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parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciência no Curso de Engenharia de
Bacia do Taubaté
Orientadora
Campo Montenegro
2000
Determinação das Propriedades Mecânicas de Um Solo Argilo Arenoso da
Bacia do Taubaté
ITA
Índice Geral
Resumo ________________________________________________________________XIII
Agradecimentos _________________________________________________________ XV
I Introdução ___________________________________________________________ 1
I.1 Generalidades_____________________________________________________ 1
II.4 Pedologia________________________________________________________ 18
I
III.1 Introdução _______________________________________________________ 27
II
V Resultados___________________________________________________________ 57
Referências Bibliográficas__________________________________________________ 93
Anexo A _________________________________________________________________ I
Anexo B _________________________________________________________________ X
III
IV
Índice de Figuras
1995).___________________________________________________________________ 12
Figura II.4 - Coluna litoestratigráfica para a Bacia do Taubaté com a proposta de divisão
Figura II.6 Mapa pedológico com destaque para o local de coleta de amostra, (Oliveira,
1991) ___________________________________________________________________ 18
Figura III.1 – Fotografia aérea do local de coleta, cedida por Shimizu Engenharis do Brasil.
________________________________________________________________________ 28
Figura IV.3 – Gráfico (e X óv) com indicação da pressão de pré adensamento pelo método
Figura IV.7 - Célula típica para ensaio de compressão triaxial sem célula de carga. ____ 47
V
Figura IV.9 - Gráfico q × ε1. ________________________________________________ 53
Figura V.1 – Resultados de sondagem de SPT versus profundidade do local de coleta (cedida
Figura V.5 - Difração de raios-x da fração com diâmetro inferior a 0,075 mm _________ 62
Figura V.6 – Foto da amostra total de solo com ampliação 1:300 ___________________ 63
Figura V.7 - Foto da amostra fração total de solo com ampliação 1:1000. ____________ 63
Figura V.8 – Resultado da análise do MEV da fração fina de solo indicando seus principais
componentes. _____________________________________________________________ 64
Figura V.9 - Gráfico adensamento X tempo para um ensaio (ciclo de carga e descarga). _ 65
X √tempo). _______________________________________________________________ 66
(pa). ____________________________________________________________________ 66
Figura V.15 - Gráfico tensão de cisalhamento por deslocamento horizontal (τ X d). ____ 71
VI
Figura V.17 -Gráfico tensão de cisalhamento por deslocamento horizontal (τ X ä) para
Figura V.20 - Envoltória de ruptura (gráfico τr X σn) para valores de ón menores que tensão
de pré-adensamento. _______________________________________________________ 73
Figura V.22 – Exemplo de resultado de ensaio de compressão triaxial para tensão confinante
Figura V.26 - Trajetória de tensões efetivas para o conjunto dos ensaios de compressão
triaxial. _________________________________________________________________ 80
Anexos
Figura A.1 - Planilha para dados finais do corpo de prova para ensaios de adensamento. _ II
Figura A.2 - Planilha para dados finais do corpo de prova para ensaios de adensamento. III
VII
Figura A.4 – Continuação da planilha de cálculos dos ensaios de adensamento. ________ V
cisalhamento._____________________________________________________________ XI
Figura B.4 - Planilha para cálculos dos ensaios de cisalhamento direto.______________ XIII
Figura C.1 -gráficos q x å - gráficos Äu x å para diferentes tensões confinantes. ______ XVII
Figura C.2 -Trajetória de tensões para ensaios de compressão triaxiais com diferentes
Figura C.3 -– amostra de solo sendo preparada para ensaios triaxiais. _____________ XVIII
VIII
Índice de Tabelas
Tabela V.4 Tabela de valores da relação E/Cu (Massad et al., 1992) para solos variegada da
BSTSP. ..................................................................................................................................... 88
Anexos
Tabela B. 1 - Dados dos corpos de prova dos ensaios de cisalhamento direto. _________ XIV
IX
Lista de símbolos e abreviações mais freqüentes
A Fração argila
av Coeficiente de compressibilidade
Cc Coeficiente de compressão
Cv Coeficiente de adensamento
D Diâmetro do cdp
Å Módulo de deformabilidade
e Índice de vazios
h Teor de umidade
X
H Altura do cdp
IP Índice de plasticidade
K Coeficiente de permeabilidade
LL Limite de liquidez
LP Limite de plasticidade
pa Tensão de pré-adensamento
pc Pressão de campo
U Grau de adensamento
XI
u Pressão de poros ou poro pressão
υ Coeficiente de Poisson
v Volume específico
εl Deformação lateral
σ Tensão total
XII
Resumo
aumenta a necessidade de estudos para esta região. O trabalho apresenta uma revisão dos estudos
amostra de solo argilo arenoso submetida a ensaios de laboratório. As propriedades dos solos são
avaliadas através de resultados de ensaios tanto de laboratório quanto de campo, onde valores
típicos são obtidos. Os resultados obtidos em laboratório são comparados com as estimativas de
O solo estudado provém de amostra indeformada extraída da bacia do Rio Paraíba do Sul da
do Taubaté. Ao longo desta dissertação são descritos os ensaios efetuados para identificação do
triaxial.
XIII
Abstract
The study of soils geological and geotechnical characteristics is very important, and lack of
publication concerning the behavior of soil types present in the Vale do Paraíba region increases the
necessity of engineering studies to this region. This work presents a review of the most recent
publication about this region and its new geological denominations. It researches the physical
characteristics, the main components, and the mechanical behavior of an undisturbed sample of
clayey-sandy mass soil extensively tested in laboratory. Ground properties are evaluated from
laboratory and field tests results, and “typical” values are obtained. The results obtained from
laboratory tests are compared with soil behavior prediction or correlations for the São Paulo Tertiary
Basin .
The soil studied comes from an undisturbed soil sample taken from the Paraíba do Sul river basin
portion denominates Presidente Dutra member, Pindamonhangaba formation, originated from the
Taubaté Basin. Laboratory tests consisted of determination of Atterberg limits, particle size
distribution with hydrometer analysis, x-ray diffraction and microscopic analysis were performed to
identify its basic material components and distribution. Consolidation ,direct shear and triaxial
compression tests were also performed in order to establish the soil behavior parameters.
XIV
Agradecimentos
deste estudo.
Aos Professores da Escola Politécnica da USP Dr. Carlos de Souza Pinto pelo apoio, empréstimo
pelo acompanhamento e auxílio na interpretação dos resultados sem o qual não teria sido possível a
Aos Professores Dr. Cláudio Riccomini (IGUSP), Dr. José Jorge Nader (Politécnica USP) e
Ao engenheiro Cláudio Tyioshi Miura, da Construtora Shimizu do Brasil Ltda pelo auxílio na coleta
das amostras de solo, sem a qual não seria possível esta pesquisa
XV
A Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, CAPES, pela bolsa
de estudo.
Aos técnicos de laboratório Reinaldo (ITA), Joaquim e Antônio (USP) que colaboraram nesta
pesquisa:
auxílio na obtenção das características do solo, obtenção da fração argila das amostras
cisalhamento.
deformabilidade do solo.
de Raios-x pelo auxílio na obtenção dos difratogramas de raios-x e laboratório de MEV, pela
Politécnica (USP) pela amizade e convivência. Agradecimento especial a Graziela Scofield, Marília,
Aos amigos Kátia M. Florêncio da Costa e Oziel Oleinki, pelo apoio técnico e colaboração nos
problemas de informática.
XVI
Ao professor Flávio Massayuki Kuwajima, responsável pelos meus primeiros passos em geotecnia.
A toda a minha família, em especial aos meus filhos Daniel e Ana Paula, que foram compreensivos
Aos meus pais, Erasmo e Aurelina, por tudo que fizeram e fazem por mim.
Ao meu marido Agnaldo Roberto Silva pela compreensão, carinho e constante apoio.
XVII
XVIII
Dedicado aos meus familiares, que sempre me apoiaram com carinho e paciência.
XIX
I Introdução
I.1 Generalidades
obras que utilizam solo, como seu constituinte ou ele servindo de suporte, pois ao contrário de
outros materiais usados em engenharia como metal e concreto, que podem ser controlados durante
condição natural, pois a modificação das suas características pode ser efetuada somente em
pequenas extensões.
geológicos e geotécnicos desta região, observação esta corroborada por Pinto et al. (1993),
Do ponto de vista geotécnico existem poucos estudos nessa área, dentre eles podemos destacar
estudos de Oliveira (1991), que culminaram no desenvolvimento de uma tese que avalia as
características geotécnicas do solo da região para uso rodoviário, e alguns estudos sobre solos
1
residuais do interior de São Paulo feitos por Pinto et al. (1993), com resultados de solos residuais
Devido a escassez de dados para o Vale do Paraíba, o dimensionamento de estrutura que utilizam
o solo como seu constituinte se faz com os valores obtidos da Bacia Sedimentar Terciária de São
Os solos têm grande variedade e diversos fatores influenciam no seu comportamento tensão-
deformação. Estes fatores estão relacionados com a natureza do solo, ou seja suas características
físicas (massa específica, estrutura, e homogeneidade), e também com o estado de tensões que o
mesmo está submetido (tipo de formação, histórico de tensões, magnitude das tensões e
O solo estudado nesta dissertação provém de amostra indeformada extraída da bacia do Rio
através de ensaios de laboratório. Ao longo desta dissertação são descritos os estudos mais
efetuados para identificar o material e seus componentes, bem como os efetuados para
2
Os resultados obtidos nesta dissertação poderão servir como um primeiro passo para a criação de
um banco de dados e informações geotécnicas a ser utilizado como base para soluções econômicas
3
I.2 Escolha do Local e Tipo de Amostra de Solo
material que fosse de ocorrência bastante comum na região. Foi escolhido o solo de fundação de
uma das sapatas da torre de mistura de materiais da fábrica CVL (Phillips - Iluminação), localizado
Foi retirado um bloco de amostra indeformada cujas características estão apresentadas no Capítulo
5. O solo tem características físicas bastante comuns para a região, sendo que este solo é
Pindamonhangaba.
solo utilizado neste estudo é um solo natural, argilo arenoso no qual foram efetuados diversos
4
Escola Politécnica da USP, e os testes para identificação do argilo mineral na Divisão de Materiais
Esta dissertação cobre a investigação, descrição, classificação, ensaios e análise de um solo Argilo
relações em obras ou estruturas que atuam sobre o mesmo. Para que isso ocorresse, o trabalho foi
dos solos da região, partiu-se para a escolha de local apropriado e disponível para retirada de
região e suas nomenclaturas atuais, bem como um breve levantamento dos ensaios geotécnicos de
mineral constituinte).
