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Ano: 2017
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Soraya Romero Villarreal
2017
Curitiba, PR
Editora São Braz
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FICHA CATALOGRÁFICA
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PALAVRA DA INSTITUIÇÃO
Caro(a) aluno(a),
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz!
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Apresentação da disciplina
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Aula 1 - Características sociais, políticas e econômicas do campo brasileiro
Apresentação da aula
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1.1. Primeiros elementos de diagnóstico
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Atividades Agrícolas no Brasil
Fonte:http://marilianoticia.com.br/wp-content/uploads/2015/07/14601968.jpg
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teórica que observasse e explicasse o comportamento econômico do
campesinato, o qual era já considerado por alguns como passivo. Chayanov
mostrou como o modelo de produção do camponês não responde, em essência,
ao funcionamento, organização e postulados nos quais se baseia a produção
capitalista. O modo de produção camponês, pode, segundo esse teórico,
caracterizar-se por seu caráter familiar e de subsistência.
Essas considerações foram e ainda são objeto de crítica por alguns
especialistas no tema, porém, suas formulações teóricas são uma valiosa
ferramenta para analisar a economia do campesinato.
Analisado historicamente, é um fato que a atividade econômica familiar no
campo não tem um salário, ou uma retribuição econômica fixa, pelo contrário,
tem estado sujeito ao produto total obtido tanto no cultivo quanto nas atividades
não agrícolas.
É interessante analisar nesse ponto, como a economia camponesa tem
conseguido sobreviver a formas de dominação tão dispares como o feudalismo,
o despotismo oriental, o absolutismo e o capitalismo, e ainda parece mostrar-se
resistente e adaptável a diferentes situações e condições tão adversas. Embora
o que se constata é uma fortíssima dependência do camponês em termos
econômicos, políticos e sociais da sociedade globalizada.
Após um olhar aproximativo a essas considerações, e reconhecendo
que existe um grande leque de definições ao redor do tema, a orientação
conceitual sugerida no presente texto, define o campesinato como um segmento
social integrado por unidades familiares de produção e consumo, cuja
organização socioeconômica está baseada na exploração agrária do solo, inde-
pendentemente de que possuam ou não a terra, e cuja caraterística de relações
sociais se desenvolve em comunidades rurais, as quais mantêm uma relação
assimétrica de dependência, e em alguns casos de exploração com o resto da
sociedade em termos de poder político, cultural e econômico.
O camponês faz parte não apenas de um setor econômico, mas de uma
classe social. É parte constitutiva de uma forma de organização da produção e
de um modo de vida. Ele está no centro de uma categoria de estudo sociológico,
ele é em si mesmo uma unidade de observação.
Enquanto as relações de distribuição da renda, os tipos de posse da terra
no Brasil, e o tipo de exercício do poder político se mantenham, o campesinato
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permanecerá como uma categoria chave para compreender os processos
políticos e sociais, assim como as profundas contradições que acontecem nas
zonas rurais do país.
Na sequência, serão observados de forma geral, o contexto e as
condições no Brasil, nas quais as comunidades camponesas têm feito seu
percurso, procurando desenvolver-se e sobreviver.
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Esse panorama persistiu por mais de três séculos, deixando marcas
profundas na configuração econômica e cultural do país e também na
configuração do campesinato que foi se conformando à beira desse cenário.
É importante destacar nesse contexto um outro fato histórico, como a
promulgação da Lei da Terra no ano 1850, a qual teve um caráter
fundamentalmente regressivo em termos de reconhecimento dos direitos
humanos e de promoção da equidade social. Essa Lei, impedia aos
afrodescendentes, os brancos pobres, e aos migrantes europeus que chegavam
fugindo das guerras e da miséria, adquirir terras, tendo que pagar por elas
grandes somas de dinheiro para que fossem liberados os títulos de propriedade
por parte dos grandes latifundiários e escravocratas. (MARÍLIA, 2015)
Saiba Mais
O LATIFUNDIO
Do latim Latifundium, é uma exploração agrária de grande
extensão que não emprega a totalidade dos seus recursos
de maneira eficiente. Na Europa um latifúndio pode ter
alguns centos de hectares, mas na América Latina pode
superar os 10.000 hectares de extensão. Dentre as
caraterísticas mais predominantes podem se mencionar: o
uso de mão de obra em condições trabalhistas precárias,
pouca ou nenhuma inversão em tecnologia, baixos
rendimentos unitários. Por todos estes fatores, o latifúndio é
considerado como uma das causas da instabilidade social
que ainda hoje, sofrem os países em vias de
desenvolvimento.
