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Disciplina: Gestão de Recursos na Educação do Campo

Autores: M.e Henry Willian Van Der Laan

Revisão de Conteúdos: Carolinne Prado Engelhardt

Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso

Ano: 2017

Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas


páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de
Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em
cobrança de direitos autorais.

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Henry Willian Van Der Laan

Gestão de Recursos na
Educação do Campo
1ª Edição

2017

Curitiba, PR
Editora São Braz

2
FICHA CATALOGRÁFICA

LAAN, Henry Willian Van Der.


Gestão de Recursos em Educação do Campo / Hanry Willian Van Der
Laan – Curitiba, 2017.
52 p.
Revisão de Conteúdos: Carolinne Prado Engelhardt.

Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso.

Material didático da disciplina de Gestão de Recursos na Educação do


Campo – Faculdade São Braz (FSB), 2017.
ISBN: 978-85-5475-038-1

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PALAVRA DA INSTITUIÇÃO

Caro(a) aluno(a),
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz!

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nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de
dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão
Universitária.
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comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas
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Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as
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de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e
grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e
estudantes.

Bons estudos e conte sempre conosco!


Faculdade São Braz

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Apresentação da Disciplina

A disciplina de Gestão de recursos na Educação do Campo partirá dos


princípios básicos organizacionais de uma instituição que é a estrutura política e
financeira, com o objetivo de entender melhor o real funcionamento da mesma.
Durante as aulas será compreendido a base histórica das políticas
relacionadas ao financiamento da educação no campo, além de como se dá o
financiamento educacional dessas instituições de ensino, quais os projetos
existiram e existem até hoje que impulsionam o crescimento dos alunos e da
escola.
Como os recursos são gerenciados e por quem, e como a escola deve
prestar contas sobre esses recursos. Todas essas atribuições e a quem são
competentes serão vistos nesta disciplina.
Assim, será conhecido um pouco melhor a estrutura das escolas do
campo em sua vertente financeira, e ao final da disciplina o aluno estará apto a
reavaliar a situação das escolas que conhece ou que conhecerá.

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Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em
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AULA 1 – Desafios Políticos, Pedagógicos e Financeiros da Educação do
Campo

Apresentação da Aula 01

Nesta aula serão vistas as diferentes fontes de investimento recebidos


pelas instituições escolares abrangendo fontes governamentais, setor privado e
fontes internacionais. Quais as maneiras legais de investimento das esferas
governamentais e quais as fontes de incentivo externas recebidas pelas escolas
do campo.
Desta forma, será compreendido um pouco mais sobre a rotina financeira
das instituições e as diversas vertentes que ela exibe para sua gestão.

1. A Autonomia Escolar e Investimentos do Setor Privado e Instituições


Internacionais

Na constituição Federal de 1934, houve a primeira destinação de recursos


para a educação na história do país, onde a União tornava-se responsável pelo
financiamento dessa em seus diversos níveis.
Com o passar dos anos e a reavaliação da função dos estados e
municípios na educação, passou-se então a dividir a responsabilidade, ficando
a tutela da Educação Básica aos Municípios, a do Ensino Médio aos Estados,
restando a Educação Superior ao Governo Federal. Em contrapartida, a
responsabilidade da União não deixou de existir em todos os níveis de ensino,
fortalecendo, em tese, a estrutura organizacional da instituição.
Assim, será visto como surgiu a preocupação da união e dos estados com
a educação e como se tem dado a relação investimento x resultados nas escolas
do campo.

1.1 Introdução Histórica

A educação no campo surge com o recente reconhecimento de que as


pessoas que vivem no campo e do campo têm direito à educação tanto quanto
aquelas que vivem nos centros urbanos, no entanto, para que haja cumprimento

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da qualidade da educação e dos objetivos da mesma, esta deve ser pautada na
realidade vivida por essas pessoas em seu ambiente e fica ainda mais claro
quando se observa as diferenças entre os indicadores educacionais das
populações que vivem no campo e das populações que vivem na cidade,
evidenciando a desvantagem existente entre elas, onde a primeira sofre com o
diminuto interesse das esferas governamentais (BRASIL, 2008).
Antes de mais nada é necessário entender o histórico da Educação do
Campo no Brasil, e para isso serão analisados os primeiros modelos sociais
impostos ao país pelos portugueses, onde durante a colonização se aplicava o
modelo escravocrata para extrair riquezas sem gastar com mão de obra. Esse
modelo mais tarde foi adotado pelos brasileiros nos altos níveis econômicos e
perdura, muito reduzido, até os dias atuais nas regiões interioranas. Nesse
modelo, apenas os brancos e ricos recebiam educação e outros benefícios,
surgindo então o preconceito com os povos do interior (campo) (BRASIL, 2008).

1.1.1 Desafios Políticos da Educação no Campo

Em 1988, a Constituição Federal definiu a educação como um direito


social público e subjetivo, tornando evidente a necessidade de movimentação
por parte dos órgãos governamentais em busca de alternativas que atendessem
as diferentes realidades da educação no país em busca da igualdade de
oportunidades para todos (MUNARIM e LOCKS, 2012).

Importante
A Educação do Campo deve ser estudada pelo fato de ter sido
por muito tempo negligenciada, sem ter sua real importância a
mostra, assim como a manutenção da sua cultura e costumes,
assim esses que devem ser os objetivos desse estudo,
desacelerar e desencorajar o êxodo rural, buscando a
valorização do homem do campo, dessa forma os professores
desse ensino deverão buscar novas metodologias, incentivando
a manutenção do homem do campo no campo.

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Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394 é direta e mais clara,
indicando aos diferentes órgãos do governo a necessidade de atenção especial
dedicada à educação rural, reforçada por diversos acordos internacionais
firmados pelo Brasil, posteriormente. “Art. 28. Na oferta de educação básica para
a população rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações
necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e de cada
região…”.

Os desafios são a diferenciação da educação rural com a


educação no campo, qual é a sua real abrangência, extensão e
acesso e as políticas que a abrangem de fato.

Em 2002, fica instituída então pela Resolução número 1, do Conselho


Nacional de Educação e Câmara de Educação Básica (CNE/CEB nº1), as
primeiras Diretrizes Operacionais da Educação Básica na Educação do Campo,
envolvendo o reconhecimento do Ethos do meio rural como o modo de vida,
espaço e suas utilizações, diversidade cultural e identidade própria. Essa
identidade da escola do campo, fica definida pelo art. 2º desta resolução, que
cita:

A identidade da escola do campo é definida pela sua vinculação às


questões inerentes à sua realidade, ancorando-se na temporalidade e
saberes próprios dos estudantes, na memória coletiva que sinaliza
futuros, na rede de ciência e tecnologia disponível na sociedade e nos
movimentos sociais em defesa de projetos que associem as soluções
exigidas por essas questões à qualidade social da vida coletiva no país.
(Resolução CNE/CEB n° 1, de 3 de abril de 2002).

Vocabulario
Ethos – Substantivo masculino de origem grego que
significa conjunto de hábitos, valores e princípios que
orientam escolhas, projetos de vida, concepção de espaço,
bem-estar, qualidade de vida relacionadas a um determinado
fim União de características encontradas em uma
determinada comunidade.

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Sendo assim, pode-se então, a partir da concepção do artigo supracitado,
que a escola do campo deve ser concebida a partir de uma identidade própria
formada com base nos princípios da comunidade envolvida e da região onde a
mesma se encontra. Deve-se considerar como princípios, questões como:
identidade folclórica, religiosa, geográfica e de qualquer outra forma cultural
intrínseca a ela.
Não menos importante, contrário a isso, o artigo 1º da Resolução número
2 de 2008 do CNE/CEB, cita, em relação a essa visão generalizada da Educação
do Campo, que:

A Educação do Campo compreende a Educação Básica em suas


etapas de Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e
Educação Profissional Técnica de nível médio integrada com o Ensino
Médio e destina-se ao atendimento às populações rurais em suas mais
variadas formas de produção da vida – agricultores familiares,
extrativistas, pescadores artesanais, ribeirinhos, assentados e acam-
pados da Reforma Agrária, quilombolas, caiçaras, indígenas e outros.
(Resolução CNE/CEB, nº 2, de 28 de abril de 2008).

Para Refletir
Reflita sobre o comentário: “Ainda tenho esperança. Com a
Educação do Campo que conheci aqui neste encontro, não
preciso mais ir embora para a cidade” (Camponês de Anita
Garibaldi, SC apud Munarim e Locks, 2012).

1.1.2 Desafios Pedagógicos da Educação no Campo

Declarado o termo Educação no Campo e reconhecidos os valores


intrínsecos a ele, passa então a recente história dos desafios que essa vertente,
bem como tantas outras da educação, enfrentam diariamente. Entre eles se tem
os desafios pedagógicos, que envolvem entre outras coisas, a formação do
profissional docente voltado a realidade do campo.

