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G E S T Ã O A M B I E N T A L”
AMOSTRAGEM E
ANÁLISE QUÍMICA,
FISICO-QUÍMICA E
BIOLÓGICA
O objetivo da amostragem é coletar uma porção decendo a critérios, normas técnicas e protocolos,
representativa de um universo para análise, cujo de forma que os dados possam ser futuramente
resultado fornecerá uma imagem mais próxima analisados e interpretados como representativos
desse todo. As amostras devem ser cole-tadas, da população ou universo amostrado.
condicionadas, transportadas e manipuladas obe-
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I ntrodução à etapa de amostragem
INFORMAÇÃO
Uma vez o dado tenha sido coletado em campo, ele eventualmente poderá ser inserido den-tro de um
banco de dados. Principalmente quando uma grande quantidade de dados deva ser coletada em um
programa de monitoramento ou de pesquisa. As análises estatísticas e as correlações entre parâmet-
ros são feitas nessa etapa, principalmente com o objetivo de se obter conclusões ou de se desenvolver
hipóteses sobre as informações geradas a partir da coleta de dados em campo.
Uma representação esquemática sobre as etapas descritas acima se encontra na figura abaixo (figura
1):
Uma representação das etapas envolvidas em uma campanha para determinação da qualida-de de
água de um corpo hídrico poderia então ser representada da seguinte forma:
III) Avaliação da qualidade dos resultados obtidos através da verificação do protocolo de QA/QC
de coleta e de análise das amostras em laboratório.
IV) Análise dos resultados através da avaliação de sua coerência técnica e de ferramentas estatísti-
cas.
Alguns aspectos relacionados às etapas acima devem ser considerados durante a execução do pro-
grama:
a) Cada campanha faz parte de uma série de campanhas e deve ser analisada conside-rando o
conjunto, e não individualmente.
b) É importante que a escolha dos parâmetros seja a mais abrangente possível, pois a falta de
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I ntrodução à etapa de amostragem
d) A definição do objeti-
vo depende do conhecimento
técnico e prévio do assunto e
do lo-cal, bem como da capaci-
dade dos investigadores (nível
técnico, experiência e con-
he-cimento do local e do estu-
do).
f) Durante as medições de cada um dos parâmetros, deve-se considerar três caracterís-ticas que
vão definir a precisão da campanha. São elas: níveis de sensibilidade do método analítico (ou seja,
menor valor que o método pode detectar), o limite de quantifi-cação da amostra (ou seja, o menor
valor que o método analítico escolhido pode de-tectar na amostra coletada em campo) e a precisão
das leituras (a capacidade de de-tectar um valor conhecido diversas vezes com um desvio muito
pequeno).
g) Deve-se considerar o tipo de informação desejada para selecionar um entre os diver-sos mét-
odos analíticos, com diferentes graus de precisão. A determinação de um de-terminado parâmetro,
em um determinado local, empregando-se um método dispen-dioso e lento, porém muito sensível
e acurado, pode representar um esforço inútil, ca-so o valor levantado varie muito de local para
local, ou, ainda, durante o transporte das amostras até o laboratório.
h) No caso acima descrito, é mais interessante coletar amostras em diversos locais ou medir
múltiplas variáveis. Caso o levantamento estude as relações existentes entre as variáveis, por ex-
emplo, clorofila e fósforo, é preferível que ambas sejam determina-das na mesma amostra e com o
mesmo grau de precisão.
Investigações sobre a qualidade e o uso futuro de corpos de água devem considerar três pila-res
técnicos: 1- aspectos físicos; 2- aspecto químico e 3- aspecto biológico (Tabela 1). A inte-ração
entre esses três aspectos é complexa e a deterioração dos aspectos físicos e químicos de corpos de
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I ntrodução à etapa de amostragem
PA R Â M E T R O S F Í S I C O S PA R Â M E T R O S Q U Í M I C O S PA R Â M E T R O S B I O L Ó G I C O S
Vo l u m e t o t a l Nitrogênio Fitoplânctons
Ta x a d e r e a e r a ç ã o Fósforo Perifítons
Características do substra-
Sólidos dissolvidos Índice de recuperação
to
Granulometria dos
Análise de espécies
sedimentos
sensíveis
TABELA 1 - ASPECTOS UTILIZADOS PARA INVESTIGAÇÕES SOBRE QUALIDADE DE CORPOS DE ÁGUA. (FONTE: US EPA, 1994)
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D efinição de objetivos da qualidade dos dados
A definição do objetivo da qualidade dos dados é de fundamental importância para o êxito da cam-
panha de amostragem. Ou seja, inicialmente é necessário se definir qual será a finalida-de da cam-
panha de amostragem a ser definida. Por exemplo, o data quality objectives (DQOS) pode ser para
fins regulamentais de legislação ambiental (CONAMA 357/05), para empreendimentos onde os me-
tais podem ser parâmetros de interesse para monitoramento ambiental; única e exclusivamente neste
caso, somente a obtenção de resultados de parâme-tros de metais totais importa, com a exceção para
cobre, ferro e alumínio.
