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metodo
´

Conforto térmico
Noções básicas
Caderno esquematizado para concursos públicos - versão 2.0
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: q Recursos para manter a temperatura neste patamar


FROTA, Anésia Barros; SCHIFFER, Sueli Ramos. Manual de Conforto (mecanismos de termorregulação): o suor, o arrepio, o
Térmico. São Paulo: Studio Nobel, 2001. esfregar as mãos, o vestir e o despir, a busca pela
LAMBERTS, Roberto; DUTRA, Luciano; PEREIRA, Fernando. Eficiência
sombra ou pelo Sol.
energética na arquitetura. São Paulo: PW Editora, 1992.
BARROSO-KRAUSE, C. Desempenho Térmico e Eficiência Energética em ´
2-TROCAS TERMICAS ENTRE O HOMEM E O AMBIENTE
Edificações.Rio de Janeiro: Eletrobras PROCEL/UFAL, 2011.
O corpo humano é um sistema
LABEEE/UFSC . Disponível em http://labeee.ufsc.br/
termodinâmico (uma máquina térmica),
1-O HOMEM E SUAS NECESSIDADES AMBIENTAIS que produz calor e interage com o
ambiente para alcançar o balanço
O estudo do CONFORTO AMBIENTAL
térmico. Existe uma constante troca de
é dividido usualmente em três
conforto conforto conforto calor entre o corpo e o meio.
grandes grupos:
térmico acústico lumínico 1-TROCAS SECAS (envolvem 2-TROCAS ÚMIDAS (envolvem a
variações de temperatura): água): evaporação e condensação.
O que é o conforto térmico?
condução, convecção e radiação.
É um estado da mente que expressa
SATISFAÇÃO do homem com o
O calor perdido para o ambiente é O calor perdido para o ambiente é
ambiente térmico que o circunda.
denominado CALOR SENSÍVEL, em denominado CALOR LATENTE e envolve
Fonte: American Society of Heating Refrigeration
função das diferenças de tem- mudança de estado de agregação. Ex: o
and Air Conditioning Engineers
peratura entre o corpo e o ambiente. suor passa para o estado gasoso
q O conforto térmico é uma sensação individual, subjetiva, através da evaporação.
que reflete a satisfação com o ambiente térmico
1-TROCAS SECAS
envolvente. CONVECÇÃO: troca de calor entre 2
q O homem é um animal homeotérmico, ou seja, sua energia corpos, sendo um deles sólido e o outro
CONVECÇÃO

vital é conseguida através de fenômenos térmicos em um um fluido (líquido ou gás).


processo fisiológico chamado metabolismo. RADIAÇÃO: troca de calor entre 2 corpos
que guardam entre si uma distância,
ÃO
20% da energia: transformada em DUÇ
através de sua capacidade de emitir e de CON
potencialidade de trabalho. absorver energia térmica.
80% da energia: transforma-se em calor CONDUÇÃO: troca de calor entre 2
que deve ser eliminado para que a corpos que se tocam ou mesmo partes
O organismo, através do temperatura interna – em torno de 37°C do corpo que estejam a temperaturas RADIAÇÃO
metabolismo, adquire energia. – seja mantida constante. diferentes.

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2-TROCAS ÚMIDAS NEUTRALIDADE TÉRMICA


EVAPORAÇÃO: proveniente da
VAPOR D´ÁGUA q Estado físico no qual todo o calor gerado pelo
mudança do estado líquido para o
organismo através do metabolismo é trocado
gasoso.
em igual proporção com o ambiente (não há
CONDENSAÇÃO: proveniente da
CONDEN- acúmulo ou perda excessiva de calor)
EVAPORAÇÃO mudança do estado gasoso do
SAÇÃO
mantendo a temperatura corporal constante.
vapor d’água contido no ar para o CONFORTO TÉRMICO
ÁGUA LÍQUIDA estado líquido. q Neutralidade térmica é uma condição
necessária, mas não suficiente, para que uma
q As trocas higrotérmicas ocorrem todo NEUTRALIDADE
pessoa esteja em conforto térmico. TÉRMICA
o tempo e podem mudar de sentido, de
E
perda (ilustradas em azul) para ganho 3-VARIAVEIS ´
´ DO CONFORTO TERMICO
(ilustradas em vermelho) de calor,
R
R
conforme mudança de local, de M
Cv
momento (dia/noite), de vestuário (em
função da resistência térmica da
vestimenta) ou de atividade (taxa
C
metabólica).
M- metabolismo, ou a produção de calor interno do corpo; Variáveis como idade, sexo, raça,
R- trocas por radiação: entre o sol e o corpo, entre o corpo e a abóbada celeste, hábitos alimentares, peso, altura etc.,
entre o corpo e os demais corpos (paredes, teto, móveis etc.); também exercem influência nas
C- trocas por condução (contato): entre o corpo e toda superfície que ele toca; condições de conforto!
Cv- trocas por convecção: entre o corpo e o ar que está em seu contato direto;
E- trocas por evaporação/sudação: eliminação do calor pela troca pulmonar, na VARIÁVEIS HUMANAS
expiração, e através da pele, pelos poros. 1- METABOLISMO (met)
Para cada indivíduo, o metabolismo, a Quanto maior a atividade
A insatisfação pode ser Balanço térmico não estável:
partir de um valor básico de sobrevivência, física, tanto maior será o
causada pela sensação de quando há diferenças entre o calor
varia em função do tipo de atividade calor gerado pelo meta-
desconforto pelo calor ou produzido pelo corpo e o calor
exercida, da idade e do estado de saúde. bolismo.
pelo frio. perdido para o ambiente.
q A quantidade de calor em Kcal/h a ser retirada de
um ambiente, para levar a sua temperatura e a
sua umidade relativa a valores recomendáveis
CALOR PRODUZIDO PELO METABOLISMO
para o conforto é chamada de CARGA TÉRMICA.

