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Michele

ORTODONTIA – PUC MINAS 2019 Carvalho


99654-2337

Diagnóstico ortodôntico o Radiografias (2D) e tomografias


– análise facial (3D).

As análises nos ajudam a ter um


O diagnóstico ortodôntico come-
diagnóstico preciso.
ça pela análise facial do paciente. A ava-
liação facial é muito importante e pode- o Os parâmetros das AFC (análises
mos observar as diferenças de antes e faciais clínicas) são padrões?
depois do tratamento.
Não são padrões. Eles variam de
o O que é análise ortodôntica faci- acordo com raça, etnia, diferenças cultu-
al? rais, sexo, preferências pessoais, filoso-
fia do clínico.
É o método utilizado pelos clíni-
cos para avaliar e julgar a face do paci- IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE FACIAL
ente.
o Diagnosticar e classificar as de-
A análise nos permite definir as formidades, especialmente para
proporções, volumes, aparência, simetria casos limítrofes;
e deformidades visuais da face. o Elaborar o plano de tratamento
que aborda principalmente as
Através da análise do perfil mole
preocupações e reclamações do
da face, suas linhas e ângulos determi-
paciente;
narmos proporções ideais para um me-
o Prever os resultados do trata-
lhor equilíbrio facial.
mento, estabilidade e prognósti-
MÉTODOS DE ANÁLISE FACIAL co.

o Exame direto; Diagnosticarelaborarprever


o Fotografias clínicas;
o Métodos de imagem 3D (radia-
ção free);
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POSICIONAMENTO CORRETO DO PACI- Análise em vista frontal


ENTE
o Análise vertical: tipo facial, sime-
o Posição natural da cabeça: o pa- tria e proporção;
ciente é instruído para ficar em o Padrão facial;
posição ereta, olhando para fren- o Altura facial;
te na linha do horizonte (plano de o Avaliação labial.
Camper paralelo ao solo);
Numa vista frontal, a face deve
o Relação cêntrica x MIH (observar
ser examinada para a avaliação da sime-
se há uma discrepância muito
tria bilateral, da proporcionalidade verti-
grande entre as duas relações,
cal (terços) e da postura labial em re-
pois, se houver, devemos buscar
pouso e durante o sorriso.
a RC);
o Lábios em repouso. SIMETRIA FACIAL

O posicionamento inapropriado Traçar uma linha vertical que


da cabeça, da mandíbula, e da postura divide a face em duas partes. Observar
labial pode levar a um diagnóstico im- se há semelhança entre as duas partes
preciso. ou se existem diferenças significativas.

A avaliação da estética facial é ANÁLISE VERTICAL


subjetiva, pois o equilíbrio e a harmonia
Avaliação do equilíbrio dos terços
dos componentes faciais necessaria-
superior, médio e inferior, que são apro-
mente não significam uma face total-
ximadamente iguais.
mente simétrica e uma oclusão perfeita.
o Terço superior: linha do cabelo à
VISTAS A SEREM AVALIADAS
linha das sobrancelhas (glabela);
o Análise frontal; o Terço médio: linha da sobrance-
o Análise de perfil; lha (glabela) à linha subnasal;
o Análise em 45 graus.
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o Terço inferior: linha subnasal ao » Comprimento do lábio superior:


mento. Ele é dividido em duas
O comprimento do lábio superior
partes.
é medido do subnasal até o ponto mais
» Subnasal até a borda in-
inferior do lábio superior. Sua medida
ferior do vermelhão do
normal é de 19 a 22 mm. Esta medida é
lábio superior: 1/3;
mais longa no sexo masculino do que no
» Borda superior do verme-
feminino.
lhão do lábio inferior até
base do mento: 2/3. » Comprimento do lábio inferior:

OBS: a visão em perfil também é boa O comprimento do lábio inferior é


para avaliar os terços da face. medido do ponto mais superior do lábio
inferior até o tecido mole do mento e,
normalmente, as medidas ficam entre 38
a 44 mm.

SORRISO

o Análise do sorriso: arco do sorri-


so, linha do sorriso, comprimento
AVALIAÇÃO LABIAL
do sorriso, exposição gengival,
Avaliar os lábios quanto à morfo- exposição dos incisivos, espon-
logia, posição, selamento (em repouso), tâneo x cinematográfico.
atividade (sorriso e fala), espaço interla-
ARCO DO SORRISO
bial e linha do sorriso.
O arco dentário superior deve
Em repouso o lábio superior deve
acompanhar a curvatura do lábio inferior
tocar o lábio inferior suavemente. Duran-
para ter-se um sorriso harmônico.
te o sorriso, o ideal é mostrar de ¾ da
coroa dos incisivos superiores até 2 mm
de gengiva.
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EXPOSIÇÃO GENGIVAL

Com o passar da idade, expõe-se


menos os dentes superiores.

LINHA DO SORRISO Mostrar um certo grau de tecido


gengival traz uma jovialidade (no máxi-
Altura do lábio superior em rela-
mo em torno de 2mm).
ção às margens gengivais.
EXPOSIÇÃO DOS INCISIVOS
o Linha de sorriso alta: quando ex-
põe muito a gengiva; Observar com os lábios em re-
o Linha de sorriso adequada: mos- pouso o quanto os centrais são expostos.
tra somente as papilas; O ideal é que fique exposto entre 1 a
o Linha de sorriso baixa: esconde 3mm.
uma parte dos incisivos superio-
Quando não há nenhum grau de
res.
exposição, é um sinal de que quando a
pessoa sorrir, ela não irá expor todos os
elementos superiores (linha de sorriso
baixa).

SORRISO ESPONTÂNEO X CINEMATO-


GRÁFICO
COMPRIMENTO DO SORRISO
O sorriso espontâneo é aquele
o Corredor bucal.
carregado de emoções e o cinematográ-
É necessário que tenha um certo fico é o forçado (fazendo pose). Deve-
espaço entre a vestibular dos molares mos buscar o sorriso espontâneo para
superiores e a mucosa jugal. tratar o paciente.
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OUTROS FATORES DENTÁRIOS ÂNGULO NASOLABIAL

o Overbite: a mordida profunda po- É o ângulo formado da ponta do


de alterar a estética do sorriso, nariz até o subnasal e do subnasal até a
pois as margens gengivais dos parte mais anterior do lábio.
incisivos centrais podem estar
o Adulto: 90º a 110º;
mais baixas que as dos laterais;
o Criança: 89º a 117º.
o Plano oclusal: o plano oclusal
assimétrico pode afetar a estéti- ÂNGULO LABIOMENTUAL
ca do sorriso, pois um dente po- Formado pelo pogônio mole até a
de estar mais baixo ou mais alto parte mais reta posterior do sulco labio-
que seu homólogo; mentual e a ponta do vermelhão do lá-
o Linha média dentária: a linha bio.
média dos ICS deve coincidir
Normalmente, em adultos, este
com a linha média dos ICI.
ângulo é em média 120º.
o Linha média dentária x linha mé-
dia da face: devem coincidir. OBS: em indivíduos classe III o ângulo é
mais aberto (>120) e em classe II é mais
Análise em perfil
fechado (<120).
o Análise de perfil de tecido mole;
ÂNGULO NASOFACIAL
o Terços faciais;
o Análise da maxila; Construído da glabela ao pogônio
o Análise da mandíbula; mole e uma linha tangente ao dorso do
o Avaliação labial. nariz.

Na análise de perfil alguns ângu- o Adultos: 30º a 35º;


los e linhas devem ser observados. o Criança: 34º a 43º.

