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Direito das mulheres e

injustiça dos homens (1832)

UFCG - CH
Capítulo I “Que caso os homens fazem das mulheres, e se é
com justiça”

Capítulo II “Se as mulheres são inferiores ou não aos


homens, quanto ao entendimento”

Capítulo III “Se os homens são mais próprios que as


mulheres para governar”

Capítulo IV “Se as mulheres são ou não próprias a


preencher os cargos públicos”

Capítulo V “Se as mulheres são naturalmente capazes de


ensinar as ciências ou não”

Capítulo VI “Se as mulheres são naturalmente próprias,


ou não, para os empregos”
Quando? 1832 Lugar social:

Nasceu no sítio Floresta, localizado no Rio


Crítica externa

Grande do Norte, em 1810;

Quem? Nísia Floresta Fez parte de uma reduzida elite de


Brasileira Augusta é o mulheres letradas;
pseudônimo adotado por Lutou pela educação igualitária para
Dionísia Gonçalves Pinto. mulheres e homens;

Foi uma das primeiras mulheres no Brasil


a romper os limites do espaço privado e a
publicar textos em jornais.

Destacou-se como indianista, abolicionista,


poetisa, feminista e educadora.
Crítica externa

Contexto histórico: Brasil Império;

Ideias liberais; Contexto em que a grande maioria das mulheres brasileiras viviam restritas
ao mundo da casa.

Recepção:
O que se tem em relação a recepção da sociedade da época a obra de Nísia, trata-se de
conjecturas, mas com algumas possibilidades de serem verdadeiras;
Em 1844, Joaquim Manuel de Macedo, publica o livro A Moreninha, em uma passagem do livro
Augusto expressa, em tom de zombaria, que a Moreninha já havia lido a Mary de
Wollstonecraft, irritando a jovem quando lhe solicitou "comenda para quando fosse Ministra
de Estado, e a patente de cirurgião do exército, no caso de chegar a ser general.” Na visão de
Duarte, as ideias expressas são com certeza nisianas, na obra em inglês não encontra-se a
ênfase na ocupação feminina de cargos políticos ou comando de tropas militares.
Crítica interna
As interpretações de Constância
Duarte

Duarte interpreta-o também como sendo a construção de


um pensamento em pé de igualdade com o europeu,
estabelecendo, a partir disso, o elo entre as ideias
europeias e o contexto nacional, embora se encontre com
os pensamentos de Wollstonecraft, os textos se
distanciam em razão das diferentes motivações de Nísia,
o público a que se destinava e as especificidades da
condição feminina no Brasil. Ela empreende uma espécie
de antropofagia libertária, à medida que se apropria das
concepções estrangeiras e devolve um produto pessoal.
Crítica interna

Nísia alega ter traduzido livremente do Há divergências a respeito disso, a pesquisadora


francês para o português o texto de Mary em literatura Maria Lúcia Garcia Pallares-Burke
Wollstonecraft, Vindication of the Right (1996), apesar de Nísia Floresta afirmar que seu
of Woman. texto fosse uma tradução livre do Vindication de
Mary Wollstonecraft, a publicação brasileira era
na verdade uma tradução do livro de Sophie,
pseudônimo de Mary Wortley Montagu (1689-
1762), que escreveu Woman not inferior to man,
em 1739. Polemizando a respeito, Pallares-Burke
chama a atenção para a prática comum do plágio
no contexto literário do século XVIII.
Em o Direito das Mulheres e Injustiça Ao atribuir a função de cuidar às
mulheres, a autora termina por
dos homens, é defendido o direito das
contribuir também para a construção e
mulheres à instrução e ao trabalho;
a cristalização de uma “mística
feminina”;
Para Nísia a essência da sujeição feminina
Não pretende com seu livro revoltar as
decorre do impedimento de as mulheres
mulheres contra os homens, nem de
terem boa educação. As mulheres não são
transformar a ordem presente das
inferiores quanto ao “entendimento”, à
coisas, relativamente ao governo e
competência, ao saber ou ao aprendizado.
autoridade, pretendia apenas fazer ver
Desempenhando tarefas de procriação, são
que seu sexo não é tão desprezível
essenciais ao “Estado Social”.
como os homens querem fazer crer.
A autora usa conceitos e doutrinas
iluministas; por meio da Retórica, inverte e
subverte os argumentos masculinos acerca
da inferioridade natural da mulher,
transformando cada desvantagem em
superioridade feminina.
Direito das mulheres e
injustiça dos homens (1832)

UFCG - CH

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