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Babalorixá Oríosè Papo

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Asé!

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O SIMBOLISMO DAS CORES NO CANDOMBLÉ DE CONGO-ANGOLA

Olá meus Irmãos! Bora pra mais um Papo de Terreiro? E o assunto agora é:
O SIMBOLISMO DAS CORES NO CANDOMBLÉ DE CONGO-ANGOLA

Papo
há cer

Mais um trab
contribuição
incansável G

Consulta Espiritua

As cores fazem parte das atividades humanas desde que o homem ganhou estatuto de humano. Mesmo para os povos menos desenvolvidos tecnologicamente
as cores exercem um grande fascínio, haja vista que os homens da caverna já as utilizavam para suas pinturas rupestres. Na história da arte humana vemos que, Mantenedor do Pro
adornos corporais, aparatos de guerra, instrumentos musicais, utensílios domésticos, seja qual fosse qual fosse à finalidade ou a forma do instrumento, o homem
destacava e destaca essas formas com as cores mais variadas e luminosas, utilizando-se de materiais que tinha a mão, sejam folhas e troncos maceradas, barro Joao Batista
de várias procedências, carvão de madeiras e outros matérias, na intenção de dar-lhes um colorido e uma expressividade maior.

O próprio corpo humano tem servido como território de pinturas e arabescos em busca do belo e também do terrível e do assustador. Para atividades da caça, da Criar seu atalho
guerra, atividades religiosas e simbólicas, o homem se paramenta de cores, seja para assustar, agradar, ou apenas como prazer estético. As cores fazem parte do
cotidiano dos homens desde priscas eras e mesmo entre os povos mais desenvolvidos tecnologicamente ela é elemento fundamental na sociedade, seja
colorindo casas e habitações, ou tomando forma nos afrescos e pinturas em tela ou escultura em madeira e outros materiais. As cores estão presentes em todas
Postagens popular
as atividades humanas, que procura imitar a natureza que é sempre colorida, seja nos reinos animal, vegetal ou mineral. Tudo é cor, tudo são matizes, tudo vibra
no contato com a luz, criando um mundo de formas e texturas que impressionam e comovem o olhar humano. O LIVRO DE FEI
UMBANDA - Mi
O LIVRO DE FEITI
No candomblé de congo-angola, enquanto sociedade religiosa, as cores gozam de um estatuto especial, assim como nas demais religiões, seja através das
UMBANDA - Miria
comidas votivas, nos adornos da casa, ou nas pinturas rituais dos iniciados, enfim, tudo gira em torno das cores branco, vermelho e preto, que são carregadas de Aqui
um simbolismo próprio. Outras cores também são utilizadas, mas não com a mesma freqüência e normalmente são cores derivadas das três principais que são o
branco, o vermelho e o preto. Apostila O
Candom
da Aposti
No Nzo Tumbensi de Itapecerica da Serra-Sp. fizemos um levantamento das principais cores nas cerimônias e chegamos à seguinte conclusão.
Exu
Entre as três cores utilizadas encontramos as seguintes percentagens assim distribuídas entre os vários momentos do culto. N'B
Exu
47% dos elementos são de cor branca, 32% são de cor vermelha e 21% são de cor preta, o que dá uma idéia da preferência simbólica pela cor branca, seguida da N'B
Em
vermelha e em último lugar da preta. Isso indica também que a cor branca e vermelha poderia ser vistas como cores positivas, enquanto a cor preta é considerada esp
negativa, e, portanto, usada só em determinadas ocasiões. origem e sua mor

galinha d´angol
galinha d´angol
COR BRANCA
Aqui

Cor branca em roupas e paramentos 666


1) A roupa branca em uso no terreiro os
Aw
2) Roupa branca da Muzenza (iniciado)
Li
3) Colares brancos usados por todos os filhos de santo
tod
OX
B) A cor branca dos animais de oferenda
4) Galos e galinhas brancas
Pierre Fat
5) Cabritos e cabras
Candom
6) O sangue branco do caramujo - Os Orixa