OBS: em indivíduos classe II é maior que


35 graus e em classe III é menor.
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ÂNGULO NASOMENTAL ÂNGULO DA CONVEXIDADE FACIAL

Construído de uma linha traçada O ângulo de convexidade ajuda a


no dorso do nariz e outra linha desenha- definir o padrão facial (classe I, II ou III).
da da ponta do nariz ao pogônio mole
Este ângulo é formado unindo-se
(Linha E).
a glabela, o ponto subnasal e o pogônio.
o Adulto: 120º a 132º; Ele é suplementar ao angulo do contorno
o Criança: 120º a 135º. facial, ou seja, a soma destes dois ângu-
los deve ser igual a 180°.
ÂNGULO MENTOCERVICAL
o Classe I: 8° a 16°;
Construído por uma tangente à
o Classe II: maior que 16º;
linha submental e pela linha E.
o Classe III: menor que 8º.
o Adulto: 110º a 120º;
LINHA PESCOÇO-QUEIXO
o Criança: 97º a 118º.
A distância da junção pescoço
ÂNGULO SUBMENTAL PESCOÇO
região submandibular até o mento deve
É construído por uma tangente à ser observada. O comprimento desta
linha submental e uma tangente ao pes- linha deve ser aproximadamente 40mm.
coço.
LINHA DE HOLDAWAY (linha H)
o Homens: 126º;
Conecta o pogônio ao ponto mais
o Mulheres: 121º.
proeminente do lábio superior.
ÂNGULO DO CONTORNO FACIAL
LINHA DE STEINER (linha S)
Este ângulo é formado unindo-se
Sai do pogônio e deve ir ao ponto
a glabela, o ponto subnasal e o pogônio.
médio da base do nariz, tocando os lá-
o Classe I: entre 165º e 175º; bios superior e inferior.
o Classe II: menor que 165°;
o Classe III: maior que 175°.
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AVALIAÇÃO DA POSIÇÃO DA MAXILA E


MANDÍBULA

Para analisarmos a posição da


maxila e mandíbula, tomamos como
referência o ponto násio perpendicular.
OBS: se os lábios estiverem a frente
dessa linha, pode ser uma biprotrusão Linha que passa pelo plano de
labial, que pode ter sido causada por Frankfurt (pório até o infra-orbitário) e
uma biprotrusão dentária. Pode também encontra perpendicularmente a uma
ser da morfologia do próprio lábio. linha que passa pelo násio de tecido
mole.
LINHA DE BURSTONE (linha Sn-Pog)
o Posição ideal da maxila: Sn a
Linha imaginária que une o ponto
frente da linha (6 +/- 3mm).
subnasal e pogônio.
o Posição ideal da mandíbula: Pog
o Lábio superior: 3mm à frente da tocando a linha (0 +/- 4 mm).
linha;
Em homens, pogônio deve estar
o Lábio inferior: 2mm à frente.
de 0 a 2mm atrás e em mulheres 0 a
PLANO ESTÉTICO DE RICKETTS (linha E) 4mm atrás.
Sai do pogônio e vai até a ponta Na dentição mista, o pogônio es-
do nariz. tá 6 a 8mm atrás.
o Lábio superior: 4mm atrás; OBS: se o pogônio estiver muito atrás
o Lábio inferior: 2mm atrás. dessa linha, é classe II. Se estiver próxi-
mo a ela, classe I. Se estiver mais a fren-
te, classe III.
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Desenvolvimento da OBS: dentes supranumerários são for-


oclusão mados por excesso de atividade da lâmi-
na dentária durante a odontogênese,
1. Período pré-dental; aproximadamente entre a 6ª e 8ª sema-
2. Fase de dentadura decídua; na de vida intrauterina.
3. Fase de dentadura mista;
PERÍODO PRÉ-DENTAL
4. Fase de dentadura permanente.
Uma criança no período pré-
OBS: existem três dentaduras (decídua,
dental deveria ter três características:
mista e permanente) e duas dentições
(decídua e permanente). A dentadura se 1. Rebordo só deveria tocar na regi-
diz respeito ao estágio de desenvolvi- ão posterior: presença do espaço
mento dentário. mesial-anterior – para amamen-
tação;
EMBRIOLOGIA DENTAL
2. No rodete gengival é possível ob-
Nas primeiras semanas de vida em- servar onde estarão os dentes
brionária inicia a odontogênese. Nela, os decíduos;
dentes passam por diversas fases. 3. Arco dental com formato de U.

1. Iniciação ou fase de botão; Estágios do desenvolvi-


2. Proliferação ou fase de capuz;
mento oclusal
3. Morfodiferenciação ou fase de
campânula; 1. Irrupção dos dentes decíduos;
4. Fase de coroa; 2. Dentadura decídua completa;
5. Formação de raiz. 3. Irrupção dos primeiros molares
permanentes;
OBS: um dente que foi um botão não
4. Irrupção dos incisivos permanen-
necessariamente terá formação da coroa
tes;
ou raiz, pois algum distúrbio pode acon-
5. Irrupção de caninos inferiores e
tecer durante sua formação.
pré-molares;
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6. Irrupção de segundos pré- o Inicia a definição da ATM: quem


molares; define a anatomia da ATM é a
7. Irrupção de caninos superiores e anatomia das cúspides e fossas
segundos molares permanentes; dos molares.
8. Dentição permanente madura.
3ª fase da biogênese (18-24 meses) –
ESTÁGIO 1 – IRRUPÇÃO DOS DENTES caninos decíduos:
DECÍDUOS
o É ele que marca o padrão ântero-
Este estágio, por sua vez, é divi- posterior do paciente;
dido em quatro fases. o Estabelecimento dos diastemas
primatas.
1ª fase da biogênese (por volta dos 12
meses de idade) – quatro incisivos: 4ª fase da biogênese (24-30 meses) –
segundos molares decíduos:
o Falta de sentido de oclusão (não
tem DVO, pois não tem dente o Consolidação do primeiro ganho
posterior); de DVO;
o Mordida profunda; o Diastemas inter-molares: os mo-
o Sem definição da ATM (côndilo lares decíduos não tem ponto de
não tem formato definido e a ca- contato.
vidade glenóide ainda é plana).
OBS: a arcada dentária vai diminuindo no
2ª fase da biogênese (12-18 meses) – sentido anteroposterior e cresce trans-
primeiros molares decíduos: versalmente.

o Primeiro ganho de DVO: a defini- ESTÁGIO 2 – DENTADURA DECÍDUA


ção da DVO será conseguida pelo COMPLETA
equilíbrio muscular;
Após a irrupção de todos os den-
o Diminui o trespasse vertical;
tes decíduos. Esse estágio se estende
o Inicia o sentido de oclusão;
dos 3 aos 6 anos, em média.
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Aspectos de normalidade deste res e anteriores): curvas ausen-


estágio: tes, por causa do tipo da implan-
tação do dente.
o Espaçamento entre os incisivos:
tipo I e II de Baume; Na radiografia panorâmica deve-se ob-
o Relação de caninos: referência servar: número de dentes, padrão de
para a relação sagital; simetria e formação de coroa/raiz.
o Diastema primata: fonte de es-
ESTÁGIO 3 – IRRUPÇÃO DOS PRIMEI-
paço para compensar a diferença
ROS MOLARES PERMANENTES
do tamanho do dente decíduo pa-
ra o permanente. O espaço pri- Depois de aproximadamente 3
mata pode estar presente tanto anos da implantação da dentadura decí-
no tipo I quanto no tipo II de dua, há a irrupção dos primeiros dentes
Baume; permanentes. Normalmente são os pri-
o Overbite (sobremordida) e over- meiros molares (aos 6 anos).
jet (sobressaliência) – grande va- o O primeiro molar permanente se-
riação: gue superfície distal do segundo
» Overbite: 0-3mm; molar decíduo;
» Overjet: 0-2mm; o Segundo ganho de DVO;
o Espaçamento entre os molares: o Aspectos normais:
com o passar do tempo há perda » Relação de molar em to-
de comprimento do arco, os es- po ou Classe I;
paços vão desaparecendo; » Caninos em “classe I”
o Curvas de Wilson (curva latero- (normo-oclusão);
lateral, dada pela inclinação ves- » Overbite 0-3mm;
tibulolingual dos dentes posteri- » Overjet 0-2mm.
ores) e Spee (curva ântero-
É necessário ficar atento quanto
posterior dada pelo desnivela-
à angulação dos primeiros molares, o
mento entre os dentes posterio-
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inferior deve estar voltado para a mesial ESTÁGIO 5 – IRRUPÇÃO DOS CANINOS
e o superior para a distal. INFERIORES E PRIMEIROS PRÉ-
MOLARES
ESTÁGIO 4 – IRRUPÇÃO DOS INCISIVOS
PERMANTENTES o Início do segundo período transi-
cional;
o Primeiro período transicional;
o Normalmente aos 10 anos de
o Dentadura mista inicial;
idade;
o Aspectos normais:
o Fase do patinho feio;
» Dura 2 anos (6-8 anos de
o Sequência de irrupção é impor-
idade);
tante:
» Variabilidade é a regra:
» Caninos inferiores devem
cronologia e posição –
vir antes dos primeiros
nem sempre a cronologia
pré-molares – se o pré-
é a mesma. Se houver di-
molar irrompe antes, há
ferença na irrupção de
uma perda de espaço pa-
dentes homólogos, pode-
ra o canino;
se esperar 6 meses.
» Trajeto dos caninos supe-
OBS: incisivo lateral não pode vir antes riores precisa ser monito-
do central, senão ele fecha o espaço do rado nessa fase – os ca-
central. ninos superiores tendem

