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GEOPOLÍTICA BRASILEIRA

BRASIL FÍSICO-POLÍTICO

Livro Eletrônico
© 12/2018

PRESIDENTE: Gabriel Granjeiro

VICE-PRESIDENTE: Rodrigo Teles Calado

COORDENADORA PEDAGÓGICA: Élica Lopes

ASSISTENTES PEDAGÓGICAS: Francineide Fontana, Kamilla Fernandes e Larissa Carvalho

SUPERVISORA DE PRODUÇÃO: Emanuelle Alves Melo

ASSISTENTES DE PRODUÇÃO: Giulia Batelli, Jéssica Sousa, Juliane Fenícia de Castro e Thaylinne Gomes Lima

REVISOR: Nathália Souza Medeiros Rodrigues

DIAGRAMADOR: Clenio Da Mata

CAPA: Washington Nunes Chaves

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LUIS FELIPE ZIRIBA

Formado em Geografia pela Universidade de


Brasília, leciona desde 2001 em cursos e pla-
taformas variadas pelo Distrito Federal, tendo
começado em pré-vestibulares, seguindo para
preparatórios para o concurso de admissão à
carreira diplomática, escolas de ingresso na
carreira militar (espcex) além de lecionar para
os mais concorridos concurso do Brasil, tais
quais Câmara dos Deputados, Senado Federal,
BC ,PF, PCDF ,entre outros, promovendo nes-
tes últimos, principalmente, aulas na frente de
Atualidades e de Realidade do DF

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Brasil Físico-Político
Prof. Luis Felipe

Brasil: Físico-Político....................................................................................7
1. Macrodivisão Natural do Espaço Brasileiro: Biomas, Domínios e Ecossistemas..7
1.1 Introdução............................................................................................7
1.2. Biomas, Domínios e Ecossistemas...........................................................8
1.3. Os Biomas Brasileiros.......................................................................... 12
2. Organização Político-Administrativa do Estado Brasileiro. Território e
Conceitos: Povo, População e Nação............................................................. 54
2.1. Introdução......................................................................................... 54
2.2. Sistema Político.................................................................................. 57
3. Brasil Político – Econômico: As Diferenças Inter-Regionais e Disparidades
da Produção e Trabalho.............................................................................. 59

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Prof. Luis Felipe

Caro(a) aluno(a), meu nome é Luís Felipe Ziriba. Sou professor de Geografia/

Atualidades e Realidade do DF. Me formei em 2004, em Geografia pela Universidade

de Brasília. Venho a mais de 15 anos ministrando aulas em cursos variados por todo

o Distrito Federal, bem como nos de admissão à carreira diplomática (CACD) – um

dos mais difíceis do Brasil –, pré-vestibulares, escolas militares, como ingresso na

Espcex (preparatória para Oficiais do Exército), além de aulas para concursos para

admissão em carreiras variadas do Governo Federal e bastante concorridas (Câma-

ra dos Deputados, Senado, Bacen etc.), e para o Governo do Distrito Federal (PCDF,

PMDF, Secretaria de Saúde etc). Estando sempre trabalhando junto aos renomados

cursinhos preparatórios de Brasília, é com muito prazer que seguiremos juntos nes-

sa jornada de conhecimentos e aprovação no Gran Cursos Online.

Para este curso em especial PRF_18 a ser realizado pelo CEBRASPE, elaborei um

material dividido em 3 aulas, compreendendo de forma didática e interativa (com

textos bem completos e complementos, além de figuras e mapas) todos os tópicos

do edital para a prova em questão na disciplina Geopolítica Brasileira. Então vamos

a eles:

AULA 1: BRASIL FÍSICO-POLÍTICO: 1 – Macrodivisão natural do espaço bra-

sileiro: Biomas, domínios e ecossistemas; 2 – Organização do Estado Brasileiro; 3

– Brasil Político – Econômico: Nação, Território e Divisão inter-regional do trabalho

e da produção.

AULA 2: BRASIL URBANO, RURAL, INTEGRAÇÃO ECONÔMICA: 1 – A es-

trutura urbana brasileira e as grandes metrópoles, urbanização e sociedade de

massas; 2 – Integração entre indústria, estrutura urbana, transporte a e setor

agrícola; 3 – A evolução da estrutura fundiária e questões demográficas do campo

nacional; 4 – Integração do Brasil ao processo de internacionalização da economia.

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AULA 3: BRASIL: MEIO AMBIENTE, POPULAÇÃO E CULTURA: 1 – A gestão

(e política) ambiental no Brasil; 2 – Distribuição espacial da população brasileira e

seus movimentos migratórios externos; 3 – A questão cultural no Brasil.

Bom, é um prazer conduzir-lhe nesta jornada ruma à aprovação nesta carreira

tão importante do Serviço Público Federal, a qual que só tende a ganhar mais for-

ça e consequentes melhorias em seu plano de carreira. Então vamos juntos que o

tempo urge!

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BRASIL: FÍSICO-POLÍTICO
1. Macrodivisão Natural do Espaço Brasileiro: Biomas,
Domínios e Ecossistemas
1.1 Introdução

Caro(a) aluno(a), iniciaremos esta primeira aula abordando os temas mais es-

pecíficos de Geografia Física, à medida que os outros tópicos do edital estão rela-

cionados a temas de Geografia Humana do Brasil, tais quais: Urbanização, Campo,

População, entre outros.

Visto isto, e sem perdemos tempo, vale uma introdução importante: fazermos

a separação entre Biomas, Domínios e Ecossistemas.

Perceba bem que o Cespe, faz algum tempo em algumas provas menciona co-

nhecimentos acerca de “Domínios” e de “Biomas” (e seus respectivos ecossiste-

mas). Em nosso edital, em específico, ele fala sobre domínios, mas nem ao menos

explica quais são, ou seja, se estes são domínios geomorfológicos, morfoclimáticos,

ou qualquer outro. Tudo bem, isto acontece às vezes, e é quase certo que este

termo domínios entrou de forma mais protocolar mais uma vez (podemos apostar

que sim, tal qual em outros concursos), à medida que o planejamento nacional

trabalha hoje com a macrodivisão do território nacional em biomas. Os do-

mínios, se forem os de Aziz ab’ Saber, chamados domínios morfoclimáticos, ficaram

literalmente pra trás, sendo uma divisão dos anos 1960, e são em número

de SEIS, mais as chamadas faixas de transição. A classificação, inclusive, em

domínios morfoclimáticos é, além de ultrapassada, mais complexa, sem dúvidas, à

medida que leva em conta fatores bióticos e naturais, tais quais clima, vegetação e

relevo, enquanto que a divisão em biomas leva como base as tipologias vegetais.

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Mapa 1: Domínios Morfoclimáticos

1.2. Biomas, Domínios e Ecossistemas

São, portanto, 6 domínios morfoclimáticos como vemos acima no mapa, acres-

cidos de suas respectivas Faixas de Transição. Vale um destaque de extrema im-

portância: no mapa brasileiro de biomas do IBGE (nosso mapa oficial apresentado

mais a seguir) não ocorrem as zonas de transição, sendo que mapa de biomas, as

áreas de encontro entre estas macrounidades são denominadas ecótonos.

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No mapa de biomas brasileiros os encontros entre biomas diferentes são denomi-

nados ecótonos. Um ecótono muito importante que representa recente fronteira

de expansão do agronegócio mecanizado e suas escalas de produção de valor e

desmatamento associado é no ecótono Amazônia–Cerrado, em estados como Mato

Grosso e Tocantins, por exemplo. Usaremos inicialmente este mapa a seguir de bio-

mas, ok?, e suas legendas correspondentes. Observe bem, ele é apresentado em

duas configurações. Uma mais detalhada com estados e coordenadas e outra mais

destacada apenas as diferenças dos biomas no mapa brasileiro.

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Mapa 2 e 3: Mapas de Biomas do IBGE

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Por fim, e dando seguimento a esta parte introdutória, e antes de falarmos es-

pecificamente sobre os biomas nacionais, vamos ver o conceito de ecossistema

e as diferenças principalmente em relação aos biomas, algo que muitos confundem.

Um ecossistema é um conjunto formado pelas interações entre componentes bió-

ticos, como os organismos vivos: plantas, animais e micróbios, e os componentes abi-

óticos, elementos químicos e físicos, como o ar, a água, o solo e minerais. Estes com-

ponentes interagem por meio das transferências de energia dos organismos

vivos entre si e entre estes e os demais elementos de seu ambiente.

Como são definidos pela rede de interações entre organismos, e entre os orga-

nismos e seu ambiente, ecossistemas podem ter qualquer tamanho. Como é

difícil determinar os limites de um ecossistema, e no Brasil tem-se bem delimita-

do o limite dos biomas no mapa que vimos acima (não se esqueça dele!) con-

venciona-se adotar distinções para a compreensão e possibilidade de investigação

científica. Assim podemos estabelecer inicialmente, por exemplo, uma separação

entre os meios aquáticos e terrestres. Então, ecossistemas aquáticos serão os

lagos, naturais ou artificiais (represas), os mangues, os rios, mares e oceanos. Os

ecossistemas terrestres serão as florestas, as dunas, os desertos, as tundras, as

montanhas, as pradarias e pastagens e assim vai.