Alguns métodos têm se implementado para procurar uma
solução dos inconvenientes e inequidades que produzem o
latifúndio. Um deles é a implantação da reforma agrária
(modificação da estrutura da propriedade, incluindo expro-
priações), a instauração de uma agricultura de mercado e a
modernização dos processos agrícolas, os quais têm apre-
sentado diferentes graus de sucesso e fracasso, mas que no
geral, não têm conseguido superar as problemáticas que
esta figura representa.
Fonte: http://static.scielo.org/scielobooks/c26m8/pdf/forman-
9788579820021.pdf
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Um outro momento importante em que as necessidades da população
rural brasileira foram relegadas, foi no século XX com a implementação da
industrialização do país. A produção foi direcionada para suprir as exportações
e para o consumo básico num segundo plano, provocando uma concentração de
renda ainda maior, e a exclusão de uma boa parcela da população dos bens e
serviços básicos para sua qualidade de vida.
Além dos elementos cronologicamente expostos anteriormente, os
estudos do campo, identificam um acelerado processo de redução da população
considerada como rural no Brasil, sendo este fenômeno marcadamente notório
a partir da década de 1960. A velocidade desse processo de esvaziamento do
campo brasileiro parece estar atada, entre outros fatores, às seguintes
premissas:
Uma queda significativa na taxa de natalidade no Brasil, devido ao
uso cada vez mais frequente de métodos anticoncepcionais, a
profissionalização da mulher, a dinâmica da vida urbana em espaços
pequenos, uma queda no número de casamentos precoces, entre outros
fatores, que modificaram substancialmente a quantidade de filhos por
família.
A modernização dos fatores de produção no campo brasileiro. Os
avanços técnicos e tecnológicos, aliados com processos de abertura
econômica, neoliberalismo e globalização tão expressivos como os
vividos no Brasil desde a década de oitenta até a atualidade, têm trazido
como resultado a incorporação de novas formas de produção dos
produtos agropecuários, sendo que a mão de obra familiar, os saberes
ancestrais e as práticas culturais ligadas a estas atividades estão quase
extintas, dando uma margem ainda maior para a expansão do mercado
transgênico multinacional, a indústria automotriz e da indústria
agroquímica.
Uma notória ausência de políticas públicas suficientes e
adequadas, destinadas para o setor rural. A pequena propriedade rural
e a agricultura familiar, têm ficado em não poucas vezes por fora das
agendas públicas, tanto nacionais quanto regionais. Como se o fim do
campo fosse algo previsível e natural; ou como se o campo fosse
considerado algo sem nenhuma consistência nem importância histórica,
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relegado a ser objeto de políticas recicladas pensadas para as cidades
inicialmente, mas que terminam sendo levadas como receituário ideal
para problemáticas muito específicas das zonas rurais, que ao final não
são eficientemente solucionadas.
Nas últimas décadas Brasil, tem se presenciado a financeirização
da sua economia, fundada nas taxas de juros mais altas do mundo.
Mesmo tendo uma carga impositiva bastante alta, os governos têm visto
como os recursos arrecadados terminam sendo manejados pelo setor
financeiro, sendo que esse capital que poderia se converter em fator e
força produtiva para um setor populacional tão importante quanto o
campesinato, terminou sendo levado à esfera especulativa.
Uma enorme mobilidade do campo para as cidades. Fato visível na
década de setenta. Se constituem assim as denominadas “manchas
urbanas”, centros de concentração das populações em função da oferta
de bens, serviços, oportunidades de emprego e aumento de renda –
todos estes considerados como elementos promissórios de uma melhor
qualidade de vida, dada pelas cidades.
O impacto desses eventos não tem sido positivo. Muitos dos centros
urbanos no Brasil, em decorrência de seguinte situação, não conseguem
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estruturar um planejamento coerente entre o crescimento vertiginoso da
população e as suas necessidades de infraestrutura e equipamentos. Além
disso, mostram sérias limitações no acesso ao exercício dos direitos dos
cidadãos, uma pobre apropriação dos espaços coletivos - ficando os migrantes
quase sempre morando e convivendo nas periferias, e uma renúncia antecipada
às supostas promessas de ganho, com a consequente, e não menos importante,
decepção frente aos seus projetos de vida.
Olhando de forma integrativa, o que também pode ser evidenciado a
partir desses fenômenos, é a insustentabilidade no médio e longo prazo da
pequena unidade agrícola familiar. Por um lado, cada vez são menos os
sucessores que possam encarar as atividades agrícolas, por outro, o
desequilíbrio nas rendas entre moradores das zonas rurais e os das áreas
urbanas, o que produz um perigoso desajuste que gera distorções em termos de
salários, empregabilidade, ofertas educativas e qualidade de vida.
