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CURSO ON-LINE - D.

CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES


PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
Aula 3:
Olá Pessoal tudo certo? Estão gostando do curso? Tem alguma crítica
ou sugestão? Vamos interagir mais pelo fórum! Precisando de algo, é
só falar.
Bom, depois de 3 aulas (zero + 2) que foram puramente doutrinárias,
com muita teoria, hoje vamos efetivamente entrar na Constituição
Federal e começaremos a abordar as literalidades.
Nesta aula, ainda teremos um grande carga doutrinária, pois veremos
que os princípios fundamentais são na verdade como um "resumo" de
tudo que está nos 250 artigos da nossa Lei Maior. E por isso, haja
coisa implícita e decorrência de cada um dos princípios ali insculpidos.
Dá pra imaginar, né?
Vamos então começar logo o estudo dos nossos princípios
fundamentais:

Princípios Fundamentais:
Primeiro, vamos entender um pouco melhor o que seriam esses
"Princípios Fundamentais":
• Conceito: São os princípios básicos da estruturação e organização
do Estado e do seu Poder Político.
• Na Constituição: Vão do art. 1º ao 4º.
• Sinônimos: Princípios político-constitucionais (pois organizam o
Estado - os que decorrem deles são os jurídico-constitucionais), -
Tudo que for relacionado ao termo "político" estará dando idéia de
"organização"- são também chamados de normas-síntese, normas-
matriz (pois sintetizam e servem de origem para diversos
desdobramentos ao longo da Constituição).
• Princípios Fundamentais X Princípios Gerais do Direito: Não
se pode confundir os princípios fundamentais com os princípios
gerais do direito constitucional. Enquanto aqueles estão positivados
na Constituição, estes formam um estudo teórico, são aplicáveis a
vários ordenamentos.

Questões para fixar:


1. (ESAF/Advogado-IRB/2006 - Adaptada) Segundo a
doutrina, os princípios político-constitucionais são materializados
sob a forma de normas-princípio, as quais, freqüentemente, são
desdobramentos dos denominados princípios fundamentais.
Comentários:

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Os princípios político-constitucionais são os próprios princípios
fundamentais.
Gabarito: Errado.

2. (ESAF/Analista-SUSEP/2010 - Adaptada) Muito se tem


falado acerca dos princípios constitucionais. Sobre tais princípios, é
correto afirmar que:
a) É correto dizer que há distinção entre os princípios constitucionais
fundamentais e os princípios gerais do direito constitucional.
b) as normas-sínteses ou normas-matrizes não têm eficácia plena e
aplicabilidade imediata.
c) os princípios jurídico-constitucionais não são princípios
constitucionais gerais, todavia não se constituem em meros
desdobramentos dos princípios fundamentais.
d) quando a Constituição prevê que a ordem econômica e social tem
por fim realizar a justiça social, não estamos diante de uma norma-
fim, por não abranger todos os direitos econômicos e sociais, nem a
toda a ordenação constitucional.
Comentários:
Letra A - Correto.
Letra B - Errado. Os princípios fundamentais, em regra, definem a
forma de Estado, a forma de Governo, estabelecem os fundamentos
do Estado, e, assim, possuem eficácia plena. Existem exceções como
as normas programáticas do art. 3º. No entanto está errado dizer os
princípios fundamentais "não têm eficácia plena e aplicabilidade
imediata", generalizando.
Letra C - Errado. Como vimos, os jurídico-constitucionais são
desdobramentos dos político-constitucionais. Isso também não é uma
afirmação 100%. Canotilho diz que "muitas vezes" são
desdobramentos. De qualquer forma, está incorreta a questão. Mas
nessa o examinador quase escorregou.
Letra D - Errado. Normas-fim são as normas que direcionam o poder
público a alcançar um objetivo, uma norma programática. Segundo
Canotilho, a determinação constitucional segundo a qual as ordens
econômicas e social tem por fim realizar a justiça social constitui uma
norma-fim, que permeia todos os direitos econômicos e sociais e os
demais princípios informadores da ordem econômica são da mesma
natureza.
Gabarito: Letra A.

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Cobrança do tema:
A cobrança dos princípios fundamentais pode se dar de duas formas:
literalidade ou cobrança de doutrina/jurisprudência.

Cobrança de literalidade:
Todas as bancas cobram a literalidade dos art. 1ª ao 4º da
Constituição e não raramente tentam confundir o candidato com os
nomes que ali aparecem.
Assim, existem 4 coisa que devem estar completamente
decoradas:
(POR FAVOR!!! Esqueça seu telefone, seu endereço, mas não
esqueça da literalidade destes artigos)

ƒ soberania;
ƒ cidadania;
FUNDAMENTOS (art. 1º): ƒ dignidade da pessoa humana;
(So-Ci-Di-Val-Plu) ƒ valores sociais do trabalho e
da livre iniciativa;
ƒ pluralismo político.
ƒ Construir uma sociedade livre,
justa e SOLIDÁRIA;
ƒ Garantir o desenvolvimento
nacional;
ƒ ERRADICAR a pobreza e a
OBJETIVOS FUNDAMENTAIS
marginalização e REDUZIR as
(art. 3º): desigualdades sociais e
regionais; e
ƒ Promover o bem de todos,
sem preconceitos de origem,
raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de
discriminação.

PRINCÍPIOS QUE REGEM AS ƒ independência nacional;


RELAÇÕES INTERNACIONAIS ƒ prevalência dos direitos
(art. 4º): humanos;
(in-pre-auto-não-igual-defe- ƒ autrminação dos povos;
so-re-co-co) ƒ não intervenção;

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ƒ igualdade entre os Estados;
ƒ defesa da paz;
ƒ solução pacífica dos conflitos;
ƒ repúdio ao terrorismo e ao
racismo;
ƒ cooperação entre os povos
para o progresso da
humanidade;
ƒ concessão de asilo político.

ƒ Buscar a integração política,


OBJETIVO DO BRASIL NO econômica, social e cultural
PLANO INTERNACIONAL(art. entre os povos da AMERICA
4º, §único): LATINA, visando formar uma
sociedade LATINO-
AMERICANA de nações.

Não esqueçam também a literalidade do caput do art. 1º e seu


parágrafo único e do art. 2º:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada
pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e
do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito (...).
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que
o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário.
Mais tarde, veremos os desdobramentos dessas coisas, ok? Agora,
trate de ficar repetindo isso tudo para você mesmo, até decorar cada
palavrinha.
Para te ajudar nessa tarefa árdua, vamos ver questões que deixarão
essa decoreba mais agradável:

• Questões da FCC:

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3. (FCC/Ass. Legislativo - ALESP/2010) Constitui um dos
fundamentos da República Federativa do Brasil, de acordo com a
Constituição Federal de 1988,
a) a garantia do desenvolvimento nacional.
b) a não intervenção.
c) a defesa da paz.
d) a igualdade entre os Estados.
e) o pluralismo político.
Comentários:
A letra A traz um dos "objetivos fundamentais" da República
Federativa do Brasil (art. 3º).
As letras b, c e d trazem princípios que regem as relações
internacionais (art. 4º) e não objetivos fundamentais.
A letra E é a única que traz corretamente um fundamento (art. 1º).
Gabarito: Letra E.

4. (FCC/Ag. Técnico Legislativo - ALESP/2010) Ao tratar dos


princípios fundamentais do Estado brasileiro, a Constituição Federal
estabelece que:
a) são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo, o Judiciário e o Ministério Público.
b) constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil
erradicar as desigualdades econômicas, sociais e culturais.
c) a República Federativa do Brasil buscará a integração econômica,
política e cultural dos povos da América Latina, da Europa e da África,
visando à formação de uma comunidade de nações.
d) todo o poder emana do povo, que o exerce diretamente conforme
determina a legislação eleitoral.
e) a República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações
internacionais pelo princípio da não intervenção.
Comentários:
A letra A erra, pois o Ministério Público, embora seja considerado "na
prática" um quarto poder, não é formalmente um dos Poderes do
Estado. A Constituição adota à clássica teoria de Montesquieu que
divide as funções do poder político em 3: Legislativa, Executiva e
Jurisdicional.
Letra B - Pegadinha clássica - O que se quer erradicar é a pobreza e a
marginalização. Se quer apenas "reduzir" as desigualdades. Não se
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pode vislumbrar um país sem desigualdades, isso é mais que utopia.
O que se busca é que as desigualdades sejam "mínimas",
"reduzidas".
Letra C - Europa e África??? Viajou! O correto seria apenas "América
Latina", nos termos do parágrafo único do art. 4º.
Letra D - O correto seria "que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição".
Letra E - Aí sim... a FCC foi colocando um monte de casca de banana,
e deixou a resposta certa lá na última!
Gabarito: Letra E.

5. (FCC/Técnico do TRT 7º/2009) Segundo a Constituição


Federal, a República Federativa do Brasil é formada:
a) pelos cidadãos dos quais emana o poder exercido por meio de
representantes eleitos.
b) pelo conjunto de cidadãos aos quais são garantidos os direitos
fundamentais.
c) pela união dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
d) pela integração econômica, política e social de todos os Estados.
e) pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito
Federal.
Comentários:
Essa questão explora a simples literalidade do art. 1º da Constituição.
Gabarito: letra E!

