Você está na página 1de 18

UNIDADE 7 CRISE NA EUROPA E REAÇÕES NA COLÔNIA

HISTÓRIA TEMA 1 A CRISE DO SÉCULO XVII NA EUROPA

DE 7
A
ID
UN

1
A
TE M

A CRISE DO
SÉCULO XVII NA EUROPA
UNIDADE 7 CRISE NA EUROPA E REAÇÕES NA COLÔNIA

HISTÓRIA TEMA 1 A CRISE DO SÉCULO XVII NA EUROPA

O Estado absolutista
• Entre os séculos XVI e XVII, a centralização do poder real atingiu seu ponto culminante
com o regime absolutista, que marcou o chamado Antigo Regime.
• O maior símbolo do absolutismo foi Luís XIV da França, que teve o mais longo reinado
e serviu como modelo para as demais monarquias europeias.

Consolidação do Formação do Desenvolvimento da


poder real Estado moderno monarquia absolutista

• Centralização do poder dos reis. • Autonomia do rei para criar impostos e


• Criação de impostos e moedas de vender cargos.
circulação em todo o reino. • Administração da justiça, das finanças,
• Instituição de funcionários das colônias, do comércio e de outros
administrativos do Estado. departamentos por uma ampla burocracia.
• Formação de exércitos • Permissão de uma única Igreja no reino.
permanentes e profissionais. • Divinização da figura dos monarcas.
UNIDADE 7 CRISE NA EUROPA E REAÇÕES NA COLÔNIA

HISTÓRIA TEMA 1 A CRISE DO SÉCULO XVII NA EUROPA

Teóricos do absolutismo

• Autor: Thomas Hobbes (1588-1679)


• Principal obra: O Leviatã
• Teoria: A natureza humana é má e egoísta;
por isso, apenas um Estado forte impediria uma
Razão “guerra de todos contra todos”. Assim, o indivíduo
deveria abdicar da liberdade em favor da própria
vida. A autoridade poderia ser do rei ou de uma
assembleia, desde que todos aceitassem
sua soberania.
Origem da
legitimidade do
poder real
• Autor: Jacques Bossuet (1627-1704)
• Principal obra: Política tirada da Sagrada Escritura
• Teoria: O poder do soberano expressa a vontade
Fé de Deus, e por isso é sagrado e incontestável
(doutrina do direito divino). Membro da corte de
Luís XIV, Bossuet confirmou o imaginário coletivo
francês já existente sobre a figura divina do rei.
UNIDADE 7 CRISE NA EUROPA E REAÇÕES NA COLÔNIA

HISTÓRIA TEMA 1 A CRISE DO SÉCULO XVII NA EUROPA

O esgotamento do mercantilismo
Com o objetivo de fortalecer o Estado, os A crescente disputa por mercados,
reinos adotavam práticas mercantilistas: possessões coloniais e entrepostos
procuravam obter uma balança comercial comerciais entre os reinos revelou
favorável e acumular metais preciosos. uma incompatibilidade entre o
Para isso, instituíram o exclusivo comercial mercantilismo e a expansão da
metropolitano com suas colônias. economia capitalista.

Aprofundamento
Abalo do sistema
de antigas
mercantilista e do
rivalidades e
exclusivo comercial
incentivo a guerras
metropolitano.
na Europa.
UNIDADE 7 CRISE NA EUROPA E REAÇÕES NA COLÔNIA

HISTÓRIA TEMA 1 A CRISE DO SÉCULO XVII NA EUROPA

As guerras entre Espanha, Holanda e Inglaterra

Em 1581, as províncias
Com apoio das Em 1648, a Espanha
do norte dos Países Baixos
províncias do sul dos reconheceu definitivamente
declararam independência
Países Baixos, a Espanha a independência das
em relação ao Império
rejeitou a declaração de República das Províncias
Espanhol, formando a
independência, deflagrando Unidas, que passou a ser
República das Províncias
um longo conflito. conhecida como Holanda.
Unidas.

Os conflitos geraram Amsterdã se tornou o


altos custos para as maior centro comercial,
Coroas manterem suas Concluído o conflito, os financeiro e manufatureiro
frotas e seus exércitos, ingleses se voltaram contra da Europa. Para conter
além de revolta entre os os espanhóis, em nova o domínio holandês nos
trabalhadores, que tiveram guerra que durou até 1660. mares do norte, a Inglaterra
que pagar mais tributos combateu a Holanda de
para cobrir esses gastos. 1652 a 1654.
UNIDADE 7 CRISE NA EUROPA E REAÇÕES NA COLÔNIA