C) Comidas votivas brancas Livro: Cantando p


7) Acaçá T'Ogún
8) canjica Ca
9) farinha de mandioca Alt
can
10) bolinhos de farinha
con
11) Água es
12) Cachaça
13) Vinho branco Nkorin S´Awon
14) Pipoca para os Orixás)
15) Sal Nkorin S´Awon O
Aqui
16) Feijão branco
Sít
D) edificações afr
17) A casa de kavungo é pintada de branco Sí
18) A casa de Nvumbi (casa dos mortos) é branca afr
Rit
19) Barracão (salão de festas públicas) é pintado de branco do
20) A pintura do quarto sagrado é branca (baquisse) 01 - Alujá 02 - Sau
21) O nkissi Lemba é branco
SIGIDI
22) Na primeira saída pública a Muzenza é pintada de branco
Esú Sigidi Sigid
como o pesadelo
E) Outros materiais "algo curto vultos
23) Máscaras dos Bankissi
24)Pemba branca
25) Pano branco (morim) usado na kusaka Veja Aqui - Postag
26) Bandeira do Tembu
▼ 2016 (3)
27) Velas
▼ janeiro (3)

COR VERMELHA A História d


O SIMBOLIS
a) Roupas e paramentos NO CAND
1) a roupa do Nkissi Matamba CONGO-A
2) contas vermelhas dos colares (Nzazi, Matamba, e outros) Akasá - A co
3) máscaras dos bankissi Orixás
4) assentamento de Nzazi
► 2015 (8)
b) Animais ► 2014 (21)
1) frangos e caprinos vermelhos (ou marrons)
► 2013 (75)

c) Comidas votivas ► 2012 (58)


1) sangue dos animais ► 2011 (75)
2) vinho tinto
3) azeite de dendê
4) mel
5) Makanza (acarajé) Irmãos Visitantes

d) outros materiais

1) Pano na sakulupemba Você está aqui:


2) Velas para os catiços
3) Barro dos vasos, potes e quartinhas
4) Pintura no muzenza
5) Miçangas (Contas) vermelhas Agradecimentos

e) edificações Gostaria de Coraç


1) casa do catiço que estão visitan
tenha ajudado vo
COR PRETA blog está sendo v
Brasil, Alemanha,
a) roupas e paramentos Estados Unidos. O
1) as roupas dos catiços Agradeço a Todo
2) colares preto e vermelho e preto e amarelo OXALÁ abençoe a
3) pintura azul no muzenza

b) animais
1) galos e cabritos pretos para os catiços[1]

c) alimentos

1) feijão preto
2) verduras

d) outros materiais
1) as estatuetas de Nzilla e Nkod
2) Pano na sakulupemba
3) carvão
4) pólvora

e) edificações
1) casa do catiço

Como se pode ver pelas descrições o uso maior se faz da cor branca e há uma razão para isso. Victor Turner (2005) ao analisar os Ndembu faz um estudo sobre o
uso das cores entre eles e mostra a predominância da cor branca no cotidiano e nos rituais. Sabe-se e é de conhecimento corrente que o branco é a cor dos
antepassados. Entre os bakongos quando alguém morre, faz uma passagem pelo grande mar e ao chegar à terra dos antepassados, o Mbanza Pemba, ele está
branco translúcido pelo contato que teve com a grande água.
Em compensação, os que não tiveram uma vida exemplar, não chegam à Mbanza Pemba e transformam-se em Tebo (pl. Matebo) e transformando-se na cor cinza
com os cabelos vermelhos. São seres espirituais inferiores que passam o tempo rodeando as aldeias dos vivos, atormentando-os e roubando seus frutos e
alimentos. Turner nos informa que tanto o branco quanto o vermelho em determinadas ocasiões pode representar tanto a masculinidade quanto a feminilidade.
Na pintura de guerra dos homens o vermelho funciona como masculinidade, mas nos ritos reguladores das menstruações femininas o branco é que representa a
masculinidade e o vermelho a feminilidade. Quanto ao negro representa a escuridão, o final das coisas, mas como tudo na cultura africana possui dois pólos, o
negro pode também representar o recomeço, já que como representante da morte é também o recomeço das coisas. E a morte não é encarada como um fim em
si como na cultura ocidental, mas como uma mudança de estatus perante a vida comunitária.

