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Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial deste trabalho, seja por meio
eletrônico ou impresso, inclusive fotocópias sem prévia autorização e consentimento da editora.
Índice 30 Barco a Vapor
07 Apresentação 31 Máquina de Escrever
32 Comida enlatada
10 Invenções Verdadeiros 33 Lâmpada
Saltos para o Futuro 34 Estetoscópio
35 Extintor de Incêndio
14 Microscópio 36 Ônibus
15 Calculadora Mecânica 37 Fotografia
16 Panela de Pressão 38 Caneta-Tinteiro
17 Piano 39 Cortador de Grama
18 Diapasão 40 Revólver
19 Garrafa de Ley- 41 Telégrafo
den ou Capacitor 42 Dinamite
20 Tear 43 Tabela Periódica
21 Enciclopédia 44 Telefone
22 Para-Raio 45 Fonógrafo
23 Torno 46 Gramofone
24 Bateria Elétrica 47 Cinematógrafo
25 Fogão a Gás 48 Aspirador de pó
26 Planador 49 Lança-Chamas
27 Locomotiva 50 Linha de Montagem
28 Endoscópio 51 Ar-condicionado
29 Papel Carbono 52 Eletrocardiograma

4
53 Rádio
54 Trator
55 Limpador de Para–brisa 75 Disco de Vinil
56 Máquina de lavar roupas 76 Velcro
57 Sonar 77 Robô Industrial
58 Batedeira 78 Submarino Nuclear
59 Autorama 79 Disco Rígido
60 Turbina de Tesla 80 Minissaia
61 Contador Geiger 81 Sandálias Havaianas
62 Semáforo 82 Mouse
63 Polígrafo ou detec- 83 Videogame
tor de mentiras 84 Microprocessador
64 Televisão 85 GPS
65 Luminol 86 Playmobil
66 Radiossonda 87 Pager
67 Radiotelescópio 88 Livro digital
68 Lâmpada Fluorescente 89 World Wide Web
69 Computador 90 Tecnologia USB
70 Helicóptero 91 Blu Ray
71 Guitarra Elétrica 92 iPhone
72 Aqualung 93 Tablet
73 Forno de Micro-ondas
74 Desfibrilador 94 Sobre a autora

5
6
Apresentação
D
édalo de Atenas é a personificação do inventor, com sua inteligên-
cia e engenhosidade inventou a vaca mecânica que possibilitou
a rainha Parsífae de Creta se aproximar do Touro encantado do
deus dos mares. O Labirinto de Creta também foi uma invenção
de Dédalo, servia de cárcere para o temido e solitário Minotauro,
ser mitológico nascido da união do Touro com a rainha de Creta.
O rei Minos ao tomar conhecimento da traição de sua esposa Parsífae re-
solveu punir Dédalo por tê-la ajudado e por este motivo o inventor fugiu com seu
filho Ícaro para se refugiar na corte do rei Cócalo. Ao ver-se em apuros, perse-
guido por Minos, Dédalo construiu dois pares de asas que possibilitaria a sua
fuga e do filho. Os pares de asas eram confeccionados de penas e cera. Dédalo
advertiu Ícaro para que não voasse muito alto, pois o calor do sol derreteria a cera
desmanchando as asas e também pediu que não voasse muito baixo para que as
águas geladíssimas do oceano não endurecessem as asas.
Ícaro se deslumbrou com a beleza do céu e bafejado por um profundo sen-
timento de liberdade esqueceu os conselhos do pai e subiu, subiu cada vez mais
alto, tão alto que os raios do sol atravessaram o invento de seu pai derretendo
a frágil cera, Ícaro se deu conta do que fez quando sua silhueta precipitou-se
nas águas antigas do mar Egeu. Dédalo perdeu de vista o filho, mas o instinto
de sobrevivência fez com que ele mantivesse um vôo seguro e repetia aos gritos
angustiadamente “Ícaro, Ícaro meu filho, onde estais?” A voz sem esperança do
pobre pai reverberou sobre o oceano silencioso.
O mito de Dédalo explica os riscos que o inventor corre, as transformações
que acarreta e, sobretudo a responsabilidade que acompanha o ato criativo. A
evolução se faz por meio dos empreendimentos inovadores, por meio da cora-
gem de quebrar tabus, por meio do amor ao conhecimento e à arte. Conhecer o
produto e o trabalho árduo de homens que ocuparam seu tempo inventando e
criando novas tecnologias é de certo modo render homenagens à capacidade de
criar e de transformar o mundo, por isso retomamos nesta apresentação a figura
do ateniense Dédalo, explicando ao modo da Grécia Antiga, mitológica.

7
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Sobre Inventores
e Invenções
Ciência
e Criatividade
9
Invenções
Verdadeiros Saltos
para o Futuro
E
ste livro é um convite ao retorno no tempo, a imaginar o
homem em seu estado primitivo. É visualizar o ser frágil,
desprovido de garras afiadas e de presas mortíferas que
o possibilitasse confrontar e disputar território com os
outros animais. Antes de ser um livro sobre curiosidades
inventivas é também uma homenagem ao poder criativo do ser
humano, ao artista que aflora da necessidade de sobrevivência e que
transforma de forma positiva ou negativa, mas transforma.
Ao longo do tempo o homem inventou, descobriu, adaptou,
aperfeiçoou, deixou que a centelha de razão guardada em seu
íntimo se desenvolvesse e o levasse em todas as direções possíveis,
sempre em busca do conhecimento como ferramenta para se
manter vivo. Desde os primórdios a driblar a Terra selvagem e
perigosa, enfrentou tempestades e secas, animais predadores
e fenômenos naturais, sempre contando apenas com a luz
bruxuleante da razão, com a habilidade de idealizar sistemas e
objetos, com a necessidade trágica de aprender.
O homem ao inventar suas
ferramentas e culturas, inventou
também a si mesmo, imprimiu a
natureza sua marca e sobreviveu,
desde a vara alta com a qual cutucou
a primeira fruta para derrubar da
árvore e suprir sua necessidade de
alimento até a revolução industrial
é que se configurou o poder do
raciocínio. A capacidade de criar
engenhocas, de buscar formas de

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solucionar carências, de adaptar a necessidade àquilo que dispõe,
de tramar estratégias e resistência incansavelmente é característica
intrinsecamente humana. Dos primórdios da humanidade aos dias
atuais acontecem mudanças a cada segundo graças à criatividade e
ao poder de transformação do homem moderno que fez com que
todo o planeta interagisse por meio do fenômeno globalização.
O processo de transformação e modernidade não pode ser
estancado depois de ser desencadeado. A primeira revolução
industrial proporcionou este desencadeamento. O meio
manufatureiro transformou-se de forma sensível, as condições nas
relações de trabalho também sofreram mudanças perceptíveis. Por
bastante tempo os artesãos dominaram o processo de criação de um
produto, o que imprimia características quase exclusivas à produção
e por isso era possível saber o valor, a habilidade necessária e o
tempo despendido para a execução do trabalho.
A partir do século XVIII, as novas tecnologias oferecidas
passaram a nortear os caminhos da produção proporcionando
velocidade ao processo de transformação da matéria-prima em
produto manufaturado. Os surgimentos de máquinas automatizadas
movidas a motor ou a vapor mudaram o panorama produtivo no
mundo e fizeram com que o homem tivesse que aprender a lidar
com isto, com a rapidez e produção em grande escala, sem a marca
artesanal, porém com maior possibilidade de lucro.
A primeira revolução industrial é vista como a fase de transição
entre o processo de produção artesanal para o processo de produção
por meio de máquinas ferramentas, a substituição de madeira e de
outros combustíveis pelo carvão. A revolução se iniciou no Reino
Unido e se espalhou pela Europa Ocidental e pelos Estados Unidos.
Na segunda metade do século XIX, a eletricidade, o motor a
combustão, o telégrafo e o transporte ferroviário caracterizaram a
segunda revolução industrial que impulsionou o mercado capitalista
e o desenvolvimento das grandes corporações. A refrigeração
mecânica, as técnicas de preservação e a comida enlatada também
marcaram a segunda revolução industrial. Progressos inovadores
como a invenção do telefone eletromagnético, navios de aço
movidos a vapor, o desenvolvimento do avião e da indústria
química solidificaram a chegada de várias tecnologias.

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11
A invenção do forno Siemens-
Martin para a produção de aço pode ser
considerada um grande avanço tecnológico.
A prensa móvel, importante instrumento
tipográfico, foi inventada um pouco
antes da segunda revolução industrial e
incentivou a invenção da máquina de fazer
papel no início do século XIX, a inserção
do Linotype e Monotype como composição
tipográfica aconteceu no período que
compreende a segunda revolução industrial, fato que animou a
produção jornalística pelo barateamento do custo. Neste período
houve maior facilidade em aplicar novas invenções e surgiu a linha de
produção para a fabricação de produtos de consumo.
A terceira revolução industrial também é chamada de
revolução técnica-cientifica e informacional, engloba a informática
aplicada na produção e no consumo, a escalada espacial, genética,
biotecnologia e robótica. Esta fase da revolução industrial é
responsável pela união entre ciência, tecnologia e produção, as
inovações desse período tendem a satisfazer as especulações do
mercado e facilitar o cotidiano das pessoas.
Como construtor da história o homem decide sobre o presente
e sobre a possibilidade de futuro das espécies e do planeta, nunca
houve tanto desenvolvimento e tecnologias, entretanto o homem
do presente sofre de uma tristeza tão profunda que o torna pária
em seu ambiente, o individuo mais do que nunca busca isolamento
e renega sua herança de “ser social” como se estar só fosse um
descanso para sua caminhada. A capacidade de sentir e criar sofre
um processo de amortecimento tão grande que causa doenças
psicológicas e inércia social.
Ao descer das árvores e se
tornar bípede, a capacidade de
produzir inventos do homem
aflorou, caminhou da utilização da
pedra como arma até a escultura
para retratar o belo. A criatividade
é assunto de reflexão para alguns

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cientistas e escritores como Vygotsky, Dostoievski, Damásio e Jonas
Salk . Em sua obra “Criação e imaginação”, Vygotsky afirma que é
a atividade criadora que faz do homem um ser que se volta para o
futuro, construindo-o e modificando o seu presente. Para Vygotsky, a
criação é a condição necessária da existência e tudo que ultrapassa o
comum da rotina deve sua origem ao processo de criação do homem,
posto que a obra de arte reúne emoções que se contradizem, provoca
o sentimento estético e o transforma em técnica.
Antonio Damásio, em seu livro “O Erro de Descartes”, afirma
que criar consiste não em fazer combinações inúteis, mas em
efetuar aquelas que são úteis e constituem apenas uma pequena
minoria. Para ele, inventar é discernir, é escolher. Criar qualquer
coisa demanda razão, intuição e habilidade para desenvolver o
processo inventivo, portanto o inventor executa a arte idealizada no
plano das ideias por meio de um processo lógico. Não é tão difícil
voltar ao passado e empreender essa jornada esclarecedora através
do conhecimento humano, para reencontrar o sentido da parte
racional de cada um sem deixar de lado o subjetivismo da poesia e
da arte e desenvolver a consciência de uma responsabilidade maior,
enquanto ser que transforma em relação às outras formas de vida
existentes no planeta.

1133
1590
Microscópio
O microscópio é um aparelho utilizado para visualizar
estruturas minúsculas como as células, que não podem
ser enxergadas a olho nu. É possível que o microscópio
Antonie Van tenha sido inventado em 1590 por Hans Janssen e seu filho
Leeuwenhoek
(1632-1723) — Zacharias, dois holandeses fabricantes de óculos, porém
cientista holandês,
aperfeiçoou o alguns acreditam que o primeiro a utilizar o microscópio
microscópio, entre
outras contribuições à foi Antonie Van Leeuwenhoek em 1632.
ciência.
Os microscópios de Antonie eram equipados de duas
lentes pequenas e quase esféricas. Este aparelho possibi-
litou a observação de vários materiais biológicos como
embriões de plantas, os glóbulos vermelhos do sangue e
os espermatozoides. Foi Leeuwenhoek quem descobriu a
existência dos micróbios, seres microscópios hoje conheci-
dos como micro-organismos.
O invento de Antonie Van Leeuwenhoek fez com que
Zacharias Jansen
(1580-1638) — a medicina tivesse acesso a um mundo até então imper-
com 10 anos de
idade, montou o ceptível a olho nu, sua importância em estudos e experi-
1º microscópio;
pela pouca idade,
mentos é inquestionável o que possibilitou a prevenção e
presume-se que teve cura de várias doenças causadas por micro-organismos
a ajuda de seu pai,
Hans. nocivos à saúde humana.

Microscópio
óptico de Van
Leeuwenhoek
Microscópio dos Janssen

14
1623
Calculadora
Mecânica
O invento da calculadora mecâni-
Wilhelm Schickard
ca pode ser considerado uma revolu- (1592-1635) —
ção no sistema de cálculos e também astrônomo alemão,
cuja principal in-
a porta para as novas tecnologias que venção, a calculadora
mecânica, somente
foram implantadas a partir disso. A lhe foi atribuída três
séculos depois.
importância deste invento se deve ao
fato de que depois dele a computação
se desenvolveu rapidamente.
No ano de 1623 foi inventada e
construída a primeira calculadora
mecânica por Wilhelm Schickard o
que o fez ser considerado o pai da
computação. Por sua máquina utili-
zar técnicas de engrenagem em seu
funcionamento, e por este sistema Calculadora de Schickard
lembrar o funcionamento de um
relógio ela foi conhecida inicialmen-
te como “relógio calculador”. Quem
colocou a invenção de Wilhelm
em prática foi seu amigo Johannes
Kepler que com isso revolucionou a
astronomia. Modelo moderno de
calculadora

Calculadora mecânica de Blaise Pascal

15
1679
Panela de Pressão
Panela de pressão é uma panela na qual os alimentos são
cozidos em temperaturas acima do ponto de ebulição (100
graus Celsius) da água à pressão ambiente, possibilitando,
Denis Papin portanto um tempo de cozimento reduzido.
(1647-1712) —
físico, matemático Estas panelas - inventadas pelo francês Denis Papin, a
e inventor francês,
Papin realizou suas
antiga “Marmita de Papin”- são providas de tampas que
invenções principais vedam hermeticamente o seu interior e de válvulas para que
na Inglaterra, onde
morreu. escape o vapor e permita a utilização segura. Normalmente
existe uma válvula para controle da pressão e uma válvula
de segurança, que se rompe abaixo da pressão máxima que
a panela suporta.
Ao ser fechado o recipiente, nele contém uma quanti-
dade de ar com pressão igual à atmosférica. Por meio da
borracha que veda a panela, à medida que ocorre o aque-
cimento os vapores de água produzidos ficam impedidos
de escapar. Desse modo, a pressão do ar aprisionado é
Primeira panela
de Papin
somada com a dos vapores, fazendo com que a pressão
interna se torne ainda maior. Com este sistema
o líquido demora mais para entrar em ebulição e
cozinha mais rapidamente os alimentos.