5
Em seguida são apresentados no Capítulo 4, as técnicas utilizadas para obtenção dos resultados de
6
II Características da Região
O local de coleta de amostra para este estudo situa-se na cidade de Caçapava, na região do Vale
do Paraíba. O município limita-se ao norte com Monteiro Lobato; ao sul com Jambeiro e Redenção
da Serra; a leste com Taubaté e a oeste com São José dos Campos. A cidade de Caçapava está
localizada no leste do estado de São Paulo e sua posição geográfica é de 23º 06 Latitude Sul e 45º
42 de Longitude Oeste, sua Altitude é de 557 metros acima do nível do mar, com uma área total de
7
Figura II.1- Localização da Cidade de Caçapava na região do Vale do Paraíba (modificado de
IPT, 1977).
Esta área situa-se na porção central da Bacia do Taubaté, na feição geográfica conhecida como
Vale do Paraíba (Rio Paraíba do Sul), que consiste de um vale entre a Serra da Mantiqueira ao
norte, da Bocaina, Quebra Cangalha, Jambeiro e do Mar ao Sul, cortado pelo rio Paraíba do Sul,
que lhe dá o nome. A área é atravessada pela RFFSA (Rede Ferroviária Federal S/A), Rodovia
Presidente Dutra, Estrada Velha Rio/São Paulo - SP 66, Rodovia Carvalho Pinto e por estradas
municipais.
II.2 Geologia
8
Apesar da geologia do Estado de São Paulo ser a mais investigada do país, as controvérsias a
no assunto. Segundo Fúlfaro e Bjomberg (1993) o cenário geológico atual, proveniente de décadas
como geotécnico destas formações. Este Capítulo reúne as mais recentes informações publicadas a
respeito.
A Bacia do Taubaté faz parte de um conjunto de bacias trafogênicas cenozóicos, que se dispõem
sobre uma faixa orientada segundo a direção ENE, sub-paralela às principais feições estruturais da
região sudeste do Brasil. É uma bacia assimétrica devido a um abatimento escalonado de blocos,
que formam internamente regiões deprimidas e elevadas. As regiões deprimidas formam as sub-
bacias de Jacareí, Eugênio de Melo, Taubaté e Pindamonhangaba, separadas entre si pelos altos do
rio Putins, Caçapava, rio Una e Aparecida. Os sedimentos presentes possuem idade Cenozóica
(Euceno-Recente) e espessura máxima entre 800 e 900 metros (Fúlfaro e Bjomberg, 1993). Seu
componentes.
Em 1984 a designação Formação Jacareí surgiu para designar os depósitos de leques aluviais da
bacia até então não enquadrados em nenhuma unidade litoestratigráfica formal, Riccomini (1989)
9
acrescentou a Formação Pindamonhangaba, que se caracteriza por depósitos areno-argilosos, na
porção centrais da Bacia originados por um sistema fluvial meandrante sobre os sedimentos do
Grupo Taubaté e recobertos por colúvios quaternários, como ilustra a Figura II.3. Mancini (1995)
o topo, graduando para arenitos grossos a médios com estratificações cruzadas tabulares e
acanaladas, com ocorrência de pacotes de argilas pretas, ricas em matéria orgânica e o membro
Presidente Dutra é composto por argilitos maciços a laminados, com intercalações de siltitos e
arenitos finos, bioturbados e com impressões de fósseis vegetais. Existe também a presença de
camadas de arenitos grossos com clastos de argilitos que indicam um processo de rompimento de
10
Figura II.2– Mapa geológico da Bacia do Taubaté (Mancini, 1995).
11
Figura II.3 – Modelo Evolutivo Simplificado para a Formação Pindamonhangaba (Mancini, 1995).
12
As rochas pré-cambrianas que constituem o embasamento da Bacia do Taubaté são compostas por
xistos, quartzitos, granitos e migmatitos, freqüentemente cortadas por intrusões de diabásio de idade
jurássicas superior a cretácea. Neste embasamento estão presentes vários sistemas de falhas
A Bacia do Taubaté de origem tectônica, balizada por falhamentos, é parte integrante do sistema
designado de Rift1 Continental do Sudeste do Brasil (RCSB), feição tectônica cenozóica que se
estende do Estado do Rio de Janeiro até o Paraná, englobando ainda as bacias de Curitiba (PR),
São Paulo (SP), Resende, Volta Redonda, Itaboraí e Bacia de São João (RJ), além dos Grabens de
O modelo tectônico para origem e evolução do RCSB compreende uma série de mudanças na
compressão NESW, com geração de soleiras (Arujá, Queluz, etc.) e separação das drenagens dos
13
• Plioceno a Pleistoceno inferior: fase tectonicamente estável com implantação do sistema
O regime tectônico compressivo final, com eixo de tensão principal máxima horizontal, orientado
aproximadamente E-W, foi verificado por Salvador (1994) nas localidades de Cruzeiro (SP) e
Itatiaia (RJ), nas bacias de Taubaté e Resende, a partir do exame de falhas e famílias de juntas de
também a Formação da Bacia Sedimentar Terciária de São Paulo. Verifica-se que, segundo o mapa
geológico da Região, Figura II.2, o local de retirada da amostra para ensaios desta dissertação se
1
RIFT –– Termo utilizado por Riccomini (1989) para denominar o amplo processo tectônico que
afetou a porção sul/sudeste da Plataforma Brasileira, a partir do limite permo-triássico.
14
Figura II.4 - Coluna litoestratigráfica para a Bacia do Taubaté com a proposta de divisão para a
II.3 Geomorfologia
O mapa geomorfológico do estado de São Paulo mostrado na Figura II.5, mostra que o local de
15
Cristalinos e Colinas Sedimentares e, em menores proporções, as zonas da Serra da Mantiqueira
A Formação Pindamonhangaba destaca-se pelo seu relevo tabuliforme, diferenciando-se das formas
entre Caçapava e Pindamonhangaba, e 660 e 560 metros na região de São José dos Campos e
São José dos Campos ou de pediplano Pd1, tal superfície reflete geometria planar dos depósitos
A forma de relevo tabular é descrita como uma porção geomorfológica extensa, destacada da
paisagem da região pela quebra abrupta no flanco norte-noroeste, onde cede lugar à planície aluvial
Localmente, no topo dos tabuleiros, ocorrem depressões fechadas, encharcadas ou não, pouco
16
Figura II.5- Mapa geomorfológico da Bacia do Taubaté (Hasui e Ponçano, 1978).
17
II.4 Pedologia
Figura II.6 Mapa pedológico com destaque para o local de coleta de amostra, (Oliveira, 1991)
18
Na região do Vale do Paraíba as planícies de inundação e terraços situados ao longo da calha do
Paraíba do Sul são constituídos de sedimentos fluviais de textura média e glei húmico de textura
Podzólicos. Toda essa faixa encontra-se disposta entre as Serras do Mar, Bocaina, Quebra
Cangalha, Jambeiro e Mantiqueira, nas quais a ocorrência de solos passa a ser tipicamente residual,
publicações técnicas de resultados de ensaios geotécnicos realizados nesta região. Dentre os poucos
USP, que faz um levantamento de ensaios em amostra indeformadas de solos residuais do estado de
São Paulo.
19
laboratório restrita a alguns casos. Existem algumas vantagens em se usar medidas de campo, em
lugar de dados de laboratório, para estimativa das propriedades do solo, dentre elas podemos citar:
São vários os métodos disponíveis para avaliação das propriedades geotécnicas de campo, sendo
os mais comuns os ensaios de penetração padrão ou “Standard” (SPT), ensaio de penetração com
medida de torque (SPT-T), ensaio de penetração de cone (CPT), que pode ser mecânico e elétrico,
o ensaio de penetração de cone com medida das pressões de poro, ou piezocone (CPT-U) e os
O ensaio de SPT é o método mais utilizado no país, inclusive no Vale do Paraíba sendo tendência
nos últimos anos substituí-lo pelo SPT-T, mais completo e praticamente de mesmo custo
(Quaresma et al, 1996). Ensaios tipo CPT e CPT-U podem ser utilizados em casos onde é
necessária uma análise mais detalhada do terreno. Há registros do uso do CPT no vale do Paraíba
na construção da fábrica Solectron em São José dos Campos. A Tabela II.1 apresenta uma
comparação entre o ensaio de penetração standard (SPT) e ensaio de penetração de cone (CPT
20
Tabela II.1 – Comparação entre SPT e CPT.