O branco é sempre entre os Ndembus uma cor positiva, enquanto o negro é negativa e o vermelho possui caráter ambivalente, pois pode ao mesmo tempo ser
positivo e negativo, porque ao mesmo tempo em que representa a vida (sangue menstrual, das caçadas, que circula e dá vida aos seres) pode também simbolizar
a morte. (o sacrifício ritual, a caçada, a mestruação etc.)

A primeira afirmação que podemos fazer é que o candomblé de congo-angola é herdeiro desse esquema de cores como já vimos em páginas precedentes. O uso
intensivo dessas três cores vem demonstrar que herdamos dos africanos a utilização dessas cores com ligeiras adaptações, até na quantidade empregada do
branco do vermelho e do negro. O negro como cor negativa está colocada em último lugar na escala cromática, enquanto o vermelho como cor ambivalente está
em segundo lugar e o branco como cor positiva está colocada em primeiro plano. Todos os rituais existentes numa casa de candomblé congo-angola fazem uso
das três cores, às vezes entremeados de outras cores, mas reconhecidas como oriundas dessas. Por exemplo, o azul e o verde são considerados negros, o laranja
e o amarelo como vermelhos. Entre os Ndembu o sol e a lua são considerados brancos, dada a sua luminosidade, assim como entre outros povos bantu, e tal
como no candomblé de congo-angola, o amarelo e o laranja são vermelhos e o azul e o verde são negros.

Percebemos que nos ritos de limpeza – sakulupemba[2] – as três cores são utilizadas numa ordem crescente, primeiro usa-se o preto, alimentos, folhas, grãos,
depois se usa o vermelho e finalmente o branco, finalizando com a alva canjica de milho, como a fechar o ciclo cromático e finalmente passa-se um pano branco,
em todo o corpo do consulente, finalizando o ritual. O uso do preto em primeiro lugar está claramente expresso na necessidade de expulsar as coisas negativas e
maléficas que vem causando sofrimento ao paciente. Em seguida entra a cor ambivalente trazendo boas coisas, num período intermediário entre o ruim, o
negativo e o bom. E finalmente o branco, como cor positiva, a preparar o paciente para um novo momento, livre dos males que o acometiam. O uso das três cores,
que vai do negativo (negro), da escuridão, passando pelo vermelho, uma cor ambivalente, e chegando ao branco é um percurso de fruição espiritual e mística que
consiste em libertar o sujeito de todas as mazelas a que foi submetido.

Quanto aos animais de sacrifício, apenas se sacrifica animais de cor preta para as entidades ligadas aos aspectos de segurança e proteção da casa, dos homens
e de tudo que se dispõe no candomblé. Catiços (machos ou fêmeas) recebem em sacrifício animais de cor escura (preferencialmente pretos) ou Mpambu Nzilla
em suas várias modalidades, pois são divindades encarregadas de levar o mal, acostumadas a lidar com as forças negativas e, portanto, necessitam do sangue
de animais escuros para receberem a força (nguzo) necessária para desempenharem suas devidas funções. Os bankissi ligados a terra também recebem cores
fortes (preto e branco, preto e vermelho, preto e amarelo), pois a terra (o Ntoto) é o grande mistério e de força incomensurável. Daí a presença do preto como força
renovadora, princípio e fim de todas as coisas. Alguns bankissi recebem em sacrifício animais de cor vermelha (marrom) ou amarelo, que são considerados
vermelhos. Seriam esses bankissi de natureza ambivalente, já que o vermelho é uma cor ambivalente? Pensamos, sobretudo que esses bankissi dado o seu
caráter ambivalente (Nzazi, Matamba, Bamburecema, Kavungo) tanto podem ser benevolentes quanto se provocados fazer grandes estragos na natureza e nos
homens. Por isso, suas cores estão ligados ao vermelho e seus derivados, assim como os ligados a terra e a força da natureza usam as cores preto e amarelo,
preto e branco, ou branco e vermelho.

