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INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM INSUFICIÊNCIA

RENAL EM SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA 1

JOSEMARE TOSTA DAIUBE DE SOUZA 2


VIVIANE A. ANDRADE3

RESUMO

A injúria renal é um problema de saúde pública mundial que afeta milhares de pessoas e as fazem
buscar atendimento de emergência diariamente. A equipe de enfermagem precisa ser capacitada para
atender as demandas de cada um desses pacientes com agilidade e senso critico. O objetivo desse
estudo foi estabelecer os cuidados mais importantes ao paciente com injúria renal em situação de
emergência hospitalar. Foi realizada uma revisão bibliográfica qualitativa exploratória de artigos
científicos publicados sobre o tema no período de 2015-2020, utilizando-se as bases de dados
eletrônicos científicos, com as palavras-chave descritas em português e inglês. Os resultados obtidos
descreveram que as intervenções de enfermagem mais relevantes à esses pacientes são cuidados
direcionados à hemodinâmica destes, vigilância de aspectos que interferem na função renal, e cuidados
específicos com todo o processo pré e pós dialítico.

PALAVRAS-CHAVE
Insuficiência Renal. Emergência. Assistência de Enfermagem.

RESUMEM

La lesión renal es un problema de salud pública mundial que afecta a miles de personas y los hace
buscar el departamento de emergencia. El equipo de enfermeira debe estar apto para satisfacer las
demandas de cada uno de estos pacientes con agilidad y sentido crítico. El objetivo de este estudio fue
establecer la atención más importante para el paciente con lesión renal en la emergencia hospitalaria.
Una revisión bibliográfica cualitativa exploratoria de los artículos científicos publicados sobre el tema
en el período de 2015-2020, utilizando bases de datos electrónicas, con las palavras-clave descritas
en portugués e inglês. Los resultados obtenidos describen que las intervenciones de enfermería más
relevantes para estos pacientes son la atención dirigida a su hemodinámica, la vigilancia de aspectos
que interfieren en la función renal y la atención específica de todo el proceso pre y posdiálisis.

PALABRAS-CLAVE
Lesión Renal. Emergencia. Asistencia de Enfermería.

ABSTRACT

Kidney injury is a worldwide public health problem that affects thousands of people and oblige them to
seek emergency care. The nursing staff needs to be qualified and able to meet the demands of each of
these patients with agility and critical sense. The goal of this study was to establish the most importante
nursing care for patients with kidney injury in the need of emergency care. An exploratory qualitative
bibliographic review of scientific articles published on the topic in the period of 2015-2020 was carried
out, using electronic scientific databases with the key words described in portuguese and english. The
results obtained described that the nursing interventions most relevant to these patients are care
directed to the patient's hemodynamics, surveillance of aspects that interfere with renal function, and
specific care with the entire pre- and post-dialysis process.

KEY WORD
Renal Injury. Emergency Department. Nursing Care.

1
Artigo apresentado ao Centro Universitário Jorge Amado como requisito para obtenção do título de
Especialista em Enfermagem em Emergência e Terapia Intensiva.
2
Enfermeira, discente da Especialização em Enfermagem em Emergência e Terapia Intensiva.
3
Pedagoga, Especialista e Mestre em Desenvolvimento Humano.
1 INTRODUÇÃO

A insuficiência renal (IR) classifica-se entre aguda (IRA) e crônica (IRC) e afeta
mais de 750 milhões de pessoas ao redor do mundo, caracterizando-se como
problema de saúde pública mundial (CREWS; BELLO; SAADI, 2019).
O último inquérito brasileiro de diálise crônica realizado pela Sociedade
Brasileira de Nefrologia em 2017 relatou o aumento contínuo de pacientes em uso de
tratamento dialítico, além do aumento da incidência e prevalência estimada desses
pacientes em todas as regiões do país. Estima-se que o número de pacientes em
tratamento dialítico quase triplicou em 17 anos, e a quantidade de centros
especializados neste tratamento não acompanhou o crescimento e demanda destes
pacientes na mesma proporção (THOMÉ et al., 2019).
Uma notícia publicada pelo Ministério da Saúde em março de 2019, ressaltou
a necessidade do diagnóstico precoce da IRC devido à sua crescente prevalência,
altos custos para os sistemas de saúde e alta mortalidade no mundo, e também à sua
característica de apresentar poucos ou nenhum sintoma inicialmente dificultando a
detecção pelos pacientes (BERALDO, 2019).
O enfermeiro que atua no setor de emergência em um hospital de grande porte
de uma capital densamente populosa pode observar que uma grande porção dos
pacientes atendidos são portadores IRC e IRA, o que demonstra a importância da
equipe de enfermagem estar atenta, apta e cientificamente capaz de detectar
problemas, complicações e ter eficiente manejo no tratamento desses pacientes.
Com base nessa percepção, foi levantado a pergunta de pesquisa: Como
identificar os cuidados mais importantes ao paciente com insuficiência renal em
situação de emergência?
O objetivo geral dessa pesquisa visa estabelecer os cuidados mais importantes
ao paciente com insuficiência renal em situação de emergência hospitalar pela equipe
de enfermagem e tem como objetivos específicos pontuar os sintomas mais
observados em pacientes que apresentam esse quadro e suas complicações mais
comuns, assim como o manejo da equipe de enfermagem para evita-las e/ou
administrá-las.
Com isso, verifica-se a significância do tema e da divulgação dos resultados
obtidos para profissionais de saúde, em especial profissionais de enfermagem
objetivando rápida e eficiente detecção, resolução de problemas e complicações na
saúde de pacientes com IRA e IRC, evitando danos e a mortalidade destes.