SPT CPT
correlações qc – NSPT
Ambos os tipos de ensaios têm sido aplicados para se estimar as propriedades de solo, como
medidas múltiplas de canal, como também facilidade de uso em testes plataforma continental, o
ensaio de penetração de cone está ficando crescentemente popular para investigações de campo,
Foram desenvolvidas várias teorias para expressar dependência analítica entre resistência de ponta
do cone e resistência do solo. Porém parece que não há nenhuma solução geral satisfatória
atualmente para interpretar os resultados de ensaio de cone (Prevost e Popesco, 1996), portanto
21
ainda são usadas correlações empíricas para derivar as propriedades de solo, sendo adotado neste
Vários procedimentos para identificar propriedades de solo diretamente dos resultados de ensaios
tipo de solo baseado na relação entre a fricção e resistência de ponta do cone, proposto por Harder
Em geral existe mais de uma correlação empírica disponível para se derivar cada propriedade
apropriadas para o respectivo material. O uso de resultados de ensaio de laboratório, bem como
qualquer outra informação disponível para selecionar a fórmula de correlação certa para cada
A precisão de estimativa do parâmetro pode ser aumentada tirando proveito tanto de uma maior
dados vasto aliado a grande experiência em se usar o ensaio de SPT, por meio de correlações NSPT
– qc, sendo NSPT , a resistência oferecida pelo solo à cravação do amostrador padrão a cada metro
22
II.5.3 Correlações NSPT – qc no Brasil
Ao se utilizar no Brasil correlação de NSPT estabelecida em outros países deve-se levar em conta a
eficiência (E) do equipamento que pode variar de 45 a 90%. No Brasil a eficiência dos
onde:
Sendo usual a utilização da notação N72 para equipamentos no Brasil, que significa que a eficiência
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Existem várias correlações estabelecidas para os solos da Bacia Sedimentar Terciária de São Paulo
(BSTSP) encontrada na literatura (Massad et al, 1992, Hachichi et al, 1996). Numa avaliação
prévia dos parâmetros de solo da região do Vale do Paraíba, foram utilizadas estas correlações
devido ao fato desta região não ter seus próprios parâmetros ainda pois há semelhanças geológicas
Com base nos dados de sondagem podem-se fazer algumas previsões dos parâmetros deste solo
utilizando-se as correlações existentes para a BSST de São Paulo encontradas em literatura técnica.
Segundo Décourt et al (1989) a pressão de pré-adensamento (pa) e resistência não drenada (Cu)
Decourt et al (1989) sugerem para o módulo de deformabilidade (E) a ser utilizados em cálculo de
24
Observando-se que há uma grande variabilidade no tipo de solo e elevada não linearidade da
variação de E, são estabelecidas outras correlações, que se relacionam à diferentes tipos de solo:
O módulo de cisalhamento máximo para pequenas deformações pode ser estimado através de
(Strout, 1988):
E = 2 G (1 +υ) (II.7)
O ângulo de atrito na ruptura pode ser estimado, segundo Schmertman (1975) por:
N SPT
Φ = tg −1 ( °)
σv′0
12 ,2 + 20,3 p
atm (II.8)
Sendo σ’v0 a tensão vertical efetiva de campo e patm a pressão atmosférica (101,32 kN/m2).
25
Os resultados encontrados para previsão de comportamento através de ensaios de penetração para
26
III Amostra Analisada
III.1 Introdução
obra de engenharia (edifício, estrada, barragem, etc.) uma amostra desse solo é retirada para
ensaios em laboratório. Os resultados desses ensaios serão tanto melhores quanto maiores forem os
Este Capítulo descreve o local e processo de coleta e preparação de corpos de prova, ensaios de
caracterização e composição do solo. Abaixo estão definidos os termos amostra e corpos de prova
• Amostra: quantidade de massa de solo, que possua as mesmas, ou grande parte das
• Corpo de Prova ou Espécime (do latim specere, para apreciação) uma parte ou exemplo de
algo que representa um todo, ou seja, uma pequena porção do solo que foi cortado de uma
amostra, e sobre o qual são feitos ensaios de laboratório. (Garber e Hoel, 1988).
27
III.2 Escolha do Local, Coleta Transporte e Armazenamento da Amostra
O local escolhido para retirada de amostra foi um solo proveniente da fundação de torre de mistura
Figura III.1 – Fotografia aérea do local de coleta, cedida por Shimizu Engenharis do Brasil.
28
III.2.2 Coleta, Transporte e Armazenamento de Amostras
A coleta do material ou amostra deve ser minuciosa de maneira a conter se não todas, uma grande
parte das características do solo original ao qual serão feitos investigações sobre suas características
forma a se adequar os ensaios, bem como auxiliar na interpretação dos resultados obtidos.
Uma amostra é definida como indeformada quando sua extração é feita com o mínimo de
perturbação, onde sua estrutura, condição de umidade e compacidade deve ser preservada para
que se possa conhecer através de ensaios em laboratório suas propriedades naturais de resistência,
confinantes, o estado de tensão a que esta amostra estava submetida não se conserva como no solo
amostras mais comuns são as provenientes de furos de sondagem como descritos na norma ABNT-
30 cm) podem ser obtidas de acordo com a norma ABNT- NBR 9604/86 ou MSC-02/86 da
CESP.
29
Segundo as normas citadas acima, estas amostras, tanto as obtidas por sondagem quanto às cúbicas
devem ser parafinadas no local de coleta para que as mesmas não percam suas características de
ocorrer sem interrupção da obra, o que obrigou que se adotasse método de coleta descrito a seguir.
A amostra de solo foi retirada do solo que serviria de base para as sapatas da fundação da torre de
mistura de vidros da fábrica, que no projeto se localizava a onze metros abaixo do nível do terreno.
Esta escavação foi dividida em duas partes. Na primeira, uma camada de solo de cinco metros foi
retirada com retro-escavadeira; na segunda fase, a máquina escavou mais seis metros e os operários
deram o acabamento final, encontrando-se nesta profundidade um material argilo arenoso muito rijo.
O esquema da escavação da obra está mostrado na Figura III.2. pois não foi permitida a obtenção
de fotografias no local da obra. Desta cota foi retirado um bloco de amostra indeformada com o
auxílio de pás e picaretas, fez-se então uma marca para identificar o topo da amostra, que
posteriormente fora içado do buraco, tomando-se sempre o cuidado da mesma estar protegida do
sol.
30
Figura III.2 - Esquema de localização da amostra na escavação da fundação do prédio
Esta amostra cúbica, como observado anteriormente deveria ser parafinada no local de coleta,
envolvida com talagarça e parafinada novamente para que a mesma não perdesse suas
com o andamento das obras ao invés de parafinar-se a amostra no local a mesma foi envolta em
camadas superpostas de filme plástico, panos úmidos e plásticos, sendo então passada fita adesiva
larga para o travamento da estrutura de solo. Esta prática tem sido utilizada freqüentemente em
coletas de amostras em obras dando bons resultados (Kuwajima, 1981). Em seguida foram
orientações.
31
III.2.3 Transporte e Armazenamento de Amostras
O transporte e manuseio da amostra devem ser feitos com muito cuidado. Experimentos reportados
por Kuwajima (1981) mostram que se pode perder até 30% da resistência ao cisalhamento devido
na posição vertical. A amostra também pode ser mantida em temperatura ambiente desde que seja
amena e não oscile muito, pois a mesma deverá estar selada contra umidade. Se houver qualquer
dúvida quanto ao seu selamento a amostra deve ser mantida em ambiente com umidade de
Após a coleta do bloco, a amostra utilizada na dissertação foi levada para as instalações do ITA em
São José dos Campos. O bloco foi colocado em um carro de passeio de pequeno porte em cima de
dois colchões de espuma, para se evitar muita trepidação, que ocorreria caso fosse transportado
ambiente com temperatura estável, tomando-se o cuidado de monitorar a sua umidade sempre que
manuseada.
32
III.3 Características Físicas
Ensaios de caracterização são utilizados para se obter informações elementares sobre o solo em
Caracterização);
• ABNT - NBR-6508/84 (Determinação da Massa Específica dos Grãos de Solo que Passam na
Com base nos resultados de ensaios de caracterização e de granulometria pode-se fazer algumas
previsões dos parâmetros deste solo, como nas previsões através dos ensaios de sondagem,
utilizando-se as correlações existentes para a BSST de São Paulo encontrados em literatura técnica.
33
Segundo Massad et al (1992) a pressão de pré-adensamento (pa) para o solo da BSTSP é um
fenômeno menos ligado ao peso da terra atuante sobre ele do que um processo de outra ordem,
relacionado com sua porcentagem de finos, tais como o ressecamento ou a cimentação química
entre as partículas, sendo a pressão de pré-adensamento, portanto, nem função da cota, nem da
profundidade de coleta das amostras, mas em geral relacionado com a porcentagem de finos, ou
O ângulo de atrito interno efetivo leva em conta o efeito de sobre-adensamento, sendo utilizado o
termo σ’para o trecho normalmente adensado σ’a para o trecho sobre adensado:
34
tg σ’a = tg σ’ – 0,133 (o) (III.4)
E a resistência c’:
de microestrutura para os solos argilosos, porém foi na década de 60 que esses estudos foram
desenvolvidos com maior critério procurando dar explicações baseadas na microestrutura dos solos
considerável no estudo da microestrutura das argilas. Várias técnicas passaram a ser usadas, como
O resultado da análise por DRX fornece difratogramas com picos indicando a presença dos
principais componentes de uma amostra de solo, como por exemplo, o quartzo (SiO 2) e a
é uma inspeção superficial que pode abranger toda a área da amostra ou concentrar-se em partes
35
de maior interesse, com aumentos de qualquer valor de 100 a 10.000 vezes com grande
profundidade de foco.