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2- VESTIMENTA (clo) 3- VELOCIDADE DO AR (m/s)


q Medida com um anemômetro, o valor deste
0,40
O somatório de peças
parâmetro modifica as trocas de calor por
de roupa produz o ín-
0,19 0,04 0,11 0,02 0,04
dice de resistência convecção e evaporação de uma pessoa, retirando o
0,91 ar quente e a água em contato com a pele com mais
térmica final para a
0,04 0,05 0,04 vestimenta. eficiência e assim, reduzindo a sensação de calor.
0,28 0,25 0,25

q A vestimenta impõe uma resistência térmica entre q O ar se desloca pela diferença de densidade,
o corpo e o meio, representando uma barreira para onde o ar quente sobe e o ar frio desce
as trocas de calor por convecção. (convecção natural).
Ex: roupas longas em climas quentes e secos (o suor CONVECCAO NATURAL
evaporado permanece entre a pele e a roupa, criando q Quando o ar se desloca por meios mecânicos (ventilador),
um microclima ameno e diminuindo a perda de líquido). o coeficiente de convecção aumenta, aumentando a
sensação de perda de calor (convecção forçada).
VARIÁVEIS AMBIENTAIS
Umidade do ar + velocidade do ar = Perda de calor por evaporação
1-TEMPERATURA DO AR (°C)
4- UMIDADE RELATIVA DO AR (%)
q É a temperatura de bulbo seco do ar que está em
contato com o corpo de um indivíduo. É aferida q O termo umidade descreve a quantidade de vapor d’água no ar.
com termômetro de bulbo seco e utilizada para q Umidade baixa: capacidade maior do ar em absorver vapor d’água
determinação da transferência de calor por (mais evaporação).
convecção entre o indivíduo e o ambiente ao seu q A umidade pode ser expressa como um valor absoluto ou relativo.
TERMÔMETRO COMUM
redor. A umidade relativa fornece a quantidade de vapor
2- TEMPERATURA RADIANTE MÉDIA (°C) d´água no ar em relação à quantidade máxima que pode
q É aferida com termômetro de globo conter, a uma determinada temperatura e pressão.
e corresponde à temperatura
TEMPERATURA 25 °C 25 °C 25 °C
uniforme de um ambiente fechado
imaginário em que a transferência QUANTIDADE DE 5g/kg 10g/kg 20g/kg
VAPOR D´ÁGUA
de calor radiante vindo do corpo
humano é igual à transferência de CAPACIDADE 20g/kg 20g/kg 20g/kg

calor radiante no ambiente real não AMBIENTE IMAGINÁRIO 5/20 = 25%


UMIDADE RELATIVA 10/20 = 50% 20/20 = 100%
uniforme. Não pode mais absorver
vapor d’água (saturado)

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´ CLIMATICAS
5-VARIAVEIS ´
1-RADIAÇÃO q A ra d i a ç ã o s o l a r é a e n e r g i a
proveniente do sol que atinge a Terra.
Varia em função da latitude, época
do ano, hora do dia, nebulosidade e
Q

poluição do ar.
q A maior influência da radiação solar é
na distribuição da temperatura no
q A CARTA PSICROMÉTRICA é uma representação gráfica das propriedades e globo.
do comportamento do ar atmosférico frente as variações de temperatura e HORÁRIO DO DIA (movimento de rotação)
umidade. Permite representar graficamente o comportamento da umidade
10:00 h 12:00 h
relativa do ar, dentre outras propriedades do ar úmido, conhecendo os valores 8:00 h 14:00 h
E
6:00 h
das temperaturas nos termômetros de bulbo seco e bulbo úmido.
16:00 h