2 METODOLOGIA

A pesquisa em questão trata-se de uma revisão integrativa da literatura


qualitativa-exploratória baseada em pesquisas de campo, estudos de caso e outras
revisões previamente publicadas que abrangem a respeito da assistência de
enfermagem à pacientes diagnosticados com IRA ou IRC, os cuidados e intervenções
de enfermagem atribuídos a esses pacientes e complicações mais comuns
observadas nesses pacientes em situação de emergência.
A revisão integrativa da literatura no campo de estudo da enfermagem
possibilita analisar dados relevantes de um determinado tema em diferentes lugares
e momentos, fazendo um apanhado geral da prática clínica, facilitando a utilização de
tal conhecimento, uma vez que devidamente comprovado, e contribuindo para a
Prática Baseada em Evidência (PBE) que possibilita a melhoria na qualidade dos
cuidados de enfermagem prestados aos pacientes (SOUSA et al., 2017).
A coleta de dados se deu através de busca na literatura por bases de dados
eletrônicos científicos confiáveis e amplamente reconhecidos SCIELO, Pubmed,
LILACS e Google Scholar, utilizando os termos em português e inglês: insuficiência
renal, assistência de enfermagem e emergência no período de 2015-2021. Foram
obtidos um total de 8.660 artigos.
Após análise do tema, exclusão de resultados repetidos, exclusão de
resultados que não se adequaram nos critérios, avaliação metodológica e leitura
íntegra foram selecionados 15 artigos.
Foi observado, apesar de ser um tema de grande relevância para prática
clinica, grande dificuldade de encontrar artigos que tratassem de maneira satisfatória
o tema em questão dentro do período selecionado, especialmente a assistência de
enfermagem frente à pacientes renais em situação de urgência e emergência.

3 RESULTADOS

Os artigos selecionados em sua maioria foram de pacientes com insuficiência


renal aguda (8) vs. insuficiência renal crônica (7). Foram observadas pelos resultados
dos artigos selecionados a sintomatologia e complicações mais comuns desses
pacientes e em seguida descrito os principais cuidados e intervenções dos
enfermeiros e equipe de enfermagem com pacientes sob essa condição. O quadro
teórico a seguir descreve resumidamente os artigos e seus resultados.

QUADRO 1 – QUADRO TEÓRICO

AUTOR ANO METODOLOGIA OBJETIVO GERAL CONCLUSÃO


REVISTA

BARBOSA, D. D.; 2019 Estudo observacional transversal


realizado na emergência de um
Levantar o perfil clínico e
sociodemográfico do
Após avaliar o perfil epidemiológico
dos pacientes que necessitaram de
SILVA, G. S.; hospital público terciário especializado paciente em atendimento hemodiálise de forma emergencial
SANTOS, L. S.; em tratamentos complexos clínicos e
cirúrgicos. A coleta de dados se deu
hemodialítico de
emergência.
compreendeu-se de forma
aprofundada o tipo de paciente, as
BRITO, C. D.; nos meses de março a maio de 2018 causas que os levaram a dialisar,
BEZERRA, G. M.; através da observação participativa,
aplicação de um instrumento
os locais de escolha para o
implante do cateter e sobretudo as
STUDART, R. M. estruturado e entrevista com os intercorrências mais comuns
pacientes. A amostra foi composta por ocorridas.
26 pacientes que estiveram
internados nesse período e que
necessitaram de tratamento dialítico.