Veja que ecossistema é diferente de bioma, embora esteja inserido den-

tro deste. Bioma, na definição do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE) é o “conjunto de vida (vegetal e animal) definida pelo agrupamento de tipos

de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional, com condições geoclimá-

ticas similares e história compartilhada de mudanças, resultando em uma diversidade

biológica própria”. Em outras palavras, ele pode ser definido como uma grande área

de vida formada por um complexo de ecossistemas com características homogêneas.

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É importante, por fim, destacar que por muitas vezes o termo “bioma” é uti-

lizado como sinônimo de “ecossistema”, mas diferentemente do ecossistema, a

classificação de bioma interessa mais o meio físico (a fisionomia da área,

principalmente da vegetação) que as interações que nele ocorrem. O perfil

do local e a dimensão também importam na classificação: um ecossistema qual-

quer só será considerado um bioma se suas dimensões forem de grande es-

cala. Assim, por exemplo, tem-se o bioma MATA ATLÂNTICA e dentro dele

vários ecossistemas, como o das matas ombrófilas, das restingas e dos

manguezais, dos campos de altitude entre outros.

1.3. Os Biomas Brasileiros

Bom, visto qual contexto se encaixam os termos Biomas, Domínios e Ecossis-

temas, vamos trabalhar especificamente sobre aquele que domina hoje o planeja-

mento ambiental, estrutural e legal no Brasil. Os BIOMAS e sua distribuição pelo

território nacional.

Como são divisões que levam em conta prioritariamente a tipologia vegetal das

macro áreas, vale destacar que os biomas podem ser de três extratos diferentes:

• FLORESTAIS: Árvores de Grande Porte.

Exemplos: MATA ATLÂNTICA e AMAZÔNIA.

• ARBUSTIVOS: Árvores de Médio Porte.

Exemplos: CERRADO e CAATINGA.

• HERBÁCEOS: Gramíneas.

Exemplos: PAMPAS.

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O Pantanal é um sistema complexo, onde se encontram extratos vegetais de vários tipos.

1.3.1. O Bioma Amazônico

Floresta Latifoliada Ombrófila Equatorial: Latifoliada = Folhas Largas.

1.3.1.1. Características

Para começarmos a falar sobre a Amazônia, vale a pena, caro(a) aluno(a), se-

pararmos o conceito de AMAZÔNIA LEGAL e de BIOMA AMAZÔNICA.

Vamos começar então pelo de maior área: o conceito de AMAZÔNIA LEGAL se

refere a um planejamento comum a um território que abrange também partes

de outros biomas. O ecótono (encontro) da Amazônia com o Cerrado no Mato

Grosso e Tocantins, por exemplo.

O planejamento da Amazônia Legal possui na SUDAM – Superintendência de

Desenvolvimento da Amazônia, sua autarquia de fomento às atividades agrícolas,

pecuárias, industriais e extrativas.

Veja a seguir a área de abrangência da AMAZÔNIA LEGAL, abarcando, inclusive,

parte de estados da região Centro-Oeste (MT) e Nordeste (MA).

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Mapa 4 e 5: Amazônia Legal e Bioma Amazônico

Note no mapa a seguir. Tem-se a área de abrangência do Bioma Amazônico so-

mente, e perceba como é menor que o de cima, que se refere à Amazônia Legal.

No caso, a AMAZÔNIA LEGAL ocorre dentro do planejamento abrangendo áreas

maiores em Mato Grosso (ecótono Cerrado), e Tocantins (também).

BIOMA AMAZÔNICO: Área de ocorrência no Brasil

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A enorme biodiversidade do Bioma Amazônico se encontra ligada ao clima

quente e úmido (em que os fatores bióticos são mais acelerados), à sua super-

lativa dimensão em associação aos patamares de relevo.

O clima é o equatorial, em imensa parte da Amazônia brasileira, havendo a

ocorrência de clima Tropical apenas em porções ao sul da floresta.

Sobre a superlativa dimensão, o Bioma Amazônico é disparado o maior bioma

no Brasil, mas se estende para outros (8) países; Bolívia, Peru, Equador, Venezue-

la, Colômbia, Guina, Suriname e Guiana Inglesa. Em 1978, os países da América

do Sul formalizaram um tratado de cooperação mútua para a Amazônia em vários

sentidos (fronteiras, segurança, soberania, preservação de recursos) chamado TCA

– Tratado de Cooperação Amazônica. A seguir apresento um artigo interessante so-

bre o TCA e seus entraves mais recentes. Recomenda-se a leitura integral, é curto:

https://www.mundorama.net/?p=11110

Por fim, os patamares diferenciados de relevo da Amazônia Brasileira promo-

vem extratos de biodiversidade diferenciados à medida que ocorrem flora e fauna

adaptadas a condições diferentes de solo e disponibilidade hídrica, entre outros

fatores. Sobre este tema é preciso debruçarmos um pouco mais, então vamos aos

3 patamares:

• MATA DE IGAPÓ (IGARAPÉS);

• MARA DE VÁRZEA;

• TERRA FIRME (Planaltos).

1 – Mata de Igapó e Matas de Várzea: nas margens do Rio Amazonas, e

em seus rios tributários, na Planície Amazônica, onde as terras são mais baixas,

formam-se os chamados IGARAPÉS e também, em patamares mais altos, os TER-

RENOS DE VÁRZEA. A diferença de um para outro é muito simples. Enquanto nos

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IGARAPÉS as matas são PERMANENTEMENTE inundadas, nas VÁRZEAS são PERIO-

DICAMENTE (parte do ano) inundadas.

Nessas áreas as árvores atingem até vinte metros de altura, mas a maioria

possui entre quatro e cinco metros, principalmente nas matas de várzeas (que são

periodicamente inundadas, ao contrário dos igarapés que são permanentemente

inundados). As espécies vegetais encontradas são totalmente adaptadas a terrenos

alagadiços nestes ambientes. Suas plantas, de menor porte, são hidrófilas (adap-

tadas a regiões alagadas), possuindo como espécies comuns a vitória-régia, as or-

quídeas, as bromélias e outras e árvores como palmeiras. Vale destacar novamente

que os campos, ou matas inundáveis, PODEM SER PERENES, como nos igarapés,

ou INTERMITENTE, como nas matas de várzeas.

Figura 1: Mata inundada

Nas matas inundadas, em ambientes de presença marinha (nas partes litorâneas)

em foz de rios que deságuam no mar, ocorre a formação dos MANGUES, que são

constituídos por vegetação adaptada à inundação ao longo do ano, porém com

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água salinizada. Solos halófitos (adaptados à grande quantidade de sal) e plantas

pneumatófilas (com raízes suspensas) são dois termos relacionados aos mangues,

é importante nos atermos. A seguir temos as áreas de mangues no Brasil de forma

aproximada e destaque, também, para sua tipologia comum com raízes mais ele-

vadas e terrenos inundados. Veja, contudo, que os mangues não são exclusividade

da Amazônia, ocorrendo em praticamente todo o litoral brasileiro.

MAPA 6: Ocorrência dos Mangues

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Figura 2: Mangues

2 – Matas de terra firme: são os domínios predominantes em área, com cerca

de 85 % de todo o bioma e situados nas partes planálticas (isto é, fora da planície

amazônica). São nos terrenos de matas firmes (terras mais altas) que o aprovei-

tamento agropastoril se processa em toda a Amazônia Legal, principalmente em

estados como Pará e Rondônia. Nas terras firmes, a floresta é densa, com madeiras

nobres como mogno, cerejeira e altíssima biodiversidade faunística.

1.3.1.2. Alguns dados sobre a Superlativa Biodiversidade e Importância

da Amazônia

Maior biodiversidade absoluta do mundo. Estima-se que praticamente 20% das

espécies conhecidas no planeta estejam na Amazônia. De acordo com os dados do

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Ministério do Meio Ambiente (MMA), em 2005, a fauna amazônica era constituída

de 4.221 espécies de animais, 1,3 mil espécies de peixe, 30% insetos do planeta

2.500 espécies de árvores e mais de 30 mil espécies de flora

Na Amazônia tem-se também a maior bacia hidrográfica do mundo, com 25 mil

km de rios navegáveis e 6.675 km somente no Rio Amazonas.

Mapa 7: Rede Hidrográfica Amazônica

Parque Nacional Montanhas de Tumucumaque

Com quase 3,9 milhões de hectares, uma área superior à de alguns estados bra-

sileiros como Alagoas e Sergipe, o Parque Nacional Montanhas de Tumucumaque foi

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criado em agosto de 2002 sendo desde então uma das maiores áreas protegidas

tropicais do mundo. Cobre uma porção significativa de uma região de extrema im-

portância ecológica, o Escudo das Guianas, caracterizado por elevadíssimos valores

de riqueza biológica e taxa de endemismo. Está situado na região Noroeste do es-

tado do Amapá, uma das áreas de menor densidade demográfica da Amazônia. Tais

fatos, associados ao alto grau de proteção de seus ecossistemas, legitimam esta

Unidade de Conservação como um dos mais relevantes instrumentos de preserva-

ção ambiental da Amazônia brasileira.