4-TIPOS DE CLIMAS 18:00 h


1-MACROCLIMA: são observadas as N S
20:00 h
características climáticas de uma região,
21:00 h S N
normalmente medidas em estações O
meteorológicas. q A radiação varia ao longo do dia para um mesmo local em função, entre
2-MESOCLIMA: é o clima geral outros aspectos, do movimento de rotação da Terra (sucessão do dia e
modificado de forma local por noite e variação da altura solar e, por consequência, da obliquidade dos
diversos aspectos como relevo, raios solares).
altitude, urbanização, etc. LATITUDE
q A latitude é a distância, contada em graus, a partir
3-MICROCLIMA: está diretamente relacionado da linha do Equador, no sentido norte e sul. A
à escala da edificação e de seu entorno radiação solar varia com a latitude (influencia na
Equador
imediato, sendo influenciado pelas conse- obliquidade dos raios solares): muita radiação perto
quências das outras escalas climáticas e do Equador e pouca radiação nas altas latitudes.
também pela interferência direta no local onde NEBULOSIDADE DO CÉU
se encontra a edificação. q A quantidade de radiação que atinge a superfície terrestre varia devido
No mesoclima e no microclima são observadas as alterações locais na às condições atmosféricas e meteorológicas. Logo, um dia chuvoso e
radiação solar, temperatura do ar, umidade e vento, entre outros. nublado recebe menos radiação do que um dia de céu limpo.
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ESTAÇÕES DO ANO
2- TEMPERATURA
q A radiação solar varia também ao longo do ano
devido ao movimento de translação, que faz
q A temperatura do ar não é consequência da
com que a Terra percorra uma trajetória num ação direta dos raios do sol. O processo
plano inclinado em relação ao Equador. Este ocorre indiretamente: a radiação solar atinge
ângulo origina quantidades de radiação solar o solo onde é absor vida em par te e
distintas nos 2 hemisférios ao longo do ano, t ra n s f o r m a d a e m c a l o r. P o r t a n t o , a
caracterizando-se por solstícios (verão e temperatura do solo aumenta e, por
inverno) e pelos equinócios (primavera e convecção, aquece o ar.
outono). A temperatura do ar será consequência de um balanço energético no qual
intervêm:
5 q A radiação solar incidente e o coeficiente de absorção da superfície
1
2
q O calor por radiação pode ser
receptora;
dividido em 5 partes:
q A condutividade e a capacidade térmica do solo que determinam a
1-RADIAÇÃO SOLAR DIRETA (ON-
transmissão de calor por condução;
3 DA CURTA): parcela que atinge
q As perdas por evaporação, convecção e radiação.
diretamente a Terra. É um fator
q Pode-se conhecer o comportamento da temperatura de um local a
que influencia na temperatura do
partir das normais climatológicas.
ar, nas diferentes estações do ano.
4 3- UMIDADE
q A umidade do ar é regulada pela vegetação e
2- RADIAÇÃO SOLAR DIFUSA (ONDA CURTA): parcela que sofre um pelo ciclo hídrico. O regime de chuvas, aliado
espalhamento pelas nuvens e pelas partículas da atmosfera, sendo a fontes de lagos, rios e mares regula a
refletida na abóbada celeste e nas nuvens e re-irradiada para a terra. umidade através da evaporação enquanto a
vegetação atua na umidade do ar através da
3- RADIAÇÃO SOLAR REFLETIDA PELO SOLO E PELO ENTORNO (ONDA
evapotranspiração.
CURTA);
q Os efeitos da umidade sobre o clima são sentidos tanto nas
4-RADIAÇÃO TÉRMICA EMITIDA PELO SOLO AQUECIDO E PELO CÉU
temperaturas quanto no regime de chuvas. A água, em razão de seu
(ONDA LONGA);
calor específico, tende a conservar por mais tempo as temperaturas,
5- RADIAÇÃO TÉRMICA EMITIDA PELO EDIFÍCIO (ONDA LONGA).
fazendo com que haja uma menor variação delas, ou seja, a amplitude
térmica (diferença entre a maior e a menor temperatura) é menor
quanto maior for a umidade do ar.

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DURANTE O DIA DURANTE A NOITE


MOVIMENTAÇÃO DO AR POR DIFERENÇA DE PRESSÃO ATMOSFÉRICA
DURANTE O DIA DURANTE A NOITE
Movimento do ar: do mar para terra Movimento do ar: da terra para o mar
CLIMAS
´
DESERTICOS

O sol e a aridez reduzem a O calor se dissipa rapidamente TERRA TERRA


umidade local. Não há quando anoitece, já que a ausência de
formação de nuvens, já que nuvens impede que ele seja retido. MAR MAR
existe pouco vapor d´água na O solo seco só absorve calor numa
atmosfera. camada muito fina, que se resfria em Isso se deve ao fato da terra se aquecer mais facilmente que a água.
pouco tempo. Durante o dia, o ar próximo ao solo Durante a noite, a terra resfria mais
4- VENTO facilmente e a água que armazenou o
se aquecerá, subirá e permitirá o
movimento do ar fresco do mar para calor durante o dia aquece o ar próximo
a terra. permitindo a sua subida e a substituição
pelo ar fresco vindo da terra.
~
´
6-DESEMPENHO TERMICO DAS EDIFICACOES
1-TROCAS POR RADIAÇÃO ENTRE A CONSTRUÇÃO E O ENTORNO
q Quando projetamos, por exemplo, uma fachada, estamos colocando
q É o deslocamento de massas de ar devido à diferença de pressões na um anteparo entre o homem e o Sol (durante o dia) e a calota celeste (o
atmosfera. Varia em frequência, direção e velocidade. tempo todo). Esta situação induz a uma troca por radiação em duas
q As condições do vento local podem ser alteradas com a presença de etapas:
vegetação, edificações e outros anteparos naturais ou artificiais, q Entre o Sol e a parte externa
permitindo tirar partido deles para canalizar os ventos, desviando-os da fachada.
R
ou trazendo-os para a edificação. q Em outro momento entre a
q Regiões de topografia face interna da fachada e o
R
acidentada desviam o usuário.
Cv q A troca por condução se
vento, alterando sua direção R
M encarregará de fazer a
e velocidade, ou podem 1%

Cv C
canalizá-lo, aumentando ligação entre as duas faces
sua velocidade. da parede.