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O Decreto nº 8.752 de 9 de maio de 2016 que revoga o decreto nº 6.755,
de 29 de janeiro de 2009, dispõe sobre a Política Nacional de Formação de
Profissionais da Educação Básica. No seu Art.1º:

Fica instituída a Política Nacional de Formação dos Profissionais da


Educação Básica, com a finalidade de fixar seus princípios e objetivos,
e de organizar seus programas e ações, em regime de colaboração
entre os sistemas de ensino e em consonância com o Plano Nacional
de Educação - PNE, aprovado pela Lei no 13.005, de 24 de junho de
2014, e com os planos decenais dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.

O Art.12º do mesmo Decreto, visa que “O Planejamento Estratégico


Nacional deverá conter programas e ações integrados e complementares
relacionados às seguintes iniciativas”, que, entre outros, no seu inciso VI,
ressalta:
“Estímulo ao desenvolvimento de projetos pedagógicos que visem a
promover desenhos curriculares próprios à formação de profissionais
do magistério para atendimento da Educação Profissional e
Tecnológica, Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial,
Educação do Campo, de povos indígenas e de comunidades
remanescentes de quilombos.”

Além disso, o decreto deixa claro que a formação e a atualização do


profissional docente na Educação do Campo deverá ser paralela a atualização
e adequação do Projeto Político Pedagógico a realidade local, valorizando o
Ethos, como visto anteriormente.

Amplie Seus Estudos


O artigo Educação do Campo: Contexto e Desafios desta
Política Publicam, de autoria de Antonio Munarim e Geraldo
Augusto Locks, publicado no 15 volume (77-89) na revista
Olhar de Professor em 2012, retrata com requinte superior
as diversas relações entre a legislação existente, passada e
atual, e a Educação do Campo. Sugiro que desprenda tempo
para correr a leitura desse impressionante item científico.

1.1.3 Desafios Financeiros da Educação do Campo

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Quando se fala da parte financeira, compreende-se que há três fatores
que devem ser levados em consideração:

• Investimento em formação do professor;


• Construção e manutenção predial;
• Investimento em pesquisa científica integrada ao conhecimento
tradicional da comunidade.

1.2 A Autonomia Escolar

O conceito de autonomia pode variar em função do objeto estudado ou do


campo em que se está estudando, no entanto, no momento irá se ater as
relações existentes entre a escola e suas rotinas.
Martins (2001), relaciona a palavra autonomia a um conceito formado ao
longo da trajetória social humana, envolvendo cultura, economia e política,
visando a descentralização do poder e tornando a participação social mais
efetiva no contexto social, ampliando seu papel na construção da sociedade
atual.
Ainda de acordo com o autor, na área educacional, o termo autonomia
criou forças a com os anos 80, onde:

A análise da literatura da área e de documentos que informam as


orientações de organismos internacionais indica que o conceito de
autonomia (re)significado pelas políticas educacionais vigentes a partir
dos anos de 1980 – passou a ser utilizado, de um lado, como sinônimo
de descentralização e desconcentração e, de outro, como a etapa
subseqüente de processos descentralizadores, a partir dos quais a
unidade escolar estaria finalmente livre para elaborar seu próprio plano
de vôo (MARTINS, 2001, s/p).

Com base nos referenciais expostos, pode-se então compreender que a


autonomia escolar gira em torno de modificações na estrutura política, de tal
maneira que a gestão escolar venha a ser desenvolvida de acordo com a
realidade local, ou seja, a “educação universal” passa a ser um objetivo
primário, no entanto com adaptações voltadas para melhoria da relação
professor - aluno e aluno - realidade local, em seus aspectos de cultura, clima,
geografia local e religião.

11
Vocabulario
Educação Universal – É tido na literatura como o modelo
padrão de ensino dividido por disciplinas e séries adotado em
todos os países.

1.3 Investimentos do Setor Privado e Instituições Internacionais

A educação passa constantemente por mudanças em diferentes áreas.


Dentre elas, a gestão financeira aparece com evidência, uma vez que a base do
desenvolvimento escolar gira em torno de investimentos.
Foi na Constituição de 1934, que houve a primeira menção de destinação
de recursos para a Educação do Campo, no qual se tinha a União com o
financiamento das Políticas Públicas.
Já em 1946, houve a descentralização do ensino, se fez ter a gratuidade
do ensino primário e também houve a transferência de uma parte da
responsabilidade para setores privados (incrementos).
Com a Constituição de 1988, o artigo 208 traz que o acesso ao ensino é
obrigatório e gratuito, sendo um direto público subjetivo, com obrigação dos
poderes públicos, assim, a educação escolar do campo torna-se um segmento
a parte, com isso criando implicações sociais e pedagógicas.
Hoje esses investimentos nem sempre são unilaterais, alçados apenas
pelas diferentes esferas governamentais (União, estados e municípios), mas sim
de instituições privadas e internacionais, principalmente em auxilio a países
emergentes como o Brasil, e que sofrem com as atividades do Fundo Monetário
Internacional – FMI.
A instituição de maior representatividade nos investimentos em educação
é o Banco Mundial (BM), fundado em 1944, com o objetivo inicial de auxiliar na
recomposição estrutural socioeconômica de países atingidos pela guerra,
incorporando durante a guerra fria países do terceiro mundo que se submetiam

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a empréstimos utilizados no estímulo a instalação das indústrias e consequente
desenvolvimento econômico (KORITIAKE, 2010).

Saiba Mais
Deve-se investir na formação profissional, no ensino voltado
para o campo (indústrias, e na tecnificação da produção
rural.

Em 1995, o Banco Mundial (BM), publicou um documento intitulado


Priorities and strategies for Education, que demarcava as principais diretrizes
necessárias para a educação básica de países em desenvolvimento,
recomendando em suma (BANCO MUNDIAL, 1995):

 A melhoria da qualidade e da eficácia da educação;


 A ênfase nos aspectos administrativos e financeiros;
 A descentralização e autonomia das instituições escolares;
 A maior participação dos pais e da comunidade nos assuntos escolares;
 O impulso para o setor privado e organismos não governamentais no
terreno educativo;
 A mobilização e alocação eficaz de recursos adicionais para a educação;
 Um enfoque setorial;
 A análise econômica como critério dominante na definição das
estratégias.

Koritiake (2010), ressalta que o BM entende que para que haja aumento
na qualidade educacional é necessário que se aumente a atenção para os
seguintes pontos: bibliotecas; tempo de instrução; tarefas de casa; livros
didáticos; conhecimentos e experiência do professor; laboratórios; salários do
professor; e tamanho da classe. O mesmo ainda cita que o BM recomenda o
investimento por prioridades, iniciando no aumento no tempo de instrução, oferta
de livros didáticos e no melhoramento do conhecimento do professor.

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Ao contrário do que possa parecer, o BM não tem a intenção de financiar
totalmente a educação, mas sim, auxiliar a União e os Estados que por si só,
argumentam carência de recursos financeiros e por tal motivo incapacidade,
minimamente parcial, de gerir a educação em seu território. Com tal argumento
o BM atua na melhoria da destinação de recursos e com contrapartidas
envolvendo tais melhorias já citadas anteriormente.
Surge então a descentralização da gestão educacional, onde agora o
Banco Mundial estimula o setor privado e organismos não governamentais de
cunho educativo a investir e participar efetivamente na tomada de decisões.
De certa forma, com os direcionamentos dados pelo Banco Mundial em
seu documento, mesmo deixando claro que “a educação é um direito universal”,
trata agora a mesma educação como uma ferramenta de melhoria nos resultados
de produtividade de forma mais eficiente e barata, tornando a educação uma
máquina mercantilista (KORIATIAKE, 2010).
Além do BM, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe
(CEPAL) de 1948, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) de
1946, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(UNESCO) de 1945 surgem com propostas de universalização da educação
como fonte de desenvolvimento socioeconômico e principalmente de formação
humana.

Saiba Mais
O trabalho apresentado pelo professor Luiz Antonio Koritiake
no XIX Simpósio Brasileiro e I Congresso Luso-Brasileiro em
2010, retrata as diferentes propostas de instituições
financeiras e internacionais para a melhoria na educação de
países, principalmente, emergentes.
Recomendo que faça a leitura desse artigo intitulado
Atuação dos organismos internacionais na educação, ao
qual destaca-se a facilidade da linguagem e a fluência entre
diferentes tempos da história recente da educação e seus
financiadores externos.

Pode-se concluir que historicamente a Educação do Campo vem sendo


inserida cada vez mais no contexto social como fonte de renovação de recursos

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tecnológicos, uma vez que com base no conhecimento adquirido no meio em
que se vive o aluno pode transformar o seu cotidiano. Além disso, percebe-se a
gama de fontes de investimento externas que as escolas recebem e quais as
principais fontes de recursos. É obvio que ainda hoje, pode-se perceber o
Governo Federal, os Estados e os Municípios como carro chefe de recursos
distribuídos para a educação, no entanto, pode-se perceber que mesmo com a
infinidade de impostos recolhidos, diversos países não são capazes de manter
seu sistema educacional em perfeita sincronia sem ajuda externa.