O deslocamento massivo tende a redefinir também os perfis regionais.
Alguns estudos apontam uma taxa maior de migração por parte das mulheres e
dos mais jovens rumo às cidades. Isso implica o envelhecimento da população,
sua masculinização, e a perda da oportunidade por parte das famílias do campo,
para se reproduzirem e se manterem com as suas estruturas culturais
tradicionais.
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Pese a todas as possíveis diferenças que esse tema possa apresentar,
o que se resgata é um consenso entre os especialistas e conhecedores da
matéria, ao redor da urgência por adiantar ações que tenham uma repercussão
imediata nos efeitos nocivos do esvaziamento do campo, e da globalização como
fenômeno que está decodificando culturalmente e cada vez mais esse segmento
social, assim como relegando e silenciando o seu papel na sociedade brasileira.
Falta ainda muito caminho por transitar. É vital para o fortalecimento do
campesinato, o desenvolvimento de ações que tenham um caráter endógeno e
sustentável para inserir, além das autoridades governamentais, a mesma
sociedade civil e os setores produtivos locais. O que isto quer dizer, é que além
de necessário, é possível desenhar e executar estratégias que unidas com a
educação, possam ter efeitos positivos sobre outros aspectos socioeconômicos
que envolvem ditas comunidades.
Resumo da aula
Atividade de Aprendizagem
Para alguns especialistas, a luta pela terra existente ainda hoje
no Brasil, é uma parte básica e fundante da história do
campesinato; o qual tem se visto atravessado pela lógica do
mercado de terras e as formas ancestrais de tenência da
propriedade nas zonas rurais do país. No seu conceito, poderia
se falar então de uma “territorialidade capitalista” em antago-
nismo com uma “territorialidade camponesa”? São realmente
incompatíveis? “Ou existem mecanismos ou espaços onde
podem se encontrar ou conciliar os seus interesses?”
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Aula 2 - Evolução Histórica da Educação no Campo
Apresentação da aula
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A escola campesina tem que promover, orientar e desenvolver as
capacidades intelectuais, morais e técnicas das crianças camponesas. Sua
missão é prepará-los para encarar, entender e resolver os problemas concretos
que tanto na sua comunidade de origem como nas cidades (caso decidam
emigrar) possam chegar a obstaculizar o melhoramento das suas condições de
vida.
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b) Respeitar, valorizar e incorporar as experiências domésticas
e produtivas das crianças camponesas, no desenvolvimento dos
programas escolares. Essas experiências devem ser aproveitadas como
ponto de partida para novos aprendizados.
c) Revalorizar o entorno natural e as práticas sociais,
econômicas e culturais da comunidade rural local. Deve conhecer e
utilizar seu potencial educativo, trazendo-o para os processos de
aprendizado.
d) Utilizar e ampliar as experiências e habilidades já adquiridas
pelas comunidades, pelas crianças e as suas famílias, para formar os
estudantes, na procura de soluções e alternativas frente a problemas
igualmente concretos.
e) Incorporar no desenvolvimento da função educadora a
importância das relações entre a sociedade e a natureza, recuperando
os saberes ancestrais e promovendo ações respeitosas entre os seres
humanos e o meio ambiente, como uma possibilidade de bem-estar,
desenvolvimento e continuidade das famílias camponesas no futuro.
f) Incentivar o trabalho coletivo e solidário, assim como a
satisfação individual, o projeto de vida pessoal e a responsabilidade
social.
Vídeo
Para complementar as reflexões anteriores sugere-se assistir a
fala dos consultores em educação Celso Antunes, Andreia
Dalcin e Priscila Fernandes, registrada no Canal Futura, ao
redor dos desafios da educação no campo, quais são os
diferenciais da educação no campo e o tipo de pedagogia que
deveria ser aplicada, entre outros aspectos. Acesse o link:
https://www.youtube.com/watch?v=EnXa52E2Hf4
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aproveitadas podem contribuir para o desenvolvimento de um conhecimento
crítico da sua própria realidade. Lembrando que toda aprendizagem, deve estar
orientada para realizações concretas que contribuam com o melhoramento das
suas condições de vida.
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A escola rural além disso, tem variadas possibilidades de criar espaços
e atividades pedagógicas ao ar livre; baseados na observação direta e na relação
próxima com atividades produtivas e socioculturais das suas comunidades.