CHEN, Y. Y.; 2019 Neste estudo de coorte retrospectivo,


Os dados relativos a 76.702 pacientes
Examinar a associação
entre pré-diálise
Este estudo fornece mais
evidências para apoiar a alegação
CHEN, L.; que iniciaram o tratamento de diálise status de cuidados de de que os pacientes em diálise
HUANG, J. W.; entre 1999 e 2010 foram obtidos do
National Health Insurance Research
nefrologia e busca por
atendimento de
enfrentam um alto risco de visitas
ao pronto-socorro e que consultas
YANG, J. Y. Database de Taiwan (NHIRD). Os emergência (ED) entre oportunas e frequentes com um
pacientes foram divididos em três pacientes com doença nefrologista durante o estágio de
grupos com base no momento da renal em estágio terminal pré-diálise está associado a uma
primeira consulta de atendimento com doença. menor incidência de busca por
o nefrologista antes do início da atendimento de emergência no
diálise de manutenção e na primeiro ano de início da diálise.
frequência das consultas
nefrologistas.
DIAS, A. K.; 2018 O trabalho foi desenvolvido com base
em uma metodologia de pesquisa
Por meio da elaboração
de tal estudo objetiva-se:
Prevenir é a melhor conduta,
através de hábitos de vida
PEREIRA, R. A. bibliográfica de caráter descrever o papel do saudáveis. A enfermagem possui
qualitativo, descritivo e exploratório. enfermeiro na assistência papel fundamental, estimulando
Foram utilizados livros, revistas e de ações preventivas,
artigos. A pesquisa foi realizada enfermagem ao paciente prestando assistência ambulatorial,
durante os meses de fevereiro à junho portador de Insuficiência hospitalar e domiciliar ao indivíduo
de 2018. Renal Crônica, dentre com a doença já instalada e a sua
outros, tais como: família por meio de procedimentos
conceituar a e educação em saúde,
fisiopatologia da IRC; além de participar do
destacar os principais desenvolvimento de protocolos em
sinais e sintomas clínicos saúde voltados para essa classe de
da doença; discutir as enfermidade.
medidas de
prevenção para IRC; e
relatar os métodos
terapêuticos para
amenizar os efeitos e
avanço da doença.
2015 Trata-se de um estudo descritivo, Objetivou-se caracterizar As queixas que motivam
GOMES, E. T.; retrospectivo, de abordagem
quantitativa, de dados de 78
os pacientes atendidos
em uma emergência geral
os pacientes a procurarem a
emergência podem ser diversas e
MACÊDO, M. M. prontuários de pacientes com insuficiência inespecíficas em relação à
atendidos em julho e agosto de 2012, renal aguda. patologia renal, mas a investigação
na emergência do Hospital Otávio de após a admissão finda por indicar o
Freitas, Recife, Pernambuco. grau de lesão e indicar a
necessidade de tratamento dialítico.
Um grupo significativo chega
aos serviços de emergência já com
perda da função renal ou em
estágio terminal de doença e
necessidade de transplante renal.
2018 Estudo bibliográfico, descritivo, com Verificar na literatura, Estudos reforçam a importância do
GRACIO, S. P.; abordagem
quantitativa dos dados.
publicações nacionais,
que descrevam a
estabelecimento
e da implementação das etapas e,
SOUZA, G. R. assistência de principalmente,
enfermagem a pacientes dos Diagnósticos de Enfermagem
com IRA. mostrando sua
relevância frente aos seus
resultados no alcance de
uma melhora contínua e
significativa na assistência de
enfermagem, pois auxiliam o
enfermeiro na identificação
dos problemas mais específicos,
possibilitando
a prestação de uma assistência de
enfermagem mais
individualizada.
2017 Estudo transversal, conduzido em Identificar prevalência de Os principais DE, RE e IE foram
GRASSI, M. F; Unidades de Terapia Intensiva de um
hospital público de grande porte da
diagnósticos (DE),
resultados (RE) e
relacionados à perda da função
renal, origem das alterações na
DELL'ACQUA, M cidade de São Paulo. Foram intervenções de perfusão renal, volemia, distúrbios
C.; JENSEN, R.; incluídos, numa amostra intencional,
98 pacientes com LRA em tratamento
enfermagem (IE) em
pacientes com lesão renal
hidroletroliticos e risco para
infecção. O número de DE
FONTES, C. M.; hemodialítico internados em UTI, aguda atribuídos mostrou-se relacionado
GUIMARÃES, H. maiores de 18 anos. A coleta de
dados foi realizada por meio da
(LRA) internados em
unidade de terapia
ao número de IE, assim como, das
IE aos RE.
C. consulta de enfermagem, intensiva (UTI).
foi realizada no período de março a Correlacionar DE, RE e IE