O uso desta técnica é uma das melhores no estudo da estrutura das argilas devido a sua simplicidade
e rapidez nos resultados. Informações provenientes desta análise podem também ser utilizadas em
geologia na interpretação das condições paleoclimáticas a que este solo foi submetido, bem como os
Neste trabalho foram executadas análises de difração de raios-X (DRX) e obtidas fotomicrografias
indeformada coletada, visando a identificação dos argilo minerais, seus aspectos morfológicos e
texturais.
III.4.2 Amostragem
As amostras utilizadas na análise de difração de raios-X (DRX) para a dissertação foram divididas
em dois tipos, amostra total (DRX-T) e amostra da fração fina (DRX-F), que foram colocadas na
feita pelo microscópio eletrônico de varredura (MEV) foram utilizados os mesmos corpos de prova
36
Durante a inspeção no microscópio a amostra fica sujeita a vácuo, portanto a mesma deve estar
isenta de água intersticial, apesar do efeito da secagem provocar alterações por contração esta
técnica ainda é a mais indicada para inspeção qualitativa. A contração que ocorre durante a
secagem pode alterar a distância entre as partículas, a posição e a quebra das partículas ou
São vários os processos alternativos a esse processo de secagem, sendo eles, secagem com
congelamento e sublimação, secagem no ponto crítico, e impregnação por agentes cimentícios que
substituem a água intersticial. O processo de impregnação das amostras é o que apresenta maior
vantagem, pois evita a secagem reduzindo bastante a contração, evitando também os problemas
decorrentes do fraturamento.
Tanto as amostra para análise de Raios-x (DRX) quanto as feitas pelo microscópio eletrônico de
varredura (MEV) utilizados na dissertação foram secas em estufa e fraturadas por compressão.
37
IV Ensaios de Comportamento Mecânico
IV.1 Introdução
obtenção dos parâmetros de comportamento do solo estão descritos nos itens a seguir.
provenientes de um carregamento e o tempo para que eles ocorram. Também se pode analisar a
expansão do solo por alívio de carga, a variação do coeficiente de permeabilidade nos intervalos de
38
suporte para o relógio comparador, que tem a função de medir o adensamento devido a carga
Carga Carga
SOLO SOLO
compressão vertical é observada em cada carregamento que dura em geral 24 horas. O ensaio é
A deformação do solo que ocorre quando este é submetido a um carregamento pode ser dividida
caracterizado como uma rápida redução do volume do solo não saturado devido à compressão e
dos solos através de expulsão de água de seus vazios e segue a teoria de adensamento de Terzaghi
(Head, 1988). O adensamento secundário é a redução lenta do volume dos solos quando a pressão
fases de adensamento.
39
t50 tempo (t)
d0
0
adensamento primário
leitura
inicial
50
100
d100
adensamento secundário
df - leitura
final
De posse dos resultados obtidos dos ensaios de adensamento pode ser obtido o gráfico (e x log σ v)
sendo e o índice de vazios e σ v a tensão vertical (kPa). Com estes gráficos pode-se obter os
a v = − ∆e ∆σ
v (IV.1)
40
b) A compressibilidade do solo (mv), expressa em termos do coeficiente de compressibilidade,
também conhecido como módulo de variação de volume. Este parâmetro mede quanto o solo
1 1 ∆e
mv = av = ⋅
(1 + e ) (1 + e) ∆p (IV.2)
Cv = k . mv . ρa . g (IV.3)
mv = compressibilidade do solo
que são discutidos amplamente na literatura (Head, 1988). Neste trabalho o método utilizado foi
o de Casagrande que considera o grau de adensamento (U) (Figura IV.2) que indica como a
41
u0 − u
U = × 100%
u0 (IV.4)
Levando-se em conta que em ensaios de adensamento convencionais não se faz medidas de pressão
de poro, o grau de adensamento (U) pode ser relacionado com variação de altura do corpo de
∆H
U = × 100%
∆H f
(IV.5)
t = 0, u = u0 , ∆H = 0 e U = 0%
e) A pressão de pré-adensamento (pa) indica a tensão máxima a que a amostra foi solicitada. Este
valor de pressão pode ser estimado por vários métodos, dentre eles pode-se destacar os
42
Pacheco Silva (1970). A Figura IV.3 mostra a obtenção da pressão de pré-adensamento pelo
pa
OCR =
pc (IV.6)
adens02-99 ó v (kN/m2 )
10 100 1000
0,650 pa = 230kPa
eo = 0,647
índice de vazios (e)
0,640
0,630
0,620
Figura IV.3 – Gráfico (e X σ v) com indicação da pressão de pré adensamento pelo método
43
IV.3 Comportamento em Cisalhamento
O equipamento utilizado nos ensaios de cisalhamento consiste de uma caixa de cisalhamento na qual
o solo é colocado entre pedras porosas, para permitir drenagem. Um esquema deste ensaio é
O ensaio é efetuado com uma aplicação de carga inicial perpendicular ao corpo de prova (σn) e em
seguida aplica-se uma força horizontal crescente numa das metades da caixa (T), provocando um
44
Durante o ensaio são feitas medidas da tensão cisalhante (τ), do deslocamento horizontal (δh) e da
variação da altura do corpo de prova (∆h). Estes resultados são mostrados graficamente como na
residual (τres).
Para cada ensaio obtém-se um par de pontos (τmax x εη) relativo a tensão normal (σn) do ensaio.
Efetuando-se este ensaio para vários corpos de prova, variando-se a carga normal, são obtidos
pontos que permitem determinar a envoltória de resistência a ruptura, como mostra a Figura IV.6.
45
300
τ
250
200
150
100 τD
τC
50
τB
τA
0
σn
0 σA 20 σB σ80
C σD
simplicidade, porém neste tipo de ensaio não se obtém valores de variação de pressões de poros e
o mesmo não pode ser realizado com total impedimento de drenagem. A condição de drenagem
anisotrópicos esse ensaio é útil para definir o comportamento nos planos preferenciais de ruptura,
bem como nos casos onde se deseja conhecer parâmetros de atrito de interface.
De forma geral o ensaio de compressão triaxial é o mais versátil para a determinação da resistência
46
e impor trajetórias de tensões. O ensaio triaxial convencional de compressão axial é efetuado em
corpo de prova cilíndrico segundo uma trajetória de tensões na qual, após a consolidação, a tensão
confinante da célula (σ3 = σ2) permanece constante e a tensão axial σ1 cresce até a ruptura. A
Figura IV.7 ilustra uma típica célula utilizada para ensaios triaxiais. A utilizada nesta dissertação
Figura IV.7 - Célula típica para ensaio de compressão triaxial sem célula de carga.
efetuar ensaios adensados ou não adensados e drenados ou não drenados. Em ensaios drenados,
deixa-se que a pressão de poros se dissipe, enquanto que nos não drenados a drenagem de topo e
de base é impedida; neste caso a medida de variação de pressão de poros durante todo o ensaio
47
deve ser realizada. Os ensaios triaxiais realizados neste trabalho foram do tipo CU, ou seja,
O equipamento utilizado foi desenvolvido com base na experiência adquirida pelo Imperial College e
consiste de uma célula triaxial com carregamento hidráulico para amostras na faixa de tensão baixa e
média (com referência à faixa de tensão encontrada na engenharia civil) e um sistema de controle
tanto de carregamento quanto de aquisição de dados dos ensaios. Corpos de prova cilíndricos
podem ser testados em ensaios de compressão axial e de extensão axial, seguindo uma larga faixa
de trajetória de tensões, estando sujeito somente à condição de que as tensões totais e efetivas
bastante simples e podem ser feitos ensaios tanto com taxa de carregamento controlado quanto com
taxa de deformação controlada (Bishop e Henckel, 1957). No caso específico da célula utilizada
em que ela se encontra não é o mesmo de campo devido ao alívio das tensões por
desconfinamento e manuseio, portanto os valores de tensão associados a poro pressão (u) devem
A análise de anisotropia também é importante, pois se a amostra de solo desenvolveu uma estrutura
anisotrópica estas deformações não necessariamente serão iguais e, se os eixos principais do ensaio
não coincidem com os eixos principais do campo, então o comportamento será diferente mesmo em
pequenas deformações.
48
IV.4 Trajetória de Tensões no Ensaio Triaxial
Durante ensaio em um corpo de prova em laboratório, ou durante a aplicação de cargas num solo
pela sua fundação, cada elemento de solo sofre mudanças no seu estado de tensão. O uso de
comportamento do solo, seu histórico de tensões, bem como provê meios de selecionar e
especificar a seqüência de tensões a serem aplicadas a uma amostra de solo quando esta for
submetida a ensaios (Bishop e Wesley, 1975). Existem várias maneiras gráficas de representar esta
trajetória de tensões, porém os métodos de representação gráficos utilizados mais usualmente são o
representativa e sua vantagem é que esta considera o problema de deformação e escoamento. Estes
49
Este método gráfico de representação desenvolvido por Lambe e sua equipe no Instituto de
haver confusão entre as representações MIT e Cambridge adotou-se neste trabalho a representação
σ1 + σ3
s=
2 (IV.7)
σ1 − σ3
t =±
2 (IV.8)
s′ = s − u ; (IV.9)
Este método gráfico de representação foi desenvolvido por Roscoe e Wroth, na Universidade de
Cambridge (conforme citado por Head, 1988), e representa as tensões em termos das três tensões
principais efetivas (σ1’, σ2’, σ3’). Este método é representado pelos parâmetros p’ e q, definidos
como:
50
σ1′ + σ2′ + σ3′
p′ =
3 ( IV.10)
e tensão deviatórica q:
q = σ1′ − σ3′ = σ1 − σ3
(IV.11)
Em ensaios triaxiais, as duas tensões efetivas principais são iguais à tensão efetiva horizontal, e a
σ1′ + 2σ′3
p′ = (IV.12)
3
51
O comportamento em termos de variação volumétrica do solo depende de uma tensão efetiva
média que é descrita como 1/3(σ’1 + σ’2 + σ’3). Sendo v o volume específico uma variável do
Estado Crítico, que pode ser definida como o volume ocupado pela quantidade de solo que contém
uma unidade de volume da parte sólida, poder ser relacionado com o índice de vazios e (ou como
v= 1 + e). Colocando-se num gráfico a variação volumétrica, em termos de índice de vazios e num
plano perpendicular a superfície (p’, q’), um espaço tridimensional para representar as tensões e
deformações é obtido e tem sido bastante utilizado em análise do estado crítico. Discussões sobre
este assunto podem ser encontradas, em dissertações do ITA (Queiroz, 1996) e USP-SP (Nader,
material, também conhecido como módulo de Young, é obtido através da relação tensão
52
500 q (kPa)
400
300
200 E
100
0
0 5 10 15
def. (%)
O módulo de deformabilidade (E), para uma determinada trajetória de tensão pode ser obtido pelo
módulo de deformação (Ed). Da relação q (σ1 - σ3) em função de ε1, o módulo de deformação para
∆σ1′ − ∆σ3′
Εd =
∆ε1 (IV.13)
Em ensaios triaxiais temos que em termos de tensões efetivas, σ’ 2 = σ’3. Pela teoria da elasticidade
tem-se:
53
ε1 e e3 as deformações vertical e lateral, respectivamente; e
υ o coeficiente de Poisson.