Os benefícios gerados pelo Parque Nacional são inegáveis: preservação da qua-

lidade da água dos rios do Amapá, à medida que as nascentes dos mais importan-

tes rios do Estado estão parcial ou integramente localizadas na Unidade de Con-

servação: Oaipoque, Jari, Araguari e Amapari, contribuição, devido à sua extensão,

para a estabilidade climática da região, proteção contra processo de erosão e perda

do solo, manutenção de populações viáveis de fauna e flora, preservação do patri-

mônio cultural material e imaterial.

A esses aspectos somam-se ainda outros benefícios de caráter socioeconômico.

Por se tratar de um Parque Nacional, que tem como seus objetivos promover a vi-

sitação pública, abrem—se possibilidade para a abertura de um polo ecoturístico.

As consequências diretas são a movimentação de recursos financeiros por meio da

prestação de serviços aos visitantes, como gastronomia, hotelaria, guias turísticos,

transporte etc… com geração de empregos diretos e indiretos e renda para a po-

pulação local, como mostram inúmeros exemplos de outros Parques Nacionais no

Brasil e no Mundo.

Segundo dados do IMAZON (veja box a seguir sobre a Instituição). Em dezem-

bro de 2015, as Áreas Protegidas na Amazônia Legal somavam 2.197.485 quilôme-

tros quadrados (km2), ou 43,9% da região, ou ainda 25,8% do território brasileiro.

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Desse total, as Unidades de Conservação (federais e estaduais) correspondiam a

22,2% do território amazônico enquanto as Terras Indígenas homologadas, decla-

radas e identificadas abrangiam 21,7% da mesma região.

Mapa 8: Bioma Amazônico e Uso do Solo

O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) é uma organização cien-

tífica, não governamental, apartidária e sem fins lucrativos que desde 1995 traba-

lha pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia. Seu propósito é consolidar, até

2035, o modelo de desenvolvimento tropical da Amazônia, por meio da produção

de conhecimento, implementação de iniciativas locais e influência em políticas pú-

blicas, de forma a impactar o desenvolvimento econômico, a igualdade social e a

preservação do meio ambiente.

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Outra instituição importante de pesquisa amazônica é o IMAZON, um instituto

de pesquisa cuja missão é promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia

por meio de estudos, apoio à formulação de políticas públicas, disseminação ampla

de informações e formação profissional. O instituto foi fundado em 1990, e sua

sede fica em Belém, Pará.

Por fim, há de se considerar o inédito trabalho do CBA – Centro de Biotecnologia

da Amazônia, que nasce com vistas a assegurar a soberania sobre o patrimônio

genético da Floresta e levá-lo como benesses a população brasileira e ao empre-

sariado local. É uma iniciativa fundamental com vistas a projetar nossa pesquisa

sobre o patrimônio genético amazônico à frente das escalas da biopirataria estran-

geira que por décadas vem levando este precioso conhecimento. Construído com

recursos da Superintendência da Zona Franca de Manaus, órgão do governo federal

vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em par-

ceria com o Ministério do Meio Ambiente, o Centro de Biotecnologia da Amazônia

está localizado no Distrito Industrial de Manaus. São 12 mil m2 de área construída

onde estão integrados um complexo com 26 laboratórios, central de produção de

extratos, instalações para incubação de empresas, alojamentos para pesquisadores

e instalações de apoio administrativo e à pesquisa.

1.3.1.3. Dados sobre o Desmatamento

O desmatamento como conhecemos hoje na Amazônia, ou seja, gerado pelas

frentes agropastoris e uso de madeira (em sua imensa maioria ilegal), tem seu

início na entrada da década de 1970, com os grandes projetos de colonização da

Região e de integração territorial, leia-se Estados do Pará e Rondônia. Estima-se

que de lá (anos 1970) até hoje, em torno de 20 por cento do bioma já tenha sido

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desmatado. Vale destacar que segundo o código florestal (de 1965 e revisado em

2012), todas as propriedades rurais dento do bioma Amazônico devem conservar

80% de floresta nativa. É a chamada Reserva Legal.

Índice em queda, em se comparado a década de 90, e também meados da dé-

cada passada, quando em 2004 atinge 27,7mil Km 2, as séries históricas do INPE

– Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais podem ser vistas a seguir desde 1988,

ano em que começou a coleta de dados pelo PRODES (satélite).

Para dados mais apurados e leitura mais abrangente sobre a série histórica de

desmatamento do INPE, recomendo este link a seguir retirado do site do próprio

INPE: http://www.obt.inpe.br/OBT/noticias/inpe-registra-6-947-km2-de-desmata-

mento-na-amazonia-em-2017/Graf1_amzlegaltaxa.jpg.

Acerca da questão do desmatamento vale destacar que as maiores partes des-

matadas se encontram no chamado “arco do desmatamento”, que é exatamente

nas partes mais altas, de terras firmes, de estados como Mato Grosso, Rondônia

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e Pará, em função das frentes agropastoris. Aliás, no link sugerido acima (vale a

leitura) podemos ver dados sobre o desmatamento em 2017, e como ele ainda é

muito concentrado em mais de ¾ nestes três estados. Por causa do desma-

tamento com queimadas, o Brasil ainda vigora como sétimo maior emissor

de gases de efeito estufa do planeta, sendo que mais de 70 % de nossas

emissões estão associadas apenas ao solapamento da cobertura vegetal

para abertura das frentes agropastoris. Por vezes estas frentes não são exa-

tamente no Bioma Amazônico, mas sim na Amazônia Legal, que abrange áreas de

contato do Cerrado com a Floresta Amazônica.

A geógrafa Bertha Beckert, falecida em 2013, destacava em suas obras, tal qual

no livro: Amazônia: Geopolítica na Virada do III milênio, ser necessário dar-se

valor à floresta de pé, por meio de processos sustentáveis como o extrativismo

e o ecoturismo, em vez de se criar escalas produtivas que valorizem apenas a

floresta deitada.

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Sobre o arco do desmatamento:

1.3.2. O Bioma Mata Atlântica

Floresta Latifoliada Ombrófila Tropical de Encosta.

1.3.2.1. Características
No mapa de domínios morfoclimáticos a Mata Atlântica é denominada como Ma-
res de Morros, em função de sua geografia acidentada.

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O Bioma Mata Atlântica se debruça sobre uma imensa faixa litorânea do territó-

rio brasileiro, que vai de Santa Catarina ao Rio Grande do Norte/Ceará, passando

por faixas climáticas diferenciadas.

Debruçada sobre Planaltos e Serras, em Escudos Cristalinos, a Mata Atlântica

se privilegia por receber os ventos úmidos do Atlântico. É exuberante e megabiodi-

versa, chegando em inúmeras partes a conter UMA quantidade relativa de espécies

maior que a da própria Amazônia. Estima-se em mais de 20.000 espécies de flora

e 1.400 tipos de mamíferos, anfíbios, aves e peixes o contingente de sua biodiver-

sidade. Chama a atenção também, o nível de endemismo, isto é, de espécies

que existem apenas na Mata Atlântica e em mais nenhum outro lugar. Para

vertebrados, segundo a ONG Conservação Internacional, são mais de 500 espécies

endêmicas.

Na CF/88 a Mata Atlântica e a Serra do Mar (formação serrana e de Mata

Atlântica, que se estende desde Santa Catarina até o Espirito Santo), foram

alçadas pelo art. 225 como patrimônios nacionais, em que os usos de suas

áreas far-se-á sob condições legislativas específicas que assegurem a preserva-

ção do meio ambiente.

Note que mesmo sendo definido como um bioma de encosta, ocorrem também

interiorizações importantes da Mata Atlântica (veja com atenção nos mapas a se-

guir). Nestas partes interiores tem-se, por exemplo, as matas de Araucária, no

Paraná, e as Florestas Estacionais Deciduais nas Cataratas do Igauçu e também no

Estado de Minas Gerais. No Nordeste, embora bastante desmatada, a Mata Atlân-

tica é litorânea por excelência e se debruça no Planalto da Borborema, sendo que

em estados como Pernambuco e Paraíba, faz parte no planejamento local de cada

um destes estados como Zona da Mata.

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Mapa 9: Área de Ocorrência da Mata Atlântica

1.3.2.2. Os Ciclos Históricos de Devastação e de Ocupação

Maior desmatamento absoluto e relativo dentre os biomas nacionais...

A Mata Atlântica em termos relativos é o bioma mais desmatado dentre

todos os biomas nacionais. Estima-se que apenas uma minúscula parcela, algo

entre 7 a 10%, ainda esteja de pé. A outra imensa parte – mais de 90% de sua co-

bertura vegetal original, foi solapada em função de séculos de intensas atividades

extrativas, agropastoris, de consolidação urbana e industrial impressas em seus

domínios. Vale lembrar que o descobrimento do Brasil e todas as iniciativas pos-

teriores com vistas à formação de escalas produtivas, e também de formação de

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uma sociedade urbana situaram-se de forma mais intensificada exatamente onde

a Mata Atlântica era a paisagem e o corpo natural. Uma análise rápida em torno de

nossa história socioeconômica evidencia tal assertiva.

