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FICHA CATALOGRÁFICA
2022 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2022. Os autores. Copyright C Edição 2022 Editora Edufatecie.
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva
dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da
obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la
de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
AUTORA
Professora Mestra Maria Carolina Beckauser
3
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Caros alunos sejam muito bem-vindos a disciplina de Geografia do Brasil, espero
ao longo desta disciplina atender às suas respectivas expectativas em relação ao seu
processo de formação acadêmica-profissional.
Antes de iniciarmos a apresentação da estruturação da nossa disciplina, é preciso
que ocorra a compreensão do conceito de região, pois nossos estudos estão pautados
nesse princípio geográfico.
Sendo assim, podemos compreender a região, como sendo aquela porção do espaço
geográfico onde agrupamos os espaços com características semelhantes e separamos
os com características distintas. Os critérios desta segmentação podem ser pautados nos
aspectos físicos, sociais, econômicos, históricos e culturais.
Agora sim, vamos compreender como está a segmentação da nossa disciplina!
A unidade I, Formação territorial do Brasil, está subdividida em três etapas, sendo
elas: I – A localização geográfica do território brasileiro; II – As primeiras delimitações fron-
teiriças do território brasileiro; III – Os ciclos econômicos no Brasil.
Já a unidade II, Formas de Regionalização I: Domínios Morfoclimáticos, está seg-
mentada também em três etapas, sendo elas: I – Aziz Ab’Saber e sua metodologia; II – Do-
mínios Morfoclimáticos Brasileiros; III – Faixas de transição dos domínios morfoclimáticos.
A unidade III, Formas de Regionalização II: Regiões Geoeconômicas e os quatros
Brasis, assim como as unidades anteriores também está segmentada em três etapas,
sendo elas: I – A proposta de regionalização de Pedro Pinchas Geiger; II – Os complexos
geoeconômicos brasileiros; III – Milton Santos e os quatros brasis;
E por fim na unidade IV, Regionalização proposta pelo IBGE, subdividida em: I –
Histórico da regionalização brasileira proposta pelo IBGE; II – A proposta de regionalização
brasileira atual; III – As cinco regiões brasileiras proposta pelo IBGE.
Agora que já conhecemos um pouco sobre o que vamos encontrar nessa
disciplina, podemos iniciar nossos estudos. Vamos lá?
4
SUMÁRIO
UNIDADE 1
Formação Territorial do Brasil
UNIDADE 2
Formas de Regionalização I: Domínios
Morfoclimáticos
UNIDADE 3
Formas de Regionalização II: Regiões
Geoeconômicas e os Quatro Brasis
UNIDADE 4
Regionalização Proposta pelo IBGE
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1
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UNIDADE
FORMAÇÃO TERRITORIAL
DO BRASIL
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Plano de Estudos
• Localização geográfica do território brasileiro;
• Primeiras delimitações fronteiriças do território brasi-
leiro;
• Ciclos econômicos do Brasil.
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Objetivos da Aprendizagem
• Identificar a localização geográfica do Brasil;
• Compreender o processo de formação das fronteiras brasileiras;
• Conhecer os ciclos econômicos que deram origem ao território
brasileiro;
INTRODUÇÃO
Caros estudantes sejam muito bem-vindos a nossa primeira unidade da disciplina de
Geografia do Brasil. Nesta primeira unidade intitulada de formação territorial do Brasil iremos
conhecer alguns acontecimentos históricos que auxiliaram na construção e delimitação do
espaço geográfico brasileiro.
A Unidade I está segmentada em três tópicos. Sendo o primeiro a localização
geográfica do território brasileiro, que está subdividido em o Brasil no mundo e o Brasil na
América do Sul.
Já no segundo tópico iremos abordar as primeiras delimitações fronteiriças do
território brasileiro, em que vamos conhecer um pouco mais sobre o Tratado de Tordesilhas
e o Tratado de Madri.
E por fim, no último tópico, denominado Ciclos Econômicos do Brasil, vamos co-
nhecer algumas atividades econômicas que contribuíram para a formação e integração
do território nacional. O terceiro tópico está subdivido entre Pau-Brasil, cana-de-açúcar,
drogas do sertão, pecuária, mineração e cafeicultura.
Pois bem, caros alunos espero atender as vossas expectativas sobre a disciplina de
Geografia do Brasil. No final desta unidade deixei algumas sugestões para complementar
os vossos estudos, espero que gostem.
Bons estudos!
1
TÓPICO
LOCALIZAÇÃO
GEOGRÁFICA DO
TERRITÓRIO BRASILEIRO
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.....
.....
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Com base na Figura 1, é possível identificar que o Brasil está no hemisfério ocidental
(oeste), e de acordo com a linha do Equador, o país está nos hemisférios norte e sul, sendo
a maioria das terras no hemisfério sul. Outro ponto importante que merece destaque é a
linha imaginária do Trópico de Capricórnio que corta o Brasil.
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O Brasil faz fronteira com 9 países da América do Sul, sendo eles Uruguai,
Argentina, Paraguai, Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana e Suriname, e também
possui fronteiras com a Guiana Francesa (Figura 2). Os únicos países da América do Sul,
que o Brasil não possui fronteiras, são o Chile e o Equador (figura 2).
A extensão territorial de fronteiras terrestres do Brasil é de 15.719 km, e 7.367 km
de fronteiras marinhas, de acordo com o IBGE (2022).
No próximo tópico desta unidade, iremos compreender dois importantes Tratados
que delimitaram as primeiras fronteiras do Brasil, assim como os momentos históricos em
que esses acordos foram firmados.