Por volta dos 8 aos 10 anos não a ir para cima do lateral e

há troca dentária, sendo chamado de fazem com que eles fi-

período inter transicional. quem separados. Eles


podem também reabsor-
ver a raiz do incisivo late-
ral.
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ESTÁGIO 6 – IRRUPÇÃO DOS SEGUN- Medida do espaço E: em torno de 2mm


DOS PRÉ-MOLARES de cada lado na mandíbula e 1mm de
cada lado na maxila.
o Talvez seja o estágio mais crítico
da biogênese; ESTÁGIO 7 – IRRUPÇÃO DE CANINOS
o Dentadura mista final; SUPERIORES E SEGUNDOS MOLARES
o Padrão-ouro para interceptação; PERMANENTES
o Época ideal para observar o es-
o Estágio final da dentadura mista;
paço E: o espaço E deve ser man-
o Alto índice de impactação dentá-
tido caso o paciente estiver com
ria;
falta de espaço (usa-se a barra
o Normalmente por volta dos 12
lingual).
anos de idade.
OBS: o segundo pré-molar é muito me-
ESTÁGIO 8 – DENTADURA PERMANENTE
nor que o segundo molar decíduo.
MADURA
1. O que é espaço livre? Onde ele
As seis chaves da oclusão nor-
está?
mal:
O espaço livre é a diferença de tamanho
1. Relação de molares: cúspide MV
entre o segundo molar decíduo e o se-
do 1º molar superior oclui no sul-
gundo pré-molar (que é menor).
co MV do 1º molar inferior e a
Segundo Nance: é a diferença entre a vertente distal da cúspide disto-
soma do diâmetro M-D de canino, se- vestibular do 1º molar superior
gundo e primeiro molares decíduos para toca na vertente mesial da cús-
o canino permanente, primeiro e segun- pide mesiovestibular do 2º molar
do pré-molares. inferior.

Segundo Gianelly: é a diferença do ta-


manho do segundo molar decíduo para
segundo pré-molar.
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6. Curva de Spee: ela deve ser plana


ou suave, pois quando ela é mui-
to acentuada durante os movi-
mentos bordejantes haverá inter-
ferência.

Análise e gestão de es-


paço
2. Angulação dos dentes: angula-
ção mesiodistal; O arco dentário pode ser medido
em três parâmetros:

1. Comprimento do arco: distância


entre uma linha imaginária que
tangencia a distal de 2º molares
decíduos (ou a mesial de 1º mo-
lar permanente ou distal de 2º
3. Torque dos dentes: inclinação
pré-molar) até o ponto interinci-
vestíbulo-lingual;
sivos.
4. Rotação: ausência de rotações
2. Largura do arco: distância entre
dentais;
caninos/pré-molares/molares até
seu dente homólogo do lado
oposto.
3. Perímetro do arco: distância da
linha que tangencia a distal de 2º
molares decíduos que passa pe-
5. Espaçamentos: ausência de es-
las fossas passa por cima das
paçamentos. Todos os dentes de-
fossas centrais dos molares de-
vem ter contatos interproximais;
cíduos/pré- molares, caninos e
incisivos até o outro lado.
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o Na maxila há o aumento quando


irrompem os incisivos centrais (11
e 21);
o Na mandíbula há o aumento
quando irrompem os incisivos la-
terais (32 e 42).
OBS: o comprimento do arco diminui
conforme o passar do tempo. Dente não Os incisivos “empurram” os cani-

anda para trás! nos para o espaço primata  ocupação


do espaço primata  aumento da largu-
MUDANÇAS DIMENSIONAIS FISIOLÓGI-
ra.
CAS
OBS: uma criança que já tem todos os
O perímetro e comprimento di-
incisivos permanentes em boca (+/- 9
minuem cerca de 5mm durante a fase de
anos) e ainda tem dentes apinhados, a
dentadura mista, pois o 2º molar decí-
tendência é só piorar a falta de espaço,
duo é maior que o 2º pré-molar. Então,
pois não terá mais aumento em largura e
quando o 2º pré-molar irrupciona, ele
o comprimento apenas diminui.
ocupa um espaço mais anterior e o 1º
molar permanente mesializa. A largura dos arcos tende a dimi-
nuir com o passar dos anos, pois o com-
O comprimento do arco inferior é
primento também diminui e a largura é
maior aos 5 anos do que aos 18 anos de
menor na região anterior.
idade.
DISCREPÂNCIAS DENTOALVEOLARES
Mas, apesar disso, o arco aumen-
ta em largura. Há o aumento da distân- A discrepância de espaço pode

cia intercaninos: ser positiva (sobra de espaço) ou negati-


va (falta de espaço).
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Para fazer a análise, deve-se sa- o Indica qual a dimensão de cani-


ber em qual dentadura o paciente está: nos e pré-molares baseando-se
decídua, mista ou permanente. em médias populacionais.

ANÁLISE DE DENTADURA DECÍDUA OBS: uma criança de 8 anos com os 4


incisivos inferiores, sem troca dos den-
A dentadura decídua raramente
tes posteriores e os incisivos desalinha-
apresenta problemas de espaço.
dos. Usar a análise de Moyers para saber
A circunferência do 2º molar se vai ter espaço – medir o tamanho dos
decíduo corresponde a um triângulo 4 incisivos inferiores e consultar em uma
equilátero. A base do triângulo deve to- tabela a probabilidade de haver espaço e
car na linha que tangencia a distal do 2º o tamanho do espaço.
molar decíduo e seu ápice toca entre os
DISCREPÂNCIAS NEGATIVAS DE ESPA-
incisivos. Sua bissetriz deve tocar entre
ÇO
o canino e o 1º molar decíduo.
Quando tem falta de espaço,
OBS: analisar a simetria do arco.
existem quatro possibilidades: manuten-
ANÁLISE DE DENTADURA MISTA ção de espaço, recuperação de espaço,

Saber antecipar qual é o tamanho criação de espaço e eliminação de espa-

dos dentes permanentes a partir de pou- ço.

cos dentes permanentes em boca. 1. MANUTENÇÃO DE ESPAÇO

Diferença de tamanho dos dentes Evitar a migração após a perda ou


permanentes. extração dentária (evitar a diminuição do

ANÁLISE DE MOYERS perímetro do arco) – uso de mantedores


de espaço.
o Análise probabilística;
o Baseada na dimensão dos incisi-
vos inferiores permanentes;
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FUNÇÃO DOS MANTEDORES DE ESPAÇO essa situação é preocupante (en-


caminhar – mantedor de espaço).
o Perda precoce de dentes decí-
Na maxila geralmente não é ne-
duos: prevenir movimentos den-
cessário ação interceptora.
tários indesejáveis após a perda
prematura de dente decíduo; OBS: quando ocorre a perda precoce dos
o Permitir função mastigatória: caninos decíduos ocorre encurtamento
avaliar corretamente a indicação; da arcada por retroinclinação dos incisi-
o Prevenir sobreirrupção (extrusão) vos.
do antagonista: preferencialmen-
Perda prematura de dentes posteriores:
te aparelhos removíveis;
o Melhorar a estética: diferenciar Avaliação mais complexa e di-
função mantedora de função es- nâmica. Determinar se o mantedor de
tética; espaço é necessário para:
o Auxiliar na fala; o 1º molar decíduo;
o Auxiliar na prevenção de maus o 2º molar decíduo;
hábitos. o Perdas múltiplas.
Perda prematura de dentes anteriores: Os mantedores de espaço têm
o Incisivos decíduos: não há perda como grande uso a preservação do es-
de espaço se perda aconteceu paço E:
após a irrupção dos caninos, en- o Gerenciamento de apinhamento
tão não necessita de mantedor dos incisivos;
de espaço. Se a perda ocorrer an- o Interceptação de relação classe II
tes a criança ficará com proble- dentária e bloqueio da irrupção
mas de espaço; de caninos superiores;
o Caninos decíduos: perda comum o Reserva de espaço para eventual
devido à irrupção ectópica de in- necessidade de melhorar overjet
cisivos laterais. Na mandíbula nas más oclusões classe III leves.
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2. RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO o Irrupção fora do rebordo.