Vejamos em tópicos o desenvolvimento históricos das atividades em solos de

Mata Atlântica:

• início com uma intensa exploração do pau-brasil, em nossos primórdios;

• ciclo da cana-de-açúcar e formação da sociedade dos engenhos no Nordeste;

• formação de outras culturas baseadas em plantations, tal qual nos engenhos

(em enormes latifúndios e intenso desmatamento), como cacau, algodão,

café, além de toda uma produção de gêneros alimentícios para suprir escalas

internas de subsistência e excedentes;

• as primeiras iniciativas de instalação de rebanhos no Brasil em associação aos

engenhos;

• parte considerável do ciclo da mineração no Sec. XVIII;

• as escalas de urbanização/metropolização desde seus primórdios;

• a industrialização em quase todas suas estruturas ainda vigentes, em com-

pleta associação aos grandes centros urbanos, situados esses também na

fachada litorânea;

• maior parte das atividade econômicas pujantes, até os dias atuais, e a con-

centração demográfica do Brasil, formando exatamente aquilo que o geógrafo

Milton Santos definiu como sendo a nossa “Região Concentrada”.

Todos estes processos, em associação a séculos de inépcia tanto da atividade

estatal quanto da sociedade organizada com vistas a fomentar escalas de uso sus-

tentáveis dos espaços, solaparam enorme parte da fauna e da flora da Mata

Atlântica de forma radical. Os rios também, bem menores e caudalosos em se

comparado aos da rede hidrográfica amazônica, em grande parte apodreceram.

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Vejamos os casos do Tietê, em São Paulo, Paraíba do Sul (MG-RJ), Rio das Velhas

e Doce, em Minas Gerais, e vários outros cursos hídricos.

No interior da Mata Atlântica ocorre de forma gritante escalas de desmatamento

e de interferências antrópicas abusivas nas paisagens. A Mata de Araucárias, consi-

derada um dos Domínios Morfoclimáticos de Aziz Ab Saber, já foi abaixo em parcela

parecida com a da Mata Atlântica de Encosta, dando lugar a cidades, pastagens,

rebanhos, culturas agrícolas e usos de madeira para aquecimento, construções,

feitura de móveis, produção de celulose, entre outros.

Contudo, é importante destacar que um compêndio de iniciativas com vistas a

frear as agressões a este megabiodiverso bioma ganharam corpo desde a década de

1980. Uma série de medidas legais e também de ONGs colocaram a Mata Atlântica

em sua agenda com vistas à proteção dos remanescentes deste fabuloso bioma.

Na CF/88 a Mata Atlântica e a Serra do Mar (formação serrana e de Mata Atlân-

tica, que se estende desde Santa Catarina até o Espirito Santo), foram alçadas

pelo art. 225 como patrimônios nacionais, onde os usos de suas áreas far-se-á sob

condições legislativas específicas que assegurem a preservação do meio ambiente.

A UNESCO, o braço da ONU para a proteção dos patrimônios culturais, históricos

e ambientais, criou a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. A RBMA cuja área foi

reconhecida pela UNESCO, em seis fases sucessivas entre 1991 e 2008, sendo a

primeira unidade da Rede Mundial de Reservas da Biosfera declarada no Brasil. É a

maior reserva da biosfera em área florestada do planeta, com cerca de 78.000.000

hectares, sendo 62.000.000 em áreas terrestres e 16.000.000 em áreas marinhas,

nos 17 estados brasileiros onde ocorre a Mata Atlântica, o que permite sua atuação

na escala de todo o Bioma. Para conhecer mais sobre este importante tema, vale

a pena a consulta a este link da Unesco: http://www.rbma.org.br/rbma/rbma_1_

textosintese.asp.

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Finalmente, destaque também para a SOS Mata Atlântica, ONG fundada em

1986 que realiza desde então uma série de ações com vistas a promover estudos,

ações e parcerias voltadas a defesa da Mata Atlântica e seus remanescentes e re-

constituição do que foi desmatado e de espécies de fauna e flora extintas.

1.3.3. O Bioma Cerrado

1.3.3.1. Características

O Cerrado é o maior bioma integralmente brasileiro. Ocupando originalmen-

te em torno de 25% de todo o território nacional, perde em área, em tese, para

a Amazônia, contudo enquanto a hileia amazônica divide sua exuberância com

outros países da América do Sul, tal como vimos acima nesta aula, o Cerrado

se encontra apenas em território brasileiro, tornando-se assim o maior bioma

exclusivamente brasileiro.

A origem do Cerrado advém da separação da placa tectônica Sul-Americana

da Africana, formando uma continuidade especializada da savana africana. Aqui,

diferentemente de lá, formou-se um tipo de bioma em que a maior umidade nos

solos e quantidade de chuvas promoveu ao longo das eras geológicas um tipo de

savana exclusivo, com variedades endêmicas de peixes, mamíferos, aves

e flora relacionadas a um ambiente mais úmido que o da savana africana e

outras savanas no mundo.

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Mapa 10: Ocorrência do Cerrado em sua Porção Contínua + Manchas

no AP e RR

ESTADO (apenas na mancha contínua): porcentagem original


Distrito Federal 100
Goiás 97
Mato Grosso 40
Mato Grosso do Sul 61
Tocantins 92
Maranhão 65
Bahia 27
Piauí 37
Minas Gerais 57
São Paulo 33
Paraná 2

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Note que a única U.F em que o cerrado é o único bioma presente é o DF. As

“chamadas manchas” são nos estados de Roraima e Amapá, já em domínios

amazônicos.

A importância hidrográfica do Cerrado, bioma que é considerado o “berço das

águas” do Brasil reside no fato de que o bioma se encontra em posição altimétrica

bastante elevada e centralizada no contexto brasileiro, sendo assim um divisor

de águas natural. No Cerrado brasileiro nasce rios importantes do Brasil, tal qual

o Paraná, S. Francisco, Tocantins/Araguaia, Xingu. No mapa a seguir de Bacias Hi-

drográficas, perceba a localização do Cerrado e como ele está situado (mesmo que

em parte) em várias bacias hidrográficas brasileiras importantes.

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Mapa 11: Hidrografia e Cerrado

No Cerrado as formações arbóreas, via de regra, são de porte médio (em torno

de 5 a 8 mts), sendo portanto um bioma de porte arbustivo. Contudo, não po-

demos deixar de destacar que também ocorrem áreas com presença de vegetação

rasteira (herbácea), como nos campos, e também de vegetação florestal (árvores

altas), tal qual em matas ciliares.

As árvores possuem aspecto tortuoso e casca grossa (como proteção às quei-

madas) e são do tipo xeromórficas, ou seja, que se adaptam a extensos períodos

de seca, se utilizando entre outros recursos, da perda de folhas.

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1.3.3.2. As 5 Principais Diferenças Fisionômicas

Segundo Jurandyr Ross em sua obra Geografia do Brasil (1995), são 5 as fisio-

nomias do Cerrado, diferenciadas em função, entre outros aspectos, pela quanti-

dade de umidade no solo.

CAMPO LIMPO – CAMPO SUJO – CAMPO CERRADO – STRITO SENSO – CERRADÃO

Ocorrem também as Veredas, que são áreas com relativa inundação e palmeiras

(buritis) na paisagem, e também as matas ciliares, vegetação em margens de rios,

em que a exuberância lembra a da Mata Atlântica, por exemplo, com árvores altas,

cipós, bromélias, orquídeas e outras espécies não tão comuns no cerrado em suas

fisionomias típicas.

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Figura 4: JARDIM DE MAYTREIA, CHAPADA DOS VEADEIROS: Uma vereda típica.

Até a década de 1980 não havia ainda uma consciência formada por parte de

acadêmicos, e também da comunidade científica em geral, acerca do tamanho da

biodiversidade do Cerrado. Após este período, contudo, uma série de recensea-

mentos passaram a divulgar o quão grande é a biodiversidade no cerrado. Mas

grande parte desta biodiversidade superlativa, por mais estranho que pareça, não

se encontra visível, estando enterrada, pois cada árvore típica no cerrado pos-

sui em média até 6 vezes o seu tamanho em raízes profundas. É a chamada MATA

INVERTIDA, com seus organismos e micro-organismos formando uma imbricada

rede de biodiversidade singular q qual acaba atuando como uma espécie de espon-

ja para a alimentação dos aquíferos.

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O solo predominante no cerrado é o Latossolo, um solo com horizontes (ca-


madas) bem definidas, exatamente por ser um solo maduro, mas pobre em nu-
trientes. Por ser um solo muito antigo os agentes de intemperismo (água, vento,
sol) atuaram fortemente, levando grande parte de seus nutrientes. Assim, para se
formar o celeiro do Brasil de produção de grãos no Planalto Central (estados da
Bahia, Goiás, Mato Grosso…) como conhecemos, foi necessário muita correção e
embarque tecnológico. Diferentemente dos solos nas regiões de engenho de Per-
nambuco, por exemplo, onde tem se plantando tudo dá, tal qual a carta de Pero Vaz
de Caminha, o solo no Cerrado não é fértil naturalmente.