Resumo da Aula 01

Na aula foram abordados os principais marcos históricos da Educação do


Campo e também a inserção e importância do Banco Mundial e demais
instituições internacionais na promoção da educação em países emergentes
como o Brasil, com base na insustentabilidade financeira do sistema
educacional.

Atividade de Aprendizagem
Elabore um quadro com as instituições citadas nesta aula e
suas principais propostas para a educação nos países
emergentes. Lembre-se de destacar o tempo e a ideia principal
da instituição, bem como se ela é nacional, internacional,
privada ou pública.

Aula 2 – Política e Financiamento da Educação do Campo no Brasil

Apresentação da Aula 02

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Na aula será visto sobre o surgimento e o desenvolvimento das diferentes
formas de financiamento da Educação do Campo no Brasil. Conhecer-se-á
melhor os atores envolvidos nessa temática, dentre eles, quais são os principais
problemas enfrentados pelas esferas governamentais como localização
geográfica das Escolas do Campo, baixa densidade populacional na região das
escolas e etc.

2 Política e Financiamento da Educação do Campo no Brasil

A política da Educação do Campo no Brasil surge com a Constituição


Federal de 1988, passando pelas diferentes Leis de Diretrizes e Bases até os
dias atuais, onde se encontram estabelecidos termos como Educação do
Campo, População do Campo e etc. Assim, será visto sobre a questão da
Educação do Campo com base nas suas diversas fontes de financiamento,
programas e projetos que incluem melhorias para essa vertente educacional.
Falar-se-á sobre os principais movimentos que impulsionaram e as
reações por parte dos órgãos governamentais e tornaram o olhar sobre a
educação no campo um pouco mais direcionado.

“Art. 1o A política de educação do campo destina-se à ampliação e


qualificação da oferta de educação básica e superior às populações do
campo, e será desenvolvida pela União em regime de colaboração com
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, de acordo com as
diretrizes e metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação…”
(Decreto nº 7.352, de 4 de novembro de 2010)

2.1 Política para a Educação no Campo no Brasil

Ao analisar a história da Educação do Campo no Brasil, depara-se com


os principais entraves citados pelas instâncias governamentais como chave para
a falta de sucesso imediato, que são a localização geográfica e a baixa
densidade populacional das regiões onde existem Escolas do Campo. Esses
fatores agregam custos, uma vez que o deslocamento de profissionais da
educação, administrativos e itens de merenda escolar, bem como, luz, água e

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internet acabam encarecendo o processo de funcionamento da unidade escolar.
Somado a isso, a baixa densidade populacional traz ainda mais desvantagem
quando se estende o olhar para o panorama financeiro, uma vez que em função
da distância geográfica e do alto custo de manutenção da unidade escolar, a
mesma deveria receber um número alto de alunos, o que não ocorre em função
natural da densidade geográfica e da indisposição de alunos para percorrer
grandes distâncias entre a casa e a escola (BRASIL, 2006).
Culturalmente, o Brasil sofre ainda hoje com os resquícios da implantação
dos modelos de desenvolvimento na época colonial, onde eram privilegiadas as
classes urbanas, de pele branca e financeiramente favorecida. Restavam então
aos povos de cor negra e homens do campo a quase inacessível menor fatia da
educação imposta pelos colonizadores, uma vez que não se fazia necessário
educar escravos e suas proles. (CHAVES e FOSCHIERA, 2014). Somente eram
passados conhecimentos instrumental, para sua devida função, e não
conhecimentos universais.

Vídeo
Assista ao documentário da prefeitura do Ceará, Vida Maria, o
qual mostra como era a vida das pessoas no campo.
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=UBfEGXmpWiY

A ausência de políticas públicas específicas para as escolas do campo


tornaram essas unidades o foco do descaso, e mesmo com o país sendo um
gigante na produção agrícola e pecuária, a menção a essas escolas surgiu
apenas em 1827, com a determinação de que houvesse “escola de primeiras
letras” onde houvesse concentração populacional, e ressaltava ainda que onde
houvesse demanda, os professores que ainda não possuíam formação
específica para tal, deveriam então buscar em prazo reduzido e por conta própria
tal formação (NASCIMENTO, 2009; BRASIL, 2015; LIMA e SILVA, 2015).

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Saiba Mais
Indico a leitura do Artigo Política e Financiamento da
Educação do Campo no Governo Dilma Roussef: Balanço do
Programa Nacional de Educação do Campo -
PRONACAMPO escrito por Ailton Cotrim Prates e publicado
em 2014, que cita as principais barreiras enfrentadas pela
União e as falhas na implantação da Educação do Campo
através do PRONACAMPO.

Segundo Chaves e Foschiera (2014):

Propôs-se a implementação da Educação do Campo articulando a


construção de valores humanizantes, como solidariedade, democracia,
justiça e transformação social, considerando o modo de vida, os
significados e saberes das pessoas que vivem nesta localidade,
buscando valorizar suas relações culturais, econômicas de trabalho. A
Educação do Campo contrapõe-se à Educação Rural, pensada a partir
do urbano e utilizada para favorecer o agronegócio, como forma de
superar a cultura do camponês, considerada ultrapassada e ancorada
em técnicas arcaicas.

Como marcos simbólicos do surgimento e da construção do projeto


Educação do Campo, Munarim e Locks (2012), ressaltam dois momentos:

O primeiro aconteceu em 1997, quando da realização do I Encontro


Nacional de Educadores e Educadoras da Reforma Agrária (I ENERA),
tido como o marco inicial do “Movimento Nacional de Educação
Campo”. O segundo ocorreu em 2004, com a realização da II
Conferência Nacional de Educação do Campo, que contou com a
participação oficial do Ministério da Educação.

Segundo os autores, o primeiro marco demonstra a força da luta


resultante na construção da sociedade civil organizada no campo, e o segundo
a participação do Estado brasileiro nas políticas voltadas para a Educação do
Campo.
O domínio cultural no Brasil ainda é elitista por assim dizer, e imprime o
desfavorecimento da alfabetização, a elevação de escolaridade, cultura e
padrões de vida. Essa insatisfação é evidenciada ainda pelo acesso tardio a
educação por parte dos alunos e das escolas, que em determinadas regiões

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mais pobres não exibem condições mínimas para tornar-se um local de
aprendizado, aumentando a dívida que o país tem com as populações marginais
(PINHEIRO, 2007)
Fato é que as influências da forma de poder, durante anos, alteraram a
concepção de educação para todos, ou “educação universal”, que só foi
reconhecida com as reações vindas dos manifestos de 1932 – Manifesto
Pioneiros da Educação, que buscava o nascimento de políticas públicas voltadas
a Educação do Campo de forma democrática, e em 1942 pelas Leis Orgânicas
da Educação Nacional que tornou possível o ensino secundário e profissional
(De QUEIROZ, 2012).
A fixação da Educação do Campo como vertente importante da educação
urbana, deu-se com a consolidação da Constituição Federal de 1988, que
determinou o compromisso do Estado e da Sociedade Brasileira com a
promoção da educação a todos, garantindo assim o respeito e a adequação
cultural e regional de cada lugar, que mais tarde foi reforçada pela Lei de
diretrizes e bases de 1996, que prega a base comum da educação independente
da região onde a escola está inserida, e ressaltou a importância de que essa
base comum seja adequada a realidade regional local como o calendário escolar
de acordo com a dinâmica da rotina rural.

Saiba Mais
O “BOOM” da década de 60
 LDB da Educação Nacional de 1961 – Art. nº 105
“…os poderes públicos instituirão e ampararão serviços e
entidades que mantenham na zona rural escolas
capazes de favorecer a adaptação do homem ao meio e
o estímulo de vocações profissionais”.
 Meados da década:
o Escola-Fazenda (Enfoque tecnicista);
o Militarismo - Movimento Brasileiro de Alfabetização
(MOBRAL)

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Um marco importante na Educação do Campo foi em 1980, com a
resistência à Ditadura Militar, em que houve a inclusão da Educação do Campo
para se ter a redemocratização do País. Após esse fato, teve-se alguns
movimentos e programas que fizeram com que fosse repensada a sua forma:

• Movimento Nacional dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST);


• Comissão Pastoral da Terra (CPT);
• Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG);
• Movimento Eclesial de Base (MEB).
• Escolas famílias Agrícolas (EFAs)
• Casas Familiares Rurais (CFRs)
• Centros Familiares de Formação por Alternância (CEFAs)

A pedagogia da alternância surgiu em 1969 no Espírito Santo, e visava


conciliar o tempo com as atividades didáticas, relacionando e conciliando
também a escola e o ambiente escolar.