PRIMEIRAS DELIMITAÇÕES
FRONTEIRIÇAS DO TERRITÓRIO
BRASILEIRO
Esta terra, Senhor, me parece que da ponta que mais contra o sul vimos até à
outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste porto houvemos vista,
será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa.
Tem, ao longo do mar, nalgumas partes, grandes barreiras, delas vermelhas,
delas brancas; e a terra por cima toda chã e muito cheia de grandes arvore-
dos. De ponta a ponta, é toda praia parma, muito chã e muito formosa.
Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a estender
olhos, não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito
longa.
Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa
alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons
ares, assim frios e temperados como os de Entre Douro e Minho, porque nes-
te tempo de agora os achávamos como os de lá.
Porém o melhor fruto, que nela se pode fazer, me parece que será salvar esta
gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve
lançar (TUFANO, 1999, p. 61).
Esse último fragmento mostra, as belezas das paisagens naturais, juntamente com
a ausência de minerais metálicos nesse primeiro momento e a relação de dominação com
povos que ocupavam essa região denominados pelos portugueses como indígenas.
CICLOS ECONÔMICOS
DO BRASIL
1.3 Pau-Brasil
A primeira atividade econômica desenvolvida no território brasileiro, foi a exploração
da madeira do pau-brasil, espécie nativa da mata atlântica, abundante no litoral brasileiro,
que era retirado com a ajuda dos indígenas.
Os portugueses tinham interesse nessa madeira principalmente devido a sua
coloração avermelhada, onde a pigmentação era utilizada para tingimento de tecidos. É
importante enfatizar que a coloração vermelha no século XV e XVI era símbolo de nobreza
e riqueza.
1.4 Cana-de-Açúcar
Ao longo do século XVI o território brasileiro, que ainda estava na condição de
colônia de Portugal, sofria riscos de invasões francesas. A coroa portuguesa aumentou a
sua guarda para evitar perder as terras no “Novo Mundo”, pois havia ainda esperança de
encontrar metais preciosos.
Essa ausência de conhecimento sobre as riquezas minerais do território brasileiro,
contribuiu para a implantação de uma cultura. O cultivo de cana-de-açúcar, os portugueses
foram pioneiros nesse tipo de colonização agrícola no mundo.
Durante a época da implantação do cultivo de cana no Brasil, o açúcar era um
produto muito visado na Europa. A cultura se adaptou muito bem a zona da mata nordestina
de clima tropical úmido.
Inicialmente a mão de obra empregada nas fazendas de cana-de-açúcar eram
indígenas, posteriormente ocorreu um fluxo de pessoas negras trazidas da África para
realização de tarefas nas grandes fazendas produtoras.
Assim como o pau-brasil, a cultura do açúcar era baseada na exploração de mão
de obra e desmatamento também da mata atlântica.
Dentre as contribuições da cana para a formação do espaço geográfico brasileiro,
podemos destacar a ocupação agrícola da zona da mata nordestina, a interiorização na
região decorrente da necessidade de aumento das áreas cultivadas.
1.6 Pecuária
A atividade de criação de animais com finalidade de abastecimento, foi trazida pelos
europeus para o Brasil. Porém essa atividade ganha mais destaque com o desenvolvimento
dos engenhos de açúcar, pois o gado era utilizado como fonte de alimento e também na
moagem da cana.
Conforme a necessidade de terras para cultivos de cana foi aumentando a atividade
pecuária foi sendo interiorizada, gerando uma ocupação no sentido oeste do Brasil,
chegando em áreas como a do sertão nordestino por exemplo.
Em meados do século XVII e XVIII, a pecuária foi utilizada como estratégia para
delimitação das fronteiras sul do Brasil, os animais ali criados eram levados para as regiões
de exploração mineral para abastecimento dessas áreas.
Esse transporte, era caracterizado como tropeirismo. O trajeto mais famoso dos
tropeiros, era o caminho de Viamão, que saia do Rio Grande do Sul e ia até Sorocaba, em
São Paulo. Ao longo desse percurso os tropeiros faziam pousos, nesses lugares iam surgindo
vilas que vendiam produtos aos viajantes, mais tarde essas vilas se tornaram cidades.
1.7 Mineração
As expedições intituladas de bandeiras, eram compostas por brancos enviados da
Coroa portuguesa, chamados de bandeirantes, juntamente com padres jesuítas, indígenas
e negros escravizados. Essas expedições tinham como objetivo entrar no interior do Brasil,
em buscas de riquezas principalmente.
O momento de destaque se deu no século XVII, quando ocorreu o encontro de re-
servas significativas de ouro no interior do país, região que atualmente conhecemos como
Minas Gerais. A partir desse momento a atenção da Coroa voltaria para o Brasil, e aumenta
o número de entrada de portugueses no território brasileiro para trabalhar na mineração, e
a capital do Brasil é transferida para o Rio de Janeiro.
Vale lembrar que essa região das minas era abastecida pelos produtos trazidos pe-
los tropeiros, porém os produtos não eram suficientes, causando surtos de fome na região.
A atividade mineradora foi enfraquecendo no final do século XVIII, porém o Brasil
ainda hoje apresenta uma produção significativa em minérios, mas não mais em outro
como no período colonial.
Conforme a Agência do Brasil (2022) a produção total do setor mineral alcançou,
no ano passado, 1,150 bilhão de toneladas, mostrando aumento de 7% sobre as 1,073
bilhão de toneladas de 2020. E os maiores faturamentos foram observados no Pará, com
R$ 146,6 bilhões (+51%); Minas Gerais, R$ 143 bilhões (+87%); e Bahia, R$ 9,5 bilhões
(+67%).