HISTÓRIA TEMA 2 A CRISE E A DEPENDÊNCIA PORTUGUESA

DE 7
A
ID
UN

2
A
TE M

A CRISE E A DEPENDÊNCIA
PORTUGUESA
UNIDADE 7 CRISE NA EUROPA E REAÇÕES NA COLÔNIA

HISTÓRIA TEMA 2 A CRISE E A DEPENDÊNCIA PORTUGUESA

A União Ibérica (1580-1640)


Em 1578, o rei português O IMPÉRIO DE FILIPE II (1580)

FERNANDO JOSÉ FERREIRA


0º OCEANO GLACIAL ÁRTICO
D. Sebastião morreu em
CÍRCULO POLAR ÁRTICO
combate contra os árabes PAÍSES
BAIXOS
no norte da África sem AMÉRICA
Antuérpia Amsterdã
EUROPA ÁSIA
Milão Veneza
deixar herdeiros. DO NORTE
Açores
PORTUGAL
ESPANHA
Nápoles

Ilha da Madeira Baçorá


Alcácer Quibir Ormuz
Ilhas Canárias
MÉXICO Diu TRÓPICO DE CÂNCER
Mascate
AMÉRICA Santo Domingo OCEANO ÁFRICA Bombaim
Macau OCEANO
CENTRAL Cabo Verde Áden
Goa FILIPINAS
E CARIBE Cartagena
Cochim
PACÍFICO
Descendente da casa real EQUADOR
Panamá
Santa Fé
de Bogotá
ATLÂNTICO São Jorge da Mina
CEILÃO Malaca

portuguesa, Filipe II da OCEANO
Quito
AMÉRICA
DO SUL Olinda
Ilha de São Tomé

Luanda OCEANO Java


Molucas NOVA
GUINÉ
PACÍFICO
Espanha reivindicou o trono Lima Cuzco Salvador Benguela
Moçambique
ÍNDICO
TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO MADAGASCAR
e invadiu o reino, dando início ILHAS
Rio de Janeiro

MERIDIANO DE GREENWICH
Assunção
N
à União Ibérica.
RDES
Santiago de Chile Cabo da NO NE
Boa Esperança O L
DE TO

SO SE
S
Possessões do Império
IANO

1.610 km
Habsburgo (1580)
RID

CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO


ME

O controle espanhol sobre Fonte: CAMPOS, Flavio de; DOLHNIKOFF, Miriam. Atlas: história do
as colônias e as guerras no Brasil. São Paulo: Scipione, 1997. p. 11.
século XVII enfraqueceram
o Império Português.
UNIDADE 7 CRISE NA EUROPA E REAÇÕES NA COLÔNIA

HISTÓRIA TEMA 2 A CRISE E A DEPENDÊNCIA PORTUGUESA

As invasões holandesas
• As investidas holandesas começaram no final do século XVI e se estenderam
pela maior parte do século XVII. A seguir, veja alguns dentre seus principais alvos.

Domínio ibérico Atividade Invasões


Holanda e Portugal guerrearam até a
assinatura da Paz de Haia, em 1663.
Centros de comércio Fornecimento de
Com exceção de Macau, Goa e Damão, as
nas Índias especiarias
feitorias e pontos comerciais portugueses
ficaram sob o controle holandês.
A conquista mais importante e duradoura foi
São Jorge da Mina, em 1637, que se tornou
Pontos de comércio
Tráfico de escravos o principal centro fornecedor de africanos
na África
escravizados para as colônias holandesas
na América.
A invasão foi organizada pela Companhia das
Índias Ocidentais holandesa. O primeiro grande
Nordeste da América
Produção de açúcar ataque ocorreu em 1624, em Salvador, mas a
portuguesa
resistência luso-espanhola levou os invasores
a deixar a cidade no ano seguinte.
UNIDADE 7 CRISE NA EUROPA E REAÇÕES NA COLÔNIA

HISTÓRIA TEMA 2 A CRISE E A DEPENDÊNCIA PORTUGUESA

O Brasil holandês
O DOMÍNIO HOLANDÊS NO NORDESTE
• Em 1635, os holandeses se apoderaram do litoral DO BRASIL (SÉCULO XVII)

FERNANDO JOSÉ FERREIRA


pernambucano e estabeleceram a sede do poder OCEANO

em Olinda. EQUADOR
ATLÂNTICO

• Logo em seguida, Recife se tornou o centro


administrativo e ganhou calçadas, praças, pontes São Luís (1641)

Fortaleza (1637)
e edifícios.
• Maurício de Nassau: principal autoridade holandesa Natal (1634)
Frederica (1634)
no Nordeste entre 1637 e 1644, fez alianças e Olinda (1630)
cisco
concedeu empréstimos aos fazendeiros para o Sã o
Fran Recife (1630)

Ri
retomar a produção açucareira. Penedo (1637)
São Cristóvão (1637)
• Comitivas de intelectuais, cientistas e artistas foram Salvador (1624-1625)
trazidas para catalogar, estudar e pintar a natureza e
os grupos humanos do Brasil e divulgá-los na Europa. NO
O
N
NE
L