Recuperar espaço após a redu- É conseguida por expansão do


ção da largura e comprimento do arco. arco, projeção de incisivos e distalização
de molares.
Considerações:
Deve ser feita avaliação crítica de
o Houve perda de perímetro do ar-
estabilidade (recessão gengival, perda
co ou apenas do espaço para a ir-
óssea...) e da estética dentofacial.
rupção do dente permanente?
Muitas vezes os dentes inclinam, 4. ELIMINAÇÃO DE ESPAÇO
mas se o segundo molar decíduo
o Perder espaço após a exodontia
ainda está presente não houve
de dentes permanentes por fina-
perda de espaço;
lidade ortodôntica;
o Perda de um ou mais dentes de-
o Utilizada na resolução da protru-
cíduos? Perda de apenas um
são dentária;
dente é mais fácil de recuperar;
o Padrão de crescimento facial ver-
o Análise da dentadura mista favo-
tical;
rável se o espaço perdido for re-
o Indicada em discrepâncias gra-
cuperado;
ves >7-8mm.
o Recuperação mais difícil na
mandíbula. Classificação das más
oclusões
3. CRIAÇÃO DE ESPAÇO

Gerar espaço quando não houver A má-oclusão é uma oclusão

perda. anormal caracterizada por uma relação


incorreta entre os arcos dentários em
É indicado para resolução de api-
qualquer plano do espaço ou por anoma-
nhamentos leves a moderados (<6mm):
lias na posição dentária.
o Irrupção bloqueada;
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OBS: é analisada em todos os planos – tamento que será o melhor para aquele
plano vertical (overbite), plano transver- paciente.
so (mordida cruzada) e plano sagital
Classificar o problema  individualizar
(classe I, II, III e overjet).
o planejamento
As más-oclusões frequentemente
Para isso, devemos:
estão associadas com outras deformida-
des dentofaciais, podendo apresentar 1. Saber a etiologia da má-oclusão;
riscos para o bem estar do paciente. 2. Saber o grau de severidade (leve,
moderada ou severa);
Porque classificar?
3. Saber as possibilidades de tra-
o Facilita a identificação da condi- tamento;
ção clínica; 4. Custo-benefício de cada uma das
o Ordena a avaliação de possíveis possibilidades (biológico e finan-
fatores etiológicos; ceiro).
o Melhora a comunicação entre
CLASSIFICAÇÃO
profissionais;
o Possibilita a comparação de ca- Oclusão normal  normalidade
sos clínicos com aspectos seme- Má-oclusão  desvios
lhantes ou mesmo distintos.
As más-oclusões podem ter ori-
Mas, toda classificação tem uma gem por desarmonias:
limitação: simplificação  falsa ideia de
1. Dentárias;
facilidade  protocolos “receitas de
2. Esqueléticas: deve ser tratado
bolo”.
idealmente enquanto o paciente
Dentro dos diversos grupos de está em crescimento;
cada classificação, o profissional deverá 3. Dentárias + esqueléticas.
individualizar e escolher o plano de tra-
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Por isso devemos sempre come- perior. As desarmonias, segundo ele,


çar a classificar a má-oclusão através da decorrem de alterações ântero-
análise facial. posteriores da arcada inferior em relação
ao 1ºM superior.
ANÁLISE FACIAL
1. Classe I (chave de molar);
É feita em três vistas:
2. Classe II;
o Frontal; 3. Classe III.
o Frontal com vista do sorriso;
Em uma oclusão normal tem-se a
o Lateral – sagital (perfil).
chave de molar e todo o resto também
Na vista frontal devemos obser- está normal. Porém, nem sempre quem
var a simetria da face e a proporção dos tem a chave de molar tem a oclusão
terços. Na vista sagital devemos obser- normal, pois a pessoa pode ter outros
var se o perfil é reto, côncavo ou conve- problemas.
xo.
Ex: tem a chave de molar, porém
Durante a análise facial devemos possui mordida aberta anterior – nesse
responder três perguntas: a face é simé- caso a pessoa tem uma má-oclusão de
trica? Os terços são proporcionais? O classe I.
perfil é reto, côncavo ou convexo?
MÁ-OCLUSÃO DE CLASSE I
Depois da análise facial, a oclu-
Há relação ântero-posterior nor-
são estática será classificada no plano
mal entre os arcos superior e inferior,
sagital  Classificação de Angle.
evidenciada pela chave de molar.
Classificação de Angle
A cúspide MV do 1ºMS oclui no
A posição considerada estável no sulco MV do 1ºMI.
crânio é a do primeiro molar superior, ele
é o ponto de referência. A partir daí, re-
laciona-se o 1º molar inferior com o su-
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MÁ-OCLUSÃO DE CLASSE II CLASSE II

O 1º molar permanente inferior


encontra-se distalmente ao 1ºM superior 2ª DIVISÃO
1ª DIVISÃO
(distoclusão).

O sulco MV do 1ºMI encontra-se


Subdivisão Subdivisão
distalizado em relação à cúspide MV do
esquerda ou esquerda ou
1ºMS.
direita direita

O que é encontrado em um paciente


classe II de Angle, segunda divisão, sub-
divisão direita? O sulco mesiovestibular
do primeiro molar inferior está distaliza-
do em relação à cúspide mesiovestibular
do primeiro molar superior apenas do
o Classe II 1ª divisão: tem overjet
lado direito e o paciente apresenta um
aumentado.
overjet normal.
o Classe II 2ª divisão: não tem
overjet aumentado. MÁ-OCLUSÃO DE CLASSE III
o Subdivisão direita: o problema é
O 1ºM inferior encontra-se mesi-
só do lado direito.
almente ao 1ºM superior (mesio-
o Subdivisão esquerda: o problema
oclusão).
é só do lado esquerdo.
O sulco MV do 1ºMI encontra-se
OBS: overjet normal – trespasse horizon-
mesializado em relação à cúspide MV do
tal de 1 a 1,5mm entre o incisivo superior
1º MS.
e inferior no plano sagital.
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LIMITAÇÕES DA CLASSIFICAÇÃO DE AVALIAÇÃO DA DIMENSÃO VERTICAL


ANGLE
O trespasse vertical entre os in-
o Não considera a dimensão trans- cisivos superiores e inferiores está ade-
versa; quado?
o Não considera a dimensão verti-
o Overbite normal: o paciente es-
cal;
tando em oclusão cêntrica, os in-
o Não considera a oclusão funcio-
cisivos superiores deveriam re-
nal.
cobrir 1/3 da coroa clínica dos in-
Precisa-se, então, complementar cisivos inferiores.
a classificação de Angle com a avaliação o Overbite aumentado: mordida
das outras duas dimensões (transversa e profunda.
vertical). o Overbite diminuído/negativo:
mordida aberta.
AVALIAÇÃO DA DIMENSÃO TRANSVER-
SA Classificação de Lisher
1. Existe mordida cruzada posteri- Classificação do mau posiciona-
or? As cúspides dos superiores mento dentário de forma individualizada
tocam nas fossas dos inferiores –  olha dente por dente para ver se ele
metade dos dentes superiores está na posição correta.
devem ficar para fora dos inferio-
OBS: a classificação de Lisher é uma
res.
avaliação interarcos, dentro do arco. A
2. É unilateral ou bilateral?
classificação de Angle é intra-arcos, ou
3. Se for unilateral: com ou sem
seja, entre os dois arcos.
desvio funcional?
1. Mesioversão: dente mesializado
OBS: quando é unilateral deve-se fazer a
em relação à posição normal;
manipulação do paciente em RC para ver
2. Vestibuloversão ou labioversão:
se tem desvio funcional.
dente vestibularizado;
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3. Linguoversão: dente lingualizado; o Más-oclusões hereditárias: fato-


4. Infraversão: dente com sua face res herdados, hereditários.
oclusal/incisal aquém do plano
EQUAÇÃO ORTODÔNTICA DE DOCKRELL
oclusal;
(1952)
OBS: dente decíduo em infraversão nor-
Causas  épocas  tecido  resulta-
malmente está anquilosado. Dente an-
do
quilosado é igual ao implante osseointe-
grado – o osso alveolar em volta de um Uma causa que atua em cima de
dente decíduo anquilosado não cresce! algum tecido em um determinado tempo
que leva a um resultado.
5. Supraversão: dente com sua face
olcusal/incisal além do plano OBS: resultado – má oclusão, displasia
oclusal; óssea, disfunções...
6. Giroversão: rotação do dente em CAUSA
torno do seu longo eixo;
o Hereditariedade;
7. Axiversão: alteração da inclina-
o Traumatismo;
ção do longo eixo dental;
o Enfermidades;
8. Transversão/transposição: troca
o Doenças congênitas;
de posicionamento com outro
o Má nutrição;
elemento dental;
o Agentes físicos (queimaduras,
9. Perversão: impactação do dente,
língua, dedo, chupeta...);
geralmente por falta de espaço.
o Hábitos.
Etiologia das más oclu-
ÉPOCAS
sões
o Pré-natal;
Etiologia  estudo das causas. o Pós-natal;
o Más-oclusões adquiridas: fatores o De maneira contínua;
ambientais; o De maneira intermitente.
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OBS: a agenesia ocorre no período pré- A causa pode ser hereditária ou