julho de 2016. identificados.
2016 Estudo de coorte retrospectivo Descrever o padrão e a O uso frequente de serviços de
KOMENDA, P, et usando dados administrativos
coletados ao longo de dez anos (2000
frequência de
apresentação ao pronto-
emergência por pacientes dialíticos
aumenta após o longo intervalo
al. ± 2009) socorro por pacientes em inter-dialítico e também na semana
na Província de Manitoba, Canadá. diálise. antes e após o início da diálise.
Propomos que lacunas intrínsecas
na estrutura da assistência
prestada podem ser os motivadores
fundamentais dessa periodicidade.
Estratégias para mitigar esse
excesso de risco à saúde são
necessárias.
2016 Examinamos todos os pacientes Procuramos descrever Adultos com diagnóstico recente de
LOVASIK B, adultos dos EUA com 18 anos ou
mais com diagnósticos de incidentes
visitas ao DE e
hospitalizações através do
ESRD apresentam alta
taxas de uso de DE e subsequente
et al. ESRD (Doença Renal Estágio DE para determinar as hospitalização. Identificamos várias
Terminal) de janeiro de 2005 a características causas potencialmente evitáveis do
dezembro de 2011, com seguro sociodemográficas e uso do DE, incluindo o acesso aos
Medicare Parte A ou B, identificado do clínicas dos pacientes cuidados. O acesso ao cateter para
US Renal Data System. O uso do com ESRD que usam hemodiálise foi o mais forte preditor
Departamento de Emergência (DE), serviços de emergência do uso de DE em análise
admissões hospitalares e nos Estados Unidos. multivariável, o que pode refletir
diagnósticos foram obtidos nos problemas associados ao cateter.
bancos de dados do US Renal Data Concentrar-se em fatores
System e Medicare Physician / modificáveis associados ao uso de
Supplier and Inpatient. A regressão de DE, como garantir que os pacientes
Poisson multivariada foi conduzida com doença renal crônica tenham
para avaliar a associação de variáveis acesso precoce a cuidados
relevantes do paciente com o uso do nefrológicos e colocação de
DE. fístulas, pode levar a melhores
cuidados para pacientes com
ESRD e redução de custos para os
sistemas de saúde.
2020 Estudo qualitativo, realizado com seis Compreender as Conhecimento fisiopatológico da
MELO, G. A, enfermeiros especialistas em
nefrologia, tendo como técnica o
percepções de
enfermeiros especialistas
injúria renal aguda, habilidade no
manuseio de máquinas,
et al grupo focal, com a questão em nefrologia quanto às intervenção nas intercorrências,
norteadora: Fale sobre suas competências necessárias atenção acurada nos exames,
percepções quanto às competências para o cuidado a pessoas cuidados com aspectos nutricionais
necessárias ao enfermeiro que cuida com injúria renal aguda. e manejo de cateteres são as
de pessoas com insuficiência renal principais competências
aguda. necessárias para operacionalização
do cuidado. No entanto, a
fragilidade da legislação a este
público dificulta o cuidado com
segurança.
MELO, W. F.; 2015 A pesquisa se trata de um estudo
bibliográfico realizado a partir da
O estudo tem como
finalidade discutir a
Conclui-se que discutir a
assistência de Enfermagem no
PEREIRA, A. W.; seleção de artigos, oriundos do banco assistência de atendimento ao paciente vítima de
ALVES, V. Q.; de dados de Revistas e outras
publicações literárias, datadas dos
Enfermagem no
atendimento ao paciente
Insuficiência Renal Aguda nos
embasa a tentar desenvolver
SALDANHA, H. períodos de 2003 a 2013. A revisão vítima de Insuficiência métodos para promover saúde,
G.; SOUSA, J. S. bibliográfica contempla os seguintes
pontos: inicialmente é apresentado
Renal Aguda. prevenindo o aparecimento da
doença principalmente nos grupos
um apanhado a respeito das doenças de risco e serve de base para
renais crônicas; posteriormente, a IRA pesquisas conseguintes, ampliando
é abordada de forma mais detalhe; e os horizontes a respeito da
por último, a assistência de temática discutida e objetivando
enfermagem ao paciente renal, melhorar a qualidade de vida
destacando essa atenção ao indivíduo desses indivíduos.
no setor de urgência e emergência.
NASCIMENTO, R. 2016 Um estudo multicêntrico prospectivo
foi realizado com 216 enfermeiras,
Avaliar o conhecimento
dos enfermeiros sobre a
Os enfermeiros não possuem
conhecimento suficiente para
A, et al. usando um questionário identificação precoce da identificar IRA precoce,
com 10 questões relacionadas à insuficiência renal aguda demonstrando