6. (FCC/Técnico-TCE-GO/2009) Considere as seguintes


afirmações sobre os princípios fundamentais da Constituição da
República:
I. A República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel
dos Estados, Municípios e Distrito Federal.
II. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes ou diretamente, nos termos da Constituição.
III. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do
Brasil, dentre outros, a construção de uma sociedade livre, justa e
solidária e a garantia do desenvolvimento nacional.
Está correto o que se afirma em
a) I, apenas.
b) II, apenas.
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c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I, II e III.
Comentários:
A questão pediu "princípios fundamentais", então, estará correta
qualquer coisa que estiver do art. 1º ao 4º da Constituição, vamos
ver:
I- Correto. Literalidade do Caput do art. 1º.
II- Correto. Literalidade do parágrafo único do art. 1º
III- Correto. Literalidade do art. 3º, I e II.
Gabarito: Letra E.

7. (FCC/Técnico-TRT 15ª/2009) Sobre os princípios


fundamentais da República Federativa do Brasil, é correto afirmar que
a) foi acolhido, além de outros, o princípio da intervenção para os
conscritos.
b) dentre seus objetivos está o de reduzir as desigualdades regionais.
c) um dos seus fundamentos é a vedação ao pluralismo político.
d) o Brasil rege-se nas suas relações internacionais, pela dependência
nacional.
e) a política internacional brasileira veda a integração política que
vise à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
Comentários:
Mais uma vez, buscaremos qualquer coisa que esteja do art. 1º ao 4º
da Constituição:
Letra A - Não existe isso... conscrito é aquela pessoa que está no
serviço militar obrigatório, não há lógica alguma na afirmação.
Letra B - Correto. Art. 3º, III.
Letra C - Errado. O pluralismo não é vedado, ele é garantido!
Letra D - O correto seria "independência".
Letra E - Errado. O Brasil deve buscar esta integração (CF, art. 4
parágrafo único)
Gabarito: Letra B

8. (FCC/TRT 18ª/2009) Quanto aos Princípios Fundamentais,


considere:

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I. A República Federativa do Brasil, formada pela união dissolúvel dos
Estados e dos Municípios, constitui-se em Estado Democrático de
Direito.
II. São Poderes da União, dependentes entre si, o Legislativo, o
Executivo e o Judiciário.
III. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos da Constituição da
República Federativa do Brasil.
IV. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações
internacionais pelo princípio da concessão de asilo político.
Está INCORRETO o que consta APENAS em
a) I e IV.
b) I e II.
c) III e IV.
d) II e III.
e) II e IV.
Comentários:
I - Errado. A união é indissolúvel.
II- Errado. Eles são independentes.
III- Correto. CF, art. 2º.
IV- Correto. CF, art. 4º, XI.
Gabarito: Letra C.

9. (FCC/AJAA-TRT 18ª/2008) Quanto aos Princípios


Fundamentais, é correto afirmar que a República Federativa do Brasil
rege-se nas suas relações internacionais, dentre outros, pelo princípio
da
a) exclusiva proteção dos bens jurídicos.
b) não cumulatividade.
c) prevalência dos direitos humanos.
d) uniformidade geográfica.
e) reserva legal.
Comentários:
Agora, a questão pede exclusivamente os princípios do art. 4º.
O único correto é a letra C, segundo o art. 4º, II.
Gabarito: Letra C.
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10. (FCC/Prociurador-Recife/2008) NÃO figuram entre os


princípios pelos quais estabelece a Constituição que a República
Federativa do Brasil se rege, em suas relações internacionais,
a) a independência nacional e a autrminação dos povos.
b) a não-intervenção e a defesa da paz.
c) a igualdade entre os Estados e a solução pacífica dos conflitos.
d) o repúdio ao terrorismo e ao racismo.
e) os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
Comentários:
Mais uma vez, só valem os do art. 4º.
A letra A, B, C, e D estão corretas, porém a letra E trouxe um
fundamento (art. 1º) e não um princípio que rege as relações
internacionais.
Gabarito: Letra E.

• Questões do CESPE:

11. (CESPE/TRT-17ª/2009) A República Federativa do Brasil é


formada pela união indissolúvel dos estados, dos municípios, do
Distrito Federal e dos territórios.
Comentários:
Não se pode incluir os territórios, apenas os estados, municípios e DF
(CF, art. 1º).
Gabarito: Errado.

12. (CESPE/TRT-17ª/2009) De acordo com a Constituição


Federal de 1988 (CF), todo o poder emana do povo, que o exerce
exclusivamente por meio de representantes eleitos diretamente.
Comentários:
Está disposto no parágrafo único do art. 1º: Todo o poder emana do
povo, que o exerce por meio de representantes eleitos "ou"
diretamente, nos termos da Constituição, traduzindo a chamada
democracia mista ou semi-direta.
Gabarito: Errado.

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13. (CESPE/Técnico Administrativo - ANEEL/2010) Os valores
sociais do trabalho e da livre iniciativa, a construção de uma
sociedade livre justa e solidária e a garantia do desenvolvimento
nacional constituem fundamentos da República Federativa do Brasil.
Comentários:
Falou em "fundamentos" deve falar apenas dos que estão no art.1º.
Ali no art. 1º, no famoso so-ci-di-val-plu, encontramos os valores
sociais do trabalho e da livre iniciativa, porém não se pode encontrar
a construção de uma sociedade livre justa e solidária e a garantia do
desenvolvimento nacional, já que estes são objetivos fundamentais e
não fundamentos.
Gabarito: Errado.

14. (CESPE/Agente Administrativo - AGU/2010) Entre os


princípios fundamentais do Estado brasileiro, incluem-se a dignidade
da pessoa humana, a construção de uma sociedade livre, justa e
solidária e a concessão de asilo político. Além disso, a República
Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e
cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma
comunidade latino-americana de nações.
Comentários:
Agora a questão não fala em fundamentos, objetivos ou princípios de
plano internacional. A questão se limita a dizer "princípios
fundamentais", então, vale tudo que esteja do art. 1º ao 4º.
Vejamos:
1- a dignidade da pessoa humana
Ok! É um fundamento do art. 1º.
2- a construção de uma sociedade livre, justa e solidária.
Ok. É um objetivo fundamental do art. 3º.
3- a concessão de asilo político.
Ok. É um princípio das relações internacionais.
4- a República Federativa do Brasil buscará a integração
econômica, política, social e cultural dos povos da América
Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações.
Perfeito, é o objetivo no plano internacional do art. 4º p. único.
Gabarito: Correto.

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15. (CESPE/TRT-17ª/2009) Constitui princípio que rege a
República Federativa do Brasil em suas relações internacionais a
concessão de asilo político, vedada a extradição.
Comentários:
Não é vedada a extradição, embora a concessão de asilo político
realmente seja um princípio que rege a República Federativa do Brasil
em suas relações internacionais.
Gabarito: Errado

16. (CESPE/ABIN/2008) Constitui objetivo fundamental da


República Federativa do Brasil a promoção do bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade ou quaisquer outras
formas de discriminação. Dessa forma, contraria a CF a exigência,
contida em editais de concursos públicos, sem o devido amparo legal,
de limite de idade mínima ou máxima para inscrição.
Comentários:
É uma meta encontrada no art. 3º, IV da Constituição Federal.
Gabarito: Correto.

• Questões da ESAF:

17. (ESAF/ATA-MF/2009) Marque a opção correta.


a) A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica,
geográfica, política e educacional dos povos da América Latina.
b) Construir uma sociedade livre, justa e solidária é um dos
fundamentos da República Federativa do Brasil.
c) A cooperação entre os povos para o progresso da humanidade
constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil.
d) Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação é
princípio que rege a República Federativa do Brasil nas suas relações
internacionais.
e) O repúdio ao terrorismo e ao racismo é princípio que rege a
República Federativa do Brasil nas suas relações internacionais.
Comentários:
Letra A - Errado. A integração será integração política, econômica,
social e cultural.
Letra B - Errado. É um objetivo fundamental do art. 3º
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Letra C - Errado. É um princípio que rege o Brasil nas relações
internacionais.
Letra D - Errado. É um objetivo fundamental do art. 3º.
Letra E - Correto. CF, art. 4º, VIII.
Gabarito: Letra E.

18. (ESAF/TFC-CGU/2008) Assinale a opção que indica um dos


objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil.
a) Valorizar a cidadania.
b) Valorizar a dignidade da pessoa humana.
c) Observar os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
d) Constituir uma sociedade livre, justa e solidária.
e) Garantir a soberania.
Comentários:
A resposta dessa está literalidade do art. 3º da Constituição.
Gabarito: Letra D.

19. (ESAF/AFC-CGU/2008) A República Federativa do Brasil


possui fundamentos e as relações internacionais do País devem ser
regidas por princípios. Assinale a única opção que contempla um
fundamento da República e um princípio que deve reger as relações
internacionais do Brasil.
a) Soberania e dignidade da pessoa humana.
b) Prevalência dos direitos humanos e independência nacional.
c) Cidadania e valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
d) Pluralismo político e repúdio ao terrorismo e ao racismo.
e) Defesa da paz e solução pacífica dos conflitos.
Comentários:
Combinação do art. 1º e o 4º da Constituição.
Gabarito: Letra D.

20. (ESAF/AFRFB/2009) Constitui objetivo fundamental da


República Federativa do Brasil, segundo preceitua o artigo 3o da
Constituição Federal da República/88, o respeito aos valores sociais
do trabalho e da livre iniciativa.
Comentários:
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Estes são "fundamentos" elencados no art. 1º da Constituição e não
"objetivos fundamentais" os quais estão expressos no art. 3º da CF.
Gabarito: Errado.