Os bankissi ligados a água, ou vestem-se de amarelo (considerado vermelho) ou vestem-se de azul ou verde e portam contas da mesma cor. O verde é
considerado preto, dado o mistério das águas profundas, no caso das divindades do mar. Os de amarelo são as águas doces dos rios e lagoas, o que mostra o
caráter ambivalente dessas águas, que são tão necessárias à sobrevivência humana, mas que também podem matar e destruir, com afogamentos, alagamentos e
tantos outros perigos. Cada cor atribuída a um Nkissi seja através das contas rituais ou das roupas portadas por eles, quando manifestados, tem uma razão
lógica, acompanhando o raciocínio e a tradição bakongo.

Há todo um esquema classificatório de cores evidenciando a natureza de cada divindade, herança naturalmente africana, vinda com os escravizados das terras
bantu.

Quanto às cores da iniciação, durante todo o período de recolhimento a que é submetido o noviço, 21 dias em total recolhimento no bakissi, ele fica vestido o
tempo todo de branco, evidenciando o rito de passagem da vida profana para a vida eclesial. O branco aí representa esse momento de transição, sendo a cor dos
antepassados e da passagem da vida terrena para a vida na aldeia dos antepassados. O branco além de significar a pureza, ou seja, os momentos de purificação
por que está passando o noviço, é também o símbolo da entrada numa nova vida, vida essa de caráter sacralizante. Sendo a cor da morte e da renovação tem o
claro caráter de morte para a vida profana e o renascer na vida espiritual dentro da religião que ele abraçou.

Durante as saídas públicas que em algumas casas é em número de três e em algumas em número de quatro, o noviço vai envergar as três cores. Na primeira
saída ele vem vestido de branco, com as pinturas rituais em branco, feitas de pemba[3] a cor branca por excelência. Traz o rosto e a cabeça assim como parte do
corpo pintados de pemba, e vem vestido com uma roupa inteiramente branca. É o simbolismo de uma vida que esta nascendo para a comunidade por isso ele
porta a cor positiva por excelência, numa clara alusão a morte do velho homem e o renascer do novo membro da confraria.

É alguém que está nascendo para o Nkissi, mas que ainda está em momento de passagem, como se este fosse o primeiro rito. Aliás, as saídas do Muzenza nada
mais são que uma rememoração pública, aos olhos da comunidade, dos ritos pelos quais passou durante os dias de recolhimento.

Na segunda saída, o noviço vem de roupa colorida e tem o corpo pintado com as três cores (preto, vermelho, branco) ou de cores correspondentes a essas. Sendo
a segunda saída um estágio intermediário, natural que as três cores apareçam, num momento de equivalência entre o ontem e o agora. Se na primeira saída ele
demonstra que está entrando numa nova fase de vida, que vai pertencer à confraria, nessa segunda saída e o momento entre o querer pertencer e o pertencer. É
nessa saída que o Nkissi vai se manifestar dando seu nome, o nome da divindade que rege o novo iniciado. Esse momento colorido (roupa e pinturas rituais) é o
momento de afirmação total do novo fiel àquela confraria. O colorido feito em seu próprio corpo referenda esse momento de posse do Nkissi. A partir de agora, o
neófito passa a ser “propriedade” daquele Nkissi e sua vida será regida pelos ditames da nova condição. As três cores são, pois a demonstração desse
pertencimento a uma religião e a uma cultura.

Turner (2005) informa que nas grandes cerimônias entre os Ndembu, como o ritual de circuncisão, a partida para a guerra, ou os rituais de iniciação em geral, as
três cores (o preto, o vermelho e o branco) estão presentes, nas máscaras, nos escudos, pintados nos participantes, ou como emblemas e estandartes. Talvez só
nas grandes ocasiões as três cores apareçam combinadas entre os Ndembu, pois o mais comum e que seja usada aos pares, como o branco e preto ou branco e
vermelho. Mas nas grandes ocasiões e comemorações elas são usadas juntas no sentido de completude, pois os Nedembu dizem que três rios têm origem em
Nzambi Ampugo. Um rio de águas brancas, outro de águas vermelhas e ainda outro de águas pretas, numa clara alusão de que as três cores são originadas em
Nzambi e partilham da realização e do equilíbrio do mundo. Toda a natureza é composta de três cores, desde as águas até os frutos das árvores, passando pelos
animais e os homens. A vibração das três cores é que dá sentido e equilibra o mundo criado por Nzambi Ampungo, o incriado.