prevenção, diagnóstico e tratamento (IRA) em unidades de a importância dos programas de
de IRA. terapia intensiva, qualificação nesta área do
emergência e internação. conhecimento.
2017 Conduzimos um estudo de coorte O uso do departamento de
RONKSLEY P, et retrospectivo usando dados
laboratoriais e administrativos de
O estudo visou explorar o
uso do departamento de
emergência é alto entre os
pacientes com DRC, embora
al. Alberta, Canadá. Identificamos todos emergência na população apenas uma pequena proporção
os adultos com eTFG, 60 ml / min por com DRC e a proporção desses encontros são para
1,73 m2 entre 1 de abril de 2010 e 31 de visitas ao DE cuidados relacionados à DRC
de março de 2011. relacionadas potencialmente evitáveis.
Pacientes com DRC foram especificamente aos Estratégias para reduzir o uso do
associados a dados administrativos cuidados com a DRC. departamento de emergência entre
para obter características clínicas e os pacientes com DRC, portanto,
frequência de atendimento de precisam ter como alvo outras
emergência, e acompanhados até a condições que não sejam sensíveis
morte ou o final do estudo. a cuidados ambulatoriais
específicos para DRC.
2018 Estudo retrospectivo e observacional Ao analisar a Esta análise nos fornece
SELLARÉS V. L. de todos os pacientes com DRC em
nosso ambulatório.
frequentação ao
Departamento de
conhecimento sobre os pacientes
que podem se beneficiar
Frequência ED e tempo de Emergência (DE) e as de uma preparação anterior em
hospitalização (Hos) foram revistos causas que provocam a TSR. Sugerimos que os pacientes
durante um período de 12 meses. mesma, podemos com eventos cardíacos anteriores,
Foram analisados: (1) tempo de risco, determinar melhor o especialmente com risco de
objetivo (modalidade de TRS), momento do início do sangramento gastrointestinal, deve-
comorbidade anterior; (2) causas de tratamento de substituição se iniciar a preparação para TSR
frequência de ED e Hos; (3) tipo de renal (TSR). mesmo
iniciação: “agendada” vs. “não com taxas de TFG de 20–25
agendada”, e ml/min. Nós propomos esta
dentro desses “não planejados” vs. sugestão como complementar às
“potencialmente planejados”. recomendações atuais para um
início agendado usando esta
técnica.
2017 Trata-se de uma revisão de literatura Entender as ações de Afirma-se com segurança o quanto
SILVA, D. C.; baseada em artigos científicos
publicados entre os anos de 2012 a
enfermagem na
Insuficiência Renal Aguda
o enfermeiro é fundamental na
instauração de medidas
FERNANDES, V. 2017, indexados às bases de dados, visando subsidiar a prática preventivas, diagnóstico precoce e
S.; SANTOS, A. foram utilizados os descritores:
Insuficiência Renal; Unidades de
clínica em unidade de
terapia intensiva, por meio
tratamento efetivo nas Unidades de
Terapia Intensiva. Cabe a equipe
R.; TRINDADE, L. Terapia Intensiva; Papel do de produções científicas. multidisciplinar, especialmente ao
S.; BASTOS T. S. profissional de enfermagem; enfermeiro adotar estratégias para
uma assistência eficaz e com
otimização do tempo, fato que pode
ser alcançado através da SAE e
Processo de Enfermagem.
2019 Este foi um estudo de coorte Nosso objetivo foi Neste DE em LIC, complicações
SYLVANUS, E, et prospectivo de pacientes
consecutivos (idade ≥ 15 anos)
descrever o perfil,
estratégias de tratamento
agudas de insuficiência renal
criaram a necessidade de
al. apresentando-se ao Departamento de e resultado de pacientes estabilização hemodinâmica e
Emergência do Hospital Nacional de com insuficiência renal diálise emergente. A mortalidade
Muhimbili de setembro de 2017 a apresentando hospitalar geral foi alta;
fevereiro de 2018. Todos os pacientes indicações para diálise de significativamente maior em
com falência renal e complicações emergência para um pacientes não dialisados. Estudos
que requerem diálise aguda foram Departamento de futuros devem se concentrar na
incluídos. Uma folha de coleta de Emergência (ED) urbano identificação de categorias de
dados estruturada foi usada para em um hospital público pacientes que se sairão bem com a
reunir dados demográficos, terciário na Tanzânia. terapia conservadora.
apresentação clínica, estratégias de
gestão e resultados. Os dados foram
resumidos com estatísticas
descritivas. As regressões logísticas
foram realizadas para determinar os
fatores associados ao recebimento de
diálise e mortalidade.

