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Indice de conteudos
1. Introdução------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 3
2. O valor económico da água -------------------------------------------------------------------------------------- 3
3. A importância da reutilização------------------------------------------------------------------------------------5
4. O caso da industria da pasta e papel -------------------------------------------------------------------------- 6
a- Breve descrição da industria ------------------------------------------------------------------------------- 6
b- Importância económica da industria --------------------------------------------------------------------- 7
c- Uso da água na industria e a evolução nas duas ultimas décadas --------------------------------8
d- Relação entre indicadores de consumo e indicadores produção e rendimento -------------- 9
5- Conclusões ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 12
Indice de figuras
Indice de tabelas
Indice de Graficos
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1- INTRODUÇÃO
Relativamente ao trabalho da disciplina de Aplicações de Economia Industrial , e
subordinado ao tema reutilização da água e recuperação de recursos, entendemos tratar
uma parte da questão, respeitante a uma industria especifica; concretamente, a industria
de papel e celulose. Esta abordagem decorre do facto de ser esta industria um grande
utilizador de água e também um grande poluidor. Desta forma, e tendo em conta as
condicionantes de tempo e disponibilide de recursos, pensamos tratar o problema quer
pela sua relevancia no aspecto ambiental, quer pela possibilidade de ser passivel de um
tratamento no ambito económico, nomeadamente na vertente tratada na disciplina em
questão – regulação economica industrial- que entendemos ser relevante.
Tratando-se de uma industria que opera num mercado competitivo (muito competitivo) á
escala mundial. Pode parecer num primeiro olhar que a questão regulatória não é aplicável
a esta industria , e de facto não o é no campo da concorrência ou ausência dela; no entanto
e como industria com elevados impactos no meio ambiente, concretamente nos recursos
hídricos, ela é objecto de medidas regulatórias no que ao uso deste bem diz respeito, na
medida em aqui como no caso dos modelos de monopólio ou oligopólio se trata de evitar
que uma industria poderosa se aproprie de uma parte do bem estar que deve ser
distribuído por toda a sociedade - neste caso a água - e assegurar o máximo bem estar
possível da forma mais equitativa possível.
E é tanto mais assim, quanto o uso da água tem vindo a ser tratado como um bem
económico passível de uma analise desse tipo nas suas várias vertentes; por exemplo
quanto a quantificação do valor de uso ou do custo de oportunidade que pode ser
calculado para as diferentes aplicações que a ele se podem dar.
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O valor económico da água pode ser como o entende a ABAS ( Associação Brasileira de
Águas Subterraneas) visto em dois componentes: o Valor Econômico da Água e o Valor
Intrínseco da Água. O primeiro dividido em quatro elementos:
Valor para os Usuários da Água: No caso dos usuários industriais e comerciais, este é o valor
adicionado na produção decorrente do uso da água. No caso dos usuários residenciais, pode ser
construído a partir da disposição a pagar.
- Efeitos Líquidos Indiretos: A retirada da água de um sistema hidrológico também gera efeitos
sobre o restante das atividades humanas; por exemplo, pode aumentar a salinidade dos solos.
Por isso, estes efeitos são parte do Valor Econômico da Água
- Ajustamento para fins sociais: O Valor Econômico da água pode ser social, como elemento
redutor da pobreza e desemprego. Tais objetivos, desejáveis por si sós, devem ser incluídos na
avaliação econômica da água.
No entanto, o Valor Econômico da Água não é o único componente do valor da água. Além do
valor decorrente dos seus usos e efeitos sobre a sociedade, temos que o valor da água pode ser
decorrente da possibilidade de mantê-la disponível para futuras gerações. Tais considerações
fazem parte do chamado Valor Intrínseco da Água. Estes dois - o valor econômico e o valor
intrínseco totalizam o valor da água.
Fonte : http://www.abas.org/noticia-32_qual-o-valor-da-agua
Em Portugal, a transposição da Diretiva n.º 2000/60/CE para a ordem jurídica nacional ocorreu
em 2005, com a aprovação pela Assembleia da República da chamada Lei da Água (Lei n.º
58/2005, de 29 de dezembro). Esta lei integra a gestão das águas e do território através da
administração ambiental por bacia hidrográfica (noção já consolidada no modelo francês).
