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PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.

154-18

Peças
1

Prático-Profissional
CPF: 860.542.154-18

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
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MENSAGEM DO MEGE

Olá Delta!
Tudo bem ?
Você está tendo acesso ao material de peças para concurso de Delegado/Delegada de
Polícia.
Aqui você encontrará parâmetros gerais para as principais peças que podem ser
cobradas nos certames estaduais e federal.
Ademais, abordamos modelos para você analisar a melhor forma de apresentar
doutrina, jurisprudência ou legislação para a banca.
Fique atento as juriprudências mais relevantes sobre prisões, isso deve ser um grande
diferencial em sua peça.
Além disso, estude de forma atenta a classificação doutrinária de crimes presente pós
prisão preventiva – isso também vai te tornar diferenciado para o examinador.
Decore o máximo de dispositivos nos esqueletos das peças, sobretudo se você for
prestar prova para certames que não admitem consulta.
Bons estudos, Delta.
Esperamos que curta este material, ele foi produzido com todo ânimo e carinho para
teu melhor aprendizado e desenvolvimento.
Até mais.
Curso Mege.

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SUMÁRIO

PRISÃO TEMPORÁRIA (LEI Nº 7.960/89)................................................................................................... 4


PRISÃO PREVENTIVA .............................................................................................................................. 11
INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA................................................................................................................ 26
BUSCA E APREENSÃO............................................................................................................................. 29
BUSCA E APREENSÃO + PRISÃO TEMPORÁRIA ....................................................................................... 31
INFILTRAÇÃO DE AGENTES..................................................................................................................... 33
RELATÓRIO ............................................................................................................................................ 39
SEM E COM PREVENTIVA ....................................................................................................................... 39
AÇÃO CONTROLADA .............................................................................................................................. 41
SEQUESTRO ........................................................................................................................................... 48
HIPOTECA .............................................................................................................................................. 50
QUEBRA DO SIGILO BANCÁRIO .............................................................................................................. 51
CAPTAÇÃO AMBIENTAL ......................................................................................................................... 53
PORTARIA .............................................................................................................................................. 58
INDICIAMENTO ...................................................................................................................................... 61
NOTA DE CULPA .................................................................................................................................... 62
3

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PRISÃO TEMPORÁRIA (LEI Nº 7.960/89)

“Prisão por excelência do Delegado de Polícia”.

Inicialmente, vamos aos modelos de ENDEREÇAMENTO que você pode


encontrar em seu estudo de caso. É importante sempre observar se estamos diante de
um crime contra a vida, aqueles cuja competência constitucional é dada ao Tribunal do
Júri. Se for o caso, certamente aparecerá no espelho o terceiro modelo abaixo
apresentado como gabarito do endereçamento.

• COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL


Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da ___ Vara Criminal da
Comarca de ___ do Estado de ___.

• COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL


Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da ___ Vara Criminal da Seção
Judiciária de ___ do Estado ___.
4
• COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI
Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito do Tribunal do Júri da Comarca
de ___ do Estado de/o ___.

CPF: 860.542.154-18
O antigo CPC, inciso I do art. 282, constava que a petição inicial indicaria o juiz ou tribunal
a que se dirigia a petição inicial. Note que deveria constar JUIZ como uso correto no
endereçamento. Então, como acima exposto seria o correto nos termos da lei. Contudo,
o CPC/15 (Lei n. 13.105/15) indica o juízo e não mais ao juiz – art. 319, I. Desta forma, o
endereçamento pela nova sistemática fica MM. JUÍZO DE DIREITO DA VARA X DO
ESTADO X. Assim, como usamos o Código de Processo Civil como suplementação das
normas processuais penais é razoável afirmar que você pode adotar este novo método
de endereçamento, sem nenhum imbróglio com os examinadores. Belezinha?

Solte duas linhas, ou até três, no máximo, a depender do espaço que terá para resolução
da peça; há concursos exigindo até 120 linhas atualmente; duas é um número ideal,
independente do quantitativo total, para escrever a expressão abaixo.

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Inquérito Policial nº ___.

Atenção TOTAL para a informação contida no estudo de caso a respeito do Inquérito


Policial. Se a prova apresentar um número, ou mesmo expressões “XXX” “YYY” “ZZZ”,
você deve copiar tal qual neste espaço – não cometa um vacilo, vai aparecer no seu
espelho. Ao escrever a expressão, solte uma ou duas linhas para começar o seu
PREÂMBULO.

Aqui é o momento de já começar caprichando, Megeano e Megeana. Cite todos


os dispositivos que dão o suporte legal para atuação do Delegado e da Delegada de
Polícia – nada de preguiça heim, é hora de decorar!

Saiba que aqui há a possibilidade de alteração sem perdas de pontos.

Como assim alteração Prof.?

Digo na ordem de apresentação dos dispositivos, ainda mais levando em conta


que o candidato/candidata pode esquecer um ou outro artigo – NÃO ESQUEÇA =).

Vamos a um possível modelo. Veja como é precioso você ir em sentido escalar 5


na sua descrição de dispositivos. Delta, o que separa os melhores são os detalhes,
mesmo que estejamos no campo da estilística, não vacile.

1ODepartamento de Polícia Civil do Estado de/o ___ 2 , por intermédio do


CPF:no860.542.154-18
Delegado de Polícia infra-assinado, uso de suas atribuições, vem, respeitosamente à
presença de Vossa Excelência, com fundamento nos seguintes dispositivos legais: art.
144, §4º da CF/88; art. 2º da Lei nº 7.960/89; e art. 2º, §1º da Lei nº 12.830/13 3
representar pela PRISÃO TEMPORÁRIA4 de X, pelos fatos e razões de direito a seguir
expostos.

1
Cuidado na margem – isso não vale ponto, mas gera descontos preciosos.
2
Se for Polícia Federal: O Departamento da Polícia Federal do Estado ___
3
Se o concurso for para Delegado Estadual, você OBRIGATORIAMENTE vai pesquisar a CE (Constituição
Estadual), parte referente à SEGURANÇA PÚBLICA, e fará citação do dispositivo legal. Ademais, cite
também a Lei Orgânica da Polícia Civil do seu Estado de realização de prova. Isso não é diferencial viu!
Todo mundo BOM já faz, seja esta pessoa. =)
4
Aqui você pode citar assim, em CAIXA ALTA, como nos variados modelos que se encontram pelas PCs do
Brasil. Saiba que se você citar em caixa baixa não haverá perca de pontos, contudo, é mais fácil o
examinador identificar que você, de cara, acertou o tema da peça.

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VAMOS DECORAR?

• CF/88, art. 144, §4º (Se Delegado Federal = §1º e incisos);


• Lei n. 7.960/89, art. 2º;
• Lei n. 12.830/13, art. 2º, §1º;
 Vá atrás da Lei Orgânica da Polícia Civil do seu Estado e decore;
 Vá atrás da CE do seu Estado e decore também.

Megeana e Megeano, eu vou ser chato com você sobre decorar alguns pontos.
Ora, estamos entrando na chuva para se molhar, então vamos logo fazer a melhor peça
possível de todo o multiverso. Sendo assim, para além destes dispositivos da Prisão
Temporária, você terá que decorar o rol de crimes da dita lei, e, o rol da Lei n. 8.072/90,
que também são passíveis de prisão temporária, por expressa constatação do art. 2º,
§4º da dita.

Vamos lá?

• Homicídio doloso; 6
• Sequestro ou Cárcere Privado;
• Roubo;
o Extorsão;
o Extorsão mediante sequestro;
o Estupro;
CPF:
o Epidemia com860.542.154-18
resultado morte;
o Envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou
medicinal qualificado pela morte;
• Associação criminosa;
o Genocídio = 2.889/56
o Tráfico = 11.343/06
o Sistema financeiro = 7.492/86
o Terrorismo = 13.260/16

Sobre os hediondos:

• Homicídio, quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda


que cometido por um só agente, e HOMICÍDIO QUALIFICADO;
• Lesão corporal dolosa de NATUREZA GRAVÍSSIMA e lesão corporal SEGUIDA DE
MORTE, quando praticada contra autoridade ou agente descrito nos artigos 142

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e 144 da CF/88, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de


Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até 3º grau, em razão desta
condição;
o Roubo circunstanciado pela restrição da liberdade da vítima;
o Roubo circunstanciado pelo emprego de arma de fogo ou pelo emprego
de arma de fogo de uso proibido ou restrito;
o Roubo qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte;
• Extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de lesão
corporal ou morte;
• Extorsão mediante sequestro e na forma qualificada;
• Estupro;
• Estupro de vulnerável;
• Epidemia com resultado morte;
o Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a
fins terapêuticos ou medicinais;
o Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual
de criança ou adolescente ou de vulnerável;
• Furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause
perigo comum; 7
o CONSIDERAM-SE TAMBÉM HEDIONDOS – TENTADOS OU QUALIFICADOS:
▪ Genocídio;
▪ Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso PROIBIDO;
▪ Comércio ilegal de armas de fogo;
▪ Tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição;
▪ Organização
CPF:criminosa, quando direcionado à prática de crime
860.542.154-18
hediondo ou equiparado.

É isso aí Delta, vamos ao máximo tentar decorar estes dispositivos. Veja


MNEMÔNICOS ou anote, veja a melhor forma para isso, note que o Prof., destacou as
palavras iniciadas com a mesma letra e as leis específicas, no caso da temporária – isso
ajuda muito.

Vamos agora aos fatos.

Aqui você precisa ser breve, sintético e objetivo. Todas as diligências citadas no
estudo de caso devem aparecer, bem assim, todas as folhas apresentadas, da mesma
forma que a banca trouxer. Nunca repita ipisis litteris os períodos da banca.

I – DOS FATOS

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Trata-se de Inquérito Policial nº ___, instaurado para apuração do delito X,


tipificado no art. X ___. Narram os autos que ___.

Este é um modelo apresentado pelo curso, mas você pode usar diferente.
Contudo, sempre apresente o tipo específico de crime do caso, assim o examinador já
saberá, de cara, que você sabe com o que está lidando.

II – DOS FUNDAMENTOS

a) DA CONDIÇÃO DE ADMISSIBILIDADE

Aqui você precisa demonstrar a previsão da 7.960/89, art. 1º, III, “x” ...

Como iniciar? Nobre Magistrado (a), o crime ...

b) DOS REQUISITOS CAUTELARES

“Fumus comissi delicti”. Como falar?

Conforme narram os fatos, resta comprovada fundadas razões de autoria no


crime X por parte de X, preenchendo, pois, o requisito do “fumus commissi delicti”,
delineado no art. 1º, III da Lei 7.960/89.
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“Periculum libertatis”. Trata-se da imprescindibilidade para a investigação do


inquérito policial OU agente não possui residência fixa ou não fornecer elementos
suficientes para esclarecimento de sua identidade.

Aqui você pode apresentar um conteúdo doutrinário para aumentar sua


pontuação. Use Antônio Scarance Fernandes, que afirma a necessidade de coexistência
(somatória) dos incisos I ou II com o inciso III, necessariamente, para decretação da
prisão temporária – isso vai enriquecer muito sua peça. Sobre a necessidade de
jurisprudência, você pode afirmar que o entendimento majoritário vai de encontro com
o pensamento de Scarance Fernandes – STF e STJ.

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Para além do exposto, caso você queira ser hard na peça, pode usar julgados
específicos que denotam o entendimento dos Tribunais Superiores a respeito da prisão
temporária. Segundo o Superior Tribunal de Justiça, HC 531.858 do ano de 2019, o
objetivo primordial da prisão temporária é o de acautelar o inquérito policial,
procedimento administrativo voltado a esclarecer o fato criminoso, a reunir os meios
informativos que possam habilitar o titular da ação penal a formar sua opinio delicti e,
por outra angulação, a servir de lastro à acusação.

Vamos a mais jurisprudências?

Anota aí:

• STJ, RHC 94.763/GO: A prisão temporária tem natureza essencialmente


acautelatória, uma vez que tem a finalidade de assegurar os resultados
práticos e úteis das investigações de crimes graves previstos na Lei n.
7.960/89.
• STF, HC 105.833/SP: A prisão temporária não pode alcançar
automaticidade, descabendo determina-la para fragilizar o acusado.
Não ser à prisão temporária a suposição de o envolvido, nas
investigações, vir a intimidar testemunhas.
• STF, HC 102.974/SP: A prisão temporária é uma prisão cautelar de 9
natureza processual que restringe a liberdade de locomoção do
indiciado por tempo determinado, a fim de possibilitar as investigações
acerca de determinados crimes considerados graves, entre os quais o
homicídio doloso.

c) DA IMPOSSIBILIDADE DE OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES


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Aqui há um diferencial que você deve apresentar ao examinador. Você deve ser
coerente e objetivo, assim como em todos os pontos da fundamentação. Demonstre
que tem potencial e leveza de entender que a prisão é ultima ratio em um Estado de
Direito, contudo – já que a banca quer uma prisão temporária – necessário se faz a
medida.

- Prof., como eu faço?

- Vamos a um possível modelo.

