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Cultura Digital e o metaverso

1.5. A comunicação é imprescindível para a evolução da espécie humana. Tal comunicação não se
resume à fala e textos, mas também a feições, gestos, toques etc. O conjunto dessas ações ajuda o ser humano a
viver em sociedade. Contudo, temos atualmente um grande avanço do universo digital que está exigindo que
aperfeiçoemos nossa comunicação. Além disso, atualmente há um movimento para viabilizar um universo virtual de
interatividade mais intenso, chamado Metaverso. Segundo o site da CNN Brasil, Metaverso é a possibilidade de
acessar uma espécie de realidade paralela, em alguns casos ficcional, em que uma pessoa pode ter uma experiência
de imersão. Tecnicamente, o metaverso não é algo real, mas busca passar uma sensação de realidade, e possui toda
uma estrutura no mundo real para isso." Leia abaixo também um trecho sobre Metaverso, e suas possíveis
influências, do site olhardigital.com.
Metaverso é uma realidade virtual imersiva e interativa. De certa maneira, é uma evolução de jogos como
‘The Sims‘ e ‘Second Life‘ no sentido de que as pessoas precisam de um avatar para conviver neste ambiente virtual.
Porém, agora, de forma hiper-realista. Outra maneira de entender o metaverso é vê-lo como uma extensão virtual
da nossa vida atual, como se fosse outra dimensão. Daí, o nome “metaverso” que significaria além do universo.
Podemos observar na prática que se trata de uma nova fase para a maneira de se conectar. Por isso, repare que há
uma correlação entre melhorias no hardware e na infraestrutura: computador pessoal e internet fixa, celular e
internet móvel, óculos de realidade virtual e 5G – que promete ser 20x mais rápida do que a conexão 4G.

Qual a origem do metaverso?


A ideia de metaverso apareceu pela primeira vez no romance ‘Snow Crash’, publicado por Neal Stephenson
em 1992. No livro, o autor descreveu o metaverso como uma realidade virtual onde as pessoas conviviam através de
avatares em 3D. Na prática, a realidade virtual já foi experimentada com jogos interativos – como ‘EVE: Valkyrie’ e
‘Spider-Man: Homecoming’ – e com reuniões online – como a sala virtual Horizon Workrooms, da Meta.
Para participar desses ambientes, muitas vezes você precisa usar óculos virtuais. Atualmente, esses
equipamentos evoluíram o suficiente para integrar o movimento da sua cabeça aos jogos. No entanto, você ainda
precisa de controles externos para interagir com o metaverso. No futuro, essas tecnologias serão totalmente
imersivas e responsivas aos nossos movimentos, inclusive talvez até não tenhamos que vesti-las, como é o caso dos
óculos atuais.

Como funciona o metaverso?


Neste ponto, vale a pena diferenciar como o metaverso é hoje e como ele pode vir a funcionar. Hoje,
chamam de metaverso jogos como o ‘Fortnite’ ou ‘The Sandbox’. Neles, você vai ter um avatar, encontrar outros
usuários, comprar ou vender ativos (como terrenos ou skins) e jogar com outras pessoas.
Porém, cada jogo é um sistema e eles não se comunicam entre si. Ou seja, não é muito diferente de
‘Minecraft’, ‘Roblox’, ‘PUBG’ etc. Do outro lado está o que o metaverso tem o potencial para ser: uma cidade. Você
liga seus óculos de realidade virtual (ou qualquer outro equipamento que ainda vão inventar) e seu avatar aparece
nesta cidade virtual. Lá, você pode consumir produtos e serviços totalmente virtuais ou que tenham entrega física.
Não existe um dono do metaverso e o que você compra em uma loja você consegue usar em todos os ambientes
desta cidade.
Essa explicação é basicamente um resumo do metaverso descrito pelo diretor Steven Spielberg no filme
‘Jogador Nº 1’ (disponível no HBO Max). Para mim, o modelo proposto pelo filme é o mínimo para podermos falar de
metaverso. No ideal, seria integrar várias tecnologias que vemos separadas, como: assistente de voz, inteligência
artificial, realidades virtual e aumentada, robótica e a Web 3.0.
Um dos exemplos de como um metaverso assim seria pode ser observado no ambiente hospitalar. Você
poderia ser submetido a uma cirurgia com um especialista que está do outro lado do mundo usando robótica. Antes
de executar o procedimento, ele poderia explicar o problema e o passo a passo do que seria feito com realidade
aumentada – tanto para o paciente, quanto para a equipe médica.
Nesse caso, seus óculos de realidade virtual proporcionam diferentes experiências de acordo com o
momento, como relaxamento no pré-operatório na maca, na anestesia e até durante a operação, com cancelamento
de ruído, por exemplo. Outro exemplo é a possibilidade de ter entretenimento individualizado no pós-operatório.
Ao mesmo tempo, o equipamento e também sensores colocados no corpo forneceriam dados para a inteligência
artificial. Esta, por sua vez, conseguiria auxiliar a equipe médica com um par de olhos super atentos. O médico
estrangeiro poderia falar o idioma dele, que seria automaticamente traduzido para a equipe e o paciente. Tem uma
preferência de farmácia? Seria necessário apenas informar durante o cadastro e assim que o médico receitasse os
remédios, sua farmácia seria avisada e eles chegariam na sua casa.