natal de forma intermitente. A sucção ambiental e pode ter acontecido no perí-
digital ocorre no período pós-natal de odo pré ou pós-natal.
forma contínua.
FATORES ETIOLÓGICOS HEREDITÁRIOS
TECIDO
Não são possíveis de controlar.
o Ossos craniofaciais;
1. Influência racial hereditária: po-
o Sistema neuromuscular;
pulação pura x miscigenação;
o Dentes;
2. Tipologia facial hereditária: pes-
o Tecidos moles.
soas que nasceram na mesma
RESULTADO região e época, mas têm tipos
faciais diferentes. Os tipos faci-
o Displasia óssea (mau posiciona-
ais têm a ver com predisposição
mento esquelético);
à má-oclusão – pessoas braqui-
o Disfunção;
cefálicas têm tendência a mordi-
o Alteração dentária (má-oclusão);
da profunda; pessoas dolicocefá-
o Combinação.
licas têm tendência a mordida
Como classificar fatores aberta e pessoas mesocefálicas
etiológicos têm tendência a mordida normal;
3. Influência hereditária no padrão
CLASSIFICAÇÃO DE GRABER
de crescimento facial e dentário:
1. Fatores extrínsecos ou gerais: » O dente pode irromper
tudo o que não faz parte da pes- antes do desenvolvimen-
soa; to da face;
2. Fatores intrínsecos ou locais: tu- » Se os pais são classe II,
do o que faz parte da pessoa. os filhos serão classe II (o
mesmo para classe III);
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» Hipodontia (quando falta Pacientes com amelogênese ou


entre 1 e 6 dentes), oligo- dentinogênese imperfeita, devido ao
dontia (quando falta mais esmalte e a dentina não serem normais,
de 6 dentes), anodontia não mordem com os dentes posteriores
total (quando faltam to- porque dói, dessa forma, a deglutição
dos os dentes) e anodon- não é estabilizada pela força da muscu-
tia parcial (quando faltam latura e sim pela língua (deglutição atí-
praticamente todos); pica). Isso causa mordida aberta anteri-
» Supranumerários; or.
» Macro e microdontia;
As más oclusões mais prevalen-
» Cúspide em garra;
tes relacionados à hereditariedade são:
OBS: o terceiro molar não entra na clas-
o Mordida aberta esquelética: não
sificação de hipodontia.
tocam os dentes anteriores, pois
4. Síndromes genéticas: complexo a face é muito longa;
de Robin, síndrome de Treacher o Biprotrusão: dentes projetados
Collins, síndrome de Gorlin, os- para a vestibular;
teogênese imperfeita e micros- o Discrepâncias dento-alveolares;
somia hemifacial; o Discrepâncias sagitais: classe II
5. Alterações ou deformidades con- e III.
gênitas: disostose cleidocrania-
FATORES ETIOLÓGICOS AMBIENTAIS
na, displasia ectodérmica, fissu-
ras lábio-palatais, amelogênese Podem atuar no período pré-natal
imperfeita, dentinogênese imper- ou pós-natal.
feita, odontogênese imperfeita, PRÉ-NATAIS
embriopatica com hipoplasia
o Má posição intrauterina do feto;
mandibular;
o Uso de drogas durante a gravi-
dez;
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o Dieta e metabolismo materno; 4 funções vitais do sistema estomatog-


o Doenças durante a gravidez; nático: respiração, sucção, mastigação e
o Fibroma intrauterino; deglutição.
o Traumatismos pré-natais ou du-
o Hábitos de sucção não nutritiva:
rante o parto;
dedos, chupeta, mamadeira, lá-
o Radiação.
bios, objetos;
PÓS-NATAIS o Respiração oral;
o Deglutição atípica;
o Natureza do alimento: toda vez
o Mastigação: unilateral, bruxismo.
que há a mastigação, existe um
componente de forças para hori- RESPIRAÇÃO ORAL
zontal e vertical, isso faz com
Como a respiração oral causa má-
que haja migração dentária para
oclusão: a língua é forçada para baixo e
a região anterior. O apinhamento
para frente, portanto não existe estímulo
anterior ocorre por crescimento
para crescimento lateral da maxila, en-
mandibular tardio e por compo-
tão a maxila fica atrésica, gerando mor-
nentes de força;
dida cruzada posterior e, dependendo da
o Hábitos funcionais: contrações
posição da língua, pode levar para uma
musculares aprendidas e de na-
classe II ou III. Como a língua fica na
tureza complexa, fundamentais
região anterior, há também uma mordida
para o bom crescimento e desen-
aberta anterior.
volvimento;
o Hábitos nocivos: podem causar Adaptação funcional  desequilíbrio
alterações ao correto crescimen- muscular.
to e desenvolvimento. Depende o Pressão atípica do músculo bu-
principalmente de 4 fatores - in- cinador: pressão do bucinador de
tensidade, duração, frequência e fora para dentro;
predisposição genética.
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o Não há estímulo para crescimen- Cefalometria básica


to lateral da maxila: mordida cru-
É um exame importante para ava-
zada;
liar o paciente antes, durante e ao final
o Língua em posição inadequada:
do tratamento ortodôntico. Então, pelo
para baixo e para frente;
menos três análises cefalométricas de-
o Uso reduzido das narinas: palato
vem ser feitas.
se torna profundo;
CEFALOMETRIA: são medidas ou estudo
Diante disso, são esperados pro-
das proporções da cabeça e face, espe-
blemas transversais (mordida cruzada),
cialmente durante o desenvolvimento e
verticais (mordida aberta anterior) e sa-
crescimento (possibilidade de avaliar
gitais (classe II ou III – depende da pre-
crescimento, desenvolvimento, relações
disposição do paciente).
entre maxila e mandíbula entre si e com
É importante diagnosticar a respi- a base craniana, relação dos dentes com
ração oral enquanto ainda criança, pois a as bases maxilares e com o tecido mole).
sutura palatina mediana ainda não está
Em ortodontia, refere-se a certa
fusionada e permite as alterações ós-
combinação de medidas angulares e
seas. Se isso for diagnosticado quando
lineares desenvolvidas para o traçado em
criança, é possível evitar esses proble-
radiografias laterais e frontais do com-
mas.
plexo craniofacial.
OBS: a respiração oral é mais severa em
OBJETIVOS
indivíduos dolicocefálicos.
1. Reduzir a quantidade de infor-
OUTROS FATORES AMBIENTAIS
mações no filme para um nível
o Traumatismos na ATM; utilizável – fazer um problema
o Traumas dentários; biológico se tornar matemático,
o Traumas nos maxilares; palpável;
o Queimaduras e cicatrizes.
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2. Comparar o paciente a um grupo 3. Reconhecimento e avaliação das


de referências normais; mudanças ocorridas pelo trata-
3. Para que as diferenças entre as mento ortodôntico e/ou cresci-
relações dentofaciais atuais do mento;
paciente e aquelas esperadas pa- 4. Predizer mudanças que podem
ra o seu grupo racial ou étnico ocorrer no futuro para o paciente.
sejam reveladas;
FORMAS UTILIZADAS PARA A AVALIA-
A popularização da cefalometria ÇÃO CEFALOMÉTRICA
se deu através da análise de Downs:
1. Medidas angulares e lineares;
proporções faciais e esqueléticas de 25
2. Representar os dados normais
pacientes caucasianos não tratados
graficamente e comparar a forma
(oclusão normal). A média desses 25
dentofacial do paciente direta-
pacientes foi feita.
mente com a referência gráfica
UTILIDADES (template) – sobrepor as imagens
do paciente e os dados normais.
1. Pesquisar os padrões de cresci-
mento do complexo craniofacial: COMO O PACIENTE DEVE SER POSICIO-
saber se a face está crescendo NADO
de maneira correta;
O paciente deve ser posicionado
2. Avaliar os relacionamentos dos
de forma correta para a realização da
principais componentes da face
telerradiografia.
em relação a base do crânio: ma-
xila, mandíbula e dentes; o Posição natural da cabeça: é
uma orientação padronizada e
OBS: a base craniana sempre é a refe-
reprodutível da cabeça no espaço
rência, pois é a primeira estrutura a
quando se foca em um ponto dis-
completar seu crescimento, por volta
tante ao nível dos olhos – olhan-
dos 6 anos de idade.
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do para o horizonte, com o plano OSSO TEMPORAL


de Camper paralelo ao solo.
o Pório: ponto superior do meato
PRINCIPAIS PONTOS ANATÔMICOS DE acústico externo.
REFERÊNCIA
MAXILA
OSSO FRONTAL
o Ponto A: ponto mais posterior da
o Glabela: ponto mais frontal da concavidade entre a espinha na-
curvatura do osso subjacente ao sal anterior e o próstion (parte
seio frontal. mais subjacente ao osso alveo-
lar);
OSSO NASAL
o Espinha nasal anterior (ENA);
o Násio: ponto mais anterior da su- o Espinha nasal posterior (ENP):
tura frontonasal no plano medial. parte mais posterior do palato;