Panela de pressão supermoderna

16
1709
Piano
O piano é um instrumento de cordas que funciona
ativado por teclados, tem semelhança com o clavicórdio
e também com o cravo. O que difere os três instrumentos
é a forma como o som é produzido por eles. No cravo Bartolomeo
Cristofori
as cordas são ativadas por meio de pequenos toques. No (1655-1731) —,
clavicórdio as cordas são batidas por martelos sempre em italiano, fabricante de
instrumentos musi-
contato com as cordas. O processo de produção de som cais, inventou o piano
provavelmente para o
do piano é diferente, nele, o martelo não permanece em príncipe Ferdinando
de Médici, para quem
contato com a corda, se afasta rapidamente deixando que trabalhava.
a corda vibre livremente.
O italiano Bartolomeo Cristofori foi o inventor do pia-
no — fabricante de cravos, idealizava um instrumento
no qual se conseguisse maior dinâmica de sons o que não
era possível com o cravo, instrumento que não permitia
variações em sua intensidade sonora pela limitação de
seu mecanismo de execução. O piano trouxe a possibili-
dade de se registrar vários toques, era possível retirar da
mesma tecla sons fracos e fortes daí a origem
do nome em italiano “pianoforte”.
noforte”. Em 1709
Bartolomeo apresentou seu eu primeiro
prrimeiro pia-
no que era uma representação
ação primitiva
dos modelos atuais.

Piano de Bartolomeo

Piano moderno

17
1711
Diapasão
Diapasão é um instrumento metálico em forma de
forquilha, que serve para afinar instrumentos e vozes
através da vibração de um som musical de determi-
John Shore nada altura. Foi inventado por John Shore em 1711,
(1662-1752) —
músico e militar, o trompetista de Georg Friedrich Haendel.
trompetista John
Shore foi membro do A forquilha é afinada em uma determinada fre-
English Royal Court. quência (atualmente o mais comum é o “Lá [nota
musical]” de 440 Hz). Ao ser golpeado contra uma su-
perfície, as duas extremidades da forquilha do diapa-
ssão vibram produzindo a nota que será utilizada para
afin
finar o instrumento musical. Em geral, é necessário
encost
ostar a outra extremidade do diapasão na caixa de
ressonânância do instrumento para amplificar seu som e
permitir que
qu seja ouvido à distância.
O mesmo o efeito pode ser conseguido se a extre-
midade do diap apasão for encostada na caixa crania-
na próximo o à orelha. Com as mesmas finalidades,
existe também
tam o diapasão de sopro, normalmente
utiliz
ilizado para afinar guitarras e outros instrumentos
de cordas. Esses diapasões são como pequenas gaitas,
d
que têm uma palheta afinada para a altura de cada
corda do instrumento a afinar. Essas pequenas gaitas
são conhecidas por Lamiré (Dicionário Houaiss da
Língua
gua Portuguesa),
o tuguesa), forma
o aglutinada das notas “Lá”,
“Mi” e “Ré”. Daí a exprressão “darar um lamiré
lamiré”..

Diapasão
de sopro

Diapasão “forquilha”

18
1746
Garrafa de Leyden
Pieter Van Musschenbroek, professor da Universidade de
Leyden (Países Baixos), inventou acidentalmente em 1746
a chamada garrafa de Leyden, uma espécie rudimentar de
capacitor que também era chamada de condensador, porque Pieter Van
Musschenbroek
as pessoas acreditavam que a eletricidade era algum tipo de (1692-1761) —
físico e matemático
matéria ou de fluído e por isso poderia ser condensada. A holandês, como cien-
garrafa de Leyden era utilizada para armazenar energia. tista concentrou seus
estudos e pesquisas
A composição do instrumento original era uma garra- na eletrostática

fa de vidro contendo água, uma rolha perfurada por uma


haste de metal que se mantinha em contato com a água.
Quando um operador segurava a garrafa e colocava a
haste em contato com uma máquina eletrostática, as
paredes da garrafa acumulavam enorme quantidade de
carga elétrica, com polaridades invertidas fora e dentro.
Se o operador tocasse a haste com a outra mão receberia
choque causado pela descarga do dispositivo.
Mais tarde, chegou-se à conclusão que a água não era
necessária desde que se cobrissem as paredes da garrafa
com folhas metálicas, tomando cuidado para que a folha
interna ficasse em contato com a haste. A garrafa de
Leyden foi um in-
Modelo da
vento revolucionário garrafa em
para que se aprimorasse corte
e entendesse os fenôme-
nos elétricos e para que
se pudessem armazenar
grandes cargas elétricas
em pequenos espaços.

Garrafa de Layden

19
1733
Tear
O tear foi aperfeiçoado pelo engenheiro inglês John Kay
no ano de 1733, ele inventou a lançadeira volante ou flying
shuttle que possibilitava o trabalho de tecer fazendo com
John Kay que o tear pudesse manter conjuntos de fios diferentes
(1704-1764) —
engenheiro inglês, (algodão, lã, linho, cânhamo) esticados prontos para serem
seu invento na área
da tecelagem foi
trabalhados.
uma peça-chave na A grande diferença de um tear para o outro é a técnica
revolução industrial,
em seu país. de colocação do fio de trama. Os modelos rudimentares
e mais antigos usavam lançadeiras; atualmente os teares
apresentam o sistema de inserção de trama por projéteis,
jato de ar, pinças, jato de água. O sistema de lançadeira
inventado por Kay é considerado arcaico, mas é o único
que permite a produção de tecidos que chegam a oito
metros de largura.
A arte da tecelagem obedece às seguintes operações:
seleção de fios de urdume, formando uma camada baixa
e uma camada mais alta. Inserção da trama e finalmen-
te a batida do pente. As inovações e aperfeiçoamentos
na arte de tecer
implementadas
por John Kay não
agradaram aos
tecelões da época
que invadiram a
casa do inventor
e destruíram suas
máquinas. Kay
morreu na misé-
ria na França
Lançadeira

20
1751
Enciclopédia
A primeira enciclopédia foi inventada pelos franceses
Denis Diderot e Jean D’Alembert no ano de 1751; com
este invento eles tinham o objetivo de juntar informações
importantes ordenadas e organizadas em um compêndio. Denis Diderot
(1713-1784) —
O primeiro volume se chamava Encyclopédie ou Dic- filósofo e escritor
tionnaire raisonné des sciences, des arts et des métiers francês; sua enci-
clopédia, considerada
(Enciclopédia Dicionário das Ciências, Artes e Ofícios). sua obra-prima,
tinha 28 volumes e
Diderot e D’Alembert acreditavam que o cidadão demorou 21 anos
para ser editada.
esclarecido, com acesso ao conhecimento, seria a força
motriz que proporcionaria desenvolvimento e transfor-
mações, sendo assim, a invenção de um livro que conti-
vesse conhecimento objetivo sobre qualquer assunto, o
qual pudesse ser consultado de acordo com a necessida-
de, seria de grande proveito. Com base nos ideais ilu-
ministas que tinha como máxima a absorção do conhe-
cimento, ambos resolveram compilar e tornar acessível Jean D’Alembert
todo o saber da ciência. (1717-1783) —
filósofo, físico e
matemático francês;
famoso pela sua par-
ticipação na produção
da primeira enci-
clopédia, seus feitos
mais notáveis foram
na área da astronomia
e da matemática.

À esquerda,
temos as enciclo-
pédias iluministas
e à direita,
a Golden Encyclo-
pedia of children

21
1752
Para-Raio
O para-raio foi inventado pelo americano Benjamin
Franklin no ano de 1752, tornou-se essencial nas gran-
des cidades e principalmente nos elevados edifícios que
Benjamin Franklin constituem o cenário das grandes metrópoles. Também é
(1706-1790) —
cientista e diplomata
denominado de para–raio o aparelho utilizado para prote-
americano, além ger instalações elétricas que absorvem cargas excessivas e
de inventor foi um
notável abolicionista possíveis sobrecargas de tensão descarregando na terra.
e líder da Revolução
Americana (1775- É possível descobrir a área de proteção de um para-
1783).
-raio por meio da seguinte fórmula: Rp= h * tan A - onde
h é a altura em metros e A o ângulo em graus. Ou no mo-
delo de fórmula Tang  = R / h o ângulo em graus. Vale
dizer que o para-raio tradicional protege as estruturas,
porém não evita os danos em aparelhos elétricos e ele-
trônicos que mesmo desligados, se conectados à tomada
podem sofrer os efeitos da descarga eletromagnética.
A área de proteção do para-raio tem o formato de
cone com vértices no alto da antena, o raio no solo e a al-
tura vão do chão a ponta da antena. O vértice e a geratriz
do cone formam um ângulo de 55° para determinadas
estruturas, para outras este ângulo varia de acordo com a
altu
ura do captor em relação ao solo.

Para
Para-raio
da com-
c
panhia
pan
Benjamin
Ben
Franklin
Fran Modelo de para-raio de Tesla

22
1797
Torno
Henry Maudslay foi um inventor inglês. Dentre outros
desenvolvimentos tecnológicos aperfeiçoou o torno me-
cânico, utilizado na Europa desde o século XVI, criando
um mecanismo que mantém a ferramenta firme durante Henry
Maudslay
o trabalho, aumentando em muito a sua precisão. É con- (1771-1831)—
engenheiro e inventor
siderado um pioneiro do desenvolvimento das máquinas inglês; entre seus
de ferramenta. inventos importantes
estão também a régua
O torno é uma máquina-ferramenta que permite de calcular e um
método de dessalini-
usinar peças de forma geométrica. Estas máquinas-fer- zação da água do mar
para barcos a vapor.
ramenta operam fazendo girar a peça a usinar enquanto
uma ou diversas ferramentas de corte são pressionadas
em um movimento regulável de avanço de encontro à
superfície da peça, removendo material chamado cavaco,
de acordo com as condições técnicas adequadas.
O torno mecânico é uma máquina operatriz extrema-
mente versátil. Em seu manuseio, utilizam-se placas para
fixação da peça a ser trabalhada. Essas placas
podem ser de três castanhas, se a peça for
cilíndrica, ou quatro castanhas, se o perfil da
peça for retangular.

Torno da época da
revolução industrial

Primeiro torno con-


struído por Maudslay

Moderno torno CNC

223
1800
Bateria Elétrica
No século XIX, mais precisamente em 1800, Alessan-
dro Volta, pondo em prática uma experiência de Luigi
Galvani, inventou a bateria elétrica. Verificou que se dois
Alessandro metais diferentes fossem postos em contato um com o
Volta
(1745-1827) — outro, um dos metais ficava ligeiramente negativo e o
químico e físico
italiano, aprimorou outro ligeiramente positivo.
o eletróforo e isolou
o gás metano; foi
Estabelecia-se entre eles uma diferença de potencial,
nomeado conde por ou seja, uma tensão elétrica. Usando esta experiência
Napoleão Bonaparte.
como base, concebeu uma pilha a qual deu o nome
de pilha voltaica. A pilha era composta por discos de
zinco e de cobre empilhados e separados por pedaços
de tecido embebidos em solução de
ácido sulfúrico. Esta pilha produ-
zia energia elétrica sempre que um
fio condutor era ligado aos discos
de zinco e de cobre, colocados na
extremidade da pilha.
Pilha elétrica, célula galvâni-
ca, pilha galvânica ou ainda pilha
voltaica são dispositivos que uti-
lizam reações de óxido-redução
para converter energia química em
energia elétrica. A reação química
utilizada será sempre espontânea.

24
1802
Fogão a Gás
O fogão a gás foi inventado em 1802 por George Bo-
dley, porém, os primeiros fogões desse tipo eram perigo-
sos, explodiam frequentemente, por causa da instabilida-
de da quantidade de gás que passava para as suas bocas. James Sharp
Em 1824, com a invenção do gasômetro telescópico, o (1790-1870) —
engenheiro e inventor
gás passou a ser estável nos fogões, independentemente inglês, apresentou ao
público o seu primeiro
do consumo. Em 1826, James Sharp patenteou o primei- fogão a gás em 1837.
ro modelo de fogão a gás com as características que
viriam a ter êxito no mercado. De lá para atualidade
os fogões mudaram seu design e melhoraram suas
funções transformando-se em peças primordiais em
um lar e também objeto de status, fogão moderno e
caro significa família bem sucedida, os fogões por-
tanto tornaram-se marcadores de status social.
Fogão vintage,
Fogão de do começo
chapa de ferro, do século XX
desenhado
por James
Sharp, fabrica-
do em meados
do século XIX

Fogão
moderno
de 2013

25
1804
Planador
Desde a Grécia Antiga (Dédalo e Ícaro) o homem so-
nhava voar como os pássaros, o tempo não arrefeceu essa
ideia, vários tipos de máquinas foram idealizados, mas só
Sir George Cayley em 1804 é que Sir George Cayley estudou matematica-
1773-1857) —
engenheiro e pioneiro
mente a teoria do voo e construiu um planador que ao ser
da aeronáutica ingle- lançado de uma colina demonstrou bons resultados.
sa, concebeu vários
inventos, como os Depois de Sir George, John Montgomery conseguiu
cintos de segurança,
o bote salva-vidas alçar voo com seu planador, suas experiências começa-
e outros aparelhos
nas áreas da ótica,
ram em 1883 e se estenderam até 1905, quando já fazia
da eletricidade e da exibições públicas de voo. John usava balões de ar quen-
locomoção.
te para elevar seu planador, depois de liberar os balões
pilotava seu planador até o solo. Iniciava-se a corrida
para dominar os ares e diminuir o tempo para ir e vir dos
lugares.

O planador
de Cayley

Planador
moderno
2013

26
1804
Locomotiva Primeiro Modelo
A primeira locomotiva, inventada por Richard Tre-
vithick, recebeu o sugestivo nome de “cavalo mecânico”
fazendo referência aos cavalos que eram utilizados na
época para executar a tração de vagões, o objetivo des- Richard
Trevithick
sa invenção era levar carvão de uma cidade para outra. (1771-1833) —
inventor inglês,
Como toda novidade, o invento a vapor de Richard não criou várias máquinas
era visto com otimismo, mas a partir do dia 23 de feve- movidas a vapor,
como uma carrua-
reiro de 1804, ele conseguiu convencer um minerador de gem, predecessora
do automóvel.
que aquele invento poderia facilmente transportar seten-
ta pessoas e dez toneladas de ferro por um percurso de
quinze quilômetros.
O invento de Richard foi se aprimorando com o
tempo, passou por vários processos de aperfeiçoamento.
Algum tempo depois, o inglês George Stephenson tratou
de melhorar tanto a aparência da locomotiva quanto sua
funcionalidade,, transformou-se em peça
p ç extremamente
importante para a indústria possibilitando o transporte
de carga de um lugar para outro e deu origem aos mo-
dernos trens de passageiros.