1.3.3.3. Os Impactos Relacionados e a Atual Situação do Bioma

O Cerrado é atualmente o Bioma onde as escalas de desmatamento são as mais


intensas e aceleradas em se comparado a todos os outros Biomas nacionais. Em
2012, o Ministério do Meio Ambiente acendeu um alerta: o Cerrado já havia ultra-
passado o nível dos 50% de vegetação original desmatada, com grau de antropiza-
ção na casa dos 75%. É um ciclo bem recente, porém muito acelerado que tem seu
início nas décadas de 50/60 em função da expansão da fronteira agrícola a partir
do Mato Grosso do Sul e Goiás.
Outra forma de dano ao cerrado que vem crescendo e chama atenção é o uso
de árvores para a atividade carvoeira. Do Pantanal, até Minas Gerais, tonela-
das de biomassa do cerrado vem sendo retiradas de seus campos e matas para
servir como matriz de calor.
Por fim, vetor contundente de desmatamento se deve nitidamente à acelerada
urbanização, via de regra imposta de forma horizontalizada que fora percebida
tanto nas metrópoles, tais quais Brasília e Goiânia, como também em várias cida-
des médias em estados como Goiás, Minas Gerais, Bahia, entre outros. A região
Centro-Oeste, para se ter uma ideia, mesmo alçada à condição de celeiro de grãos

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do Brasil, ostenta a segunda maior taxa de urbanização do Brasil, atrás apenas da


Região Sudeste, com mais de 90% de contingente de população urbana.

A baixa preservação oficial também é fator de solapamento do bioma. Estima-

-se que apenas 8% do Cerrado apenas esteja dentro de algum tipo de unidade de

conservação, uma média bem mais baixa que a média nacional (na casa dos 12%).

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1.3.4. Bioma Caatinga

O Bioma Caatinga possui uma característica climática determinante; o clima

semiárido (médias pluviométricas abaixo de 800 mm. anuais), com chuvas em ape-

nas por poucos meses ao longo do ano, geralmente entre março–agosto. No sertão

de Pernambuco e Paraíba são registrados, inclusive, os menores índices pluviomé-

tricos no Brasil, com valores de precipitação na casa de 300 mm. anuais.

A Caatinga tem seu nome oriundo da tradução de “mata-branca”, em tupi-gua-

rani, em uma clara alusão a um domínio vegetal que passa a maior parte do ano

seco, na época das chuvas, e logo nas primeiras parcas quedas de água, o que se

observa no Bioma é o alvorecer de uma grande biodiversidade de plantas e de fau-

na, principalmente de aracnídeos, insetos e répteis.

Vale o destaque: geralmente as bancas costumam promover peguinhas, afirmando

ser pequena, ou baixa, a biodiversidade contida na Caatinga nordestina, o que, em

uma primeira vista, pode parecer verdadeiro, porém não é….. Há uma biodiversida-

de de plantas considerável, além de micro-organismos e insetos e também animais

rasteiros, a qual se demonstra mais ativa, contudo, no curto período de chuvas.

A unidade de relevo principal que contém o Sertão é a Depressão Sertaneja, fei-

ção mais rebaixada em relação ao Planalto da Borborema (Zona da Mata e Agreste)

na chamada componente barlavento. Assim, o Sertão nordestino fica na compo-

nente sotavento, ou seja, que não recebe os ventos úmidos litorâneos. A seguir

tem-se o recorte esquemáticos das regiões onde podemos perceber a Depressão

Nordestina e sua relação com o Sertão.

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MAPA 12: Área ocorrência da Caatinga

Figura 5: Componentes Barlavento e SotaVento

BARLAVENTO: OCEANO // SOTAVENTO: INTERIOR

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1.3.4.1. Atividades Econômicas Principais no Sertão

O Sertão Nordestino e a região da Caatinga por suas características físicas, tais

como um clima marcado por escassez de chuvas, seu inerente distanciamento dos

grandes centros urbanos da região Nordeste e as escalas seculares de apropriação

das terras por latifundiários que restringiram o acesso à terra e também as benes-

ses necessárias a que as culturas pudessem ter mínimo êxito, tais quais barragens

e açudes, isto é, as chamadas estruturas hidráulicas, esteve à margem dos pro-

cessos de modernização do campo brasileiro empreendidos ao longo das últimas

décadas e também de qualquer surto industrializante.

Uma exceção considerável dera-se na Região do Médio São Francisco, em Petro-

lina-PE. A produção agrícola do Sertão Nordestino encontra no polo de produção

fruticultora no sertão, situado na MESO-REGIÃO DO SÃO FRANCISCO de Per-

nambuco, uma área de produção de frutas de qualidade via irrigação, sendo

destaque nacional e referência global.

A fruticultura irrigada no Vale do Rio São Francisco tem sua origem na década

de 70, quando o Regime Militar busca pelo P.I.N – Plano de Integração Nacional

– de 1970, a promoção de novas escalas produtivas para o Nordeste e pinça o se-

miárido nordestino como área de recebimento de investimentos junto à Amazônia.

Assim, iniciam-se a alocação de estruturas, eminentemente por irrigação, com vis-

tas a formar-se o polo de produção de frutas.

Em 1974 a CODEVASF – Companhia de Desenvolvimento do Vale do São

Francisco é criada como uma autarquia federal com vistas a fomentar o desen-

volvimento da região, levando estruturas de irrigação e fomentos vários ao Vale do

São Francisco .

Na década de 1990, a associação entre investimentos estatais e o capital priva-

do rende frutos, literalmente. Petrolina e Juazeiro se consolidam como o epicentro

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da produção irrigada de frutas de qualidade para os mercados globais no Brasil,

com destaque para as uvas,melões e mangas.

O polo fruticultor Petrolina-Juazeiro e suas adjacências, exporta em torno de

um milhão de toneladas de frutas por ano, representando enorme parte

das exportações de frutas brasileiras. A estimativa de faturamento anual da

região gira em torno de dois bilhões de reais por ano, número que só vem cres-

cendo. Nessa área de alta produtividade predominam em mais de 90% as

pequenas Propriedades Rurais.

O atual modelo de negócio por lá envolve os clusters, ou seja, união de em-

presas do mesmo setor que ao serem associadas em cooperativas, entre outras

estruturas, acabam facilitando a atividade conjunta por meio do compartilhamento

de expertises, tecnologias avançadas, mão de obra especializada e outros fatores.

Destaque na região, também, para o aeroporto de Petrolina Senador Nilo Coe-

lho, inaugurado em 1981 e que hoje se consolida como um dos aeroportos no Brasil

com a maior capacidade de exportação de carga.

Outro polo dinâmico de produção de frutas irrigadas dera-se no oeste

potiguar, cujos vales úmidos das bacias dos rios Apodi e Piranhas-Açu transforma-

ram-se em espaços de interesse para a valorização do capital nacional e multinacio-

nal via desenvolvimento da agricultura irrigada em bases tecnológicas modernas. O

Polo Integrado Açu/Mossoró de Fruticultura, em espaço de clima semiárido, distri-

buído nos municípios do entorno de Assu e de Mossoró, ao seguir diretriz baseada

no modelo empreendido em Petrolina-Juazeiro, fomentou a produção irrigada de

frutas em Açu/Mossoró. Por meio de uma sinergia entre investimentos estatais (em

macroestruturas) e as atividades de empresas privadas, desde os anos 90 tem-se

um eldorado produtivo no semiárido potiguar então.

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No campo estatal as ações da CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento do

Vale do Rio São Francisco) e da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Desenvolvimento

de Pesquisa Agropecuária), fomentaram a introdução de uma gama de arcabou-

ços técnicos necessários ao desenvolvimento das atividades produtivas. A SUDENE

(Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste) se encarregou, junto ao Ban-

co do Nordeste e o Banco do Brasil pelo fomento financeiro e as isenções fiscais.

Complemento 1: O Polígono das Secas

Segundo a CODEVASF – Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Fran-

cisco, o Polígono das Secas é reconhecido pela legislação como sendo a área sujeita

a períodos críticos e prolongados de estiagens, havendo também dentro desta área

lugares bastante suscetíveis a desertificação.

O Polígono das Secas compreende uma divisão regional efetuada em termos

político-administrativos dentro da zona semiárida, apresentando diferentes zonas

geográficas com distintos índices de aridez, indo desde áreas com características

estritamente de seca, com paisagem típica de semideserto a áreas com balanço

hídrico positivo, como a região de Gilbués, no Piauí.

Sua área compreende todos estados da região Nordeste com exceção do Ma-

ranhão, levando também municípios da região Sudeste em Minas Gerais, em sua

parte Norte, denominada como Vale do Rio Jequitinhonha.

Criado pela Lei n. 1.348, de 10 de fevereiro de 1951, a área do Polígono sofreu

revisão dos seus limites. Depois a Lei n. 4.239, de 27 de julho de 1963, estatuiu

que o município criado com desdobramento de área de município incluído no Po-

lígono das Secas, será considerado como pertencente a este para todos os efeitos

legais e administrativos. De outra parte, a Lei n. 4.763, de 30 de agosto de 1965,

incluiu o município de Vitória da Conquista.

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E finalmente, o Decreto-Lei de n. 63.778, de 11 de dezembro de 1968, delegou

ao Superintendente da SUDENE a competência de declarar, observada a legislação

específica, quais os municípios pertencentes ao Polígono das Secas. Esse Decreto-

-Lei regulamentou e esclareceu que a inclusão de municípios no Polígono, somente

ocorreria para aqueles criados por desdobramento de municípios anteriormente

incluídos total ou parcialmente, no mesmo Polígono, quando efetuados até a data

da lei regulamentar, isto é, de 30 de agosto de 1965 em que foi declarada como lei.