21. (ESAF/ATRFB/2009) Todo o poder emana do povo, que o


exerce apenas por meio de representantes eleitos, nos termos da
Constituição Federal.
Comentários:
O Brasil tem como regime político a democracia mista, ou seja, a
regência do poder está nas mãos do povo, que o exerce por meio de
seus representantes eleitos e também diretamente usando o
plebiscito, o referendo e a iniciativa popular. (CF, art. 1°, parágrafo
único e art. 14).
Gabarito: Errado.

22. (ESAF/ATRFB/2009) A República Federativa do Brasil não


adota nas suas relações internacionais o princípio da igualdade entre
os Estados.
Comentários:
Trata-se de princípio que rege o Brasil em suas relações
internacionais (CF, art. 4°, V).
Gabarito: Errado.

"Quase literalidades":

23. (CESGRANRIO/Técnico-BACEN/2009) A Constituição de


1988 estabelece alguns princípios fundamentais que apontam um
perfil estruturante do Estado brasileiro e que devem, portanto, ser
observados pelos órgãos de governo. Nesse sentido, caso o Governo
Federal decidisse adotar medidas a partir das quais o Estado
passasse a planejar e dirigir, de forma determinante, a ordem
econômica do país, inclusive em relação ao setor privado, essas
medidas violariam o valor constitucional da
a) soberania.
b) República.
c) Federação.
d) livre iniciativa.
e) supremacia do interesse público.
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Comentários:
A regra básica de todo concurseiro, que eu não canso de frisar é:
frieza na hora da prova. Não se pode desesperar diante do inimigo
(banca organizadora). Essa questão simples, simples. Daquelas que
começam enrolando, enrolando, só para poder desesperar aqueles
candidatos despreparados ou ansiosos em excesso.
Veja como a questão é simples: "... se o Estado passasse a planejar e
dirigir, de forma determinante, a ordem econômica do país, inclusive
em relação ao setor privado". O que é isso? afronta à Soberania? à
República?... Claro que não! Isso é uma afronta à livre iniciativa.
No Brasil temos um sistema capitalista em nossa ordem econômica.
Prima-se pela livre iniciativa, livre concorrência, liberdade
profissional... O Estado atua como "regulador", mas o poder privado é
livre para estabelecer atividades econômicas, desde que não violem
as leis ou os interesses da sociedade.
Gabarito: Letra D

Outra questão deste etilo:


24. (ESAF/EPPGG-MPOG/2008) A Constituição acolhe uma
sociedade conflitiva, de interesses contraditórios e antagônicos, na
qual as opiniões não ortodoxas podem ser publicamente sustentadas,
o que conduz à poliarquia, um regime onde a dispersão do Poder
numa multiplicidade de grupos é tal que o sistema político não pode
funcionar senão por uma negociação constante entre os líderes
desses grupos é tal que o sistema político não pode funcionar senão
por uma negociação constante entre os líderes desses grupos (
José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, 25.
ed. São Paulo: Malheiros, 2005, pp. 143-145, com adaptações ).
Assinale a opção que indica com exatidão o fundamento do Estado
brasileiro expressamente previsto na Constituição, a que faz menção
o texto transcrito.
a) Soberania.
b) Dignidade da pessoa humana.
c) Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
d) Cidadania.
e) Pluralismo político.
Comentários:
O texto fala de pluralidade de opniões, poliarquia (poder nas mãos de
vários), sistema político baseado em negociações dos diversos
interesses.
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Claramente o texto está falando de "pluralismo político".
Gabarito: Letra E.

Cobrança Doutrinária e Jurisprudencial:


Agora vamos ir um pouco mais fundo nesse buraco. ´
Já falamos que os princípios fundamentais são as normas-síntese, ou
seja, aquele pontinho de onde deriva quase tudo que está por vir no
ordenamento jurídico.
Imagine você o quanto de coisa implícita não está presente nestes 4
artigos? É muita coisa... mas, vamos devagarzinho que tudo será
resolvido, não é nenhuma loucura não!
Primeiro, vamos analisar o que diz o art. 1º da CF:
A República Federativa do Brasil, formada pela união
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito
Federal, constitui-se em Estado Democrático de
Direito (...).
Veja que ela traz palavras que nos remetem à "República",
"Federação", "Democracia"...

Então, temos os seguintes institutos da organização do


Estado:

Forma de Governo: República


Forma de Estado: Federação
Regime de Governo ou Democracia (mista ou semi-
Político: direta)
Sistema de Governo: Presidencialismo (art. 84 da CF)

Pulo do Gato:
A forma está no nome "República Federativa" ou seja, forma de
governo = República / forma de Estado = Federação.

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E o que quer dizer uma "Forma de governo", uma "Forma de Estado"
ou um "Sistema de governo"???
Vamos lá:

É maneira como se dá a instituição


do poder na sociedade e como se
a) Forma de Governo dá a relação entre governantes e
governados. Quem deve exercer o
poder e como este se exerce.

Basicamente são as repúblicas (todos exercem o poder) e as


monarquias (só um exerce o poder).

Características da Monarquia:
1- Vitaliciedade - O governante terá o governo em suas mãos por
toda a sua vida. Não há temporariedade.
2- Hereditariedade - Não há eletividade. O governo é passado de
pai para filho, como herança.

Características da República:
A coisa é do povo. Embora, o povo escolha representantes para a
gestão de "sua coisa", estes representantes não se apoderam da
coisa pública. Assim, é essencial que tenhamos em uma república:
1- Temporariedade dos mandados: Pois assim, nenhum
representante tomará para si a feição do poder, permanecendo
ilimitadamente no cargo. Haverá uma rotatividade dos cargos
públicos para que diversas pessoas, com pluralidade de opiniões e
idéias possam representar a sociedade.
2- Eletividade dos cargos políticos: Os cargos políticos só serão
legítimos se providos pro eleições, de acordo com a vontade do povo.
3 - Transparência na gestão pública, através de prestação de
contas, levando a uma responsabilidade dos governantes: Os
representantes não podem se apoderar do patrimônio que é de todos,
nem geri-los como bem entenderem. Devem promover uma gestão
que esteja alinhada com a finalidade do bem comum.

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A divisão entre Monarquia e República é oriunda do pensamento de
Maquiavel.
Maquiavel??? Tá de brincadeira professor???
É isso mesmo, vários amigos nossos lá das antiguidades expuseram
pensamentos sobre a forma de governo. O pensamento deles era da
seguinte forma:
Segundo Aristóteles (384 a.C – 322 a.C.): 6 Formas
hierarquizadas:

Formas Puras Formas Impuras

No interesse geral No interesse próprio

Governo de um Monarquia Tirania

Governo de poucos Aristocracia Oligarquia

Governo de muitos Politéia Democracia

Eu digo que as formas de Aristóteles eram hierarquizadas, pois


segundo ele, a melhor forma era a monarquia, porém se a monarquia
se deturpasse para uma tirania, ela passaria a ser a pior forma de
todas.

Segundo Maquiavel (“O Príncipe” – 1532): 2 formas:


Principados (Monarquia)
República (Aristocracia ou Democracia)

Pulo do Gato:
Maquiavel escreveu "o Príncipe" e nesta obra ele previa como forma
de governo os "principados"

Segundo Montesquieu (“O Espírito das Leis” – 1748):


República – Governo nas mãos de muitos (democracia – todos /
Aristocracia – alguns).
Monarquia – Governo nas mãos de um, mas sujeito às leis.
Despotismo – Governo nas mãos de um, mas sem obediência de leis.
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Pulo do Gato:
Perceba que MontESquieu foi quem escreveu o ESpírito das Leis e
ainda mais interessante é que ele (e somente ele) ainda previa como
forma de governo o dESpostismo.

Observações:
1- O art. 2º dos ADCT dispõe: "no dia 7 de setembro de 1993 o
eleitorado definirá, através de plebiscito, a forma (república ou
monarquia constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo
ou presidencialismo) que devem vigorar no País". O plebiscito
aconteceu e definiu através do voto popular que o Brasil seria uma
república presidencialista.
2- A forma de governo republicana não está presente entre as
chamadas "cláusulas pétreas" (vide CF, art. 60, §4º), ou seja, não
está presente naquela relação das disposições que não podem ser
abolidas (ou reduzidas) de nossa Constituição.
3- Embora não seja uma cláusula pétrea, a forma republicana é um
princípio constitucional sensível (CF, art. 34, VII), ou seja, um
princípio que se não for observado poderá ensejar em uma
intervenção federal.

• Questões da FCC:

25. (FCC/DPE-SP/2009) O princípio republicano, que traduz a


maneira como se dá a instituição do poder na sociedade e a relação
entre governantes e governados, mantém-se na ordem constitucional
mas hoje não mais protegido formalmente contra emenda
constitucional.
Comentários:
Está correta, pois definiu-se corretamente o que seria a "forma de
governo" - no Brasil, a "república" - e corretamente asseverou que
esta forma de governo não é mais uma cláusula pétrea, ou seja, é
algo que não está protegido contra emendas constitucionais (vide CF,
art. 60 §4º). Lembrando que, no entanto, a república continua sendo
um princípio constitucional sensível (CF, art. 34, VII) ou seja, um
princípio que se não observado pelos entes da Federação, poderá
ensejar uma "intervenção federal" da União no Estado ou Distrito
Federal que esteja ofendendo tal princípio.