Primeira
locomotiva, o
“cavalo mecânico”

2277
1804
Endoscópio
Em 1805, Philipp Bozzini fez a primeira tentativa de ex-
plorar o corpo humano internamente. Ele criou um tubo
chamado Lichtleiter cujo objetivo era examinar o canal
Phillipp Bozzini
urinário, o reto e a faringe.
(1773-1809) — Passado algum tempo, em 1853, o francês Antoine Jean
médico alemão que,
considerando as Desormeaux fabricou um instrumento destinado à mes-
modestas possi-
bilidades de sua ma função que o invento de Bozzini ao qual deu o nome
época, com o seu
invento Lichtleiter,
de “Endoscópio”. Estudos indicam que na Antiguidade já
provocou um grande existiam instrumentos com essa função, principalmente
avanço da Medicina
no século XIX. nos períodos grego e romano. Nas ruínas da extinta Pom-
peia foi encontrado um instrumento que se assemelhava a
um Endoscópio.
Antoine Jean
Desormeaux
O Endoscópio sofreu grande evolução, na atualidade
(1815-1882) — conta com sistema computadorizado e serve para pre-
médico francês que
modificou o invento venir graves doenças do sistema digestivo como gastrite
de Philipp Bozzini,
e criou o termo e tipos diferentes de úlcera, câncer estomacal; por meio
“endoscopia”.
desse exame muitos casos são tratados no início e conse-
guem atingir cem por cento de cura.

Evol
Evolução do
Endoscópio
End
idealizado
idea
por Bozzini,
Origem do construído por
cons
Endoscópio, Desormeaux
Deso
Lichtleiter

Aparelho
moderno de Endoscopia

28
1806
Papel Carbono
Antes de 1806, mandar cópias de textos para alguém
era uma tarefa repetitiva e cansativa, entretanto na Grã-
-Bretanha foi inventada a solução para esse problema, o
Stylographic Writer, inventado e patenteado por Ralph Ralph
Wedwood
Wedgwood, idealizador desse novo recurso de cópias. (1766-1837) —
inventor inglês, Ralph
Para obter as cópias usavam-se dois papéis finos e co- Wedgwood veio de
uma família de cera-
locava-se entre eles uma pasta de óleo, cera e tinta. Na mistas, tornou-se em-
primeira folha desenhavam-se as letras com uma ponta presário, associado
a Josiah Wedgwood,
seca que iam sendo reproduzidas na outra folha, na folha seu primo.

original as marcas ficavam invertidas necessitando usar


um espelho para fazer a leitura.
Segundo Marshal McLuhan, cientista do século XX, o
papel carbono foi o ponto de partida para a comunicação
em massa, pois multiplicava a informação ainda que em
pequena quantidade. Vale ressaltar que o papel car-
bono duplicou grandes arquivos históricos como o de
Winston Churchill e também os autógrafos dos ma-
nuscritos de Mark Twain.
A tecnologia simples do papel carbono, a transfe- Papel
carbono
rência da tinta ou da pigmentação que acontece por antigo
impacto, sofreu declínio com o advento das modernas
impressoras, o processo de impressão a jato de tinta e a
laser empurrou o
papel carbono para
fora do cenário,
pois são capazes de
reproduzir milhares
de cópias em me-
nos tempo.

29
1807
Barco a Vapor
A invenção do motor a vapor não deve e nem pode ser
creditada a um inventor apenas, foi preciso muito tempo
de testes e estudos para que se chegasse a um funciona-
Robert Fulton mento satisfatório do motor. Vários indivíduos contribuí-
(1765-1815) —
engenheiro e ram para que o invento evoluísse e se tornasse imprescin-
inventor, Fulton
recebeu patrocínio de dível para a navegação.
Napoleão Bonaparte
para desenvolver o
O americano Robert Fulton foi o grande responsá-
Nautilus, o primeiro vel pela fama do motor a vapor ao projetar o Clermont,
submarino da história.
grande sucesso comercial, o barco possuía rodas de água
nas laterais que eram propelidas por um motor de Boulton
e Watt. O Clermont navegou pela primeira vez levando
passageiros ao longo do rio Hudson, media cinquenta
metros de comprimento e fazia o percurso entre Nova
York e Albany em aproximadamente oito quilômetros por
hora.
Desde a construção do Clermont
novas embarcações foram construídas
e aperfeiçoadas, evolução que se carac-
terizou pelo tamanho e potência dos
navios. No ano de 1819, o Atlântico foi
atravessado por um barco a vela equipa-
Barco Clermont do com um motor a vapor.

Transatlântico moderno

30
1808
Máquina de Escrever
Henri Mill em 1714 idealizou um rudimentar dis-
positivo de escrita que jamais saiu do projeto, mas foi o
italiano Pellegrino Turri que em 1808 criou um sistema
de teclado que possibilitaria a evolução da máquina dati-
lográfica.
Em 1843, o norte americano Carlos Thuber criou um
modelo aperfeiçoado que era melhor porque escrevia Henry Mill
com maior rapidez e tornava a escrita mais funcional. (1683-1771) —
engenheiro inglês
Indivíduos como o também norte americano Burth, o que trabalhou com
tratamento de água,
inglês Jenkins e o francês Pogrin, contribuíram para que patenteou dois inven-
tos, um sistema de
o invento se tornasse cada vez mais moderno e adaptado molas e um protótipo
para a máquina de
para o futuro com variações como a máquina elétrica escrever, que não foi
por exemplo. No começo as máquinas de escrever impri- desenvolvido.

miam somente caracteres maiúsculos, Brooks conseguiu


fazer com que o invento imprimisse maiúsculo e minús-
culo o que foi considerado um grande avanço.
Pellegrino Turri
A última fábrica de máquinas de escrever, Godrej (?-1828) —
inventor italiano,
and Boyce, situava-se em Bombain na Índia, com o ad- a quem se atribui
vento da tecnologia e com a chegada dos computadores a também a invenção
do papel carbono,
fábrica fechou as portas idealizou a máquina
de escrever para a
por não possuir saída sua amiga Condessa
Carolina Fantoni.
para o produto fabrica-
do, desde então, máqui-
nas de escrever viraram
peças de museu.

Máquina de
escrever elétrica
Modelo de 1876 Olivetti

31
1809
Comida enlatada
A primeira iniciativa que levou à criação da comi-
da enlatada foi feita pelo francês Nicolas Appert em
1809, atendendo a uma convocação do governo de seu
Nicolas Apert
país para levar comida em conserva para a frente de
(1749-1841) — batalha durante o governo de Napoleão Bonaparte. A
industrial francês,
cujas descobertas na estratégia se mostrou um sucesso e por isso ele rece-
forma de preservar
alimentos levaram à beu um prêmio de doze mil francos ao publicar suas
industrialização dos
alimentos em con-
ideias num livro.
serva, engarrafados e O processo utilizado por Appert é parecido com o
enlatados.
atual, envolvendo o aquecimento da conserva com os
recipientes fechados com rolha de cortiça. Na época, seu
criador atribuiu a conservação ao fechamento hermético
dos recipientes, algo contestado anos mais tarde por Lou-
is Pasteur, em 1846, que atribuiu a conservação ao fato
do processo eliminar os micro-organismos identificados
por Anton Van Leeuwenhoek.
Tomando conhecimento do processo, Peter Durand
patenteou-o no Reino Unido em 1810. No ano seguinte
vendeu sua patente para uma empresa que substituiu
os vasilhames de vidro e a rolha de cortiça por latas de
ferro estanhado.

Acima, a primeira
garrafa de Appert. Ao
lado, uma fábrica de
alimento de 1898, e
abaixo, latas de ração
militar

32
1809
Lâmpada
Uma das invenções mais importantes para o conforto
da humanidade, a primeira lâmpada de arco voltaico,
foi inventada no início do séc. XIX por Humphry Davy
e comercializada por volta de 1888. As lâmpadas eram Humphry Davy
utilizadas na iluminação pública e em projetores cine- (1778-1829) —
químico inglês;
matográficos. usando a bateria
elétrica de Alessandro
O efeito do arco voltaico acontecia por meio de Volta, Davy conseguiu
um circuito elétrico, o circuito era gerado por dois bas- separar sais num
processo hoje chama-
tões de carbono, de extremidades pontiagudas, alimenta- do eletrólise; estudou
os fenômenos
dos por uma poderosa bateria cuja passagem de corrente elétricos que
constituíram a base
elétrica gerava o arco de intensa luminosidade. Mais da eletroquímica.
tarde, Thomas Edison aperfeiçoaria o invento.
Atualmente os conjuntos de células usadas para fazer
módulos solares utilizados na captura de energia da luz
solar são conhecidos como painéis ou placas solares.
A energia gerada por estes módulos solares é chamada
energia solar fotovoltaica.

Acima: lâmpada
de arco voltaico
Ao lado: primei-
ras lâmpadas de
Humphry Davy

33
1816
Estetoscópio
O estetoscópio também chamado de fonendoscópio é
um instrumento utilizado por diversos profissionais, como
médicos e enfermeiros, para amplificar sons corporais,
René- entre eles bulhas cardíacas, ruídos adventícios e ruídos
Théophile-
Hyacinthe hidroaéreos.
Laennec
(1781-1826) — Este aparelho possibilita auscultar e diagnosticar doen-
médico francês
que três anos
ças que ainda não manifestaram sintomas e que por meio
depois de inventar de ruídos peculiares é possível prevenir e medicar. René-
o estetoscópio, em
1816, publicou um -Théophile-Hyacinthe Laennec foi um médico francês e
clássico da literatura
médica, De l’Aus- o inventor do estetoscópio. Laennec nasceu em Quimper,
cultation Médiate.
na França, e estudou medicina no Hospital de la Chatité,
em Paris, se formando em 1804. Ele inventou o estetoscó-
pio em 1816, quando trabalhava no Hospital Necker.
A origem desta ideia ocorreu quando Laennec viu
algumas crianças brincando perto do Louvre ouvindo as
extremidades de uma longa peça de madeira que transmi-
tiu os sons do pino arranhado. No dia seguinte, Laennec
enrolou um pedaço de papel, amarrando-o com uma
corda, e ouviu os corações enfermos com ela. Laennec era
Estetoscópio carpinteiro e em seguida construiu uma peça de 25 cm
moderno por 2,5 centímetros, um cilindro oco de madeira o qual ele
p
também usava para ouvir os sons do peito dos pacientes,
depois modificou esste cilindro em partes.

Estetoscópio
de Laennec

34
1818
Extintor de Incêndio
George William Manby inventou o extintor de incên-
dio em 1818, o primeiro apetrecho de controlar incêndio
era rudimentar, em forma cilíndrica, feito de cobre e
tinha capacidade para quinze litros de líquido. O líquido
ocupava três quartos de sua capacidade e o restante do
George
espaço era preenchido por ar comprimido. William Manby
(1765-1854) —
Os extintores podem ser carregados com vários militar, capitão da
tipos de agentes. Água pressurizada: que extingue o marinha inglesa, que
se distinguiu pela
fogo por resfriamento. Utilizada em materiais sólidos engenhosidade ao
inventar, além do ex-
como madeira, papel, tecidos e borracha. Bicarbonato tintor de incêndio, um
aparato salva-vidas,
de sódio: também chamado de Pó Químico BC, é usado que é disparado do
navio em direção aos
para apagar incêndios de líquidos, gases e equipamentos náufragos, que se
elétricos. Fosfato monoamônico: também chamado de chama Manby Mortar.

Pó ABC, extingue incêndios de sólidos, líquidos, gases e


eletricidade.
Dióxido de Carbono: também chamado de Gás Car-
bônico, que extingue o fogo por retirar o oxigênio. Uti-
lizado em líquidos e gases (como a gasolina, o álcool e o
GLP) e materiais condutores que estejam potencialmente
conduzindo corrente elétrica.
Espuma: usada em incêndios de líquidos e sólidos.
Halon: utilizado em equipamentos elétricos por apagar
incêndios sem deixar resíduos. Foi banido pelo Protocolo
de Montreal por ser nocivo à camada de ozônio. NAF:
indicado para extinção em áreas ocupadas ou que possu-
am equipamentos eletrônicos. É considerado um Agente
Limpo, pois não é residual, possui baixa toxicidade e não
prejudica a camada de ozônio. Também não conduz ele-
tricidade e é eficaz, substituindo o uso do Halon.

35
1826
Ônibus
O ônibus foi inventado em 1826 em Nantes, na
França, por Stanislav Baudry que resolveu criar uma
forma de transporte entre o centro da cidade e as ins-
Stanislav Baudry talações de banhos públicos em sua propriedade, em
(1765-1854) —
empresário francês, Richebourg, que ficava próximo à cidade.
revolucionou o trans-
porte público urbano, Sua invenção combinava as características de
ao criar carros cole-
tivos para transporte
uma carroça e de uma diligência das que percor-
de pessoas. riam um percurso determinado e que transportavam
passageiros e correspondências, o
primeiro ônibus possuía bancos de
madeira e o acesso era feito pelo
lado traseiro do veículo.
Com a evolução do invento fo-
ram criadas empresas especializadas
nesse tipo de coletivo, o desenho e
o conforto dos carros ficaram cada
Acima e abaixo à esquerda, modelos dos vez melhores e adaptados ao públi-
primeiros ônibus e abaixo à direita um co usuário. Na atualidade esse tipo
modelo moderno
de transporte público é de suma
importância, usado em todas as
cidades do mundo.

36
1826
Fotografia
Inventar a fotografia foi bastante complicado e de-
morado, várias tentativas foram feitas até que se che-
gasse a um retrato exato do objeto que se queria retra-
tar. A idealização da fotografia começou em 1558, com Joseph
Nicéphore Niépce
Baptista Della Porta e sua câmera escura que o pintor (1765-1854) — mili-
Leonardo da Vinci costumava utilizar para reproduzir tar francês, de família
abastada, que aos 40
seus desenhos. anos deu baixa no ex-
ército para se dedicar
No ano de 1826, o francês Joseph Nicéphore Niépce, aos seus experimen-
tos fotográficos.
por meio do processo denominado por ele de “Heliogra-
fia” (gravação pela luz do sol), con-
seguiu tirar uma foto utilizando uma
placa de estanho e betume, a foto
ficou exposta sob o sol durante oito
horas. A fotografia passou por pro-
funda evolução ao longo do tempo,
filmes coloridos e máquinas fotográ-
ficas mais modernas transformaram
a reprodução primitiva em demons-
Primeira
tração de arte e aperfeiçoamento. Os sistemas digitais “foto” de
de captura de imagem melhoram a cada dia e o advento Niépce
do Photoshop revolucionou a correção e a perfeição das
fotografias. É importante frisar que para se chegar aos
últimos resultados fotográficos vários indivíduos contri-
buíram para essa evolução.

