus agressores, e estarem
cumprindo o isolamento social. A partir desse panorama, o grupo analisa os contos O Barba
Azul e A Boneca no Bolso: Vasalisa, a sabida relacionando seus conteúdos com o
feminicídio e a transição da menina para mulher na vida adulta nessa sociedade patriarcal.
Apesar de os tradicionais costumes terem sido abandonados em sua maioria, a mulher no
Brasil ainda é sexualizada muito jovem, além de oprimida e objetificada. Dessa forma,
propor para a sociedade uma reflexão sobre essa realidade é de suma importância, uma
vez que, para haver mudanças, é necessário incitar questionamentos.

Sinopse

Espetáculo inspirado em dois contos da obra Mulheres que Correm com os Lobos,
materializados com a fisicalidade e experimentações coletivas. Iniciando com o conto O
Barba Azul, onde conta a história de uma persona presente em muitos subconscientes
femininos, que impõe limites, restrições e mutila a liberdade. Já no segundo conto, A
Boneca no Bolso: Vasalisa, a sabida, traz reflexões sobre a intuição no processo de
iniciação e integração da menina na fase adulta. A partir deste material, os atuadores
construirão uma dramaturgia através do corpo, fazendo uma ponte com a
contemporaneidade.

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