Saiba Mais
Leia o artigo Pedagogia de Alternância na Educação Rural,
o qual mostra como esta pedagogia funciona. Artigo de
Cinthia Rodrigues.
Disponível em:
https://novaescola.org.br/conteudo/2924/pedagogia-de-
alternancia-na-educacao-rural

Em 1988, a Constituição Federal veio consolidar o compromisso do


Estado e da Sociedade brasileira com a promoção da educação a todos,
garantindo o respeito a adequação cultural e regional de cada lugar.
Já a LDB de 1996, determinou a base comum a todas as regiões e a
adequação da educação e calendário escolar de acordo com a dinâmica da vida
rural. Assim, alguns aspectos devem ser trabalhados nessa educação
(QUEIROZ, 2011):

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• Terra e Trabalho
Lei de terras (1850): Posse através da compra; Realidade da terra no
Brasil; Características agrárias da região; Propriedade da terra; Como se dá a
Reforma Agrária no Brasil e na sua região.
Entender a dimensão do trabalho; Análise da atividades desenvolvidas no
campo e na cidade e suas potencialidades positivas ou negativas; Trabalho
individual, coletivo, cooperativismo no campo e na cidade.

• Os povos do campo: identidade, lutas e organizações

Quanto à diversidade sociocultural dos povos do campo, é preciso


conhecer, reconhecer, resgatar, respeitar e afirmar sua posição.

• Desenvolvimento sustentável

Quando se fala no desenvolvimento sustentável, no contexto de um país


igualitário, em que o desenvolvimento sustentável opera com base do
desenvolvimento local, se faz necessário criticar os processos de
sustentabilidade econômica, a sustentabilidade ecológica, sociopolítica e
cultural.
Sustentabilidade econômica: Desenvolvimento de atividades produtivas.
Sustentabilidade ecológica: Manutenção e recuperação dos recursos
naturais.
Sociopolítica: Solidariedade e fortalecimento dos laços sociais.
Cultural: Valorização, respeito e afirmação da diversidade cultural dos
povos do campo.

• Construção da cidadania

Para o estudo e aprofundamento da cidadania hoje, é oportuno pontuar


que essa participação, na Grécia, se restringia à esfera política, ou
como se denominou no mundo moderno, o cidadão grego tinha
somente direitos políticos. Ou seja, a cidadania surge a partir da
sociedade grega antiga que: negava o exercício da mesma para o
conjunto da população; restringia-a ao campo político; e isso favorecia,

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fortalecia e legitimava a sociedade contraditória e dividida. No mundo
moderno a compreensão de cidadania apresenta-a a partir de três
níveis, ou três direitos: civis, políticos e sociais. Os direitos civis são
aqueles necessários à vida, à liberdade, à propriedade e à igualdade.
É comum restringir a cidadania à conquista de direitos civis. Como,
fundamentalmente, os direitos civis estão ligados a “liberdade
individual”, é comum, principalmente na sociedade capitalista, insistir e
enfatizar, a conquista destes direitos e, muitas vezes, justificá-la pela
prática dos mesmos. Mas é preciso entender que os direitos civis não
são suficientes para realizar a cidadania plena. (REVISTA NERA,
2014, página 44)

2.2 Financiamento da Educação no Campo no Brasil

A constituição Federal da República dos Estado Unidos do Brasil, de 16


de Julho de 1934, em seu Artº 5, Inciso XIV, preconizava que, a União competia
privativamente, entre outros assuntos, “traçar as diretrizes da educação
nacional”. No mesmo texto, no Art.º 138 descreve-se, “cabe a União, aos
Estados e Municípios, entre outros, estimular a educação eugênica”, ou seja, os
fundos especiais e de índices orçamentários fixos.

Vocabulario
Eugênica – Faz referência aos estudos que buscam melhorar
as gerações humanas. Neste caso, o termo “eugênica” é
utilizado para referir-se a educação como uma forma de
melhorar a concepção humana mediante o ensino e a
formação de indivíduos com instrução diferenciada.

Mais especificamente sobre a educação, tal constituição prega, no seu


capítulo II, Artº 149:

A educação é direito de todos e deve ser ministrada, pela família e


pelos Poderes Públicos, cumprindo a estes proporcioná-la a brasileiros
e a estrangeiros domiciliados no País, de modo que possibilite
eficientes fatores da vida moral e econômica da Nação, e desenvolva
num espírito brasileiro a consciência da solidariedade humana.

Adiante, no mesmo capítulo, Art. 156, fixa a porcentagem mínima


destinada aos sistemas educativos:

22
A União e os Municípios aplicarão nunca menos de dez por cento, e os
Estados e o Distrito Federal nunca menos de vinte por cento, da renda
resultante dos impostos na manutenção e no desenvolvimento dos
sistemas educativos.
Parágrafo único - Para a realização do ensino nas zonas rurais, a União
reservará no mínimo, vinte por cento das cotas destinadas à educação
no respectivo orçamento anual (grifo nosso).

A partir daí, destinavam-se fixadamente os recursos oriundos de impostos


cobrados pelo governo, o que aumentou, em tese, a segurança do financiamento
educacional no país. No entanto, como fixado a arrecadação, os valores
variavam em função dos fundos arrecadados, ou seja, o percentual fixado nem
sempre correspondia a necessidade da educação como um todo, podendo faltar
recursos para o cumprimento dos compromissos com pessoal e outros.
Em 1946, a Constituição Federal, transfere a responsabilidade de
financiamento da Educação do Campo para as empresas de iniciativa privada,
não excluindo as de cunho agrícola. Mas em seu art. nº 168, ressalta que “o
ensino primário oficial é gratuito para todos; o ensino oficial ulterior ao primário
sê-lo-á para quantos provar falta ou insuficiência de recursos” (BRASIL, 1946)

Para Refletir
Em 1946, mesmo com o governo pregando igualdade e
gratuidade de ensino para todos, era assim que acontecia?
Os povos rurais recebiam a mesma atenção dada aos povos
dos centros urbanos? Reflita sobre isso.

Mesmo com ressalvas, tal constituição foi essencial ao dar importância ao


processo de descentralização do ensino, mantendo a responsabilidade da União
frente a manutenção escolar, vinculando recursos para as despesas com a
educação e assegurando a gratuidade da mesma até o final do ensino primário.
Uma grande confusão foi criada quando nesta mesma Carta, o governo
transferia para as empresas de cunho privado a responsabilidade sobre a
educação no campo. Isso por que com base na leitura, aparentemente, o
governo obriga, agora, a iniciativa privada de manter uma instituição pública, o

23
que na verdade se distanciava da realidade. Na Carta, a intenção da União era
descentralizar também as fontes de investimento da Educação do Campo, no
entanto, transferia à iniciativa privada, apenas a responsabilidade sobre os
incrementos do ensino na zona rural, ou seja, na formação profissionalizante dos
alunos, e deixava de fora as empresas agrícolas apenas de financiar a educação,
quando esta fosse voltada para a aprendizagem para o trabalho (BRASIL, 2008).
Anos depois, a Constituição Federal de 1988, estabeleceu nos artigos 205
e 208 que “A educação é direito de todos e obrigação do Estado e da Familia”,
e que, “O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia
de: Ensino Fundamental Obrigatório e Gratuito, assegurada inclusive, a sua
oferta gratuita para todos os que não tiveram acesso a ela na idade apropriada”
(BRASIL, 2010). Com isso percebe-se a evolução na legislação garantindo a
educação para todos e também acesso aos jovens e adultos que não tiveram
oportunidade de estudar na idade correta (LIMA e SILVA, 2015).
Mais especificamente sobre o financiamento da Educação do Campo,
pode-se, de forma resumida, seguir os pressupostos de Prates (2014), em que
o autor cita que as primeiras preocupações do governo com o financiamento da
Educação do Campo surgiram na CF de 1934 que assegurava, mesmo que
fragilmente, recursos para o atendimento da escola do campo como
responsabilidade do poder público. Na CF de 1946 o governo transfere mesmo
que de forma parcial, a responsabilidade de financiamento da Educação do
Campo para o setor privado, o que na CF de 1967 e na Emenda Constitucional
de 1969, assegura a educação primária como obrigatória aos empregados e
trabalhadores e seus filhos com idade entre 7 e 14 anos, sendo proporcionado
pelas empresas agrícolas e industriais. Por fim, fica então reconhecido pela CF
de 1988 e pela Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394/96, as particularidades da
realidade do campo considerando-o como parte integrante da sociedade e alvo
de financiamento do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental (FUNDEF) e de Valorização do Magistério, instituído pela Lei nº
9.424/96.
Com a CF de 88 se teve um aumento de 13% para 18% de contrapartida
pela União (Paralelo ao aumento tributário), porém com a Emenda Constitucional
nº 27/2000, se teve a desvinculação de impostos e se reduziu de 18% para
14,4%.

24
A lei acima referida, mais conhecida como Lei do FUNDEF, revogada mais
tarde pela Lei nº 11.494 de 2007, e a Emenda Constitucional 53/06 que cria o
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização
dos Profissionais da Educação Básica (FUNDEB), assegura que mesmo com a
criação de tal fundo, os Estados, o DF e os Municípios não ficam isentos da
manutenção e no desenvolvimento do ensino, e ainda fixa as seguintes
porcentagens de investimento:

I - pelo menos 5% (cinco por cento) do montante dos impostos e


transferências que compõem a cesta de recursos do Fundeb, a que se
referem os incisos I a IX do caput e o § 1º do art. 3º desta Lei, de modo
que os recursos previstos no art. 3º desta Lei somados aos referidos
neste inciso garantam a aplicação do mínimo de 25% (vinte e cinco por
cento) desses impostos e transferências em favor da manutenção e
desenvolvimento do ensino;
II - pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) dos demais impostos e
transferências.