Máquina
fotográfica
moderna

37
1826
Caneta-Tinteiro
A caneta-tinteiro foi inventada em 1827, por Petrache
Poenaru, tipógrafo romeno que lhe deu o nome de: “Con-
dei Portaret” (caneta-portátil). Esse primeiro e rudimentar
Petrache Poenaru
modelo foi o precursor de todas as canetas esferográficas
(1799-1875) — que existem na atualidade. As canetas antigas eram feitas
matemático, físico e
engenheiro, Poenaru de metal e por esse motivo arranhavam o papel, a tinta
estudou e viveu
na França, Áustria mais comum era o nanquim.
e Inglaterra; era
estudante em Paris Peça artesanal e quase exclusiva, a caneta-tinteiro não
quando inventou a
caneta-tinteiro.
era um objeto que todos possuíssem, seu preço era muito
alto e pouco acessível a qualquer um. Foi preciso várias
mudanças e adaptações para que se conseguisse indus-
trializar as canetas já preparadas para a produção em
grande escala.

Ao lado, a caneta
de Poenaru.
Abaixo, um ‘kit’
de caneta-tinteiro
d
do século
sé XIX

38
1830
Cortador de Grama
O primeiro cortador de grama foi inventado
com a finalidade de aparar a grama de áreas es-
portivas e terrenos planos. Seu inventor foi o en-
genheiro inglês Edwin Budding. A primeira má-
Edwin Buding
quina construída era de ferro forjado e produzia (1795-1846) —
engenheiro inglês
sua força motriz por meio de rolos traseiros. que inventou, além
do cortador de
Em 1859, Thomas Green produziu o pri- grama, os primeiros
meiro cortador de grama movido a correia e modelos de chave
de boca ajustável (a
em 1860 foram acoplados a ele depósitos para chave ‘inglesa’).
a grama cortada. O combustível utilizado nos
primeiros cortadores era petróleo e querose-
ne, em 1900, a empresa Ransomes aperfeiçoou
o cortador de grama tornando-o dirigível.

Mais de 150 anos


depois, a diferença
entre o cortador de
grama de Budding
e os atuais é imensa

39
1835
Revólver
A evolução bélica que foi implementada pelo inglês
Samuel Colt está, sobretudo, no fato de que depois de seu
invento, o revólver, criado em 1835, foi possível efetuar mais
Samuel Colt do que um disparo por uma arma de fogo. A praticidade
(1814-1862) —
inventor e industrial do tamanho e os disparos consecutivos fizeram do revólver
norte-americano;
Colt revolucionou
uma arma ambicionada por todos; para ilustrar o genial
os processos de invento era costume dizer “... Abraham Lincoln tornou
fabricação, em 1836,
ao estabelecer uma todos os homens livres, mas Samuel Colt os tornou iguais...”,
fábrica de revólveres
a partir de peças o slogan de Colt queria dizer que a partir de seu invento a
intercambiáveis.
força física e o poder que o individuo possuía já não tinham
importância, posto que a defesa proporcionada pelo seu
armamento fosse capaz de anular outras variáveis.
Colt idealizou o funcionamento de seu invento ao
observar a tração do eixo do navio, no qual servia como
marinheiro, resolveu então anexar à arma de fogo um
tambor que, depois de feito o disparo, girava e recarrega-
va o revólver deixando-o preparado para um novo tiro. O
revólver Colt era mais barato, de fácil manuseio, e infini-
tamente prático se comparado ao aspecto rudimentar das
armas da época.
p

Revólveres: Colt Army 1860 Percussion, Colt Single


Action Army (.45) e o Colt Python .357 Magnum

40
1837
Telégrafo
O telégrafo foi inventado por Samuel Finley Breese
Morse, nascido em 27 de abril de 1791, em Charlestown,
Massachusetts. Estudou no Yale College, quando come-
çou a se interessar por eletricidade. Em 1832, durante Samuel
Finley Bre-
uma viagem de navio, participou de uma conversa sobre ese Morse
(1791-1872) —
o eletroímã, dispositivo ainda pouco conhecido. Em inventor e físico
1835 construiu seu primeiro protótipo funcional de um norte-americano,
célebre pelo invento
telégrafo, pesquisando-o até 1837, quando finalmente do telégrafo e do
código que levou
passou a dedicar-se inteiramente ao seu invento. Em seu nome; Morse
também foi pintor de
meados de 1838 já estava com um código de sinais real- cenas históricas.
mente funcional chamado Código Morse.
Morse conseguiu em 1843 recursos financeiros para
seu invento através do Congresso norte-americano, em
1844 foi concluída a primeira linha telegráfica ligando
Baltimore a Washington, DC, quando se deu a primeira
transmissão oficial cuja mensagem foi: “What hath God
wrought!” (Que obra fez Deus!)

41
1867
Dinamite
Dinamite é um artefato explosivo à base de nitrogliceri-
na, misturado com terra diatomácea (dióxido de silício em
pó) ou com outro material absorvente, como serragem,
Alfred B. Nobel argila, polpa de celulose ou pó de conchas; é mais seguro
(1833-1896)
— engenheiro e que pólvora e que a própria nitroglicerina em seu estado
químico sueco, é
também inventor da
puro. Dinamites que utilizam material orgânico são mais
borracha sintética. estáveis e seu uso não é aconselhável.
Este explosivo foi inventado por Alfred B. Nobel, em
Krümmel (Alemanha), em 1867, que a patenteou como pó
de segurança para explodir. A dinamite é habitualmente
vendida na forma de bastões com 20 cm de comprimento
e 3,2 cm de diâmetro, em média e peso aproximado de 230
gramas cada, podendo estar disponível em outros tama-
nhos. A vida útil máxima da dinamite baseada em nitro-
glicerina é de um ano partindo da data de fabricação e em
boas condições de estocagem.

Acima à direita, medalha do Prêmio


Nobel, dada (pela Fundação Nobel)
às pessoas que fizeram pesquisas im-
portantes, criaram técnicas pioneiras
ou deram contribuições
destacadas à sociedade

42
1837
Tabela Periódica
O professor de química russo Dmitri Ivanovich Mende-
leiev e Julius Lothar Meyer publicaram de forma independen-
te as suas tabelas periódicas em 1869 e 1870, respectivamen-
te. Ambos construíram suas tabelas de forma semelhante: Dmitri Ivanovich
Mendeleiev
listando os elementos de uma linha ou coluna em ordem de (1834-1907) —
químico russo,
peso atômico e iniciando uma nova linha ou coluna quando fez descobertas
as características dos elementos começavam a se repetir. impórtantes sobre
estruturas atômicas,
O sucesso da tabela de Mendeleiev surgiu a partir de valência e proprie-
dades dos gases.
duas decisões que ele tomou: a primeira foi a de deixar la-
cunas na tabela quando parecia que o elemento correspon-
dente ainda não tinha sido descoberto. Mendeleiev não foi
o primeiro químico a fazê-lo, mas ele deu um passo adiante
ao usar as tendências em sua tabela periódica para predizer
as propriedades desses elementos em falta, como o gálio e o
germânio.
A segunda decisão foi ocasionalmente ignorar a ordem
Julius Lo-
sugerida pelos pesos atômicos e alternar elementos adjacen- thar Meyer
(1830-1895) —
tes, tais como o cobalto e o níquel, para melhor classificá-los químico alemão,
irmão do físico
em famílias químicas. Com o desenvolvimento das teorias Oscar Emil Meyer.
de estrutura atômica, tornou-se aparente que Mendeleiev
tinha, inadvertidamente, listado os elementos por ordem
crescente de número atômico. Com o desenvolvimento das
modernas teorias de mecânica quântica de configuração de
elétrons dentro de átomos, ficou evidente que cada linha A tabela de
Mendeleiev
ou período na tabela correspondia ao preenchi-
mento de um nível quântico de elétrons. Na ta-
bela original de Mendeleiev, cada período tinha
o mesmo comprimento. No entanto, como os
átomos maiores têm subníveis, tabelas modernas
têm períodos cada vez mais longos na parte de
baixo.

43
1876
Telefone
Há muita controvérsia sobre a invenção do telefone, que
geralmente tem sido atribuída a Alexander Graham Bell.
Entretanto, como reconheceu o Congresso dos Estados
Alexander
Graham Bell Unidos através da resolução 269, de 15 de junho de 2002,
(1847-1922) —
cientista escocês, foi o aparelho foi inventado por volta de 1860 pelo italiano
fundador da Compa-
nhia Telefônica Bell.
Antonio Meucci, que o chamou “telégrafo falante”.
A primeira demonstração pública da invenção de
Meucci aconteceu em 1860, e teve sua descrição publica-
da num jornal de língua italiana de Nova York. Meucci
criou o telefone pela necessidade de comunicar-se com
sua esposa que era doente e por isso ficava de cama no
seu quarto no andar superior. O laboratório de Meucci
ficava no térreo, sendo assim ele não possuía condições
Antonio Meucci para cuidar da esposa e trabalhar ao mesmo tempo, por
(1808-1889) —
engenheiro químico e
isso ele inventou o telefone, a fim de que se sua esposa
industrial; participou precisasse dele não tivesse que gritar ou sair de sua cama.
do Movimento de
Unificação Italiano

Ao lado, à
esquerda, o
‘telégrafo fa-
lante’ de Meuc-
ci e abaixo o
modelo de
telefone de Bell

Um dos primeiros telefones produzidos


comercialmente

44
1877
Fonógrafo
O fonógrafo é um aparelho inventado em 1877 por
Thomas Edison para a gravação e reprodução de sons
através de um cilindro. Ele foi o primeiro aparelho capaz
de gravar e reproduzir sons. A invenção do fonógrafo por Thomas Alva
Edison
Edison foi o ponto culminante de uma série de inven- (1847-1931) —
tos que primeiro tentaram realizar a tarefa de gravar de inventor, cientista
e empresário
forma mecânica em algum meio as vibrações sonoras. A norte-americano;
durante a vida,
grande inovação do fonógrafo encontra-se em sua capa- Edison registrou
2.332 patentes.
cidade de também reproduzir os sons que gravava abrin-
do novas possibilidade de utilização comercial.
O fonógrafo foi anunciado por Edison em 21 de
novembro de 1877 e teve a sua primeira demonstração
pública em 29 de novembro do mesmo ano. O aparelho
consistia em um cilindro com sulcos, coberto por uma
folha de estanho. Uma ponta aguda era pressionada
contra este cilindro e, conectados à ponta oposta, ficavam
um diafragma (uma membrana circular, cujas vibrações
convertiam sons em impulsos mecânicos e vice-versa)
acoplado a um grande bocal em forma de cone.
O cilindro era girado manualmente e, conforme o
operador ia falando no bocal, a voz fazia o diafragma
vibrar, o que fazia a ponta aguda criar um sulco análogo
na superfície do cilindro. Quando a gravação
estava completa, a ponta era substituída por
uma agulha e o cilindro era girado no senti-
do contrário; com este movimento a máquina
reproduzia as palavras gravadas e o cone ampli-
ficava o som.

45
1888
Gramofone
O gramofone é uma invenção do alemão Emil Ber-
liner, de 1888, que servia para reproduzir som gravado
utilizando um disco plano, em contraste com o cilindro do
Emil Berliner fonógrafo de Thomas Edison.
(1851-1929) —
inventor alemão,
Era um disco giratório coberto com cera, goma laca,
naturalizado ameri- vinil, cobre, entre outros materiais, sobre o qual eram
cano, dedicou-se à
mecânica aeronáu- feitas gravações por uma agulha, isto gerava as vibrações
tica; fundou a
empresa Deutsche de som emitido e afunilado em uma corneta, interligada
Grammophon.
a uma lâmina que sustentava a agulha. Com a emissão do
som, o ar movimentava-se, vibrando a lâmina, que
faziaa a agulha riscar em forma de ondas a superfí-
ciee do disco que estava girando.
De forma inversa, ao girarmos o disco já
riscado, com outro tipo de agulha em contac-
to, esta o lerá e transmitirá as vibrações para
a lâmina (membrana), cuja
vibração, amplificadas pela
corneta, fará emitir o
som.

Acima, um dos gramo-


fones vendidos
comercialmente na
época. Ao lado, o
gramofone original,
criado por Berliner

46
1895
Cinematógrafo
O cinematógrafo é considerado invenção dos irmãos
Lumière, mas na verdade eles apenas o aperfeiçoaram.
O responsável pelo invento foi o francês Léon Bouly
em 1895, Bouly teria perdido a patente do invento e os Auguste Marie
Lumière
Lumière a teriam registrado novamente, sendo, portanto (1862-1954)
atribuído a eles o invento. Louis Jean Lu-
mière
A invenção do cinematógrafo constitui o marco inicial da (1864-1948) —
franceses, são referi-
história do cinema. Na descrição dos próprios inventores, o dos como “os pais do
cinema”.
aparelho permite registrar uma série de instantâneos fixos,
em fotogramas, criando a ilusão do movimento que durante
certo tempo ocorre diante de
uma lente fotográfica e depois
reproduz esse movimento,
projetando as imagens animadas
sobre um anteparo em tela ou
parede. Convencionalmente, a
ilusão é produzida pelo fenô-
meno da retenção
da retina ou num
entendimento mais
atual, pelo movi-
mento beta.

47
1901
Aspirador de pó
Hubert Cecil Booth, engenheiro britânico, desenhista
de navios e pontes, ao observar uma máquina que asso-
prava as partículas de pó dos bancos dos comboios teve a
Hubert Cecil brilhante ideia de inventar outra máquina que sugasse o
Booth
(1871-1955) — pó ao invés de dispersá-lo, nascia o aspirador de pó, aliado
engenheiro inglês,
projetou pontes
importante das donas de casa do mundo todo.
suspensas e O primeiro aspirador construído por Booth esbarrou
rodas-gigantes.
em um inconveniente, era demasiado grande, não passa-
va pelas portas, mas ainda assim foi bem recebido pelo
público. Quem o adquiria mostrava aos amigos a novi-
dade que limpava carpete e tapetes sugando a sujeira por
meio de mangueiras flexíveis
que levavam o pó até a máquina.
Em pouco tempo a máquina foi
aperfeiçoada e grande parte das
famílias já utilizava o invento.