Em nosso ordenamento jurídico a prisão é medida excepcional – STJ, RHC


58.820/SE. Desta forma, em obediência à máxima da não culpabilidade (art. 5º, LVII da
CF/88) e presunção de inocência (art. 8.2 do Pacto de São José da Costa Rica), vige a
liberdade como regra no Brasil, sendo imperioso destacar que, casuisticamente,

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impossível a decretação de medidas diversas da prisão previstas nos artigos 319 e 320
do CPP, sendo imperioso, pois, o deferimento da medida por esta autoridade solicitada.

Veja que em um parágrafo foi destacado:

• Excepcionalidade da prisão;
• Princípio da não culpabilidade (matéria constitucional);
• Princípio da presunção de inocência (Tratados de Direitos Humanos
sobre a matéria).

III – DO PEDIDO

Aqui você chegou no Ufaa!

Tá pertinho do 10,0 =)

Então vamos fechar com chave de ouro.

Mais uma vez seja objetivo, diga: 10

Pelo exposto, e com o objetivo de avançar nas investigações conduzidas por


meio do IPL nº “x”, represento a Vossa Excelência pela decretação da prisão temporária
de ..., pelo prazo de cinco dias (art. 2º860.542.154-18
CPF: da 7.960/89, in fine), com a respectiva oitiva do
parquet (art. 2º, §1º da 7.960/89)5.

Termos em que,

Pede deferimento.

Delegado de Polícia.

5
Se o crime estiver no rol de crime hediondos, cite art. 2º, §4º da Lei 8.072/90: A prisão temporária, sobre
a qual dispõe a Lei 7.960/89, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável
por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.

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CUIDADO! Tem Estado aí (vulgo Pará) que coloca no edital assinar apenas “Delegado”.
Quando a banca for expressa desta forma é importante seguir os termos contratuais.

Matrícula: ____

PRISÃO PREVENTIVA
O artigo 311 do Código de Processo Penal afirma que em qualquer fase da
INVESTIGAÇÃO CRIMINAL ou do PROCESSO PENAL, caberá a prisão preventiva decretada
pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por
REPRESENTAÇÃO da AUTORIDADE POLICIAL. Note que já estamos apontando a nova
sistemática do Pacote Anticrime (Lei n. 13.964/19) que exclui, em obediência ao sistema
acusatório (art. 3º-A do CPP) que veda a atuação de ofício do Poder Judiciário.

• COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL


Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da ___ Vara Criminal da
Comarca de ___ do Estado de ___.
11
• COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL
Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da ___ Vara Criminal da Seção
Judiciária de ___ do Estado ___.

• COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI


Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito do Tribunal do Júri da Comarca
CPF: 860.542.154-18
de ___ do Estado de/o ___.

Servem aqui as mesmas falas quanto ao termo JUÍZO em nossa peça passada.

Inquérito Policial nº ___.

O Departamento de Polícia Civil do Estado X, por intermédio do Delegado de


Polícia infra-assinado, no uso de suas atribuições, vem, respeitosamente à presença de
Vossa Excelência, com fundamento nos seguintes dispositivos legais: art. 144, §4º da
CF/88; arts. 13, IV; 282, §2º; 313, todos do CPP, e art. 2º, §1º da Lei nº 12.830/13 ,
representar pela PRISÃO PREVENTIVA de X pelos fatos e razões de direito a seguir
expostos.

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I – DOS FATOS

Trata-se de Inquérito Policial nº ___, instaurado para apuração do delito X,


tipificado no art. X ___. Narram os autos que ___.

II - FUNDAMENTOS

• A) Condições de admissibilidade = art. 313 do CPPB6.


o I - Dolosos com PPL Máxima > 4ª;
o II - REINCIDENTE7 EM DOLOSO;
o III – Crime envolver violência doméstica e familiar contra a MCAIE.PCD
para assegurar a aplicação de MPU;
o §U – Dúvida sobre a IDENTIDADE CIVIL da pessoa ou quando esta não
fornecer elementos suficientes para esclarecê-la.

PACOTE ANTICRIME – Lei n. 13.964/19

§ 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre


a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para 12
esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a
identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. (Redação
dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de


antecipação de cumprimentoCPF:de pena ou como decorrência imediata de investigação
860.542.154-18
criminal ou da apresentação ou recebimento de denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)

6
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão
preventiva: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). I - nos CRIMES dolosos punidos com
pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011). II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada
em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de
7 de dezembro de 1940 - Código Penal; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). III - se o
CRIME envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso,
enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de
urgência; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
7
Art. 64 - Para efeito de reincidência: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - não
prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena
e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos,
computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer
revogação; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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• B) Requisitos cautelares = art. 312 do CPPB


o Fumus comissi delicti = INDÍCIOS DE AUTORIA + PROVA DA
MATERIALIDADE.

No indício de autoria você precisa apontar o sujeito investigado. A banca vai te


dar um nome, vai sinalizar quem está sendo o agente causador da lesão a bem jurídico
tutelado pela norma. Sobre a materialidade, você terá em mãos, por exemplos, um
laudo necroscópico, quando estiver diante de um crime conta a vida, ou mesmo câmeras
de segurança e testemunhas, em crimes contra o patrimônio. Ademais, exame genético
ou PSA (antígeno prostático específico) para crimes contra a dignidade sexual. Delta,
fato é que o examinador terá que te dar um materialidade “probabilística”, se não o
fizer, CUIDADO HEIM, talvez não seja preventiva. Sigamos!

o Periculum libertatis
▪ Garantia da ordem pública ou econômica
▪ Conveniência da instrução criminal
▪ Assegurar a aplicação da lei penal
▪ Prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de
perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado 13

C) DA IMPOSSIBILIDADE DE OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES

Em nosso ordenamento jurídico a prisão é medida excepcional – STJ, RHC


CPF: 860.542.154-18
58.820/SE. Desta forma, em obediência à máxima da não culpabilidade (art. 5º, LVII da
CF/88) e presunção de inocência (art. 8.2 do Pacto de São José da Costa Rica), vige a
liberdade como regra no Brasil, sendo imperioso destacar que, casuisticamente,
impossível a decretação de medidas diversas da prisão previstas nos artigos 319 e 320
do CPP, sendo imperioso, pois, o deferimento da medida por esta autoridade solicitada.

III – DO PEDIDO

Pelo exposto, e com o objetivo de avançar nas investigações conduzidas por


meio do IPL nº “x”, represento a Vossa Excelência pela decretação da prisão temporária
de ...

JURISPRUDÊNCIA (PRECENDENTES) A RESPEITO DA PRISÃO PREVENTIVA

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• STF, HC 189.182/SE: Ante reincidência, cabível é a custódia provisória.


Encontrando-se o acusado foragido, não havendo dados acerca da inviabilidade
de tratamento adequado em estabelecimento prisional, fica afastada a
conversão da prisão preventiva em domiciliar.

STF, HC 190.362/SP: Precedida a prisão preventiva de flagrante, tem-se Termos em


que,

Pede deferimento.

Delegado de Polícia.

Matrícula: ____

• sinalizada a periculosidade e viável a custódia provisória.


• STF, RHC 190.446/MG: Decorrendo a custódia da prática de importunação sexual
cometida por reiterada vezes, tem-se sinalizada a periculosidade e viável a prisão
preventiva.
• STF, RHC 190.446/MG: A coação à vítima e testemunha respalda a prisão
preventiva.
• STF, RHC 190.446/MG: A crise sanitária decorrente do novo coronavírus é
insuficiente a afastar a prisão preventiva. 14
• STF, HC 193.052: Precedida a prisão preventiva de flagrante, tem-se sinalizada
periculosidade e viável a custódia provisória.
• STJ, HC 482.885/SP: Apresentada fundamentação concreta, evidenciada na
apreensão de grande quantidade de droga e de apetrechos para o tráfico e no
fato de a paciente pertencer a grupo criminoso, não há ilegalidade no decreto
prisional.
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Doutrina Para Subsidiar Prisão Preventiva

O Prof., aqui sabe como é difícil situar uma doutrina dentro da peça sem soar
como um “enrolation” para o examinador. Então, vou te dar uma dica de ouro que vai
salvar sua vida para todo sempre.

Lembra da classificação doutrinária de crimes?

Já sabe onde vou chegar né?

Sim, a classificação DOUTRINÁRIA de crimes serve como um respaldo para você


chutar doutrina sem ficar feio – quem domina classificação dos crimes tem também

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enorme chance de não cair em pegadinha da banca. Então vamos à classificação


doutrinária – é para anotar, colar na retina e decorar delta!

CRIME COMUM E PRÓPRIO E CRIME DE MÃO PRÓPRIA

• Comum - Pode ser praticado por qualquer pessoa (ex.: homicídio, furto etc.).

• Próprio - Exige sujeito ativo qualificado ou especial. Essa qualidade pode ser de
direito (ex.: ser funcionário público, no crime de corrupção passiva – art. 317) ou
de fato (ex.: ser a mãe, no crime de infanticídio – art. 123).

• De mão própria - É aquele que somente pode ser praticado pelo próprio agente,
diretamente. Exigem atuação pessoal. A conduta da pessoa exigida pela lei, para
a caracterização do crime, é infungível. Ex.: falso testemunho. Somente a própria
testemunha pode ir ao juiz e praticar o crime.

Os crimes de mão própria admitem participação, mas não coautoria (examinaremos


melhor isso oportunamente).

CRIME INSTANTÂNEO, PERMANENTE E INSTANTÂNEO DE EFEITOS PERMANENTES


15
É classificação quanto ao momento consumativo. De acordo com a definição
contida no art. 14, I, do CP, o crime considera-se consumado quando nele se reúnem
todos os elementos de sua definição legal.

• Crime instantâneo - Aquele que se consuma num momento específico,


determinado, CPF: 860.542.154-18
ou seja, não se prolonga no tempo. Ex.: homicídio, furto.

• Crime Permanente - Aquele cuja consumação se arrasta, prolongando-se no


tempo, por vontade do agente. Caracteriza-se por ter momento consumativo
duradouro. Ex.: sequestro ou cárcere privado. Enquanto a vítima está em
cativeiro, o crime está se perpetuando. O crime permanente admite prisão em
flagrante a todo tempo, enquanto durar a sua realização. A prescrição da
pretensão punitiva somente começa a ser contada a partir da cessação da
permanência (art. 111, III, do CP). Além disso, nos crimes permanentes há
aplicação da súmula 711 do STF: “A lei penal mais grave aplica-se ao crime
continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação
da continuidade ou da permanência”.

• Crime instantâneo de efeitos permanentes - Aquele que se consuma num


momento específico, ou seja, instantaneamente, porém os seus efeitos se
prolongam no tempo, mas independentemente da vontade do agente. A
subsistência dos efeitos do crime é inerente ao fato praticado. Ex.: bigamia.

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Ao se casar pela segunda vez, está consumado o crime. A manutenção desse


segundo casamento é o efeito do crime, que se prolonga no tempo.

CRIME COMISSIVO E OMISSIVO (OMISSIVO IMPRÓPRIO E COMISSIVO IMPRÓPRIO)

Classificação quanto à forma pela qual a conduta é praticada. A conduta


compreende a ação ou omissão consubstanciada no verbo nuclear.

• Crime Comissivo ou de ação - A conduta configura-se com uma ação do


agente (ex.: roubo). A conduta positiva viola norma penal proibitiva.

• Crime Omissivo ou de omissão - A conduta configura-se com uma


omissão do agente, ou seja, um não fazer. Ex.: omissão de socorro (art.
135). Nos crimes omissivos a norma violada pelo agente tem natureza
imperativa ou mandamental.

O crime omissivo subdivide-se em:

Crime Omissivo impróprio ou impuro ou Omissivo próprio ou puro


comissivo por omissão
São crimes comissivos (que descrevem uma O tipo penal descreve uma omissão de modo 16
ação) praticados por meio de uma que para identificá-los, basta a leitura da
inatividade. norma.
É o que se dá nas hipóteses em que está Há violação do dever genérico de agir, desta
presente o dever jurídico de agir (dever feita, o sujeito ativo da omissão pode ser
específico) para evitar o resultado (art. 13, § qualquer pessoa (ex. art. 135 do CP).
2º, do CP). São crimes unissubsistentes, ou seja, a
Portanto, o sujeito ativo da omissão conduta é composta de um único ato e, por
CPF:
imprópria somente são as pessoas elencadas
860.542.154-18
isso, são crimes que não admitem a forma
nos incisos I a III, do § 2º, art. 13 do Código tentada.
Penal. São crimes próprios, materiais e que
admitem a tentativa.
A natureza jurídica do mencionado artigo é
de norma de extensão e a adequação típica
se dá por subordinação indireta.

CRIME DE DANO E DE PERIGO

Classificação quanto ao resultado jurídico ou normativo (lesão ou ameaça de


lesão ao bem jurídico tutelado).

• Crime de dano ou de lesão - Crime de dano é aquele que se consuma


com a efetiva ocorrência de um dano ao bem jurídico tutelado. É assim

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com a maior parcela das infrações penais. Ex.: homicídio, roubo, furto,
estupro.
• Crime de perigo - Crime de perigo é aquele que se consuma com a
simples exposição do bem jurídico tutelado a um perigo de lesão. São
criados como anteparo, justamente para evitar o dano. Dividem-se em
crimes de perigo abstrato e crimes de perigo concreto.

• Crimes de perigo abstrato ou presumido - São aqueles em que o perigo


é absolutamente presumido pelo legislador. Consumam-se com a
prática da conduta, dispensando a comprovação do perigo real no caso
concreto. Ex.: porte ilegal de arma de fogo.