1.8 Cafeicultura
O ciclo do ouro entra em decadência no final do século XVIII e início do século XIX.
Porém a importância econômica da região sudeste brasileira ainda se mantém, isso graças
ao novo ciclo econômico da cafeicultura.
Quase dois séculos atrás, em 7 de setembro de 1822, o Brasil ganhava sua inde-
pendência de Portugal.
Mas por que a América portuguesa se tornou um único país, enquanto a América
espanhola se fragmentou em outros tantos?
Não há apenas uma única razão, mas várias, segundo historiadores com quem
a BBC News Brasil conversou. E, para quem busca respostas fáceis, um alerta. Não há
unanimidade nas conclusões.
Maiores distâncias, diferentes estilos de administração
Uma das causas tem a ver com a distância geográfica entre as cidades das antigas
colônias e a forma como as duas possessões eram administradas por suas respectivas
metrópoles.
Ainda que a colônia portuguesa tivesse dimensões continentais, a maior parte
da população se concentrava em cidades costeiras, enquanto o interior permanecia
praticamente inexplorado, lembra à BBC News Brasil o historiador mexicano Alfredo Ávila
Rueda, da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM).
"É verdade que, hoje, o Brasil é um país enorme, com mais de 8 milhões de km².
Mas, na prática, na época da independência, as principais cidades se concentravam no
litoral. As distâncias entre as cidades eram, assim, menores do que na América Espanhola.
O interior era praticamente território que não era controlado pela Coroa portuguesa", diz.
Já a América Espanhola era formada por quatro grandes vice-reinados: Nova Espa-
nha, Peru, Rio da Prata e Nova Granada, com poucos vínculos - senão comerciais - entre
si. Cada um deles respondia à Coroa e tinha vida própria.
Ou seja, eram administrados localmente. Além disso, foram criadas capitanias que
tinham governos independentes desses vice-reinados, como as da Venezuela, Guatemala,
Chile e Quito, acrescenta Ávila Rueda.
Boa leitura!
LIVRO
Título: A carta de Pero Vaz de Caminha
Autor: Douglas Tufano
Editora: Editora moderna
Sinopse: Edição comentada e ilustrada da carta de Pero Vaz
de Caminha ao rei de Portugal por ocasião do achamento do
Brasil. Texto integral reescrito em português contemporâneo.
O projeto objetiva comemorar os quinhentos anos do
descobrimento oferecendo ao aluno de primeiro grau cujo
currículo prevê a leitura da carta e ao público em geral um texto
de compreensão acessível. Informações subsidiárias como
fotos, mapas e ilustrações complementarão as notas ao texto.
FILME/VÍDEO
Título: Vermelho Brasil
Ano: 2014
Sinopse: A história da expedição de Villegagnon ao Brasil por
volta de 1555 e sua luta para criar uma colônia, a chamada
França Antártica, nas terras conquistadas pelos portugueses.
Filmado em Paraty, no Rio de Janeiro, o filme comete deslizes
entre eles, ser falado em inglês (e não em francês, a língua dos
invasores). A brasileira Giselle Motta vive a índia Paraguaçu e
Pietro Mário, brasileiro de origem italiana, aparece em dois
papéis: o de um marinheiro e o de um francês que vive entre os
índios. O ator português Joaquim de Almeida interpreta João da
Silva, um lusitano já perfeitamente integrado com os indígenas
e que representa o seu país colonizador.
FORMAS DE REGIONALIZAÇÃO I
DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS
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Plano de Estudos
• Aziz Nacib Ab’Saber e sua metodologia;
• Domínios morfoclimáticos brasileiros;
• Faixas de transição dos domínios morfoclimáticos.
Objetivos da Aprendizagem
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Neste primeiro tópico da unidade II, vamos conhecer quem foi o autor da regiona-
lização brasileira intitulada domínios morfoclimáticos, e qual foi a estratégia utilizada para
realizar essa divisão do Brasil. Sendo assim, este primeiro tópico está segmentado em dois
momentos, inicialmente conheça o geógrafo e depois conheça a metodologia dos domínios
morfoclimáticos.
Mongelli (2012) afirma que uma das frases mais impactantes do geógrafo é
“A paisagem é sempre uma herança”. Querendo fazer referência a herança histórica e
cultural dos povos agindo sobre os diferentes ambientes. Ambientes esses que possuem
características distintas de solo, clima, vegetação, relevo e água. Desta combinação,
resultam espaços e lugares os mais diversos, expressivos e originais do Brasil.
Diante dessas informações, podemos compreender a importância dos estudos de
Aziz para a geografia brasileira, e um dos seus trabalhos mais emblemáticos se refere a
regionalização dos domínios morfoclimáticos de natureza no Brasil, ao qual iremos conhecer
a metodologia abaixo.
Saber (2003) classificou então seis grandes domínios no Brasil, quatro intertropicais
e dois subtropicais, sendo eles: 1) o domínio das terras baixas florestas da Amazônia; 2) o
domínio dos chapadões centrais recobertos por cerrados, cerradões e campestres; 3) o do-
mínio das depressões interplanálticas semiáridas do Nordeste; 4) o domínio dos mares de
morros florestados; 5) o domínio dos planaltos das araucárias; 6) o domínio das pradarias
mistas. Entre os domínios existe sempre um espaço de transição e de contato que afeta a
vegetação, os solos e até o relevo, esse espaço é denominado zona de transição. Todas
essas feições podem ser visualizadas na figura 2.