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Gabarito: Correto.

• Questões do CESPE:

26. (CESPE/Analista-TJ-RJ/2008) A República é uma forma de


Estado.
Comentários:
Doutrinariamente, classifica-se como "forma de governo".
Gabarito: Errado.

27. (CESPE/SECONT-ES/2009) O termo Estado republicano


refere-se não apenas a organizações institucionais, mas a um
compromisso social com a coisa pública, no exercício da tolerância,
no respeito à identidade do homem, dentro do prisma individual
(pluralismo) e cultural.
Comentários:
A república é a forma de governo em que os atos devem manifestar a
vontade geral, já que o Estado se manifesta em um bem comum, um
compromisso social.
Gabarito: Correto.

28. (CESPE/Juiz Substituto–TJ-PI/2007) Para Maquiavel, as


formas de governo são os principados, as repúblicas e as
democracias.
Comentários:
Para Maquiavel teríamos apenas 2 possíveis formas de governo:
Principados (monarquia) e as repúblicas, democracia seria uma forma
de exercício da república.
Gabarito: Errado.

29. (CESPE/Juiz Substituto–TJ-PI/2007) Para Montesquieu,


três são as formas de governo: monarquia, aristocracia e politéia,
que se degeneram por meio da tirania, da oligarquia e da
democracia, respectivamente.
Comentários:
Essa era a visão de Aristóteles.

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MontESquieu foi quem escreveu o ESpírito das Leis e que previa o
dESpotismo.
Gabarito: Errado.

30. (CESPE/Juiz Substituto–TJ-PI/2007) Para Aristóteles, os


governos são republicano - no qual todo o povo, ou pelo menos uma
parte dele, detém o poder supremo -; monárquico - em que uma só
pessoa governa - e despótico - em que um só arrasta tudo e todos
com sua vontade e seus caprichos, sem leis ou freios.
Comentários:
Essa era a visão de Montesquieu.
Gabarito: Errado.

• Questões da ESAF:

31. (ESAF/AFC-STN/2005) Forma de governo diz respeito ao


modo como se relacionam os poderes, especialmente os Poderes
Legislativo e Executivo, sendo os Estados, segundo a classificação
dualista de Maquiavel, divididos em repúblicas ou monarquias.
Comentários:
Realmente a forma de governo é concretizada (segundo Maquiavel e
também atualmente) nas repúblicas e monarquias, porém, a forma
de governo é o desenho, é a maneira pela qual se dá a instituição do
poder na sociedade e como se dá a relação entre governantes e
governados. Assim, na república teremos o poder de todos e na
monarquia o poder de apenas um. O que o enunciado falou, na
verdade seria o conceito de "sistema de governo" (relação entre os
órgãos).
Gabarito: Errado.

32. (ESAF/Analista Jurídico-SEFAZ-CE/2007) A República é a


forma de organização do Estado adotada pela Constituição Federal de
1988. Caracteriza-se pela temporariedade do mandato dos
governantes e pelo processo eleitoral periódico.
Comentários:
República é a forma de governo adotada pela Constituição e não a
forma de Estado adotada, que foi a federação.
Gabarito: Errado.

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33. (ESAF/AFC-CGU/2006) O princípio republicano tem como
características essenciais: a eletividade, a temporariedade e a
necessidade de prestação de contas pela administração pública.
Comentários:
Exato. Todas essas características permitem, conjuntamente que haja
um escolha direta dos representantes, um revezamento dos
governantes e que se demonstre que a "coisa pública" não está sendo
apropriada por eles.
Gabarito: Correto.

34. (ESAF/AFC-CGU/2006) Em função da forma de governo


adotada na Constituição de 1988, existe a obrigação de prestação de
contas por parte da administração pública.
Comentários:
Isso aí. A forma de governo que adotamos foi a república o que
implicitamente pressupõe uma administração transparente dos
recursos públicos.
Gabarito: Correto.

• Questões da CESGRANRIO:

35. (CESGRANRIO/Advogado - Petrobrás/2008) De acordo


com a doutrina, os princípios constitucionais fundamentais
estabelecidos no Título I da Constituição Federal de 1988 podem ser
discriminados em princípios relativos (i) à existência, forma e tipo de
Estado; (ii) à forma de governo; (iii) à organização dos Poderes; (iv)
à organização da sociedade; (v) à vida política; (vi) ao regime
democrático; (vii) à prestação positiva do Estado e (viii) à
comunidade internacional. Adotando essa classificação, é exemplo
típico de princípio fundamental relativo à forma de governo o
princípio:
a) federalista.
b) republicano.
c) de soberania.
d) do pluralismo político.
e) do Estado Democrático de Direito.
Comentários:
A banca traz no enunciado da questão uma posição doutrinária de
José Afonso da ele que traz esses tipos de divisões (que não
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tem tanta relevância prática para concursos). Para "matar" uma
questão como essa não precisa de tanto esforço, bastava lembrar
daquele "pulo do gato": falou em forma, lembrou-se de "república
federativa". Se o Brasil é um Estado Federal, é porque sua forma de
Estado é a federação. Sobrou a forma de governo republicana.
Gabarito: Letra B.

• Questões da FGV

36. (FGV/Fiscal-SEFAZ-RJ/2008) O Brasil é uma república, a


indicar o governo como:
a) sistema.
b) forma.
c) regime.
d) paradigma.
e) modelo.
Comentários:
Mais uma vez o pulo do gato, vamos fixar: falou em forma, lembrou-
se de "república federativa". Se o Brasil é um Estado Federal, é
porque sua forma de Estado é a federação. Sobrou a forma de
governo republicana.
Gabarito: Letra B.

O modo de exercício do poder


b) Forma de Estado
político em função do território

O Brasil adota como forma de Estado a federação, ou seja, o modo de


distribuição geográfica do poder político se dá com a formação de
entidades autônomas (vide art. 18). Essa autonomia se manifesta
através de três ou quatro facetas (dependendo do doutrinador):

capacidade de os entes
escolherem seus governantes
Autogoverno:
sem interferência de outros
entes;

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capacidade de instituírem suas
próprias constituições (no caso
Auto-organização: dos estados) ou leis orgânicas
(no caso dos municípios e do
DF);
capacidade de elaborarem suas
próprias leis através de um
processo legislativo próprio,
Autolegislação:
embora devam seguir as
diretrizes do processo em âmbito
federal;
capacidade de se administrarem
de forma independente, tomando
Autoadministração:
suas próprias decisões executivas
e legislativas.

Observações:
1- Para alguns doutrinadores não haveria a separação entre auto-
organização e autolegislação.
2- Estamos falando de autonomia, não de soberania. A soberania,
que a Constituição adota em seu art. 1º, I, como um fundamento da
República Federativa do Brasil (definida como o poder supremo que o
Estado brasileiro possui nos limites do seu território, não se su-
jeitando a nenhum outro poder de igual ou superior magnitude e
tornando-se um país independente de qualquer outro no âmbito
internacional) irá se manifestar apenas na pessoa da República
Federativa do Brasil, entendida como a união de todos os entes
internos, representando todo o povo brasileiro, povo este que é o
verdadeiro titular da soberania.
3- Nem mesmo o ente federativo "União" possui soberania, a União
possui apenas autonomia tal como os Estados, Distrito Federal e
Municípios. A República Federativa do Brasil é única soberana e que
se manifesta internacionalmente como pessoa jurídica de direito
internacional.

Federação x Confederação: Em uma federação temos um Estado


fracionado em unidades autônomas. Nas confederações as unidades
não são simplesmente autônomas, elas são soberanas. Assim, a
federação é uma união indissolúvel, ou seja, os entes não têm o
direito de secessão. Já nas confederações, os Estados podem se
separar do bloco.

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Características da nossa federação:
1. Indissolubilidade: Pelo fato de os entes não possuírem o
direito de secessão.
2. Cláusula Pétrea Expressa: A Constituição expressamente
protegeu a forma federativa de estado como uma cláusula pétrea
(CF, art. 60§4º), impedindo assim que uma emenda constitucional
possa vir a dissolver a federação ou ofender o pacto federativo
(autonomia dos entes federados);
3. Federação por segregação, ou movimento centrífugo:
diferentemente do EUA, onde haviam vários Estados que se
"agregaram" (movimento centrípeto) para formar o país, no Brasil
tinha-se apenas um Estado que se desmembrou em outros.
4. Federalismo de 3º grau: até a promulgação da
Constituição Brasileira de 1988, os Municípios não possuíam
autonomia, tínhamos, então, um federalismo de 2º grau, formado
apenas pelas esferas federal e estadual. Após a promulgação da
Constituição vigente, o país passou a ter um federalismo de 3º grau,
reconhecendo os Municípios como autônomos e, assim, adotando
uma espécie bem peculiar de federação.
5. Federalismo cooperativo: existe uma repartição de
competências de forma que cada ente federativo irá contribuir para a
finalidade do Estado, havendo a previsão de competências que são
comuns a todos, além de colaborações técnicas e financeiras para a
prestação de alguns serviços públicos, e repartição das receitas
tributárias.