FONTE: As autoras (2021).

3.1 SINTOMATOLOGIA E COMPLICAÇÕES

Os resultados encontrados nos artigos selecionados sobre sintomatologia e


principais complicações corroboram com o que é amplamente visto na literatura sobre
pacientes com insuficiência renal aguda e crônica. Pacientes com alta proporção de
comorbidades cardiovasculares e nefropatia diabética.
No estudo de Sellarés et al. (2018) em que os pacientes possuíam insuficiência
renal crônica, observou-se quase metade da amostra de pacientes tiveram evento de
origem cardiopulmonar, dispneia foi a manifestação sintomática predominante (67%),
e muitos casos foram agrupados como insuficiência cardíaca congestiva (ICC), edema
pulmonar ou insuficiência respiratória. As hospitalizações de origem cardiovascular
atingiram em torno de 58%.
Outra pesquisa também apontou para sintomas associados à hipercalemia,
hipertensão maligna, insuficiência cardíaca e excesso de líquidos. Os diagnósticos
mais frequentes foram heterogêneos e incluíram dentre outros: antibioticoterapia e
Infecção do trato urinário. Pacientes em tratamento dialítico tiveram maior proporção
de RCP e eventos de emergência (RONKSLEY et al., 2017).
A relação entre a lesão renal e insuficiência cardíaca deve-se ao fato de que
ambos órgãos influenciam-se mutuamente, de modo que quando os rins não
funcionam adequadamente, o sangue do corpo não é filtrado adequadamente, ocorre
também um excesso de líquidos não excretados pela urina e aumento da pressão
arterial, que por sua vez provoca sobrecarga cardíaca, que precisa bombear uma
maior quantidade de sangue do que o normal. Já as doenças cardíacas influenciam o
funcionamento dos rins, pois quando o coração não bombeia adequadamente o
sangue para os demais órgãos, os rins são prejudicados devido à redução do fluxo de
sangue oxigenado para o mesmo, além das alterações de vasocontrições pré-
glomerulares que provocam hipertensão venosa renal e acabam por debilitar ainda
mais a função renal. Por isso é tão comum pacientes com IRA e IRC terem sintomas
e complicações associadas ao sistema cardiovascular.
O mesmo foi observado no estudo de Lovasik et al. (2016), no qual as
comorbidades mais associadas foram também: alterações respiratórias, ICC,
Dispneia, hipercalemia e excesso de líquido. Os 3 diagnósticos mais comuns foram:
complicações associadas ao acesso hemodialítico, septicemia e ICC.
Em outro estudo avaliando pacientes com IRA em atendimento emergencial
observou-se que 38,5% necessitaram de tratamento dialítico devido a sepse e 23,1%
por acidose metabólica. Das intercorrências clinicas no momento da diálise a principal
razão foi por hipotensão (76,9% dos casos) (BARBOSA, 2019).
Na pesquisa de Sylvanus et al. (2019), com pacientes com IRA, dos
participantes admitidos na sala de reanimação com diagnóstico de insuficiência renal
55% tiveram indicação de diálise. Os sintomas mais comuns desses pacientes foram
dispneia (45.9%), redução do volume urinário (39.7%), edema generalizado (34.9%).
As principais complicações diagnosticadas foram hipercalemia (53%), encefalopatia
urêmica (45%) e edema pulmonar (37%). Do total de pacientes da pesquisa admitidos
na emergência com complicações de IRA 42.8% receberam diálise, enquanto 57.2%
foram tratados conservadoramente. Quanto à mortalidade, os pacientes que não
receberam tratamento dialítico tiveram um índice de mortalidade significativamente
maior em relação aos que receberam (53% vs 20.3%).
O estudo de Komenda et al. (2018) demonstrou que pacientes que necessitam
de hemodiálise (HD) fizeram mais visitas ao departamento de emergência (DE) em
comparação com pacientes que realizam diálise peritoneal (DP). Observou-se que
pacientes que iriam iniciar tratamento dialítico tiveram um índice 9 vezes maior de uso
de atendimento hospitalar de emergência 7 dias antes do inicio da diálise em
comparação com pacientes que já dialisam, e 20 vezes maior do que pessoas da
mesma idade e sexo da população geral. A maioria das visitas foram associadas a
hipercalemia, excesso de líquidos e bacteremia. Foi observado que as visitas ao DE
estão associadas ao momento de inicio à primeira dialise e no maior intervalo inter-
dialítico (como pacientes geralmente dialisam três vezes por semana, o maior
intervalo corresponde ao maior número de visitas ao DE).
Isso demonstra a importância do tratamento dialítico para os pacientes com
insuficiência renal e a responsabilidade da equipe médica e de enfermagem no
cuidado com esses pacientes, tanto a tomada de decisão de quando esse tipo de
tratamento deve iniciar, quanto sua frequência tem grande peso sobre a
morbimortalidade e qualidade de vidas destes pacientes.
Em um estudo brasileiro que avaliou a caracterização dos pacientes portadores
de IRA em um hospital geral de Recife observou que dentre as principais queixas que
motivaram os pacientes a buscar a emergência foram dor abdominal, dispneia, febre
e disúria, sintomas frequentemente relacionados com alteração do equilíbrio
hidroeletrolítico, ICC e sepse, como observado nos estudos descritos anteriormente.
Quanto ao estadiamento da insuficiência renal, considerando o volume da diurese e a
dosagem de creatinina dos pacientes, 24,37% foram classificados com lesão renal,
38,46% com falência renal, 15,38% doença renal em estágio terminal e apenas 2,56%
com perda da função renal. Observou-se um alto índice de pacientes com falência
renal, em comparação a estudos em países desenvolvidos, o que associa-se
provavelmente ao cuidado prévio na atenção primária à saúde, sendo este mais
deficiente em países em desenvolvimento como o Brasil (GOMES; MACÊDO, 2015).
No estudo de Chen et al. (2019) analisou o impacto do cuidado primário em
pacientes com doença renal crônica terminal sobre os atendimentos de emergência
que esses precisaram. Levando 3 grupos em consideração: Os que receberam
cuidado frequente e diagnóstico precoce, cuidado infrequente e diagnóstico precoce
e cuidado e diagnóstico tardio. O resultado foi: grande quantidade dos pacientes
tiveram ao menos 1 visita ao DE (58%), relacionada a infecção (17%) ou
potencialmente evitável (7%). Pacientes que receberam referências precoces e
fizeram visitas frequentes ao médico nefrologista em acompanhamento tiveram menor
porcentagem de visitas ao DE.
Como é notório e amplamente divulgado na literatura, pacientes que tem
acompanhamento frequente em atenção primária, obtém diagnóstico precoce e
acompanhamento regular médico possuem maior sobrevida e qualidade de vida,
refletindo na frequência com a qual necessitam de atendimento médico de
emergência. A importância de um sistema de saúde com atenção primária de
qualidade e capaz de atender toda população se faz necessária para reduzir a
sobrecarga de atendimento hospitalar, especialmente de pacientes com diagnóstico
de IR.