• Os holandeses praticavam uma tolerância religiosa SO


S
SE

até então inexistente na América portuguesa: 200 km


Domínio holandês

judeus, calvinistas e católicos podiam realizar Fonte: Atlas histórico escolar.


seus cultos publicamente. Rio de Janeiro: FAE, 1980. p. 26.
UNIDADE 7 CRISE NA EUROPA E REAÇÕES NA COLÔNIA

HISTÓRIA TEMA 2 A CRISE E A DEPENDÊNCIA PORTUGUESA

A expulsão dos holandeses

Guerra de
Portugal recuperou
Restauração
sua independência
(1640-1668)
em 1640, com a
A Espanha não Os holandeses
proclamação do Em precária
reconheceu a passaram a produzir
duque de Bragança situação financeira
independência e açúcar nas Antilhas.
como rei D. João IV. e militar, Portugal
iniciou-se o conflito.
enviou ajuda à
colônia apenas em
1653, derrotando os
holandeses no ano
Insurreição seguinte. As finanças
Em 1644, a nova
Pernambucana portuguesas foram
administração,
(1645) abaladas pelas
após Maurício de
Fazendeiros Em 1661, a Holanda guerras e menor
Nassau, aumentou
luso-brasileiros reconheceu comércio.
os impostos e
mobilizam escravos, a soberania
cobrou dívidas
libertos e indígenas portuguesa sobre o
dos senhores de
para expulsar os Nordeste em troca
engenho.
holandeses. de uma indenização.
UNIDADE 7 CRISE NA EUROPA E REAÇÕES NA COLÔNIA

HISTÓRIA TEMA 3 O AUMENTO DO CONTROLE PORTUGUÊS

DE 7
A
ID
UN

3
A
TE M

O AUMENTO DO
CONTROLE PORTUGUÊS
UNIDADE 7 CRISE NA EUROPA E REAÇÕES NA COLÔNIA

HISTÓRIA TEMA 3 O AUMENTO DO CONTROLE PORTUGUÊS

A crise econômica portuguesa


• Portugal, o reino que desbravou o Atlântico no século XV e descobriu o caminho
marítimo para as Índias, se encontrava fragilizado em meados do século XVII.

Dependência
Gastos das guerras
do comércio de
contra a Espanha e a
produtos vindos das
Holanda.
colônias.

Gastos com a
Fim do monopólio
importação de Fatores da
comercial de
manufaturas crise econômica
especiarias e
e de gêneros portuguesa
escravos.
alimentícios.

Estrutura estatal Queda no preço do


dispendiosa e açúcar produzido no
nobreza parasitária. Nordeste do Brasil.
UNIDADE 7 CRISE NA EUROPA E REAÇÕES NA COLÔNIA

HISTÓRIA TEMA 3 O AUMENTO DO CONTROLE PORTUGUÊS

Aliança com a Inglaterra

Necessidade de Portugal Assinatura de três tratados


de adquirir recursos para de aliança, amizade e paz com Aprofundamento da
a guerra de independência os ingleses, que permitiram a dependência de Portugal
e defender sua colônia na mediação britânica nas negociações em relação à Inglaterra.
América. de paz com a Holanda.

1642 1654 1661


Livre-comércio entre Ampliação das Casamento da filha de
os reinos, domínios concessões D. João IV com o rei da
e ilhas de Portugal comerciais aos Inglaterra; o matrimônio
e Inglaterra. ingleses. estabeleceu um acordo
diplomático, no qual os
ingleses se comprometeram
a defender Portugal.
UNIDADE 7 CRISE NA EUROPA E REAÇÕES NA COLÔNIA

HISTÓRIA TEMA 3 O AUMENTO DO CONTROLE PORTUGUÊS

Mudanças na administração colonial


• Criação do Conselho Ultramarino (1642): órgão
A AMÉRICA PORTUGUESA EM 1650
encarregado de ampliar o controle da Coroa sobre

FERNANDO JOSÉ FERREIRA


as colônias.
OCEANO
• Criação da Companhia Geral de Comércio do Brasil ATLÂNTICO

(1649) e da Companhia de Comércio do Estado do Belém


São Luís

Maranhão (1682): órgãos que garantiram ESTADO DO


MARANHÃO
o monopólio português do comércio Olinda

de diversos produtos. TERRAS


Recife

• Fundação da Colônia do Sacramento (1680):

TORDESILHAS
DA
ESTADO
ESPANHA
colônia na região do atual Uruguai criada para DO BRASIL Salvador
(capital até 1763)

facilitar o acesso à prata da América espanhola. Porto Seguro

• Transferência do controle das Câmaras Municipais


Vitória
para um juiz de fora indicado pelo rei. São
Paulo
Rio de Janeiro NO
N
NE

• Organização de expedições para descobrir metais São Vicente O


SO
L
SE

e pedras preciosas na colônia.