A partir de então, os recursos oriundos da esferas governamentais


passaram a ser regulados pela CF e pelas leis somadas a ela como a citada
acima. Assim, em tese, a educação receberia os valores taxados e de acordo
com a arrecadação de impostos.

Saiba Mais
Sobre os valores pré-fixados de repasse para a educação,
leia a Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007, que
regulamenta o FUNDEB em continuidade/substituição ao
FUNDEF.

Pode-se então dizer que mesmo com a diversa base legal de políticas
voltadas para a desenvoltura da Educação do Campo e as diferentes fontes de
financiamento, muito ainda se tem que caminhar para atingir um nível aceitável
de equidade entre escola do campo e escola urbana.
Apesar de ter visto que as porcentagens repassadas à educação parecem
ser suficientes, ao olhar mais profundamente vê-se que por ser um país de
proporções continentais e consideravelmente populoso, esses valores

25
precisariam no mínimo ser triplicados para que as necessidades das escolas
chegassem próximas a serem atendidas.
Mesmo assim, nota-se uma evolução na legislação, mesmo que de forma
apagada, e resta lutar pelos direitos das futuras gerações alimentando-os com a
educação merecida para que o país siga rumo ao desenvolvimento sustentável.

Resumo da Aula 02

Aborda-se então as principais Políticas Públicas criadas com o intuito de


criar ou fortalecer a educação básica e consequentemente o envolvimento da
Educação do Campo no contexto global.
Assim, pode-se então dizer que, oriundos de um passado historicamente
recente, a Educação do Campo vêm ainda sendo negligenciada pelo governo,
andando a curtos passos, contrário do que rege a legislação.

Atividade de Aprendizagem
Com base no conhecimento expressado e através de pesquisas
bibliográficas, elabore um texto contendo as principais
legislações de incentivo FINANCEIRO a Educação do Campo.
NesSe texto, faça um breve resumo de cada legislação e ao
final encerre-o dando sua opinião sobre o assunto.

Aula 3 – Gestão de Recursos: Recursos Próprios; Programas e Projetos


Nacionais

Apresentação da Aula 03

Na aula serão vistos os mecanismos de gestão dos recursos destinados


à Educação do Campo e quais os programas e projetos nacionais de
investimento.

26
Será revisto o conteúdo das aulas anteriores, sempre buscando maior
entendimento da legislação vigente e das legislações passadas que regem as
instituições escolares do campo e seus financiamentos.
Então, será passado para as bases legais necessárias para os o
desenvolvimento suas atividades da disciplina e no seu ambiente de trabalho.

3 Gestão de Recursos

A destinação de recursos oriundos de fundos governamentais públicos ou


de fontes privadas é regida pelas legislações vigentes atuais, como visto nas
aulas anteriores. “Mas qual é a forma de gerenciamento desse dinheiro?” “Quem
gerencia?”
Com as aulas 1 e 2, já se sabe de onde vêm o recurso, nesta aula será
debatido sobre como se dá o gerenciamento do mesmo, incluindo as bases
legais necessárias para a regulação dessa atividade.
Além disso, a Educação do Campo conta com programas de auxílio ao
desenvolvimento das atividades educacionais nas escolas do campo, o que será
compreendido durante a presente aula.

3.1 Recursos Próprios Destinados à Educação do Campo

A fim de relembrar a aula a fonte do financiamento, as fontes legais de


destinação de fundos para a educação, serão elencados os principais pontos
para que se possa entender melhor o que vem a seguir:
 Constituição Federal de 1934: Assegurou que os recursos que
sustentariam a Educação do Campo deveriam ser oriundos de fundos do
poder público;
 Constituição Federal de 1946: O Governo passa parcialmente a
responsabilidade do financiamento dos incrementos da educação,
incrementos são como forma de melhorar o conhecimento adquirido pelos
alunos, buscando uma melhor formação profissional para o mercado de
trabalho, pós-escola (transfere a responsabilidade de financiamento da
educação do campo para o setor privado);

27
 Constituição Federal de 1967: na Carta, o governo transfere a
responsabilidade às empresas e indústrias ofertarem o ensino primário
gratuito aos empregados e seus filhos, no entanto, excluía as empresas
agrícolas de, em cooperação com o governo, ofertar educação primária
aos seus trabalhadores menores de idade.
 Emenda constitucional nº 1 de 1969: As empresas agrícola ou não e as
industrias ficam então responsáveis pela promoção da educação primária
obrigatória aos empregados em qualquer idade e seus filhos com idade
entre 7 e 14 anos. Além disso, a EC, reestabeleceu que 20% das receitas
tributárias dos municípios deveriam ser destinadas ao ensino primário.
 Constituição Federal de 1988: Reconhecendo a Educação do Campo
como de igual importância à educação da zona urbana, levando-se em
consideração suas particularidades culturais, regionais e geográficas,
mantendo-se a base curricular comum agora adequada a essa nova
realidade (aumento de 13% para 18%).
 Emenda Constitucional nº 27/2000: Desvincula os impostos, se tendo uma
queda de 18% para 14,4%.
 Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996: Reforça
o reconhecimento da Educação do Campo e suas particularidades e
indica a necessidade de atenção específica do governo à Educação do
Campo.
 Lei nº 9.424/96: Cria e regulamenta o Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério
(FUNDEF), com o objetivo de estabelecer os valores que deveriam ser
repassados as contas escolares agora contabilizado por aluno
frequentador das escolas rurais.

Analisando as bases legais expostas aqui, pode-se concluir que de forma


singela houve ao longo do tempo uma evolução legal no que tange a Educação
do Campo, no entanto, ao analisarmos mais profundamente, com exceção a
incrementação causada pela junção de financiamento oriundo de fontes
externas, tais como, industrias e empresas nacionais e programas de
financiamento direto, nada mudou. Ao longo dos anos, leis, decretos, emendas

28
e outras, apenas reafirmaram a anterior, pouco se evoluiu, principalmente
quando o assunto é a Educação do Campo.
Ainda deve-se considerar a pequena evolução que pode se notar no que
diz respeito a Educação do Campo, só pode ser descrito em função das lutas
encabeçadas por movimentos rurais. Então, pode-se dizer que muito ainda se
tem de avançar para atingir um patamar aceitável na Educação do Campo.

Saiba Mais
A cartilha “Educação do Campo: Rompendo cercas,
construindo caminhos…” produzida pela FETAEMG, em sua
2ª ed. Publicada em 2011, retrata a realidade dos
movimentos rurais e a luta que os mesmos travam em prol
da Educação do Campo de qualidade. Sugiro essa leitura
como parte do material exposto nesta aula para que suas
ideias sejam confrontadas com a realidade atual da
Educação do Campo.

3.2 Programas e Projetos Nacionais

Dentre os programas e projetos Nacionais de destinação e regulação de


recursos que se pode levar em consideração ao falar de Educação do Campo,
destaca-se os já citados anteriormente, como o FUNDEF e o FUNDEB, o
Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) e o Programa Nacional de
Alimentação Escolar (PNAE).
Será dado um breve resumo de cada um desses programas para que
fique clara a concepção dos mesmos no meio político e educacional.

3.2.1 FUNDEF e FUNDEB

O FUNDEF, criado e regulamentado em 1996, teve sua implantação


iniciada no Estado do Pará em julho de 1997, e no restante do país a partir de
janeiro de 1998.

29
O Fundo foi criado com o objetivo de diminuir a inequidade que existia na
distribuição das receitas arrecadadas através dos tributos cobrados pelos
Estados e Municípios, justamente por que esses valores destinados à educação
eram variáveis de acordo com critérios extrínsecos a realidade educacional,
como renda per capita e número de habitantes, sem prejuízo em seu repasse
(MEC).
A importância desse fundo vem com a nova maneira de se estruturar o
financiamento do Ensino Fundamental vinculando os recursos recebidos pelas
escolas exclusivamente para esse nível escolar, e vincula a distribuição dos
valores ao número de alunos matriculados na rede de ensino.
A composição de recursos do FUNDEF, recebida pelos Estados e
Municípios e parte da União e eram constituídas de 15% dos seguintes Fundos:

 Fundo de Participação dos Estados (FPE)


 Fundo de Participação dos Municípios (FPM)
 Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)
 Imposto dobre Produtos Industrializados, proporcional às
exportações (IPIexp)

A destinação desse recurso era exclusivamente voltada a “manutenção e


desenvolvimento do ensino primário”, sendo 60% do recurso destinado a:
 Pagamento de professores (parte poderia ser utilizada para a capacitação
de professores),

Também se tinha 40% destinado a:

 Remuneração e aperfeiçoamento de profissionais da educação;


 Aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e
equipamentos necessários ao ensino;
 Uso e manutenção de bens vinculados ao ensino;
 Levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas visando
precipuamente ao aprimoramento da qualidade e à expansão do ensino;
 Realização de atividades-meio necessárias ao funcionamento do ensino;

30
 Amortização e custeio de operações de crédito destinadas a atender ao
disposto nos itens acima;
 Aquisição de material didático – escolar e manutenção de transporte
escolar.