Dessa forma a socialização escolar vê-se enriquecida e complementada, de
forma direta e prática, com os outros processos em tempo real da vida no campo.
Pelas caraterísticas organizativas de muitas comunidades campesinas,
pelos princípios que pese aos embates da globalização e da modernização,
ainda regem sua vida familiar e comunitária, a escola campesina é um espaço
potencialmente participativo e cooperativo, assim como cheio de caráter
emancipador.
A cultura rural é rica de valores sociais e humanos que não devem ser
padronizados por imposição de um único sistema. Por sua vez, as crianças e
jovens devem conhecer a evolução, nuances e significados do progresso, num
intercâmbio qualificado, argumentado, respeitoso, mas comprometido com as
mudanças que se visibilizem como necessárias para melhorar a qualidade de
vida deles e de suas regiões.
Não são poucas as comunidades campesinas no qual já existem
organizações formalmente estabelecidas que reúnem aos pais de família e a
comunidade no geral, para combinar e executar obras em favor deles mesmos
e em favor da educação dos seus filhos, dando passo à existência de formas
vivas de cooperação e reciprocidade que podem ser direcionadas também para
outras causas relacionadas ao seu desenvolvimento.
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2.5 O professor das escolas campesinas
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o projeto pessoal de vida e projeto coletivo da comunidade
camponesa.
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Figura 1.2: Assembleia Campesina – Valle del Cauca
Fonte: Arquivo Gráfico Corpenca
Disponível em: http://corpenca.org/2016/4a-asamblea-campesina/
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esta seção, no intuito de sentar as bases no cenário que nos convoca, para
analisar o movimento social mais representativo desta luta pela educação,
surgido na década de oitenta e conhecido como “Movimento dos Trabalhadores
Sem Terra”, ao qual dedicaremos uma atenção especial e relevante no capítulo
a seguir, por ser este um movimento de dimensões emblemáticas no cenário
sociocultural brasileiro.
Seguindo esta lógica expositiva e procurando enlaçar com os conteúdos
a serem vistos posteriormente, podemos destacar algumas das suas
caraterísticas, a saber:
a) Os movimentos sociais fazem uma apropriação física ou simbólica
do território, a partir da qual desenvolvem suas atividades e dão vida e forma ao
mesmo.
b) Possuem um rol mais ativo das mulheres e em ocasiões das
crianças, precisamente na procura de um exercício do poder mais equitativo e
menos masculinizado.
c) Revalorizam a cultura, os saberes tradicionais e a identidade dos
povos, posto que pretendem recolocar as identidades ocultas ou ignoradas.
d) Geram seus próprios espaços de participação e representação
coletiva à margem dos espaços tradicionais instituídos pelo Estado, os sindicatos
ou os partidos políticos.
e) O desenvolvimento de ações autoafirmativas tais como a
recuperação de espaços públicos, ou a posse de terras, tentando se afastar das
ações meramente defensivas.
f) A capacidade para formar seus próprios intelectuais, entendida
como a formação dos seus dirigentes, a criação de espaços de formação
baixo sua tutela, assim como uma concepção própria do movimento como
espaço formativo.
Resumo da aula
As pessoas que moram nas zonas rurais não só precisam, mas também
merecem como cidadãos que são do Estado brasileiro, de uma educação de
qualidade que seja condizente com suas realidades e particularidades. Pensar
em educação no campo, ultrapassa as estratégias tradicionais que na forma de
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políticas públicas são pensadas para populações homogêneas com estruturas
formativas padronizadas conforme a globalização impõe. A diversidade étnica,
cultural e socioprodutiva que nutre as relações do camponês com a terra e
consequentemente o resto do país, apresentam sérios desafios para a escola
como ponto de encontro entre esses dois mundos, e de igual forma para a
educação como o processo que traduz as expectativas, coincidências e
diferenças das diferentes gerações e dos diferentes segmentos sociais do
contexto brasileiro.
Atividade de Aprendizagem
As políticas públicas educativas em muitas oportunidades,
tendem a negar o objeto social e educativo da escola
campesina. Assim terminam tomando-se decisões em
conformidade com outros critérios políticos ou econômicos que
dissimuladamente, mas com persistência, vão diminuindo a
capacidade de ação e o fortalecimento deste cenário. Se nas
suas mãos estivesse a possibilidade de formular uma política
pública educativa, para a qual houvesse recursos tanto
humanos, como técnicos e financeiros suficientes, qual seria a
prioridade a ser atendida e com que estratégia se adiantaria
dita ação do Estado?
Fonte: http://www.mst.org.br/
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mais importantes movimentos populares da América Latina e do Brasil e um líder
sem descanso pela reivindicação do direito à educação no campo.