ATENÇÃO! Súmula 575 do STJ: “Constitui crime a conduta de permitir, confiar ou


entregar a direção de veículo automotor a pessoa que não seja habilitada, ou que se
encontre em qualquer das situações previstas no art. 310 do CTB, independentemente
da ocorrência de lesão ou de perigo de dano concreto na condução do veículo”.

Para a configuração do crime do art. 310 do CTB, não é exigida a demonstração


de perigo concreto de dano. Isso porque, no referido artigo, não há previsão, quanto ao
resultado, de qualquer dano no mundo concreto, bastando a mera entrega do veículo a
pessoa que se sabe inabilitada, para a consumação do tipo penal. Trata-se, portanto, de 17
crime de perigo abstrato (STJ. 6ª Turma. REsp 1.468.099-MG, Rel. Min. Nefi Cordeiro,
julgado em 19/3/2015 e noticiado no info nº 559).

• Crimes de perigo concreto - São aqueles em que o perigo ao bem


jurídico deve ficar comprovado nos autos, pois a lei exige que a conduta
do agente provoque
CPF: perigo real. Ex.: expor a vida ou a saúde de outrem
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a perigo direto e iminente (art. 132). A acusação precisa provar, no caso
concreto, que a conduta do agente gerou o perigo direto e iminente.

CRIME UNISSUBJETIVO E PLURISSUBJETIVO

Classificação quanto à pluralidade de sujeitos como requisito típico.

• Crime unissubjetivo - Unissubjetivo (monossubjetivo ou de concurso


eventual) é aquele que pode ser cometido por um só agente ou por
várias pessoas, em concurso de agentes (art. 29, CP). Ex.: homicídio. A
maioria dos crimes se enquadra como unissubjetivo.

• Crimes plurissubjetivos - Plurissubjetivo (de concurso necessário ou


coletivo) é aquele que exige a presença de mais de um agente para se

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configurar. Isto é, a conduta descrita no verbo nuclear deve,


obrigatoriamente, ser praticada por duas ou mais pessoas, sem
necessidade do socorro da norma de extensão do art. 29 do CP.
Exemplo: associação criminosa, rixa. Subdivide-se em:

• Crimes de condutas paralelas - os agentes colaboram mutuamente


para um resultado comum. Ex.: associação criminosa (art. 288).

• Crimes de condutas convergentes ou bilaterais - as condutas partem


de pontos opostos, encontrando-se, com a consequente produção do
resultado. Ex.: bigamia (art. 235).

• Crimes de condutas divergentes ou contrapostas - as condutas se


desenvolvem umas contra as outras. Ex.: rixa (art. 137).

OBSERVAÇÃO: Crimes acidentalmente ou eventualmente coletivos - São crimes em


que a presença de mais de um agente provoca elevação da pena. Ex.: furto qualificado
pelo concurso de agentes (art. 155, § 4º, IV).

OBSERVAÇÃO: Sob o enfoque processual, se uma infração é praticada por várias


pessoas seja em concurso eventual, seja em concurso necessário, dar-se-á o vínculo de
continência por cumulação subjetiva que, via de regra, motivará a reunião dos 18
processos para julgamento em conjunto (art. 77, I, do CPP).

CRIME SIMPLES E COMPLEXO


CPF: 860.542.154-18
• Crimes simples - São aqueles constituídos simplesmente por uma
conduta típica. Ex.: homicídio.
• Crimes complexos - Os crimes complexos se dividem em:
• Crimes complexos em sentido estrito - São aqueles constituídos pela
junção de mais de uma conduta típica. Ex.: roubo = constituído pelo
furto (subtração de coisa alheia móvel) + lesão corporal ou ameaça.
• Crimes complexos em sentido amplo – São aqueles constituídos pela
junção de uma conduta típica e outras condutas que, em si
consideradas, não são típicas. Ex.: estupro = constrangimento ilegal
(conduta típica) + conjunção carnal ou outro ato libidinoso (não são
condutas típicas se isoladamente consideradas).
• Alguns ainda mencionam os crimes ultra completos – Crime complexo
ao qual é acrescido outro crime, que funciona como qualificadora ou
causa de aumento de pena. Ex.: roubo com causa de aumento por conta
do emprego de arma de fogo. Tem-se um crime complexo (roubo)

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acrescido de uma causa de aumento que, isoladamente, constitui um


tipo autônomo (porte ilegal de arma).

CRIMES PROGRESSIVOS E PROGRESSÃO CRIMINOSA

• Crime progressivo - Crime progressivo (de passagem) – Ocorre quando


o agente, para chegar a um crime mais grave, precisa passar por um
crime menos grave. Ex.: para atingir a consumação do homicídio,
precisa passar pela lesão corporal. Neste caso, desde o início a vontade
era a de praticar o crime mais grave - no caso, matar.

• Progressão criminosa - Ocorre quando o agente, logo após praticar um


crime menos grave, delibera e alterando seu dolo inicial, vem a praticar
um crime mais grave. Há uma evolução criminosa na vontade do
agente. Ex.: sujeito decide agredir a vítima e faz isso. Em seguida, fica
ainda com mais raiva dela e decide matá-la, vindo a eliminar sua vida.
Em ambos os casos há incidência do princípio da consunção. O agente
responderá, somente, pelo crime mais grave, que absorverá a infração
mais branda.
19

CRIME HABITUAL

A habitualidade consiste, em matéria penal, na prática de um só crime


mediante a reiteração da conduta delitiva. Ex: art. 282, CP (exercício irregular da
medicina). Se uma pessoa seCPF: 860.542.154-18
faz passar por médico e de modo habitual, começa a
clinicar, incorre nas penas do art. 282, mas saliente-se que haverá um só crime, o qual
abrange todas as falsas consultas médicas por ele realizadas. A prática de uma só
consulta, de forma isolada, não configura o crime. Requisitos do crime habitual:

a) Repetição de atos;

b) Identidade entre tais atos;

c) Nexo de habitualidade entre eles.

Crimes habituais admitem tentativa? 1C - Não. Ou se forma um conjunto de atos,


consumando o crime, ou não se forma, e o fato será atípico. (Nucci, majoritária). 2C -
Sim. Se o agente der início aos atos executórios e for possível identificar a finalidade de
habitualidade, pode-se configurar o crime tentado. Mirabete à “não há que se negar,

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porém, que se o sujeito, sem ser médico, instala um consultório e é detido quando de
sua primeira consulta, há caracterização da tentativa de crime previsto no artigo 282”.

Crimes habituais admitem prisão em flagrante a qualquer tempo? 1C - Sim. Nesse


sentido, afirma Mirabete: “não é incabível a prisão em flagrante em ilícitos habituais se
for possível, no ato, comprovar-se a habitualidade. Não se negaria a situação de
flagrância no caso da prisão de responsável por bordel onde se encontram inúmeros
casais para fim libidinoso, de pessoa que exerce ilegalmente a medicina quando se
encontra atendendo vários pacientes etc.”. 2C - Não. O delito habitual, quando se
consuma, não se transforma em permanente. São classificações distintas. Veja-se, por
exemplo, que o crime permanente não exige repetição de atos, cada um tem requisitos
próprios. (Nucci)

• Crime habitual próprio ou crime necessariamente habitual - é o crime habitual


propriamente dito. A habitualidade é requisito do fato típico, de maneira
expressa ou implícita. É o crime estudado acima.

• Crime habitual impróprio ou acidentalmente habitual – neste caso, a existência


do crime não depende da reiteração da conduta; se esta ocorrer, entretanto,
haverá um só crime. Nesse sentido: “O crime de gestão fraudulenta pode ser
visto como crime habitual impróprio, em que uma só ação tem relevância para 20
configurar o tipo, ainda que a sua reiteração não configure pluralidade de crimes.
Portanto, a sequência de atos fraudulentos perpetrados já integra o próprio tipo
penal, razão pela qual não há falar, na espécie, em crime continuado” (STJ, AgRg
no AREsp 608646 / ES, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, 6ª T., j. 20/10/2015, v.u.).

CPF: 860.542.154-18
OBSERVAÇÃO: crime habitual distingue-se de crime profissional. Neste caso, temos um
crime habitual com exclusiva intenção de lucro. Ex: art. 230 do CP – Rufianismo.

CRIMES DE ATIVIDADE E DE RESULTADO

• Crimes de atividade - são aqueles que se consumam com a mera prática


da conduta, mesmo que não haja resultado naturalístico. Dividem-se
em formais e de mera conduta.

• Formais (crimes de resultado cortado) - São aqueles que se consumam


com a mera prática da conduta, embora seja possível a ocorrência de
resultado naturalístico como consequência direta da conduta.
Exemplo: prevaricação (art. 319). Para sua consumação, basta que o
agente deixe de praticar o ato de ofício para satisfazer interesse

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pessoal, sendo desnecessário resultado naturalístico. Porém, é possível


que o crime provoque mudanças no mundo dos fatos (ex.: causando
efetivo prejuízo ao Estado).

• De mera conduta - São os crimes que se consumam com a mera prática


da conduta, não admitindo resultado naturalístico como consequência
direta da ação. Ex.: violação de domicílio.

• Crimes de resultado (causais ou materiais) - São aqueles que


dependem da ocorrência de resultado naturalístico para se
consumarem. Ex.: homicídio, estupro.

CRIME UNISSUBSISTENTE E PLURISSUBSISTENTE

Classificação que diz respeito ao número de atos executórios que integram a


conduta criminosa.

• Unissubsistente – Crime que pode ser praticado mediante um só ato executório,


capaz de produzir a consumação. Ex.: injúria verbal. São crimes que não
comportam a tentativa. 21
• Plurissubsistente – É aquele cuja conduta exige a prática de diversos atos
executórios. Ex.: roubo, estupro. É possível a tentativa, já que a conduta pode
ser fracionada.

CPF: 860.542.154-18
CRIME DE FORMA LIVRE E FORMA VINCULADA

• Crime de forma livre é aquele que não pressupõe uma maneira


específica para sua prática. Ex.: furto.

• Crime de forma vinculada é aquele cuja configuração pressupõe que


seja cometido de uma maneira específica. Exemplo: Art. 284 do CP -
Exercer o curandeirismo: I - prescrevendo, ministrando ou aplicando,
habitualmente, qualquer substância; II - usando gestos, palavras ou
qualquer outro meio; III - fazendo diagnósticos.

CRIME VAGO OU DE VÍTIMAS DIFUSAS

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É aquele que não possui sujeito passivo determinado. O sujeito passivo é a


coletividade.

CRIME REMETIDO

É aquele que remete a outro tipo penal, sendo que sua compreensão depende
da consulta a essa figura remetida. Exemplo: uso de documento falso (Art. 304 do CP -
Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297
a 302).

CRIME CONDICIONADO

Aquele que depende do advento de determinada condição externa para o início


da persecução penal. Exemplo: crimes falimentares (Lei 11.101/2005, Art. 180. “A
sentença que decreta a falência, concede a recuperação judicial ou concede a
recuperação extrajudicial de que trata o art. 163 desta Lei é condição objetiva de
punibilidade das infrações penais descritas nesta Lei”).

CRIME DE ATENTADO OU DE EMPREENDIMENTO


22

É aquele que equipara a punição da forma tentada à da forma consumada.


Exemplo: Evasão mediante violência contra a pessoa (Art. 352 do CP - Evadir-se ou tentar
evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida de segurança detentiva, usando
de violência contra a pessoa: Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena
correspondente à violência). CPF: 860.542.154-18

CRIME MILITAR PRÓPRIO E IMPRÓPRIO

São aqueles previsto no Código Penal Militar. Dividem-se em:

• Crime militar próprio – Aqueles previstos apenas no Código Penal


Militar. Exemplo: Deserção (Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença,
da unidade em que serve, ou do lugar em que deve permanecer, por
mais de oito dias).

• Crime militar impróprio – Aqueles previstos no Código Penal Militar e


também em outros diplomas. Exemplo: estupro. Se praticado por
militar nas condições do art. 9º do CPM, configura o crime do art. 232
do CPM. Do contrário, configura o crime do art. 213 do CP.

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CRIME COMUM E POLÍTICO

Em razão do atentado contra vida do então candidato Jair Bolsonaro à


Presidência da República, atenção para esta classificação.

• Políticos são os crimes praticados com propósitos políticos; por


exclusão, crimes comuns são todos os demais. Para configuração do
crime político, exige-se motivação ou finalidade política (critério
subjetivo ou finalidade especial) e que a conduta esteja enquadrada na
lei de Segurança Nacional (requisito objetivo). A lei 7.170/83 dispõe:

Art. 1º - Esta Lei prevê os crimes que lesam ou expõem a perigo de lesão:

I - a integridade territorial e a soberania nacional;

Il - o regime representativo e democrático, a Federação e o


Estado de Direito;

Ill - a pessoa dos chefes dos Poderes da União; 23


Art. 2º - Quando o fato estiver também previsto como crime no
Código Penal, no Código Penal Militar ou em leis especiais, levar-
se-ão em conta, para a aplicação desta Lei:

I - a motivação e os objetivos do agente;


CPF: 860.542.154-18
II - a lesão real ou potencial aos bens jurídicos mencionados no
artigo anterior.