No tópico II desta unidade, vamos conhecer as seis regiões dos domínios mor-
foclimáticos, bem como as suas principais características. Iremos iniciar pelo domínio
morfoclimático da Amazônia, depois do Cerrado, seguindo da Caatinga, depois de Mares
de Morros, por segundo das Araucárias e finalizando com as Pradarias. As fotos de cada
domínio encontram-se na tabela 1, no final deste tópico.
2.1 Amazônia
Esse domínio encontra-se nos estados do AM – AC – AP – PA – RR - RO – MT – MA
(figura 5), e apresenta uma elevada biodiversidade (tabela 1).
Caracterizado com o clima Equatorial, composto por nuvens baixas e carregadas
de umidade. Conforme Sáber (2003) a posição geográfica desse domínio contribuiu para
entrada forte de energia solar, com uma massa de ar úmida, baixa amplitude térmica e
ausência de estação seca.
No relevo da região predominam-se planícies fluviais (terras baixas), circundadas
por planaltos antigos e desgastados nas áreas sul e norte. Lembrando que na área norte,
encontra-se o ponto mais elevado do território brasileiro, o Pico da Neblina com 2.995
metros de altitude. Outra feição importante do relevo, é a Serra dos Carajás no Pará, im-
portante reserva mineral do país, situada ao sul desse domínio.
No que se refere à hidrografia, devemos levar em consideração que a região está
sobre a maior bacia hidrográfica do mundo, ou seja, a Bacia Amazônica.
2.2 Cerrado
O domínio do cerrado (figura 1) encontra-se na região Centro-Oeste do Brasil, em
estados como o MT - MS – GO – TO – PA – MG (tabela 1). Esse é caracterizadamente
brasileiro, se assemelha a vegetação de savana da África.
O clima da região é caracterizado como o Tropical, com duas estações bem defini-
das, sendo o verão quente e úmido e o inverno mais frio e seco, as médias pluviométricas
podem alcançar 1500 mm anuais.
2.3 Caatinga
Esse domínio encontra-se no interior da região Nordeste do Brasil, na sub-região
nordestina conhecida como Sertão (tabela 1). Sáber (2003) nos diz que o Nordeste seco é a
área que apresenta a mais bizarra e rústica paisagem morfológica e fitogeográfica do país.
O clima é semiárido, apresentando elevadas temperaturas térmicas com chuvas
irregulares e mal distribuídas ao longo do ano, com variações entre 400 e 800 mm anuais.
Um dos fatores que contribuem para a redução de umidade na região, são as
feições do relevo que circundam a área, formando uma espécie de barreira física, que
impede a chegada de chuvas no interior do Nordeste.
É comum na paisagem desse domínio a presença de inselbergs, que são relevos
residuais de morros que resistiram aos processos do intemperismo do terciário e quater-
2.5 Araucárias
Esse domínio encontra-se na região Sul do Brasil (tabela 1), de clima subtropical
úmido, com elevada amplitude térmica e chuvas bem distribuídas ao longo do ano. As tem-
peraturas são influenciadas pela ação da MPA (Massa Polar Atlântica), reduzindo bastante
as temperaturas no inverno.
Rica hidrografia, devido às chuvas constantes. Rios encachoeirados, que favore-
cem a produção energética. Nesse domínio encontra-se a maior usina hidrelétrica do Brasil,
a Itaipu Binacional, no Rio Paraná, no município de Foz do Iguaçu (PR).
A vegetação desse domínio segundo Sáber (2003):
2.6 Pradarias
Outro domínio subtropical, localizado na região sul do Brasil, com clima subtropical,
porém um pouco mais seco durante o verão. Apresenta uma hidrográfica mais reduzida do
que o domínio das araucárias, e geralmente os rios são utilizados para navegação (tabela 1).
A feição do relevo dessa região é caracterizada como planalto de coxilhas, por
apresentar suaves ondulações alongadas. Que conforme Silva (s. d.) são feições mamelo-
nizadas de colinas pluriconvexas suaves, esculpidas em terrenos sedimentares, basálticos
e rochas metamórficas do escudo uruguaio-sul-rio-grandense.
A vegetação é composta de pradarias mistas associadas às matas de araucárias,
e algumas cactáceas, essa última se deve a presença de um antigo paleoclima mais seco
que predominava na região.
Esse domínio está ameaçado pela pecuária extensiva, que utiliza as pastagens
naturais como fonte de alimento para os bovinos e ovina, e a rizicultura, ou seja, o cultivo
de arroz nas planícies aluviais.
TABELA 1. IMAGENS DOS DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS BRASILEIROS
Fonte: GIMENES, ERICK. Se queimadas continuarem, Pantanal tende a virar um deserto, afirma biólogo.
Brasil de Fato. 08 jan 2021. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2021/01/08/se-queimadas-conti-
nuarem-pantanal-tende-a-virar-um-deserto-afirma-biologo Acesso em: 13 mai 2022.
Reflita: Quando o autor faz uma análise à fênix relacionando com as queimadas do
cerrado, o que ele quis dizer?
LIVRO
Título: Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades
paisagísticas
Autor: Aziz Ab’Saber
Editora: Ateliê
Sinopse: O professor e geógrafo Aziz Ab’Sáber foi um dos
pesquisadores brasileiros mais dedicados à compreensão
espacial e territorial do país. Essa é a condição, segundo ele,
para que os espaços não sejam usados inadequadamente, em
benefício de poucos e em detrimento das gerações futuras. Este
livro trata das características e potencialidades das grandes
paisagens que compõem o mosaico ecológico brasileiro.