Vocabulario
Precipuamente – De maneira ou de modo precípuo; principal;
essencial; principalmente. Utilizado para indicar preferência
por algo.

Como resultado de sua implantação entre os 10 anos de sua vigência, o


FUNDEF conseguiu um acúmulo de 33% do montante global de recursos,
obviamente em decorrência da maior arrecadação de impostos pelos Estados e
Municípios, favorecendo assim a manutenção do Ensino Fundamental, melhor
redistribuição de renda para a educação e a valorização do magistério. Além
disso, o aumento de aproximadamente 7% do total global de alunos matriculados
nas escolas é tido como a maior conquista do Fundo (SEMEGHINI, 2001).
Em seguida, em decorrência do final da vigência do FUNDEF (1996 a
2006), foi então criado o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB).
Criado pela Emenda Constitucional nº 53/2006 e regulamentado pela Lei
nº 11.494/2007 e pelo Decreto nº 6.253/2007, o FUNDEB tem a mesma linha de
raciocínio do FUNDEF, diferindo em alguns pontos que também são tidos como
essenciais (BRASIL, 2008).
O FUNDEB, com início em 2007 e vigência prevista até 2020, é composto
por uma parcela de 20% dos seguintes impostos e transferências pautadas em
constituições:

 Fundo de Participação dos Estados (FPE);


 Fundo de Participação dos Municípios (FPM);
 Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS);

31
 Imposto dobre Produtos Industrializados, proporcional às exportações
(IPIexp);
 Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e doações de quaisquer bens
ou direitos (ITCMD);
 Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA);
 Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (cota-parte dos Municípios)
(ITRm);
 Recursos relativos à desoneração de exportações de que trata a LC nº
87/96;
 Arrecadação de imposto que a União eventualmente instituir no exercício
de sua competência (cotas-partes dos Estados, Distrito Federal e
Municípios);
 Receita da dívida ativa tributária, juros e multas relativas aos impostos
acima relacionados. (BRASIL, 2008).

A utilização dos recursos por parte das unidades gestoras são divididos
da mesma forma que os recursos do então extinto FUNDEF, onde 60% do
recurso total é destinado ao pagamento de professores e até 40% do fundo
destinado à:

 Remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e dos profissionais


da educação,
 Aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e de
equipamentos necessários ao ensino;
 Uso e manutenção de bens vinculados ao sistema de ensino;
 Levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas visando precipuamente
ao aprimoramento da qualidade e à expansão do ensino;
 Realização de atividades-meio necessárias ao funcionamento do ensino;
 Concessão de bolsas de estudo a alunos de escolas públicas e privadas;
 Amortização e custeio de operações de crédito destinadas a atender ao
disposto nos itens acima;
 Aquisição de material didático-escolar e manutenção de transporte
escolar.

32
Como o FUNDEB ainda está dentro do seu prazo de vigência, os dados
divulgados alcançados até agora são parciais, mas pode-se perceber que o seu
aumento em 5% no montante total de recursos arrecadados em comparação aos
15% do FUNDEF, proporciona um crescimento gradual no aporte destinado a
Educação básica. Além disso, a então firmada parceria entre estados,
municípios e União, aumentou o repasse da mais alta para as demais esferas
governamentais, e em consequência disso, pode-se notar, segundo Pinto
(2007), uma redução da desigualdade entre os Estados da Federação.

Art. 1o A política de educação do campo destina-se à ampliação e


qualificação da oferta de educação básica e superior às populações do
campo, e será desenvolvida pela União em regime de colaboração com
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, de acordo com as
diretrizes e metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação […]
(BRASIL, Decreto 7.352/ 2010, s/p).

A resolução nº 32 de 2 de agosto de 2013 visa:

• Melhoria na qualidade de ensino das escolas localizadas no campo;


• A necessidade de políticas públicas educacionais para as escolas
públicas do campo;
• Segurança, socialização e adequação ao aprendizado para professores e
alunos das escolas do campo.

3.2.2 Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE)

Outro programa criado pelo governo para aumentar a qualidade do ensino


básico é o PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola, criado a partir da Medida
Provisória nº 1.784, de 14 de dezembro de 1998 em substituição do então
conhecido como Programa de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental (PMDE).

Art. 1º Destinar recursos financeiros de custeio e de capital, nos moldes


operacionais e regulamentares do Programa Dinheiro Direto na Escola
(PDDE), a escolas públicas municipais, estaduais e distritais,
localizadas no campo, que tenham estudantes matriculados nas
escolas de educação básica, a fim de propiciar adequação e benfeitoria
na infraestrutura física dessas unidades educacionais, necessárias à

33
realização de atividades educativas e pedagógicas voltadas à melhoria
da qualidade do ensino e à elevação do desempenho escolar.
(Resolução nº 32 de 2 de agosto de 2013)

O PDDE tem como principal objetivo a descentralização dos recursos da


educação repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE), em caráter suplementar, ou seja, paralelo ao FUNDEF e depois
FUNDEB e contrapartidas da União, tornando então possível que os recursos
que eram destinados à educação, fossem agora geridos e fiscalizados pela
própria unidade escolar (BRASIL, 2006). Para tanto, as escolas englobadas no
programa eram:

 Escolas públicas de Educação básica (regular e especial);


 Escolas privadas de educação especial, mantidas por entidades sem fins
lucrativos, desde que estivessem recenseadas pelo Inep (Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) e em
pleno funcionamento.

Os objetivos do programa eram:


 Contribuir para a elevação da qualidade da educação básica, tornando
sua oferta equitativa;
 Reforçar a autonomia gerencial e a participação de alunos, pais de alunos,
professores, diretores e demais servidores da educação, colaboradores,
voluntários, nas unidades de ensino, com o propósito de tornar a escola
uma organização que propicie ensino de qualidade.

Para que esses objetivos pudessem ser contemplados, o governo impôs


então as unidades escolares beneficiárias tivessem uma Unidade Executora,
que são “entidades, instituições ou órgãos responsáveis pelo recebimento
execução e prestação de contas dos recursos transferidos pelo FNDE e em
nome das quais a autarquia abre contas bancárias para repassar o dinheiro”
(BRASIL, 2006).

34
Saiba Mais
A cartilha do Programa Nacional de Formação Continuada a
Distância nas Ações do FNDE – Módulo PDDE, traz
informações essenciais a sua formação profissional, pois
relata os principais fatos que permeiam o PDDE, desde a sua
concepção até sua gestão anual. Leia a cartilha que é de
didática suave e descontraída.

O programa visava:

• Cobertura de despesas de custeio (exceto pessoal e professores),


manutenção e pequenos investimentos;
• Transferência as escolas públicas (Ensino Fundamental) e Escolas de
Educação Especial (Filantrópicas) com no mínimo 20 alunos
matriculados;
• Prestação de contas anual dos recursos recebidos feita pela escola e
demonstrada ao Município.

3.2.3 Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)

Em março de 1955, o então presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira,


criou a Campanha da Merenda Escolar (CME) através do Decreto 37.106. Em
1979 o CME passa então a ser chamado de Programa Nacional de Alimentação
Escolar (PNAE). Os objetivos do PNAE são diversos, mas entre eles pode-se
destacar:

 Envolver todos os entes federados (estados, Distrito Federal e municípios)


na execução do programa;
 Atender às necessidades nutricionais dos alunos, no período em que
permanecem na escola;
 Contribuir para a promoção de hábitos alimentares saudáveis;

35
 Estimular o exercício do controle social;
 Propiciar à comunidade escolar informações para que possam exercer
controle sobre sua saúde;
 Dinamizar a economia local, contribuindo para geração de emprego e
renda;
 Respeitar os hábitos alimentares e vocação agrícola locais.

Os valores repassados ao PNAE - creditados em contas específicas


abertas pelas Unidades Executoras (explanado anteriormente), bem como o
monitoramento e sua fiscalização, são feitos pelo FNDE em caráter suplementar,
assim como o PDDE, e assim é possível que o Governo Federal avalie a
eficiência do programa (BRASIL, 2008).
Sendo assim, pode-se então considerar, após tantas bases legais e
comparativos, que a Educação do Campo ainda tem uma longa estrada para
seguir quando o assunto é pertinência de bases legais, pois, ao longo dos anos
as diferentes legislações tenderam a apenas enfocar pontos essenciais de suas
irmãs mais velhas, deixando de lado a evolução necessária para o andamento
do processo de melhoria da Educação do Campo.
Em contrapartida, ao analisar as diferentes formas de Programas e
Projetos destinados a gestão de recursos destinados à educação, ainda pode-
se perceber uma pequena esperança em meio ao atraso vivido pela Educação
do Campo.
Ainda que a passos lentos, a evolução não pode deixar de acontecer e os
Movimentos rurais precisam ser apoiados em seus limites legais para que a luta
continue em prol de um bem maior, que é a educação igualitária entre os povos
que vivem nas zonas urbanas e os que vivem na zona rural, respeitadas as suas
respectivas cargas socioculturais.