Os valores de módulo de deformabilidade (E) e coeficiente de Poisson (υ) podem ser estimados
σ3′ε1 − ε3σ1′
υ=
σ3′ (ε1 − 2ε3 ) + σ1′ε1 (IV.17)
Para o caso de ∆σ’3 igual a zero , ou seja a pressão confinante mantida constante, as Equação
∆σ1′∆σ1′ ∆σ1′
Ε= =
∆σ1′∆ε1 ∆ε1 (IV.20)
54
∆σ1′
Εd =
∆ε1 (IV.21)
E = Εd (IV.22)
Também sabe-se que pela teoria da elasticidade E e υ se relacionam pelo módulo de cisalhamento
E = 2G(1 + υ) (IV.24)
variação do módulo tangente inicial (Ei) para diferentes tensões de confinamento pode ser expressa
n
σ′
Ei = k ⋅ pa 3
pa (IV.25)
55
n = expoente que determina a taxa de variação de E por ó’3.
O valor de n varia de 0,8 a 1 e k de 50 para argilas normalmente adensadas à 200 para sobre
Muitos autores expressam o módulo de deformabilidade (E) em relação à resistência não drenada
do material (Cu). Para os solos da Bacia Sedimentar Terciária de São Paulo (BSTSP) existem
valores tabelados para os diferentes tipos de materiais. Os valores tabelados são para o módulo
tangente inicial (Ei/Cu), módulo para 50% de resistência (E50/Cu ou simplesmente E50) e para 1% de
deformação (E1/Cu) (Massad et al, 1992). Para as argilas duras da BSTSP verificou-se a relação:
E 50 = 230Cu (IV.27)
No Capítulo V faz-se uma comparação dos valores estimados com os encontrados através dos
56
V Resultados
V.1 Introdução
Os resultados dos ensaios de SPT do solo utilizado neste trabalho foram cedidos pela Shimizu do
Brasil Ltda e estão ilustrados na Figura V.1 que indica a profundidade da escavação na qual a
amostra foi coletada. Na Figura V.1 observa-se NSPT igual a 33 na profundidade de coleta da
amostra, observando-se que nas sondagens não foi encontrado o lençol freático.
57
no. golpes
0 10 20 30 40
0
4
2 7
6
4 5
15
profundidade (m) 6 18
20
8 cota prevista para 25
assentamento das 30
10 sapatas 30
33
12 35
30
14 32
35
16 36
18
Figura V.1 – Resultados de sondagem de SPT versus profundidade do local de coleta (cedida por
Dados do equipamento e o boletim completo de sondagem não puderam ser fornecidos pela
empresa construtora. Os valores obtidos pelo ensaio de SPT e as correlações obtidas através
Os ensaios de caracterização realizados estão descritos no item III.3. A Tabela V.1 apresenta os
valores médios dos resultados dos ensaios de caracterização da amostra de solo analisada. Estes
valores são para a amostra indeformada. Para cada corpo de prova retirado da amostra de solo,
foram medidas algumas de suas características iniciais e finais (o teor de umidade, índice de vazios e
grau de saturação).
58
Tabela V.1 – Resultados dos ensaios de caracterização.
(e0)
22 84 0,66 18 2,57 52 31 21 38 18 44
Segundo a Classificação Unificada, este solo encontra-se na faixa de solos finos tipo MH,
caracterizado por silte inorgânico de alta plasticidade. A Figura V.2 mostra a sua classificação na
70
60
Índice de Plasticidade (%)
Linha B
50
40
30 Linha A
20
10
0
0 20 40 60 80 100
Limite de Liquidez (%)
LP na amostra de solo.
59
A curva granulométrica está apresentada na Figura V.3.
Granulometria
100%
60%
40%
20%
0%
0,001 0,010 0,100 1,000 10,000
Dividiu-se a amostra em termos da fração de finos e fração total da amostra,sendo a fração de finos
os materiais com diâmetros inferiores a 0,07 mm, ou seja pela análise granulométrica o silte a a
argila, e a fração total todos os diâmetros existentes na amostra. Pela análise da curva
granulométrica, pode-se notar que a amostra possui uma fração de finos bastante grande. Como se
sabe para materiais de granulometria fina a análise granulométrica não fornece muitas informações
sobre o comportamento destes materiais, partindo-se então para uma análise mineralógica.
60
Os resultados das análises de difração de raios-X (DRX) e as fotomicrografias obtidas pelo
microscópio eletrônico de varredura (MEV) discutidas no item III. 4, que foram feitas nas porções
de solo retiradas da amostra indeformada, estão mostrados nas Figuras V.4, V.5, V.6 e V.7.
Foram utilizados os equipamentos para análise DRX (difração de raios-X) da marca Phillips,
modelo PW-1830 e para a análise por difração o aparelho Digital Scanning Microscope, modelo
940A, marca Zeiss, ambos da Divisão de Materiais (AMR) do Instituto de Aeronáutica e Espaço
(IAE-CTA).
As amostras de DRX forneceram difratogramas com picos indicando como seus principais
materiais como o silicato de sódio e potássio. Pelas análises de frações menores que 2,0 µm, foram
reconhecidas reflexões basais que confirmam a presença da caulinita. A Figura V.4 mostra os
resultados da análise DRX da amostra total de solo e a Figura V.5 o resultado da fração fina de
solo.
Difração de Raio-X
1900
Intensidade (cps)
1400
900
400
-100
10 30 50 70
ângulo de Bragg 20 (grau)
61
Figura V.4 – Difração de raios-x de amostra total.
DRX
800
Riccomini et al.,1991). A análise das imagens obtida pelo MEV confirma o predomínio de
podendo alcançar 30 µm, mostradas na Figura V.6. A estas caulinitas detríticas associam-se
caulinitas de granulação fina (<0,5 µm), que ora ocorrem em formas de agregados homogêneos
constituindo uma matriz fina, ora circundando grãos de quartzo ou em agregados isolados de
dimensões reduzidas. A Figura V.7 mostra uma foto da amostra de fração total com ampliação de
1:1000.
62
Figura V.6 – Foto da amostra total de solo com ampliação 1:300
Figura V.7 - Foto da amostra fração total de solo com ampliação 1:1000.
A Figura V.8 mostra a ocorrência dos principais componentes presentes na amostra de fração fina.
63
Figura V.8 – Resultado da análise do MEV da fração fina de solo indicando seus principais
componentes.
MSL-14 da CESP (1986). Estes ensaios foram feitos nas instalações do ITA, no laboratório de
Mecânica dos Solos e seus princípios estão discutidos no item IV.2. Para facilitar a visualização são
64
ensaio3a-99
1,00
0,95 25
50
leitura deflectômetro (mm)
0,90 101
0,85 202
nn - carga aplicada (kPa)
405
0,80
708
0,75
885
0,70
708 405 101 25
0,65
06/05 08/05 10/05 12/05 14/05 16/05 18/05 20/05
tempo (dd/mm)
carregamneto descarregamento
Figura V.9 - Gráfico adensamento X tempo para um ensaio (ciclo de carga e descarga).
pelo menos 24 horas de duração. O adensamento é bastante rápido, sendo que cerca de 90% do
adensamento total ocorre durante as primeiras leituras, ou seja na primeira hora após o acréscimo
65
leitura de recalque (mm)
0,800
d0
0,795
adensamento primário
0,790
d100
0,785
0,780
0 5 10 15 20 25 30 35 24 h 40
t90
raiz do tempo (min)
√tempo).
adens02-99 ó v (kN/m2)
10 100 1000
pa = 230kPa
0,650
eo = 0,647
índice de vazios (e)
0,640
0,630
0,620
Figura V.11 - Gráfico (e X log σv) mostrando a obtenção da pressão de pré-adensamento (pa).
Após todo o carregamento obteve-se a curva (e X log σv) como da Figura V.11, sendo que para
cada ciclo de carga foi verificado que todo o adensamento primário tivesse ocorrido, como mostra
a Figura V.12.
66
t50 = tempo (min)
0,0 0,1 0,4 1,0 10,0 100,0 1000,0 10000,0
grau de adensamento
0
0,710
50
0,700
,
(mm)
,
0,690 100
0,680
0,670
ensaio21a-99
A Figura V.13 mostra o resultados de todos os ensaios de adensamento a que foram obtidos os
coeficientes mostrados na
Tabela V.2.