Em 19 de dezembro de 1997, o Conselho Deliberativo da SUDENE (extinta em

2001) com a Resolução n. 11.135, aprovou a atualização da relação dos municípios

pertencentes ao Polígono das Secas, incluindo aqueles que foram criados por des-

membramento até janeiro de 1997.

Em 2005, a nova Delimitação do Semiárido Brasileiro ampliou os critérios de

inclusão dos municípios, por considerar insuficiente o índice pluviométrico apenas.

Os critérios passaram a ser:

• precipitação pluviométrica média anual inferior a 800 milímetros;

• índice de aridez de até 0,5 calculado pelo balanço hídrico que relaciona as

precipitações e a evapotranspiração potencial, no período entre 1961 e 1990;

• risco de seca maior que 60%, tomando-se por base o período entre 1970 e

1990.

Estão inclusos 317 Municípios, além dos 1.031 anteriores. A área do semiárido

passou a ser 969.589,4 quilômetros quadrados, sendo o maior aumento registrado

em Minas Gerais: 51,7% do Estado passaram a integrar o semiárido.

Esta nova diretriz visa nortear as políticas públicas do governo federal, sobre-

tudo as aplicações do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste – FNEs

Municípios integrantes do novo semiárido brasileiro terão bônus de adim-

plência de 25% dos recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do

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Nordeste (FNE), enquanto no restante da região Nordeste, por exemplo,

esse percentual é de 15%. Ainda quanto ao FNE, a Constituição determina

que pelo menos 50% dos recursos desse Fundo sejam aplicados no finan-

ciamento de atividades produtivas em municípios do semiárido

Complemento 2: A Sudene

Criada em 1959, a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste nasce

com vistas a promover um desenvolvimento para a região fora do âmbito

das oligarquias tradicionais agrárias, consideradas responsáveis pelo atraso

secular que se aprofundava com a modernização do Centro-Sul brasileiro e suas

escalas de industrialização e metropolização empreendidas a partir da década de

1940. Em 2001, a SUDENE esteve extinta após denúncias de corrupção, sendo

criada a ADENE (Agência de Desenvolvimento do Nordeste). Em 2007 a superin-

tendência é reeditada. Sua área de atuação original compreendia basicamente os

estados da região Nordeste (com apenas e a parte do Maranhão) e a de Minas

Gerais compreendida pelo Polígono das Secas. Após algumas alterações a área de

ação da Sudene oficialmente é delimitada pela Lei n. 9.690/98, abrangendo mais

Municípios de Minas Gerais e uma pequena parte ao Norte do Espirito Santo com

27 municípios. Veja no mapa a seguir:

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Mapa 13: Polígono das Secas

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1.3.5. Bioma Pantanal

Mapa 14: Pantanal

1.3.5.1. Introdução

O Pantanal é um dos menores biomas brasileiros, porém, um dos mais com-

plexos. Localizado na porção Oriental da Região Centro-Oeste, entre os Estados de

Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o Pantanal recebe influência em sua fauna e

flora tanto do Cerrado (domínio arbustivo) como da Amazônia (domínio florestal),

havendo ainda extensas áreas campestres (herbáceas).

No mapa de domínios morfoclimáticos apresenta-se, porém, como um domínio

de transição, exatamente por sua posição entre o Cerrado e a Amazônia (e forçan-

do um pouco a barra, alguns autores ainda acrescentam os campos sulinos).

A planície pantaneira funciona como uma esponja, bem verdade, à medida que

drena para dentro de si as águas do Planalto Central (na sua parte Leste) e as

águas do Rio Paraguai (em sua parte Oeste). Assim, mesmo sendo uma das regiões

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em que menos chove no Brasil (médias de 1000 mm/anuais), o Pantanal possui

uma rede hídrica volumosa e muita quantidade de água, principalmente no período

das cheias (nov/abr). Contribui enormemente para tanto a presença de um solo

hidromórfico com grande capacidade de absorção de água.

Note no mapa a seguir, em: https://www.researchgate.net/figure/Bacia-

-de-drenagem-do-rio-Paraguai-com-exutorio-na-estacao-fluviometrica-de_

fig2_328583405, a rede de drenagem do Pantanal e a presença de porções

mais elevadas a Leste, tais quais o Planalto dos Guimarães e Planalto Maraca-

ju – Campo Grande.

Obs.: a parte denominada como Chaco se encontra totalmente em território

paraguaio.

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Mapa 15: Rede Hidrográfica do Pantanal

Figura 6: PAISAGEM PANTANEIRA TÍPICA: Mesclando elementos da Amazônia (vitória-régia) com


vegetação arbustiva (e clima) do Cerrado.

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1.3.5.2. As Questões Ambientais Pantaneiras

O Pantanal ao longo das décadas foi sendo retalhado em enormes fazendas de

criação de gado. Durante muito tempo, estas propriedades rurais quase seculares

determinaram o lento processo de produção do espaço pantaneiro, havendo criado

a interessante figura do boiadeiro, peão local que durante o ano transita o reba-

nho para fugir dos alagadiços que ocorrem, principalmente entre os meses de nov/

abr, conduzindo centenas(às vezes milhares) de bois com seu berrante a cavalo

nas chamadas comitivas. Mas esta atividade relacionada à alocação de enormes

rebanhos de boi de corte no Pantanal, resultou em certos tipos de danos ao meio

ambiente, tais quais a compactação de solos em partes mais firmes pelo pisoteio do

gado e, principalmente, a caça indiscriminada aos animais que matam rebanhos,

leia-se cobras (e muita sucuri)e onças de todos tipos.

Contudo, com a chegada da década de 1980/90, outros impactos ambientais

começam a ganhar espaço no Pantanal, principalmente em função da expansão da

fronteira agrícola em solos de cerrado e mineração. As atividades das fazendas de

gado passam a ser um problema bem menor frente aos desafios que o assorea-
mento (acúmulo de sedimentos em cursos d’água) nos principais rios pantaneiros,

resultado em função da atividade agrícola monocultora empreendida no Planalto

Central. Outro ponto importante acerca dos desafios ambientais do Pantanal reside

no corte de vegetação em suas cercanias (Bioma Cerrado) para uso como lenha,

além da poluição gerada pelas atividades mineradoras ao Sul do Bioma (no Maciço

do Urucum, MS) resultada pela extração de minério de ferro e manganês, principal-

mente, por mais de 160 empresas mineradoras.

Por fim, importa destacarmos que o Pantanal é o bioma brasileiro (junto com os

campos sulinos) menos protegido oficialmente por Unidades de Conservação, não

atingindo a ínfima taxa de 5% a quantidade de áreas protegidas.

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1.3.6. Bioma dos Pampas

1.3.6.1. Características e Problemas Ambientais

Mapa 16 e 17: Área de Ocorrência dos Pampas

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Caro(a) aluno(a), chegamos ao nosso último Bioma desta extensa parte sobre

as características de cada um dos 6 Biomas nacionais, os PAMPAS; o mais meri-

dional dentre todos do Brasil, sendo também conhecido como Campos do Sul ou

Campos Sulinos.

Os Pampas ocupam uma área de 176,5 mil Km² (apenas 2% do território nacio-

nal) estando presente do estado do Rio Grande do Sul (63% do território gaúcho)

e também territórios da Argentina e Uruguai.

Os campos da região Sul do Brasil são assim denominados como “pampa” em

alusão a um termo de origem indígena que define “região plana”. Sua vegetação é

do tipo campestre (gramíneas, herbáceas e algumas árvores). Em partes ocorrem

as chamadas coxilhas, uma espécie de relevo relativamente ondulado, em contras-

te a morosidade das planícies encontradas na maioria deste bioma.

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O solo, em geral, de baixa fertilidade natural é bastante suscetível à erosão.

Em algumas áreas em que o manejo é inadequado houve um processo de are-

nização (e que muitos confundem com desertificação), onde aflorou areia do

chamado Arenito Botucatu, tornando o solo estéril. Veja a área de arenização

mais intensa a seguir.

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Mapa 18: O Polígono da Arenização no RS

À primeira vista, a vegetação campestre mostra uma aparente uniformidade,

apresentando nos topos mais planos um tapete herbáceo baixo – de 60 cm a 1 m,

ralo e pobre em espécies, que se torna mais denso e rico nas encostas, predomi-

nando gramíneas, compostas e leguminosas; os gêneros mais comuns são: Stipa,

Piptochaetium, Aristida, Melica, Briza. Sete gêneros de cactos e bromeliáceas apre-

sentam espécies endêmicas da região.

Vale por fim ressaltarmos que a região Sul tem na pecuária uma tradição

que se iniciou com a colonização do Brasil e, mesmo com atividades agrícolas

polinuclearizadas, na região dos Pampas ainda predomina a criação de gado

extensivo de alto valor comercial em sua carne, por ser mais macia e suculenta

que a do gado das porções mais ao norte do Brasil, tais quais só rebanhos de

Goiás, MT, MS e Pará.

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2. Organização Político-Administrativa do Estado Brasi-


leiro. Território e Conceitos: Povo, População e Nação
2.1. Introdução

O território brasileiro é o quinto maior dentre o de todos os países. Com 8.514.876

km2 (5,6% das terras emersas do Planeta), estamos à frente da Austrália em di-

mensão e atrás apenas dos EUA, China, Canadá e Rússia.