OSSO ESFENÓIDE OBS: o plano palatino forma-se com o

o Sela: ponto médio da sela túrci- encontro de ENA com ENP.

ca. MANDÍBULA

OSSO ZIGOMÁTICO o Articulare: interseção entre a

o Orbitale: ponto mais inferior da borda posterior do processo con-

margem inferior da órbita. dilar e a borda inferior da parte


basilar do osso occipital;
Um plano muito importante pas-
o Ponto B: ponto mais posterior da
sa por esse ponto, o plano de Frankfurt.
concavidade entre o pogônio e a
OBS: planos de referência horizontal – região infradental da sínfise;
Frankfurt (pório-orbitale) e sela-násio. o Gnátio: ponto mais anterior do
processo alveolar, entre o pogô-
nio e o mento – importante para
traçar o plano mandibular;
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o Gônio: ponto construído entre a o Glabela.


interseção do plano do ramo
Para a análise cefalométrica é
mandibular e o plano da base da
necessário escolher uma linha de refe-
mandíbula;
rência horizontal:
OBS: a junção do gônio e o gnático nos
1. Plano de Frankfurt: linha de refe-
dá o plano mandibular. Ele também pode
rência que liga o Pório ao Orbita-
ser ligado ao mento.
le;
o Mento: ponto mais inferior da 2. Plano Sela-Násio;
sínfise mandibular;
OUTROS PLANOS
o Pogônio: ponto mais anterior do
mento. o Linha facial: une o násio ao
pogônio;
PONTOS EM TECIDO MOLE
o Plano oclusal: linha entre os pon-
o Mento mole: parte mais inferior; tos que representam a metade do
o Pogônio mole: parte mais anteri- overbit e a interseção entre as
or; cúspides dos 1º molares superio-
o Sulco labial inferior; res e inferiores;
o Sulco labial superior: é como se o Plano palatino: une a ENA e ENP;
fosse o ponto A de tecido duro; o Plano mandibular: entre o gônio
o Estômio inferior: parte mais su- e o gnátio ou gônio e mento.
perior do lábio inferior;
OBS: quanto mais divergentes são esses
o Estômio superior: parte mais in-
planos, maior é o crescimento vertical da
ferior do lábio superior;
face. Quanto mais convergentes, menor
o Subnasal: encontro do filtro com
é o crescimento vertical (braquicefálico).
a base do nariz;
o Pronasal: ponto mais proeminen- o Linha E (linha de Ricketts): tan-
te do nariz; gente entre a ponta do nariz e o
o Násio mole;
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ponto mais anterior do mento 11. Processo odontóide e forame


mole; magno.
» Lábio inferior: 2mm atrás;
AVALIAÇÃO SAGITAL
» Lábio superior: 4mm
atrás. 1. SNA: une S (sela), N (násio) e
o Linha S (Steinet): une o pogônio ponto A – 82º (+/- 2º);
mole e o ponto médio entre a 2. SNB: une S (sela), N (násio) e
ponta do nariz e o subnasal; ponto B – 80º (+/- 2º);
» Deve tocar os lábios su- O SNA mede o posicionamento
perior e inferior. ântero-posterior da maxila – quanto mais
ANÁLISES CEFALOMÉTRICAS protrusa a maxila for, maior o ângulo. O
SNB mede o posicionamento da mandí-
1. Traçar o perfil do tecido mole;
bula..
2. Traçar o násio;
3. Traçar a maxila e incisivo superi- 3. ANB: une A (subespinhal), násio
or; e ponto B – 2º (+/- 2º).
4. Traçar molares, sínfise e incisivo O ANB mede a discrepância sagi-
inferior; tal entre maxila e mandíbula, compara-
5. Traçar borda inferior da mandíbu- se uma com a outra.
la e ramo ascendente;
OBS: a mandíbula é o último osso da
6. Processo clinóide anterior e teto
face a terminar seu crescimento.
da órbita;
7. Linha crivosa do etmoide e platô AVALIAÇÃO VERTICAL E PADRÃO DE
do osso esfenoide; CRESCIMENTO
8. Processo clinóide posterior, cli-
1. Ângulo SN-Gn: násio-sela-gnátio
vus e asa maior do esfenoide;
– 67º;
9. Contorno da órbita;
2. Ângulo SN-GoGn: sela-násio-
10. Fossa pterigomaxilar;
plano mandibular – 32º;
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3. FMA: Frankfurt-plano mandibular do násio ao ponto B. A distância linear


– 25º. será dada pelo ponto mais anterior do
incisivo e a linha NB e idealmente deverá
OBS: se for maior – face longa (dolicoce-
ter 4mm.
fálico), se for menor – face curta (bra-
quicefálico). o I.NS: 103º;
o IMPA: ângulo formado entre oo
AVALIAÇÃO DOS INCISIVOS
gônio-gnátio e linha que passa no
A celafometria também dá a ava- longo eixo do dente – 90º.
liação dos elementos dentários através
OBS: se tem mais de 90° - dente vestí-
de medidas lineares e angulares que vão
bulovertido, se tem menos de 90° - den-
dar a posição do dente.
tes inclinados para a lingual.
SUPERIORES (ângulo I.NA e distância I-
ÂNGULO INTERINCISIVO
NA)
Deve ser 130º.
O ideal é que o incisivo superior
tenha 22° em relação a linha que passa o Linha que passa da incisal ao
do násio ao ponto A com a linha que ápice de ambos os incisivos;
passa da incisal até o ápice da raiz. o Quanto maior esse ângulo, mais
retroinclinado estão os incisivos.
A distância linear será dada pelo
Quanto menor o ângulo maior é a
ponto mais anterior do incisivo e a linha
biprotrusão.
NA e idealmente deverá ter 4mm. Com
essas medidas será possível saber se o OBS: sobreposição ou template – obser-
incisivo como um todo está protruído ou var as mudanças que houveram durante
se está vestibularizado. o tratamento.

INFERIORES

O ideal é que o incisivo superior


tenha 25° em relação a linha que passa
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Pacientes portadores de 500 a 1000 recém-nascidos em todo o


fissuras labiopalatinas: do mundo.

conhecimento básico à re- CLASSIFICAÇÃO DAS FISSURAS LABIO-


abilitação total PALATINAS

A fissura labiopalatina é uma 1. Deve ser fácil entender e docu-


anomalia congênita (acontece durante o mentar;
desenvolvimento do bebê no primeiro 2. Deve transcender as barreiras
trimestre de gravidez), devido a não fu- linguísticas;
são das estruturas naturais do corpo que 3. Deve ser aplicável à análise de
se formam antes do nascimento. dados do computador.

FISSURAS FACIAIS CLASSIFICAÇÃO DE SPINA

Também podem afetar outras Toma como referência o forame


partes da face, como olhos, ouvidos, incisivo.
nariz, bochechas e testas.
1. Fissura labial;
Em 1976, Paul Tessier descreveu 2. Fissura palatina;
15 linhas de fissuras. A maioria dessas 3. Fissura transforame unilateral;
fissuras craniofaciais é ainda mais rara e 4. Fissura transforame bilateral.
é frequentemente descrita como fissura
de Tessier, usando o localizador numéri-
co desenvolvido por ele.

