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Idades da Vida

Maratona de
debates e MP
aceleram
reforma
universitária

Por Maurício Hashizume -

02/03/2004 00:00

Brasília - Tarso Genro deu início a mais uma das


iniciativas voltadas para o seu principal objetivo
como timoneiro do Ministério da Educação (MEC):
a reforma do sistema de ensino superior
brasileiro.

O ministro participou, nesta terça-feira (2), da


primeira audiência pública aberta realizada no
próprio MEC sobre a "reforma da
Universidade". Segundo Tarso, o tema estará
sendo conduzido por meio de várias frentes. Além
das próprias audiências com especialistas
inauguradas com a reunião desta terça-feira,
serão realizadas consultas populares regionais
sobre a reforma. A terceira e principal frente é o
grupo executivo especial criado pelo Ministério,
que deve receber e analisar as propostas
apresentadas ao longo dos debates e é chefiado
pelo próprio ministro.
Já foram marcadas sete reuniões internas desse
grupo executivo do MEC nos dias 16 de março, 13
de abril, 4 e 25 de maio, 15 de junho, 6 e 27 de
julho. Os representantes do grupo estão
participando, ainda, de diálogos promovidos por
entidades como a Federação dos Sindicatos dos
Trabalhadores em Educação das Universidades
Brasileiras (Fasubra), União Nacional dos
Estudantes (UNE), Associação Nacional dos
Docentes das Instituições de Ensino Superior
(Andes) e Associação Nacional dos Dirigentes de
Instituições Federais de ensino Superior (Andifes).

Encontros regionais sobre o tema, abertos para a


participação da sociedade civil, também já foram
definidos nas regiões Sudeste (21 de maio – Belo
Horizonte), Nordeste (25 de junho – Recife), Sul
(30 de julho – Porto Alegre), Norte (20 de agosto –
Belém) e Centro-Oeste (17 de setembro –
Goiânia).

A próxima audiência pública será realizada em 5


de abril e contará com a presença do sociólogo
português Boaventura de Souza Santos, que faz
parte do Conselho Internacional do Fórum Social
Mundial e foi convidado pela
sua experiência nas reestruturações do sistema
de ensino superior em Portugal e na Espanha.

Todos os esforços estão voltados para que, em


novembro, o ministério tenha um projeto de Lei
Orgânica do Ensino Superior pronto para ser
encaminhado pelo Poder Executivo ao Congresso
Nacional. "É uma compreensão equivocada achar
que a reforma termina com a aprovação da Lei
Orgânica. Esse passo é apenas o início de um
conjunto de trabalhos. A reforma da Universidade
é um processo", afirmou Genro.

Polêmica do financiamento
O principal convidado da primeira audiência
pública sobre reforma universitária foi o o
professor Martin Carnoy, da Universidade de
Stanford, que compareceu ao que o ministro
chamou de "escuta" por intermédio da
Organização das Nações Unidas para a Educação,
Ciência e Cultura (Unesco).

Carnoy provocou polêmica ao ressaltar o caráter


"cultural" brasileiro traduzido no sistema
universitário nacional: "No Brasil, os pobres
pagam e os ricos não pagam. Vocês inventaram
esse sistema". Ele defendeu que os
estudantes egressos de escolas particulares
paguem matrículas e mensalidades de cursos em
universidades públicas. "É curioso que a maioria
que defende o ensino público e gratuito são os
professores e funcionários das instituições
públicas, que sempre reclamam da necessidade
de mais recursos do poder público. Por acaso o
dinheiro dos estudantes não é igual ao do
governo?", indagou.

Em resposta à proposta do pagamento pelo


ensino superior público, o secretário-executivo do
MEC, Fernando Haddad, rebateu dizendo que, no
caso brasileiro, mais importante do que encontrar
fontes de recurso é alargar a base de acesso às
vagas públicas, objetivo do recém-lançado
programa Universidade para Todos (ver "MEC
propõe "PPP" para criar vagas públicas em
particulares"
(http://agenciacartamaior.uol.com.br/agencia.asp?
coluna=reportagens&id=1382)), que deve ser
implementado, segundo declarações do
ministro, por meio de medida provisória (MP) do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Participaram da primeira audiência sobre a


reforma universitária o reitor da Universidade
Federal de Sergipe, José Fernandes de Lima, o
secretário de Educação Superior do MEC, Nélson
Maculan Filho, e os professores Hélgio Trindade e
Gilberto Dupas, respectivamente presidente e
membro da Comissão Nacional de Orientação da
Avaliação (Conav) do MEC.
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