Também define, entre seus instrumentos de gestão, o princípio econômico, que indicaria a
escassez atual ou potencial do recurso, bem como sua utilização economicamente eficiente,
tendo por base os princípios do poluidor-pagador e do utilizador-pagador Os Planos de Gestão
de Bacia Hidrográfica devem contemplar, segundo o texto da lei, a análise econômica das
utilizações da água, considerando as relações de custo-eficácia para a implementação de uma
política de preço ótimo do recurso (Diário da República, 2005)
Fonte : http://sociologiapp.iscte.pt/pdfs/10360/10505.pdf
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Uma demonstração da nova atitude sobre a água pode ser entendida a partir da declaração
seguinte:
Fonte : http://run.unl.pt/bitstream/10362/11120/1/Araujo_2013.pdf
A água é o recurso natural mais valioso do planeta, pelo que a sua conservação constitui um dos
mais importantes pilares do desenvolvimento sustentável. Nas regiões em que a escassez de
recursos hídricos constitui uma realidade natural e naquelas em que o crescimento demográfico
e/ou as alterações climáticas perspectivam essa escassez, a gestão sustentável dos recursos
hídricos implica a conservação destes recursos e inclui, por conseguinte, a reutilização da água.
Fonte : http://www.ordembiologos.pt/DIV_02.2010/Guia_Reutilizacao_S.pdf
deve-se considerar o reuso de água como parte de uma atividade mais abrangente que
é o uso racional ou eficiente da água, o qual compreende também o controle de perdas
e desperdícios, e a minimização da produção de efluentes e do consumo de água.
Fonte: http://ambientes.ambientebrasil.com.br/agua/artigos_aguas_urbanas/reuso_de_agua.html
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4- Um caso especifico. A industria da celulose e do
papel em Portugal
a- Breve descrição da industria
Entende-se por industria e pasta e papel, o conjunto das industria que integram o processo
de transformação de madeira, -em Portugal predominantemente de eucalipto- em papel e
cartão para venda no mercado ou em pasta de papel para venda e posterior transformação
em lugar diferente daquele onde ocorre essa produção. No primeiro caso estamos perante
produção integrada, onde todo o processo produtivo desde a preparação de madeira,
produção de pasta, produção de energia, produção embalagem e expedição de papel, se
processa no mesmo lugar. Neste caso a pasta húmida é directamente transformada em
papel. No segundo caso a pasta passa por um processo de secagem e compactação que
permite o seu transporte para os lugares onde será transformada. E qualquer dos casos
esta industria é uma grande consumidora de água e energia, apesar de como se verá mais
adiante esses consumos terem vindo a diminuir significativamente nos últimos 20 anos.
Figura 1
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b- Importancia económica da industria
Industria de forte componente exportadora tem um peso relevante na economia através
da contribuição para o PiB, para o equilibrio das contas externas, mas também pelo
dinamismo e evolução tecnológica que contem. Apresentam-se de forma resumida alguns
números que revelam essa importância:
de referir que estes números não integram todos os trabalhadores que dependem desta
industria pelo facto de existir nesta industria um grande numero de trabalhadores em
regime de subcontratação que não constam dos números da CELPA , e todos os
prestadores de serviços ocasionais que tem como cliente a industria.
Tal como se pode deduzir dos números apresentados acima é inegável a importância desta
industria no contexto nacional. È esta dimensão porem que quando transferida para o
campo do uso dos recursos hídricos torna relevante a analise de como esses recursos são
usados e como é que o Regulador intervem para que toda essa importância seja também
levada em conta quando se trata da sua conservação.
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c- Uso da água na industria e a evolução nas duas ultimas
décadas
A água é uma das matérias subsidiárias principais na fabricação de pastas e de papeis. É
utilizada no processo principal, como fonte de energia térmica e mecânica, nos sistemas de
arrefecimento e na produção de energia eléctrica. Os principais investimentos realizados nesta
área têm promovido a racionalização dos circuitos de utilização da água e a optimização dos
consumos em cada fase. Deste modo, e apesar dos aumentos de produção verificados, a
indústria papeleira tem vindo a reduzir os consumos totais (em 21%) e específicos (em 56%) de
forma consistente desde 1990. Do total de água utilizada 69% do volume proveio de de
captações superficiais (rios).
De acordo com EUROPEAN UNION (2001), o consumo de água para os diversos usos nas
indústrias de papel na Europa varia consideravelmente, ficando entre 15 e 100 m3/t.
