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MANIFESTAÇÕES CORPORAIS

a impor tân cia d o ca nt o e d a d an ça nos ri t uai s aos Or i x ás

Ilê Axé Opò Obá Aláadò Brasília, 2020


A presente obra consiste em uma pesquisa sobre cantos e danças dos Orixás realizada por membros da Sociedade Ecumênica do Triângulo e da Rosa Dourada:.

no tocante de sua confraria iniciática Ilê Axé Opò Obá Aláadò, sem fins comerciais.

Autores

Mauro Bomfim

Regina Carvalho

Margot Dravet

Marcelo Takatsu

Bruna Cardoso

Andréia Lima

Ilustrações

Caco Bressane

Foto de Capa

Bruna Carolli

Diagramação e Capa

Bruna Carolli
Agradecemos à Alan Oliveira, Marcos Valente, Taís de Oxumaré e Tina Muller pela contribuição na pesquisa e nas informações
cantar
Quando falamos sobre as religiões brasileiras vindas de matriz africana, falamos antes de tudo, de manifestações de auto afirmação de um povo que foi escravizado e retirado de

suas próprias raízes. Portanto, o candomblé, principal representante dessas manifestações, traduz em seu culto a necessidade de um povo em se proteger, reunir e fortalecer sua

ancestralidade e sua existência cultural, social e étnica. Por isso, a manifestação dos deuses chamados Orixás, se dá por uma coletividade que se perpetua de maneira oral e prática

na vivência de um egbé.

O canto e a dança vêm como instrumentos fundamentais para esse fortalecimento ancestral e identitário. "Os africanos trouxeram para o Brasil formas celebratórias originais de

suas etnias e utilizaram a performance das mesmas como forma de “recuperar um comportamento”, o qual eles haviam sido forçados a abandonar pela própria condição de

escravos longe de sua cultura” (LIGIÉRIO, p.136). Cantar em sua língua nativa, agradecer, pedir, celebrar, sacralizar são formas de fazer-se ouvir pelo seu Orixá. Assim os

alcançamos. Cantando com o coração, contando seus mitos, revivendo suas histórias, comendo suas comidas, compartilhando seus ensinamentos. Os deuses vivem nas vozes que

ecoam a cada vivência, a cada reconhecimento que conseguimos fazer em nossos próprios corpos e no corpo da natureza que nos abraça.

“O candomblé, como todas as religiões de origem africana, é marcado profundamente pela presença da música. Todas as relações com os Orixás e todas as cerimônias, públicas

ou privadas, são mediadas e conduzidas por um imenso repertório de cantigas e rezas, acompanhadas ou não por tambores. Para cada atividade existe um conjunto de cantigas

específicas. Canta-se para preparar as oferendas, canta-se nos rituais de iniciação, canta-se para fazer as divindades dançarem nos dias de festa, canta-se para abrir os caminhos e

para agradecer por dádivas recebidas” (ILÊ OMOLU OXUM,p.13)


dançar

Os Orixás são então incorporados em rituais de dança e canto onde para os africanos “o céu está sob a terra - que é o mundo dos ancestres, mas as forças da natureza estão

em volta e devem ser incorporadas pelos dançarinos” (LIGIÉRIO, p.141). Portanto, os deuses chegam dançando em celebrações e ritualizações de momentos festivos, fúnebres

e/ou penitentes. A dança nasce de dentro para fora, o corpo se torna o centro de tudo, se torna o próprio Orixá em presença e manifestação. Não há nada mais sagrado que a

manifestação dessa energia pelos movimentos e pela conexão que esse momento realiza em toda a comunidade.

"A dança possui o corpo, que possui o Deus, que é musica e se expressa em ritmo, percussão e canto, na festa de fé e esperança na beleza da nossa humanidade

reencontrada, expressão máxima da individualidade de quem celebra como parte de um coletivo harmônico” (LIGIÉRIO, p.145)
tocar

Para o Camdomblé os ritmos executados são usados para acompanhar as danças e canções dos Orixás, em todos os contextos que eles se inserem. São cerca

de 28 possibilidades entre as Nações de Keto, Jeje e Angola. Eles são tocados por diferentes instrumentos: como o Gã (sino), o Lé (tambor agudo), o Rumpi

(tambor médio) e Rum (tambor grave que faz as variações), Agogô, Abê e Adjá. Os ritmos da Nação Angola, por exemplo, são tocados apenas com as mãos, já

os de Keto e Jeje utilizam baquetas chamadas Aquidavis. Os toques acompanham cantigas para: Abertura de caminhos; Cura de doenças; Clemência; Feituras;