• Questões da FCC:

37. (FCC/TCE-CE/2006) Confederação é a união permanente de


dois ou mais Estados-membros, os quais, conservando sua
autonomia político-administrativa, abrem mão de sua soberania, em
favor do Estado Federal.
Comentários:
Os Estados que formam uma confederação, diferentemente dos que
formam uma federação, são soberanos. Eles possuem o direito de
secessão, ou seja, de se separar do bloco. A união deles acontece
para que se aumente a força representativa internacional.
Gabarito: Errado.

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38. (FCC/TCE-CE/2006) Estado simples é aquele formado por
mais de um Estado com alguns ou vários poderes públicos internos
funcionando ao mesmo tempo.
Comentários:
O Estado simples é aquele unitário, onde não existe descentralizções
do poder político. Assim, erra o enunciado ao falar em "formado por
mais de um Estado" e "vários poderes públicos internos". Essas
característica seria na verdade referentes a Estados complexos
(federações e confederações) e não a Estados Unitários.
Gabarito: Errado.

• Questões do CESPE:

39. (CESPE/MPS/2010) O Estado federado nos moldes do


brasileiro é caracterizado pelo modelo de descentralização política, a
partir da repartição constitucional de competências entre entidades
federadas autônomas que o integram, em um vínculo indissolúvel,
formando uma unidade.
Comentários:
O Estado federal brasileiro realmente possui uma descentralização
política o que forma 4 espécies de entidades (União, Estados,
Municípios e DF) todas autônomas. Cada um delas tem a sua
competência constitucionalmente atribuída e se reúnem para criar um
vínculo que não pode ser dissolvido, como é típico das federações.
Gabarito: Correto.

40. (CESPE/Analista-SERPRO/2008) A federação é uma forma


de governo na qual há uma nítida separação de competências entre
as esferas estaduais, dotadas de autonomia, e o poder público
central, denominado União.
Comentários:
Segundo a doutrina, trata-se de forma de Estado e não forma de
governo.
Gabarito: Errado.

41. (CESPE/Promotor-MPE-RN/2009) A federação é o sistema


de governo cujo objetivo é manter reunidas autonomias regionais.
Comentários:

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Trata-se do conceito de "forma de estado" e não de "sistema de
governo". Sistema de governo é "presidencialismo" ou
"parlamentarismo".
Gabarito: Errado.

42. (CESPE/MMA/2009) O modelo de federalismo brasileiro é do


tipo segregador.
Comentários:
Em países como os Estados Unidos tivemos o que se chama de
federalismo de agregação, ou seja, os entes, antes fracionados, se
uniram para formar um único país. Já no Brasil foi o contrário, tinha-
se somente um único ente que se descentralizou formando outros,
daí ser chamado de federalismo por segregação.
Gabarito: Correto.

43. (CESPE/Promotor-MPE-RN/2009) O federalismo brasileiro,


quanto à sua origem, é um federalismo por agregação.
Comentários:
Como vimos, diferentemente dos EUA, onde vários estados se
agregaram e formaram um país, no Brasil, foi um só território que foi
desmembrado. Assim, o federalismo brasileiro é por segregação.
Gabarito: Errado.

44. (CESPE/PGE-AL/2008) Doutrinariamente, entende-se que a


formação da Federação brasileira se deu por meio de movimento
centrípeto (por agregação), ou seja, os estados soberanos cederam
parcela de sua soberania para a formação de um poder central. Isso
explica o grande plexo de competências conferidas aos estados-
membros brasileiros pela CF se comparados à pequena parcela de
competências da União.
Comentários:
Como vimos, no Brasil, temos uma federação por segregação, ou
movimento centrífugo. Diferentemente do EUA, onde haviam vários
Estados que se "agregaram" (movimento centrípeto) para formar o
país, no Brasil tinha-se apenas um Estado que se desmembrou em
outros.
Gabarito: Errado.

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45. (CESPE/Promotor-MPE-RN/2009) Existia no Brasil um
federalismo de segundo grau até a promulgação da CF, após a qual o
país passou a ter um federalismo de terceiro grau.
Comentários:
Era de segundo grau pois previa a autonomia apenas da União e de
Estados. Agora, temos um de 3º grau prevendo a autonomia dos
Municípios.
Gabarito: Correto.

46. (CESPE/Promotor-MPE-RN/2009) Uma das características


comuns à federação e à confederação é o fato de ambas serem
indissolúveis.
Comentários:
Diferentemente do que ocorre nas federações, nas confederações, os
Estados se agregam para aumentar a sua força política internacional,
mas não abdicam de sua soberania, podendo se separar do bloco no
momento em que julgarem necessário.
Gabarito: Errado.

47. (CESPE/ABIN/2008) O direito de secessão somente pode


ocorrer por meio de emenda à CF, discutida e votada em cada Casa
do Congresso Nacional, em dois turnos, sendo ela considerada
aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos
respectivos membros.
Comentários:
É proibido o direito de secessão, já que a Constituição estabelece no
art. 1º que a República Federativa do Brasil é uma união indissolúvel.
Gabarito: Errado.

• Questões FGV:

48. (FGV/Advogado-BADESC/2010 - Adaptada) O sistema


federativo brasileiro prevê a indissolubilidade da federação, sendo
vedada a aprovação de emenda constitucional tendente a abolir a
forma federativa de Estado.
Comentários:
A nossa federação é indissolúvel, não podendo nenhum dos entes
políticos (União, Estados, DF e Municípios) romper o pacto federativo.
E por ser uma cláusula pétrea expressa (CF, art. 60§4º), não é
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possível que uma emenda constitucional possa vir a dissolver a
federação ou ofender o pacto federativo (autonomia dos entes
federados).
Gabarito: Correto.

49. (FGV/Juiz Substituto-TJ-MG/2008 - Adaptada) Como


corolário do princípio federativo, a União, os Estados-membros, o
Distrito Federal e os Municípios, no Brasil, são autônomos e
possuidores da tríplice capacidade de autoorganização e
normatização própria, autogoverno e autoadministração
(Certo/Errado).
Comentários:
Aqui a banca usou a forma "tríplice" e não "quádrupla" das faces da
autonomia, o que também está correto, desde que seja exposta
corretamente: auto-organização, autor-governo e autoaministração.
Veja que embora tenha citado apenas a "tríplice capacidade", o
enunciado deixou bem claro que está incluindo a auto-legislação
(auto-normatização) junto à auto-organização).
Gabarito: Correto.

Sem conceito pacífico na doutrina.


Dizemos que é a forma pela qual se
c) Regime Político
dá a "regência" das decisões
políticas do Estado.

A democracia mista ou semi-direta foi eleita como o regime


político brasileiro (vide preâmbulo e art. 1º), assim, quem é
responsável por reger a política brasileira é o povo, o detentor do
poder, que direciona as ações do governo de duas formas:
1- Diretamente, através do uso do plebiscito, referendo e da
iniciativa popular, ou
2- Indiretamente, através dos representantes eleitos pelo próprio
povo.

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50. (FCC/TCE-CE/2006) Democracia semidireta é aquela que se
caracteriza pela eleição de representantes do povo, por meio do voto,
dotada de mecanismos de participação popular direta, como o
plebiscito, o referendo e a iniciativa popular.
Comentários:
A democracia mista ou semi-direta é o regime político adotado pelo
Brasil e caracteriza-se justamente pelo fato de os governantes serem
eleitos para representar o povo, e em nome dele exercerem o Poder.
Porém, o povo resguarda uma parcela do exercício que se dará
através de:
• Plebiscito (Consulta popular antes de se fazer algo);
• Referendo (Consulta popular para ratificar ou não algo que já
foi feito); e
• Iniciativa Popular (Propositura de leis ordinárias e
complementares através da iniciativa dos próprios cidadãos que
subscrevem o projeto de lei).
Gabarito: Correto.

51. (CESPE/Oficial de Inteligência- ABIN/2010) A soberania


popular é exercida, em regra, por meio da democracia
representativa. A Constituição Federal brasileira consagra, também, a
democracia participativa ao prever instrumentos de participação
intensa e efetiva do cidadão nas decisões governamentais.
Comentários:
A soberania popular no Brasil é exercida pela democracia mista ou
semi-direta, ou seja, em regra temos a representação (governantes
legitimamente eleitos pelo povo para tomarem as decisões políticas),
porém, essa democracia representativa se funde com instrumentos
da democracia direta como o referendo, o plebiscito e a iniciativa
popular, onde o povo poderá diretamente tomar decisões de ordem
política.
Gabarito: Correto.

modo através do qual se relacionam


d) Sistema de os órgãos dos Poderes do Estado
Governo (especialmente Executivo e
Legislativo).

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Existem basicamente dois sistemas de governo: o presidencialismo
e o parlamentarismo.
No Presidencialismo, o Poder Executivo tem uma grande
independência em relação ao Legislativo. No parlamentarismo ocorre
uma maior dependência entre estes poderes já que eles atuam em
colaboração.

É o membro do Poder Executivo


que exerce o papel de
representante do Estado,
Chefe de Estado principalmente no âmbito
externo, mas também como
representante moral perante o
povo, no âmbito interno.
É o membro do Poder Executivo
responsável por chefiar o
Chefe de Governo governo, ou seja, a direção das
políticas públicas em âmbito
interno.