0,66
0,64
67
A partir da análise dos resultados dos ensaios de adensamento, obteve-se os coeficientes mostrados
na Tabela V.2. A tensão vertical total de campo é estimada em cerca de 190 kN/m2.
estágio de carga
volumétrica
Comparando-se os valores obtidos com valores típicos de ensaios mostrados em Lambe Whitman
• Para material com coeficiente de compressibilidade volumétrica (mv) abaixo de 0,05 (m2/MN)
este é caracterizado como material de compressibilidade muito baixa, como o caso de argilas
68
com valores de IP abaixo de 15). Cabe lembrar que o IP deste material é 21 e o mesmo foi
adensada, com razão de sobre adensamento (OCR) geralmente maior que 2. O que temos é uma
A Figura V.14 mostra a fotografia do Equipamento utilizado para o ensaio de cisalhamento direto
69
Figura V.14 - Equipamento de ensaio de Cisalhamento Direto.
Os resultados obtidos através dos ensaios de cisalhamento direto para diferentes cargas aplicadas
estão mostrados nas Figura V.15, e V.16. Os valores entre parênteses correspondem a tensão
no Anexo B.
70
600
tensão de cisalhamento
500 (828)
(kPa) 400
300 (468)
200 (245)
100 (133)
(29)
0
0 1000 2000 3000 4000
deslocamento (10-3 mm)
150 expansão
mm)
100
2
movimento vertical (10-
50 (29)
(133)
0
0 1000 2000 3000 4000
-50
(245)
-100 (468)
(828)
adensamento
-150
deslocamento (10-3 mm)
A Figura V.17 mostra os resultados dos ensaios de cisalhamento direto para valores de tensão
adensamento, observando-se na Figura V.18 dilatância do material para valores de tensão normal
71
150
tensão de cisalhamento (kPa)
100 (133)
(133)
50
(29)
0
0 1000 2000 3000 4000
deslocamento (10-3 mm)
Figura V.17 -Gráfico tensão de cisalhamento por deslocamento horizontal (τ X δ) para valores de
expansão
140
2
120
100
80
(29)
60
(133)
40
(133)
20
0
0 1000 2000 3000 4000
-3
deslocamento (10 mm)
Figura V.18 -Gráfico de verificação da variação volumétrica para valores de σn abaixo da pressão
de pré adensamento.
72
Da análise destes resultados foi obtida a envoltória de ruptura mostrada na Figura V.19 e Figura
V.20.
500
400
(kN/m2)
300
y = 0,60x + 21,42
200 R2 = 1,00
100
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900
cisalhamento máximo ó n(kN/m2)
(residual)
Linear (cisalhamento máximo)
Figura V.19 - Envoltória de ruptura de Coulomb para o ensaio de cisalhamento direto - (gráfico τr
X σn)
Figura V.20.
200
tensão de cisalhamento na
150
ruptura (kN/m )
2
y = 0,58x + 21,85
R 2 = 1,00 y = 0,69x
100
R2 = 1,00
50
0
0 50 100 150 200 250 300
2
ón (kN/m )
cisalhamento máximo
(residual)
Figura V.20 - Envoltória de ruptura (gráfico τr X σn) para valores de ón menores que tensão de
73
pré-adensamento.
Para os ensaios com valores de tensão normal aplicado (σn) inferiores a tensão de pré-adensamento
(230 kPa), encontrou-se comportamento dilatante e picos de resistência, conforme mostrado nas
o Resistência de pico:
o Resistência residual:
dos Solos da Escola Politécnica da USP. O equipamento utilizado foi o equipamento operado
74
hidraulicamente, por meio de software TRIAX desenvolvido pela Universidade de Durham, U.K.,
O equipamento utilizado neste trabalho foi projetado para ter controle contínuo da variação das
pressões. Este sistema de controle consiste de três caixas de controle, uma para cada pressão a ser
controlada (pressão confinante S3, pressão da prensa de carregamento S1 e contra pressão BP),
por meio de motores elétricos do tipo motor de passo conectado a um painel com registros que
Os ensaios efetuados para este trabalho foram do tipo CU onde é permitida a drenagem do corpo
de prova somente durante o adensamento isotrópico, com medida de pressão de poros durante a
compressão axial, sendo a taxa de carregamento e trajetória de tensões controladas pelo software
75
a) Após moldar o corpo de prova cilíndrico de 3,8 cm de diâmetro e 8 cm de altura, anotou-
m g
γn =
V cm 3 (V.4)
γn g
γd =
1 + h cm 3 (V.5)
h a umidade (%).
δs
e= −1
γd (V.6)
h. δs
S= ( %)
e. γ a (V.7)
b) Colocou-se o corpo de prova na câmara triaxial, circulou-se água pelo corpo de prova,
76
∆u
B=
∆σ3 (V.8)
c) Aplicou-se a pressão confinante (σ3) de ensaio e esperou-se até que o corpo de prova
incrementada até a ruptura do corpo de prova. Foram efetuadas as medidas de variação da pressão
Efetuou-se quatro ensaios com diferentes tensões confinantes efetivas (σ3’) de valores 50, 150 350
e 400 kN/m2, com incremento da tensão axial (σ1) observando-se a variação de pressão de poros.
A seguir são mostrados os resultados do ensaio de compressão triaxial onde se manteve a tensão
confinante de 50 kN/m2. Os resultados dos demais ensaios e as condições iniciais dos corpos de
77
confinante = 50 kN/m2
200
(kN/m2) 160
120
80
40
0
0 5 10 15
deformacao (%)
q u
Figura V.22 – Exemplo de resultado de ensaio de compressão triaxial para tensão confinante de
ensaio de 50 kN/m2.
As Figura V.23 e Figura V.24 mostram as trajetórias de tensões totais e efetivas onde pode-se
notar que a trajetória de tensões efetivas (TTE) é paralela a trajetória de tensões totais (TTT), pois
t
100
50
0
0 50 100 150 200 250 300
s,s'
TTE TTT
78
q
200
TTE TTT
150
100
50
0
0 50 100 150 p,p' 200
Para cada ensaio com diferentes tensões confinantes obteve-se as trajetórias de tensões totais e
efetivas. De posse de todos os resultados de ensaios triaxiais resumidos na Figura V.25 pode-se
700
600
500
q (kPa)
400
300
200
100
0
0 5 10 15
deformação (%)
79
t
400
y = 0,49x + 14,32
300
200
100
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
s,s'
Figura V.26 - Trajetória de tensões efetivas para o conjunto dos ensaios de compressão triaxial.
Obtendo-se da reta de ruptura mostrada na Figura V.25, os coeficientes a' igual a 14,32 kN/m2 e
a′
c′ =
cosφ ′ (V.9)
80
os parâmetros obtidos pelos ensaios de compressão triaxial são:
o Resistência de pico:
A Figura V.27 apresenta a comparação entre as envoltórias de resistência obtidas pelos ensaios de
cisalhamento direto e triaxial. Como se pode observar os resultados estão de acordo com as
600
tensão de cisalhamento na ruptura
500
400
Cisalhamento direto
(kN/m2)
300
triaxial
200
100
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900
tensao normal (kN/m2)
A partir dos resultados dos ensaios triaxiais, pode se observar a variação do módulo de elasticidade
E com a tensão confinante. A partir dos resultados ilustrados na Figura V.25 foram obtidos os
81
valores dos módulos secante a 50% de ruptura, a 0,5% de deformação e do módulo tangente inicial,
100
80
E (MN/m 2)
60
40
20
0
0 100 200 300 400
tensão confinante (kN/m2)
Pode-se observar na Figura V.28 a variação do módulo tangente inicial com a variação da tensão
inferior a 0,5% para 50% da tensão de ruptura. Em todos os ensaios de compressão triaxial, à
A Tabela V.3 apresenta a comparação entre os valores obtidos através dos ensaios de laboratório e
os estimados, lembrando porém que estes parâmetros obtidos por correlações de valores de NSPT e
82
de característica físicas do solo, estimativas para a Bacia Sedimentar Terciária de São Paulo,
83
Tabela V.3 – Comparação de resultados de ensaios.
Cu Coes ão não kN/m 2 412 f(NSPT) Eq. (II.3) Não foi feito
drenada ensaio UU
c 22 (SA) (cis. (8 – 12) f(pa,NSPT)
direto)
coesão 16 (SA) (triaxial) Eq. (III.5)
kN/m 2
20(NA) (cis. 35 [9] (NA) f(pa, A) pa est.da Eq. (II.1)
direto) 23 [9] (NA) pa
f(pa obtido)
(adensamento)
30 (SA) (cis. 20 (SA) f(Φ,A) A partir da Eq.
direto) (III.2)
ângulo de Eq. (III.4)
atrito na 29 (SA) (triaxial) 22 (SA) f(Φ,IP) A partir da Eq.
tg (Φ) ruptura (graus) (III.3)
Correlações da Bacia Sedimentar Terciária de São Paulo (BSTSP) para comparação dos
resultados de ensaios para o solo do Vale do Paraíba foram utilizadas, pois ainda não existem
correlações para solos da Bacia do Taubaté, lembrando porém que as duas bacia são
geologicamente semelhantes.