Normalmente, as procuras que ficam em torno de 50 m3/t utilizam água fresca para
resfriamento (clean cooling water), e o consumo pode ser reduzido através de recirculação
interna de água resfriada (AMARAL_KH_08_t_D_int.pdf)
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d- Relação entre indicadores de consumo e indicadores
produção e rendimento
A principal intenção deste trabalho é a de avaliar a forma como a redução dos consumos de
agua que foram sendo possíveis por uma aposta desta industria na reutilização da agua no
processo produtivo afetou os resultados das mesmas. Pretendesse tentar perceber ainda se
a implementação de uma taxa de recursos hídricos teve efeitos significativos nos
resultados. Para isso cruzamos dados da produção, do consumo de agua e dos resultados
das empresas como a seguir se documenta . Relativamente á influencia na produção é fácil
verificar que o consumo( gráficos 1 e 2 da pagina anterior ) e a produção ( Gráfico 3 e
tabela 2 desta pagina)evoluíram em sentido contrário a partir de 1990.
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Grafico 4 Fonte : Celpa
ANO 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Vendas 1395084 1451868
Resultado
liquido 73757 78614
Rendibilidade 10% 3% 7% 16% 8% 6% 4% 5% 5%
ANO 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Vendas 1805950 1669777 1623091 1581393 2171118 2191877 2374662 2245491
Resultado
liquido 190919 248065 166288 111414 294174 244174 291468 266727
Rendibilidade 11% 15% 10% 7% 14% 11% 12% 12%
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Referirse-á aqui como exemplo o valor pago em taxa de recursos hidricos pela maior
empresa da industria ( grupo Portucel Soporcel) que pagou em 2013 (1 323 972 euros )
É claro que existem muitas variaveis na industria que são responsaveis, pelos resultados
aqui demonstrados , pelo que não é razoavel concluir em que medida esta variavel
consumo de água e os investimento que foram realizados para obter essa redução. O que
aqui se pretende afirmar é que essa redução não impediu que a industria se desenvolvesse
e apresenta-se aumentos de produção e pelo menos a manutenção das taxas de
rendibilidade.
Como pode ser constatado por esta tabela a redução da quantidade de água utilizada
originou os beneficios economicos ai constantes para os anos assinalados, o que permite
deduzir assumindo que a redução foi lineramente progressiva, que para o periodo de 1991
a 2011 (20 anos ) de poderiam contabilizar beneficios aproximados de cerca de 5milhões
de euros.
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5- Conclusões
Apesar de todos os fatores não referidos e levados em lina de conta num trabalho desta
dimensão e como tal as conclusões serem necessariamente passiveis de duvida razoavel, é
possivel afirmar tendo em conta os dados apresentados que a industria em questão se tem
pautado por um esforção na utilização racional do uso da água, quer por força de
imposições do próprio processo quer pelas imposições do regulador, - taxa de recursos
hidricos - mas tambem pelas imposições regulatórias ao nivel das emissões dos efluentes e
que não foram aqui tratadas mas têm necessariamente peso nos custos das empresas - de
forma linear maior volume tratado implica maiores custos - .
É pois, razoavel pensar que a pressão do regulador quanto ao uso da água e descargas de
efluentes não só não afetou o desenvolvimento da industria que é hoje mais produtiva e
rentavel, como permitiu obvios beneficios económicos traduzidos numa poupança de
recurso que podem ser utilizados noutras atividades com a consequente criação de maior
bem estar para os cidadãos.
De forma genarica é razoavel concluir que a acção do regulador não só afeta as condições
co competitividade da industria, como é um factor de promoção do bem estar geral da
população.
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Referências bibliográficas
http://www.ambienteonline.pt/canal/detalhe/7142
https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/downloadFile/3779572580236/Filipe%20Pauperio%20Instrumentos%20Economic
os%20e%20Financeiros%20para%20a%20Gestao%20da%20Agua.pdf
http://ambientes.ambientebrasil.com.br/agua/artigos_aguas_urbanas/reuso_de_agua.htm
l
http://www.celpa.pt/Default.aspx?PageId=207&ContentId=36&ChannelId=112
http://gps.setubal.portucel.pt/gps/centralpages/doc/20140602_00001
http://run.unl.pt/bitstream/10362/11120/1/Araujo_2013.pdf
http://www.ordembiologos.pt/DIV_02.2010/Guia_Reutilizacao_S.pdf
http://sociologiapp.iscte.pt/pdfs/10360/10505.pdf
http://www.apambiente.pt/_zdata/consulta_publica/2012/pnuea/implementacao-pnuea_2012-
2020_junho.pdf
http://www.apambiente.pt/dqa/assets/08-decreto_lei-97_2008.pdf
http://www.portucelsoporcel.com/pt/
http://www.altri.pt/
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