No presidencialismo, temos a unicidade da chefia. O Presidente tem


em suas mãos tanto a chefia de Estado quanto a chefia de governo.
No parlamentarismo, temos uma dualidade de chefia. Existe uma
pessoa como o chefe de Estado e outra como chefe de governo

Sistema diretorial de governo (governo de assembléia):


Deixando de lado o Presidencialismo e o Parlamentarismo, é
importante ainda citarmos o chamado sistema de governo diretorial.
No sistema diretorial, ou “governo de Assembléia”, existe um
diretório (órgão colegiado) formado por membros do parlamento, e é
este diretório que irá exercer o poder. Desta forma, praticamente
inexiste o Poder Executivo, já que ele está completamente
subordinado ao Parlamento que inclusive é responsável por eleger os
membros daquele Poder.

Monarquia Parlamentarista e Monarquia Presidencialista:


O presidencialismo é um sistema político típico das repúblicas, porém
nada obsta que haja (excepcionalmente) uma monarquia
presidencialista.

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A distinção básica entre o presidencialismo e o parlamentarismo está
na unicidade da chefia naquele e na dualidade de chefia que ocorre
neste.
Nas monarquias atuais típicas - monarquias parlamentaristas - temos
o rei como chefe de Estado, porém o governo fica nas mãos do
parlamento através do primeiro-ministro.
Em uma monarquia presidencialista, teríamos a unicidade de chefia
nas mãos do Monarca, que seria não só chefe de Estado, mas
também seria o líder do governo. Essas monarquias têm a tendência
de se tornarem absolutistas, por isso são evitadas.
Muita dúvida é gerada pelo fato de na Espanha termos o "rei" e o
"presidente". Acontece que a Espanha é uma monarquia
parlamentarista, o nome "presidente" nada mais é do que
denominação dada ao primeiro-ministro daquele país.

• Questões da FCC:

52. (FCC/TCE-CE/2006) Parlamentarismo é a forma de governo


em que há profunda independência entre os Poderes Legislativo e
Executivo, que são exercidos por pessoas diferentes, podendo o
Primeiro-Ministro indicado pelo Chefe do Executivo, ser destituído por
decisão da maioria do Legislativo, através da aprovação de moção de
desconfiança.
Comentários:
Parlamentarismo é sistema de governo e não forma de governo, esta
seria Monarquia ou República.
Gabarito: Errado.

53. (FCC/TCE-CE/2006) Sistema diretorial de governo, é aquele


no qual existe total subordinação do Poder Legislativo ao Executivo,
que concentra, em sua totalidade, o poder político estatal, sendo que
o colegiado de governantes é indicado pelo Chefe do Executivo, para
exercício do mandato com prazo indeterminado.
Comentários:
No sistema diretorial, ou “governo de Assembléia”, existe um
diretório (órgão colegiado) formado por membros do parlamento, e é
este diretório que irá exercer o poder. Desta forma, praticamente
inexiste o Poder Executivo, já que ele está completamente
subordinado ao Parlamento que inclusive é responsável por eleger os
membros daquele Poder. Assim, a questão encontrasse
completamente às avessas.
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Gabarito: Errado.

• Questões do CESPE:

54. (CESPE/SEJUS-ES/2009) A CF adota o presidencialismo


como forma de Estado, já que reconhece a junção das funções de
chefe de Estado e chefe de governo na figura do presidente da
República.
Comentários:
A forma de Estado é a federação. o Presidencialismo seria o sistema
de governo brasileiro.
Gabarito: Errado.

• Questões da ESAF:

55. (ESAF/TCU/2006) Imagine que uma certa constituição


disponha que o exercício das funções do Poder Executivo é dividido
entre um Chefe de Estado e um Chefe de Governo. Este último é
escolhido entre os integrantes do Poder Legislativo e depende da
vontade da maioria do parlamento para se manter no cargo. De seu
turno, em certas circunstâncias, o Executivo pode dissolver o
Legislativo, convocando novas eleições. A partir dessas
considerações, é certo dizer:
a) Uma tal constituição, pelas características acima delineadas,
introduz a forma federativa de Estado.
b) Um Estado-membro no Brasil poderia, se quisesse, adotar o
mesmo regime referido no enunciado da questão.
c) De uma constituição como a referida pode-se afirmar, com
segurança, que se classifica como uma constituição flexível,
instituindo um regime tipicamente antidemocrático, na medida em
que permite um autêntico golpe de Estado (a dissolução do
parlamento pelo Executivo).
d) A constituição aludida assumiu característica própria de regime
parlamentarista, em que a separação entre os poderes do Estado não
costuma ter a mesma rigidez do regime presidencialista.
e) De acordo com a informação dada, a norma constitucional referida
consagra regime parlamentarista, Estado unitário e apresenta
característica de constituição flexível.

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Comentários:
Letra A - Estado federal, não tem nada haver com isso. Trata-se de
um Estado cujo modo de distribuição geográfica do poder político se
da com a formação de entidades autônomas.
Letra B - Os Estados-membros, embora tenham auto-organização,
esta sofre limites, reconhecidos pela Jurisprudência e pela Doutrina,
além de ter de observar certas diretrizes. Pelo princípio da simetria
federativa, impõe então uma obrigatoriedade para que o Estado
observe certos princípios fundamentais da Constituição, e um deles,
de observância obrigatória, é o sistema de governo, que deve ser nos
moldes do "presidencialismo", sendo o Governador o chefe do
Executivo estadual. É completamente vedado que um Estado ou
Município escolha o parlamentarismo como seu sistema de governo.
Letra C - Viagem pura! Constituição flexível é aquela que o
procedimento para alterar seu texto é simples, o mesmo do
estabelecido para as leis ordinárias.
Letra D - Agora sim, perfeito. Estas são as características de um
regime parlamentarista.
Letra E - Está correto em falar de parlamentarismo, porém, não
existe elementos suficientes para que se fale em Estado Unitário e
Constituição flexivel.
Gabarito: Letra D.

56. (ESAF/AFTE-RN/2005) Sistema de governo pode ser


definido como a maneira pela qual se dá a instituição do poder na
sociedade e como se dá a relação entre governantes e governados.
Comentários:
O enunciado nos traz a definição de forma de governo, República ou
Monarquia, assim se definirá se o governo estará na mão de uma
pessoa (Monarquia, Mono = um), ou se estará na mão de todos
(República, res publica = coisa pública). Falar em sistema de governo
é falar em "relações entre órgãos (Poderes)" - lembra do sistema
respiratório e etc.?
Gabarito da questão é errado.

57. (ESAF/AFTE-RN/2005) O presidencialismo é a forma de


governo que tem por característica reunir, em uma única autoridade,
o Presidente da República, a Chefia do Estado e a Chefia do Governo.
Comentários:
Eita!... quanta maldade!
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Temos em países parlamentaristas uma chefia dualista: O Presidente
ou Monarca é o chefe de Estado e o Primeiro-Ministro é o chefe de
governo.
O Brasil é um país presidencialista. Isso acontece conosco? Não, pois
no presidencialismo a chefia de governo e de Estado estão juntas na
mão do Presidente.
Ora, então está correto dizer que "O presidencialismo (...) tem por
característica reunir, em uma única autoridade, o Presidente da
República, a Chefia do Estado e a Chefia do Governo"? Sim.
A questão, porém, está correta? Não! Por que Vítor?
Ora, aí entra a maldade da banca. Presidencialismo é sistema de
governo e não forma de governo. Forma de governo é república ou
monarquia.
Gabarito da questão é errado.

Estado Democrático de Direito:


O Estado democrático de direito é a fase atual da evolução dos
Estados.
Primeiramente, com a Revolução Francesa instala-se o que
chamamos de "Estado de Direito" ou "Estado Liberal de Direito". O
Estado é de direito pois se submete aos comandos da lei.
O Estado Liberal de Direito era um Estado "individualista", ou seja,
preocupava-se com as liberdades individuais. O conceito de liberdade
e igualdade, neste tipo de Estado, porém, era deturpado, pois o
indivíduo era visto como um ser abstrato, "ideal", ignoravam-se as
disparidades reais e diferenças econômicas, sociais e culturais entre
eles. Desta forma, o Estado Liberal de Direito cometeu diversas
injustiças pois preocupava-se apenas com a formalidade das
liberdades, as declarações eram generalistas e abstratas.
Surge então um Estado Social de Direito, ou Estado Material de
Direito. Agora, preocupa-se não somente com a formalidade das
liberdades, mas também em dotar os indivíduos de reais condições
para exercê-las e realizar uma justiça social. Este Estado tentava
compatibilizar o sistema capitalista com o Estado do bem-estar social
(Welfare State).
Acontece que tanto o Estado Liberal de Direito quanto o Estado Social
de Direito nem sempre eram caracterizados com um "Estado
Democrático", ou seja, aquele Estado fundado na Soberania Popular e
que teria o povo como regente dos rumos do país. Inclusive, o Estado
Social de Direito recebia críticas de que se estaria usando a política

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do bem-estar social para encobrir uma exploração capitalista ainda
mais cruel.
Assim temos o surgimento do Estado Democrático de Direito.
O Estado de Direito se funda no princípio basilar da "legalidade". O
Estado Democrático de Direto continua a ter a "legalidade" como
base, mas esta legalidade não serve apenas para limitar o poder do
Estado, mas serve de instrumento de transformação da sociedade
devendo estar apoiada na soberania popular, no pluralismo de
idéias, no respeito aos direitos fundamentais e na realização
da justiça social (democracia social, econômica, cultural e
política).
J. Afonso da então, nos ensina que o termo "Estado
Democrático de Direito" é mais que a mera junção formal do "Estado
de Direito" com "Estado Democrático". Podemos inferir que estamos
diante de um Estado pautado na justiça social, e cujas leis refletem a
finalidade de alcançar o bem comum.
De acordo com o referido autor, teríamos os seguintes "princípios"
do Estado Democrático de Direito e a sua tarefas fundamental:
a) Princípio da Constitucionalidade - A Constituição rígida é a
norma superior e legitimada pela vontade popular, devendo ser
respeitada.
b) Princípio democrático - A democracia deve ser representativa e
participativa (democracia mista), além de pluralista com respeito
as minorias.
c) Sistema de direitos fundamentais.
d) Princípio da Justiça Social.
e) Princípio da igualdade - que deve ser a busca pela igualdade
material (tratar de forma desigual os desiguais na medida de suas
desigualdades) e não apenas uma igualdade formal.
f) Princípio da divisão dos poderes.
g) Princípio da legalidade
h) Princípio da Segurança Jurídica.