Os valores das correlações baseadas em ensaios de penetração do tipo SPT foram estimadas pelo
perfil de sondagem dado na Figura V.1. Na profundidade de coleta da amostra, isto é a 11 metros
84
de profundidade tem-se NSPT de 33. Com base nas correlações apresentadas no item II.6 os
• Tensão de pré-adensamento (pa) estimada pela Equação II.2 encontra-se o valor de 1100
kN/m2 sendo este valor muito acima do obtido pelos ensaios de adensamento unidirecional,
• Resistência não drenada (Cu), pela Equação II.3 seria de 412 kN/m2
• Módulo de Elasticidade (E), dada pela Equação II.4 seria de 990 MN/m2 e pela Equação
• Ângulo de atrito na ruptura (φ), Equação II.7 de 32 º para uma tensão vertical de campo
(σvo) de 197kN/m2).
unidirecional, foi de 230 kN/m2. A primeira estimativa pelo NSPT , proposta inicial de Décourt
Para a resistência não drenada (Cu), o valor estimado pelo NSPT é bastante alto, pois apesar de não
terem sido realizados ensaios do tipo UU (não confinado e não drenado), pelo comportamento
85
deste material nos ensaios de cisalhamento pode-se estimar que a resistência Cu do material
O valor da coesão estimada média em função da tensão de pré-adensamento estimada foi bastante
superior aos valores obtidos através de ensaios tanto de cisalhamento direto quanto para os de
compressão triaxial, porém se for aplicado o valor de pressão encontrado na equação de estimativa
de coesão Eq. III.5, onde c’= 0,10 pa, obtendo-se um valor de coesão dentro da faixa de valores
Valores encontrados para o ângulo de atrito (φ) mostram estimativas razoáveis por Schmertman
(1975) e Massad et al (1992), sendo que a proposta de Massad para estimar o ângulo de atrito
Os valores encontrados para os módulos de deformabilidade inicial (Ei) e a 50% de ruptura (E50%rup)
estão dentro da faixa de valores estimados, sendo que obteve-se valores de E para 0,5% de
deformação (E0,5%def) pois o material à 2%.de deformação já apresenta 50% ou mais de tensão de
ruptura.
86
Massad et al. (1992), propôs que os módulos de deformabilidade fossem expressos em função da
resistência não drenada (CU). Os valores tabelados para o solo da BSTSP estão mostrados na
Tabela V.4.
87
Tabela V.4 Tabela de valores da relação E/Cu (Massad et al., 1992) para solos variegada da
BSTSP.
88
VI Comentários Finais e Conclusões
A Bacia do Taubaté, região onde foram coletadas amostras de solo para estudo de comportamento,
faz parte de um conjunto de bacias trafogênicas cenozóicas, disposta numa faixa de direção ENE.
Esta bacia é uma bacia assimétrica, contendo regiões deprimidas e elevadas. As regiões deprimidas
si pelos altos do rio Putins, Caçapava, rio Una e Aparecida. Suas principais formações são
arenosa, Jacareí constituída por leques aluviais e Pindamonhangaba, que se caracteriza por
depósitos areno-argilosos, na porção central da Bacia originada por um sistema fluvial meandrante
89
Pelos ensaios de caracterização, a amostra de solo desta dissertação possuía as seguintes
características médias, teor de umidade natural de 22%, grau de saturação de 84%, peso específico
aparente total de 18 kNm3, densidade dos grãos de 2,57 e índice de vazios natural de 0,66. A
amostra possuía ainda LL de 52% e LP de 31%, sendo este solo classificado como do tipo MH ou
A análise granulométrica constatou uma porcentagem de material fino bastante grande (38% de
argila e 18% de silte), partindo-se então para análise mais detalhada de seus materiais constituintes.
Pelas análises de raios-x e microscopia eletrônica foi detectada a presença de cristais de silício
(SiO 2), argila na forma de caulinita (Al2Si2O5(OH)4), e goetita (FeO(OH)2) que indica a
contaminação de óxidos.
Confirma-se também que os limites de Atterberg não se mostram apropriados para a classificação
deste tipo de solo, pois pela classificação unificada este material classifica-se como material de alta
plasticidade, o que não condiz com seu comportamento. De fato, a classificação de Casagrande só
poderia ser aplicada para previsão de comportamento de solos amolgados e saturados pois não
deste material é de 230 k N/m2, valor dentro da faixa de valores esperados pelas correlações em
função da porcentagem de argila (A), que era de 353 (±140) kN/m2, e muito inferior ao previsto
pelas correlações NSPT , que estimava uma pressão de pré-adensamento de 1100 kN/m2. Obteve-
90
0,012 m2/MN, coeficiente de adensamento (C v) de 23,7 m2/MN, e razão de sobre-adensamento
(OCR) de 1,2, indicando uma situação de material normalmente adensado (NA) de muito baixa
direto, pode-se notar picos de resistência em ensaios cuja carga normal era menor que a pressão de
comportamento de material rijo de ruptura frágil. Através dos ensaios de cisalhamento direto,
resistência de pico, obteve-se um ângulo de atrito de 34o para resistência residual. Para a situação
kN/m2. Os ensaios triaxiais do tipo R’ indicaram coesão efetiva de 16 kN/m2 e ângulo de atrito
efetivo de 29o.
Na comparação entre os resultados dos ensaios triaxiais e de cisalhamento direto observou-se uma
diferença de 2o no ângulo de atrito no trecho normalmente adensado (NA). Através dos ensaios
triaxiais pode-se fazer medidas de pressão de poros, notando-se uma dissipação de pressões de
mecânicos mostram que existe a necessidade de se obter mais resultados publicados tanto de
91
campo quanto de laboratório para a região, pois os valores estimados pelas correlações atualmente
utilizadas para os solos da Bacia Sedimentar Terciária da Cidade de São Paulo indicaram:
primeiro passo para a criação de um banco de dados de informações geotécnicas a ser utilizados
região, levando em consideração que os parâmetros c e φ são coeficientes empíricos que podem
variar em largos intervalos para um solo, conforme as várias possíveis condições tais como pré
A pesquisa deste tipo de material, de ocorrência bastante comum no Vale do Paraíba, deve
de solo típicos desta região, reescrevendo-os de forma rigorosa, como por exemplo, o Cam-Clay.
Em termos de ensaios, deve-se ter uma maior quantidade de amostras de solo, bem como ensaios
de laboratório e de campo para que os resultados destes possam ser utilizados na calibração destes
modelos.
92
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WOOD, D. M. Soil behaviour and critical state. Soil Mechanics, Cambridge University Press,
98
Anexo A
I
Exemplos de planilhas apresentando as características dos corpos de prova dos Ensaios de
Adensamento Unidirecional: e dos cálculos estão mostrados nas Figuras e Tabelas que se seguem:
anel número 1
altura do cp (cm) 2,55
diâmetro do cp (cm) 6,36
2
área do cp cm 31,77 densidade do solo úmido 1,899
3
volume do cp cm 81,06 Vo densidade do solo seco 1,546
Figura A.1 - Planilha para dados finais do corpo de prova para ensaios de adensamento.
II
dados finais
anel número 1
altura final do cp 2,511 hf
diâmetro do cp (cm) 6,36
2
área do cp cm 31,77 densidade do solo úmido 1,92
volume do cp cm3 79,77 Vf densidade do solo seco 1,56
Figura A.2 - Planilha para dados finais do corpo de prova para ensaios de adensamento.
III
xxxx - dados de entrada
xxxx - dados calculados
xxxx - dados obtidos por outros ensaios
antes do ensaio
CORTE
# Capsula 8 60 14
Caps + Amostra 73,44 66,51 52,80
Caps 41,77 41,61 39,54
Massa da amostra Wo 31,67 24,90 13,26 21,867391 média Wf
Amost seca + capsula 67,51 61,88 50,35
Massa seca da amostra 25,74 20,27 10,81 17,800382 média
Umidade 5,93 4,63 2,45 4,07 média
Teor de Umidade 23,0% 22,8% 22,7%
Umidade Média 22,8%
ENSAIO OEDOMÉTRICO
MEDIDAS (mm) CONDIÇÕES INICIAIS
2
Comprimento Inicial 2,56 2,55 ÁREA Ao = (pi X Do2)/4 31,77 cm
2,56 2,54
3
2,55 2,55 VOLUME Vo = (Lo X Ao)/1000 81,06 cm
Média Lo (cm) 2,55
3
DENSIDADE Wo/Vo 1,899 g/cm
Diâmetro Inicial 6,37 6,37
6,35 6,35 TEOR DE UMIDADE 22,8% %
6,36 6,36
3
Média Do (cm) 6,36 DENSIDADE SECA Wd/Vo 1,921 g/cm
Dados Iniciais
TIPO fixo flutuante
anel número 1
altura do cp (cm) 2,55
diâmetro do cp (cm) 6,36
2
área do cp cm 31,77 Ao densidade do solo úmido 1,899
3
volume do cp cm 81,06 Vo densidade do solo seco 1,546
IV
após o ensaio
CORTE
# Capsula 13,00 7,00 3,00
Caps + Amostra 51,42 60,37 51,78
Caps 43,54 43,20 44,68
Massa da amostra Wf 7,88 17,17 7,10 9,866996 média
Amost seca + capsula 50,02 57,10 50,43
Massa seca da amostra Wd 6,48 13,90 5,75 8,0306842 média
Umidade Mf 1,40 3,27 1,35 1,8351427 média
Teor de Umidade 21,6% 23,5% 23,5%
Umidade Média 22,9%
ENSAIO OEDOMÉTRICO
MEDIDAS (mm) CONDIÇÕES FINAIS
2
Comprimento Inicial 2,51 2,50 ÁREA Af = Ao = (pi X Do2)/4 31,77 cm
2,52 2,52
3
2,50 2,52 VOLUME Vf = (Lf X Af)/1000 79,77 cm
Média Lf (cm) 2,51
3
DENSIDADE Wf/Vf 1,921 g/cm
Diâmetro Inicial 6,37 6,37
6,35 6,35 TEOR DE UMIDADE 22,9% %
6,36 6,36
3
Média Df (cm) 6,36 DENSIDADE SECA Wd/Vf 1,564 g/cm
Dados finais
TIPO fixo flutuante
anel número 1
altura do cp (cm) 2,511 hf
diâmetro do cp (cm) 6,36
2
área do cp cm 31,77 densidade do solo úmido 1,921
3
volume do cp cm 79,77 Vf densidade do solo seco 1,564
V
A apresenta o resumo de todas as características iniciais e finais dos corpos de prova dos ensaios
de adensamento:
Ensaios
DADOS INICIAIS DO CDP 21-a 2-99 3a-99 3b-99 12-99
altura média (H) 2,56 2,56 2,56 2,56 2,55
diâmetro médio (D) 6,34 6,34 6,34 6,34 6,36
teor de umidade -hi (%) 23% 23% 23% 23% 23%
grau de saturação - Si (%) 89% 89% 91% 90% 89%
2
área (cm ) 31,60 31,60 31,60 31,60 31,77
3
volume (cm ) 80,80 80,80 80,96 80,80 81,06
3
densidade (g/cm ) 1,91 1,90 1,91 1,90 1,90
3
densidade seca (g/cm ) 1,55 1,92 1,93 1,91 1,92
índice de vazios natural (e i) 0,66 0,67 0,66 0,67 0,66
índice de vazios natural adotado 0,66 0,67 0,66 0,67 0,66
altura inicial 2,56 2,56 2,56 2,56 2,55
altura reduzida h=h/1+e 1,54 1,53 1,54 1,53 1,54
DADOS FINAIS DO CDP
altura média (H) 2,52 2,52 2,53 2,53 2,51
diâmetro médio (D) 6,35 6,35 6,35 6,35 6,36
teor de umidade -hf (%) 23% 23% 23% 23% 23%
grau de saturação - Sf (%) 92% 91% 92% 91% 91%
2
área (cm ) 31,65 31,65 31,65 31,65 31,77
3
volume (cm ) 79,87 79,76 80,19 79,95 79,77
3
densidade (g/cm ) 1,93 1,92 1,93 1,91 1,92
3
densidade seca (g/cm ) 1,57 1,56 1,57 1,56 1,56
índice de vazios natural (e f) 0,64 0,65 0,64 0,65 0,65
altura de sólodos 1,54 1,53 1,54 1,53 1,53
VI
Tabela A. 2 - Resultados doe ensaios de adensamento (e X σv0).