Rito fúnebre e outros… Os Atabaques são os principais instrumentos da tradição afro brasileira, sua execução é de responsabilidade dos Ogãs. Homens que ao

tocarem esses “tambores mágicos” chamam os Orixás à terra. Os atabaques pontuam o toque, mas, tem como principal objetivo chamar os Orixás para o mundo

dos humanos. Eles só podem ser usados no contexto religioso e são feitos das peles dos animais sacrificados dentro dos locais consagrados.
rum, rumpi e lê

"A orquestra do candomblé é composta por três tambores de formato semelhante, porém de tamanho e afinação diferentes: rum, rumpi e lê. Esses tambores (ou

atabaques) são cobertos com pele de animais em uma das extremidades e podem ser tocados com as mãos, no caso dos candomblés congo e angola, ou com

varetas de madeira chamadas aguidavis, no caso dos candomblés jeje-nagô.

O rum, maior e mais grave dos três tambores, é o solista, fazendo variações e floreios sobre o ritmo constante sustentado pelos outros dois tambores. Essas

variações orientam a dança dos orixás, pontuando seus passos e gestos, e por este motivo tocar o rum é tarefa de grande responsabilidade, reservada aos ogãs

mais experientes. Devido a sua importância no culto religioso, os atabaques são considerados sagrados e passam por uma série de rituais e preparos antes de

serem usados. Nos dias de festa, são “vestidos” com faixas de pano chamadas ojás e recebem oferendas como as próprias divindades” (ILÊ OMOLU OXUM, p.13)

Os atabaques são as vozes que chamam os Orixás. Com suas bocas abertas voltadas para a terra, os deuses respondem a essa evocação e adentram os ritos

conduzidos pelos ritmos e cadências que cada toque pede. Guerreiros, caçadores, grandes mães, feiticeiras, amazonas; toda sorte de poder é evocado na entrada

de cada deus a partir do toque e do orín que se é cantado.


os toques
Adabi ou Ego: ritmo sincopado dedicado a Exu. Significa “bater para nascer”. Mesmo Ijexá: cadenciado é tocado somente com as mãos. Calmo, balanceado e envolvente, é

toque do Adarrum alterando a velocidade. relacionado a Oxum.

Adarrum: invocatório de todos os Orixás, porém mais usado para Ogum. É um ritmo Ilu ou Daró: atribuído a Iansã, é rápido e de cadência marcada. Sempre é percutido com

apressado, forte e contínuo e poder ser usado sem canto. Muito bom para propiciar o aguidavis.

transe mediúnico.
Opanijé: ritmo pesado, quebrado por pausas e relativamente lento. Lembra a

Aguerê: em ioruba significa “lentidão”. Cadenciado quando dedicado a Oxóssi e mais circunspeção do Orixá das epidemias. Ligado à terra. Obaluaiê.

rápido para Iansã.


Rufo: repiques graves e constantes. Pode inicia um outro toque e também serve para

Ajujá: toque rápido de características guerreiras. Dedicado a Xangô, também utilizado produzir uma irradiação constante no terreiro.

para que entidade desincorpore do médium. Significa “orifício” ou “perfuração” em


Runtó: de origem Fon, executado com cânticos a Obaluaiê, Xangô e, principalmente, a
ioruba.
Oxumarê.

Batá: tocado com as mãos, é atribuído a Xangô, embora também possa ser dedicado a
Sató: vagaroso e pesado, é tocado para Nanã, a senhora das Iabás.
outros Orixás. Pode ser Batá lento ou rápido, de acordo com as características da dança

executada. Vamunha: tocado para todos os Orixás. Rápido, é executado em situações particulares

como a entrada e saída de filhos-de-santo no barracão e para a retirada do Orixá.


Bravum: não é atribuído a nenhuma Orixá em especial. Relativamente rápido bem

dobrado e repicado.

Igbim: execução lenta com batidas fortes. Descreve a viagem de um ancião. É o toque *Nossos agradecimentos ao Ogã Marcos Valente, pela disponibilidade e gravação dos áudios dos toques.

de Oxalufã no Candomblé.
exu
Exu é o Orixá que intermedia a relação entre as demais divindades e os homens. Não que os outros
deuses não possam se comunicar ou interagir com os humanos, mas é sempre Exu aquele que
responde em todo e qualquer oráculo, trazendo a mensagem dos Orixás.