3.2 INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM E MANEJO DA EQUIPE

Visto que, como observado nos estudos já apresentados, os principais


sintomas que são observados nos pacientes com diagnóstico de IRA e IRC no
departamento de emergência são associados à insuficiência cardíaca congestiva,
edema pulmonar, sepse, alterações do equilíbrio hidroeletrolítico, principalmente
hipercalemia, a assistência da equipe de enfermagem e manejo da equipe frente às
complicações terá relação direta com os problemas citados.
O processo de enfermagem (PE), o qual se enquadra a sistematização da
assistência de enfermagem (SAE) é a principal ferramenta utilizada pelo enfermeiro
para gerenciar os cuidados que serão prestados ao paciente, e onde é feito o registro
de cada cuidado prestado. Ele contém o histórico de enfermagem, diagnósticos de
enfermagem (DE), planejamento, implementação (IE) e avaliação de enfermagem.
(GRASSI et al., 2017)
O estudo de Grassi et al. (2017) identificou o PE utilizado em pacientes com
lesão renal aguda em um hospital público de grande porte em São Paulo e detectou
9 DE, 13 resultados (ou planejamento) e 27 IE prevalentes nestes pacientes em
tratamento dialítico. As intervenções de enfermagem (ou implementação) prevalentes
foram promoção contra infecção e controle da infecção, manutenção de acesso para
diálise, controle hídrico, controle ácido-básico, controle de eliminação urinária,
controle de hipervolemia, terapia por hemofiltração, terapia por hemodiálise,
fisioterapia respiratória, controle de eletrólitos, controle hidroeletrolítico, monitorização
de eletrólitos, monitorização hídrica, monitorização respiratória, redução de
sangramento, precaução contra sangramento, administração de hemoderivados,
posicionamento, cuidado com lesões, prevenção de úlceras por pressão e supervisão
da pele. Destacaram-se três pontos fundamentais: cuidados com o cateter
hemodialítico, cuidados com o circuito do equipamento de hemodiálise e cuidados
com o paciente em relação à monitorização hemodinâmica, controle de exames
laboratoriais e mudança de decúbito.
Essas intervenções foram utilizadas baseando-se nas classificações da
NANDA (2021), o qual orienta todo o processo de enfermagem, e é amplamente
utilizado e necessário em todas as instituições de saúde, pois embasa cientificamente
o trabalho do enfermeiro.
Similarmente, o estudo de Gracio e Souza (2018) pesquisou na literatura a
assistência de enfermagem a pacientes com IRA e os principais cuidados encontrados
foram monitorização de exames laboratoriais, identificação precoce da queda da taxa
de filtração glomerular, controle hídrico, infusão de drogas, controle de sinais vitais,
oferta de hidratação, controle de peso, controle do estado nutricional, controle de
infecção e cuidados durante a terapia dialítica.
No artigo de Melo et al. (2020) foi conduzida uma entrevista com seis
enfermeiros nefrologistas com o objetivo de identificar as competências necessárias
para o cuidado com pacientes portadores de IRA e três categorias foram ressaltadas:
o conhecimento fisiopatológico da lesão renal aguda como estratégia de prevenção e
cuidados na pré-diálise, a operacionalização e gerenciamento do equipamento de
terapia dialítica durante a hemodiálise e a dificuldade na operacionalização do
cuidado. Sobre os cuidados da equipe de enfermagem pré e inter-dialíticos foram
citados a importância da avaliação dos sinais vitais do paciente, análise de exames
laboratoriais para verificar a estabilidade hemodinâmica do mesmo, o cuidado com
curativos de acessos vasculares permanentes e temporários, nutrição e dietética, e
atuação em intercorrências durante a hemodiálise.
O enfermeiro e os técnicos de enfermagem estão presentes durante todo o
processo que antecede, durante e posterior à hemodiálise, especialmente quando
essa ocorre em situação de emergência é necessário conhecimento aprofundado da
fisiopatologia e sintomatologia dos pacientes, habilidade para observar alterações
importantes e leitura de exames laboratoriais para garantir segurança e cuidados
necessários a esse perfil de pacientes.
O estudo de Silva et al. (2017) destacou também como intervenções da equipe
de enfermagem o monitoramento do paciente com IRA através da realização do
balanço hídrico, acompanhamento das dosagens séricas de ureia e creatinina e
atenção aos sinais de hipoperfusão e efeitos de medicamentos nefrotóxicos.
Enquanto que Dias e Pereira (2018) ressaltam o plano de cuidados do
enfermeiro em pacientes com IRC de modo individualizado, visando reduzir ou
solucionar problemas durante a diálise, recepcionar e avaliar a condição geral de
saúde do paciente no período da pré-hemodiálise, verificar o peso, encaminhar o
paciente ao equipamento de HD e verificar os sinais vitais, orientar os técnicos de
enfermagem para comunicar ao enfermeiro responsável quaisquer alterações,
dialogar com o paciente a respeito de qualquer sintomas que tenha percebido desde
a última HD e no período pós diálise, atentar para sinais de sangramento no local da
punção venosa, verificar novamente os sinais vitais, visto que hipotensão é um efeito
adverso comum, constatar o peso novamente e avaliar a hemodinâmica do paciente,
não permitindo que o paciente sintomático deixe a unidade sem passar por
atendimento médico.
Melo et al. (2015) também ressalta a importância da atuação do enfermeiro e
da equipe de enfermagem durante o tratamento hemodialítico e a responsabilidade
sobre a parte técnica de manipulação dos equipamentos e da relação do paciente com
o meio ambiente ali inserido, devido ao grande risco de complicações durante o
procedimento.
O conhecimento técnico e científico do enfermeiro e de toda equipe de
enfermagem é essencial para o manejamento em situação de emergência do paciente
com IRA e IRC e a falta do mesmo pode ser fatal para o paciente. O estudo de
Nascimento et al. (2016) avaliou o conhecimento de enfermeiros que trabalham em
unidade de internação, emergência e terapia intensiva de hospitais públicos e privados
no Brasil sobre diagnóstico, prevenção e sinais clínicos de IRA e o resultado de sua
pesquisa mostrou ser esse insuficiente, ressaltando a relevância da educação
continuada como estratégia que deve ser utilizada pelas instituições de saúde.
O embasamento teórico é essencial para a profissão de enfermagem visto que
ele direciona o conhecimento necessário a partir do qual será tomado decisões,
realizado planejamento e intervenções práticas que resultarão no reestabelecimento
da saúde dos pacientes, de maneira eficaz e segura, por isso, é necessário que esses
profissionais façam “reciclagem” profissional continuamente, para garantir que detém
o conhecimento necessário e as instituições de saúde devem colaborar e promover
tais eventos para alcançar melhores resultados na qualidade de sua assistência.