Art. 20 - Devastar, saquear, extorquir, roubar, sequestrar,


manter em cárcere privado, incendiar, depredar, provocar
explosão, praticar atentado pessoal ou atos de terrorismo, por
inconformismo político ou para obtenção de fundos destinados
à manutenção de organizações políticas clandestinas ou
subversivas.

Pena: reclusão, de 3 a 10 anos.

Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal grave, a pena


aumenta-se até o dobro; se resulta morte, aumenta-se até o
triplo.

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CRIME EXAURIDO

Refere-se a resultados ocorridos posteriormente à consumação. Ex.: A extorsão


mediante sequestro está consumada com a restrição da liberdade da vítima,
configurando exaurimento o recebimento do resgate.

CRIME A PRAZO

É aquele cuja configuração depende do advento de um prazo. Exemplo:


Apropriação de coisa achada (art. 169, II, CP). Quem acha coisa alheia perdida e dela
se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor
ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de quinze dias.

Crimes funcionais

São aqueles praticados por funcionário público, conforme artigo 327 do Código
Penal. Dividem-se em: 24
• Crimes funcionais próprios – Ausente a qualidade de funcionário
público, o fato é atípico (ex.: prevaricação).

• Crimes funcionais impróprios ou mistos – Ausente a qualidade de


funcionário público,
CPF: o860.542.154-18
fato continua sendo típico, porém constituindo
outro delito (ex.: quando um funcionário público subtrai para si, da
repartição que trabalha, determinado objeto, comete peculato; se um
trabalhador subtrai para si, de seu local de trabalho, algum bem,
comete furto).

CRIME À DISTÂNCIA, CRIME EM TRÂNSITO, CRIME DE TRÂNSITO E CRIME PLURILOCAL

• Crime à distância (ou de espaço máximo) - É aquele que abrange o


território de dois ou mais países. Aplica-se a teoria da ubiquidade ou
mista (art. 6º - “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu
a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu
ou deveria produzir-se o resultado”).

• Crime plurilocal - São aqueles cujo iter criminis abrange dois ou mais
territórios do mesmo país – ex.: capital e interior do Estado. Aplicam-se

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as regras de competência do art. 70 do Código de Processo Penal


(firmada pelo local da consumação).

• Crime em trânsito (em circulação) - Dá-se quando o agente pratica o


fato em mais de um país, mas não atinge nenhum bem jurídico de seus
cidadãos. Também se denomina passagem inocente.

• Crime de trânsito (de circulação) – É aquele praticado na utilização de


veículos automotores em vias terrestres, aplicando-se o Código de
Trânsito Brasileiro.

CRIME DE TENDÊNCIA OU DE ATITUDE PESSOAL

Cuidam-se de infrações penais cuja caracterização é condicionada à intenção


do agente. A análise do comportamento objetivo, isoladamente, não revela
correspondência entre o fato e a norma penal, exigindo-se investigação acerca da
finalidade do agente. São crimes que trazem como elementar uma finalidade especial,
a qual não precisa ser alcançada para a caracterização do delito. Ex. o ato do médico
que toca a região genital de uma mulher pode caracterizar apenas um exame
ginecológico ou o crime de violação sexual mediante fraude, a depender da sua vontade.

Crime de opinião ou de palavra 25


Abrange todas as infrações penais decorrentes do abuso de liberdade do
pensamento. Não importa o meio pelo qual é praticado (por palavras, imprensa, ou
qualquer outro veículo de comunicação).

CPF: 860.542.154-18
CRIMES TRANSEUNTES OU DE FATO TRANSITÓRIO (DELICTA FACTI TRANSEUNTIS) E
CRIMES NÃO TRANSEUNTES OU DE FATO PERMANENTE (DELICTA FACTI PERMANENTIS)

• Crime transeunte ou de fato transitório: é aquele que não deixa


vestígios materiais. Ex: injúria verbal. Não é preciso perícia.
• Crime não transeunte ou de fato permanente: é aquele que deixa
vestígios materiais. Ex: homicídio. Há necessidade de perícia (exame de
corpo de delito), nos termos do art. 158 do CPP.

CRIME GRATUITO

Aquele praticado sem motivo algum. Entende-se que a falta de motivo não
configura motivo fútil.

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CRIME MULTITUDINÁRIO

Aquele cometido por um grande número de pessoas, num contexto de tumulto


(ex: briga generalizada entre duas torcidas de futebol). Quando o agente pratica o fato
sob influência de multidão em tumulto, se não foi provocador, recebe uma atenuante
na hipótese de condenação (art. 65, III, ”e”, CP).

CRIME DE ÍMPETO E CRIME PREMEDITADO

• Crime de ímpeto é aquele cometido por impulso, sem prévia


racionalização ou planejamento.

• Crime premeditado, ao contrário, é aquele precedido de prévia


racionalização e planejamento.

CRIMES DE ACUMULAÇÃO

São crimes cuja conduta, isoladamente praticada, aparenta ser inofensiva ao


bem jurídico. Porém, quando praticadas reiteradamente, analisadas em seu conjunto, 26
lesionam o bem jurídico tutelado. Ex.: morador joga uma diminuta quantidade de
dejetos em córrego. Porém, todos os moradores da comunidade fazem o mesmo,
poluindo o rio. Ex2: sujeito colhe pequena quantidade de palmito. Porém, toda a
população de determinada região decide fazer o mesmo, comprometendo a vegetação.
É um fundamento para se afastar, em tais casos, o princípio da insignificância.
CPF: 860.542.154-18

Então, Delta, decore os mais importantes, ou aqueles conceitos mais


abrangentes para demostrar em sua prova conhecimento doutrinário. E o legal desta
classificação é que serve para qualquer que seja a peça – TE LIGA!

INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA
• COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL
Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da ___ Vara Criminal da
Comarca de ___ do Estado de ___.

• COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL


Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da ___ Vara Criminal da Seção

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Judiciária de ___ do Estado ___.

• COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI


Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito do Tribunal do Júri da Comarca
de ___ do Estado de/o ___.

Servem aqui as mesmas falas quanto ao termo JUÍZO em nossa peça passada.

Inquérito Policial nº ___.

O Departamento de Polícia Civil do Estado X, por intermédio do Delegado de Polícia infra-


assinado, no uso de suas atribuições, vem, respeitosamente à presença de Vossa
Excelência, com fundamento nos seguintes dispositivos legais: arts. 5º, XII, e 144, §4º,
ambos da CF/88; art. 3º, I da Lei nº 9.296/96 , e art. 2º, §1º da Lei nº 12.830/13,
representar pela INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA no número X de X pelos fatos e razões de
direito a seguir expostos.

27
Importante ter em mente, Delta, que a Lei n. 9.296/96, em seu art.

I – DOS FATOS
CPF: 860.542.154-18
Trata-se de Inquérito Policial nº ___, instaurado para apuração do delito X, tipificado no
art. X ___. Narram os autos que ___.

II - FUNDAMENTOS

• Condições de admissibilidade
o Art. 2º, III da Lei nº 9.296/96;

 DOUTRINA – Cleber Masson (2020) relembra que os crimes que admitem


interceptação telefônica são classificados como crimes de catálogo.
• Requisitos Cautelares
o Fumus Boni Iuris (art. 2º, I da Lei nº 9.296/96) = indícios razoáveis de
autoria ou participação em infração penal.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
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o Periculum In Mora (arts. 2º, II, e 4º, caput, ambos da Lei nº 9.296/96) =
excepcionalidade da interceptação telefônica.

Atenção Megeana e Megeano – A doutrina afirma que a interceptação


telefônica é ultima ratio, apenas podendo ser decretada quando outra medida não se
mostrar razoável à satisfação da investigação.

JURISPRUDÊNCIA (PRECEDENTES) DOS TRIBUNAIS A RESPEITO DA INTERCEPTAÇÃO

• STF, HC 83.515: A jurisprudência do STF é no sentido de que o decreto da


interceptação telefônica pode ser sucessivamente renovável, sempre que o juiz,
com base no quadro fático, entender que essa medida permanece útil à
investigação.

• STF, HC 171.828/DF: É possível o deferimento de interceptação telefônica por


Juízo plantonista.

• STF, HC 171.828/DF: A interceptação telefônica é meio de prova cujo


contraditório diferido amplo deve ser exercitado nos autos das ações penais
respectivas. 28
• STF, HC 152.182/MG: Conforme consolidada jurisprudência desta Corte, a
denúncia anônima é fundamento idôneo a deflagrar a persecução penal, desde
que seja seguida de diligências prévias aptas a averiguar os fatos nela noticiados.

• STF, AgR HC 151.186/RS: O ato impugnado por meio do presente habeas corpus
CPF: 860.542.154-18
está em conformidade com a orientação jurisprudencial do Supremo Tribunal
Federal, no sentido de que é dispensável prévia instauração de inquérito policial
para a autorização de interceptação telefônica, bastando que existam indícios
razoáveis de autoria ou participação do acusado em infração penal.

III – DO PEDIDO

Pelo exposto, e com o objetivo de avançar nas investigações conduzidas por


meio do IPL nº “x”, represento a Vossa Excelência pela decretação da interceptação
telefônica de ..., qualificado nos autos, com número de telefone ..., pelo prazo de 15 dias
(conforme previsão do art. 5º da Lei nº 9.296/96), bem como trazendo os dados de ERB
(Estação Rádio Base) e a quebra dos sigilos dos dados telefônicos. Outrossim, expedindo-
se ofício às operadoras telefônicas para cumprimento da medida. Ademais, dê-se ciência
ao Ministério Público, conforme disposto no art. 6º da Lei nº 9.296/96.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
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Termos em que,

Pede deferimento.

Delegado de Polícia.

Matrícula: ____

BUSCA E APREENSÃO
Estamos diante de uma modalidade de prova em espécie, de acordo com o
Código de Processo Penal, contudo, não tem a natureza jurídica de prova, mas é medida
cautelar probatória.

• COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL


Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da ___ Vara Criminal da
Comarca de ___ do Estado de ___.

• COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL 29


Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da ___ Vara Criminal da Seção
Judiciária de ___ do Estado ___.

• COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI


Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito do Tribunal do Júri da Comarca
de ___ do Estado de/o ___. CPF: 860.542.154-18

Servem aqui as mesmas falas quanto ao termo JUÍZO em nossa peça passada.

Inquérito Policial nº ___.

O Departamento de Polícia Civil do Estado X, por intermédio do Delegado de Polícia infra-


assinado, no uso de suas atribuições, vem, respeitosamente à presença de Vossa
Excelência, com fundamento nos seguintes dispositivos legais: arts. 5º, XI, e 144, §4º,
ambos da CF/88; art. 242 do CPP; e art. 2º, §1º da Lei nº 12.830/13, representar pela
expedição de mandado de BUSCA E APREENSÃO, a ser cumprida no imóvel situado à Rua
X, pelos fatos e razões de direito a seguir expostos.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
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I – DOS FATOS

Trata-se de Inquérito Policial nº ___, instaurado para apuração do delito X, tipificado no


art. X ___. Narram os autos que ___.

II – DOS FUNDAMENTOS

Você precisa demonstrar aqui que tem ciência da necessidade de proteção da


liberdade/intimidade dos indivíduos. Exatamente por isso a matéria é regulada pela
própria Constituição de 1988. Vamos a um modelo possível de início de fundamentação
da peça:

Reza o mandamento do Estado Democrático de Direito esculpido no art. 5º, XI


da CF/88 que a casa é asilo inviolável do indivíduo. Nessa esteira, e em consonância com
o art. 21.1 do Pacto de San José da Costa Rica, urge-se pela necessidade de imersão na
propriedade supracitada para apreensão de X [citar objeto], conforme prevê o art. 240,
§1º, “h” (sempre cabe essa alínea) do CPP.
30
Delta, em seu mandado deve:

• Indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada a diligência


e o nome do respectivo proprietário ou morador; ou, no caso de busca pessoal,
o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que a identifiquem;
• Mencionar o motivo e os fins da diligência.
CPF: 860.542.154-18

III – DO PEDIDO

Ante o exposto, representa esta autoridade pela decretação de BUSCA E


APREENSÃO em face do imóvel em epígrafe, de propriedade de X, a fim de localizar X,
conforme previsão processual penal do art. 243, II do CPP.

Termos em que,

Pede deferimento.

Delegado de Polícia.

Matrícula: ____

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Vamos falar um BUSCA E APREENSÃO + PRISÃO TEMPORÁRIA

pouco desta possibilidade de peça dupla. Há grande possibilidade de uma


casadinha: pedido de busca + temporária. Desta forma, você, Delta, já adentra na
propriedade do autor na tentativa de encontrar algum elemento de prova e já efetua a
respectiva prisão.

Não há dificuldade em realizar uma peça dupla. Você terá que fazer uma
fundamentação conjuntamente com a outra, sendo tudo separado de forma organizada.

Vamos ao modelo.

• COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL


Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da ___ Vara Criminal da
Comarca de ___ do Estado de ___.

• COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL


Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da ___ Vara Criminal da Seção 31
Judiciária de ___ do Estado ___.

• COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI


Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito do Tribunal do Júri da Comarca
de ___ do Estado de/o ___.
CPF: 860.542.154-18
Servem aqui as mesmas falas quanto ao termo JUÍZO em nossa peça passada.

Inquérito Policial nº ___.