Seja qual for o objetivo de qualidade dos dados de sua campanha, ele deve ser definido cla-ramente
no começo da campanha.
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C adeia de custódia
Cadeia de custódia
A definição pela utilização do formulário de cadeia deverá ter preenchido os espaços do formulário
de custódia fica a cargo dos gerenciadores do pla- de cadeia de custódia e assinado a 2a via que lhe
no de amostragem, em acordo com o laboratório é de direito, antes do envio das amos-tras para o
que realizará as análises químicas das amostras. laboratório para análise.
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P rotocolo de C ontrole de S egurança da Q ualidade dos D ados ( Q A / Q C )
A definição técnica do termo controle de segurança da qualidade dos dados vem do termo em inglês
“Quality Assurance e Quality Control” e significa:
Controle de qualidade (Quality Control QC): um grupo de ações com o principal objetivo de se
obter resultados com credibilidade. As ações de controle de qualidade fazem parte de um plano de
controle de segurança (QA).
Protocolo de amostragem
O protocolo de amostragem é um documento formal que caracteriza o procedimento opera-cional uti-
lizado durante a etapa de coleta de dados em campo. Ele pode ser elaborado pelo técnico responsável
pela coleta, desde que ele tenha sido treinado e conheça os objetivos da campanha de amostragem.
A elaboração do protocolo de amostragem deve fazer parte do procedimento de QA/QC de qualquer
programa de coleta de água superficial ou subterrânea.
Ao se iniciar uma campanha de amostragem, deve-se ter em mente o objetivo do estudo (atender à
legislação ambiental, caracterizar um passivo ambiental, avaliar um impacto am-biental, realizar um
estudo acadêmico, dentre outros), de modo a se definir a frequência da amostragem, o número de
pontos de coleta e a escolha dos indicadores da qualidade técnica do programa (protocolo de QA/
QC). É necessário também saber quais os compostos ou ele-mentos químicos a serem amostrados, as-
sim como alguma de suas propriedades físico-químicas, tais como volatilidade, adsorção em minerais
e biodegradabilidade. Após a defini-ção desses aspectos é preciso avaliar o laboratório que poderá
realizar as análises e a sua distância dos pontos de amostragem. É de fundamental importância a
comunicação entre o responsável pela amostragem e o químico ou biólogo que fará as análises, de
maneira que possam discutir a respeito das possíveis interferências analíticas às quais as amostras
estarão sujeitas e, desta forma, definir o melhor critério de preservação assim como os cuidados para
a coleta de amostras para fins de análise biológica. Também é de fundamental importância a identi-
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T ipos de amostras
ficação correta dos frascos contendo as amostras. quando se utiliza um frasco novo. Além disso o
Não se recomenda a reutilização de frascos, visto custo do frasco dentro dos custos de uma cam-
que, apesar de existirem receitas de limpeza de panha de coleta não é signi-ficante a ponto de
frascos, a probabilidade de con-taminação pela justificar tal limpeza.
reutilização de um frasco é sempre maior do que
Tipos de amostras
Em uma campanha de coleta de dados de qualidade de água e dados biológicos são vários os tipos de
amostras que se deve incorporar no pro- grama. Dentre esses vários tipos de amos-tras destacamos
abaixo as definições de algumas dessas amostras:
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T ipos de amostras
AMOSTRAS EM DUPLICATA
São utilizadas para se avaliar a precisão dos resultados de um ou mais pontos dentro da área investi-
gada. Elas são geradas através da coleta de geralmente dois frascos em um mesmo ponto; são rotula-
das e preservadas individualmente e são submetidas separadamente para as análises em laboratório.