C
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q O resultado da primeira troca térmica - aquecimento ou resfriamento 3- LAREIRA


da face externa da fachada - se dará em função do balanço entre o q A fonte de calor encontra-se aprisionada
ganho (do Sol ou de outro elemento com maior temperatura à sua dentro de um compartimento, que se
volta) e a perda (para a calota celeste ou outro elemento com menor bem projetado, só permite trocas por
temperatura à sua volta) que possa ocorrer. radiação pela abertura projetada.
q O ganho e perda mencionados
A radiação não esquenta o ar diretamente. O ar se aquece indiretamente pela
ocorrerão em função da capacidade
troca por convecção provocada pelo aumento de temperatura das superfícies
dos elementos externos de emitirem atingidas pela radiação, emitida em sua direção pela lareira.
e absorverem o calor por radiação.
4-TROCAS POR CONDUÇÃO ENTRE A CONSTRUÇÃO E O ENTORNO
absorve 98% absorve 90% absorve 20% q São responsáveis pelo “trânsito” do calor no
interior dos elementos construtivos.
q Propiciam a propagação do calor através de um
corpo homogêneo ou entre camadas distintas
de um corpo em temperaturas diferentes.
q Uma superfície pintada de preto fosco representa uma capacidade de O fluxo de calor variará em função:
absorção bem maior em relação à mesma superfície com um q Da diferença de temperatura;
revestimento com tinta branca óleo. q Da densidade do material (o ar enclausurado é melhor isolante que a
2-EFEITO ESTUFA matéria);
q A radiação solar (ONDA CURTA) q De sua condutividade (que depende de sua natureza físico-química,
que entra por uma abertura no ONDAS CURTAS onde materiais amorfos são menos condutores que os cristalinos);
edifício incide nos corpos, que se q De sua taxa de umidade (água é mais condutora do que o ar).
aquecem e emitem radiação de Condutibilidade térmica do material
ONDA LONGA. ONDAS LONGAS (λ): fluxo de calor que passa, na
q O vidro é transparente às ondas VIDRO unidade de tempo, através da unidade
curtas mas, quando esta radiação de área de uma parede.
atinge um componente opaco e é
O efeito estufa pode ter boa q A resistência térmica de uma parede será o resultado da razão entre a
transformada em calor, o vidro
aplicabilidade em climas frios! espessura a ser utilizada pela capacidade de condução
retém este calor (ondas longas)
(condutividade) do material utilizado.
dentro do ambiente.
q Quando tratarmos de paredes compostas por várias camadas será
q Outro exemplo de aplicação do uso consciente da radiação na arquitetura é o
teto radiante (ou piso radiante), muito utilizado em países de clima frio. necessário efetuar a somas das resistências de cada uma.

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q O ar possui uma condutividade térmica baixa e pode ser utilizado, quando ´ ´


7-INDICES E MODELOS DE CONFORTO TERMICO
enclausurado em câmaras com até 5 cm de espessura, por exemplo, para Os índices de conforto térmico foram desenvolvidos com base em
reduzir a eventual troca de calor por condução. diferentes aspectos do conforto e podem ser classificados em:
q As trocas de calor por condução, ao contrário das por radiação, não se q ÍNDICES BIOFÍSICOS: se baseiam nas trocas de calor entre o
interrompem ao simples cessar da presença da fonte de calor. corpo e o ambiente
Verifica-se com frequência q ÍNDICES FISIOLÓGICOS: se baseiam nas reações fisiológicas
nas edificações submetidas a originadas por condições conhecidas de temperatura seca do
forte insolação, ambientes ar, temperatura radiante média, umidade do ar e velocidade do
internos que permanecem
ar;
quentes muitas horas depois
Durante o dia: Durante a noite:
q ÍNDICES SUBJETIVOS: se baseiam nas sensações subjetivas
do pôr do sol.
acumula calor diurno libera o calor para o interior de conforto em condições em que os elementos de conforto
Esse caráter transiente é função da A MASSA TÉRMICA de um edifício é térmico variam.
maior ou menor capacidade de a capacidade que alguns materiais Para prever o conforto térmico dos usuários, foram desenvolvidos
absorção, armazenamento e têm de absorver calor. Também é a vários modelos envolvendo as variáveis citadas anteriormente. O
transmissão do fluxo térmico de velocidade com que este calor é estudo do conforto térmico pode ser dividido em duas
cada elemento construtivo liberado para o ambiente. abordagens distintas:
q MODELO ESTÁTICO (ou Método de Fanger): baseado no
Capacidade de armazenamento antes de balanço de calor, considerando o homem como um simples
transmitir o fluxo de calor receptor passivo do ambiente térmico. Fanger criou uma
escala de sensação térmica que varia de -3 (muito frio) a 3
q Em resumo, a inércia térmica é a capacidade de um elemento de armazenar (muito calor).
calor e liberá-lo lentamente. Pode ser usada para o resfriamento ou para o q MODELO ADAPTATIVO: considera o homem como um agente
aquecimento da edificação ativo, que interage com o ambiente em resposta às suas
q MATERIAIS COM ALTA MASSA TÉRMICA: sensações e preferências térmicas. Esse método é indicado
alvenaria, concreto e pedra. para estimar o conforto térmico em ambientes naturalmente
q Tem a capacidade de absorver, armazenar e ventilados.
liberar calor lentamente (atraso térmico). As normas internacionais ASHRAE Standard 55 e ISO 7730
q Componentes de alta inércia térmica abordam o modelo estático como metodologia para avaliação do
funcionam como uma bateria térmica conforto térmico em edificações, representada por meio dos
q MATERIAIS COM BAIXA MASSA TÉRMICA: índices PMV (Voto Médio Predito) e PPD (Porcentagem de
madeira, vidro ou aço. Pessoas Insatisfeitas).