O Departamento de Polícia Civil do Estado XX, por intermédio do Delegado de


Polícia infra-assinado, no uso de suas atribuições, vem, respeitosamente à presença de
Vossa Excelência, com fundamento nos seguintes dispositivos legais: arts. 5º, XI, e 144,
§4º, ambos da CF/88; art. 2º, da Lei nº 7.960/89; art. 242 do CPP; e art. 2º, §1º da Lei nº
12.830/13, representar pela expedição de mandado de BUSCA E APREENSÃO no
endereço X, e pela decretação de PRISÃO TEMPORÁRIA de X, pelos fatos e razões de
direito a seguir expostos.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
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Lembre-se que nos fatos você já deve chegar tipificando a(s) conduta(s)
apresentadas pela banca examinadora.

I – DOS FATOS

Trata-se de Inquérito Policial nº ___, instaurado para apuração do delito X, tipificado no


art. X ___. Narram os autos que ___.

II – DOS FUNDAMENTOS

a) DA BUSCA E APREENSÃO

Reza o mandamento do Estado Democrático de Direito esculpido no art. 5º, XI


da CF/88 que a casa é asilo inviolável do indivíduo. Nessa esteira, e em consonância com
o art. 21.1 do Pacto de San José da Costa Rica, urge-se pela necessidade de imersão na 32
propriedade supracitada para apreensão de X [citar objeto], conforme prevê o art. 240,
§, X do CPP.

b) DA CONDIÇÃO DE ADMISSIBIIDADE DA PRISÃO


CPF: 860.542.154-18
7.960/89, art. 1º, III, “x” ...

Como iniciar Prof.,? → Nobre Magistrado (a), o crime ...

c) DOS REQUISITOS CAUTELARES DA PRISÃO

“Fumus comissi delicti” = Conforme narram os fatos, resta comprovada fundadas razões
de autoria no crime X por parte de X, preenchendo, pois, o requisito do “fumus commissi
delicti”, delineado no art. 1º, III da Lei 7.960/89.

“Periculum libertatis” = Imprescindibilidade para a investigação do inquérito policial OU


agente não possui residência fixa ou não fornecer elementos suficientes para
esclarecimento de sua identidade.

• Doutrina = Antônio Scarance Fernandes (coexistência da soma dos incisos I ou


II com inciso III)

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• Jurisprudência = Entendimento do doutrinador vai de encontro ao Tribunais


Superiores: STF e Tribunal Cidadão.

d) DA IMPOSSIBILIDADE DE OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES ANTE A PRISÃO

• Excepcionalidade da prisão = RHC 58.820/SE, writ interposto no STJ).


• Não culpabilidade = art. 5º, LVII da CF/88
• Presunção de inocência = art. 8.2 do Pacto de São José da Costa Rica.

Em nosso ordenamento jurídico a prisão é medida excepcional – STJ, RHC


58.820/SE. Desta forma, em obediência à máxima da não culpabilidade (art. 5º, LVII da
CF/88) e presunção de inocência (art. 8.2 do Pacto de São José da Costa Rica), vige a
liberdade como regra no Brasil, sendo imperioso destacar que, casuisticamente,
impossível a decretação de medidas diversas da prisão previstas nos artigos 319 e 320
do CPP, sendo imperioso, pois, o deferimento da medida por esta autoridade solicitada.

IV – DOS PEDIDOS
33
Pelo exposto, e com o objetivo de avançar nas investigações conduzidas por
meio do IPL nº “x”, represento a Vossa Excelência pela decretação da prisão temporária
de ..., pelo prazo de cinco dias (art. 2º da 7.960/89, in fine), com a respectiva oitiva do
Parquet (art. 2º, §1º da 7.960/89), e pela BUSCA E APREENSÃO no domicílio de X, no
endereço supracitado, para X, conforme art. 243, II do CPP.
CPF: 860.542.154-18
Termos em que,

Pede deferimento.

Delegado de Polícia.

Matrícula: ____

INFILTRAÇÃO DE AGENTES
Vamos aos ensinamentos do Prof. Márcio André (Dizer o Direito) a respeito da
infiltração de agentes, antes de ver a peça especificamente.

Essa técnica de investigação está prevista, atualmente, em três diplomas


normativos:

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• Art. 53, I, da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas);

• Art. 10 da Lei nº 12.850/2013 (Lei do Crime Organizado);

• Arts. 190-A a 190-E do ECA, inseridos pela Lei nº 13.441/2017;

• Art. 1º, § 6º da Lei nº 9.613/98 (Lei de Lavagem de Dinheiro), inserido pela Lei
nº 13.964/2019.

INFILTRAÇÃO POLICIAL NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

Lei de Drogas Lei do Crime ECA LEI DE LAVAGEM DE


(art. 53, I) Organizado (arts. 190-A a 190-E) DINHEIRO
(arts. 10 a 14) (art. 1º, § 6º)8
Principais Principais Principais A Lei nº 13.964/2019
características: características: características: inseriu dispositivo na
Lei de Lavagem
• Não prevê prazo • Prazo de 6 meses, • Prazo de 90 dias, prevendo o seguinte:
máximo. podendo ser sendo permitidas
• Não disciplina sucessivamente renovações, mas o Art. 1º (...)
procedimento a ser prorrogada. prazo total da
adotado. • Só poderá ser infiltração não § 6º Para a apuração
adotada se a prova poderá exceder 720 do crime de que
34
não puder ser dias. trata este artigo,
produzida por outros • Só poderá ser admite-se a
meios disponíveis. adotada se a prova utilização da ação
não puder ser controlada e da
produzida por outros infiltração de
CPF: meios disponíveis.
860.542.154-18 agentes.
• A infiltração de
agentes ocorre
apenas na internet.

Procedimento da infiltração policial na Lei nº 12.850/2013

• Pedido e legitimidade

A infiltração de agentes de polícia em tarefas de investigação deverá ser pedida ao Juiz


mediante:

8
Aposta Mege para os concursos atuais – ABRE O OLHO. Sobretudo para Delegado Federal, tá dá hora

cobrar isso.

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• Representação do Delegado de Polícia; ou

• Requerimento do Ministério Público.

Requisitos do pedido

O requerimento do Ministério Público ou a representação do delegado de


polícia para a infiltração de agentes deverão conter:

• A demonstração da necessidade da medida;

• O alcance das tarefas dos agentes;

• Os nomes ou apelidos das pessoas investigadas (quando isso for possível); e

• O local da infiltração.

Distribuição sigilosa

O pedido de infiltração será sigilosamente distribuído, de forma a não conter


informações que possam indicar a operação a ser efetivada ou identificar o agente que 35
será infiltrado. As informações quanto à necessidade da operação de infiltração serão
dirigidas diretamente ao Juiz competente.

Manifestação técnica do Delegado

Se o requerimento for formulado pelo MP no curso de inquérito policial, antes


de o Juiz decidir deverá haverCPF: 860.542.154-18
manifestação técnica do Delegado.

Oitiva do MP

Na hipótese de representação do Delegado de Polícia, o Juiz competente, antes de


decidir, ouvirá o Ministério Público.

Prazo para decisão

O Juiz decidirá o pedido no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, após


manifestação do MP na hipótese de representação do delegado de polícia.

Decisão judicial

A decisão do Juiz autorizando a infiltração deve ser:

a) prévia;

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b) circunstanciada;

c) motivada; e

d) sigilosa.

Além disso, a decisão deverá:

• Estabelecer os limites da infiltração; e

• Adotar as medidas necessárias para o êxito das investigações e a segurança


do agente infiltrado.

Quanto aos requisitos, Megeano e Megeana:

A INFILTRAÇÃO SOMENTE SERÁ ADMITIDA SE:

1) Houver indícios da prática de infração penal 2) Se a prova não puder ser


produzida por outros meios
que trata o art. 1º da Lei nº 12.850/2013. disponíveis.

36
Obs: mesmo que o delito investigado não seja o
de organização criminosa, caso seja necessária
a infiltração policial, deverão ser observados, Assim, a infiltração é técnica de
por analogia, os requisitos da Lei nº investigação subsidiária (a
12.850/2013; Obs2: a Lei do Tráfico de Pessoas infiltração é a ultima ratio).
e a Lei de Terrorismo preveem a possibilidade
de aplicação da infiltração CPF: Você pode citar isso na
com base860.542.154-18
na Lei nº
12.850/2013. FUNDAMENTAÇÃO da peça;

DOUTRINA PARA FUNDAMENTAÇÃO DA PEÇA

De acordo com Marcelo Batlouni (2007) a infiltração de agentes consiste em


técnica por meio da qual o agente entra:

“no seio da organização criminosa, passando a integrá-la como se


criminoso fosse – na verdade, como se um novo integrante fosse.
Agindo assim, penetrando no organismo e participando das atividades
diárias, das conversas, problemas e decisões, como também por vezes
de situações concretas, ele passa a ter condições de melhor
compreendê-la para melhor combatê-la através do repasse de
informações às autoridades.”

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No mesmo sentido, Denilson Feitoza Pacheco:

“Infiltração é a introdução de agente público, dissimuladamente


quanto à finalidade investigativa (provas e informações) e/ou
operacional (“dado negado” ou de difícil acesso) em quadrilha, bando,
organização criminosa ou associação criminosa ou, ainda, em
determinadas hipóteses (como crimes de drogas), no âmbito social,
profissional ou criminoso do suposto autor de crime, a fim de obter
provas que possibilitem, eficazmente, prevenir, detectar, reprimir ou,
enfim, combater a atividade criminosa deles.” (PACHECO, Denilson
Feitoza. Direito processual penal: teoria, crítica e práxis. 6ª ed. rev.,
ampl. e atual. Niterói: Impetus, 2009, p. 820).

Vamos ao modelo, Delta.

• COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL


Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da ___ Vara Criminal da
Comarca de ___ do Estado de ___.
37
• COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL
Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da ___ Vara Criminal da Seção
Judiciária de ___ do Estado ___.

• COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI


Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito do Tribunal do Júri da Comarca
CPF: 860.542.154-18
de ___ do Estado de/o ___.

Servem aqui as mesmas falas quanto ao termo JUÍZO em nossa peça passada.

Inquérito Policial nº __.

O Departamento de Polícia Civil do Estado X, por intermédio do Delegado de


Polícia infra-assinado, no uso de suas atribuições, vem, mui respeitosamente à presença
de Vossa Excelência, e com fundamento nos seguintes dispositivos legais: art. 144, §4º
da CF/88; art. 2º, §1º da Lei nº. 12.830/13; e art. 10 da Lei nº. 12.850/13, representar

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
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pela INFILTRAÇÃO DE AGENTES em atividade de investigação, pelos fatos e fundamentos


de direito a seguir expostos.

I – DOS FATOS

Narram os autos do inquérito policial, às fls. ___, a existência da prática criminal


delineada no perceptum iuris do art. __ do CP ou Lei X: [descrever tipo].

Foram incorporados ao autos do inquérito as seguintes constatações da


conduta delituosa: ___, o que corrobora com a medida em epígrafe citada, na medida
da necessidade de incorporação estatal na organização para proteção e segurança
social.

II – DOS FUNDAMENTOS

Excelência, o art. 10, §2º da Lei nº 12.850/13 apresenta a necessidade de


constatação de dois requisitos para a decretação da medida: indícios de infração
38
conforme art. 1º e excepcionalidade. Quanto ao primeiro, urge-se para mais nobre
constatação da prática delituosa perpetrada pela organização criminosa, que,
reiteradamente, vem praticando delitos de __, o que macula a sociedade e a satisfação
da justiça em realizar o direito. Sobre a excepcionalidade, cumpre destacar que não há
outra medida momentânea apta ao êxito da investigação, sendo primária a urgência
desta medida.9
CPF: 860.542.154-18

Lei n. 12.850/13

Art. 11. O requerimento do Ministério Público ou a representação do delegado de polícia


para a infiltração de agentes conterão a demonstração da necessidade da medida, o
alcance das tarefas dos agentes e, quando possível, os nomes ou apelidos das pessoas

9
Art. 10. A infiltração de agentes de polícia em tarefas de investigação, representada pelo delegado de polícia ou
requerida pelo Ministério Público, após manifestação técnica do delegado de polícia quando solicitada no curso de
inquérito policial, será precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa autorização judicial, que estabelecerá seus
limites.§ 1º Na hipótese de representação do delegado de polícia, o juiz competente, antes de decidir, ouvirá o
Ministério Público.§ 2º Será admitida a infiltração se houver indícios de infração penal de que trata o art. 1º e se a
prova não puder ser produzida por outros meios disponíveis.§ 3º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6
(seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que comprovada sua necessidade. § 4º Findo o prazo
previsto no § 3º , o relatório circunstanciado será apresentado ao juiz competente, que imediatamente cientificará
o Ministério Público. § 5º No curso do inquérito policial, o delegado de polícia poderá determinar aos seus agentes,
e o Ministério Público poderá requisitar, a qualquer tempo, relatório da atividade de infiltração.

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investigadas e o local da infiltração. Parágrafo único. Os órgãos de registro e cadastro


público poderão incluir nos bancos de dados próprios, mediante procedimento sigiloso
e requisição da autoridade judicial, as informações necessárias à efetividade da
identidade fictícia criada, nos casos de infiltração de agentes na internet. (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019).