Dentre seus objetivos estão a luta por terras, pela aplicação eficaz de
uma reforma agraria e por uma transformação social do Brasil que seja
verdadeira. Precisamente ao interior deste objetivo, encontra-se a luta pela
educação, ferramenta que o MST em repetidas oportunidades tem posicionado
como fundamental para ser livre e que neste espaço é foco de interesse e eixo
para o desenvolvimento integral do seu processo formativo nessa matéria.
Amado por muitos, criticado por outros. Com um histórico cheio de
momentos de criminalização, repressão e cooptação, mas também de apoio e
solidariedade, chamando a atenção na sua sólida imagem perante o âmbito
internacional.
Seja como for, com suas mais de três décadas de trajetória e organizado
em quase todos os estados do Brasil, seu papel é significativo e valioso, tanto
para o mundo acadêmico desde a perspectiva da sociologia, a antropologia, a
pedagogia e as ciências políticas - entre outros campos do saber -, como para a
compreensão da cronologia do sonho que eles dizem manter e que se nega a
desaparecer: aquele de fazer do mundo um local mais justo e melhor para todos.
Convém compreender o que há por trás de um movimento social que
mantém um rol relevante como grupo de pressão e de expressão, apesar das
mudanças substanciais que tem atravessado tanto a sua organização interna,
quanto a sociedade na qual se manifesta.
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essa situação, o MST identifica-se com a superação da escravidão e a formação
de uma cidadania com direitos sobre a terra.
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qual era necessário a construção de gigantescas usinas hidroelétricas que de
novo produziram enormes processos migratórios das populações locais, sendo
que ao interior desse processo, a expropriação de terras a pequenos
camponeses no sul do país, teve um alcance significativamente negativo.
O desenvolvimento de uma consciência e ativismo rurais num momento
tão repressivo deve-se em parte, à busca de uma alternativa ao sindicato de
camponeses, apoiado e controlado pelos militares; ou seja, uma tentativa de
atingir uma organização fora da esfera do regime, que pudesse denunciar os
inúmeros deslocamentos e que foi apoiada pela Comissão Pastoral da Terra.
Saiba Mais
A Comissão Pastoral da Terra (CPT) é um organismo de
Igreja, ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB). Foi criada em Goiânia, em julho de 1975, por um
grupo de bispos, padres e leigos, com o objetivo central de
"interligar, assessorar e dinamizar os que trabalham em
função dos homens sem-terra e dos trabalhadores rurais".
Sua proposta é promover as práticas alternativas dos
trabalhadores contra a dominação econômica dos grandes
projetos agrícolas e energéticos, e da massificação cultural,
as várias formas de organização dos trabalhadores para
conquistar a terra, melhorar a produção ou salário e participar
ativamente nas decisões políticas, a informação e a formação
de trabalhadores e agentes de pastoral, recuperando a
memória histórica de suas lutas, o apoio aos trabalhadores
rurais nas lutas pela terra e por uma reforma agrária ampla,
a solidariedade com os povos da América Latina e do
Caribe.
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Saiba Mais
No caso particular do Brasil a Igreja católica contribuiu para
legitimar o ativismo rural e incluso, cumpriu uma tarefa
pedagógica crucial na toma de consciência dos campesinos.
Numerosos membros do clero procuraram gerar uma
identidade religiosa e política combativa, baseada em muitos
casos na Teologia da Libertação. De fato, perante as
profundas transformações que tiveram lugar no campo pelas
políticas de modernização dos militares, alguns bispos como
os da Amazônia, expressaram uma opinião abertamente
contraria ao sistema capitalista no seu conjunto, ao qual
chamavam de “venenoso”. A base ideológica misturava o
marxismo com o catolicismo, ainda que com um conceito de
classe que procurava ser o mais amplo possível e motivando
as pessoas sempre a pensar em alternativas para mudar a
sua situação.
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das famílias. Tudo começou quando em 1979, inspirados por um economista do
sindicato dos camponeses, João Pedro Stédile, que se ocupou de um enorme
terreno pertencente a uma fazenda chamada Macali.
Após conseguir a expropriação, este modus operandi foi replicado nos
anos oitenta e foi evoluindo desde essa primeira ocupação. Realizavam-se
acampamentos nos terrenos e o governo era convocado para negociar o
assentamento das famílias em terrenos improdutivos, mesmo que não fosse
precisamente nesse terreno que eles haviam ocupado num primeiro momento.