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PMV: o “Voto Médio Predito” é um índice que prevê um valor médio q O diagrama de Olgyay é desenhado entre dois eixos, sendo o eixo vertical o
de sensação térmica de um grande grupo de pessoas, segundo a da temperatura do ar e o eixo horizontal o da umidade relativa do ar.
escala de de 7 pontos (ASHRAE). q A carta bioclimática utilizada no Brasil é baseada nos estudos de Givoni, da
PPD década de 1990, que desenvolveu uma carta bioclimática adequada para
%
Pessoas 95 países em desenvolvimento, construída sobre um diagrama psicrométrico.
insatis- 60
feitas
40 CARTA BIOCLIMATICA DE GIVONI
20 Zona de conforto
10
Ventilação Natural
5
PMV Inércia térmica p/ resfriamento
-3 -4 -1 0 1 2 3 Voto médio Resfriamento Evaporativo
FRIO CALOR Predito
Umidificação
Foi criado através de análises estatísticas e resultados obtidos por Fanger
Ar condicionado
em estudos na Dinamarca em câmaras climatizadas.
Inércia térmica p/ aquecimento
Devido à variação biológica entre as pessoas, é impossível que
Aquecimento solar passivo
todos os ocupantes de um ambiente se sintam termicamente
Aquecimento artificial
confortáveis ao mesmo tempo. O PPD (porcentagem de pessoas
insatisfeitas) estabelece a quantidade estimada de pessoas
insatisfeitas dentro de um ambiente. Desta forma caracteriza-se o clima
São necessários para a elaboração
´
8-ESTRATEGIAS ´
BIOCLIMATICAS da carta bioclimática de Givoni, os local e as variáveis bioclimáticas da
Na década 1960, Olgyay desenvolveu o conceito de CARTA valores da temperatura máxima, região.
BIOCLIMÁTICA, que visa determinar estratégias de adaptação da temperatura mínima, temperatura
objetivo
arquitetura ao clima baseada nas condições externas. média e a umidade relativa do ar.
Indicar diretrizes para o projeto arquitetônico em forma de estratégias
UMIDIFICAÇÃO bioclimáticas mais adequadas para melhor adaptar a edificação ao clima
VENTILAÇÃO
local.
PROJETO BIOCLIMÁTICO:
ZONA DE CONFORTO Adequação da arquitetura
21°C
ao clima local visando
atingir um desempenho
térmico adequado.

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CARTA BIOCLIMÁTICA ESQUEMÁTICA DE GIVONI COM SEPARAÇÃO Os sistemas passivos de Pelo vento ou por diferença de
DAS NOVE ZONAS DE ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS ventilação baseiam-se em temperatura, o que configura 2 tipos
diferenças de pressão principais de ventilação passiva: a
1- ZONA DE
CONFORTO para mover o ar fresco podem ser V E N T I L A Ç Ã O C R U Z A D A e a
através dos edifícios causadas V E N T I L A Ç Ã O P O R E F E I T O
CHAMINÉ.

VENTILAÇÃO POR EFEITO CHAMINÉ


O ar mais frio, mais denso, exerce
pressão positiva, o ar mais quente, por
tornar-se menos denso, exerce baixa
pressão e tende a subir criando
q Para condições climáticas que resultem em pontos delimitados
correntes de convecção. Aberturas em
por esta região existe uma grande probabilidade das pessoas
diferentes níveis podem gerar um fluxo
perceberem a sensação de conforto térmico.
O ar quente sobe e o ar frio desce por de ar ascendente retirando o ar quente
q Os limites desta zona estão entre 18ºC e 29°C e entre 20% e 80% de
diferença de densidades através de lanternins, exaustores e
umidade relativa.
aberturas zenitais.
VENTILAÇÃO CRUZADA
2- ZONA DE
VENTILAÇÃO Na ventilação cruzada exploram-se os
NATURAL efeitos de pressão negativa e positiva
que o vento exerce sobre a edificação.
ATENÇÃO! Para proporcionar uma boa
ventilação natural é preciso posicionar
as aberturas em zonas de pressão
opostas.
SAÍDA
As paredes expostas ao vento estarão - - - - - - - -
q A ventilação corresponde a uma estratégia de resfriamento natural
sujeitas a pressões positivas (sobre-
+ -
do ambiente construído através da substituição do ar interno (mais + -
pressões), enquanto as paredes não -
quente) pelo externo (mais frio). +
expostas ao vento e à superfície ENTRADA -
horizontal superior estarão sujeitas a + -
pressões negativas (subpressões). + -

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q A VENTILAÇÃO CRUZADA promove a remoção do calor por A ventilação mais adequada é aquela em que o fluxo de
acelerar as trocas por convecção e também contribui para a ar penetra na habitação pelo espaço de estar e
melhoria da sensação térmica dos ocupantes por elevar os níveis dormitórios e sai pela área de serviço. As inversões de
de evaporação. sentido de fluxo interno podem levar odores, vapores,
q A taxa na qual o ar flui através etc., de cozinhas ou banheiros para o interior das
de um ambiente retirando o edificações ao invés de levar para o exterior.
calor, é função da área de
3-INÉRCIA
entrada e saída de ar, da
TÉRMICA PARA
velocidade do vento e da RESFRIAMENTO
direção do vento em relação
às aberturas.
q A quantidade de calor removido por determinada taxa de fluxo de
ar depende da diferença de temperatura entre o interior e o
exterior. Por isso a geração de calor interna também é decisiva no
desempenho do edifício naturalmente ventilado.
q Uma forma de avaliar as condições de
q Uma edificação de ELEVADA INÉRCIA TÉRMICA proporcionará uma
ventilação de um ambiente é a determinação
diminuição das amplitudes térmicas internas e um atraso térmico no fluxo
do número de trocas de ar que ocorrem a
de calor devido a sua alta capacidade de armazenar calor, fazendo com que
cada hora (taxa de renovação de ar).
o pico de temperatura interna apresente uma defasagem e um
q A posição da abertura de entrada de ar é um dos principais fatores amortecimento em relação ao externo.
para se ter uma boa circulação de ar.
Algumas estratégias de utilização:
q O beiral influencia o fluxo pois recupera algumas correntes de ar
que seriam desviadas, incrementando o fluxo interno.
q No inverno, se bem orientado, pode armazenar o calor para liberá-lo à noite,
q Brises localizados na porção superior da abertura influenciam a ajudando a edificação a permanecer aquecida.