Na terceira saída, o noviço vem vestido com as cores do seu Nkissi protetor, que será de acordo com a natureza do mesmo. Se for um Nkissi ligado a terra,
normalmente virá vestido de palha, ou de um tecido grosso e rústico, nas cores palha ou marrom. Se for ligado aos fenômenos da natureza, virá de roupas
vermelhas ou vermelho e branco, assim como se for ligado às águas virá de amarelo ou azul ou verde. As cores aí obedecem a um determinado esquema, de
acordo com a herança recebida dos africanos, sem fugir ao básico do preto, vermelho e branco, com suas derivações. É o momento culminante da festa, pois o
Nkissi, ao dançar entre os humanos estará demonstrando sua alegria e sua posse naquela comunidade. Geralmente há a presença de uma ou duas cores, ou o
preto e o vermelho ou o preto e branco, ou as cores consideradas como tal. Mesmo nas roupas estampadas procura-se juntar essas cores, ou evidenciar uma das
cores mais características do nkissi em questão.

Quanto ao preto, não é uma cor totalmente negativa. Turner (2005) nos informa que o preto é também considerado a cor do amor verdadeiro, pois durante o ato
nupcial é distribuída lama preta em todas as casas da aldeia, num claro partilha mento do amor do casal. Assim podemos ver que os Catiços, que são mais
ligados às questões amorosas (como as pomba-giras) usam vermelho e preto, e os catiços machos usam preto. Além do mistério que o preto evoca e a
ambigüidade do vermelho, são cores que remetem ao amor e a paixão carnal. Daí o uso dessas cores por esta qualidade de divindade. Algumas dessas entidades
usam as três cores, mas o mais comum é que suas roupas sejam em preto, às vezes só vermelho, e às vezes vermelho e preto.

As três cores provêm de Nzambi Ampungo em forma de rios e colorem todos os elementos da natureza. Ao usá-las, o homem está entrando em sintonia com
aquele que tudo criou, e deu aos homens elementos para que ele viva melhor. Tudo é colorido e tudo faz parte da criação de Nzambi. Citando textualmente Victor
Tuner,

“As cores são concebidas como rios de poder, que tem sua nascente comum em Deus e permeiam todo o universo de fenômenos sensoriais com suas qualidades
específicas. Mas, além disso, são consideradas também como tinturas da vida moral e social da humanidade...” (TURNER:2005 pg.106)

Concluindo, poderíamos dizer que as cores no candomblé de congo-angola obedecem a um rígido esquema de composição e uso. Que como as demais
manifestações do candomblé nada é aleatório, mas tudo e todos ocupam lugares bem determinados nos rituais e na hierarquia do culto. Que as três cores
utilizadas são provenientes da África bantu e que apesar das influências e adaptações necessárias no novo mundo, muito do que de lá veio permanece quase
inalterado. Que se parte do conhecimento perdeu-se durante os horrores do tráfico, parte dele permanece na memória oculta de homens e mulheres passados de
geração em geração e perpetuados por eles através da oralidade.

Que as três cores o branco, o vermelho e o negro, que são os três rios que fluem de Nzambi Ampungo, são os elementos que estruturam e dão sentido às praticas
religiosas e dão unidade a liturgia do candomblé. As águas coloridas dos rios que fluem de NZambi Ampungo é que fertilizam a terra e todos os seus frutos,
assim como dá vida aos seres e aos homens. Sem essas águas coloridas o mundo e todos os seres viriam a fenecer. Portanto, não utilizá-las é negar a existência
de Nzambi Ampungo, é negar a existência da natureza exuberante, é em suma, negar a própria existência do homem na terra.

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** Lembre-se, nosso conteúdo não é a verdade absoluta, é apenas uma fração dela. **
forte abraço!
Asé!

