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Reestruturação do Sector

das Águas
Resolução do Conselho de
Ministros
Reestruturação do Sector das Águas
Programa do Governo
•A resolução aprovada para a Reestruturação do Sector das Águas dá
cumprimento ao Ponto 7 do Capítulo IV do Programa do XV Governo:
“Avaliação e redefinição da actual estratégia e dos modelos de gestão
empresarial dos recursos hídricos, através designadamente, do reforço
da independência e da capacidade da função reguladora que ao Estado
compete”;
• O Grupo de Peritos nomeado por despacho conjunto dos Ministros das
Finanças, da Economia e das Cidades, Ordenamento do Território e
Ambiente analisou sete alternativas, incluindo a preconizada pelo Grupo
de Trabalho anterior, à luz da exequibilidade da sua implementação no
curto e no médio prazo. O resultado apresentado em Janeiro de 2004
está materializado no documento “Reordenamento empresarial do
Sector das Águas em Portugal”, complementado por dois documentos:
“Portuguese water industry: review of restructuring options” e
“Reordenamento empresarial do sector das águas em Portugal:
enquadramento jurídico dos modelos a analisar”.
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Reestruturação do Sector das Águas
Enquadramento Geral
•O sector de abastecimento de água e de saneamento reveste-se de
importância estratégica, uma vez que se trata do sector fundamental a
montante de todo um conjunto de preocupações com impacto político,
tais como a saúde, o ambiente, o bem-estar das populações e o
desenvolvimento económico nas suas várias vertentes;

• Sendo a água o bem mais importante para a vida humana, o seu


fornecimento em quantidade, qualidade e a um preço socialmente
equilibrado é, em primeira linha, uma responsabilidade do Estado, sem
prejuízo de execução de parte das tarefas associadas poder ser
delegada no sector privado;

• A sua escassez aliada à sua indispensabilidade, desaconselha, por um


lado, o estímulo ao consumo, e, por outro, a utilização de mecanismos
de contenção exclusivamente baseados no aumento de preços;
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Reestruturação do Sector das Águas
Enquadramento Geral
•A cadeia de produção e distribuição é sempre um monopólio natural,
não permitindo alternativas ao consumidor, qualquer que seja a
qualidade e o custo do serviço;

• A necessidade de investimentos per capita extremamente elevados face


ao nível de atendimento a que as populações têm direito, associada à
prática de tarifas socialmente aceitáveis, conduz a taxas remuneratórias
menos interessantes do ponto de vista do investimento, e com períodos
de carência geralmente da ordem dos 10 a 15 anos, taxas e carências
essas tanto mais elevadas quanto menor o poder de compra das
populações;

•A intervenção da iniciativa privada deverá ser considerada como um


meio de melhorar a eficiência sem pôr em causa o objectivo essencial
de qualidade e preço socialmente aceitável do serviço;
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Reestruturação do Sector das Águas
Enquadramento Geral

• Existe uma diferença significativa entre os modelos de gestão nos


diferentes Estados - Membros, continuando o sector público a ter um
papel predominante. No conjunto dos antigos quinze Estados -
Membros, apenas na França, no Reino Unido, e em menor escala na
Espanha, se regista uma predominância da gestão privada sobre a
gestão pública. Por isso, o sector da água é, no conjunto das chamadas
utilities, o único que não foi ainda objecto de medidas de liberalização
por parte da União Europeia;

• Em países como os Estados Unidos da América, Canadá, Japão,


Austrália e Nova Zelândia a situação é semelhante, ou seja, a
privatização destes serviços tem uma expressão pouco significativa.

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Reestruturação do Sector das Águas
Situação Portuguesa
• Em Novembro de 1993 foram criados os primeiros sistemas
multimunicipais e as respectivas empresas concessionárias, com o
objectivo principal de assegurar, mediante uma parceria entre o Estado
(através da Águas de Portugal) e os municípios envolvidos, uma maior
eficácia no aproveitamento dos Fundos Comunitários;

• Através do PEAASAR 2000-2006 foi dada continuidade ao processo de


infra-estruturação numa lógica supramunicipal, tendo sido definido um
conjunto de orientações estratégicas para o sector:
¾ Assegurar a cobertura do País por sistemas plurimunicipais compatíveis com os
planos de bacia hidrográfica e envolvendo os dois arcos fundamentais do ciclo
da água, ou seja o abastecimento de água e o saneamento de águas residuais;
¾ Atingir níveis de atendimento da população de 95% em água ao domicílio e de
90% em drenagem e tratamento de águas residuais;
¾ Afectar o apoio do Fundo de Coesão a cada sistema de modo a garantir uma
tarifa média tanto quanto possível equilibrada entre os diferentes sistemas,
situada num intervalo 0,40-0,50 €/m3.
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Reestruturação do Sector das Águas
Situação Portuguesa

• A implementação do PEAASAR encontra-se em fase de conclusão;


• Sendo o PEAASAR conceptualmente aceitável como base de
organização do sector, vem enfermando na sua aplicação de um
excessivo intervencionismo do Estado. Urge assim lançar as bases de
uma reestruturação eficaz e pragmática, desenvolvida por etapas, que
faça apelo ao sector privado para que se possam completar e realizar
os objectivos do PEAASAR.