direção do fluxo de entrada de ar.


q Essa característica é benéfica em regiões de clima mais seco onde há uma
O fluxo de ar será Quanto mais baixas forem as aberturas de grande diferença entre as temperaturas diurnas e noturnas externas
mais INTENSO entrada de ar e quanto mais altas forem as (acima de 7ºC).
aberturas de saída q Além do uso de materiais de vedação com alta capacidade térmica pode-
Obs: considerar a distância vertical entre as
se aproveitar a inércia térmica do próprio solo com construções
aberturas encostadas em arrimos, por exemplo, além do uso de materiais isolantes
na construção para a manutenção da temperatura interna.
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Resfriamento evaporativo: Umidificação: elevar a umidade


4-RESFRIAMENTO
aplicar água a uma sup- relativa do ar interno de maneira
EVAPORATIVO
erfície para promover o passiva com apoio da venti-
resfriamento por meio do lação, usando, por exemplo, a
5-UMIDIFICAÇÃO
gasto energético que ocorre vegetação ou espelhos d’água
com a evaporação da água. como fonte de umidade.

6-AR CONDICIONADO

q Se baseia no processo de evaporação da água que retira calor do


ambiente ou do material sobre o qual a evaporação acontece.
q Quanto mais seco for o clima maior será a aplicabilidade de tais sistemas.
q Existem muitas abordagens para favorecer a umidificação adotando-se
estratégias no ambiente externo à edificação, como o plantio de
vegetação (evapotranspiração das plantas) ou a utilização de telhados
verdes. Outro meio é a construção de lagos, fontes ou espelhos d’água
Quando um ambiente não
consegue mais bloquear
O resfriamento evaporativo pode ser direto ou indireto:
as condições de clima
q DIRETO: umidificar diretamente o ar externo por meio de Necessário o uso de resfriamento
a fim de reduzir a temperatura do ar. estratégias naturais artificial, o ar condicionado.
q Exemplos: microaspersão, fontes
de água como cascatas, espelhos ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA: prioriza os sistemas
d’água ou até pela vegetação. naturais na maior parte do tempo, e utiliza o ar condicionado
somente se necessário.
A edificação projetada para o uso de ar condicionado NÃO
Quando instalados próximos às aberturas do edifício, o ar ou o vento passam
~ DEVE ser permeável:
por eles levando o ar úmido e fresco para dentro dos ambientes. ATENCAO

q INDIRETO: resfriar um componente ou superfície do edifício usando a q Renovação de ar controlada e suficiente para as necessidades
água para reduzir a temperatura do componente ao trocar de fase líquida higiênicas;
para gasosa. q Qualquer entrada de ar fará aumentar o consumo de energia;
q Ex: espelhos d’água sobre lajes na cobertura, ou cortinas de água sobre q Edifício isolado termicamente (controlar a entrada de energia
coberturas e fachadas, sejam em vidros ou materiais opacos. solar direta).
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~ ~
ATENCAO PARA NAO CONFUNDIR
7-INÉRCIA TÉRMICA
PARA AQUECIMENTO A inércia térmica para aquecimento Já na inércia térmica para
pode ser conseguida com paredes resfriamento também se adotam
grossas e grandes áreas envidraçadas paredes espessas, mas, para se evitar


para captar a energia solar (inércia o ganho de calor indesejado, as
térmica + aquecimento solar). Além aberturas devem ser pequenas e
disso os elementos internos da sombreadas, e é importante ventilar
construção podem ser massivos, os ambientes à noite com o objetivo
q Essa estratégia tem várias aplicações e consiste em contribuindo com a acumulação do de remover o calor acumulado e
aquecer a edificação por meio da radiação solar que incide calor deixar entrar o ar mais frio.
na edificação, podendo ser alcançada de:


Ganhos solares diretos: Ganhos solares indiretos:
q Consiste na utilização da radi-
quando a radiação penetra um elemento acumulador ação solar direta para aque-
8-AQUECIMENTO
diretamente na edificação absorve e transfere o calor. SOLAR PASSIVO cimento da edificação.
q É recomendada a orientação da
q A construção de edifícios de altas massas térmicas faz com
edificação de modo a favorecer o
que, durante o dia, a estrutura da edificação se aqueça e
recebimento da radiação solar
durante a noite o calor acumulado seja re-irradiado para os
além do uso de cores com maior
espaços ocupados, ao mesmo tempo altas massas
absortância nas fachadas.
térmicas isolam o ambiente interno do externo.
No aquecimento solar direto, a radiação
Exemplo de aplicação solar de inverno é admitida diretamente no
(ganho solar indireto):
SOLÁRIO ambiente através das aber turas ou
PAREDE TROMBE: parede
superfícies envidraçadas, obtendo uma
com elevada massa térmica
VIDRO
resposta imediata de aquecimento. É
combinada a uma camada
impor tante isolar por tas, janelas e
de vidro na sua face exterior.
cobertura para evitar a perda de calor.
Incidência Vidros para o Superfícies com massa Devido ao efeito estufa, a radiação é absorvida e refletida pelas
+ superfícies internas na forma de onda longa, permanecendo no
solar dentro sol penetrar e
+ para armazenar a energia
dos ambientes para impedir o do sol e transformá-la em interior da edificação, uma vez que o vidro é opaco a onda longa.
calor de sair calor