48
1901
Lança-Chamas
O crédito pelo desenvolvimento do primeiro lança-
-chamas, no sentido moderno, é geralmente dado ao
alemão Richard Fiedler. Ele apresentou os modelos do
aparelho que batizou por Flammenwerfer para testes Richard Fiedler
Quase nada se sabe
do exército alemão, em 1901. O modelo mais interes- sobre o inventor do
lança-chamas, exceto
sante dos apreciados foi um aparelho portável indivi- que era um engen-
dual, que consistia num único cilindro de cerca de 1,2 heiro químico alemão,
que viveu em Berlim
metros de altura, dividido na horizontal por um gás no período de 1901
a 1918.
pressurizado na parte inferior e com um óleo inflamá-
vel na parte superior.
Ao puxar uma alavanca o gás forçava o líquido a sair
através de um tubo de borracha passando por um dispo-
sitivo de ignição numa saída de aço. A arma podia proje-
tar um jato inflamável (com enormes nuvens de fumaça)
a uma distância de 18 metros, tendo autonomia para dois
minutos de utilização contínua. O lança-chamas foi uma
arma muito importante na Primeira Guerra Mundial.
Só em 1911 é que o exército alemão aceitou o disposi-
tivo, criando uma unidade especializada de doze compa-
nhias equipadas com o Flammenwerfer. Porém, o lança- ç
-chamas só foi utilizado na Primeira Guerra
uerra Mundial a
partir de fevereiro de 1916, quando foi usado contra os
franceses em
Verdun. De-
pois, foi apli-
cado novamenteente em
julho de 1916 6 contra
as trincheirass britâni-
cas em Hooge. e.

49
1901
Linha de
Montagem
Ransom Eli Olds Ransom Eli Olds inventou o sistema industrial de linha
(1864-1950) —
pioneiro americano da
de montagem no ano de 1901, após sua fábrica automo-
indústria automo- bilística ter sofrido um grave incêndio. Com o modelo
bilística — do nome
dele derivaram duas de carro que sobrou do incêndio, Ransom começou no-
marcas de carrros,
Oldsmobile e REO. vamente sua produção, em pouco tempo as encomendas
eram tantas que Olds tinha problemas para atender a
demanda. Para melhorar a produção Ransom inventou
um funcional sistema de montagem e o foi aperfeiçoando
até chegar a um resultado satisfatório.
A eficácia comprovada do sistema de Ransom fez
com que a produção aumentasse e que o tempo fosse
mais bem aproveitado durante as etapas de montagem
dos automóveis. Algum tempo depois várias empresas
adotaram o sistema de linha de montagem, a ideia de
Olds se popularizou pelo mundo inteiro, atualmente,
em um mundo totalmente centrado na tecnologia no
qual máquinas substituem mãos humanas, as linhas de
montagem ainda prevalecem e o trabalho artesanal perde
cada vez mais terreno.

Linha de
montagem da
Oldsmobile
em 1928

50
1895
Ar-condicionado
Willis Carrier inventou o primeiro sistema de ar-con-
dicionado durante um úmido e abafado verão em Nova
York, o sistema visava minimizar os efeitos da umidade
e do calor em uma indústria gráfica. O invento de Willis
em pouco tempo se tornou popular devido à funciona- Willis H. Carrier
lidade e à capacidade de transformar ambientes úmidos (1876-1950) — en-
genheiro americano,
em locais arejados e secos. Os primeiros modelos de empreendedor,
também investiu
ar-condicionado eram grandes e possuíam uma estrutura na fabricação de apa-
relhos de ar-condi-
pesada e rudimentar, atualmente a evolução dos apare- cionado no Japão e
Coreia a partir dos
lhos faz com que se adaptem à decoração do ambiente anos 1930.
ficando quase que imperceptível ou se tornando uma
peça da própria decoração
O invento bem sucedido de Carrier foi adotado nas
residências e nos hospitais, espalhou-se pelo mundo todo
e atualmente tem importância fundamen-
tal para a manutenção de computadores
e componentes eletrônicos. As estações
subterrâneas dos metrôs e os grandes shop-
pings centers não seriam confortáveis sem a
eficiência do sistema de ar-condicionado.

Acima, um modelo
de ar-condicionado
residencial dos anos 70.
Ao lado, Willis e o ma-
quinário de ar-condi-
cionado de prédio

51
1901
Eletrocardiograma
O processo que permitiu a invenção do eletrocardiógra-
fo era basicamente simples se comparado à importância
que o aparelho adquiriu para a medicina. Willem Eintho-
Willem Einthoven ven, médico e fisiologista holandês, adaptou o sistema já
(1860 -1927) —
médico holandês, foi existente de galvanômetro utilizado na ampliação de sinais
ganhador do prêmio
Nobel de Medicina
elétricos transmitidos por cabos submarinos.
em 1924. O galvanômetro de Willem era um fio microscópico
de quartzo que era suspenso verticalmente em um potente
campo magnético. Ao passarem nele
as correntes elétricas, o fio defletia e
bloqueava o feixe de luz que regis-
trava a sombra produzida em papel
fotográfico.
O eletrocardiógrafo foi inventado
por Wilem para captar e registrar pe-
quenas correntes elétricas ocorridas
dentro do coração. O revolucionário
Acima, um invento contribuiu para o avanço da medicina e possi-
eletrocardiógrafo bilitou o diagnóstico preciso e também o tratamento de
antigo
várias doenças cardíacas.

Moderno aparelho de
eletrocardiograma

52
1904
Rádio
Roberto Landell de Moura foi um padre católico bra-
sileiro que também era cientista e inventor, Landell é o
patrono dos radioamadores no Brasil. Padre Roberto foi
pioneiro em experimentos com ondas eletromagnéticas Roberto Landell
de Moura
e é considerado o primeiro a conseguir transmitir com (1861-1928) —
sucesso a voz humana pelo rádio. padre brasileiro
da Igreja Católica
As autoridades e a imprensa brasileira não deram o Romana, registrou
três patentes nos
devido valor aos experimentos de Landell, que era visto EUA, o ‘transmissor
de ondas’, o ‘tele-
pela população como herege pelo seu interesse e dedi- fone sem fio’ e o
cação à ciência, foi perseguido e classificado como “ma- ‘telégrafo sem fio’,
todas em 1904.
luco”, pelo espírito moderno e vanguardista. Pelos seus
talentos científicos teve como pagamento a indiferença, o
isolamento e a incompreensão de seus contemporâneos.
O padre cientista não conseguiu ajuda do governo e nem
da iniciativa privada para pôr em prática seus projetos
em escala industrial. Seus inventos foram patenteados
tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
Réplica do rádio
do padre Landell

53
1904
Trator
O trator foi um marco revolucionário na agricultura, um
invento aperfeiçoado pelos americanos Benjamin Holt e
Daniel Best. Por ser enorme e pesado, o motor de tração a
Benjamin Holt vapor atolava em terreno macio o que causava transtornos
(1849-1907) —
inventor americano, no cotidiano agrícola. Observando esta dificuldade foi que
fundou, com seus
irmãos, a Holt Manu-
Holt teve a brilhante ideia de trocar as rodas dos tratores
facturing Company por esteiras o que daria mais estabilidade às máquinas em
terrenos menos firmes.
Foi no ano de 1904 que o primeiro trator equipado com es-
teiras foi testado e em 1909 Holt mudou a alimentação a vapor
das máquinas por petróleo. A partir destas adaptações seus
tratores passaram a ser disputados pelos clientes.
O filho de Daniel Best fundou sua própria fábrica de trato-
res e em 1913 lançou no mercado o trator de esteira CBL de 75
Daniel Best cavalos, que foi a primeira máquina a levar a marca registrada
(1838-?) — inventor
e empresário ame-
“Tracklayer” de Best. Em 1925 a Holt Manufacturing Com-
ricano,, conhecido pany e a CL. Best
como pioneiro em
maquinaria pesada e Tractor Company se
para agricultura.
juntaram para formmar
a Caterpillar Tractorr,
que se tornou gigannte
nesta área.

54
1904
Limpador de
Para–brisa
O limpador de para–brisa foi um instrumento
Mary Anderson
inventado por Mary Anderson, sua idealização come- (1866–1953) — a
inventora americana
çou em 1903, mas sua invenção tornou-se efetiva e foi do para-brisa foi em-
presária da construção
patenteada em 1905. A intenção de Mary era criar um civil e fazendeira.
acessório que melhorasse a visibilidade durante pas-
seios de bonde pelas ruas de Nova York, ela havia per-
cebido que nesses passeios os condutores dos bondes
precisavam interromper o trajeto por várias vezes para
limpar a neve acumulada no para-brisa dos veículos.
O invento de Mary consistia em uma lâmina de
borracha afixada a um suporte que era movimentado
por uma haste, este instrumento simples, porém fun-
cional, foi adotado por Henry Ford que equipou com
ele seu Ford T. Depois de algum tempo a invenção de
Mary foi aplicada em toda a indústria automobilística.
Mary Anderson foi a primeira mulher a inventar um
acessório para as indústrias de automóvel. Após seu
invento bem sucedido, outras mulheres se aventura-
ram nesta área

À esquerda,
modelo de
limpador
de para-brisa
À direita, Mary
Anderson em
frente a um
automóvel

55
1906
Máquina de
lavar roupas
A tarefa de lavar roupa era pesada, demandava tempo e
não deixava à dona de casa nenhum tempo livre. Em 1858
Hamilton Smith registrou patente de uma lavadora rotati-
va. A primeira versão de máquina de lavar era acionada de
forma manual, depois de algum tempo surgiram os mode-
los movidos a motor de combustão e elétrico.
No ano de 1906, aproximadamente, a Hurley Com-
Alva Fisher
pany inventou a primeira lavadora elétrica que foi pron-
(1862-1947) — en- tamente industrializada. O responsável pelo projeto da
genheiro americano,
somente patenteou lavadora elétrica foi Alva Fisher. O sistema idealizado
a máquina de lavar
elétrica em 1910, por Fisher possuía uma caixa de engrenagem autorre-
quando a produção
industrial dela já era versível que impedia a compactação das roupas durante
bem grande. a lavagem.
A máquina demorou a conquistar a sociedade rica da
época, pois como possuíam empregada para os afazeres
domésticos não se interessavam em adquirir aquela inova-
ção tecnológica. Na atualidade, a máquina de lavar é consi-
derada um utensílio doméstico indispensável
p nos lares.
Os primeiros
modelos de
máquinas
de lavar de
Fisher

56
1906
Sonar
Lewis Nixon inventou o sonar em 1906, que foi um
instrumento muito importante para a navegação e que
possibilitou detectar embarcações que estivessem nas
proximidades e também possíveis obstáculos que não Lewis Nixon
poderiam ser alcançados pela visão humana. O tipo de (1861-1940) —
arquiteto naval
sonar inventado por Nixon é o passivo, mais simples que americano, projetou
os primeiros navios
o ativo, ele escuta sem transmitir ao passo que o sonar modernos de guerra e
submarinos
ativo produz um som e mede o tempo decorrido até que
a reverberação chegue novamente ao navio.
As variações de temperatura e o PH da água podem
influenciar no funcionamento do sonar, condições tér-
micas e alta concentração de sal na água podem gerar
curvaturas peculiares nas ondas sonoras emitidas pelo
sonar alterando o resultado do pulso sonoro. A invenção
de Nixon foi muito importante para a evolução da
navegação, possibilitou maior segurança e maior orien-
tação em alto-mar.

Sonar
ASDIC

Esquema do funcionamento do sonar

57
1908
Batedeira
A facilidade das donas de casa da atualidade se deve ao en-
genheiro americano Herbert Johnson. Ao observar o processo
de panificação das padarias, Johnson dedicou maior atenção à
mistura e imaginou um instrumento que pudesse bater todos
Herbert John-
son os ingredientes até torná-los uma mistura homogênea de forma
(?/?) — foi um
engenheiro mais rápida e com menor esforço, nasceu desta ideia a primeira
americano que batedeira de mão.
trabalhou para
Hobart Manufac- A batedeira inventada por Herbert Johnson foi comer-
turing Company. cializada por sua empresa, a Hobart Manufacturing Company
e em pouco tempo já havia batedeiras por todos os Estados
Unidos. Antes da Primeira Guerra grande parte das resi-
dências americanas possuía uma batedeira que na época era
vendida a preço muito alto.
As batedeiras de Johnson foram aperfeiçoadas ao longo do
tempo e se tornaram um utensílio doméstico comum. Hoje é
possível adquirir um bom modelo de uma marca conceituada
a preço acessível. Existem as batedeiras industriais usadas em
panificadoras e cozinhas industriais para misturar grandes
quantidades de ingredient
ingredientes.
g

Ao lad
lado, modelo antigo de batedeira industrial e
acima o modelo caseiro
58
1912
Autorama
O autorama, uma minipista de corrida com carri-
nhos movidos a pilha, foi produzido comercialmente pela
primeira vez nos EUA em 1912 pela Lionel. Na versão
profissional, os carros andam numa pista de 47,24 metros
de comprimento e no autorama amador, vendido em lojas,
a pista é feita de peças de plástico que se encaixam.
O brinquedo chegou ao Brasil pela Mobral Mode-
lismo em São Paulo, que começou a importá-los. No
ano seguinte a Estrela, licenciada pela Gilbert dos EUA,
começou a produzi-los nacionalmente.
O autorama ganhou nova versão no Brasil, com a
estreia de Emerson Fittipaldi na Fórmula Um. No Au-
torama Emerson Fittipaldi, o brinquedo ganhou versão
elétrica. A mesma versão foi estendida para os modelos
seguintes, sempre com nomes de pilotos brasileiros que
estavam em evidência na Fórmula Um como Nélson
Piquet, Ayrton Senna e Rubens Barrichello. Uma embalagem
O Autorama profissional, também chamado automo- do autorama
nacional
delismo de fenda é praticado em pistas de madeira
de grandes proporções nas quais os carros em escala
1/24, aceleram a impressionantes velocidades, che-
gando em sua categoria TOP à 160km/h reais.