Constitui rico material para as necessidades teóricas e práticas
de planejadores, professores e alunos.
FILME/VÍDEO
Título: O auto da compadecida
Ano: 2000
Sinopse: As aventuras dos nordestinos João Grilo (Matheus
Natchergaele), um sertanejo pobre e mentiroso, e Chicó (Selton
Mello), o mais covarde dos homens. Ambos lutam pelo pão de
cada dia e atravessam por vários episódios enganando a todos
do pequeno vilarejo de Taperoá, no sertão da Paraíba. A salvação
da dupla acontece com a aparição da Nossa Senhora (Fernanda
Montenegro). Adaptação da obra de Ariano Suassuna.
E OS QUATRO BRASIS
Professora Mestra Maria Carolina Beckauser
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Plano de Estudos
• A proposta de regionalização de Pedro Pinchas Geiger;
• Os complexos geoeconômicos brasileiros;
• Milton Santos e os quatro brasis.
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Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar a regionalização
geoeconômica do Brasil;
• Compreender os tipos de regiões geoeconômicas
brasileiras;
• Conhecer a regionalização dos quatro brasis.
INTRODUÇÃO
Olá caros alunos, chegamos a mais uma unidade da nossa disciplina de Geogra-
fia do Brasil. Essa terceira unidade é intitulada de Formas de Regionalização II: Regiões
Geoeconômicas e os quatros brasis.
Pois bem, nesta unidade, vamos conhecer um pouco mais sobre a proposta de
regionalização elaborada pelo geógrafo Pedro Pinchas, assim como a proposta de divisão
do Brasil realizada por Milton Santos.
O primeiro, intitulado a proposta de regionalização de Pedro Pinchas Geiger, está
subdividido entre conheça o geógrafo e conheça a metodologia das regiões geoeconômicas.
Enquanto que, no segundo tópico desta unidade, chamado de os complexos geoe-
conômicos brasileiros, vamos conhecer um pouco mais sobre as características de cada
uma das regiões, sendo assim esse tópico está dividido em três partes, sendo cada uma
delas, uma região geoeconômica.
E, por fim, no tópico intitulado de Milton Santos e os quatro brasis, em que vamos
conhecer um pouco mais sobre esse geógrafo brasileiro e compreender de maneira mais
simplista a sua regionalização baseada no meio-técnico-científico-informacional.
Caros estudantes, todo conteúdo aqui disposto é apenas uma síntese de algo mais
amplo e complexo, para complementar seus estudos deixei algumas leituras e sugestões
no final desta unidade.
Bons estudos!
Neste primeiro tópico da unidade III, vamos conhecer quem foi o autor da
regionalização geoeconômica do Brasil, e qual foi a estratégia adotada para realizar essa
divisão. No primeiro subtópico, vamos conhecer quem foi o geógrafo e seu processo de
formação, e no segundo subtópico, vamos conhecer os procedimentos metodológicos
adotados nessa regionalização.
https://memoria.ibge.gov.br/historia-do-ibge/projeto-historia-oral/galeria/20912-pedro-pinchas-geiger.html
2.1 Centro-Sul
Nessa região, conforme a figura 02 apresenta, estão os estados do Rio Grande do
Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso
do Sul, Mato Grosso, Tocantins e Minas Gerais. Sendo os três últimos estados integrantes
também de outras regiões, como veremos adiante.
Essa região apresenta como característica histórica o cultivo do café, que se deu na
área devido às condições naturais do clima úmido e do solo fértil da região, porém nem toda
a área deste complexo apresenta tais características, como por exemplo, as regiões mais
ao sul ou em maiores altitudes, sendo estas então um limite geográfico para a expansão da
cafeicultura.
Outro importante aspecto histórico da área, se deve à ocupação proporcionada pela
imigração europeia. Tanto a cafeicultura, como a imigração, contribuíram para o desenvol-
vimento industrial e urbano da região, pois o café proporcionou riquezas e a imigração
influenciou no desenvolvimento de uma mão de obra industrial.
2.2 Nordeste
De acordo com a figura 02, essa região é composta pelos estados de Sergipe,
Alagoas, Bahia, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Piauí, Minas Gerais
e Maranhão, os dois últimos estados citados, fazem parte de outras regiões, sendo
respectivamente o Centro-Sul e a Amazônia.
Esse complexo é considerado o menos desenvolvido do país, pois não passou por
uma forte industrialização na década de 1930 assim como o Centro-Sul. Algumas áreas
no litoral desenvolveram algumas atividades industriais, porém menos significativas e com
menor intensidade.
Outro fator determinante no desenvolvimento socioeconômico dessa região refere-
se ao fluxo migratório, diferentemente do Centro-Sul, que se caracteriza por ser uma área de
atração populacional, o complexo do Nordeste é evidenciado por ser uma área de expulsão
populacional. Tal fato está associado à fuga de mão de obra braçal, que contribuiu para a
construção civil em São Paulo e no Rio de Janeiro, assim como a construção de Brasília
(capital federal).
A busca por emprego e melhores condições de vida motivaram os nordestinos a
migrar do Nordeste para outras regiões brasileiras, mas além dos fatores socioeconômicos
como elementos de expulsão, podemos evidenciar também os aspectos naturais do sertão
nordestino, de clima semiárido, solos rasos e pedregosos que dificultam o desenvolvimento
de atividade agropecuárias.