REFERÊNCIAS
TURNER, Victor. Floresta de Símbolos – aspectos do ritual Ndembu.Tradução de Paulo Gabriel Hilu da Rocha Pinto. Editora da Universidade Federal Fluminense,
Niterói, 2005.
[1] Catiço é nome que se dá aos espíritos conhecidos como Exu e Pomba-Gira, ou aos boiadeiros, marinheiros e índios.
[2] Sakulupemba também chamado de sacudimento ou por influência da milonga de ebó
[3] Giz branco usado no lugar da argila branca, essa sim usual em África.

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Akasá - A comida de todos os Orixás


Olá meus Irmãos! Bora pra mais um Papo de Terreiro? o assunto agora é:

As definições mais elementares do acaçá dizem que se trata de uma pasta de milho branco ralado ou mopido, envolvida, ainda quente, em folhas
de bananeira. A definição correta, mas extremamente superficial, pois o acaçá é de longe a comida mais importante do candomblé. seu preparo é
forma deutilização nos rituais de oferenda. Envolvem preceitos e regulamentos bem rígidos, que nunca podem deixar de ser observados.

Todos os orixás, de Exú a Oxalá, recebem o acaçá. Todas as cerimônias, do ebó mais simples aos sacrifícios de animais, levam acaçá. em rituais
de iniciação, de passagens fúnebres e tudo o mais que ocorra em uma casa de candomblé só acontece com a presença de acaçá. a vida e a
morte no candomblé se processam à partir desta oferenda fundamental, sem a qual nenhum homem seria poupado dos dissabores e percalços
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A Origem da Palavra ÌYÀWÓ


A Origem da Palavra ÌYÀWÓ

A palavra ìyàwó possui sua origem numa história conectada com Òrúnmìlà e sua viagem a cidade de Ìwó, e que ora relatamos:" Um
certo dia, Òrúnmìlà desejou se personificar em um ser humano.

Vestiu-se com folhas de bananeira como se fosse um maltrapilho e se dirigiu à cidade de Ìwó. Ali viu Oba em toda sua imponência,
com seus assistentes e chefes, pois era época de festa anual. Sentou-se em frente a casa do Oba e se serviu das sobras de comida
que jogavam fora. Ao ver isso, o Oba o entendeu como um estranho e ordenou que servissem um prato de comida para ele. Mais
tarde, Òrúnmìlà disse ao Oba que queria dormir um pouco.

A fim de se livrar do estranho maltrapilho, o Oba ordenou a seus servidores que preparassem um lugar para ele, com toda a roupa
de cama salpicada com fiapos e sementes de uma certa planta que provocava comichão. Òrúnmìlà dormiu sobre isto e, quando
acordou sentiu uma coceira pelo corpo, correu para o rio para se banhar.

De manhã cedo, foi até Oba e disse a ele que tinha tido um bom sono. Em seguida, jogou Òpèlè, o rosário divinatório para Oba, e fez previsão para ele,
dizendo que teria um reinado longo e próspero. Novamente, Òrúnmìlà continuou com seu comportamento estranho, comendo sobras de comida, mas
predizendo para as pessoas.

No seu terceiro dia em Ìwó, a filha do Oba começou a gostar de Òrúnmìlà, e decidiu se casar com ele. Todos ficaram horrorizados, uma princesa se casar
com o estranho maltrapilho. Mas ela insistiu e o Oba teve de concordar, dividindo seus bens com Òrúnmìlà, em forma de dote. Òrúnmìlà, então, foi viver fora
da cidade com a princesa. Ficou dono de muitos bens, passou a ter assistentes e muitos cavalos, devido aos presentes que recebeu de Oba.

Assim, quando as pessoas perguntavam quem era sua esposa, Òrúnmìlà respondia que era uma humilhação que sofreu em Ìwó. Ìyà significa humilhação, e
Ìwó, o nome da cidade onde sofreu humilhação. As duas palavras formam Ìya Ìwó, e que veio a se tornar Ìyàwó. Desse momento em diante, os yorubá se
referiam a noiva de Òrúnmìlà como Ìyàwó, que , assim passou a ser a palavra que define uma esposa."

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