FISSURAS LABIOPALATINAS

A fissura labiopalatina representa


as anomalias congênitas oromaxilofaci-
ais mais comuns e afeta um em cada
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o Ocorre com menos frequência


em afro-americanos;
o Até 13% dos casos apresentam
outro problemas congênitos as-
sociados;
o Ocorre mais no sexo masculino;
No mundo, utiliza-se outra classificação:
FATORES AMBIENTAIS
1. Fenda incompleta do palato se-
cundário; 1. Medicamentos: anticonvulsivan-

2. Fenda completa do palato se- tes, benzodiazepínicos, esterói-

cundário; des, anfetaminas, talidomida;

3. Fissura labial: completa ou in- 2. Epilepsia;

completa; 3. Diabetes;

4. Fissura unilateral completa de 4. Deficiência nutricional (princi-

lábio e palato (fissura labiopala- palmente vitamina A);

tina); 5. Estresse emocional;

5. Fissura bilateral completa de lá- 6. Tabaco e álcool;

bio e palato. 7. Infecções virais (citomegalovírus,


sarampo, rubéola);
ETIOLOGIA
8. Ácido retinóico (roacutan).
Falha de fusão dos processos maxila-
OBS: aspirina, cigarro, valium (diaze-
res com o processo frontonasal. Não
pam), ácido retinóico.
falta nenhuma parte das estruturas, so-
mente não há a fusão dos processos. ASSOCIAÇÃO COM SÍNDROMES

o Mais comum em asiáticos e em o A fissura labiopalatina faz parte

certos grupos de índios america- de mais de 400 síndromes, inclu-

nos; indo as síndromes Waardenburg,


Pierre Robin e Down;
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o 30% das deformidades da fissura o Pediatra.


estão associadas a uma síndro-
OBS: tríade cirurgia plástica + orto + fo-
me (recomenda-se avaliação ge-
noaudiologia.
nética).
PROTOCOLO DE TRATAMENTO
COMO É DIAGNOSTICADA UMA FENDA?
Queiloplastia 3 meses
A fissura labiopalatina pode ser
Palatoplastia 12-18 meses
facilmente diagnosticada através do Fase 1 ortodontia 7-8 anos
ultrassom no segundo semestre de gra- Enxerto ósseo 9 anos
videz, porém a fissura palatina é difícil Fase 2 ortodontia Dentadura per-
diagnosticar. manente
Cirurgia ortogná- Após crescimento
TRATAMENTO tica
Rinoplastia Após os 15 anos
O tratamento é sempre interdis-
ou após cirurgia
ciplinar. A equipe deve levar em conside-
ortognática
ração as diversas características associ-
adas à gravidade das deformidades dos
lábios e fendas palatinas. OBS: a fase 1 da ortodontia visa preparar
o paciente para a primeira cirurgia visan-
EQUIPE INTERDISCIPLINAR
do a parte óssea (enxerto ósseo), que
o Cirurgião plástico; deve ser feito quando o canino perma-
o Ortodontista; nente está com 2/3 da raiz formada –
o Fonoaudiólogo; momento ideal.
o Otorrinolaringologista;
CIRURGIA PLÁSTICA
o Cirurgião maxilofacial;
o Dentista pediátrico; Regra dos 10: a criança precisa atingir

o Protesista; essa regra para passar pela primeira ci-

o Geneticista; rurgia – queiloplastia.

o Enfermeira;
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OBS: as tensões cicatriciais levam a um ORTODONTIA


déficit no crescimento sagital do terço
Com a realização das cirurgias de
médio da face.
lábio e palato na primeira infância, as
Palatoplastia: quanto maior o gap entre forças musculares e cicatriciais são ca-
as duas partes, mais difícil é a união pazes de alterar o crescimento da maxila
entre elas. e imprimir formas atrésicas ao arco den-
tário superior.
FONOAUDIOLOGIA
Discrepâncias sagitais: perfil
Por causa da fissura, há uma
côncavo, deficiência da face médica,
dificuldade em criar o selamento entre a
classe III esquelética, com mordida cru-
boca do bebê e o mamilo  o leite tem
zada anterior e posterior.
dificuldade para sair.
A CULPA É SÓ DAS CIRURGIAS?
A fonoaudióloga entra também
para auxiliar na fala. o Fatores intrínsecos associados à
própria fissura;
OTORRINOLARINGOLOGIA
o Fatores genéticos;
o Um tubo de timpanostomia é o Para que o correto desenvolvi-
frequentemente inserido no tím- mento do fissurado ocorra, qual-
pano para arejar o ouvido médio; quer reparo cirúrgico da fissura,
o É benéfico para a capacidade au- idealmente, deveria ser adiado
ditiva da criança; até que o crescimento estivesse
o Alguns problemas de fala resul- completo;
tam diretamente de diferenças o Entretanto, a nutrição, a fala, a
anatômicas, como inadequação deglutição, a estética e o bem-
velofaríngea. estar psicológico do paciente
dependem dessas cirurgias;
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PRINCIPAIS MOMENTOS DE INTERVE- OBJETIVO: produzir a melhor combinação


ÇÃO de oclusão dental, aparência dental e
facial, e estabilidade do resultado para
1. Enxerto ósseo: reestruturar a di-
aumentar o benefício do paciente.
mensão transversa da maxila;
2. Correção da má-oclusão: orto- O QUE ENVOLVE UM TRATAMENTO
dontia corretiva; CONSERVADOR
3. Correção de deformidade esque-
o Reposicionamento dentário para
lética: tratamento orto-cirúrgico.
a instalação de próteses;
A ortodontia em pacientes o Alinhamento dos dentes anterio-
adultos res para estabilização dos dentes
e/ou melhora da estética;
Quais os cuidados que devemos ter para se
o Correção de mordidas cruzadas;
tratar de um paciente adulto?
o Tracionamento ortodôntico para
O diagnóstico e planejamento dos pacientes
adultos são diferentes? aumento de coroa clínica;

O que devemos levar em consideração na esco- DOCUMENTAÇÃO ORTODÔNTICA


lha do tratamento do paciente adulto?
o Set fotográfico completo;
Tratamento conservador x não conservador?
o Modelos de estudo;
TRATAMENTO CONSERVADOR o Panorâmica;
O tratamento conservador para o Periapicais: para ver o estado pe-
adultos é, por definição, o movimento riodontal;
dentário realizado para facilitar outros o Radiografia cefalométria.
procedimentos odontológicos necessá- Modelos montados em articula-
rios para controlar a doença (ex: doença dor podem ser necessários, pois eles
periodontal), restaurar função que foi facilitam o planejamento de procedimen-
perdida e/ou melhorar a aparência e es- tos restauradores associados ao trata-
tética.
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mento ortodôntico: pacientes podem ter 3. Facilitar o tratamento restaurador


alterações de MIH e RC. posicionando corretamente os
dentes.
Uma vez que todos os problemas
tenham sido identificados e categoriza- TRATAMENTO NÃO CONSEVADOR
dos  a oclusão pode ser reestabeleci-
Para indivíduos cujo objetivo é
da com a posição existente ou alguns
melhorar a qualidade de vida, buscam
dentes deverão ser deslocados para
melhora da aparência dentária e facial
atingir resultados satisfatórios, estáveis
para alcançar vantagens sociais.
e ideais? Há necessidade de extrações?
É possível resolver o problema somente O tratamento não conservador é
com aparelho ou é necessária a cirurgia muito indicado para a estética facial e
ortognática? para distúrbios do sono (síndrome da
apneia obstrutiva).
OBS: adultos não têm mais crescimento
ósseo. Riscos associados ao tra-
tamento ortodôntico
OBJETIVOS DA ORTODONTIA CONSER-
VADORA 1. Não identificar os desvios de
normalidade na época correta:
1. Melhorar a saúde periodontal,
eliminando áreas de acúmulo de O clínico geral e o odontopedia-
placa bacteriana e melhorando o tra deveriam saber identificar os proble-
contorno da tábua óssea adja- mas que estão acontecendo durante o
cente aos dentes; desenvolvimento da criança.
2. Estabelecer proporções favorá-
Um clínico geral deveria, neces-
veis entre coroa-raiz e posicionar
sariamente, pedir uma radiografia pano-
os dentes de modo que as forças
râmica da criança que está atendendo
oclusais sejam distribuídas ao
 contar os dentes e ver se existe al-
longo do eixo do dente;
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guma assimetria no desenvolvimento e Quanto mais tempo de uso de


erupção dos dentes permanentes. aparelho, maior é a chance de reabsor-
ção radicular. A reabsorção pode ser de
2. Padrão de crescimento geneti-
maior ou menor gravidade e pode levar
camente desfavorável:
até a perda do dente.
Saber identificar se a má-oclusão
Ancoragem esquelética
tem origem esquelética, dentária ou am-
bas. na ortodontia

Toda vez que estivermos frente a Movimento dentário ortodôntico  es-


uma má-oclusão de origem esquelética tímulo mecânico  estímulo biológico.
temos que saber que o problema é de
O estímulo mecânico é aplicado
formação óssea. Há um limite até onde é
na coroa do dente. A força deve ser
possível atuar. É impossível controlar o
transduzida em estímulo biológico  a
crescimento crânio-facial.
força é transmitida da coroa para a raiz e
Não é possível prever o cresci- da raiz para o ligamento periodontal e
mento da maxila e da mandíbula quando osso alveolar.
a má-oclusão for de origem esquelética.
De um lado, o LP e o osso alveo-
3. Problemas relacionados à má hi- lar serão pressionados e, do lado contrá-
giene bucal: rio da força, essas estruturas são tensio-
nados.
Cárie, doença periodontal, gengi-
vite, entre outros. O aparelho é um nicho Na área de pressão, o organismo
para retenção de biofilme e deve ser produz osteoclastos  reabsorção ós-
higienizado corretamente. sea.