adens02-99e nsaio12-99
ensaio21a-99 ensaio2-99e nsaio3a-99ensaio3b-99 média
sigvo(kPa)
índice de vazios
índice(e)
de vazios
índice(e)
de vazios
índice(e)
de vazios
índice(e)
de vazios
índice(e)
de vazios
índice(e)
de vazios (e)
0,000 0,647 0,670 0,658 0,669 0,658 0,669 0,662
25,290 0,646 0,665 0,657 0,665 0,655 - 0,658
50,600 0,645 0,664 0,656 0,664 0,655 0,667 0,658
101,030 0,644 0,662 0,655 0,663 0,653 0,665 0,657
202,540 0,642 0,660 0,653 0,661 0,650 0,661 0,655
405,180 0,638 0,655 0,649 0,657 0,647 0,655 0,650
707,810 0,632 0,648 0,643 0,652 0,643 0,649 0,645
884,940 0,630 0,643 0,641 0,649 0,641 0,646 0,642
707,810 0,630 0,643 0,641 0,649 0,641 0,646 0,642
405,180 0,630 0,643 0,641 0,649 0,641 0,646 0,642
202,540 0,630 0,644 0,641 0,649 0,641 0,646 0,642
101,030 0,630 0,644 0,641 0,649 0,641 0,646 0,642
50,600 0,630 0,644 0,641 0,649 0,641 0,646 0,642
25,290 0,630 0,644 0,641 0,649 0,641 0,647 0,641
0,000 0,627 0,647 0,637 0,647 0,637 0,647 0,640
VII
adens02-99 ensaio12-99 s ( k N / m 2)
s ( k N / m 2) v
v
10 100 1000
10 100 1000
0,670
0,650
0,647 0,67
índice de vazios (e)
0,630 0,650
0,620 0,640
ensaio21-a s ( k N / m 2) 2
v ensaio2-99 s v (kN/m )
10 100 1000 10 100 1000
0,670 0,670
0,669
índice de vazios (e)
índice de vazios (e )
0,660 0,660
0,658
0,650 0,650
0,640 0,640
s ( k N / m 2) s ( k N / m 2)
ensaio3a-99 v ensaio3b-99 v
10 100 1000 10 100 1000
0,670 0,670
0,66
9
índice de vazios (e )
índice de vazios (e )
0,660 0,660
0,650 0,650
0,640 0,640
VIII
Tabela A. 3 - Parâmetros obtidos pelos ensaios de adensamento.
IX
Anexo B
X
As Figura B.1 e Figura B.2 e Figura B.4apresentam as curvas de calibração do equipamento
4000
3000
2000
1000
0
0 10 20 30 40 50 60 70
leitura (0.001 mm)
y = 0,092x
1000
tensao (kPa)
500
0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
10
11
12
13
14
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
0
XI
Correçao de tempo para
deslocamento
200
R2 = 0,996
y = 4,0238x - 11,508
100
R2 = 0,9867
50
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0
10
-50
tempo (s)
Planilha para dados iniciais do corpo de prova para ensaios de cisalhamento direto:
XII
A Figura B.4 apresenta um exemplo de planilha para ensaios de cisalhamento direto.
anel número 1
altura do cp (cm) 3,00
diâmetro do cp (cm) 5,00
XIII
A Tabela B. 1 apresenta o resumo de todas as características iniciais e finais dos corpos de prova
Ensaios
DADOS INICIAIS DO CDP tri1 tri2 cis02 cis03 cis04 cis05 cis06 cis07
massa inicial (g) 105,3 108,26 110,7 110,7 105,42 97,37 97,37 110,73
comprimento médio (L0) 3,00 2,98 2,97 3,01 2,95 3,00 2,96 2,99
diâmetro médio (D0) 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00
teor de umidade -hi (%) 18% 18% 19% 18% 19% 18% 19% 18%
grau de saturação - Si (%) 66% 73% 79% 75% 71% 56% 58% 77%
2
área (cm ) 19,63 19,63 19,63 19,63 19,63 19,63 19,63 19,63
3
volume (cm ) 58,90 58,51 58,32 59,10 57,92 58,90 58,12 58,71
3
densidade (g/cm ) 1,79 1,85 1,90 1,87 1,82 1,65 1,68 1,89
3
densidade seca (g/cm ) 1,52 1,57 1,60 1,58 1,53 1,40 1,41 1,59
índice de vazios natural (e i ) 0,70 0,64 0,60 0,62 0,68 0,84 0,82 0,61
A Figura B.5 apresenta foto de amostras de corpos de prova de ensaios de cisalhamento direto.
XIV
Figura B.5 - Corpos de prova após ensaios de cisalhamento direto.
XV
Anexo C
XVI
As Figuras que se seguem apresentam os resultados dos ensaios de compressão triaxial para
300 400
200 300
200
100 200
100 (150 kPa) u (kPa)
100
0 0 (350 kPa) u (kPa) (400 kPa) u (kPa)
0
0 5 10 15 0 5 10 15
deformacao (%) 0 5 10 15
def. (%) deformacao (%)
100
delta u (kPa)
100
delta u (kPa)
delta u (kPa)
40
80 80
60 60
20 40 40
20 20
delta u 0 delta u
delta u 0
0 0 5 10
0 5 10 def. (%) 15 def. (%) 15
0 5 10 15
deformacao (%)
50 50 100
0 0 0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 0 100 200 300 400 500 600 700
s,s' s,s'
(150 kPa) TTE TTT (350 kPa) TTT (400 kPa) TTT s,s'
400
q 400 700
q q
600
300
300
500
400
200 200
300
100
0 0 0
0 100 200 300 400 500 0 100 200 300 400 500 0 100 200 300 400 500 600 700
p,p'
TTE (150 kPa) TTT TTE (350 kPa) TTT p,p' TTE (400 kPa) p,p'
TTT
Figura C.2 -Trajetória de tensões para ensaios de compressão triaxiais com diferentes tensões
confinantes.
XVII
A Figura C.3 apresenta uma foto da amostra de solo.
A Tabela C. 1 - Dados dos Corpos de prova dos ensaios triaxiais resumo das características iniciais
Ensaios
DADOS INICIAIS DO CDP triax1 triax2 triax3 triax4 triax5
massa inicial (g) 164,29 169,25 166,95 168,42 164,89
comprimento médio (L0) 7,98 8,00 8,00 7,98 7,98
diâmetro médio (D0) 3,80 3,80 3,80 3,80 3,80
teor de umidade -hi (%) 24% 24% 22% 23% 23%
grau de saturação - Si (%) 82% 86% 80% 85% 80%
2
área (cm ) 11,34 11,34 11,34 11,34 11,34
3
volume (cm ) 90,50 90,73 90,73 90,50 90,50
densidade (g/cm 3) 1,82 1,87 1,84 1,86 1,82
3
densidade seca (g/cm ) 1,46 1,51 1,51 1,51 1,49
índice de vazios natural (e i) 0,76 0,70 0,70 0,70 0,73
XVIII
Obs: todos os cálculos foram feitos em planilhas de Excel-2000.
XIX
Exemplo de folha de programação para o software TRIAX.
Conditions Action
Alarm1 strain>15 stop
Alarm2
Alarm3
Alarm4
Alarm5
Alarm6
Alarm7
XX