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151
Capítulo
Delimitação da área
de influência de
shopping centers
6.1 n Considerações iniciais
6.2 n Quadro de referências
6.3 n Metodologia para traçado da área de
influência
6.4 n Aplicação da metodologia adotada:
delimitação da área de influência do
Shopping Itaguaçu
6.5 n Considerações finais
Bibliografia
152 Delimitação da área de influência de shopping centers
Além dessas variáveis, alguns autores utilizam o traçado de isócronas e isócotas, que
permitem uma melhor visualização de acessibilidade de um shopping center em função
do tempo e da distância de viagem. As isócronas são linhas de tempos iguais, marcados
de 5 em 5 minutos até um dado tempo, tendo em vista o porte e o tipo do empreendi-
mento, mas que usualmente equivalem a 30 minutos. São traçadas pelas principais rotas
de um shopping center, procurando-se o horário de fluxo normal, evitando-se o horário
de pico ou os períodos sem movimento de tráfego, além de se observarem os limites de
velocidade de regulamentação das vias. As isócotas são linhas de distâncias iguais, traça-
das normalmente de 1 em 1 quilômetro, como um círculo, cujo centro é o local onde se
situa o shopping center. São normalmente traçadas de 1 a 8 quilômetros, para o caso de
shopping centers.
Em relação a parâmetros para traçado da área de influência de shopping centers,
destacam-se os estudos da CET-SP (1983), de Grando (1986), de Mussi et al. (1988),
de Silveira (1991), de Soares (1990), de Goldner (1994), de Cox Consultores (1984), de
Marco (1994) e de Martins (1996), todos para a realidade brasileira de shopping centers.
Na Tabela 6.1, mostram-se resumidamente os parâmetros citados nos estudos brasileiros.
De maneira geral, os estudos brasileiros estudam shopping centers com diferentes
características: já implantado ou a ser implantado; dentro da área urbana (central) ou fora
da área urbana (periférico), em cidades de médio ou de grande porte, destinados a lazer ou
compras e serviços. Essas particularidades fazem com que os valores encontrados para os
parâmetros de traçado de área de influência variem entre si.
Ainda sobre critérios de delimitação de área de influência para shopping centers, só
que localizados em outros países, destacam-se os estudos de Keefer (1966), de Dunn
& Hamilton (1971), do Urban Land Institute (1971) e de Roca (1980). Na Tabela 6.2,
apresentam-se resumidamente os critérios para traçado da área de influência de diversos
estudos estrangeiros.
No geral, os estudos disponíveis na bibliografia internacional apresentam como crité-
rios para traçado de áreas de influência as variáveis distância e tempo de viagem, havendo
diferenças nos valores adotados pelos distintos estudos. Observa-se, entretanto, que, tanto
no Brasil como no exterior, os estudos indicam limites da área de influência que variam
entre 10 e 30 minutos ou entre 8 e 24 km.
154 Delimitação da área de influência de shopping centers
Grando Atrai 45% das viagens Atrai 40% das viagens Atrai 8,3% das viagens Atratividade; tempo e
(1986) de até 10 min de 10 a 20 min de 20 a 30 min distância de viagem
#
83% das viagens estende-se a até 2 km
## Padrão construtivo
34% das viagens são de até 1 km; 17% de 1 a 3 km
Martins do pólo e do bairro
18% de 3 a 5 km e 29% de 5 a 17 km
(1996) ### de origem do usuário
25% das viagens são de até 1 km; 20% de 1 a 3 km
Distância de viagem
16% de 3 a 5 km e 34 % de 5 a 17 km
Legenda:
*shopping fora da área urbana (periférico);
**shopping dentro da área urbana (central);
#
shopping center com torre de escritórios em bairro residencial nobre;
##
shopping center com torre de escritórios em centro de comércio e serviços;
###
shopping center com centro de comércio e serviços.
Metodologia para traçado da área de influência 155
Distância e tempo de
viagem
De 4,8 a 8 km De 8 a 11 km Até 24 km
Comércio
Roca (1980) Até 10 min de Não superior a Não superior a
concorrente
viagem 20 min de viagem 30 min de viagem
Estudo do segmento
populacional
3 Definição do sistema
viário principal
4 Divisão da região de
implantação, em bairros ou zonas
5 Estudo do sistema de
transportes da região
6 Traçado de isócronas
7 Traçado de isócotas
8
Localização espacial do principal centro de comércio
da cidade e definição dos principais pólos geradores
de tráfego concorrentes da região
9.2
9.1 Definição da área de 9.3
influência secundária
Definição da área de Definição da área de
influência primária 9.2.1 influência terciária
Subdivisão da área de influência
secundária em A/B/C
9.3.1
Subdivisão da área
de influência terciária
10 Sugestão para o tenant mix
em A/B/C
Estudos
anteriores
11 Análise de viabilidade de implantação Aperfeiçoamentos
propostos
do shopping center
Como o pólo encontra-se implantado desde 1982, pode-se concluir que sua localização
não inviabiliza o projeto, mas o torna menos atrativo, já que é servido por ônibus em um
sistema de transporte coletivo pouco eficiente. Além disso, apresenta uma área de influ-
ência primária constituída por uma população pertencente às classes sociais média e baixa,
portanto um menor poder aquisitivo.
O traçado da área de influência do Shopping Itaguaçu, segundo Corrêa (1998), pode
ser visualizado na Figura 6.2.
Considerações finais 161
Município
de Biguaçú
30′
Saco Grande
25′ Cacupé
Serraria
Sambaqui
Rio Vermelho
Praia do Santinho
Área de 20′ Ingleses
influência Praia Brava
secundária C Ponta das Canas
Potecas
Canavieiras
15′ Jurerê
Daniela
10′
Agronômica
10′
20′ Município Área de
de São José influência Área de
15′ 5′ primária influência
secundária D
25′
Santa 30′
Área de Mônica
Município
influência de 20′
terciária C Florianópolis
Área de Trindade
Área de
influência influência
terciária A Morro
Colônia terciária 15′ da
Santana Área de Cruz
influência Área de Joaquina
Shopping Córrego Praia Mole
Área de Itaguaçu secundária A influência Grande Barra da
influência secundária B
Lagoa
secundária B Galheta
Limões Lagoa da
10′ José Pantanal Conceição
Mendes
15′
30′
Município Fazenda
de Palhoça Sto. Antônio Costeira do Pirajubaé
20′ Carianos
Ponta Aeroporto Intern.Hercílio Luz
de Tapera
baixo 25′ Campeche
Morro das Pedras
Armação Sem Escala
Pântano do Sul
Foi realizada uma aplicação da metodologia a um caso específico, para mostrar como
se elabora o traçado da área de influência e para apontar algumas divergências entre a
prática realizada e o método proposto por Corrêa (1998).
De qualquer forma, conclui-se que a metodologia proposta é exeqüível e útil ao pla-
nejador de transportes, além de se mostrar um instrumento importante no processo do
estudo de viabilidade técnica e econômica de um empreendimento.
Por fim, considerando-se a natureza do procedimento de delimitação da área de in-
fluência, envolvendo características espaciais de análise, é recomendável contemplar o SIG
- Sistema de Informações Geográficas como importante ferramenta de apoio.
Bibliografia
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Bibliografia 163