• Demonstração da necessidade da medida

• Alcance das tarefas dos agentes

• Quando possível, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas

• Local da infiltração

III – DO PEDIDO

Pelo exposto, e com o objetivo de avançar nas investigações conduzidas pelo


IPL nº X, represento a Vossa Excelência pela INFILTRAÇÃO DE AGENTES, conforme
demonstrado a prática da infração acampada pelo art. 1º da Lei nº. 12.850/13, e,
obediência à previsão do art. 10, e seguintes do mesmo diploma, com reconhecimento 39
da excepcionalidade da medida e urgência necessária da mesma. Ademais, abra-se vista
ao Membro do Parquet, conforme ditame do art. 1º, §1º da Lei.

Termos em que,

Pede deferimento.
CPF: 860.542.154-18
Delegado de Polícia.

Matrícula __.

RELATÓRIO
SEM E COM PREVENTIVA

• COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL


Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da ___ Vara Criminal da
Comarca de ___ do Estado de ___.

• COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
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Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da ___ Vara Criminal da Seção


Judiciária de ___ do Estado ___.

• COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI


Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito do Tribunal do Júri da Comarca
de ___ do Estado de/o ___.

Inquérito Policial Nº __.

Instaurado na data: __.

O Departamento de Polícia Civil do Estado X, por intermédio do Delegado de Polícia infra-


assinado, no uso de suas atribuições, vem, mui respeitosamente à presença de Vossa
Excelência, e com fundamento nos seguintes dispositivos legais: art. 144, §4º da CF/88;
art. 2º, §1º da Lei nº. 12.830/13; e art. 10, §1º do CPP, apresentar RELATÓRIO.

Se houver preventiva, cito os dispositivos da preventiva no preâmbulo e crio II – DO


DIREITO E FUNDAMENTOS. 40
Em decorrência do auto de prisão em flagrante [PORTARIA] foi instaurado o
inquérito policial nº __ com fulcro a investigar a prática delituosa delineada no
perceptum iuris do art. __ do CP. Como autores, figuram as pessoas de X e Y, que,
mediante ... [descrever conduta criminosa].

CPF:
Auto de prisão em flagrante às fls. __.860.542.154-18

Comunicação ao juízo das formalidades legais às fls. __.

Nota de culpa às fls. __.

Narrar toda a sistemática ocorrida na investigação e exposta nos dados. Delta, não pode
esquecer/faltar nenhuma diligência citada no enunciado da questão, eles costumam sair
no espelho – ATENÇÃO.

Ante o exposto, damos por encerradas as investigações para apuração da prática


delituosa em epígrafe citada neste inquérito policial, submetendo o feito ao crivo de
Vossa Excelência e do ilustre Membro do Parquet.

É o Relatório.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
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Delegado de Polícia.

Data: __.

Matrícula: __.

AÇÃO CONTROLADA
Vamos mais uma vez nos furtar dos ensinamentos pedagógicos do Prof. Márcio
André Lopes Cavalcante para entender todo o conceito, antes de adentar no modelo da
peça.

ATUAÇÃO RETARDADA DA AUTORIDADE RESPONSÁVEL

Se a autoridade (seja ela policial ou administrativa) constatar que existe uma


infração penal em curso, ela deverá tomar as providências necessárias para que esta
prática cesse imediatamente, devendo até mesmo realizar a prisão da pessoa que se
encontre em flagrante delito. A experiência demonstrou, contudo, que, em algumas
oportunidades, é mais interessante, sob o ponto de vista da investigação, que a 41
autoridade aguarde um pouco antes de intervir imediatamente e prender o agente
que está praticando o ilícito. Isso ocorre porque em determinados casos se a autoridade
esperar um pouco mais, retardando o flagrante, poderá descobrir outras pessoas
envolvidas na prática da infração penal, reunir provas mais robustas, conseguir
recuperar o produto ou proveito do crime, enfim obter maiores vantagens para a
persecução penal. CPF: 860.542.154-18

Exemplo

O exemplo típico desta técnica de investigação é o caso do tráfico de drogas.


Imagine que a polícia descubra que determinado passageiro irá embarcar uma grande
quantidade de droga em uma barco que seguirá de um Estado para outro. A polícia
poderia prender o traficante no instante em que este estivesse embarcando o
entorpecente, ou ainda, no momento do transporte. Entretanto, revela-se mais
conveniente à investigação que a autoridade policial aguarde até que o agente chegue
ao seu destino onde poderá descobrir e prender também o destinatário da droga. Este
modo de proceder é chamado de “ação controlada”.

• É esse o feeling que você dever ter, Delta.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
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• Note que a banca vai sinalizar um caso em que é mais viável você “pegar” toda
a quadrilha, independente da prisão de um ou dois agentes.
• Atente-se, mais a frente, que há diferenciação entre a ação controlada da lei de
organização criminosa e lei de drogas.

Conceito

Ação controlada é...

- uma TÉCNICA ESPECIAL DE INVESTIGAÇÃO

- por meio da qual a autoridade policial ou administrativa (ex: Receita Federal,


corregedorias),

- mesmo percebendo que existem indícios da prática de um ato ilícito em curso,

- retarda (atrasa, adia, posterga) a intervenção neste crime para um momento


posterior,

- com o objetivo de conseguir coletar mais provas,


42
- descobrir coautores e partícipes da empreitada criminosa,

- recuperar o produto ou proveito da infração ou

- resgatar, com segurança, eventuais vítimas.

CPF: 860.542.154-18

Nomenclatura

A ação controlada é também denominada de “flagrante prorrogado, retardado


ou diferido”.

• Você vai usar na peça “AÇÃO CONTROLADA”.

Previsão legislativa

A ação controlada é prevista nos seguintes dispositivos legais:

Convenção de Palermo (Decreto 5.015/2004):

Artigo 20

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Técnicas especiais de investigação

1. Se os princípios fundamentais do seu ordenamento jurídico nacional o


permitirem, cada Estado Parte, tendo em conta as suas possibilidades e em
conformidade com as condições prescritas no seu direito interno, adotará as medidas
necessárias para permitir o recurso apropriado a entregas vigiadas e, quando o
considere adequado, o recurso a outras técnicas especiais de investigação, como a
vigilância eletrônica ou outras formas de vigilância e as operações de infiltração, por
parte das autoridades competentes no seu território, a fim de combater eficazmente a
criminalidade organizada.

(...)

4. As entregas vigiadas a que se tenha decidido recorrer a nível internacional


poderão incluir, com o consentimento dos Estados Partes envolvidos, métodos como a
intercepção de mercadorias e a autorização de prosseguir o seu encaminhamento, sem
alteração ou após subtração ou substituição da totalidade ou de parte dessas
mercadorias.

Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas): 43


Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos
nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e
ouvido o Ministério Público, os seguintes procedimentos investigatórios: (...) II - a não-
atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros
produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com
CPF: 860.542.154-18
a finalidade de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de
operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível. Parágrafo
único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será concedida desde que
sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou de
colaboradores.

Lei nº 9.613/98 (Lei de Lavagem de Capitais):

Art. 4º-B. A ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias de bens,


direitos ou valores poderão ser suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando
a sua execução imediata puder comprometer as investigações. (Incluído pela Lei nº
12.683/2012)

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Lei nº 12.850 (Lei do Crime Organizado):

Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a intervenção policial ou


administrativa relativa à ação praticada por organização criminosa ou a ela vinculada,
desde que mantida sob observação e acompanhamento para que a medida legal se
concretize no momento mais eficaz à formação de provas e obtenção de informações.

Para que ocorra a ação controlada é necessária prévia autorização judicial?

A resposta irá depender do tipo de crime que está sendo investigado.

Se a ação controlada envolver crimes:

• Da Lei de Drogas ou de Lavagem de Dinheiro: SIM. Será necessária prévia


autorização judicial porque o art. 52, II, da Lei nº 11.343/2006 e o art. 4ºB da Lei nº
9.613/98 assim o exigem.

• Praticados por organização criminosa: NÃO. Neste caso será necessário


apenas que a autoridade (policial ou administrativa) avise o juiz que irá realização ação 44
controlada. Veja o que diz o § 1º do art. 8º da Lei nº 12.850/2013: Art. 8º (...) § 1º O
retardamento da intervenção policial ou administrativa será previamente
comunicado ao juiz competente que, se for o caso, estabelecerá os seus limites e
comunicará ao Ministério Público.

CPF:
A previsão acima é muito 860.542.154-18
importante considerando que, na antiga Lei do Crime
Organizado (Lei n.° 9.034/95), não se impunha uma fiscalização prévia da ação
controlada por parte do Poder Judiciário, o que gerava um perigo grande de que
houvesse abusos ou, pior, que existissem atos de corrupção ou leniência praticados
pelas autoridades policiais e que fossem acobertados sob o argumento de que se estava
diante de uma “ação controlada”. Em outras palavras, poderia acontecer de a
autoridade identificar a prática de um crime em curso e não reprimi-lo por conta de
corrupção. Caso fosse descoberta e questionada sobre este fato, a autoridade alegava
que estava praticando uma “ação controlada” e que iria atuar no momento certo. Isso
agora não mais será possível tendo em vista que a Lei exige a comunicação prévia da
ação controlada ao juiz.

A Lei nº 12.850/2013 fez bem ao dispensar a prévia autorização, exigindo tão-


somente a comunicação. Isso porque algumas vezes os fatos se desenrolam de forma

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muito rápida e não daria tempo para se aguardar uma decisão judicial. Logo, a
comunicação prévia supre a preocupação externada no parágrafo anterior (evitar que a
autoridade policial "simule" uma ação controlada) e, ao mesmo tempo, não prejudica a
dinâmica das investigações. Assim, protocolizada a comunicação, a ação controlada
poderá ser levada a efeito pela autoridade até que venha, se vier, uma limitação imposta
pelo juiz. Em muitas situações, não haveria sequer tempo hábil para que se aguardasse
uma autorização judicial para a ação controlada eis que os fatos da vida acontecem de
forma célere e a execução do delito, não raras vezes, é mais célere que o tempo necessário
para o magistrado autorizar o diferimento da atuação policial.

Vale ressaltar que, se o crime de tráfico de drogas ou de lavagem de capitais


estiverem sendo praticados por organização criminosa que se enquadre no conceito da
Lei nº 12.850/2013, será possível que a autoridade policial invoque o art. 8º, § 1º deste
diploma e faça a ação controlada valendo-se da mera comunicação prévia considerando
que neste caso estará sendo investigada uma organização criminosa.

Limites à ação controlada

O § 1º do art. 8º da Lei nº 12.850/2013 afirma que, depois de o juiz ser


comunicado sobre a realização da ação controlada ele poderá estabelecer limites a essa
45
prática.

• Ex1: o juiz poderá estabelecer limite de tempo para a ação controlada,


de forma que depois disso, a , por exemplo, a autoridade deverá
obrigatoriamente intervir (24h, 2 dias, uma semana etc.).
• CPF:poderá
Ex2: o magistrado 860.542.154-18
determinar a autoridade policial que não
permita determinadas condutas que violem de forma muito intensa ou
irreversível o bem jurídico. Seria o caso de o juiz alertar o Delegado: em
caso de ofensa à integridade física de vítimas, a força policial deverá
intervir imediatamente, evitando lesões corporais ou morte.

Apesar de o § 1º falar apenas em limites, penso que o juiz poderá também


simplesmente indeferir a ação controlada, determinando a imediata intervenção policial
sempre que não estiverem previstos os requisitos legais ou quando a postergação não
for recomendada. Ex1: se não envolver organização criminosa considerando que não
estaria previsto o requisito legal. Ex2: se a polícia descobriu o cativeiro de uma vítima e
há interceptação telefônica afirmando que irão matá-la a qualquer momento.

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Procedimento no caso da comunicação da ação controlada (art. 8º da Lei nº


12.850/2013)

1) A autoridade policial ou administrativa comunica o juiz sobre a realização da ação


controlada, demonstrando a conveniência da medida e o planejamento de atuação;

2) No setor de protocolo da Justiça, a comunicação deverá ser sigilosamente distribuída,


de forma a não conter informações que possam indicar a operação a ser efetuada;

3) O juiz comunicará o Ministério Público acerca do procedimento e poderá estabelecer


limites à ação controlada;

4) Até o encerramento da diligência, o acesso aos autos será restrito ao juiz, ao


Ministério Público e ao delegado de polícia, como forma de garantir o êxito das
investigações;

5) Ao término da diligência, a autoridade policial ou administrativa deverá elaborar um


auto circunstanciado acerca da ação controlada.

Ação controlada envolvendo transposição de fronteiras


46
Se a ação controlada envolver transposição de fronteiras, o retardamento da
intervenção policial ou administrativa somente poderá ocorrer com a cooperação das
autoridades dos países que figurem como provável itinerário ou destino do investigado,
de modo a reduzir os riscos de fuga e extravio do produto, objeto, instrumento ou
proveito do crime (art. 9º da Lei nº 12.850/2013).
CPF: 860.542.154-18
Vamos ao modelo de ação controlada:

• COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL


Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da ___ Vara Criminal da
Comarca de ___ do Estado de ___.

• COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL


Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da ___ Vara Criminal da Seção
Judiciária de ___ do Estado ___.

• COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI


Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito do Tribunal do Júri da Comarca
de ___ do Estado de/o ___.