Esta estratégia mostrou-se tão polêmica quanto efetiva. A reforma agrária
e o reparto equitativo da terra eram normalmente vistos como algo marginal e
secundário na agenda do governo, respondendo sempre de forma parcial,
mitigando o problema, mas sempre tentando proteger os interesses da elite local
e dos grandes conglomerados da indústria agro alimentícia.
As ocupações realizavam-se após um planejamento cuidadoso,
procurando primeiro terrenos improdutivos, organizando acampamentos,
assignando diferentes funções a cada um dentro dos mesmos e elaborando
planos logísticos, ao mesmo tempo que se planejava uma proposta para
negociar com o governo, a qual havia sido previamente estudada pelos
advogados do MST. (STRONZAKE, 2012)
Vídeo
Assista o vídeo do YouTube sobre a história do Movimentos dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra, disponível no link:
https://www.youtube.com/watch?v=QixID6N6ImM
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Figura 1.2: Brazil - Economic Activity
Fonte: Arquivo Gráfico Universidade de Texas.
Disponível em: http://www.lib.utexas.edu/maps/americas/brazil_econ_1977.jpg
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relações clientelistas com o governo. Os anos 80 trouxeram a crise da dívida,
que foi a escusa perfeita para impulsionar medidas neoliberais no Brasil,
apoiadas por entidades financeiras internacionais.
Ditas medidas favoreceram às elites rurais brasileiras, devido à decisão do
governo de impulsionar as exportações de produtos primários para pagar a
dívida aos credores. Essas elites conseguiram apesar da suposta bandeira de
livre mercado tão em moda naquela época, direcionar uma enorme quantidade
de recursos estatais para o seu setor produtivo, assim como proteção
institucional diferenciada para os seus interesses. O Estado também aceitou, em
opinião de alguns, de forma descarada, a apropriação de importantes parcelas
de terras na Amazônia, por parte de pessoas com capacidade de compra, ou
pelo menos não pertencentes a setores marginalizados da economia.
As medidas neoliberais unidas ao impulso dado ao setor agrícola, trouxeram
investimentos estrangeiros ao Brasil, dando a oportunidade a grandes
conglomerados empresariais para se assentarem no país, o qual lhes permitiu
exercer certo nível de controle sobre o mercado agroindustrial, modificando os
preços dos produtos, o monopólio do mercado de sementes e o de pesticidas.
O MST julgou um papel importante na transição democrática do Brasil e
se converteu num aliado do partido dos trabalhadores. Ainda com tantas
modificações e rupturas sofridas, conseguiu posicionar a questão agraria e rural
na nova Constituição Federal de 1988, na qual se instituiu como princípio geral,
a função social da propriedade e impuseram uma série de requisitos para a
escolha das propriedades em zonas rurais.
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Com a vitória do presidente Lula da Silva do PT nas eleições de 2003, o
MST acreditava que uma nova era se iniciava para eles, na qual o reparto da
terra e a reforma agrária seriam uma realidade. Porém, os compromissos com a
indústria agrícola e com o setor energético brecaram muitas das promessas do
PT e terminaram por decepcionar aos sem-terra.
Ainda que pontos programáticos importantes do PT foram totalmente
reformulados nesse contexto, no período presidencial o Movimento deixou de
ser criminalizado e estigmatizado e este voltou a conseguir apoios após a escura
época de marginalização e ostracismo mediático sofridos no governo de
Fernando Henrique Cardoso.
Já no período da presidenta Dilma Rousseff, o número de assentamentos
das famílias camponesas apresentou uma estagnação significativa, sendo que
uma grande parte dos processos de legalização da propriedade de terras no seu
governo, deveram-se a processo previamente iniciados no governo anterior. As
disparidades se mantêm e os oficiais do governo argumentam perante os meios
de comunicação e a sociedade brasileira, a inexistência de latifúndios no país.
O MST encontra-se agora numa relação distante com a institucionalidade
e num processo de estagnação tanto na distribuição da terra, que continua sendo
profundamente desigual, como com novos problemas internos que afronta o
movimento; no desenvolvimento dos assentamentos de cara a um novo modelo
competitivo do setor agrícola, que exige acesso ao capital de investimento e a
aquisição de capacidades técnicas e tecnológicas para concorrer com os
grandes conglomerados da agroindústria.
Até agora o MST é um movimento social que tem sobrevivido a contextos
pouco amigáveis, tanto na sua gestação no meio da ditadura militar, como pelas
inúmeras dificuldades surgidas pela sua separação do PT, da Igreja Católica e
sua incompatibilidade com a mídia brasileira. Uma dura concorrência
internacional, um protecionismo seletivo que parece não querer aplicar nenhuma
medida direcionada aos campesinos mais pobres do país, e um atraso notório
em termos de preparação e conhecimentos suficientes para tecnificar os
terrenos cedidos, formam parte dos difíceis desafios que está enfrentando este
movimento. Seu futuro e viabilidade por enquanto são uma incógnita.