Quais são as vantagens do metaverso?


A principal vantagem do metaverso é você conseguir fazer atividades imersivas remotamente. Ou seja, você
não precisa mais ir até um supermercado físico, por exemplo, para ter uma experiência imersiva de compras. Você
poderá colocar tudo no seu carrinho de uma maneira mais dinâmica do que é hoje em dia (mesmo com os apps de
delivery) e ter o pedido entregue na sua casa pela loja. Está com fome? Que tal ir até sua padaria favorita e escolher
os produtos diretamente da vitrine?! Viajou para longe da família? Você pode participar do jantar com seus filhos
por meio de um avatar hiper-realista.
Apesar da distância, minha irmã e eu adoramos assistir a filmes juntas até hoje. Com o metaverso, seremos
capazes de vivenciar essa experiência como se estivéssemos na mesma sala. Sinto um calafrio só de pensar em como
isso seria incrível!

Quais são as principais críticas dos especialistas em relação a esse universo virtual?
Na visão de Richard Uchoa, CEO da LEO Learning, existem três questões que são amplamente debatidas: a
privacidade; a liberdade de criação, interação e consumo de conhecimento; e os impactos ambientais.
Porém, ele destaca um quarto ponto que precisará ser trabalhado, que vou chamar de “o legado da pandemia do
coronavírus”. Nesse tópico, entram o trabalho remoto, a mudança nos modelos de gestão, o modelo ultrapassado
das universidades e a saúde mental.
“A tecnologia tem sido um facilitador para as pessoas aprenderem nesse novo momento, mas cuidar dos
testes, aprender com as experimentações do metaverso e fazer com que os momentos de conexão das pessoas no
mundo virtual seja produtivo e faça sentido é um terreno que ainda tem muito para se trabalhar”, explica Uchoa.
Outro ponto comentado pelos especialistas entrevistados pelo Olhar Digital diz respeito ao acesso ao metaverso. De
acordo com Ohmar Tacla, CEO da VRGlass, existe a limitação imposta pelos hardwares, já que “alguns dos
metaversos públicos mais populares exigem um computador com alta memória RAM e placa de vídeo dedicada,
além de não funcionarem em celulares”. E, mesmo em empresas em que há o equipamento, existe a limitação do
download dos programas, pois há o bloqueio pelo departamento de TI ou pelo firewall corporativo.
Já Fábio Costa, CEO da especializada Agência Casa Mais, chama atenção para o acesso limitado de um avatar
pela existência de múltiplos ambientes virtuais que não se comunicam: “Acredito que o maior desafio do metaverso,
além dos preços dos hardwares que não são acessíveis para a maioria da população mundial, no qual dificulta a
entrada em massa para esse novo universo, é a “centralização” desse mundo virtual, para que eu possa utilizar o
meu avatar com as skins que comprei em todo lugar que exista o metaverso”.
No quesito segurança, Júlio Cesar Fort, sócio e diretor de serviços profissionais da Blaze Information Security,
pondera que por mais que haja protocolos criptográficos na blockchain, tecnologia utilizada no metaverso, ela em si
nem sempre é o bastante.
“Quando pensamos no usuário, o phishing é um dos problemas mais antigos e conhecidos na Internet, e é
usado por hackers como porta de entrada para invasões e roubos de dados desde os primórdios da computação.
Phishing continua sendo um enorme problema para usuários da web3 – um problema antigo e conhecido, que a
blockchain não soluciona – onde vários roubos de ativos digitais e NFTs ocorreram através de sites falsos que se
ligavam à carteira MetaMask da vítima, que tem sua carteira digital de ativos esvaziada”, esclarece.
Além disso, Fort pontua outras lacunas deixadas pela blockchain: falhas de segurança no front e back-end
dos serviços de metaverso, carteiras digitais e vulnerabilidades em smart contracts. Já em privacidade, Tacla
complementa que a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais) impõe dificuldades para criar campanhas para
colaboradores usando plataformas de metaverso públicas, pois elas exigem armazenamento de dados pessoais dos
funcionários.
Fonte: Metaverso: O Que É, Como Funciona, Exemplos e Muito Mais!." 29 Mar. 2022,
https://olhardigital.com.br/2022/03/29/internet-e-redes-sociais/metaverso/. Acesso 06/09/2022

Atividade: em seu caderno construa uma narrativa e considere o atual momento, de abundância informacional, e
escreva quais os possíveis impactos do metaverso, sejam eles positivos ou negativos, para a vida em sociedade.

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