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Inquérito policial nº. __.

O Departamento de Polícia do Estado XX, por intermédio do Delegado de Polícia infra-


assinado, no uso de suas atribuições, vem, mui respeitosamente, e com parâmetro nos
seguintes dispositivos legais: art. 144, §4 º da CF/88; art. 2º, §1º da Lei 12.830/13; e art.
8, §1º da Lei 12.850/13; COMUNICAR a realização de futura e iminente ação controlada
em tarefa de investigação.

➔ Se for Drogas = Lei 11.343/06, art. 53, II.


➔ SOLICITAR AUTORIZAÇÃO para realização de ação
controlada.

I – DOS FATOS

Trata-se de inquérito policial instaurado para ... [se tiver inquérito]


47

II – DOS FUNDAMENTOS

Conforme doutrina eCPF:


jurisprudência majoritária, a ação controlada consiste no
860.542.154-18
retardamento da intervenção policial ante situação flagrancial de atividade criminosa.
No presente caso, ...

[Demonstrar que a Lei 12.850/13 prega que é necessário configuração de OC = art. 1º,
§1º].

A presente medida se faz necessária para mais eficaz produção de provas ou


elementos de informação para posterior instrução criminal.

III – DO PEDIDO

Ante o exposto, vem esta autoridade policial COMUNICAR a realização de


futura e iminente ação controlada, em observância ao exposto no art. 8º, §1º da Lei

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12.850/13, para, se for o caso, Vossa Excelência estabelecer eventuais limites, com
comunicação do parquet conforme artigo supracitado, in fine.

Perceba, Delta, que se estivermos diante de uma ação controlada


envolvendo Lei de Drogas, você mudará a fundamentação para os dispositivos
específicos da 11.343/06, sendo certo que mudará pouca coisa em relação à 12.850/13.

Você não precisa pedir deferimento.

Basta assinar:

Delegado de Polícia.

Matrícula: ___.

SEQUESTRO
48

• COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL


Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da ___ Vara Criminal da
Comarca de ___ do Estado de ___.
CPF: 860.542.154-18
• COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL
Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da ___ Vara Criminal da Seção
Judiciária de ___ do Estado ___.

• COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI


Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito do Tribunal do Júri da Comarca
de ___ do Estado de/o ___.

Inquérito policial nº. __.

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O Departamento de Polícia do Estado XX, por intermédio do Delegado de Polícia infra-


assinado, no uso de suas atribuições, vem, mui respeitosamente, e com parâmetro nos
seguintes dispositivos legais: art. 144, §4 º da CF/88; art. 2º, §1º da Lei 12.830/13; e art.
127 do CPP, REPRESENTAR pelo sequestro de bens, pelos fatos e fundamentos de direito
a seguir expostos.

I – DOS FATOS

Narram os autos do inquérito policial nº __ instaurado para apuração da


conduta criminosa tipificada à luz do art. __ da(o) __, sob rubrica criminal “X” e
classificado como “X”, segundo doutrina nacional, que __.

II – DOS FUNDAMENTOS

• Bem imóvel = art. 125


• Bem móvel = art. 132 49
Quanto aos requisitos cautelares, segundo preceitua o art. 126 do CPP, basta a
existência de indícios veementes da proveniência ilícita dos bens = demonstrar isso com
os dados.

• Se for drogas = art. 60 da 11.343/06


• CPF:
Se for lavagem = art. 4º 860.542.154-18
da 9.613/98

III – DO PEDIDO

Ante exposto, vem esta autoridade policial representar pela decretação de


sequestro, conforme legislação supracitada, sob __ (citar bem) em decorrência de sua
aquisição por meio de atividade ilícita, e como forma de satisfação ulterior útil do
processo.

Termos em que,

Pede deferimento.

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Delegado de Polícia.

Matrícula __.

HIPOTECA
• COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL
Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da ___ Vara Criminal da
Comarca de ___ do Estado de ___.

• COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL


Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da ___ Vara Criminal da Seção
Judiciária de ___ do Estado ___.

• COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI


Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito do Tribunal do Júri da Comarca
de ___ do Estado de/o ___.
50

Inquérito policial nº __.

O Departamento de CPF: 860.542.154-18


Polícia Civil do Estado XX, por intermédio do Delegado de
Polícia infra-assinado, no uso de atribuições, vem, mui respeitosamente a presença de
Vossa Excelência, com fulcro nos seguintes dispositivos legais: art. 144, §4º da CF/88; e
art. 2º, §1º da Lei 12.830/13, representar pela autorização para HIPOTECA do(s)
seguinte(s) bem(s) abaixo listados, pelos fatos e razões de direito posteriormente
expostas.

I – DOS FATOS

Narram os autos do inquérito policial supracitado que ...

II – DOS FUNDAMENTOS

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Quanto à inequívoca prova da materialidade do fato delituoso, conforme


previsão do Código de Processo Penal, art. 134, constata-se que ...

A respeito dos indícios suficientes de autoria, pois, demostrou-se que “FULANO”


... completando os requisitos para medida cautelar real de garantia.

Atenção Delta:

Em que pesem os argumentos apresentados, importante fixar posicionamento


doutrinário de Tourinho Filho e Bruno Taufner, que trazem à tona a possibilidade de
representação pela autoridade policial de tal medida, uma vez que, apesar de o art. 134
citar a expressão “processo”, a hipoteca recai sobre bens do indiciado, ou seja, a mens
legis galga a interpretação deste sentido.

III – DO PEDIDO

Ante o exposto, representa esta autoridade policial pela autorização da


51
HIPOTECA sobre o bem “X” como medida de natureza real de garantia para
satisfatividade do processo, conforme previsão do art. 134 do CPP, mediante
demonstração de autoria e prova inequívoca da materialidade.

CPF: 860.542.154-18
Termos em que,
Pede deferimento.

Delegado de Polícia.

Matrícula __.

QUEBRA DO SIGILO BANCÁRIO


• COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL
Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da ___ Vara Criminal da
Comarca de ___ do Estado de ___.

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Judiciária de ___ do Estado ___.

• COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI


Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito do Tribunal do Júri da Comarca
de ___ do Estado de/o ___.

Inquérito policial nº __.

O Departamento de Polícia do Estado XX, por intermédio do Delegado de Polícia


infra-assinado, no uso de suas atribuições, vem, mui respeitosamente à presença de
Vossa Excelência, e com fulcro nos seguintes dispositivos legais: art. 144, §4º da CF/88;
art. 2º, §1º da Lei 12.830/13; e art. 1º, §4º da Lei Complementar 105/01, representar
pela QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO em face de __, devidamente qualificado às fls. __,
pelos fatos e fundamentos de direito a seguir expressos.

I – DOS FATOS
52
Narram os autos do inquérito policial nº __ que apura a prática do delito
expresso no art. “X”, sob rubrica criminal “X” contra a figura de “X”.

Segundo demonstra o procedimento administrativo ...

CPF: 860.542.154-18

II – DOS FUNDAMENTOS

A privacidade, como é sabido, é um direito fundamental protegido pela Carta


Magna de 1988, art. 5º, incisos X e XII, tida como garantia estatal ante a liberdade dos
indivíduos de proverem suas vidas sem intervenção de terceiros, da mesma forma,
prevista no art. 21 do Pacto de San José da Costa Rica.

Do exposto, e diante da existência de crime, há que se falar em intervenção


Estatal para apuração de delitos. Quanto à prova da materialidade para decretação da
medida, vislumbra-se que ... [mostrar as provas da materialidade], preenchendo o fumus
comissi delicti. A respeito do periculum in mora, a demora na satisfação da medida pode
ensejar ...

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III – DOS PEDIDOS

Ante o exposto, vem esta autoridade policial representar pela quebra do sigilo
bancário da(s) seguinte(s) conta(s): __, sob a tutela das instituições financeiras “X”, de
titularidade de __, pelo prazo de 6 (seis) meses, pelas razões de fato e de direito acima
expostas, e como medida da mais lidima justiça.

Termos em que,

Pede deferimento.

Delegado de Polícia.

Matrícula __.

CAPTAÇÃO AMBIENTAL
Delta, aqui temos alteração perpetrada pelo Pacote Anticrime, e isto faz com
que a possibilidade desta peça em sua prova atual seja grande.

Inicialmente, então, vamos entender do que se trata a captação ambiental e


53
apresentar os fundamentos da Lei n. 13.964/19 para depois discutir o modelo para seu
estudo. Nas palavras de Márcio André Lopes, a captação ambiental ocorre quando são
registrados sons ou imagens envolvendo a conversa ou o comportamento de duas ou
mais pessoas em um determinado ambiente, como um escritório, um restaurante, a
entrada de um prédio, e etc.
CPF: 860.542.154-18
Vamos ao quadro sobre a divisão do conceito de captação ambiental em
sentido amplo.

INTERCEPTAÇÃO ESCUTA AMBIENTAL GRAVAÇÃO AMBIENTAL


AMBIENTAL
Ocorre quando um terceiro Ocorre quando um terceiro Ocorre quando o diálogo ou
capta o diálogo ou as capta o diálogo ou as as imagens envolvendo duas
imagens envolvendo duas ou imagens envolvendo duas ou mais pessoas é captado,
mais pessoas, sem que ou mais pessoas, sendo que sendo que um dos alvos é o
nenhum dos alvos saiba. um dos alvos sabe que está autor dos registros. Também
sendo realizada a escuta. é chamada de gravação
ambiental clandestina (obs: a
palavra “clandestina” está
empregada não na acepção
de “ilícito”, mas sim no
sentido de “feito às ocultas”).
Ex: polícia, com autorização Ex: polícia filma o momento Ex: mulher instala uma
judicial, instala um microfone em que determinado câmera na casa e filma o

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e um gravador escondidos no empresário (ciente da momento em que o ex-


gabinete de um servidor filmagem) entrega quantia marido ameaça matá-la.
público investigado por em dinheiro exigida por
corrupção. fiscal corrupto.

Antes da Lei nº 13.964/2019 (Pacote Anticrime), para que houvesse a interceptação


ou escuta ambiental era necessária autorização judicial?

Depende:

• Se as pessoas investigadas estivesem em um ambiente público ou de acesso público:


prevalecia o entendimento de que não havia necessidade de autorização judicial,
considerando que não havia violação à privacidade e muito menos à intimidade. É o
caso, por exemplo, da filmagem de um crime que ocorre em plena rua;

• Se a captação ocorresse um local de acesso restrito: era necessária a autorização


judicial. É o caso da captação ambiental realizada em um escritório ou em uma
residência.

Neste sentido, confira-se os seguintes precedentes:


54
• Conforme destacou o Ilustre Ministro Sepúlveda Pertence, ao proferir seu voto
no julgamento do habeas corpus n. 87.341-3/PR, "[...] não há nenhuma ilicitude
na documentação cinematográfica da prática de um crime, a salvo, é claro, se o
agente se encontra numa situação de intimidade. Obviamente não é o caso de
uma corrupção passiva praticada em repartição pública. (STF, HC 87.341/PR, 1.ª
Turma, Rel Min. EROS CPF:GRAU, DJ de 03/03/2006.) (...) STJ. 5ª Turma. HC
860.542.154-18
118860/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 02/12/2010.

• (...) Não configura prova ilícita gravação feita em espaço público, no caso,
rodovia federal, tendo em vista a inexistência de "situação de intimidade" (HC n.
87341-3, Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Julgamento: 07.02.2006) (...) STJ. 3ª
Seção. MS 12429/DF, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 23/05/2007.

E a gravação ambiental?

Prevalecia o seguinte entendimento: em regra, a gravação ambiental, realizada


por um dos interlocutores, prescinde de autorização judicial:

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• É lícita a prova consistente em gravação ambiental realizada por um dos


interlocutores sem conhecimento do outro. STF. Plenário. RE 583937
QO-RG, Rel. Min. Cezar Peluso, julgado em 19/11/2009 (Repercussão
Geral – Tema 237).

• É válida a utilização da gravação ambiental realizada por um dos


interlocutores do diálogo como meio de prova no processo penal,
independentemente de prévia autorização judicial. STJ. 5ª Turma. RHC
102.808/RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 06/08/2019. STJ.
6ª Turma. RHC 59.542/PE, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, DJe
14/11/2016.

Assim, se “A” e “B” estão conversando, “A” pode gravar essa conversa mesmo
que “B” não saiba. Para a jurisprudência, a gravação de conversa feita por um dos
interlocutores sem o conhecimento dos demais é considerada lícita.

Hoje, de acordo com a Lei n. 13.964/19, o art. 8ª-A da Lei n. 9.296/96 diz:

Para investigação ou instrução criminal, poderá ser autorizada pelo juiz, a


requerimento da autoridade policial ou do Ministério Público, a CAPTAÇÃO
55
AMBIENTAL de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos, quando: I - a
prova não puder ser feita por outros meios disponíveis e igualmente eficazes;
e II - houver elementos probatórios razoáveis de autoria e participação em
infrações criminais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos
ou em infrações penais conexas. § 1º O requerimento deverá descrever
circunstanciadamente o local e a forma de instalação do dispositivo de
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captação ambiental. (Incluído pela Lei 13.964/2019) § 3º A captação
ambiental não poderá exceder o prazo de 15 (quinze) dias, renovável por
decisão judicial por iguais períodos, se comprovada a indispensabilidade do
meio de prova e quando presente atividade criminal permanente, habitual
ou continuada. (Incluído pela Lei 13.964/2019) § 5º Aplicam-se
subsidiariamente à captação ambiental as regras previstas na legislação
específica para a interceptação telefônica e telemática.