É importante destacar que um termo corretamente utilizado em GEOPOLÍTICA,

diz respeito ao fato de sermos um PAÍS – CONTINENTE, devendo-se exatamente

em função de nossas superlativas dimensões. Vale destacarmos, que dentro do

subcontinente Sul-Americano, o Brasil responde por 47% da área total.

Fazemos fronteira com dez (10) países. Dentro do continente Sul-Ame-

ricano, não somos “vizinhos” apenas do Chile e do pequeno Equador. No mapa a

seguir, temos as principais extensões de fronteiras, com destaque para o Peru

(2º lugar) e Bolívia (1º lugar, com mais de 3000.km de fronteiras, em boa

parte pela Amazônia). Destaca-se que estes dados de tamanho das fronteiras são

estanques, ou seja, não sofrerão alterações, à medida que os tratados com

os países fronteiriços ao Brasil foram ratificados há tempos, não devendo

haver mudanças.

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O Brasil é dividido politicamente por 26 Estados mais o DF, totalizando

27 Unidades da Federação (UF’s). Os maiores estados são Pará – 1.247.689 km²,

em segundo lugar, e Amazonas – 1.570.745 km² em primeiro. Já o menor ESTADO é

Sergipe, sendo o DF a menor unidade da Unidade da Federação (5.802 km2).

A atual configuração em 5 regiões (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e

Sul), atende a uma divisão de 1969 do IBGE, em que se levou em conta para atar

estados na mesma região o aspecto natural.

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Vale destacar, que os estados brasileiros podem se desmembrar internamente

em outros menores, bastando haver a aprovação pela Câmara dos Deputados e a

consulta à população dos estados, porém os mesmos não podem se destacar do

Brasil para formar outro país. Há pleitos em torno de desmembramento de Estados

em análise atualmente para o Piauí, o Maranhão, a Bahia, entre outros. O pleito

que neste sentido fora levando mais adiante se deu no Pará, em 2011, onde sua

população em plebiscito não aceitou a fragmentação do estado em 3 outros estados

(com capitais em Marabá, Santarém e Belém).

Em 2018 o Brasil possuía 5.570 municípios. Os Estados com mais municí-

pios são Minas Gerais, com 853, e São Paulo, com 645. Na rabeira, temos Roraima,

com apenas 15, e o Amapá com 16. Observe que segundo a CF/88 o Distrito Fede-

ral não é um Estado, e sim uma Unidade da Federação, tendo apenas Brasília como

único município.

O Tratado de Madri, de 1750, estabeleceu a dimensão do que viria a ser o nosso

imenso território, pois consagrou o princípio uti possidetis – isto é, a posse para

a Coroa portuguesa das áreas por eles já demarcadas. Contudo, as fronteiras do

que viria a ser o atual território brasileiro ganha um aspecto formal, de fato, tão

somente com a advento da República (1889). O trabalho da diplomacia impresso

pelo Barão do Rio Branco, obtém êxito inequívoco ao chancelar as fronteiras Cen-

tro-Norte do Brasil, desde a Bolívia até a Guiana Francesa.

Resolvida as questões fronteiriças, a unicidade territorial do Brasil se encontra

umbilicalmente atrelada ao preceito Federativo, consagrado pela atual Constitui-

ção de 1988. Somos uma República Federativa, sendo a Federação uma forma

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de Estado em que ocorrem poderes autônomos, tais quais o das Unidades

da Federação (26 Estados + DF), consagrados por suas Constituições Es-

taduais, mas indissociáveis do Estado brasileiro, não sendo possível assim que

Municípios, ou Unidades da Federação, promovam dissidências com vistas a se

separar do Estado brasileiro. Há autonomia, portanto, mas não há soberania para

a União, nem para as 27 Unidades da Federação e muito menos para os mais de

5500 municípios nacionais. Assim é formada a Federação e, consequentemente o

Pacto Federativo, por meio de uma relação de AUTONOMIA entre os entes, em que

apenas quem tem SOBERANIA é O ESTADO BRASILEIRO.

2.2. Sistema Político

FORMA DE GOVERNO: REPUBLICANA

SISTEMA DE GOVERNO: PRESIDENCIALISMO

O Legislativo Federal, com sede em Brasília, adota o modelo bicameral. Na CÂ-

MARA DOS DEPUTADOS a composição é dada pelos representantes do POVO, em

número de 513 parlamentares onde é buscado atender a uma representativida-

de que seja proporcional à população de cada Unidade da Federação. São Paulo,

nosso Estado mais populoso, com 44 milhões de habitantes, possui 70 cadeiras;

já Roraima, Acre ou Amapá, com menos de 1 milhão de residentes cada, apenas

8. É interessante notar que a proporção de deputados em estados com pequena

população acaba sendo mais favorável a estes, isto em se comparado aos estados

de grande contingente, havendo, portanto, distorções neste modelo representativo

proporcional da Câmara Federal.

Já o Senado Federal, a, outra casa do Congresso Nacional, é composto por par-

lamentares representantes das UNIDADES DA FEDERAÇÃO a qual foram eleitos

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(em número de 3 senadores por cada uma, de um total de 27 UF’s, para um man-

dato de oito anos), totalizando 81 senadores.

O Presidente do Congresso nacional é o Presidente do Senado Federal, já que

Presidente da Câmara é o terceiro na linha de sucessão presidencial.

O sistema partidário brasileiro atualmente é constituído por 35 partidos: O úl-

timo a receber o registro pelo TSE é o PMB – Partido da Mulher Brasileira, em

SET/2015. A atual composição na Câmara dos Deputados possui, contudo, somen-

te 22 partidos com representantes (p/2019). Interessante é que alguns partidos,

com vistas dar uma melhorada na combalida imagem da política nacional, retira-

ram o nome “Partido” de sua sigla, criando novas denominações; com isso, o PTB

se torna Avante, o PSDC vira a Democracia Cristã, o PTN se transforma no Podemos

e o PEN em Patriotas, entre outros.

2.3. Conceitos: Território, Estado, População, Povo e Nação

O conceito de Território coaduna com o de Estado. Onde se determina no Brasil

haver um território (delimitação física/fronteiriça), ocorre ladeada a presença do

Estado (delimitação jurídica).

Povo é o contingente de população de um Estado (e consequentemente em um

território), sendo apenas os nacionais e os cidadãos. Já o conceito de popula-

ção se encontra associado ao total do número de residentes em um território,

independente se possuem cidadania, ou não. Assim, como exemplo, o atual con-

tingente de venezuelanos, haitianos, bolivianos, entre outros povos que aqui estão

ilegalmente, perfazem o nosso contingente populacional apenas.

Por fim, o conceito de nação pode ser entendido como uma identidade mar-

cadamente de cunho cultural e identitário. Assim, tem-se a nação indígena, a

nação flamenguista, entre outras.

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3. Brasil Político – Econômico: As Diferenças Inter-Regio-


nais e Disparidades da Produção e Trabalho

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PIB POR REGIÕES 2017:


SUDESTE – 55%
SUL – 17%
NORDESTE – 13%
CENTRO-OESTE – 9%
NORTE – 6%

Uma análise mais esmiuçada sobre as escalas produtivas e divisão do valor entre
as regiões do Brasil revela-nos um país com enormes disparidades inter-regionais.
Na verdade, há de se considerar em uma análise mais apurada sobre estes fatores
de desigualdade é que os ciclos históricos produtivos, agrários, industriais
e de concentração demográfica se desenvolveram de forma diferenciada
ao longo dos séculos de formação do Brasil pelas regiões nacionais. De forma
resumida, portanto, faremos a seguir uma análise simplificada, com foco em nossa
prova, acerca de tais fatores de diferenciação entra as regiões em escalas históri-
cas e produtivas as quais influenciaram na divisão inter-regional da produção e do
trabalho.

Região Sudeste

A região Sudeste como conhecemos (Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e
Espírito Santo) é, disparada, a região MAIS DESENVOLVIDA DO Brasil. Interessante
perceber que as escalas de ocupação e desenvolvimento econômico nacional não
se iniciam por esta região, e sim na região Nordeste, mas logo em sequência os
processos de desenvolvimento agrário, produtivo, urbano e industrial nesta Região
se deram de forma bastante contundente e fecunda, de forma incomparável dentro
do contexto nacional.

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Assim, mesmo possuindo apenas 10% da área territorial brasileira, a região


possui mais de 40% da população do Brasil (aproximadamente 84 mi. de habitan-
tes) e concentra algo em torno de 55% do PIB. Atualmente, é disparada a Região
mais populosa do Brasil e com a maior parcela do PIB nacional. Vejamos alguns
pontos importantes nesta divisão inter-regional atinentes à região sudeste.

Região em que o processo de metropolização foi mais intenso: As duas

maiores cidades e regiões metropolitanas do Brasil encontram-se nesta Região.

São Paulo atualmente possui mais de 22 milhões de habitantes na sua Região Me-

tropolitana (e 11 milhões somente na cidade) e o Rio de Janeiro algo em torno de

12 milhões (6,5 milhões na cidade). A Região Sudeste é também aquela que osten-

ta os maiores indicadores de urbanização no Brasil.