Sugere-se que as amostras em duplicata sejam identificadas de for-ma que somente o coletor saiba
sobre a sua natureza e assim os resultados poderão ser utili-zados como parte do protocolo de QA/
QC do programa de coleta.
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C oleta simples / coleta composta e registro em campo
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P reservação das amostras
É importante salientar que, no caso de o frasco não conter preservantes, no ato da coleta de-ve-se
encher o frasco de duas a três vezes com a solução que será coletada e somente depois preencher o
frasco com o material a ser analisado (ambientação do frasco). Caso o frasco contenha preservante,
deve-se cuidar para que na única vez que este será preenchido com a amostra, não se encha demais
o frasco e extravase a solução que estava dentro, para preser-vação da amostra.
Para cada tipo ou grupo de parâmetro (composto ou elemento químico cuja concentração se tem o
interesse de determinar), é necessário se especificar, caso necessário, o tipo de preser-vação que este
parâmetro ou analito requer. A devida descrição dos diferentes tipos de pre-servação exigidos pelos
diferentes parâmetros se encontra na Tabela 2:
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T écnicas de amostragem
Adicionar no campo: 1 mL
de Acetato de
Sulfetos 500mL
Zinco 2 N + NaOH até pH >
9 para 500 mL de amostra.
*Volume da amostra: O volume da amostra pode ser modificado em função do tipo de parâmetro e a logística en-volvi-
da para coleta. Em caso de uma campanha em local muito remoto, desde que acertado previamente com o laboratório
é possível reduzir o volume de amostra necessário para a coleta.
Técnicas de amostragem
A técnica de amostragem a ser utilizada para a coleta da amostra depende do objetivo da campanha,
do tipo de elemento ou composto químico a ser determinado, entre outros aspec-tos. Contudo, inde-
pendentemente do objetivo do plano de amostragem, os seguintes cuidados devem ser tomados:
2. As amostras não devem incluir partículas grande, detritos, folhas ou outro tipo de ma-terial
acidental, salvo quando se tratar de amostra de sedimento e em alguns casos, como no dos metais
dissolvidos, se as amostras forem filtradas em campo por mem-brana de náilon de porosidade 0,45
µm.
3. Para minimizar a contaminação da amostra, convém recolhê-la com a boca do frasco de coleta
contra a corrente; no campo, coletar amostras em branco individual utili-zando água deionizada para
controle de eventual contaminação dos ácidos utilizados na preservação ou de possíveis contami-
nações em campo.
4. Coletar volume suficiente de amostra para eventual necessidade de se repetir alguma análise no
laboratório.
5. Fazer todas as determinações de campo, incluindo: pH, condutividade elétrica, entre outras, em
alíquotas de amostras separadas das quais serão enviadas ao laboratório, evitando assim o risco de
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T écnicas de amostragem
contaminação cruzada.
6. Verificar se estão sendo utilizados frascos novos e se ocorre a limpeza dos demais ma-teriais de
coleta. Importante lembrar que em grande parte dos casos a contaminação dos frascos e do material
de coleta não é visível nem mesmo ao microscópio.
7. A parte interna do frasco de coleta não pode ser tocada com a mão ou ficar exposta a pó, fu-
maça e outras impurezas (gasolina, óleo, cinzas e fumaça de cigarro).
8. Após a devida inserção da solução preservante, mantenha sempre os frascos fechados até o mo-
mento da coleta. Os coletores devem manter as mãos limpas ou fazer o uso de luvas plásticas (luvas
cirúrgicas de látex).
9. Imediatamente após a coleta, as amostras devem ser mantidas ao abrigo da luz solar, para evitar
qualquer possível reação sensível à luz solar (oxidação, volatilização e de-gradação por incidência de
raios ultravioletas).
10. Principalmente as amostras que exigem refrigeração para sua preservação devem ser acondi-
cionadas em caixas de isopor com gelo, imediatamente após a coleta. O uso de gelo sintético é mais
recomendável, devido à impossibilidade de derretimento deste e consequente aumento de umidade
dentro da caixa de coleta de amostras.
11. Manter registros de todas as informações de campo, preenchendo uma ficha de coleta por
amostra, ou conjunto de amostras da mesma característica (de preferência: for-mulário de cadeia de
custódia).
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CONHEÇA A
PLATAFORMA AQUATEC
Mais do que isso, tanto a sociedade, quanto o mercado consumidor, tem pressio-
nado empresas a estruturarem a Environmental, Social and Governance (ESG).
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