Vamos ao modelo, Delta.

• COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL


Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da ___ Vara Criminal da
Comarca de ___ do Estado de ___.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
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• COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL


Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da ___ Vara Criminal da Seção
Judiciária de ___ do Estado ___.

• COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI


Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito do Tribunal do Júri da Comarca
de ___ do Estado de/o ___.

Inquérito policial nº. __.

O Departamento de Polícia Civil do Estado XXX, por intermédio do Delegado de


Polícia infra-assinado, no uso de suas atribuições, vem, mui respeitosamente, com fulcro
nos seguintes dispositivos legais: art. 144, §4º da CF/88; art. 2º, §1º da Lei 12.830/13;
art. 8º-A da Lei 9.296/96 (incluído pela Lei 13.964/19) representar pela autorização de
CAPTAÇÃO AMBIENTAL para atividade de investigação no seguinte local: __, pelas
razões de fato e de direito a seguir expostas.

56
I – DOS FATOS

Os autos do inquérito policial nº __ investiga a conduta delituosa tipificada no


art. __, sob rubrica criminal de __, pelo agente “FULANO”.

As provas colhidas àsCPF: 860.542.154-18


folhas “X” demonstram que ...

Aqui, seja objetivo a respeito da casuística apresentada, já mostrando para o


examinador que há necessidade de imposição da medida excepcional.

II – DOS FUNDAMENTOS

a) Condições de Admissibilidade

Excelência, narra o art. 3º, V da Lei 12.850/13 que a captação ambiental é um


meio para obtenção de prova que serve o aparelho Estatal da possibilidade de
compreensão da atividade delituosa praticada por organização criminosa, conforme
conceito trazido no art. 1º, §1º do mesmo diploma. No mesmo sentido, o pacote
anticrime (Lei n. 13.964/19) fez inserir na Lei n. 9.296/96 o art. 8º-A, dando fundamento
à representação da autoridade para captação ambiental de sinais eletromagnéticos,

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ópticos ou acústicos, como medida excepcional e desde que haja elementos probatórios
razoável à ação.

Nesta toada, note Douto(a) Magistrado(a) que a investigação conduzida por


esta Delegacia ...

Aqui você deve demonstrar que temos fundamento suficiente e atual para
legitimação do Delegado de Polícia para a captação ambiental. Demonstre – e isso o
examinador já vai esperar de você – que tem conhecimento a respeito do Pacote
Anticrime e das alterações efetuadas na legislação infraconstitucional.

b) Requisitos Cautelares

O legislador deu o mesmo tratamento da interceptação telefônica para a


captação ambiental – é o que se nota. É certo que a captação, pós pacote anticrime,
somente é cabível para infrações penais que tenham pena máxima SUPERIOR a 4 anos
+ excepcionalidade da medida (quando a prova não puder ser feita por outros meios
disponíveis).

Ademais, você deverá demonstrar a descrição do local e da forma de instação


do dispositivo de captação ambiental.
57
Se você estiver diante de um caso que exija invasão a domicílio, o pedido deve
ser cumulado com BUSCA E APREENSÃO DOMICILIAR.

No mais, recapitulando, segundo o art. 8º-A, §3º: A captação ambiental não


poderá exceder 15 (quinze) dias, renovável por decisão judicial por iguais períodos, se
comprovada a indispensabilidade do meio de prova e quando presente atividade
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criminal permanente, habitual ou continuada.

Vamos a um modelo quanto aos requisitos cautelares:

Excelência, cumprindo o exposto no art. art. 8º-A, inciso I da Lei 9.296/96, a prova não
pode ser feita por outros meios disponíveis, e, sendo assim, imperioso o deferimento da
medida. Ademais, para satisfação do inciso II do mesmo diploma, há elementos
probatórios razoáveis de que FULANO é agente ativo na infração XX cuja pena máxima,
Douto Juiz, é superior a 4 (quatro) anos.

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Se a infração for conexa você deve citar aqui.

III – DOS PEDIDOS

Ante o exposto, manifesta-se esta autoridade policial pela autorização da


CAPTAÇÃO AMBIENTAL em atividade de investigação no seguinte local: ..., contra os
seguintes agentes: ..., afim de produção de provas no bojo do processo criminal, tudo
conforme previsão da Lei 9.296/96, art. 8º-A e 12.850/13, art. 3º, V.

Termos em que,

Pede deferimento.

Delegado de Polícia.

Matrícula: __.

58
PORTARIA
Esta medida está ligada ao início de uma investigação.

A banca vai sinalizar no caso que tudo está no início, não trazendo a autoria –
as vezes – e solicitando que você providencie a formalização para início da investigação.
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Nunca foi uma peça muito estudada, até que o Espírito Santo, INSTIUTO
ACESSO surpreendeu os candidatos no ano de 2019 com o seguinte pedido:

RESPOSTA PADRÃO

O Delegado de Polícia Civil que ora assina esta Portaria, lotado na Delegacia
Policial de Piúma/ES, com respaldo nos artigos 144, § 4º da CR e artigos 4º c/c 5º, inciso
I, ambos do CPP e art. 128 da Constituição do ES,

RESOLVE

Instaurar Inquérito Policial para apuração de possível ocorrência dos crimes de


Lesão corporal grave qualificada pelo aborto, art. 129, § 2º, inciso V c/c § 9 e 10 do CP,
homicídio qualificado em razão do feminicídio, art. 121, § 2º, inciso VI, c/c § 2-A, incisos

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I e II e § 7, inciso II, todos do CP, sendo ambos os delitos praticados em concurso


material, consoante art. 69, também do CP, Posse irregular de arma de fogo de uso
permitido, art. 12 da Lei 10.826/03 e o delito de posse ou porte de drogas pra consumo
pessoal, art. 28 da Lei 11.343/06.

Consta que na manhã de 29 de junho de 2019, após uma discussão, Rafael


agrediu fisicamente Juliana, no interior da casa onde moravam juntos. Juliana, então
como resultado da conduta de Rafael, sofreu lesões no corpo e interrupção da gestação.
Da notícia-crime, consta ainda que, no mesmo contexto fático, Rafael disparou tiros de
uma arma de fogo contra a dona da casa onde Rafael e Juliana residiam, de nome Jacira,
que veio a falecer no hospital.

Consta ainda da notícia que Rafael mantinha em sua casa, há alguns anos, uma
arma de fogo em desacordo com determinação legal ou regulamentar, não havendo
notícias de que havia adquirido para o fim específico de usar no crime que ora se narra.
Além disso, no local foi encontrado um papelote de entorpecente aberto, com vestígios
de já ter sido consumido mais de um terço e aparência de ser do tipo cocaína, guardado
em uma pasta que continha alguns documentos de Rafael.

Assim, passo a determinar o seguinte:

- Requisite-se perícia no local onde ocorreu o fato criminoso;


59
- Remova o corpo de Jacira do hospital para o IML;

- Proceda a identificação e oitiva das testemunhas Antônio e Muriel;

- Proceda a identificação e oitiva do suposto autor do fato;


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- Apreenda-se a arma de fogo empregada pelo autor do fato e a encaminhe à
exame pericial;

- Expeça-se ofício ao hospital a fim de se obter ciência sobre as circunstancias


médicas das lesões sofridas pela vítima;

- Ouça-se a vítima em termo de declarações;

- Encaminhe-se a vítima para exame de corpo de delito;

- Cientifique a vítima a respeito das medidas protetivas de urgência previstas


em lei;

- Junte-se o laudo cadavérico da vítima e, se possível, sua certidão de óbito;

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- Apreenda-se e encaminhe para exame pericial o material entorpecente


encontrado no local do crime;

- Requisite-se ao centro pericial a entrega do Laudo de exame da droga


apreendida;

- Oficie-se ao juízo competente, encaminhando-o a Representação de prisão


temporária de Rafael, pelo prazo de 30 dias, uma vez que estão presentes os requisitos
previstos nos artigos 1º, inciso I c/c inciso III, alínea “a”, todos da Lei 7960/89 e art. 2º,
§ 4º da Lei 8072/90, posto que sua prisão é indispensável para as investigações do
presente inquérito policial.

Após, retorne. Local e data. Delegado de Polícia.

Note que a banca deu como gabarito a PORTARIA, contudo indica que o
candidato deveria representar, no bojo da resolução, a prisão temporária do agente.

Importante ter em mente que não houve alteração do gabarito e o concurso


foi CANCELADO por SUSPEITA DE FRAUDE.

Vamos ao nosso modelo, Delta.


60

PORTARIA

O Delegado de Polícia __, Titular


CPF:da860.542.154-18
Delegacia “X” do Estado XXX, no uso de suas
atribuições constitucional e ordinariamente concedida, art. 144, §4º da CF/88 e art. 5º,
I do CPP, tendo em vista o Registro de Ocorrência nº __, cidade “X”/XX,

RESOLVE:

Instaurar inquérito policial com o objetivo de apurar a prática do crime “X”, tipificado à
luz do art. “X” do(a) __, além de outros porventura desvendados no curso da
investigação criminal por “X” e “Y” [qualificação] em [local que ocorreu]

O fato iniciou ...

Os policiais que efetuaram a prisão prestaram testemunho, descrevendo o iter criminis,


com as circunstâncias da infração e do momento da apreensão.

Autuada esta e a documentação que lhe deu origem, determino desde logo a adoção
das seguintes medidas:

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1) Instauração do inquérito policial.

2) Autuação do APFD.

3) Providência quanto aos antecedentes criminais;

4) Intimação dos ofendidos para testemunho.

5) Expedição de guia para IML da cidade para realização de exame de corpo de delito na
vítima e indiciados.

6) Ofício ao Ministério Público desta Comarca XX comunicando da instauração do


inquérito.

CUMPRA-SE

Delegacia de Polícia.

Delegado __

Matrícula __.

61
INDICIAMENTO
Segundo o estatuto do Delegado de Polícia, o indiciamento é ato privativo, não
podendo o juiz ou Ministério Público requisitar à autoridade policial quanto a sua
manifestação.
CPF: 860.542.154-18
Estamos diante de uma peça simples, sem muita exigência jurídica do
canditato, exatamente por isso, talvez, nunca cobrada.

DELEGACIA DE POLÍCIA “X” DO ESTADO XX

DESPACHO DE INDICIAMENTO

Inquérito policial nº__.

O Departamento de Polícia do Estado de XX, por intermédio do Delegado de Polícia infra-


assinado, no uso de atribuições, conforme previsão da Carta Magna, art. 144, §4º e do
art. 2º, §6º da Lei 12.830/13, INDICIA “X” [qualificação], pela prática de infração penal

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tipificada à luz do art. __, sob rubrica criminal “X”, residente __, adotando as seguintes
providências:

1) Interrogatório do investigado, com elaboração de antecedentes criminais.

2) Expedição de solicitação de exame de corpo de delito no indiciado e vítima(s).

3) Expedição de intimação para oitiva de testemunhas.

4) Lançamento do indiciamento no sistema da Polícia Civil do Estado.

3) Inserção do nome do indiciado mais tipificação penal na capa do inquérito policial.

Delegado de Polícia.

Matrícula __.

NOTA DE CULPA

Esta peça está relacionada a uma das formalidades do inquérito policial. Até o
presente momento não foi cobrada, e, de difícil possibilidade de cobrança porquanto,
62
na casuística, seria difícil um caso em que se viabilize a nota de culpa. O examinador
teria que ser bem direto e específico, contudo, pode ocorrer.

O CPP, art. 306 assim reza:

A prisão deCPF:
qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
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comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério
Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.

§1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será


encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso
o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a
Defensoria Pública.

§2º No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota


de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome
do condutor e os das testemunhas.

Importante frizar que a Constituição Federal de 1988, art. 5º, LXIV protege
como liberdade fundamental o conhecimento acerca dos responsáveis pela prisão de
alguém.

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Deverá ser feita a NOTA DE CULPA em até horas da realização da prisão. Pela
nova sistemática do Pacote Anticrime, também deve ocorrer neste prazo a AUDIÊNCIA
DE CUSTÓDIA. Se isso não se der – RELAXAMENTO, por ilegalidade da prisão.

Vamos ao modelo de peça:

NOTA DE CULPA

Polícia Civil do Estado de XX, Cidade de XX.

Boletim de Ocorrências nº ___

O Delegado de Polícia Civil (Federal) que infra-assina, no uso de suas atribuições, faz
saber que XX se acha preso por flagrante delito por praticar ação XX, crime previsto no
art. XX da Lei XX (Código Penal). Tome conhecimento, pois, o agente, segundo os
ditames da Constituição Federal, art. 5º, LXIV e CPP, art. 306, dos agentes e autoridades
responsáveis pela segregação.

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DOS FATOS

Aqui você deve narrar os fatos, tal como ocorreu e o maior número de informações
constante do caso apresentado pela banca.
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SOLICITO:

Espeça-se duas vias, uma sendo entregue ao recluso e outra destinada a esta autoridade
policial para anexação aos autos do procedimento administrativo (inquérito policial).

Local e Data.

Delegado de Polícia

Matrícula XX

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