À esquerda, o carrinho de Emerson


Fitipaldi. Abaixo, um dos primeiros
autoramas

59
1913
Turbina de Tesla
A turbina de Tesla [turbina de camada limite] é uma
turbina de fluxo sem lâminas centrípetas, patenteada por
Nikola Tesla em 1913. É considerada como uma turbina
Nikola Tesla sem lâminas porque ela usa o efeito de camada limite e
(1856-1943) — foi
inventor, engenheiro não um fluido que colide com as lâminas como em uma
elétrico e mecânico;
austro-húngaro, ficou
turbina convencional.
famoso por projetar o Pesquisadores de bioengenharia têm se referido a ela
sistema de corrente
elétrica alternada como uma bomba centrífuga de discos múltiplos. Um dos
(A/C).
desejos de Tesla para a implantação desta turbina foi em
prol da energia geotérmica.
A turbina de Tesla possui a característica de traba-
lhar com uma mistura de vapor e produtos de combus-
tão nos quais o calor de escape é utilizado para fornecer
vapor, que é direcionado para a turbina, proporcio-
nando uma válvula de alimentação de vapor para que
as pressões e as temperaturas possam ser ajustadas às
condições ideais de trabalho

Modelos de turbinas de Tesla

60
1913
Contador Geiger
O contador Geiser foi idealizado em 1913 pelo físico
alemão Johannes Geiger, na época Johannes era assisten-
te do químico Ernest Rutherford. É um aparelho utili-
zado para medir e detectar o nível de radiação em um Johannes W.
Geiger
ambiente. Mais tarde, Geiger se juntou a Walther Müller (1882-1945) — foi
um físico alemão.
e aperfeiçoou o invento, em 1928 aproximadamente. O
contador Geiger constituía-se de um tubo cilíndrico
contendo gás argônio à baixa pressão, um amplificador e
uma fonte de alta voltagem.
O funcionamento acontecia da seguinte forma: depois
de ionizado, o argônio fechava o circuito elétrico do ins-
trumento que era composto de eletrodos contendo cargas
elétricas em oposição. Os íons formados são responsáveis
pela condução da eletricidade entre o catado e o ânodo o
que acionava o alto-falante do contador.
O contador Geiger indica a presença de radiação
emitindo sinal sonoro, sinal de luz ou deflexão do
ponteiro medidor. Os estalidos vindos do instrumento
possibilitam a contagem das partículas radioativas, na Abaixo, da es-
atualidade, o contador Geiger é um grande aliado das querda para
grandes indústrias que manipulam elementos radio- direita: o protóti-
po do contador
ativos e também das pessoas que executam esse tipo feito por Geiger;
de trabalho, pois permite que cuidados sejam tomados esquema de
para que trabalhadores não sofram graves contami- funcionamento;
contador Geiger
nações por radiação. moderno

61
1914
Semáforo
O semáforo de duas cores, vermelho e verde, foi inven-
tado em 1868 por Lester Wire, um policial e inventor de
Salt Lake City, o sistema era controlado por guardas de
Lester Wire trânsito que se revezavam nos locais. A primeira implanta-
(1887-1958) —
quando o americano ção do semáforo em autoestrada aconteceu em Cleveland
Lester Wire inventou o
semáforo, trabalhava
(EUA). Em 1917 o semáforo passou a ter a luz amarela.
como detetive de Garrett Morgan, natural do Kentucky, aperfeiçoou o in-
polícia, em Salt Lake
City. vento e o tornou automático; em 1923 os direitos da in-
venção foram vendidos para a empresa General Eletric.
O motivo de se utilizar as três cores tem um signifi-
cado, o vermelho na natureza é sinal de alerta e alguns
animais utilizam-se desta camuflagem para afugentar
inimigos. Sendo o verde uma cor oposta e que contras-
ta fortemente com o vermelho significa o contrário da
situação, quer dizer que o pedestre ou o motorista tem
passagem livre. O amarelo foi agregado depois e repre-
Garrett Morgan
(1877-1963) — senta um espaço de tempo seguro para que a ordem de
inventor americano
e líder comunitário; seguir ou parar seja captada por pedestres ou motoristas.
inventou um tipo de
máscara contra gases O semáforo é também conhecido como “sinaleira”,
e uma pasta para
alisar cabelo.
“farol”, “sinal”. Com o passar dos anos os modelos de
semáforos foram evoluindo, atualmente é possível en-
contrar o invento equipado com sistema de alto-falantes
para cegos, analógico que marca o tempo que falta para a
mudança de sinal. Há também o dispositivo para o pedes-
tre acionar o semáforo e atravessar a rua em segurança.

À es
esquerda: semáforo
de duas
du cores, de
Wire; centro: protóti-
Wire
po de
d Morgan; à di-
reita: semáforo de três
reita
cores e automático

62
1921
Polígrafo ou detector
de mentiras
O polígrafo mede e registra a intensidade das respostas
fisiológicas de uma pessoa, o que permite saber se ela está
mentindo ou dizendo a verdade. O exame com o polígrafo
consiste em medir por meio de eletrodos a pressão arte- John Larson
(1892- 1965) — foi
rial, o ritmo das batidas cardíacas, o ritmo da respiração um official de polícia
em Berkeley, Califór-
e as contrações musculares involuntárias do individuo nia, USA.
examinado. O gráfico registrado pelos sensores permi-
te saber se há veracidade ou não nas respostas obtidas
O polígrafo foi inventado por John Larson, estudante de
medicina, no ano de 1921. Este instrumento é muito usado
em interrogatórios policiais, mas na verdade não deve ser
considerado infalível porque o grau de psicopatia de um Um dos
indivíduo pode mascarar sua resposta física o que também primeiros
deturpa o resultado do polígrafo. Por alguns criminosos polígrafos

conseguirem driblar a máquina e


mentir sem ser desmascarados é que
o instrumento é visto como um mero
auxiliar em um julgamento. Consi-
dera-se apenas um dos recursos de
investigação e não resultado final.
Polígrafo dos anos 1930

Aparelho
moderno

63
1923
Televisão
Em 1923 Vladimir Zworykin registrou a patente
do tubo iconoscópico para câmeras de televisão, o que
tornou possível a televisão eletrônica. O primeiro sis-
Vladimir K. Zwo- tema mecânico de televisão analógica foi demonstrado
ryrkin
(1888-1982) — em fevereiro de 1924, em Londres, e, posteriormente,
foi um inventor,
engenheiro e pioneiro
imagens em movimento em 30 de outubro de 1925.
da tecnologia da Inventado por John Logie Baird, esse sistema era
televisão, nascido na
Rússia e que se natu- composto de um disco giratório perfurado, no qual lu-
ralizou americano.
zes de néon se acendiam por detrás; respondendo ao
sinal de uma estação de rádio que capturava as imagens
através de um disco idêntico. Os ruídos provo-
atr
cados pelo aparelho dificultavam a emissão
sonora, mas mesmo assim foi o primeiro
aparelho a reproduzir imagens em movi-
mento com trinta linhas de resolução.
A televisão em cores surgiu em 1954, na
rede norte-americana NBC. Um ano antes
o governo dos Estados Unidos aprovou o
sistema de transmissão em cores proposto
pela rede “Columbia Broadcasting System”
CBS, mas quando a RCA apresentou um
novo sistema que não exigia alterações nos
aparelhos antigos em preto e branco, a CBS
abandonou sua proposta em favor da nova.

Acima: aparelho de Baird Ao


lado:Vladimir ajustando um dos
seus primeiros aparelhos de TV
À direita:novas tecnologias nos
aparelhos de televisão

64
1928
Luminol
Luminol é uma substância química cria-
da em 1928 por H. O. Albrecht. É um produ-
to que é preparado misturando-se o luminol
propriamente dito com uma substância à base
de água oxigenada, que reage muito lentamen-
te. Quando essa mistura entra em contato com
o sangue humano, utiliza o ferro presente na
hemoglobina como agente catalisador cau-
sando uma reação de quimiluminescência.
Muito utilizado pela polícia científica, quan-
do necessita saber se há vestígios de sangue em
roupas, objetos ou lugares. No caso de tecidos,
mesmo que a cena do crime tenha sido limpa, as
fibras do tecido absorvem partes do composto
de ferro, e assim, quando aplicado o luminol, ele
causa uma reação de oxidação e “ilumina”, literal-
mente, o local criando uma cor azul-fluorescente.
O luminol é mais eficiente quando usado junto
com luz-negra, sendo possível perceber mais clara-
mente as evidências de sangue. Os detetives po-
dem usar outros produtos químicos quimilumines-
centes, como a fluorescina, no lugar do luminol.
Estes produtos funcionam basicamente da mesma
maneira, mas o procedimento é muito diferente.

65
1930
Radiossonda
O sistema de radiossonda foi inventado pelo meteo-
rologista soviético Pavel Molchanov em 1930. Este ins-
trumento meteorológico opera em frequência de rádio
Pavel 403 MHz ou 1680 MHz, que pode ser ajustada se houver
Molchanov necessidade. A rawinsonde é outro tipo de radiossonda
(1893-1941)
— era um que serve para medir a direção e velocidade do vento. O
meteorologista
russo. Molchan- ozônio também pode ser medido por radiossonda, mas
ov foi morto pela
polícia política este não é um procedimento comum.
de Stalin, em
1941. Os aparelhos modernos podem calcular a pressão,
altitude, temperatura, umidade relativa do ar, posição
geográfica (longitude e latitude) e vento (velocidade e
Parte interna de direção). A primeira radiossonda enviou mensagem trin-
um rádiossonda ta minutos depois de ser lançada direto para os centros
atual
meteorológicos de Leningrado e Moscou.
O instrumento Vaisala RS92 é um dos
dispositivos modernos de medição. Oferece o
melhor desempenho em medição de pressão,
temperatura e umidade, apresenta continu-
amente dados sobre velocidade e direção do
vento e possui sensores para medir concen-
tração de ozônio.
Primeiro sistema de
radiossonda

66
1931
Radiotelescópio
O radiotelescópio foi inventado por Karl Jansky em
1931, é um equipamento que percebe as ondas de rá-
dio vindas do espaço. Diferente do telescópio ótico que
produz imagem por meio da luz visível, o radiotelescópio Karl Jansky
(1905-1950) —
é composto por antenas parabólicas de grande porte que físico e radioenge-
coletam as ondas emitidas por rádio. nheiro americano,
considerado uma das
Radiotelescópios são ferramentas importantíssimas principais figuras da
radioastronomia.
para a radioastronomia, com a ajuda deles é possível
detectar corpos celestes como os quasares e pulsares, que
emitem radiação em radiofre-
quência e podem ser observa-
dos em seus espectros eletro-
magnéticos.

67
1938
Lâmpada
Fluorescente
A lâmpada fluorescente é um tipo de lâmpada criada
Nikola Tesla
(1856-1943) — foi por Nikola Tesla, introduzida no mercado consumidor
inventor, engenheiro
elétrico e mecânico; em 1938. Ao contrário das lâmpadas de filamento, possui
austro-húngaro, fa-
moso por projetar o grande eficiência por emitir mais energia eletromagnéti-
sistema de corrente
elétrica alternada
ca em forma de luz do que calor, é também considerada
(A/C). mais econômica.
As lâmpadas fluorescentes funcionam de modo seme-
lhante aos tubos de descarga de gás néon, possuem um par
de eletrodos em cada extremo. O tubo de vidro é
coberto com um material à base de fósforo. Este,
quando estimulado com radiação ultravioleta gera-
da pela ionização dos gases, produz luz visível.
Internamente são carregadas com gases inertes
a baixa pressão, as mais
comuns utilizam o árgon.
Além da cobertura de
fósforo, existem eletrodos
em forma de filamentos
nas suas extremidades.
Sua função é pré-aquecer
seu interior para reduzir
a tensão elétrica neces-
sária à ionização, dando
a partida no processo de
bombardeamento por
íons positivos dos gases
no interior do tubo.

68
1938
Computador
Durante o período da Segunda Guerra Mundial a Ma-
rinha dos EUA e a Universidade de Harvard desenvol-
veram o computador Harvard Mark I que foi projetado
pelo professor Howard Aiken. O Mark I ocupava aproxi- Howard H. Aiken
madamente 120m³ e conseguia multiplicar dois números Howard H. Aiken
(1900-1973) —
de dez dígitos em três segundos. pioneiro americano
da computação; fez
O Exército dos Estados Unidos, por sua vez, de- o projeto original do
computador Harvard
senvolvia em segredo um projeto parecido cujo resultado Mark I, da IBM
originou o primeiro computador a válvula (Eletronic
Numeric Integrator And Calculator - ENIAC). Sendo
projetado para calcular trajetórias de balas o ENIAC foi
mantido em segredo pelo governo americano até o fim
da Guerra, quando foi apresentado ao mundo.

Acima, o ENIAC do exército americano


À esquerda: detalhe do mecanismo de entrada e
saída de dados e controle do Harvard Mk I
Abaixo: o Harvard Mk I da IBM

69
1942
Helicóptero
A primeira ideia pouco prática de um helicóptero foi
concebida por Leonardo da Vinci no século XV, mas
esquecida até a invenção do avião no século XX. Desen-
Paul Cornu volvedores como Louis Breguet, Paul Cornu, Juan de La
(1881-1944) —
engenheiro francês; Cierva y Codorniu, Émile Berliner e Igor Sikorsky abri-
o aparelho de
Cornu, durante o voo,
ram caminho para este tipo de aeronave. O primeiro voo
elevou-se cerca de bem-sucedido e registrado de um helicóptero ocorreu
30 cm acima do solo,
durante 20 segundos. em 1907, realizado por Paul Cornu, na França.
Helicóptero é um tipo de aeronave de asas rotativas,
mais pesada que o ar, propulsada por um ou mais roto-
res horizontais maiores que quando girados pelo motor,
criam sustentação e propulsão necessárias para o voo.
Devido ao fato de as pás do rotor girarem em torno
de um mastro, são classificados como aeronave de asa
rotativa, o que os distingue das aeronaves de asas fixas, o
avião convencional.
Em contraste com aeronaves de asas fixas, isso permi-
te que o helicóptero possa decolar e pousar verticalmen-
te, pairar e ir para frente, para trás e lateralmente. Esses
O helicóptero em
que Paul Cornu atributos possibilitam aos helicópteros serem utilizados
fez o primeiro em áreas congestionadas ou isoladas em que as aeronaves
voo de asas fixas não seriam capazes de pousar ou decolar.

70
1945
Guitarra Elétrica
A guitarra elétrica inventada em 1945 é também cha-
mada apenas de guitarra, É um instrumento cujo som é
amplificado eletronicamente. Sendo um instrumento de
cordas ou cordofone, o som é produzido manualmen-
te pela vibração das cordas, como na guitarra acústica,
porém é transformado em sinal elétrico devido à ação de
captadores magnéticos
Os sinais elétricos podem ser simplesmente amplifi-
cados e emitidos por um alto-falante que converte estes
sinais em ondas sonoras ou pode ser modificado antes
de ser novamente convertido em som pelo alto-falante.
Por sua potência sonora e pela possibilidade de alteração
eletrônica de diversas características de seu timbre, as
guitarras elétricas são utilizadas principalmente no rock,
música pop, jazz, podendo ser utilizadas em outros gêne-
ros musicais.
Violões, ou instrumentos similares, existem há cen-
tenas de anos.
os A história da guitarra elétrica é algo bem
mais recente,
nte, ela foi fabricada primeiramente em 1945,
pela Rickenbacker.
kenbacker. As primeiras
prim guitarras usavam capta-
dores dee tungstênio. Os captadores convertem a vibração
das cordas
ordas em corrente elétrica, que então é introduzida
no amplificador instrumento.
mplificador para produzir o som do instrum

Acima, a Rickenbacker Frying Pan e


abaixo, Rickenbacker Les Paul

71
1946
Aqualung
Aqualung é um tipo de equipamento de mergulho
SCUBA que consiste num cilindro de ar comprimido e de
um regulador de mergulho que supre a necessidade de gás
Jacques-Yves respirável à pressão ambiente.
Cousteau
(1910-1997) — Jacques Cousteau foi um dos inventores, juntamente
oceanógrafo, cineasta
e oficial da Marinha, com Émile Gagnan, do aqualung em 1946, o equipamento
o francês Cousteau
tornou-se mundial-
de mergulho autônomo que substituiu os pesados esca-
mente famoso por fandros, e também participou como piloto de testes da
suas viagens de
pesquisa. criação de aparelhos de ultrassom para levantamentos
geológicos do relevo submarino e de equipamentos fotoci-
nematográficos para trabalhos em grandes profundidades.
Em1965, Cousteau criou uma casa submarina na qual seis
pessoas viveram por um mês, a cem metros de profundi-
dade.