Além dos elementos naturais do campo do sertão nordestino, podemos destacar
também a estrutura agrária desigual e concentrada com uma organização arcaica e
produtividade bem menor.
2.3 Amazônia
A região Amazônia é formada pelos estados do Amazonas, Acre, Amapá, Pará,
Rondônia, Roraima, Tocantins, Maranhão e Mato Grosso, sendo os três últimos também
pertencentes a outras regiões.
Essa região é a mais interiorana, e a que apresenta a maior área, porém, a menor
população, isso se deve aos aspectos naturais (floresta) da região, além do processo histó-
rico de ocupação do Brasil que se deu pelo litoral e não pelo interior.
Diante desses fatos, a região Amazônica apresenta um fluxo bem menor de mer-
cadoria, produtos e serviços, devido à baixa ocupação e as limitações geográficas. Apesar
disso, essa região, ainda apresenta núcleos urbanos com uma densa ocupação, sendo dois
em específico, Manaus (AM) e Belém (PA), essas duas capitais são caracterizadas pelo
fenômeno de macrocefalia urbano, ou seja, quando uma cidade cresce muito mais do que
as outras.
Esses dois municípios acima citados, apresentaram esse desenvolvimento anormal
em relação ao restante da região devido, aos ciclos da borracha (primeiro ciclo ocorreu de
1879-1912, e o segundo em 1942-1945) que contribuíram para elevar a renda do local,
porém, é necessário enfatizar que essas riquezas ficaram concentradas nas mãos de uma
elite, ou seja, os problemas sociais urbanos se acentuaram ainda mais nesse contexto.
Atualmente, a região ainda apresenta uma conexão deficitária, porém principalmente
na porção sul, está ocorrendo um avanço da chamada fronteira agrícola, em que a floresta
passa a dar lugar à monocultura de exportação, colocando em risco o ambiente natural
bem como a sua dinâmica e as populações tradicionais que ocupam e vivem dos elementos
disponibilizados pela floresta.
Pois bem, chegamos ao último tópico desta unidade, e agora vamos conhecer um
pouco sobre o famoso geógrafo brasileiro Milton Santos. Todas as informações referentes
ao professor Milton Santos estão no primeiro subtópico, já a sua proposta de regionalização
encontra-se no segundo subtópico.
Fonte: MILTON SANTOS, 2011. Disponível em: http://miltonsantos.com.br/site/biografia/. Acesso em: 20 jul. 2022.
Imagine trocar de endereço quatro vezes em dois anos. Porém, não se preocupe
em desmontar os móveis - a mudança ocorre sem que sequer seja preciso sair de casa.
É o que aconteceu com os 16 mil moradores do bairro Maria Joaquina, na região
dos Lagos, Rio de Janeiro. Desde 2018, quando uma lei estadual alterou a linha divisória,
transferindo o bairro de Cabo Frio para Armação dos Búzios, uma série de decisões na
justiça criou um verdadeiro pingue-pongue, com a região pertencendo ora a uma cidade,
ora à outra.
Uma decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, proferida em 28 de setembro,
considerou Maria Joaquina como território de Cabo Frio, porém cabe recurso.
Por trás do conflito, está o interesse na distribuição dos royalties de petróleo, impor-
tante fonte de receita para os dois municípios. Em 2019, Cabo Frio recebeu R$ 175 milhões
e Búzios, R$ 77 milhões.
O caso de Maria Joaquina não é isolado.
Se as fronteiras terrestres do Brasil são relativamente estáveis há quase um século,
o mesmo não se pode dizer dos limites internos do país. Disputas por territórios têm levado
Estados e municípios aos tribunais.
Qual o problema por ela retratado? Será que esse problema só ocorre nas grandes
cidades?
FILME/VÍDEO
Título: Entrevista com Pedro Pinchas Geiger [2006]
Ano: 2006
Sinopse: Depoimento realizado no contexto do Projeto de
História Oral. Integra o Sistema de Preservação e Disseminação
da Memória Institucional e tem por objetivo reconstituir o pro-
cesso de formação e evolução do IBGE.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=ocE_4hzGcl-
g&t=0s
diferentes
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INTRODUÇÃO
Essa divisão região proposta em 1941 foi elaborada por Fábio Macedo Soares Gui-
marães, que via uma necessidade de fragmentar o país em regiões maiores para facilitar o
planejamento deste espaço.
Em seguida, houve algumas modificações no território brasileiro, o arquipélago
de Fernando de Noronha foi considerado um território pertencente a região Nordeste, na
região Norte surgiram os territórios de Guaporé, Rio Branco e Amapá, na região Sul o
território do Iguaçu e na região Centro-Oeste o território de Ponta Porã. Assim então ficou
a regionalização de 1945, conforme apresenta a figura 2.
Conforme figura 2, o mapa do Brasil agora irá apresentar sete regiões, sendo elas:
Norte com os estados do Amazonas e Pará e os territórios do Guaporé, Acre, Rio Branco
e Amapá; a região Nordeste Ocidental com os estados do Maranhão e Piauí; a região do
Nordeste Oriental com os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e
Alagoas e o território de Fernando de Noronha; a região Leste Setentrional com os estados
da Bahia, Sergipe e Espírito Santo; a região Leste Meridional com Minas Gerais e Rio de
Janeiro; a região do Centro-Oeste com os estados do Mato Grosso e Goiaz e o território de
Ponta Porã; e por fim a região sul com os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina,
Paraná, São Paulo e o território do Iguaçu.
