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QUARTA PALAVRA DE JESUS CRISTO NA CRUZ

“Por volta da hora nona, clamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni? O
que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparastes? ” Mt 27, 46

Quando se trata do amor, uma das palavras que nos vem à mente, é a doação, que
somente quem ama, assim o faz. E, nesta quarta palavra de Cristo na cruz, podemos
afirmar que doação foi algo realmente pleno em toda vida de Jesus, principalmente
quando se trata da cruz. Jesus gritou, mas não foi um grito de desespero pelo
abandono do Pai, mas um grito que nos mostra como o pecado pode ser mortal e
horrível para a humanidade. Assim, podemos elencar alguns pensamentos a respeito
disso. Primeiro, como São Paulo nos lembra, (Fl 2, 6-8), que Ele, Jesus, carregou sobre
si nossos pecados e para nos dar o resgate se fazendo em pecado, se tornando o mais
desprezível pela aparência no momento desta quarta palavra, porém, esse sofrimento
incalculável para a nossa compreensão humana, pois, Jesus é verdadeiro Deus e
verdadeiro homem, portanto sempre sentiu as dores relacionado a matéria corporal
como nós em tudo, menos no pecado é claro, remonta para nós hoje que , se para
muitos a sua aparência era repugnante e desprezível, para nós, hoje vemos Ele com a
beleza de um Deus grandioso no amor e glorioso na divindade que experimentou as
fraquezas da matéria humana para nos dar uma nova vida, na sua condição de servo
sofredor no momento da cruz. Seguindo o pensamento, Jesus que é verdadeiro Deus,
na sua condição humana nunca usou dessa realidade divina para se favorecer, pois, foi
sempre fiel a esse propósito, tampouco se usou deste fato no momento da cruz em
toda sua sequência, do Getsêmani a até a sua morte no alto da cruz. E, nessa condição
de fraqueza corporal, o que o fez prosseguir além da obediência a seu Pai, foi o amor
por cada um de nós que pecamos a todos os momentos, pois Jesus sabia da
necessidade de resgate da humanidade pelo pecado que o primeiro homem contraiu,
disseminando a todos os homens. Pelos nossos pecados, Deus Pai teve que chegar ao
extremo da loucura de pedir a Jesus, seu Filho amado, de se sacrificar de forma
ignominiosa para reparar os pecados, pois, estes já não poderiam ser reparados com
sacrifícios de bois e bodes, mas, que fosse um sacrifício muito além daquilo que se
poderia imaginar, um sacrifício perfeito do próprio Deus feito homem. Mas, essa
loucura acontece porque Deus e Jesus tem um amor incondicional ao extremo da
loucura também, por cada um de nós, porque como Jesus gritou na cruz, Deus se
compadeceu dos gritos da humanidade por socorro em seu sofrer, pelas atrocidades
que o pecado causou e causa em cada um de nós. Podemos afirmar então que Jesus
pagou por aquilo que a humanidade merecia pagar, mas que não tinha condições
alguma de quitar essa dívida causada pelo pecado. Portanto, Deus se viu obrigado a
privar seu Filho da glória, e do alivio, para lhe imputar um sofrimento de absurda
grandeza, para que, depois da cruz, Ele, Jesus voltasse a sua glória, porém, coroado
como Rei do céu e de todo o universo. Assim, esse sacrifício pleno, nos leva a crer em
nossos corações, que realmente Deus é amor, e só por amor aceitou se entregar em
total doação para expiar nossos pecados, dando-nos um novo sentido de vida, para
que fosse agregado o amor doação em nossos corações, para um novo conceito da
pessoa humana no sentido do ser, e não do ter. De tal forma, que a sua palavra vem
recordar em Jo 3, 16, além de tantas outras passagens, que Deus amou de tal modo o
mundo, dando-nos seu Filho único, para que não pereça aquele que nEle crer, tudo
isso com o real propósito de nos dar a salvação, para termos a chance de voltar para
Ele, porque antes mesmo que nascêssemos, Ele já nos conhecia e nos amava sem
precedentes, para que em nossas fraquezas não nos desesperássemos envoltos nas
trevas do pecado e perecêssemos de forma perene. Deus ouviu o grito de seus filhos,
para enviar seu Filho amado, que na cruz expressa essa realidade humana quando
grita a quarta palavra da cruz. E, como podemos retornar esse amor. Simplesmente O
amando também de forma incondicional, sem reservas ao extremo da loucura. Nos
consumindo por Ele na continuação da obra salvífica, buscando faze-lo conhecido para
que Ele com esse amor pleno alcance a todos que também necessitam de amor.

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