Émile Gagnan
(1900-1979) —
engenheiro francês,
inventou o regulador
de mergulho, em
1943.

72
1946
Forno de Micro-ondas
Embora sua utilização seja muito prática para o
cotidiano doméstico, fornos de micro-ondas ofere-
cem algum perigo se forem manuseados de forma
inadequada. Os líquidos podem sofrer aquecimento
excessivo e causar queimaduras ao ser retirados do
aparelho, a pressão do vapor pode provocar a ex-
plosão de determinados alimentos, como ovos, por
exemplo.
Produtos podem incendiar se expostos muito
tempo dentro do forno. Objetos de metal podem
soltar faísca dentro do forno o que se torna perigoso.
Os níveis de radiação dos fornos de micro-ondas só
causam dano se ele for mal utilizado.

73
1947
Desfibrilador
O desfibrilador foi inventado em 1947 por Claude Beck,
a desfibrilação é a aplicação de uma corrente elétrica em
um paciente, através de um desfibrilador que é um equi-
Claude Beck pamento eletrônico cuja função é reverter um quadro de
(1894-1971) —
cirurgião pioneiro fibrilação auricular ou ventricular. A reversão ou cardio-
em cirurgias
cardíacas, foi o
versão se dá mediante a aplicação de descargas elétricas
primeiro professor no paciente, graduadas de acordo com a necessidade. Os
americano de ciru-
rgia cardiovascular. choques elétricos em geral são aplicados diretamente ou
por meio de eletrodos (placas metálicas, ou apliques con-
dutivos que variam de tamanho e área conforme a necessi-
dade) colocados na parede torácica.
Em 1959, Bernard Lown iniciou as pesquisas em um
desfibrilador com um banco de capacitores que descarre-
gava através de um indutor gerando uma onda senoidal
na descarga do circuito RLC chamada onda de Lown. O
trabalho iniciado por Lown foi colocado em prática pelo
engenheiro Barouh Berkovits.
Além dos desfibriladores tradicionais, nos quais um
especialista (de preferência) averigua a situação presente
e ajusta o aparelho conforme a necessidade há também os
aparelhos DEA (Desfibrilador Automático Externo), estes
com a capacidade de fazer
uma avaliação das condi-
ções cardíacas do paciente
e informar ao utilizador se
um choque deve ser dado
ou não, também orienta
quanto aos procedimentos
para reanimação na para-
da cardíaca.

74
1948
Disco de Vinil
O disco de vinil surgiu no ano de 1948, superando os
antigos discos de goma-laca que até então eram utilizados.
Os discos de vinil são mais leves, maleáveis e resistentes
a choques, quedas e manuseio (que deve ser feito sempre
pelas bordas).
São melhores, principalmente pela reprodução de um
número maior de músicas - diferentemente dos discos an-
tigos de 78 RPM, pela sua excelência na qualidade sonora,
além do atrativo da arte nas capas e nos encartes.
A partir do final da década de 1980 e início da década
de 1990, a invenção dos compact discs (CD) prometeu
maior capacidade, durabilidade e clareza sonora, sem
chiados, fazendo os discos de vinil ficar obsoletos e desa-
parecerem quase por completo no fim do século XX. A
indústria do vinil ressurgiu na atualidade impulsionada
pela procura dos colecionadores.

7755
1948
Velcro
Georges de Mestral, engenheiro suíço, inventou o
velcro no ano de 1948. A inspiração que deu origem ao
invento veio das caminhadas de Georges pelos Alpes e da
Georges de observação de como as sementes do arctium (carrapicho)
Mestral
(1907-1990) — foi aderiam as suas roupas e aos pelos de seu cão.
um engenheiro
eletrônico suíço.
Com o uso de um microscópio Georges estudou as
sementes e percebeu que elas eram compostas por en-
trelaçamentos que terminavam em ganchos e que pos-
suíam uma grande potência na aderência. Em 1951,
Georges patenteou seu invento. A palavra velcro vem do
francês velours
elou (veludo) e crochet (gancho). O invento
revolucionou
olucionou vários setores da indústria.

76
1954
Robô Industrial
George Devol recebeu as primeiras patentes sobre robó-
tica em 1954. A primeira companhia a produzir um robô
industrial foi a Unimation, fundada por George Devol e
Joseph F. Engelberger em 1956, sendo baseada nas paten- George Devol
tes originais de Devol. Os robôs da Unimation também (1912-2011) — foi
um inventor amer-
eram chamados de “máquinas de transferência programa- icano, com mais
de 40 patentes;
das”, visto que sua principal função era a transferência de foi presidente da
Devol Research.
objetos de um ponto a outro.
Os robôs utilizavam atuadores hidráulicos e eram
programados com “conjuntos de coordenadas”, pode-se
considerar como exemplo um robô em que os ângulos de
todas as juntas são armazenados durante uma fase de
aprendizagem, e então repetidos durante a operação nor-
mal. Por muito tempo o único concorrente da Unimation
foi a Cincinnati Milacron, de Ohio.
Isto mudou radicalmente durante os anos 70, quando Joseph F. En-
um grande número de conglomerados japoneses começou gelberg (1925-)
— físico, engenheiro
a produzir robôs industriais similares. A Unimation havia e empresário amer-
icano, que desen-
obtido patentes nos Estados Unidos, porém não as obteve volveu o primeiro robô
industrial nos EUA.
dos japoneses que se recusaram a seguir as leis de patentes
internacionais, de modo que os projetos foram copiados.

77
1954
Submarino
Nuclear
Submarino nuclear é um embarcação movida pela
energia produzida por um reator nuclear capaz de sub-
mergir e emergir quando desejado. O uso da energia nu-
clear traz grandes vantagens nestes tipos de embarcações,
pois possibilita que o submarino permaneça por longos
períodos de tempo totalmente submerso, o que não é
possível quando é movido a motores diesel pela neces-
sidade de ar ou movido a energia elétrica, pois as bate-
rias não possuem longa duração. O primeiro submarino
desse tipo foi o USS Nautilus, inventado pela marinha
americana e lançado ao mar em 1954.
Embora os submarinos nucleares de caça, ou seja,
destinados a perseguir e destruir outros submarinos ou
navios de superfície sejam considerados estratégicos para
as marinhas de guerra das grandes potências, os subma-
rinos mais importantes são aqueles com capacidade de
lançamento de mísseis balísticos, os chamados SSBNs.
Geralmente, os submarinos nucleares são bem maiores
do que os submarinos convencionais, o que exige um desen-
volvimento em termos de engenharia e capacidade tecno-
lógica muito maior do que o necessário para fabricar sub-
marinos convencionais. Isto porque os cascos
desses submarinos têm de ser muito maiores e
mais resistentes, além da enorme quantidade de
equipamentos eletrônicos e de vigilância, que
necessariamente devem ser bem mais silencio-
sos do que o normal, para manter a característi-
ca furtiva desses submarinos

78
1956
Disco Rígido
O primeiro disco rígido foi inventado pela
IBM em1956, e foi lançado em 16 de setembro de
1957. Era formado por 50 discos magnéticos contendo 50
000 setores, sendo que cada um suportava 100 caracteres
alfanuméricos, totalizando uma capacidade de 5 mega-
bytes, o que era incrível para a época. Este primeiro disco
rígido foi chamado de 305 RAMAC (Random
Access Method of Accounting and Control) e
tinha dimensões de 152,4 centímetros de
comprimento, 172,72 centímetros de largura e
73,66 centímetros de altura.
Em 1973 a IBM lançou o mode-
lo 3340 Winchester, com dois pratos de
30 megabytes e tempo de acesso de 30
milissegundos. Assim criou-se o termo
30/30 Winchester (uma referência à espin-
garda Winchester 30/30), termo muito usado
antigamente para designar HDs de qualquer espécie. Acima, o 305
Ainda no início da década de 1980, os discos rígidos RAMAC da IBM.
eram muito caros e modelos de 10 megabytes custavam Abaixo, um disco
rígido atual
quase dois mil dólares americanos, enquanto em 2009 era
possível comprar modelos de 1.5 terabyte por
pouco mais de cem dólares. Ainda no come-
ço dos anos 80, a mesma IBM fez uso de uma
versão pack de discos de 80 megabytes, usado
nos sistemas IBM
Virtual Machine.
Os discos rígidos
foram criados origi-
nalmente para serem
usados em qualquer
computador.
79
1960
Minissaia
O comprimento das saias femininas diminuiu no
mundo ocidental depois da I Guerra Mundial. O de-
suso dos espartilhos da Era Vitoriana permitiu que
Mary Quant as jovens “flappers” (melindrosas) da década de 1920
(1934-) — estilista
inglesa, ícone da usassem os vestidos um pouco acima dos joelhos.
moda, comparável
em importância a
As minissaias inventadas na década de 1960
Chanel e Dior. são creditadas à estilista Mary Quant, ela inven-
tou uma peça de vestuário que consistia em um
diminuto pedaço de tecido, com aproximada-
mente 30 cm de comprimento, que era usado
com camisetas justas e botas de cano alto.
O invento de Ms. Quant se tornou um suces-
so, milhares de pontos de vendas foram abertos em
todo o mundo. A minissaia ganhou características
liberais, tornou-se símbolo de rebeldia e juventu-
de e seguindo o ciclo
Na onda da da moda, vez ou outra
minissaia de volta às vitrines e aos
Mary Quant
também desfiles femininos.
surgiram os
minivestidos

80
1962
Sandálias
Havaianas
As sandálias havaianas foram uma invenção da
empresa São Paulo Alpargatas que caiu nas graças
da massa popular pela sua qualidade e duração, tam-
bém pelo preço acessível. Foram rapidamente co-
mercializadas e tiveram grande aceitação.
O produto é sucesso tanto no Brasil (país de
origem) quanto no exterior, comercializa-se apro-
ximadamente 162 milhões de sandálias por ano,
10% do produto é exportado para mais de 80 pa-
íses e espalhado em 200 mil pontos de venda.
A invenção das havaianas nasceu da inspiração vinda
das sandálias japonesas Zori, feitas de palha de arroz ou
lascas de madeira. Em 1962 foram lançados os primeiros
modelos feitos de borracha, eram consideradas como
“chinelo de pobre” pelo preço baixo e a falta de atrati-
vos dos modelos tradicionais. Atualmente, as havaianas
conquistaram status, foram vinculadas às celebridades
e evoluíram no design, ainda é aquilo que o slogan diz
“não deforma, não tem cheiro e não solta as tiras”.

81
1968
Mouse
Embora tenha sido inventada por Bill English, a sua
patente pertence a Douglas Engelbart, com a patente nr.
3.541.541 nos EUA datando de 1970. Engelbart apre-
Bill English sentou este periférico pela primeira vez em 1968 de-
(1929-) — é um
engenheiro-eletricis-
nominando-o de “XY Position Indicator For A Display
ta americano, que System”. Constituía-se de uma pequena caixa de madei-
desenvolveu o mouse
enquanto trabalhava ra com apenas um botão. O invento de Engelbart ficou
no Augmentation
Research Center, da sem muita utilização devido à falta de necessidade do
SRI International. dispositivo. Afinal, a maioria dos computadores utilizava
apenas textos sem cursores na tela.
A partir da primeira metade da década de 1980, mais
precisamente em 1983, a Apple Inc. passou a utilizar
o mouse como dispositivo apontador em seus micros
Apple Lisa. De lá para cá o periférico tornou-se parte
integrante dos atuais PCs. O Windows da Microsoft foi
criado em volta dele e navegar na internet seria impossí-
Douglas Engelbert vel sem um rato (mouse). Pode-se dizer que a partir do
(1925-2013) —
americano, pioneiro lançamento do Windows 3.1, em abril de 1992, o lugar
no desenvolvimento
do e-mail, dos pro- do mouse estava assegurado.
cessadores de texto e
da internet.
Os modelos mais modernos de mouse são totalmente
ópticos, não tendo peças móveis. O rato ou mouse ori-
ginal possuía dois discos que rolavam nos eixos X e Y
e tocavam diretamente na superfície. O modelo mais
conhecido de mouse é provavelmente baseado em uma
esfera, que roda livremente, mas
que na prática gira dois discos que
ficam em seu interior. O movimento
dos discos pode ser detectado tanto
mecanicamente quanto por meio
óptico.

82
1968
Videogame
O engenheiro eletrônico alemão Ralph Baer, no ano de
1968, inventou um aparelho que permitia rodar jogos ele-
trônicos na televisão, o invento foi muito importante para
a história dos games, pois naquela época só era possível Ralph Baer
(1922-) — chamado
jogar em computadores e o acesso a eles não era amplo, ‘pai dos videogames,
o germano-americano
era restrito a poucos grupos de estudantes universitários. Baer recebeu em
Ralph desenvolveu e patenteou um aparelho chamado 2006 o prêmio Na-
tional Medal of Tech-
“Brown Box”, este aparelho tinha a capacidade de rodar dife- nology por inventar
o console doméstico
rentes tipos de jogos e o dispositivo de Baer pode ser consi- para videogames.
derado a fase primitiva de todas as evoluções registradas em
aparelhos de videogames até os dias de hoje.
O Odissey foi o primeiro console industrializa-
do da história dos videogames, elaborado pela empresa
Magnavox, em 1972, nos EUA. Conhecido como telejo-
go, foi vendido no Brasil no fim da década de 1970, era
fabricado pela Philco e pela Ford. Depois do Odissey
surgiu o Atari projetado por Nolan Bushnell
(1943-) — é um
Nolan Bushnell e lançado engenheiro-eletricista
e empreendedor
nos EUA em 1978. O con- americano, fundador
da Atari e da rede de
sole é considerado elemento fast food Chuck E.
Cheese’s.
cultural da
década de
1980 e também
fenômeno de
vendas.

