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Introdução:
► A entrada triunfal, como popularmente conhecemos, é o episódio
bíblico que relata Jesus entrando em Jerusalém no dia que conhecemos
como o Domingo de Ramos, o domingo antes da crucificação (João 12:
1,12);
► Uma vez que era a Páscoa dos judeus, havia provavelmente cerca de
dois milhões de pessoas dentro de Jerusalém e nas cercanias da cidade
(judeus de Jerusalém, multidões que vinham da Galileia e o povo que viu
Jesus ressuscitar a Lázaro).
► Essa foi a única ocasião em seu ministério que Jesus planejou e promoveu
uma manifestação pública. Até então, advertia as pessoas a não dizer
quem ele era e deliberadamente evitava situações do tipo que vemos
nesta passagem.
► Naquele dia, Jesus entrou em Jerusalém montado na parte traseira de
um jumentinho emprestado, um que nunca tinha sido montado antes e
os discípulos colocaram as suas vestes sobre o jumento para que Jesus
pudesse montá-lo, e as multidões saíram para recebê-lo, colocando
diante dele os seus mantos e os ramos de palmeiras. As pessoas
saudaram e louvaram-no dizendo: Hosana! "Bendito o que vem em nome
do Senhor", enquanto ele seguia rumo ao templo, onde ensinou as
pessoas, as sarou, e expulsou os cambistas e comerciantes que tinham
feito da casa de seu Pai um "covil de salteadores" (Marcos 11:17).
► Ocorre que, embora tenham em alvoroço (vs. 10) ovacionado a
chegada de Jesus na cidade santa, ao grito de Hosanas, e com pompas
e circunstâncias, os judeus não reconheceram Jesus como Rei. "Não
temos rei, senão César!", era a confissão que faziam cegamente. (Jo
19.15)
► A história da entrada triunfal é um dos poucos incidentes da vida de Jesus
que aparece em todos os quatro relatos dos Evangelhos (Mateus 21:1-17;
Marcos 11:1-11; Lucas 19:29-40; João 12:12-19).
► Ao combinar as quatro narrativas, torna-se claro que a entrada triunfal
foi um evento significativo, não só para o povo da época de Jesus, mas
para os cristãos ao longo da história.
► Hoje, nós celebramos o “Domingo de Ramos” para lembrar essa
momentosa ocasião, mas quais as lições que podemos recolher deste
texto para melhor compreender os significados por detrás da pomposa
recepção do Messias em Jerusalém, no primeiro dia da semana em que
seria crucificado no calvário?
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WIERSBE, Warren W.; EXPOSITIVO, W. Comentário Bíblico. Novo Testamento. Traduzido por Susana E.
Klassen, v. 1, 2006. Pág. 192.
► Ele recebe a adoração e louvor das pessoas porque só Ele merece, não
mais repreendendo o louvor de seus súditos na entrada da cidade.
► Jesus já não mais diz a seus discípulos que fiquem quietos sobre Ele
(Mateus 12:16, 16:20), mas que gritem louvores e o adorem abertamente.
A disseminação de mantos era um ato de homenagem para a realeza
(veja 2 Reis 9:13). Jesus estava abertamente declarando ao povo que
era o seu rei e o Messias por quem estavam esperando.
► O que se passava na cabeça dos romanos durante essa manifestação
festiva?
► Comentaristas bíblicos destacam que um "triunfo romano" era um
acontecimento e tanto. Quando um general romano voltava a Roma
depois da conquista completa de um inimigo, era recebido com um
pomposo desfile oficial. Nesse desfile, exibia seus troféus de guerra e os
prisioneiros ilustres que havia capturado. O general vitorioso andava
numa carruagem de ouro, enquanto sacerdotes queimavam incenso em
sua homenagem, e o povo gritava seu nome e o louvava. A procissão
terminava na arena de Roma, onde o povo era entretido com
espetáculos nos quais os prisioneiros lutavam com animais selvagens. Esse
era o "triunfo romano".
► A "entrada triunfal" de Jesus em Jerusalém foi muito diferente, mas, ainda
assim, foi um triunfo. Ele era o Rei ungido de Deus e o Salvador, mas sua
conquista seria espiritual, não militar. Um general romano precisava matar
pelo menos cinco mil soldados inimigos para ser digno de um "triunfo";
mas em poucas semanas, o evangelho "conquistaria" cerca de cinco mil
judeus e transformaria completamente suas vidas (At 4:4).
► O "triunfo" majestático de Cristo seria a vitória do amor sobre o ódio, da
verdade sobre o erro, da vida sobre a morte.
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RYLE, J. C. Meditações no evangelho de Mateus. Tradução de Expository thoughts on the gospels
Mathews. São José dos Campos: Fiel, 2018. Pág. 176.
dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não
temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos
demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi
explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais
a iniquidade”.
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Disponível em: http://www.monergismo.com/textos/chspurgeon/Entrada_Spurgeon.htm. Acesso em
10/04/2022.
espera, nem porteiros de bastão negro, nenhuma guarda real que
ocupasse o lugar daqueles altos oficiais? Porque uns poucos pobres e
humildes pescadores, que eram seus discípulos.
► As suas leis não são proclamadas pela boca do arauto, mas escritas no
coração. Você percebe que na narrativa Cristo manda seus servos ir e
pegar seu corcel real, tal qual ele estava, e esta era a lei: "Soltai-o e
deixai-o ir?". Mas onde estava escrita a lei? Estava escrita no coração do
homem a quem pertenciam a jumenta e o jumentinho.
► Este era um reino no qual riquezas incertas não partilham o que quer que
seja de sua glória. Lá vai o Rei, o mais pobre de toda a classe, por que
aquele Rei não tinha onde reclinar a cabeça. Lá vai o Rei, o mais pobre
de todos, sobre o jumento de outro homem que ele tinha emprestado.
Lá vai o Rei, alguém que está para morrer; desprovido de seu manto para
morrer nu e exposto.
► O mais estranho Rei, que não usa nenhuma espada, mas cavalga
adiante no meio deste povo conquistando e para conquistar um
estranho reino, no qual há ramos de palmeiras sem a espada, a vitória
sem a batalha. Sem sangue, sem lágrimas, sem devastação, sem cidades
queimadas, sem corpos mutilados! Rei de paz!
► Um reino que contrasta com os reinos do presente século, com os reinos
terrenos, com os governos humanos, é um Reino da Eternidade, um
reinado que jamais terá fim, como profetizado em Isaías 9.
► É exatamente nessa perspectiva que Jesus, alguns dias depois, quando
indagado pelo governador Pôncio Pilatos se Ele era o “Rei dos Judeus”,
responde: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste
mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse
eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui”. João 18:36
Conclusão