Resumo da Aula 03

Foram vistos as principais bases legais e programas e projetos criados


com o intuito de melhorar o repasse e a gestão de recursos das esferas
governamentais a Educação do Campo. Com isso, pode-se dizer que o Brasil,
mesmo necessitado de atualizações e olhares voltados com mais afinco para
36
essa vertente da educação, ainda busca em novas fontes, melhorias para a
formação de cidadãos.

Atividade de Aprendizagem
Elenque as principais características de cada programa
apresentado na aula e sua aplicabilidade em uma unidade
escolar. Imagine-se coordenador de uma unidade escolar de
Escola do Campo, agora que você terminou de conhecer todos
os programas citados durante a aula, elenque-os em ordem de
qualidade e aplicabilidade em sua escola.

Aula 4 – Programas para a Educação do Campo no Brasil

Apresentação da Aula 04

Na aula será abordado sobre os principais programas governamentais


direcionados a Educação do Campo. O Pronacampo, Escola Ativa, Saberes da
Terra e Pronera foram criados com o intuito de fortalecer o ensino destinado a
zona rural em todo o país.
Passou-se, nas aulas anteriores, pelos principais desafios políticos,
pedagógicos e financeiros encontrados pela Educação do Campo, bem como
pelas diferentes formas e fontes de financiamento e sua gestão administrativa.
Será abordado como funcionam esses programas e quais as perspectivas
que eles trazem sob a Educação do Campo, suas vertentes, fontes de
financiamento e fiscalização.

4 Programas para Educação do Campo

O governo federal pela Constituição Federal de 1988, determinou que a


educação básica deveria ser gratuita e um direito de todos, com isso, tornou-se
pública a cobrança de uma educação de qualidade e igualitária em todo o
território nacional.

37
Através da Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica
(04/2010/CEB/CNE) a União reconheceu a Educação do Campo como uma
modalidade de ensino diferenciada que deveria utilizar a base do ensino
universal ao passo que tinha total liberdade para adequar-se à realidade local,
religiosa, cultural, geográfica etc.
Assim, serão vistos os programas governamentais que foram pensados e
vem sendo executados para que o reconhecimento da Educação do Campo não
seja deixado de lado em meio a educação urbana.
O Decreto 7.352 de 2010 veio para instituir a Política de Educação do
Campo e o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA),
que é um apoio técnico-financeiro do MEC aos Estados, Distrito Federal e
Municípios (Educação Básica e Superior aos povos do campo).

4.1 PRONACAMPO

O Programa Nacional de Educação do Campo (PRONACAMPO), foi


instituído em 20 de março de 2012, através da Lei nº 12.695 de 25 de julho de
2012, com o objetivo de atuar em prol do desenvolvimento de ações direcionadas
ao apoio à Educação do Campo e a Educação Quilombola.
A concepção deste programa foi embasada nas discussões e lutas
travadas pelos diferentes movimentos sociais de cunho rural existentes na
época. Participaram da criação do PRONACAMPO, coordenados pelo Ministério
da Educação, os seguintes atores:

 Conselho dos Secretários Estaduais de Educação (CONSED);


 União dos dirigentes Municipais de Educação (UNDIME);
 Confederação Nacional dos Trab. Da Agricultura (CONTAG);
 Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Terra (MST);
 Fed. Dos Trabalhadores da Agric. Familiar (FETRAF)
 Educação do Semi-Árido Brasileiro (RESAB);
 Universidade de Brasília (UNB);
 Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

38
Fonte: Brasil, 2012

De acordo com o manual orientador do Programa PRONACAMPO, seu


objetivo compreendia:

Apoiar técnico e financeiramente os Estados, Distrito Federal e


Municípios para a implementação da política de Educação do Campo,
visando à ampliação do acesso e a qualificação da oferta da educação
básica e superior, por meio de ações para a melhoria da infraestrutura
das redes públicas de ensino, a formação inicial e continuada de
professores, a produção e a disponibilização de material específico aos
estudantes do campo e quilombola, em todas as etapas e modalidades
de ensino. (BRASIL, 2008).

Em suma, o programa foi concebido visando o acesso e a permanência


do aluno na escola, dando os devidos valores as características peculiares da
região. Para isso, foram então idealizados os preceitos do programa com base
em quatro eixos temáticos, Gestão e Práticas Pedagógicas; Formação inicial e
Continuada de Professores; Educação de Jovens e Adultos e Educação
Profissional; e Infraestrutura Física e Tecnológica (BRASIL, 2008).

Saiba Mais
O documento orientador do Programa Nacional de Educação
do Campo – PRONACAMPO é pontual ao trazer todas as
informações específicas necessárias para que qualquer
pessoa, profissional da educação ou não, possa entendê-lo,
desde sua concepção até sua gestão adminis-trativa. É
recomendado este manual não só como leitura, mas como
guia para sanar suas dúvidas durante o curso todo.

39
Sobre os eixos e seus programas destinados a melhorias na Educação do
Campo, pode-se destacar:

Eixo I – Gestão e Práticas Pedagógicas:

 Materiais didáticos e pedagógicos específicos aos anos iniciais do ensino


fundamental (Programa Nacional do Livro Didático – PNLD Campo);
 Através do Programa Nacional de Biblioteca da Escola – PNBE, nos anos
finais do ensino fundamental e médio, foram inseridas obras literárias com
especificidades agregadas relacionadas ao campo e as comunidades
quilombolas.
 Educação Integral aos estudantes das escolas do campo e quilombolas,
com acompanhamento pedagógico, destinação de recursos financeiros
para monitorias e aquisição de materiais, manutenção e ampliação dos
recursos para merenda escolar e investimentos em formação continuada
do quadro de profissionais docentes.
 Escola da terra – Apoio a formação de professores que atuam em turmas
multisseriadas dos anos iniciais do ensino fundamental, com objetivo
maior de fortalecer a escola como espaço de vivência sociocultural;
Eixo II – Formação de Professores:

 Formação inicial, continuada e pós-graduação através da Universidade


Aberta do Brasil; do Plano nacional de formação de professores da
educação básica (PARFOR); Instituições de educação superior públicas
e comunitárias; e Programa nacional de assistência estudantil (PNAES);

Eixo III – Educação de jovens e adultos e Educação profissional e


tecnológica:

 Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego no Campo


(PRONATEC Campo), através da expansão de cursos técnicos voltados
para o desenvolvimento do campo nos Institutos federais e nas Escolas
Técnicas Abertas do Brasil (E-Tec)

40
 Educação de jovens e adultos Saberes da terra, com o objetivo de elevar
a escolaridade de jovens e adultos paralelo ao desenvolvimento
sustentável do campo, ofertados nos anos iniciais e finais do ensino
fundamental integrado a qualificação profissional e ensino médio.

Fonte: Brasil, 2004

Saiba Mais
O Programa Saberes da Terra é um programa nacional de
educação integrada com qualificação social e profissional
para agricultores e suas famílias, que tem objetivo de
respeitar o direito dos povos do campo à Educação, bem
como suas características, necessidades e pluralidade
(gênero, étnico-racial, cultural, geracional, política,
econômica, territorial, etc), que iniciou em dezembro de 2005
em várias regiões (BA, PB, PE, MA, PI, RO, TO, PA, MG,
MS, PR e SC) e formou 5 mil educandos (nível fundamental
e qualificação profissional), ajudou na formação continuada
de 600 profissionais da educação, se teve uma construção
de uma metodologia de EJA + ensino profissionalizante e
elaboração de material didático diversificado com adaptação
para as diversas regiões.

Eixo IV – Infraestrutura física e tecnológica

41
 Apoio técnico e financeiro para construções de unidades escolares,
através do fornecimento de projetos contendo salas de aula, quadra
coberta, módulo de terra, módulo administrativo, módulo de serviço,
módulo de educação infantil e alojamentos.
 Educação digital na escola, disponibilizando laboratórios de informática,
projetor, laptop com conteúdo educacional para o aluno e ampliação do
acesso à internet.
 Programa Dinheiro Direto na Escola, disponibiliza recursos financeiros
para manutenção, conservação, aquisição e pequenos serviços de
instalação e equipamentos, além de promover o acesso melhorado a
energia elétrica para as escolas.
 Transporte Escolar, dando apoio aos sistemas de ensino através do
fornecimento de ônibus rural escolar, lancha escolar, bicicletas e
capacetes para o deslocamento dos alunos (BRASIL, 2008.

Saiba Mais
Há também o PROJOVEM CAMPO – SABERES DA TERRA,
o qual promove a reintegração de jovens ao processo
educacional, sua qualificação profissional e seu
desenvolvimento humano e cidadão, sendo as modalidades
do programa:
• Projovem Adolescente;
• Projovem Urbano;
• Projovem Trabalhador;
• Projovem Campo – Saberes da Terra.
Destinação: Escolarização (acesso e permanência) de
jovens agricultores/as (18 a 29 anos) em nível fundamental
na modalidade EJA, integrada à qualificação social e
profissional.
Desenvolvido por: Organismos Estaduais, Federais ou
municipais.