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Resumo da aula
Atividade de Aprendizagem
Discorra sobre o Movimento Sem Terra, sua origem, evolução
e como está hoje
Apresentação da aula
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coletivo baseado num sistema rígido e definido com limites bem estabelecidos
para todos.
A sociedade de alguma forma, é prévia a nossa existência como
indivíduos, e ainda que posamos ser cada um de nós, sujeitos únicos, o certo é
que uma boa parte das nossas oportunidades e opções na vida estarão
fortemente delimitadas pelo fato de pertencer a uma ou outra classe social, pelo
fato de ser homem ou mulher ou pelo fato de nascer aqui ou ali. Em uma grande
proporção, nossas vidas estão já desde os primórdios da nossa existência,
marcadas pela estrutura social de onde se nasce.
A estrutura social compõe-se, como já foi insinuado previamente, de um
conjunto relativamente estável, mas dinâmico, de configurações entre sistemas,
instituições, coletivos e indivíduos, que organizam a vida econômica, política e
cultural; e que dizem procurar a satisfação – ou a delimitação - das necessidades
funcionais da vida em comum. Essas configurações podem ser, dentre outras as
seguintes:
a) A estrutura política ou o sistema de relações políticas e de poder, onde
se debatem ou tentam solucionar as lutas e conflitos de interesse;
b) A estrutura econômica ou o conjunto de relações sociais de produção
caraterísticas do modelo de desenvolvimento;
c) O sistema de relações de desigualdade que se deriva do modelo de
divisão do trabalho e de distribuição de recursos e que fixa um esquema
de estratificação socioeconômica;
d) A estrutura cultural e simbólica em que confluem sistemas de valores e
de identidades as vezes compartilhadas, às vezes não.
A educação é um componente vital de toda esta estrutura social. Cumpre
com uma função por momentos contraditória, já que por um lado, socializa todos
os padrões e valores, mas ao mesmo tempo diferencia os indivíduos em méritos
e conhecimentos, estratificando as pessoas em correspondência com a pirâmide
social, que em princípio os espera.
A escola, seja esta rural ou urbana, contribui tanto para a coesão social
e normativa como para a reprodução das desigualdades que estruturam dita
sociedade. Essa difícil tensão entre manter certa coesão cultural e diversificar os
destinos sociais, caracteriza historicamente aos sistemas educativos e tem
resultado ser a sua maior fonte de contradições e paradoxos.
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Figura 1.1: Educação e Sociedade
Fonte: Arquivo Gráfico Família e Educação
Disponível em:http://wwwmdtbfamiliaescola.blogspot.com.br/2011_09_01_archive.html
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O papel da escola na formação da identidade pode ser ainda mais forte
do que o papel da genética ou da família, sendo que não é precisamente pelo
ganho futuro em termos de retorno financeiro ou posicionamento social, a razão
primordial pela qual as famílias colocam os seus filhos na escola, mas pela
experiência de vida em si mesma, onde a responsabilidade formativa é
compartilhada ao longo da infância e da adolescência fundamentalmente.
(WARDE, 1984)
Uma terceira função depende da localização da escola, inserida como
está numa certa ordem social, que a obriga cumprir com o papel de reprodutora
e vigia do capital cultural. Atualmente, os parâmetros culturais que mais se
promovem estão em sintonia com motivações de ordem econômica, ditadas pelo
mercado de trabalho e de consumo.
A educação tem passado a ser instrumentalizada e os estudantes que
percebem rapidamente as caraterísticas do seu entorno, entram a jogar com dita
dinâmica; sendo que a sua motivação principal é extrínseca, pois pensam mais
em atingir certo poder aquisitivo ou certo nível profissional, do que contar com
uma utilidade intrínseca de aprender e curtir o processo de aprender.
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CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988
Título VIII
Da Ordem Social
Capítulo III
Da Educação, da Cultura e do Desporto
Seção I
Da Educação
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa,
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
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e explicar sua identidade cultural e mais além para questioná-la e encontrar
saídas às suas patologias.
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digital, obriga ao campo e ao rural, a se redefinir pela força dos acontecimentos
e não pela sua evolução natural.