O Odyssey (es-
querda) e o Atari
(direita), videoga-
mes que marcaram
época

83
1971
Microprocessador
O primeiro microprocessador comercial foi inventado
em 1971 para atender uma empresa japonesa que precisava
de um circuito integrado especial para as suas atividades. A
Intel projetou o 4004, que era um circuito integrado progra-
mável que trabalhava com registradores de 4 bits, 46 instru-
ções, clock de 740Khz e possuía cerca de 2300 transistores.
Percebendo a utilidade desse invento a Intel prosseguiu
com o desenvolvimento de novos microprocessadores
8008 (o primeiro de 8 bits) e a seguir o 8080 e o micropro-
cessador 8085. O microprocessador 8080 foi um grande
sucesso e tornou-se a base para os primeiros microcom-
putadores pessoais na década de 1970 graças ao sistema
operacional CP/M.
Da Intel saíram alguns funcionários que fun-
daram a Zilog, que viria a lançar o microprocessa-
d
dor Z80, com instruções compatíveis com o 8080
d
((embora muito mais poderoso que este) e também
de grande sucesso. A Motorola possuía o micro-
d
processado 68000 e a MOS Technology o micro-
p
processador 6502.
p
A Motorola ganhou destaque quando implan-
ttou o MC68000P12, de 12 MHz com arquitetura
de 32 bits (embora seu Barramento fosse de 24
d
bits e seu Barramento de endereços de 16 bits),
no Neo-Geo, um poderoso Arcade da SNK que
posteriormente ganharia a versão AES (console
p
caseiro) e CD (versão CD), todos eles
com o mesmo hardware inicial. Todos
os microprocessadores de oito bits foram
usados em computadores pessoais do tipo
Sinclair, TRS, Commodore.

84
1973
GPS
O GPS foi criado em 1973 para superar as limita-
ções dos sistemas anteriores de navegação. O dispositi-
vo de posicionamento global, popularmente conhecido
por GPS (Global Positioning System) é um sistema de
navegação por satélite que fornece a um aparelho receptor
móvel a sua posição, assim como informação horária, sob
todas as condições atmosféricas, a qualquer momento e
em qualquer lugar na Terra, desde que o receptor se en-
contre no campo de visão de quatro satélites GPS.
Encontra-se em funcionamento dois sistemas de nave-
gação por satélite: o GPS americano e o GLONASS russo.
Existem também dois outros sistemas em teste: o Galileo,
da União Europeia e o Compass chinês. O sistema ame-
ricano é controlado pelo Governo e operado através do
Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
Inicialmente, o seu uso era exclusivamente militar,
estando atualmente disponível para uso civil gratuito. No
entanto, poucas garantias apontam para que em tempo de
guerra o uso civil seja mantido, o que resultaria num sério
risco para a navegação.

85
1974
Playmobil
O Playmobil foi um tipo de brinquedo que permane-
ce no imaginário dos adultos que o possuíram quando
crianças. Seu idealizador foi Hans Beck, desenhista de
Hans Beck brinquedos da empresa Geobra Brandstätter. Foi uti-
Hans Beck
(1929-2009) —
lizado em grande escala quando aconteceu a crise do
projetista industrial, petróleo em 1973, devido à escassez de matéria-prima do
alemão, nascido na
Turíngia. plástico.
O tamanho das peças idealizadas por Beck era de 7,5
cm, esse parâmetro de tamanho foi escolhido para que as
peças coubessem na mão de uma criança. Os desenhos
infantis, normalmente exagerados no tamanho das cabe-
ças e omitindo o nariz, foram influências para Beck.
Os bonecos Playmobil tiveram enorme aceitação
pelo mercado dos brinquedos e hoje se tornaram peças
de colecionadores. Em 1999, Hans Beck aposentou-se,
recebeu homenagens (estátua em Hanôver, Expo 2000),
faleceu em sua casa depois de uma doença prolongada
no ano de 2009.

O projeto do
brinquedo
(esquerda) e
uma versão
que home-
nageia o Rio

86
1990
Pager
Os primeiros pagers dispunham apenas de notifica-
ção por áudio, ou seja, uma série de “bips” para indicar
a recepção de uma mensagem. A pessoa bipada tinha
de telefonar para o centro de controle de chamadas para
receber as mensagens de um operador ou de um disposi-
tivo primitivo de correio de voz. Alguns modelos antigos
de pagers possuíam um alto-falante e receptor de áudio
analógico, ao receber uma mensagem, o alto-falante era
acionado e o utilizador ouvia uma voz humana lendo a
mensagem.
Pagers mais avançados usaram mensagens digitais,
primeiro em forma numérica e depois em alfanuméricas,
para que o destinatário tivesse acesso a informações adi-
cionais. Dispositivos mais modernos inseriram a capacida-
de de enviar mensagens de e-mails e algumas operadoras
de pagers suportam WCTP para enviar e receber mensa-
gens de pagers versão 1.5 e 1.7 e bidirecionais.

Acima e à esquerda, os primeiros modelos comerciais da


Motorola. Abaixo, um modelo mais recente do pager

87
1990
Livro digital
O mais forte candidato a criador do e-book é Michael
Stern Hart ao digitalizar a Declaração de Independência
dos Estados Unidos da América em 1971. Hart foi tam-
Michael Stern Hart bém o fundador do Projeto Gutenberg e o mais antigo
(1947-2011) —
autor de livros, além produtor de livros eletrônicos do mundo. Não há um
de inventar o e-book,
é fundador do Projeto
consenso de quem realmente o tenha inventado.
Gutenberg, o primeiro Um livro eletrônico ou e-book é um livro em formato
a publicar livros
gratuitamente na digital que pode ser lido em dispositivos eletrônicos tais
internet.
como computadores, PDA ou até mesmo celulares que
suportem esse recurso.
Os formatos mais comuns de e-book são o PDF,
HTML e o EPUB. O primeiro necessita do conhecido
leitor de arquivos Acrobat Reader ou outro programa
compatível, enquanto que o segundo formato precisa de
um navegador de internet para ser aberto.
O EPUB é um formato de arquivo digital padrão
específico para e-books. Por ser um dispositivo de ar-
mazenamento de pouco custo, e de fácil acesso devido
à propagação da internet nas escolas, pode ser vendido
ou até mesmo disponibilizado para download em alguns
portais de internet gratuitos.

88
1989
World Wide Web
O pesquisador inglês Tim Berners-Lee inventou o siste-
ma World Wide Web no ano de 1989. Tim era funcionário
do CERN, organização para investigação nuclear na Suíça.
O começo da WWW originou-se do projeto ENQUIRE, Tim Bern-
ers-Lee
usado para reconhecer, guardar e associar informações, as (1955-) —
páginas novas do ENQUIRE se ligavam a outras páginas cientista de com-
putação inglês,
existentes. tem título de Sir.
Em 6 de agosto de 1991, Tim publicou o projeto da
WWW no Alt Hypertext Newsgroup. A data é, portan-
to, considerada o nascimento da Web como um serviço
público da internet, entretanto novos usuários puderam
acessar apenas a partir de 23 de agosto, sendo assim esta
data ficou estipulada como o dia do internauta.
Em abril de 1992 os navegadores apresentavam ape-
nas informações em formato textual, logo surgiram os
primeiros navegadores que possibilitavam a visualização
de gráficos. O Erwise foi um dos primeiros aplicati-
vos desenvolvidos na Universidade de Tecnologia de
Helsinque e outro, o Violawww, criado por Pei-Yuan
Wei, estes aplicativos permitiam não só a visualização
de gráficos como também de animações.

89
1994
Tecnologia USB
Os cabos USB foram inventados pelo arquiteto india-
no Ajay V. Bhatt, em 1994. O Universal Serial Bus é um
tipo de cabo de conexão que possibilita conectar periféri-
Ajay V. Bhatt cos sem ter de desligar o computador.
(1957-) — arquiteto
indo-americano,
Antes era necessário abrir o computador para que os
ajudou a definir várias periféricos pudessem ser instalados, o que se tornava
tecnologias de com-
putação, largamente uma tarefa difícil dado a enorme quantidade de conexões
usadas, hoje.
no interior da máquina. Para que o procedimento desse
certo era preciso submeter a máquina a algumas configu-
rações possíveis apenas para técnicos da área.
O surgimento do PnP (Plug and Play) descompli-
cou a configuração destes dispositivos, tornou qualquer
usuário capaz de instalar um novo periférico e colocá-lo
em uso no mesmo instante sem nenhuma dificuldade.
Existem vários padrões de conectores de USB.

90
1998
Blu Ray
O Blu Ray é um sistema de armazenamento para
conteúdo de alta definição inventado em 1998 por Shuji
Nakamura. Em 2010 foi anunciado no mercado um novo
formato de Blu Ray conhecido como BDXL, com capaci- Shuji Nakamura
dade de 128GB, mas este formato não tem previsão para (1954-) — engen-
heiro japonês, atual-
armazenagem de filmes, ele é utilizado apenas em máqui- mente é professor
na Universidade da
nas hospitalares. Califórnia, em Santa
Barbara, USA.
Em 2011 incorporou-se ao Blu Ray a tecnologia 3D, este
disco possibilita até três horas de vídeo Full HD 1080p3d;
são considerados os players mais potentes do mercado por
terem dupla camada e possuírem retrocompatibilidade
com os Blu Rays normais.
Os discos possuem uma capa protetora, composta por
um substrato que evita arranhões e facilita a decodificação
dos dados. Esta nova característica beneficia os utiliza-
dores porque impede defeitos semelhantes ao que ocorre
com CDs e DVDs normais.

As Diferenças entre os formatos

9911
2007
iPhone
O iPhone é um smartphone inventado pela Apple Inc.
que possui funções de iPod, câmera digital, internet, men-
sagem de textos (SMS), visual voicemail, conexão Wi-fi
local e suporte para videochamadas (face time). A intera-
ção é feita por meio de tela sensível ao toque.
O primeiro modelo (conhecido também por 2G), o
segundo (3G) e o terceiro 3GS já saíram de linha. O iP-
hone foi lançado nos EUA em 2007. No Brasil, a primeira
versão do telefone (2G) não foi lançada. A sua segunda
versão, o iPhone 3G, começou a ser vendido no mercado
brasileiro a partir de 26 de setembro de 2008.
Para entrada de texto, o dispositivo tem um teclado
virtual tipo Swype na tela, com um sistema de correção
ortográfica, previsão de palavras e um dicionário inteli-
gente que tem a capacidade de aprender novas palavras.
Para novos usuários o sistema pode frustrar no começo,
com falhas simples como pressionamento errado de
teclas e ritmo de digitação. A Apple disponibilizou no
seu website vídeos explicativos de como interagir corre-
tamente com o sistema

92
2011
Tablet
Inventados pela Apple Inc., os primeiros dispositivos
eram chamados de Tablet PCs, era necessária uma caneta
especial para operar o dispositivo, os sistemas opera-
cionais eram semelhantes aos PCs convencionais, havia
pequenas adaptações para o uso com telas sensíveis ao
toque.
A utilização deste computador em nível popular
aconteceu com o lançamento do iPad, iPod, iPhone,
Smartphones e MP3 Players, a evolução proporcionou o
manuseio dos aparelhos não mais por canetas especiais,
mas pelo suave toque dos dedos.
Considerado o enorme sucesso do iPad os fabricantes
desenvolveram tablets com o sistema operacional An-
droid. O Samsung Galaxy Tab foi um dos primeiros con-
correntes a apresentar algum recurso utilizando o sistema
operacional Android ainda não adaptado para tablets.
Em 2011, a Google lançou uma nova versão do sistema
operacional para suprir a necessidade de otimização para
tablets, apelidada de Honeycomb, a versão 3,0 foi feita
especialmente para tablets.

93
94
Sobre a autora
N
asci nas Minas Gerais e como dizia Carlos Drummond, te-
nho minério incrustado nas veias. Fui menina de fazenda,
frequentava escola na roça e fazia o caminho de volta reme-
morando o que havia aprendido com a ajuda da natureza.
Dos dias sacrificados da infância camponesa guardei a sim-
plicidade de quem procura primeiro entender para depois opinar, atitude
que muito me auxilia no meu trabalho de professora.
Meu primeiro contato com a cidade grande foi depois de casada,
tive de me adaptar, “pois quem vem de outro sonho feliz de cidade”, pode
sim encontrar beleza e ternura além de pura realidade, ao contrário do que
dizia o compositor, ao cantar São Paulo. Formei-me em Letras com o in-
tuito de escrever melhor, creio que consegui, mas ganhei a compensadora
profissão do magistério e sou muito feliz ensinando por aí. Nas horas vagas
cuido da minha horta que me dá produtos orgânicos e saudáveis e muita
calma para atravessar a lida do cotidiano.
Mineiro falando de si parece piada mal contada, algo assim um
tanto sem graça e quando falo de mim uma porção de pessoas passam pelo
meu relato, entre essas pessoas figuram escritores queridos, professores
competentes, amigos inseparáveis, profissionais de todas as áreas que co-
nheci em meu trajeto, minha família (marido, filhos e nora), meus bichos
(e são muitos), tudo isso faz parte do que sou. Nesses trinta anos de São
Paulo aprendi o sotaque do paulista, adicionei ao minério no sangue um
pouco de pressa e vinho. Tenho 51 anos e parece que nasci ontem.

Professora Luzdalva S. Magi

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• TEAR • PLANADOR • ÔNIBUS • TELÉGRAFO
A revolução industrial no seu No século XIX, a corrida pelo Em 1826, Stanislav Baudry Em 1837, a comunicação deu
início, na Inglaterra, teve um domínio do espaço aéreo pelo teve a ideia de adaptar carros uma acelerada razoável, graças
grande impulso na tecelagem homem foi encurtada pela ação grandes, movidos por tração a Samuel F. Morse, que pesquisou
com o aperfeiçoamento do tear de George Cayley e, mais tarde, animal, usados para cargas, sobre eletroímãs e inventou,
em 1733, por John Kay, que não John Montgomery, que projetaram para transportar pessoas, além do telégrafo, um código
obstante não conseguiu preservar seus planadores e voaram e assim criou um sistema que levou seu nome e que foram
seus direitos sobre o invento. com eles, com pleno sucesso. novo de transporte público. postos em prática em 1844.

O QUE SÃO OS INVENTOS?


Inventos são lampejos de criatividade que têm funcionado como as alavancas
do progresso no decorrer da história. O processo de civilização depende,
em grande parte, dos inventos, pois imaginemos quanto tempo o homem
estacionou na sua evolução antes de inventar como produzir fogo ou, tempos
depois, antes de inventar as primeiras ferramentas para caçar, para trabalhar
a terra e controlar a natureza, e mais adiante, antes de inventar a roda.

Este livro argumenta sobre 80 inventos importantes, desde o primeiro microscópio,


no crepúsculo do século XVI, até os nossos dias, quando as engenhocas
eletrônicas se atropelam na condição de produtos novidadeiros diante de
consumidores atônitos, que mal conseguem acompanhar tanta inovação.

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