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Reestruturação do Sector das Águas
Situação Portuguesa

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Reestruturação do Sector das Águas
Objectivos do Modelo Escolhido
• Rapidez e segurança na reestruturação;
• Assegurar a abertura à iniciativa privada;
• Servir com eficácia os objectivos de ordem técnica, económica e social
inerentes ao funcionamento do Sector;

• Libertação de meios financeiros necessários sem recurso ao Orçamento


do Estado;

• Articulação entre as vertentes em alta e em baixa do abastecimento de


água e do saneamento de águas residuais;

• Desenvolvimento do sector privado na prestação de serviços;


• Solução evolutiva, que resulta da conjugação entre os modelos 1 e 3
(na 1ª fase) com evolução para o modelo 2 (na 2ª fase) resultantes do
Relatório do Grupo de Peritos.
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Reestruturação do Sector das Águas
Características do Modelo Escolhido
• Privatização até 49% do capital da holding AdP, SGPS, S.A.;
• Manutenção do actual figurino de implementação dos sistemas
multimunicipais até à conclusão do actual QCA;

• Estímulo à concessão ao sector privado dos sistemas em baixa


coincidentes (no todo ou em parte) com a área geográfica dos sistemas
em alta;

• Contratação ao sector privado de serviços de operação e manutenção


dos sistemas em alta;

• Posterior realização das operações de concentração entre sistemas


multimunicipais e integração vertical com os sistemas em baixa e a sua
eventual concessão ao sector privado;

• Reforço da capacidade de regulação (criação do regulador) e do


controlo ambiental. 10
Reestruturação do Sector das Águas
Vantagens do Modelo Escolhido

• Pode assegurar um adequado nível de estabilidade no desenvolvimento


do Sector;

• Não carece de modificações significativas do quadro jurídico existente;


• Permite um encaixe financeiro que assegure a parte das necessidades
de investimento para infra-estruturação no Sector;

• Pode assegurar um integral aproveitamento dos fundos comunitários;


• Salvaguarda as actuais atribuições autárquicas no Sector;

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Reestruturação do Sector das Águas
Vantagens do Modelo Escolhido

• Promove a participação da iniciativa privada no Sector, a nível


accionista;

• Dá liquidez às posições accionistas;


• Garante a existência de um actor de referência e assegura o objectivo
de manter um centro nacional de decisão no Sector;

• Reduz o risco de interferência política na gestão corrente do Sector.

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Plano de Implementação

Até ao final de 2004

¾ Avaliar em profundidade o universo das empresas do Grupo AdP, com


recurso a consultores externos;

¾ Autonomizar do Grupo AdP os investimentos no mercado internacional;

¾ A AdP deve alienar na totalidade a sua participação na empresa


Aquapor Serviços, S.A., sub-holding da AdP no mercado nacional das
concessões em baixa;

¾ A AdP deve rever a sua intervenção no mercado nacional dos resíduos


sólidos urbanos, desencadeando as necessárias acções de
reestruturação empresarial;

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Reestruturação do Sector das Águas
Plano de Implementação
¾ A AdP deve promover a alienação das unidades empresariais operando
na área de resíduos industriais do universo EGF, Empresa Geral do
Fomento, S.A., sub-holding da AdP neste domínio;

¾ Deve proceder-se a um novo enquadramento legal das concessões


relativo às empresas do Grupo AdP, ouvidos os Municípios envolvidos,
por forma a que a política tarifária assegure as necessidades de
desenvolvimento e sustentabilidade económico-financeira do sector
numa perspectiva de valorização das empresas;

¾ A AdP deve integrar na sua missão a promoção de um mercado


sustentado de contratos de gestão e de prestação de serviços de
consultoria, projecto, operação e manutenção;

¾ Devem adoptar-se as demais medidas legislativas e regulamentares


necessárias ao reenquadramento do sector e ao reforço da capacidade
de regulação e do controlo ambiental por parte do Estado.
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Reestruturação do Sector das Águas
Plano de Implementação

Até ao final de 2005

¾ A AdP deve promover a abertura do seu capital até ao limite de 49%


da totalidade do mesmo, mediante um aumento faseado de capital até
1.000 milhões de euros, com novas entradas em dinheiro, através da
ampla dispersão junto de investidores institucionais e particulares, por
via do mercado de capitais.

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Reestruturação do Sector das Águas
Plano de Implementação

Até ao final de 2006

¾ Deve conferir-se prioridade na afectação de financiamentos


comunitários ao desenvolvimento de sistemas em baixa, envolvendo
vários municípios, na área geográfica correspondente à dos sistemas
em alta;

¾ As sociedades concessionárias dos sistemas multimunicipais devem, a


título supletivo e por iniciativa dos municípios envolvidos, assumir a
gestão da baixa, nomeadamente em zonas de baixa densidade
populacional.

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Reestruturação do Sector
das Águas
Resolução do Conselho de
Ministros

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