4. Uso inadequado de aparelhos or- Na área de tensão, o organismo


todônticos; produz osteoblastos  neoformação
5. Reabsorção radicular: óssea.
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Esse processo de perda e ganho ANCORAGEM


de osso é chamado de remodelação ós-
o Maximimar os movimentos dese-
sea. É esse processo que permite que o
jados;
dente mude de lugar.
o Minimizar os movimentos indese-
Terceira lei de Newton - para toda força jados;
de ação existe uma reação igual e con- o Gerenciar o espaço no tratamen-
trária. Isso é um problema, pois em cer- to ortodôntico, evitando perda de
tas situações apenas um dente precisa ancoragem;
ser movido, mas para isso outros tam- o Para obter o efeito desejado, a
bém vão mudar de posição. ancoragem deve ser considerada
no plano horizontal, vertical e sa-
Isso faz com que a ortodontia se-
gital.
ja um tratamento longo e demorado, pois
o O movimento dentário aumenta
é um processo biológico. O corpo tem
com o aumento da força até um
que reagir a partir do estímulo mecânico,
ponto em que diminui;
isso demora no mínimo 4 semanas.
o Após esse ponto, aumentar a for-
OBS: para aplicar a força em algum de- ça simplesmente tensionará as
terminado dente, outro deve servir de unidades de ancoragem com
ancoragem. efeito negativo nos dentes da an-

FORÇAS RECÍPROCAS coragem.

o O movimento dentário cria forças FORÇA IDEAL

recíprocas; Os níveis de força gerados de-


o Ancoragem pode ser obtida a pendem:
partir de dentes, mucosa, osso,
o Das propriedades do aparelho;
implantes ou extra-oralmente.
o Do material do fio;
o Da deflexão;
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o Do comprimento e a espessura Diferenças:


afetando o controle da força;
1. Os implantes protéticos conven-
Uma força suave contínua é mais cionais necessitam da osseoin-
eficaz para garantir a movimentação tegração. Eles só são carregados
dentária pretendida, ocorrendo cerca de após essa osseointegração e de-
14 dias após a compressão do ligamento vem ser permanentes;
periodontal. 2. A força no mini-implantes pode
ser aplicada na mesma hora da
OBS: movimento de corpo e verticaliza-
colocação e são removidos em
ção requerem maior força, pois uma
pouco tempo;
maior superfície dentária deve ser mo-
3. Os implantes convencionais es-
vimentada.
tão sujeitos a altas forças inter-
A necessidade de tratamento or- mitentes de mastigação, mas as
todôntico que exija a adesão mínima do forças que atuam nos TADs são
paciente incentivou a pesquisa sobre o leves e contínuas;
uso de implantes como ferramentas de 4. A direção do carregamento e o
ancoragem. tamanho dos implantes variam

IMPLANTES E MINI-IMPLANTES entre os dois sistemas.

Os implantes dentários também Inicialmente, os implantes en-

são utilizados na prática ortodôntica para dósseos (localizados nas regiões edêntu-

ancoragem  implante não movimenta. la, palatina ou retromolar) foram introdu-


zidos na ortodontia para melhorar a an-
Com isso, surgiram os mini-
coragem. Devido ao seu tamanho, esses
implantes (Temporary Anchorage Device
implantes requerem tamanho de osso
– TAD). Foram introduzidos como dispo-
suficiente.
sitivos de ancoragem esquelética tempo-
rária. Para ampliar as aplicações clíni-
cas em ortodontia e diminuir o trauma
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cirúrgico, foram desenvolvidos dispositi- Quando o movimento de um úni-


vos menores que podem ser colocados co dente é difícil de ser realizado 
em vários locais próximos à arcada den- ancoragem dentária insuficiente, doença
tária. periodontal, verticalização e desimpac-
tação.
Alguns estudos sugerem que pe-
ríodos de cicatrização desses implantes OBS: miniplacas e implantes extra-
menores podem ser reduzidos ou mesmo alveolares são passíveis de maior aplica-
evitados, em comparação com implantes ção de força do que os mini-implantes.
dentários, palatais ou retromolares.
Os mini-implantes e mini-placas
Atualmente, 2 tipos de TADs são reduzem os efeitos colaterais nos outros
utilizados na ortodontia: dentes, pois eles estão ancorados no
osso e não no dente.
1. Mini-implantes de parafuso;
2. Mini-placas ósseas. Interceptação das mor-
APLICAÇÕES CLÍNICAS didas cruzadas posterio-
res
Minimizar a preocupação com a
cooperação do paciente  retração dos Mordidas cruzadas na região pos-
dentes anteriores, ortodontia lingual, terior e anterior não podem permanecer,
ortopedia e expansão. elas sempre devem ser interceptadas 

Procedimentos que não podem saber diagnosticar e saber o momento

ou dificilmente podem ser alcançados certo de tratar.

com ortodontia convencional  retra- A mordida cruzada é a relação


ção de toda a dentição, distalização e anormal no sentido vestíbulo-lingual, de
mesialização de molares, intrusão de um ou mais dentes da maxila e mandíbu-
dentes posteriores/anteriores. la, quando os arcos dentários se encon-
tram em uma relação cêntrica.
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OBS: em ortodontia, o canino é conside- A cúspide P do superior não oclui


rado um dente posterior. Então, de cani- na fossa central do inferior, nesse caso
no para trás, a mordida cruzada é poste- de cruzamento vestibular, ela toca na
rior. cúspide V do inferior (pior condição de
tratamento).
Devemos sempre manipular o
paciente, pois em MIH pode-se ter uma OBS: a mordida cruzada posterior não
condição diferente da RC. tem autocorreção, ela piora com o tem-
po. Então, o quanto antes tratar, melhor.
A mordida cruzada pode ser mar-
cada por um cruzamento lingual  o Prevalência  5 a 18%, dependendo do
dente maxilar está por dentro do dente lugar.
mandibular.
Os grandes responsáveis pelo
aparecimento e desenvolvimento da
mordida cruzada são os problemas respi-
ratórios  poluição.

CLASSIFICAÇÃO

Ela pode ser também marcada 1. Quanto à área comprometida:


por um cruzamento vestivular (relação a. Basal (esquelética): base
Brodie)  o dente maxilar está comple- maxilar menor que o ta-
tamente para fora do dente mandibular. manho da mandíbula 
atresia palatina;
b. Dentária (alveolar): den-
tes inclinados para dentro
 a base maxilar man-
tém sua dimensão, porém
os dentes estão inclina-
dos.
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O tratamento da mordida cruzada o Interposição lingual;


dentária é mais fácil. Para mordida cru- o Alimentação (alimenta-
zada basal, é necessário um aparelho ção pastosa e macia não
fixo para expandir a base da maxila. gera estímulo para o
crescimento maxilar);
2. Quanto ao desvio funcional:
o Morfologia dentária (den-
a. Com desvio: interferência
te em formato ou posição
oclusal que leva a um
que não é o ideal) - irrup-
desvio (linha média não
ção ectópica;
coincide);
o Traumatismo;
b. Sem desvio: tratamento
o Causas idiopáticas.
muito mais simples.
3. Quanto ao número de lados afe- MOTIVOS PARA TRATAMENTO PRECOCE
tados:
1. Aproveitar a bio-elasticidade ós-
a. Unilateral (assimétrica):
sea (osso mais plástico e macio
arco não parabólico;
quando é criança);
b. Bilateral (simétrica): arco
2. Redirecionar o germe do dente
parabólico.
permanente ao expandir a arcada
OBS: quando faz expansão, a cúspide de uma criança muito nova;
palatina fica mais baixa do que antes  3. Proporcionar um melhor relacio-
sequela vertical. Pode gerar mordida namento esquelético;
aberta anterior ou piorar a que já existe. 4. Eliminar posições inadequadas
da ATM;
CAUSAS DA MORDIDA CRUZADA
5. Contribuir com a autoestima do
1. Genética; paciente.
2. Fatores ambientais:
FORMAS DE TRATAMENTO
o Desequilíbrio muscular:
sucção não nutritiva e o Ortodontia (quando envolve ape-
respiração oral; nas movimento dentário);
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o Ortopedia (quando envolve ex-


pansão da base óssea);
o Cirurgia.

Expansão lenta, feita com apare-


lhos removíveis ou fixos  objetivo de
movimentar alvéolo (para casos de mor-
dida cruzada dentária).

Expansão rápida, com aparelhos


fixos  objetivo de romper a sutura do
palato - disjunção palatina (para casos
de mordida cruzada esquelética).

A força para disjunção deve ser


pesada e em curto espaço de tempo.
Duas ativações por dia durante duas
semanas são capazes de romper a sutu-
ra.

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