Tarefa fundamental = Superar as desigualdades sociais e


regionais e instaurar um regime democrático que realize a justiça
social.

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Alexandre de Moraes ainda adverte que não se consegue conceituar
um verdadeiro Estado democrático de direito sem a existência de um
Poder Judiciário autônomo e independente, para que exerça sua
função de guardião das leis e garantidor da ordem na estrutura
governamental republicana.

Vamos resolver as questões:


58. (CESPE/Analista Judiciário - TJRJ/2008) A expressão
"Estado Democrático de Direito", contida no art. 1.º da CF,
representa a necessidade de se providenciar mecanismos de
apuração e de efetivação da vontade do povo nas decisões políticas
fundamentais do Estado, conciliando uma democracia representativa,
pluralista e livre, com uma democracia participativa efetiva.
Comentários:
Exatamente...
Gabarito: Correto.

59. (ESAF/AFT/2006) A concretização do Estado Democrático de


Direito como um Estado de Justiça material contempla a efetiva
implementação de um processo de incorporação de todo o povo
brasileiro nos mecanismos de controle das decisões.
Comentários:
Estado de justiça material é aquela superação do generalismo e
formalismo do Estado de Direito a qual se une a efetiva democracia
com todo o povo participando da regência política.
Gabarito: Correto.

60. (ESAF/AFC-CGU/2006) O pluralismo político, embora


desdobramento do princípio do estado Democrático de Direito, não é
um dos fundamentos da República Federativa do Brasil.
Comentários:
Acertou-se ao dizer que o pluralismo político é um desdobramento do
Estado Democrático de Direito. Porém, errou-se ao dizer que ele não
é um fundamento da República Federativa do Brasil.
Gabarito: Errado.

61. (ESAF/Técnico da Receita Federal/2006) Segundo a


doutrina, não se constitui em um princípio do Estado Democrático de

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Direito o princípio da constitucionalidade, o qual estaria ligado apenas
à noção de rigidez constitucional.
Comentários:
Nós vimos que o princípio da Constitucionalidade é um princípio do
Estado Democrático de Direito.
Gabarito: Errado.

62. (ESAF/Auditor da Receita Federal/2006) Segundo a


doutrina, o princípio do Estado Democrático de Direito resulta da
reunião formal dos elementos que integram o princípio do Estado
Democrático e o princípio do Estado de Direito.
Comentários:
Vimos que de acordo com José Afonso da Silva o termo "Estado
Democrático de Direito" é mais que a mera junção formal do "Estado
de Direito" com "Estado Democrático", o que nos leva a um Estado
pautado na justiça social, e cujas leis refletem a finalidade de
alcançar o bem comum.
Gabarito: Errado.

63. (ESAF/APO-MPOG/2005) O conteúdo do princípio do estado


democrático de direito, no caso brasileiro, não guarda relação com o
sistema de direitos fundamentais, uma vez que esse sistema possui
disciplina própria no texto constitucional.
Comentários:
O sistema de direitos fundamentais é um princípio do Estado
democrático de direito.
Gabarito: Errado.

64. (FESAG/Analista do TRE-ES/2005) Um dos pilares do


Estado Democrático de Direito é a divisão das funções estatais,
consagrada pela doutrina constitucional sob a denominação "Princípio
da Separação dos Poderes". Nesse sentido, a Independência dos
Poderes importa que, entre outras características, a investidura e a
permanência das pessoas num dos órgãos do governo não dependam
da confiança e nem da vontade dos outros.
Comentários:
Exatamente! Lembramos que a questão está falando da "regra", já
que existem exceções sobre a questão da nomeação de membros dos

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poderes, como a nomeação dos ministros do STF serem feitas pelo
Presidente da República após aprovação do Senado Federal.
Gabarito: Correto.

65. (OAB/OAB-MG/2005) São características essenciais do


paradigma "Estado Democrático de Direito", EXCETO:
a) vinculação dos atos estatais à Constituição.
b) consolidação do Estado Mínimo.
c) vinculação do legislador à Constituição.
d) afirmação do princípio da soberania popular.
Comentários:
O erro está somente na letra B, já que Estado Mínimo (Estado que se
preocupa em prover somente os serviços essenciais como segurança
pública e etc.) não tem nada haver com Estado Democrático de
Direito.
Gabarito: Letra B.

66. (ESAF/Técnico MPU/2004) Como decorrência da adoção do


princípio do Estado Democrático de Direito, temos o princípio da
independência do juiz, cujo conteúdo relaciona-se, entre outros
aspectos, com a previsão constitucional de garantias relativas ao
exercício da magistratura.
Comentários:
Vimos que não se consegue um verdadeiro Estado democrático de
direito sem a existência de um Poder Judiciário autônomo e
independente, para que exerça sua função de guardião das leis e
garantidor da ordem na estrutura governamental republicana. Assim,
as garantias da magistratura se fundam no Estado Democrático de
Direito e na Soberania Popular.
Gabarito: Correto.

67. (CESPE/Delegado - PF/1997) No Estado democrático de


direito, a lei tem não só o papel de limitar a ação estatal como
também a função de transformação da sociedade
Comentários:
Exatamente, é a superação do conceito de legalidade do Estado de
Direito. No Estado Democrático de Direto continuamos a ter a
"legalidade" como base, mas esta legalidade não serve apenas para

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limitar o poder do Estado, mas serve de instrumento de
transformação da sociedade.
Gabarito: Correto.

68. (MPE-RS/MPE-RS/2009) O direito do Estado Democrático de


Direito assume uma característica nitidamente transformadora da
sociedade.
Comentários:
Isso aí.
Gabarito: Correto.

69. (FAPEU/Técnico TRE-SC/2002) O Estado Democrático de


Direito possui os seguintes fundamentos:
a) a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os
valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, a fidelidade partidária;
b)a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os
valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, o pluralismo político;
c) a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, o
desenvolvimento nacional, a fidelidade partidária;
d)a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, a filiação
partidária, o valor social do trabalho.
Comentários:
Literalidade dos "fundamentos" constitucionais do art. 1º.
Gabarito: Letra B.

Tripartição funcional do poder:


São Poderes da União, independentes e harmônicos
entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
1- Esta é uma cláusula pétrea, não pode ser abolida (ou reduzida) de
nossa Constituição.
2- Este artigo mostra que ao mesmo tempo em que os Poderes são
independentes, são também harmônicos entre si, o que forma o
chamado “sistema de freios e contrapesos” (check and balances),
onde um Poder vai sempre atuar de forma a impedir o exercício
arbitrário na atuação do outro.
Exemplos de "freios e contrapesos" são vários na Constituição: o
poder de veto exercido pelo Presidente aos projetos de lei, a
necessidade de aprovação do Senado para que o Presidente possa
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nomear certas autoridades (elencadas pela Constituição) , o
controle que o Judiciário exerce sobre atos públicos que violem os
dispositivos da Constituição ou das leis, entre outros.
3- Decorrente do sistema de freios e contrapesos, tem-se também a
formação, em cada Poder, das funções típicas e atípicas. As típicas
seriam aquelas precípuas de cada um; as atípicas seriam as funções
que seriam precípuas de outro Poder.

Poder Função típica Função Atípica

Executivo Administrar Julgar e Legislar

Legislar e fiscalizar através do Julgar e


Legislativo
controle externo Administrar
Legislar e
Judiciário Julgar
Administrar

Embora a Constituição tenha elencado 3 Poderes do Estado, seguindo


a famosa teoria da "separação dos poderes" de Montesquieu,
atualmente o uso do termo "separação dos poderes" ou "divisão dos
poderes" é alvo de críticas. O Poder do Estado para a doutrina
majoritária é apenas um (unicidade do poder político), e assim como
a sua soberania, é indelegável (o interesse do povo não pode ser
usurpado) e imprescritível (não se acaba com o tempo). Desta forma,
o que se separa ou se divide não é o Poder do Estado (Poder Político)
e sim as funções deste Poder, daí termos a aplicação da expressão
"tripartição funcional do Poder" ( ou "distinção das funções do poder")
. O Poder continua uno, porém, exercido através das funções
executiva, legislativa e judiciária. Lembrando que o titular deste
Poder é o povo, e os agentes ao exercerem cada uma destas funções
devem agir em nome do povo.
Falamos em Montesquieu. Cabe-nos observar como aqueles nossos
antigos amigos dividiam as funções do Poder Político:

Aristóteles (384 a.C – 322 a.C.) É considerado o primeiro


pensador a dividir as funções do Estado, discorreu sobre o tema em
sua obra “A Política”, e fazia isto através do que chamava de:
ƒ Função Deliberante (“Primeiro Poder”) – aquela que seria
responsável por tomar as decisões fundamentais;
ƒ Função Executiva (“Segundo Poder”) – que iria administrar e
executar as funções essenciais; e

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ƒ Função Jurisdicional (“Terceiro Poder”).