4 DISCUSSÃO

Percebeu-se que os sintomas mais frequentes de pacientes que apresentam-


se com IRA ou IRC no departamento de emergência hospitalar são relacionados às
complicações da doença que atingem o sistema cardiovascular, podendo provocar
retenção de líquidos e edema pulmonar, alterações hidroeletrolíticas, especialmente
hipercalemia, e também sintomas associados à septicemia frequentemente
relacionada ao acesso vascular hemodialítico, que devido ao seu calibre e localização
central possui alto risco de disseminar infecção pela corrente sanguínea. Os sinais e
sintomas mais comuns identificados foram: dispneia, edema generalizado ou
pulmonar, alterações de potássio sanguíneo, redução do volume urinário, febre,
hipotensão e disúria.
Em relação ao cuidado ou intervenções de enfermagem mais relevantes à
esses pacientes foi observado o seguinte: cuidados direcionados à hemodinâmica do
paciente como controle de sinais vitais, controle do volume urinário, realizar balanço
hídrico, vigilância dos exames laboratoriais, principalmente de alterações
hidroeletrolíticas, controle de oferta hídrica, infusão de drogas, controle da taxa de
filtração glomerular, controle de peso, controle nutricional, prevenção e controle de
infecção, cuidados com cateter hemodialítico, mudança de decúbito, vigilância e
cuidado com a integridade da pele.
Além destes destaca-se também o cuidado do enfermeiro durante o processo
de diálise, que é o principal tratamento para esses pacientes, principalmente a
hemodiálise, que na maioria das instituições de saúde estão sob a responsabilidade
do enfermeiro e técnicos de enfermagem especializados neste serviço. Com isso outra
importante função da enfermagem é garantir o cuidado e estabilidade hemodinâmica
do paciente no período pré, intra e pós dialítico, mais uma vez avaliando sinais vitais
previamente, operando e gerenciando o equipamento no qual ocorre a hemodiálise
adequadamente e observando atentamente quanto à complicações durante o
processo de HD, visto que são frequentes durante e no período imediato ao fim do
procedimento, garantindo que esse paciente seja conduzido ao setor de origem com
segurança.
Ressaltou-se também a importância do processo de enfermagem (PE) que
conduz desde a admissão do paciente até à alta hospitalar todo o cuidado realizado
pela equipe de enfermagem, em especial o enfermeiro como líder e orientador da
equipe na realização das intervenções propostas.
Por fim, observou-se a importância do conhecimento teórico-científico em todos
os processos de cuidado da enfermagem, o que o presente artigo propõe direcionar e
incentivar.
As limitações deste estudo referem-se a dificuldade de encontrar pesquisas que
tratassem adequadamente o tema no período proposto, trazendo resultados e
conteúdo satisfatório com metodologia adequada, principalmente sobre estudos
realizados no Brasil. No entanto, foram incluídos estudos de diversos países de
diferentes realidades, o que possibilita fazer comparações e extrair informações que
possam resultar em mais conhecimento a respeito do tema e sugerir melhor
abordagem na solução de problemas.

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