De acordo com a figura 3, a região Norte é composta pelos estados do Acre, Amazo-
nas e Pará e os territórios de Rondônia, Roraima e Amapá; já a região Nordeste, composta
pelos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco,
Alagoas, e o território de Fernando de Noronha; a região Leste é formada por Bahia, Rio de
Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais; a região Centro-Oeste por Mato Grosso e Goiaz; e
a região sul por São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A última regionalização que será abordada neste tópico é a proposta de 1970,
conforme apresenta a figura 4.
FIGURA 4: MAPA DAS REGIÕES BRASILEIRAS 1970
No tópico anterior desta unidade, você pode conhecer um pouco sobre a evolução
das formas de regionalização do território brasileiro, e quais foram as principais mudanças
ao longo da história. Agora, iremos nos pautar na oficial regionalização do Brasil.
Após 1970, o território brasileiro passou por algumas mudanças, dentre elas
podemos destacar a fragmentação do estado do Mato Grosso, originando o estado do Mato
Grosso do Sul em 1979, assim como ocorreu também com o estado de Goiás em 1988 que
foi fragmentado originando o Tocantins, que passou a fazer parte da região Norte.
Ainda em 1988, com a chegada da Constituição Federal, os territórios de Rondônia,
Roraima e Amapá foram existindo e originaram os estados. Já o território de Fernando de
Noronha foi incorporado ao estado de Pernambuco. A figura 5, apresenta essa regionaliza-
ção oficial atualizada em 2010.
2017, p. 11).
Para compreendermos melhor essa fala, vamos estudar separadamente cada região.
3.1 Norte
É composta por sete estados, sendo eles: o Amazonas, Acre, Amapá, Pará, Tocan-
tins, Rondônia e Roraima, e suas respectivas capitais são: Manaus, Rio Branco, Macapá,
Belém, Palmas, Porto Velho e Boa Vista.
Essa região apresenta a maior área, porém a menor concentração populacional.
Predominam-se na região Norte grandes grupos de população tradicional, como por
exemplo, os indígenas, os castanheiros, os pescadores, os ribeirinhos, os quilombolas e os
seringueiros. Tais povos vivem do extrativismo da floresta, seu modo de vida, sua cultura e
sua sobrevivência são garantidos com a preservação natural do ambiente.
3.2 Nordeste
Composta por 9 estados, sendo eles: Bahia, cuja capital é Salvador, Sergipe com a
capital Aracaju, Alagoas de capital Maceió, Paraíba com a capital João Pessoa, Pernambuco
de capital Recife, Rio Grande do Norte com capital Natal, Ceará de capital Fortaleza, Piauí
com a capital Teresina e Maranhão com a capital São Luiz.
Essa foi a primeira região ocupada pelos colonizadores, e teve parte de seu
desenvolvimento associado à cana de açúcar e à pecuária do gado. Outro ponto relevante
no contexto social, refere-se à qualidade de vida da população ocupante dessa região, que
apresenta indicadores socioeconômicos mais baixos.
Mesmo diante deste fato, é comum as pessoas generalizarem que o Nordeste é
somente seca, e esse fator é determinante no processo de desenvolvimento da região.
Mas não é bem isso, a região do litoral apresenta solos férteis, clima tropical úmido
e uma economia baseada no turismo, nessa área também estão localizadas a maioria das
capitais nordestinas. Já em sentido interior, temos uma zona de transição denominada
agreste, nessa área temos um clima menos úmido que o litoral, assim também como um
solo menos fértil, mas a economia deste local é baseada na agricultura familiar de pequenas
e médias propriedades que abastecem feiras e mercados na zona da mata.
E é claro que o sertão ocupa a maior parte do Nordeste, onde predominam-se clima
semiárido, vegetação de caatinga e solos rasos e pedregosos. Tais características naturais,
associadas ao processo de concentração fundiária pautado no coronelismo na região,
dificultam o desenvolvimento da economia de maneira mais justa e igualitária, contribuindo
para a formação de bolsões de pobreza na região.
3.3 Centro-Oeste
Formada pelos estados do Mato Grosso (Cuiabá), Mato Grosso do Sul (Campo
Grande) e Goiás (Goiânia), além do Distrito Federal, onde está a capital do país, Brasília.
Uma região de clima tropical com duas estações bem definidas, coberta por vegeta-
ção do Cerrado sob um solo ácido em relevo de chapadas. Tais características contribuíram
para que durante muito tempo a região ficasse ignorada/esquecida.
Na década de 1960, começa a ocorrer processo de ocupação no interior do país,
incentivado pelo Governo Federal. Parte deste incentivo acontece com a construção da
capital federal, Brasília, o que atraiu um grande contingente populacional para a região.
Outro incentivo se deu nos processos de aquisição e ocupação de lotes de terras
na região. Vários imigrantes sulinos chegaram na área, para desenvolver o agronegócio,
em busca de terras baratas, venderam suas propriedades no Sul e mudaram-se para o
Centro-Oeste.
Todos esses fatores contribuem para que essa seja a região como maior população
do país.
3.5 Sul
Composta por Paraná (Curitiba), Santa Catarina (Florianópolis) e Rio Grande do
Sul (Porto Alegre). Apresenta clima subtropical, e vegetação de araucária, mata atlântica e
campos.
No final do século XIX e início do século XX, a região sofreu uma forte ocupação
europeia, incentivado pelo governo federal, que foi motivado por políticas racistas que
visava o branqueamento populacional do Brasil.
Essa imigração europeia, diferencia a região Sul do restante do país, pois apresenta
uma estrutura fundiária melhor distribuída em pequenas e médias propriedades com uma
diversidade agrícola maior, porém existem algumas grandes propriedades.