Hoje em dia já não pode se discernir sobre a educação camponesa ou
para o mundo rural, sem pensar no projeto global em curso. Sem
desenvolvimento global e local, por exemplo, não existirá futuro para o mundo
rural e inevitavelmente para a escola campesina também não. Neste contexto a
educação constitui um eixo fundamental para a transformação social do entorno,
ou seja, para abrir novas perspectivas à vocação dos moradores do campo, seja
qual for, mas que lhes permita sair da cultura assistencial ou de menosprezo na
que em muitas ocasiões estão imersos.
Aos poucos, falar de sociedades rurais, é cada vez mais equivalente a
falar de segurança alimentar, turismo rural, meio ambiente, mediana empresa,
qualidade de vida, uso residencial. O serviço educativo terá mais opções se,
entre outras ações e fatos, a economia das suas regiões se diversifica, e a partir
disso se elaboram projetos de participação comunitária – em que a escola seja
um ator vinculante - que fomentem o desenvolvimento sustentável e a
conservação do meio ambiente, com ênfases no aproveitamento dos recursos
endógenos da zona.
Assim mesmo deve-se destacar o papel emancipador que pode
desempenhar a escola campesina. A intencionalidade dessa é pôr ao alcance
das crianças e jovens, ferramentas cognitivas e comportamentais, chaves
culturais e elementos de análises que após ser submetidos a um processo de
investigação e reflexão, impulsionem a capacidade crítica dos estudantes, e
permitam a reconstrução de experiências e conhecimentos prévios que tem se
assumido de um modo acrítico.
A escola rural (e urbana inclusive), é responsável pelo desenvolvimento
da capacidade crítica e emancipadora, ou seja, responsável pela transformação
de esquemas, formas de pensar e de sentir sobre ideias, acontecimentos, fatos
e sobre o próprio entorno.
Para que isso aconteça requerem-se professores comprometidos com
muito mais do que a simples socialização, protagonistas do desenho de entornos
mais enriquecedores que gerem boas práticas de ensino e aprendizado; tais
como enfrentar aos estudantes a dilemas e incertezas de modo paulatino, ajudar-
lhes a realizar leituras dos contextos sociais e culturais nos quais vivem, e
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promover ativamente a pesquisa como forma de identificar diversas
problemáticas, e de achar seu nível de comprometimento e o tipo de ações
adequadas para sua idade e capacidades.
A escola rural utiliza como canal, o currículo escolar para que a população
acesse as chaves culturais, com atitudes e valores, e tentem levar a cabo o seu
projeto de vida. Centrando a análise nessa ferramenta, destaca-se como na
escola rural tem se tendido a deslocar os esquemas de pensamento das zonas
urbanas para esses territórios, o qual anula qualquer iniciativa de transformação
ou de emancipação.
Quando de oportunidades de melhoramento se trata, o Currículo é uma
poderosa ferramenta. O currículo nas suas duas modalidades, o oculto e o
explicito, deve propiciar, por um lado, o diálogo entre a identidade social e a
cultura atual – uma cultura globalizante procedente de diferentes meios, e por
outro uma ferramenta para fortalecer a autonomia das pessoas e capacitar-lhe
para a construção e reconstrução de seus esquemas de pensamento e de
atuação. Por isso deve ser colocado ao alcance do estudante, uma seleção
sociocultural heterogênea, que não seja reflexo exclusivamente um modelo de
cidadão (quase sempre cidadão das zonas urbanas), pois a homogeneidade
curricular em modo algum assegura a igualdade social.
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Resumo da aula
Atividade de Aprendizagem
A conectividade rural e o acesso às comunicações e informação
mundiais, encontram-se em um dilema, que apresenta por um
lado, uma provocação constante dirigida para um mundo de
consumo e lazer localizado geralmente nas zonas urbanas, e
ao mesmo tempo, permite ter de forma rápida e eficiente, todo
tipo de informação e dados sobre qualquer tema. Como podem
ser conciliados esses dois aspectos, sem que o estudante
perca a sua identidade e sentido de pertença e ao mesmo
tempo possa curtir o fluxo de conhecimentos diversos que os
meios digitais podem lhe oferecer?
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Resumo da disciplina
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Bibliografia
REIS. T, MORENO C: Brasil Urbano x Brasil Rural. Ano 2015. Disponível em:
http://especiais.g1.globo.com/educacao/2015/censo-escolar-2014/brasil-
urbano-x-brasil-rural.html Acesso em: 01 de Março de 2017.
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SEVERINO, A. J. A busca do sentido da formação humana: tarefa da
Filosofia da Educação. Revista Educação e Pesquisa. vol. 32, no.3, São
Paulo Sept./Dec. 2006.
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