4.2 Programa Escola Ativa

42
O Programa Escola Ativa (PEA), criado em 1997 e implementado no
mesmo ano no Brasil, teve sua vigência inicial limitada a 10 anos, no entanto,
em 2007, ele teve sua continuidade vinculada à Secretaria de Educação
Continuada, Alfabetização e Diversidade, sendo então gerido agora pela
Coordenação-Geral de Educação do Campo, em 2009 passou por uma
reformulação pelo Ministério da Educação, sendo disponibilizado em seguida
para todos os Estados e Municípios (MELLO, 2013).

Fonte: Brasil, 2002

O Programa foi criado com apoio financeiro do Banco Mundial e do MEC,


e gerido pelo Fundo de Desenvolvimento da Escola (Fundescola), que
repassava e fiscalizava o repasse financeiro, direcionava orientações
pedagógicas e administrativas para as secretarias estaduais e municipais das
regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste brasileiras (RIBEIRO, 2011).
O programa Escola Ativa, foi criado com base na descentralização do
ensino de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº
9.394/96, de 20 de dezembro de 1996, com uma proposta metodológica para
classes multisseriadas rurais que entende que o processo ensino aprendizagem
nessas escolas deve ser baseado no ensino, tendo o aluno como ponto central,
considerando sua realidade social local, sendo o professor o responsável por
facilitar e estimular o aluno, a gestão administrativa da escola atuando de forma

43
participativa nas rotinas e por fim, valorizar o avanço em suas etapas (BRASIL,
2001).
O foco do programa, de acordo com Mello (2013), é a formação de
professores, melhoria da infraestrutura escolar, fornecimento e orientação de
uso de kits pedagógicos para classes multisseriadas. Além disso, e associado a
essa distribuição de materiais pedagógicos, foram distribuídos computadores e
impressoras, bem como valores em dinheiro para a melhoria na infraestrutura
escolar (BRASIL, 2006)

Amplie Seus Estudos


Todo o conhecimento que você necessita para entender
melhor a Educação do Campo no Brasil, politicamente
falando, podem ser adquiridos na leitura do texto
“Referências para uma política nacional de Educação do
Campo” elaborado pelo Ministério da Educação e
disponibilizado em 2003.

Em suas responsabilidades, o Programa Escola Ativa (PEA) deveria


(BRASIL, 2008a, p. 36):

 Apoiar os sistemas estaduais e municipais de ensino na melhoria da


educação nas escolas do campo com classes multisseriadas,
disponibilizando diversos recursos pedagógicos e de gestão;
 Fortalecer o desenvolvimento de propostas pedagógicas e metodologias
adequadas a classes multisseriadas;
 Realizar formação continuada para os educadores envolvidos no
Programa com base em princípios políticos-pedagógicos voltado às
especificidades e propostas pedagógicas do campo;
 Disponibilizar e publicar materiais pedagógicos que sejam apropriados
para o desenvolvimento da proposta pedagógica do Programa.

A justificativa de implantação do programa no Brasil, foi traduzida de uma


publicação em 1999 pela UNICEF e pelo Banco Mundial, relatando que:

44
O sistema promove um processo de aprendizagem ativo, centrado no
aluno, um currículo pertinente e intensamente relacionado com a vida
da criança, calendários e sistemas de aprovação e avaliação flexíveis,
uma relação mais estreita entre as escolas e a comunidade e a
formação de valores democráticos e participativos por meio de
estratégias vivenciais. Fornece, também, módulos de aprendizagem às
escolas, dotando-as de bibliotecas, e promove a capacitação do
professor para melhorar suas práticas pedagógicas. (BRASIL/ME,
1999, p.23).

Como resultado da implantação do referido programa, registrou-se um


aumento potencial no número de municípios atendidos, bem como o número de
escolas de 2007 a 2010 (MELLO, 2013). Isso indica o sucesso do programa
frente a realidade da Educação do Campo, tida cada vez mais como peça
fundamental de desenvolvimento da zona rural e consequentemente da
qualidade de vida de seus locais.
O PEA trouxe para a realidade das escolas do campo, uma nova forma
de se pensar as classes multisseriadas, levando-se em consideração, sempre,
a maneira de pensar e agir das populações locais, bem como seus costumes
culturais. Com isso, pode-se dizer que a escola do campo recebeu um novo
fôlego com a implantação e execução do Escola Ativa.

4.3 Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA)

Criado pelo Ministério Extraordinário de Política Fundiária, em 16 de abril


de 1998, pela Portaria nº 10/98, o PRONERA foi concebido com base nas lutas
dos movimentos sindicais e sociais de trabalhadores rurais em busca de seus
direitos no que tange a educação (BRASIL, 2004). Em 2001 o Programa foi
incorporado ao INCRA e em seguida foi aprovada a Portaria/INCRA/nº 837,
aprovando um novo Manual de Operações.

45
Fonte: Brasil, 2004

Com o objetivo geral de, somado a outros programas, fortalecer a


educação em áreas oriundas de reforma agrária, o PRONERA em seu manual
deixa claro os seguintes objetivos:

 Garantir a alfabetização e educação fundamental de jovens e adultos


acampados(as) e/ou assentados(as) nas áreas de Reforma Agrária;
 Garantir a escolaridade e a formação de educadores(as) para atuar na
promoção da educação nas áreas de Reforma Agraria;
 Garantir formação continuada e escolaridade média e superior aos
educadores(as) de jovens e adultos (EJA), e do ensino fundamental e
médio nas áreas de Reforma Agrária;
 Garantir aos assentados(as) escolaridade/formação profissional, técnico-
profissional de nível médio e curso superior em diversas áreas do
conhecimento;
 Organizar, produzir e editar os materiais didático-pedagógicos
necessários à execução do programa;
 Promover e realizar encontros, seminários, estudos e pesquisas em
âmbito regional, nacional e internacional que fortaleçam a Educação do
Campo.

46
Os efetivação do PRONERA frente aos avanços da Escola do Campo são
baseados na Inclusão, Participação, Interação e Multiplicação sempre
associando a educação e o desenvolvimento local.
Por fim, sobre o olhar pedagógico o PRONERA se insere no contexto
educacional como uma nova fonte de recursos/ferramentas, principalmente
administrativas, para a melhoria da gestão da Educação do Campo.
Pode-se concluir então que ao longo da história a Educação do Campo,
mesmo tendo sido marginalizada perante a legislação brasileira, vem sendo
contemplada com diferentes programas. Tais programas, buscando somar ao
conceito da Educação do Campo, sempre visarão melhorias pontuais, sejam
elas em sala de aula ou fora dela (administrativamente).
Para se ter uma real ideia do patamar em que a Educação do Campo está
atualmente no Brasil, é necessário que se conheça as legislações vigentes e
principalmente os avanços que podem ser contabilizados com a inserção desses
programas. No montante, a Educação do Campo hoje tem crescido frente os
olhos da sociedade, principalmente pelas lutas das diferentes organizações
sociorurais que defendem a luta pelos direitos do povo do campo.

Resumo da Aula 04

Analisou-se as legislações que envolvem os diferentes programas


educacionais voltados para a Educação do Campo. Além disso, conheceu-se
melhor os programas em sua constituição e aplicação nas escolas do campo,
assim como os avanços registrados em função dos mesmos em suas vigências.
O conteúdo ministrado durante a aula é formado por bases legais, o que
torna a leitura um tanto quanto cansativa, no entanto, sem ele não tem como se
considerar capaz de analisar a situação real da Educação do Campo atualmente.

Atividade de Aprendizagem
Você é o diretor de uma unidade escolar “Escola do campo” e
precisa melhorar a mesma em todos os sentidos.
Crie então um Programa ideal para suprir as necessidades
administrativas e educacionais. Além de gestor da unidade,

47
você deverá confeccionar um projeto que seja aprovado
(hipoteticamente) pelos governantes.

Resumo da Disciplina

A disciplina teve como objetivo de estudar os princípios básicos da


organização da educação escolar do campo, assim como funciona a sua
estrutura política e financeira, para isso, passando pela legislação pertinente na
área educacional, e para a Educação do Campo.
Foi abordado também os projetos existentes na Educação do Campo, o
gerenciamento dos recursos e ora quem deve ser prestado as contas da
instituições.
Os projetos abordados dentro da instituições foram o FUNDEF e
FUNDEB, Programa Dinheiro Direto na Escola, Programa Nacional de
Alimentação Escolar, PRONACAMPO, Saberes da Terra, Projovem Campo,
Programa Escola Ativa e Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária.
O objetivo principal da aula foi conhecer melhor a estrutura das escolas
do campo em sua vertente política, estrutural, metodológica e financeira, a fim
de reavaliar a situação das Escolas do Campo para sua melhor compreensão.

48
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Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em
cobrança de direitos autorais.

49
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