John Locke (1632 – 1704): Tratou novamente do tema, segundo


ele, existiriam três poderes que se converteriam em dois: o Poder
Legislativo, o Poder Executivo e o Poder Federativo. O Poder
Federativo seria responsável pela manutenção das relações com
outros Estados, isso se fazia através de alianças (feudos, origem do
termo federalismo), administrando, assim, a segurança e o interesse
público externo. Locke, porém, afirmava que o Executivo e o
Federativo, embora desempenhassem distintas funções, deveriam
estar nas mesmas mãos, fundindo-se em um, sob pena de levar ao
caos o seu exercício.

Divisão Clássica - Montesquieu (1689 – 1755): Em sua obra “O


Espírito das Leis”, dividiu as funções em Legislativa, Executiva e
Judiciária, divisão esta que foi, em princípio, formalmente adotada
pela República Federativa do Brasil na Constituição de 1988.

Aristóteles Deliberante (1º Poder)


Executiva (2º Poder)
Jurisdicional (3º Poder)
John Locke Legislativa
Executiva
Federativa
Montesquieu Legislativa
Executiva
Judiciária

Recomendo decorar apenas aquelas funções "singulares" a cada um


dos pensadores, que estão destacadas no quadro acima.

Jurisprudência:
• Segundo o STF, os mecanismos de freios e contrapesos
estão previstos na Constituição Federal, sendo vedado à
Constituição Estadual inovar criando novas hipóteses de
interferências de um poder em outro (ADI 3046).
• Também se configura inconstitucional novas exigências de
aprovações, como, por exemplo, a não observância do prazo
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de 15 dias – art. 83, CF – para a necessidade de licença pela
Assembléia Legislativa para que o Governador ou Vice venha
se ausentar do país (ADI 738).
• Ofende o princípio da independência e harmonia entre os
poderes, sendo assim, inconstitucional a norma que
subordina convênios, acordos, contratos e atos de
Secretários de Estado à aprovação da Assembléia Legislativa
(ADI 676).

• Questões da FCC:

70. (FCC/TJAA-TRT-SP/2008) A função do Vice-Presidente da


República de substituir o Presidente da Republica impedido do
exercício do cargo é classificada como
a) típica de ordem constitucional.
b) atípica de ordem legal.
c) objetiva de ordem legal.
d) objetiva de ordem mandamental.
e) analítica de ordem mandamental.
Comentários:
As funções podem ser típicas ou atípicas. A função do Vice-presidente
de substituir o Presidente da República é uma função básica dele,
inclusive é a sua principal função. Logo, trata-se de uma função
típica, pois não é excepcional, e isso decorre diretamente de
mandamento constitucional. Logo, é uma função típica de ordem
constitucional.
Gabarito: Letra A.

71. (FCC/Defensor Público/2006) A teoria dos checks and


balances prevê que a cada função foi dado o poder para exercer um
grau de controle direto sobre as outras, mediante a autorização para
o exercício de uma parte, embora limitada, das outras funções
(Certo/Errado).
Comentários:
O art. 2º da Constituição nos mostra que ao mesmo tempo em
que os Poderes são independentes, são também harmônicos entre
si, o que forma o chamado “sistema de freios e contrapesos”
(check and balances), onde um Poder vai sempre atuar de forma a
impedir o exercício arbitrário na atuação do outro.
Decorrente disso, tem-se também a formação, em cada Poder, das
funções típicas e atípicas. As típicas seriam aquelas precípuas de
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cada um: legislar (e também promover a fiscalização
orçamentária), administrar ou julgar. As atípicas seriam as funções
que seriam precípuas de outro Poder.
Gabarito: Correto.

72. (FCC/AJAJ-TRT3ª/2005 - Adaptada) O princípio da


independência e harmonia entre os Poderes figura entre os princípios
constitucionais fundamentais, tendo merecido um tratamento
segundo o qual:
a) nenhum dos Poderes poderá exercer funções típicas dos demais.
b) a separação dos Poderes goza da garantia reforçada de ser uma
cláusula pétrea da Constituição.
c) não será obrigatório que nenhum Poder preste contas de seus atos
a outro dos Poderes.
d) a nomeação de membros de um dos Poderes não poderá depender
da aprovação de outro Poder.
Comentários:
O correto seria a letra B, já que:
Letra A - Existe essa possibilidade.
Letra B - Correto!
Letra C - Existe esse controle de um Poder sobre o outro.
Letra D - Existem casos onde o Senado deve aprovar a nomeação
feita pelo Presidente. Ex. Procurador Geral da República, Presidente
do Banco Central, Ministros do STF, etc.
Gabarito: Letra B.

• Questões do CESPE:

73. (CESPE/PGE-AL/2008) O poder soberano é uno e indivisível


e emana do povo. A separação dos poderes determina apenas a
divisão de tarefas estatais, de atividades entre distintos órgãos
autônomos. Essa divisão, contudo, não é estanque, pois há órgãos de
determinado poder que executam atividades típicas de outro.
Comentários:
Vamos analisar a questão:
O poder soberano é uno e indivisível e emana do povo.
Perfeito!

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A separação dos poderes determina apenas a divisão de
tarefas estatais, de atividades entre distintos órgãos
autônomos.
Perfeito! A separação é apenas funcional.
Essa divisão, contudo, não é estanque, pois há órgãos de
determinado poder que executam atividades típicas de outro.
Perfeito novamente.
Gabarito: Correto.

74. (CESPE/PGE-AL/2008) Para a moderna doutrina


constitucional, cada um dos poderes constituídos exerce uma função
típica e exclusiva, afastando o exercício por um poder de função
típica de outro.
Comentários:
Como vimos, os órgãos sejam eles do Legislativo, Executivo ou
Judiciário, fazem parte de um Poder que nos termos do art. 2º da
Constituição é independente, mas, que também é harmônico com os
demais, isto implica o exercício de funções atípicas, como a
possibilidade de o Executivo legislar, ou do Legislativo julgar, o que
impede que se fale em exclusividade do exercício da função.
Gabarito: Errado.

• Questões da ESAF:

75. (ESAF/ATA-MF/2009) A divisão funcional do poder é, mais


precisamente, o próprio federalismo.
Comentários:
O federalismo é uma repartição geográfica, e de acordo com a
predominância do interesse (interesse nacional – União-, interesse
regional – Estados -, e interesse local - Municípios). A questão trata
da repartição funcional entre Executivo, Legislativo e Judiciário, logo,
está incorreta.

76. (ESAF/AFT/2006) Segundo a doutrina, "distinção de funções


do poder" e "divisão de poderes" são expressões sinônimas e, no
caso brasileiro, é um dos princípios fundamentais da República
Federativa do Brasil.
Comentários:
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A doutrina repudia o nome “divisão” ou “separação” do poder, já que
o Poder Estatal é uno, indivisível. Assim, o correto seria apenas a
triparição "funcional" do poder.
Gabarito: Errado.

77. (ESAF/ATA-MF/2009) Aristóteles apresenta as funções do


Estado em deliberante, executiva e judiciária, sendo que Locke as
reconhece como: a legislativa, a executiva e a federativa.
Comentários:
É isso aí...
Gabarito: Correto.

78. (ESAF/ATA-MF/2009) Montesquieu abria exceção ao


princípio da separação dos poderes ao admitir a intervenção do chefe
de Estado, pelo veto, no processo legislativo.
Comentários:
Vimos que Montesquieu foi o idealizador da clássica divisão funcional
do poder adotada pela CF/88, e em seu livro “O Espírito das Leis”,
Montesquieu já percebia a necessidade do sistema de “freios e
contrapesos” (check and balances) para que houvesse uma harmonia
entre os poderes, um contingenciamento recíproco entre eles. Um
dos aspectos desse sistema de freios e contrapesos seria justamente
o poder de veto que o Executivo, exercido à época pelo Rei, teria
sobre as decisões do Parlamento.
Gabarito: correto.

79. (ESAF/AFTE-RN/2005) A adoção do princípio de separação


de poderes, inspirado nas lições de Montesquieu e materializado na
atribuição das diferentes funções do poder estatal a órgãos
diferentes, afastou a concepção clássica de que a unidade seria uma
das características fundamentais do poder político.
Comentários:
O poder do Estado é uno e indivisível, tal como a sua soberania. Essa
unidade, no entanto, não conflita com a atribuição de funções
conferida a cada um dos poderes do Estado, que juntos acabam por
materializar esta unidade. Ou seja, o que se divide não é o poder
(interesse do povo) e sim as suas funções.
Gabarito da questão: Errado.

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80. (ESAF/MRE/2004) O exercício de uma das funções do poder
político do Estado por um determinado órgão se dá sob a forma de
exclusividade, com vistas à preservação do equilíbrio no exercício
desse poder.
Comentários:
não há exclusividade no exercício da função.
Gabarito: errado.

OK, pessoal, mais um tema fechado!!!


Vamos que vamos... E vocês sabem: precisando de algo me
procurem pelo fórum.
Grande abraço e excelentes estudos.

Vítor Cruz

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