Foi na região Sudeste que a industrialização dirigida, ou seja, comandada

pelo Estado, inicialmente, com implementos na indústria de base no RJ (ap. década

de 1940) e em seguida com um parque de produção de bens de consumo duráveis

e não duráveis em São Paulo tem início. Até hoje é a Região mais industrializada do

país. Para se ter uma ideia, chegou a um ponto em que, em 1970, mais de 80% da

produção industrial do país estava concentrado na Região. Hoje, este número gira

em torno de 60%.

A região representa um polo dinâmico na produção agrícola nacional e

também no beneficiamento de alimentos (agregando valor), liderando o ranking

nacional da produção de três culturas em que o Brasil é líder global; cana-de-açú-

car, café e laranja. É também a maior produtora de frutas no Brasil e recebe uma

gama incomparável as outras Regiões de investimentos de indústrias multinacio-

nais do setor de beneficiamento de alimentos.

A alocação de pesquisas em tecnologia encontra na região Sudeste o polo

mais dinâmico do Brasil. Destaque para 3 grandes centros de pesquisa em tecnolo-

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gia, todos no Estado de São Paulo: o primeiro em São Carlos, orbitando em torno

da Universidade Federal de São Carlos (no dia 11 de outubro de 2011, a presidente

Dilma Rousseff sancionou a Lei n. 12.504, concedendo à cidade de São Carlos o

título de Capital Nacional da Tecnologia); o segundo no grande (e populoso) eixo

entre Campinas e São Paulo, onde, além de pesquisa, ocorre também a instalação

de empresas de tecnologia nacionais e, principalmente, filiais de empresas interna-

cionais de grande porte e visibilidade global. Por fim, tem-se um eixo de produção

tecnológica em torno da cidade de São José dos Campos, a segunda maior cidade

no interior do Brasil, perdendo apenas para Campinas, sede da Embraer e do ITA

(Instituto Tecnológico da Aeronáutica), de uma série de empresas multinacionais

de porte, tais quais Johnson & Johnson, Panasonic, General Motors, entre outros...

Região Sul

A região embora seja a menor Região em área (6,8% do território) e em núme-

ro de estados (3), possui um campo dinâmico, de alto aproveitamento dos so-

los e produtos bastante diversificados. Historicamente recebeu os implementos de

uma sociedade camponesa e as benesses inerentes de uma divisão fundiária mais

igualitária. Atualmente, a região vem experimentando um crescimento na concen-

tração de terras em função da penetração de escalas monocultoras, tais quais as da

produção de soja, café e fumo. Destaque também para a produção de carne suína

e de frango, comandadas na origem por grandes empresas alimentícias nacionais

do setor, como Perdigão, Sadia e Aurora. Para tais cortes de rebanhos suínos o

trabalho associado é do tipo em cooperativas, em que os pequenos e médios pro-

dutores, sob regras estabelecidas pelas empresas, fornecem as matrizes. É o que

se considera como integração vertical da produção no campo.

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Embora as escalas industriais não sejam do porte da região Sudeste, os im-

plementos neste setor são fortes e presentes nos 3 estados da região. Na

década de 90, com o início do Mercosul e uma gama de expectativas (algumas frus-

tradas) positivas acerca do bloco, houve uma dispersão industrial de plantas fabris

de empresas do Sudeste Brasileiro, dentro daquilo que se convencionou chamar de

“desconcentração concentrada”, isto é, a saída de empresas da região imediata da

cidade de São Paulo para outra região ao lado.

A urbanização na região Sul também é alta, em índice maior que a média

nacional. Destaque para o crescimento, dinamismo econômico e qualidade de vida

em cidades médias da Região, ligadas estas em larga medida à atividade do agro-

negócio, tais quais Maringá, Londrina, Cascavel e Guarapuava, todas no Paraná,

além de Joaçaba e Chapecó, em Santa Catarina. Ocorrem também campos univer-

sitários bem-conceituados, tanto nas capitais de estado como no interior, tais quais

os da UFRS, UFSC, Unisinos e UEL (esta última em Londrina).

Região Centro-Oeste

A região Centro-Oeste participa no contexto nacional da produção e do trabalho

de foram cada vez mais contundente por meio, principalmente, do dinamis-

mo impresso pelo agronegócio. Somados, os quatro estados ultrapassaram em

tempos recentes a Região Sul na produção de grãos. Há também a intensidade

da atividade pecuária (de corte), relacionada principalmente aos estados de Mato

Grosso e do Mato Grosso do Sul.

A região Centro-Oeste vem aumentando a sua participação no contexto

industrial brasileiro à medida que vem crescendo o número de empresas as-

sociadas ao beneficiamento de alimentos. Outo setor que empurra a participação

industrial da Região para cima é o de produção de medicamentos e afins. Na cidade

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de Anápolis está localizado o DAIA – Distrito Agroindustrial de Goiás, sendo hoje o

segundo polo farmoquímico do Brasil, localizado próximo ao Porto Seco de Anápolis

e no quilômetro zero da Ferrovia Norte-Sul.

A urbanização na Região é bastante alta, sendo atualmente a segunda mais

urbanizada (91%) do Brasil, atrás apenas da Região Sudeste. Destaque para o

crescimento metropolitano de Brasília, com seus 3 milhões de habitantes, o qual

situa a capital federal, inaugurada em 1960, já como a terceira maior cidade do

Brasil. Destaca-se no contexto nacional um setor de serviços bastante avançado,

principalmente em se comparado às regiões Norte e Nordeste.

Região Nordeste

A região Nordeste vivencia uma realidade em seu campo ainda bastante

longe do dinamismo visto no campo das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

Destaque para a produção de cana-de-açúcar, em que, mesmo não sendo mais lí-

der nacional (perdeu para a Reg. Sudeste), esta atividade possui enorme presença

da divisão da produção e trabalho na região. Vale destacar que a presença de uma

barreira climática, ou seja, o semiárido nordestino na Região, prejudicou bastante

a alocação de escalas mais dinâmicas agropastoris de relevo no contexto nacional.

Destaco que em nosso material, na parte sobre o Bioma Caatinga, temos tem-se

leitura fundamental, caro(a) aluno(a), sobre dois polos dinâmicos fruticultores do

semiárido: o de Petrolina – Juazeiro e o de Mossoró – Açu.

A Indústria na Região Nordeste recebeu implementos importantes ao longo da

última década, se consolidando dentro do panorama nacional em áreas pon-

tuais, especialmente no litoral da Bahia, Pernambuco e Ceará (os três estados

mais ricos da Região). O deslocamento de plantas fabris de empresas alimentícias

do Centro-Sul, e também do setor têxtil, auxiliou bastante nesse processo. Outra

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indústria que vem ganhando força na Região é a automobilística, com fábricas de

automóveis construídas desde o ano 2000 em Camaçari, na Bahia (Ford) e Goiana,

Pernambuco (Jeep). Outro implemento importante se deve ao parque petroquímico

instalado também em Camaçari, sendo este o maior complexo industrial integrado


do Hemisfério Sul, com mais de 90 empresas de diversos setores.

O setor de serviços se desenvolveu principalmente nas capitais de es-

tado via de regra. Um destaque importante no setor de serviços par ao interior é o

centro tecnológico formado em Campina Grande, na Paraíba. Assim, ao longo das

últimas décadas, em Campina Grande se consolida um polo sui-generis tecnológi-

co, principalmente em relação a TI, abarcando atualmente uma dúzia de Universi-

dades, mais de uma de dezena de fábricas e quase 100 de empresas de serviços

em tecnologia, com milhares de profissionais e estudantes. Para se ter uma ideia,

a revista norte-americana NewsWeek conceituou, em 2004, a região como sendo o

Vale do Silício brasileiro e também o mais quente ambiente de produção tecnológi-

ca e inovação em TI de toda a América Latina.

Região Norte

Destaca-se na região Norte dentro do contexto da produção e da divisão de

trabalho no país o Polo Industrial de Manaus, oriundo este das ações impres-

sas pela Suframa – Superintendência de Desenvolvimento da Zona Franca

de Manaus. Atualmente a cidade de Manaus concentra quase 4 por cento de toda

produção industrial do país. Em uma região marcada pela distância e escalas redu-

zidas de atividades produtivas, desde a década de 1960 a Zona Franca vem conse-

guindo atrair investimentos por meio de uma gama de isenções fiscais e facilidades

diversas à que empresas do ramo automobilístico, de produção de componentes,

eletrônicos, entre outros, se instalem.

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Outro padrão de inserção da região Norte do Brasil, nas escalas produtivas e

na divisão do trabalho nacional, se deve à subida da fronteira mineral (adstrita

anteriormente apenas ao Estado de Minas Gerais), empreendida a partir da década

de 1970, alcançando, principalmente, o estado do Pará como um polo de produção

global de minérios, com investimentos de mineradoras de todo o mundo.

A fronteira agropecuária também atinge a região, principalmente em es-

tados como Tocantins, Pará e Rondônia, estando baseada na monocultura e em

escalas de intensa mecanização, se utilizando da abundância de água e terras (bem

mais baratas em se comparado ao Centro-Sul), do clima quente e de um relevo pla-

no. Atualmente a região Norte se inseriu no contexto de criação de gado extensivo,

com um dos maiores rebanhos nacionais, havendo também os rebanhos bufalinos

(principalmente em AM e AP) e de monocultura mecanizada de grãos.

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