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2-CLIMA QUENTE E SECO


q Utilizado em locais frios, Exemplo: Brasília (DF) onde a mínima Durante o dia: temp. internas <
9-AQUECIMENTO (noturna) é de 15,4°C e a máxima (diurna) temp. externas
com temperatura <10,5°C,
ARTIFICIAL de 30,7°C (grande amplitude térmica). Durante a noite: temp internas
em que o aquecimento
> temp. externas
solar passivo não seja
1-ATENÇÃO! A ventilação não é útil, pois o vento
suficiente para produzir
externo estaria, em um mesmo instante, ou mais frio
sensação de conforto.
ou mais quente que a temperatura do ar interno.
2- Utilização de pequenas aberturas (ventilação não desejável),
q Deve-se usar isolamento nas paredes e coberturas dos ambientes
facilitando a proteção da radiação solar direta.
aquecidos para evitar perdas de calor para o ambiente externo.
3- Partidos arquitetônicos com alta inércia térmica:
´
9-TIPOS DE CLIMA E ESTRATEGIAS ´
BIOCLIMATICAS para o amortecimento do calor diurno que atinjirá o
interior da edificação à noite, quando a temperatura
1-CLIMA TEMPERADO
externa já estiver em declíneo acentuado.
Em climas temperados, as decisões sobre a escolha do partido
arquitetônico devem ser ponderadas a partir: 4- Construções mais compactas
q Do grau de umidade relativa do ar; possíveis: menores superfícies
q Da variação da temperatura anual e diária; expostas à radiação e ao vento.

q Da quantidade de radiação recebida, notadamente no inverno e o verão; 5- As edificações, no conjunto


q Dos índices relativos à pluviosidade. urbano, podem ser ser locadas
Nas localidades onde tanto o calor VERÃO INVERNO aglutinadas, para fazer sombras
como o frio apresentam certo rigor, umas às outras.
adotar alternativas que permitam 6- Malha urbana: prever ruas de maior largura com direção leste-oeste,
ora a ventilação cruzada e intensa, pois a inclinação dos raios solares ao longo do ano não atingirá com
ora a possibilidade de fechamento muito rigor as fachadas voltadas para essas ruas. As ruas com direção
hermético das aberturas para barrar norte-sul devem ser mais estreitas.
ventos frios. 7- Utilização de vegetação
q No verão o calor não pode entrar. E no inverno o calor não deve sair. como barreira aos ventos BARREIRA
q Proteção das aberturas devem ser móveis o suficiente para possibilitar e de estratégias de DE VENTO

a penetração da radiação solar, quando desejável. umidificação (fontes e


espelhos d´água em
pátios internos). ÁGUA

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´
3-CLIMA QUENTE E UMIDO 10-GEOMETRIA SOLAR
Exemplo: Belém (PA). A variação da temperatura noturna não é tão significativa.

N N

O
O
E E
1- Prever aberturas suficientemente 2- Proteger as aberturas da S S
grandes para permitir a ventilação radiação solar direta, mas não
q Os diagramas ou cartas solares podem ser interpretados como a
nas horas do dia em que a tem- fazer destas proteções obstá-
projeção das trajetórias solares ao longo da abóbada celeste
peratura externa está mais baixa que culos aos ventos.
durante todo o ano.
a interna.
q Para traçar os diagramas solares, considera-se a Terra fixa e o Sol
3- Prever uma inércia de média a leve, porém com elementos isolantes
percorrendo a trajetória diária da abóbada celeste, variando de
(ou espaços de ar ventilados) nos vedos, para impedir que grande parte do
caminho em função da época do ano.
calor da radiação solar recebida atravesse a construção e gere calor
q As cartas solares são elaboradas com base nas projeções do
interno.
PERCURSO SOLAR ao longo do ano e nas diversas horas do dia, em
4- A vegetação NÃO deve impedir a
PLANO HORIZONTAL.
passagem dos ventos (limitações
q A projeção mais utilizada é a estereográfica, sendo as menos
quanto à altura mínima das copas), mas
utilizadas a ortográfica e a equidistante.
devem produzir sombra. N

5- O partido arquitetônico deve prever Trajetória N Horário


solar do dia
construções alongadas no sentido 22.6
22.6

24.7 21.5

perpendicular ao vento dominante. 13.8

28.8

11.9
1.5
16.4

3.4

21.3
24.9
W 14
13 12 11
10 8.3
E
6.10

6- Quanto à largura das ruas, as que estiverem localizadas 1


20
.10

17
16
15 9
8

7
23
.2

9.2
4.1

O
21

1
.1
.1

perpendicularmente à direção dos ventos dominantes devem ter


6

22
18

22
.1

.1
22

2
dimensões maiores, para evitar que construções situadas em lados
opostos das ruas funcionem como obstáculos aos ventos.
S

7- O arranjo espacial nas quadras deve incluir preocupações quanto às Azimute


MÁSCARA DE SOMBRA: Representa
Altitude graficamente os obstáculos que
distâncias entre as edificações para não agirem como barreiras ao vento solar
S solar
impedem a visão da abóboda
para as vizinhas.
Componentes da Carta Solar.
celeste por parte de um observador
Fonte: LABEEE/UFSC
(ou elemento fixo) em algum ponto.