A região apresenta um desenvolvimento industrial significativo no país, o Paraná
se destaca no setor automobilístico, Santa Catarina no setor têxtil e de calçados e o Rio
Grande do Sul a agroindústria.
Fonte: PERET, E. História de uma casa. Revista do IBGE, 2019. Vol. 04 p. 8-16. Disponível em:
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/2929/rri_2019_n18_out.pdf. Acesso em: 19 jul 2022.
Os jovens que não estudam e nem trabalham são chamados de nem-nem. Reflita
sobre os motivos/causas que provocam essa onda nos jovens. Os dados apresentados na
figura são de 2018. Caso queira se inteirar um pouco mais sobre o assunto clique no link:
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/2929/rri_2019_n18_out.pdf.
LIVRO
Título: O estado e as políticas territoriais no Brasil
Autor: Wanderley Messias Da Costa
Editora: Contexto
Sinopse: Esta obra examina a política pública para as estruturas
territoriais do país. Estuda a geopolítica portuguesa no Brasil,
estratégias de ocupação e domínio adotadas e o quadro
territorial e político no contexto da Independência, examinando
desde as revoltas.
FILME/VÍDEO
Título: Xingu
Ano: 2011
Sinopse: Em 1943, os irmãos Orlando, Cláudio e Leonardo Villas-
Bôas deixaram o conforto de São Paulo para trás e se filiaram
à Expedição Roncador-Xingu, ponta de lança do ambicioso
processo de interiorização do Brasil do governo de Getúlio
Vargas. No meio do caminho, conheceram a cultura indígena, e
fizeram de sua defesa a missão de suas vidas.
Link do vídeo:
Parte 1: https://www.youtube.com/watch?v=TCJeDZ2QPnk
Parte 2: https://www.youtube.com/watch?v=fGkqjvKcdDA
ALVES, Camila G., PINTO, Henrique G. A Trajetória Intelectual de Pedro Pinchas Geiger
Segundo suas Obras na Revista Brasileira de Geografia. III Encontro Nacional de História
do Pensamento Geográfico I Encontro Nacional de Geografia Histórica, 2012, Rio de Ja-
neiro. História da Geografia no Brasil, 2012.
CONAB. Produção de café deve atingir 55,7 milhões de sacas na safra de 2022. Dispo-
nível em: https://www.conab.gov.br/ultimas-noticias/4473-producao-de-cafe-deve-atingir-
-55-7-milhoes-de-sacas-na-safra-de-2022 Acesso em: 07 de maio de 2022.
76
DOURADO, FLÁVIA. Aziz Ab'Sáber, geógrafo e ambientalista. (2012) Disponível em:
http://www.iea.usp.br/noticias/azizabsaber.html Acesso em 12 de maio de 2022.
MUNIZ, C. O Mapa das Cortes e a Malandragem Portuguesa, 2021. Disponível em: ht-
tps://cliohistoriaeliteratura.com/2021/03/25/o-mapa-das-cortes-e-a-malandragem-portu-
guesa/ Acesso em: 07 de maio de 2022.
77
SILVA, DÉBORA BARBOSA DA. Os domínios morfoclimáticos do Brasil. Cesad UFS, sem
data.
TUFANO, Douglas. A carta de Pero Vaz de Caminha (edição ilustrada). São Paulo: Moder-
na, 1999.
78
CONCLUSÃO GERAL
Caros alunos chegamos ao final da nossa disciplina de Geografia do Brasil. Espero
ter contribuído de alguma maneira para a construção do seu saber geográfico. Essa disciplina
é substancial para a sua formação, enquanto professor de Geografia, tentei desenvolvê-
la da forma mais didática possível. Vamos revisar o que foi visto no desenvolvimento da
disciplina?
Pois bem, na primeira unidade dessa disciplina, intitulada Formação Territorial do
Brasil, conhecemos alguns acontecimentos históricos que foram extremamente significativos
para a formação do espaço geográfico brasileiro. Essa unidade foi segmentada em três
etapas, inicialmente conhecemos a posição geográfica do Brasil, no mundo e na América
do Sul, posteriormente conhecemos as fronteiras do nosso território e por fim vimos as
contribuições dos ciclos econômicos na formação territorial do nosso país.
Na segunda unidade, Formas de Regionalização I: Domínios Morfoclimáticos,
conhecemos o autor desse estudo, o geógrafo Aziz Ab’Saber, entendemos a sua metodologia
para regionalizar o país, e por fim conhecemos um pouco sobre cada um dos domínios,
sendo eles: Amazônico, Caatinga, Cerrado, Mares de Morros, Araucárias, Pradarias e
Faixas de Transição.
Já na terceira unidade, Formas de Regionalização II: Regiões geoeconômicas e os
Quatro Brasis, conhecemos mais dois geógrafos, Pedro Pinchas Geiger e Milton Santos,
compreendemos as suas respectivas metodologias de regionalização, bem como as
características de cada uma das regiões.
E por fim na última unidade desta disciplina, Regionalização proposta pelo IBGE,
nesta etapa podemos compreender a criação do IBGE bem como as suas primeiras
propostas de divisão regional do país, por fim conhecemos um pouco de cada uma das
atuais regiões brasileiras.
Assim, finalizamos a nossa disciplina de Geografia do Brasil, espero que tenha sido
bem aproveitada por vocês, e lhe desejo sucesso nas próximas etapas da sua formação
geográfica.
Abraços!
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