S
320 km

Fonte: Atlas histórico escolar.


Rio de Janeiro: FAE, 1991. p. 30.
UNIDADE 7 CRISE NA EUROPA E REAÇÕES NA COLÔNIA

HISTÓRIA TEMA 4 REBELIÕES NA COLÔNIA

DE 7
A
ID
UN

4
A
TE M

REBELIÕES NA COLÔNIA
UNIDADE 7 CRISE NA EUROPA E REAÇÕES NA COLÔNIA

HISTÓRIA TEMA 4 REBELIÕES NA COLÔNIA

A reação colonial
Rebelião Participantes Motivação Resultado
Proprietários O movimento foi sufocado
Falta de mão de
de terra do pelas forças da Coroa. Manuel
Revolta de obra no Maranhão
Maranhão, Beckman e Jorge Sampaio
Beckman e proibição da
liderados pelos foram executados e os demais
(1684-1685) escravização dos
irmãos Manuel e foram presos ou condenados ao
indígenas.
Thomas Beckman. degredo.
Comerciantes de Com o apoio das tropas da
Elevação de Recife
Guerra dos Recife (mascates) Coroa, os mascates venceram.
à categoria de vila,
Mascates e senhores de Recife se tornou a sede da
que gerou revolta dos
(1710-1711) engenho de capitania de Pernambuco,
senhores em Olinda.
Olinda. em 1711.
Aumento de
Populares de
impostos na colônia
Salvador, sob Suspensão temporária dos
para compensar o
Revolta do a liderança do tributos pagos à Coroa.
pagamento feito por
Maneta comerciante João As principais lideranças, porém,
Portugal aos franceses,
(1711) Figueiredo da foram punidas com açoite
para que estes não
Costa, conhecido e confisco dos bens.
atacassem o Rio de
como Maneta.
Janeiro.
UNIDADE 7 CRISE NA EUROPA E REAÇÕES NA COLÔNIA

HISTÓRIA TEMA 4 REBELIÕES NA COLÔNIA

Os quilombos e a resistência escrava


• Não foram apenas as elites que promoveram QUILOMBOS NO BRASIL (SÉCULO XVII AO XIX)
revoltas; trabalhadores escravizados

FERNANDO JOSÉ FERREIRA


N
NO NE

também desenvolveram meios de se rebelar. Calçoene


O
SO
L
SE

• Os quilombos eram aldeias formadas Trombetas


Belém Turiaçu
S
390 km

principalmente por escravos fugidos, onde Gurupi


São Luís
Preto Cosme

os moradores procuravam viver de acordo Alcobaça

Recife
com as formas de organização política e as Xique-Xique
Palmares
tradições culturais trazidas da África. Carlota
Andaraí
Salvador
Calunga
(ou Piolho)
• Essas comunidades foram criadas em Paraopeba
Jaguaripe
Oitizeiro
diferentes momentos da história colonial Campo
Grande
Bambuí
Ambrósio Caeté
OCEANO
e imperial do Brasil e se espalharam por Baependi ATLÂNTICO

São Paulo
todo o território. OCEANO Jabaquara
Rio de Janeiro

PACÍFICO
• Foram também uma estratégia de
Quilombos dos Palmares
resistência coletiva que se transformou no Outros quilombos

maior símbolo da luta contra a escravidão. Limites atuais do Brasil

Fonte: Brasil 500 anos: atlas histórico.


São Paulo: Três, 1998. p. 21.
UNIDADE 7 CRISE NA EUROPA E REAÇÕES NA COLÔNIA

HISTÓRIA TEMA 4 REBELIÕES NA COLÔNIA

O Quilombo dos Palmares

Os palmarinos cultivavam,
pescavam, criavam animais
A disputa pela região Provavelmente, eles se e faziam comércio com populações
Nordeste durante as uniram a integrantes indígenas, trocando produtos
invasões holandesas de quilombos menores e e conhecimentos técnicos.
facilitou a fuga de muitos fundaram o Quilombo dos
escravos das propriedades Palmares, na Serra da
açucareiras. Barriga, em Alagoas.
Por volta de 1650,
Palmares reunia cerca de 15 mil
pessoas, entre escravos, libertos,
A resistência quilombola Após a expulsão holandesa, indígenas e brancos foragidos,
se prolongou por vinte o governo português se distribuídos em mocambos.
anos; em 1694, Palmares empenhou em destruir
finalmente foi destruído. Palmares enviando
No ano seguinte, seu último expedições militares
líder, Zumbi, foi derrotado. e bandeirantes.

Você também pode gostar