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q O conhecimento do movimento aparente q No hemisfério sul, pode-se dizer que a orientação Norte é a que atende de
do sol é utilizado para o projeto de maneira mais satisfatória as principais demandas dos usuários: nível
proteções solares (brises-soleil) que mínimo de insolação diária, sol quando se precisa de calor (inverno) e
impeçam a entrada de raios solares no sombra quando não se quer calor (verão).
interior do ambiente durante as horas do A fachada LESTE recebe sol pela A fachada SUL é a que recebe
dia e os meses do ano em que se deseja manhã e a fachada OESTE menos insolação (ideal para
esta proteção. recebe sol pela tarde. ambientes secundários).
q Ao dimensionar um brise é necessário a definição do período O estudo dos BRISES VERTICAIS faz-se a
(dias e horas) de proteção desejável. partir dos desenhos em planta, pois é
q Os ÂNGULOS DE SOMBRA utilizados no método do traçado de nessa representação que se obtém a
máscaras não são expressos em valores numéricos, e sim verdadeira grandeza do ângulo de sombra
através de suas projeções estereográficas no plano do horizonte horizontal. Aberturas a leste e oeste são
do observador. BRISES melhor protegidas por brises verticais.
q Ângulo horizontal (ß): visualizado em planta baixa. É o ângulo O estudo dos BRISES HORIZONTAIS faz-
formado entre a projeção do raio e o plano perpendicular à se a partir dos desenhos em corte, pois é
fachada. nessa representação que aparece, em
q Ângulo vertical frontal (α): visualizado em corte. É a projeção do verdadeira grandeza, o ângulo de sombra
raio solar, no ponto considerado, sobre um plano perpendicular à vertical que os mesmos proporcionam.
fachada. Este ângulo auxilia na determinação da máscara de Aberturas a norte são melhor protegidas
sombra de uma proteção solar horizontal. por brises horizontais.
~
q Ângulo vertical lateral (γ): será a projeção do raio de incidência 11-VENTILACAO URBANA
solar, de determinada hora e período do ano, no plano da q Elementos como vegetação e superfícies
fachada. Este ângulo delimita o tamanho da placa horizontal. edificadas influenciam no ângulo de incidência
e na intensidade com a qual o vento atinge a
edificação.
q Vegetação densa: Barreira contra a
velocidade do vento (cor tina) ou
elemento condutor.
q Copas altas são melhores para sombrear
o sol indesejável no verão e para facilitar
PLANTA CORTE FACHADA o acesso do vento à edificação.

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^
12-PRINCIPAIS EFEITOS AERODINAMICOS DOS VENTOS
EFEITO VENTURI (FENÔMENO DE FUNIL): EFEITO DE MALHA: Os espaços (pátios
Este efeito gera um fenômeno coletor dos centrais, bolsões) entre edifícios em malha
fluxos de ar, resultante da disposição das são protegidos da ventilação intensa, sendo
construções num ângulo aberto ao vento. Esta
prejudicados pela justaposição de prédios,
configuração gera um afunilamento do vento,
aspecto negativo em climas quentes.
que provoca uma aceleração da velocidade
inicial de ventilação, mais acentuada na zona
EFEITO CANALIZAÇÃO: Ocorre quando todos
de maior estrangulamento.
os edifícios estão alinhados ao longo da rua,
EFEITO DE CANTO OU ESQUINA: Resulta da gerando uma aceleração da velocidade
união dos ângulos formados pelas fachadas inicial do ar. Dependendo do contexto que se
do edifício em pressão positiva e negativa, insere pode gerar conforto ou desconforto
aumentando com a altura e em casos de aos pedestre.
proximidade com outras edificações.
Pode-se otimizar a relação entre forma e EFEITO PIRÂMIDE: A geometria de edifícios
distância para aproveitar o efeito de canto com forma piramidal dissipa a energia do
para ventilação do entorno. vento. Grandes quantidades de redemoinhos
ocorrem no solo destas edificações. Pode-se
EFEITO PILOTIS: As aberturas sob a edificação
tomar partido da geometria de prédios deste
unem a zona de alta pressão na fachada
exposta ao vento e a zona de baixa pressão na tipo para variar as condições do vento no
fachada oposta. Quanto mais alto o pilotis, entorno.
maior é o efeito. A entrada do ar é difusa, mas a EFEITO WISE: Em edifícios de mais de 15 m, o
saída é forte e direcionada, podendo ventilar vento que incide diretamente sobre a fachada
áreas livres e comuns aos conjuntos de cria uma área turbulenta na base desta,
edificações. sendo mais intenso quanto maior for a altura
EFEITO BARREIRA: Efeito relacionado a um do prédio e se próximo se localizar outra
edifício laminar, ou seja, massa construída de edificação.
relativa espessura. Tal efeito tem impacto
negativo para o entorno quando sua altura é
menor que a superfície laminar ou quando nas
proximidades se encontram exemplares do
tipo.

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Nenhuma parte poderá ser reproduzida, distribuída ou transmitida em qualquer formato sem
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Autora: Arq. Núbia Ferreira (CAU A135988-6)

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