Os principais movimentos realizados por Exu na dança é a formação do espiral. A divindade da


comunicação, roda sobre si mesmo desse modo. A espiral expressa a evolução a partir de um centro,
simboliza a vida, porque indica o movimento numa unidade de ordem ou, ao inverso, a permanência do
ser na mobilidade. O movimento simboliza a permanência do ser, através das flutuações da mudança da
vida. Há também o movimento serpenteado, as mãos ora levantadas para o Orum, ora para o Ayé com
os quais ele se interliga.

Ôjixé pa lê fum awô ódara p ale sóba

Ôjixé pa lê fum awô ódara p ale sóba

O Mensageiro mata para a casa de culto e Ódara mata para a casa do Rei

Goquê goquê ódara ódara babá ebó

Goquê goquê ódara ódara babá ebó

Goquê goquê nidanã ódara babá ebó

Ódara sobe, sobe (ascensão), Ódara é o pai dos ebós

Ódara sobe no fogo que ele próprio acendeu,

Ódara é o pai dos ebós


ogum
Orixá guerreiro, rei e general de batalha, responsável pelo armamento bélico possuído pelos
homens e por todos os instrumentos de metal utilizados não só na guerra, mas também nas
atividades do cotidiano. Orixá de grande vitalidade e virilidade.

Assim como a maioria dos Orixás, Ogum possui um objeto que o identifica, e que são seus facões,
que serão utilizados então em boa parte de sua representação cênica. As mãos espalmadas, com
dedos unidos e os braços esticados, como os dois grandes facões, são utilizados para representar
esses objetos característicos de Ogum. Os movimentos dos ombros também são traços fortes na
dança de Ogum, bem como os de peito, que ilustram o embate corporal durante. A dança de Ogum
é rápida, forte, precisa e ilustra a movimentação que esse Orixá realiza quando utiliza seus facões
para abrir a mata ou em movimentos de batalha os amolando.

Aláada mêji ô sim imanlé fi éjé ué alácôrô

a padê ô níb´ijá onirê ogum já ô ogum dê a

rêrê irê ir

Ê ogum já auá puê é agô lónâ

Cô mô um ri ijá ré ô

Senhor de duas espadas que cultua os espíritos

E toma banho de sangue.

Dono do akorô, nós o encontramos nos lugares de briga.

Ogun o Senhor de Irê luta,

Ele chega de Irê a nós calmo e feliz


oxóssi
Orixá caçador, senhor da floresta e de todos os seres que nela habitam, Orixá da fartura e da
riqueza. Atualmente, o culto a Odé Oxóssi está praticamente esquecido na África, mas é
bastante difundido no Brasil, em Cuba e em outras partes da América onde a cultura iorubá
prevaleceu.

É à noite que o Orixá, silenciosamente, vai às matas, iluminado e conduzido pela lua, em busca
do alimento que não nos pode faltar. Rodeado de árvores, galhos, raízes e de animais, Oxóssi,
ao adentrar na floresta, dança o aguerê (denominação dada para a coreografia do orixá) com
seu arco e flecha – objeto através do qual o orixá caça e traz fartura para sua aldeia – em uma
mão, e na outra com seu irukeré – instrumento confeccionado com o rabo de cavalos, búfalo ou
boi, que serve para afastar maus espíritos e atrais prosperidade –. Sua dança, muito rápida, com
movimentos precisos e calculados, é mímica de uma caçada e simula os gestos de atirar flechas
para todo lado, espalhando também a sua magia.

Imitando o cavaleiro que persegue sua caça, Oxóssi dá passos rápidos e, de vez em quando,
percebem-se pulos e giros em torno de si mesmo, demonstrando sua prontidão e atenção a
tudo o que acontece ao seu redor. É ainda, aquele que pode manipular o chicote, objeto que
costuma ficar preso em seu cinto, representando seu poder de rei das matas, em Ketu. Percebe-
se através de sua dança uma integração do orixá no espaço, por meio de seu corpo que
rapidamente vai ao chão, se esquiva e corcoveia, a depender das possíveis adversidades
oferecidas pela floresta.

Ôní aráiê ódé a rêrê ôkê auá ni códé lôquê

Dódé a pua érã auá ni códé lôque dódé a pua érã

Ódé bi euê ódé lôdê có auá pua érã

Senhor da humanidade, nosso bom caçador, nós o

Chamamos para aprendermos a caçar e acima de tudo,

Ir caçar e encontra a caça.


oxumaré
Oxumaré é o Deus cobra e arco-íris. Quando incorporado, dança apontando o céu e a terra, fazendo
menção à união que o arco-íris proporciona quando visto da terra. É uma divindade dual, ao mesmo
tempo macho e fêmea, ele porta cobras de metal chamadas de Ejò ou Dan (essa ferramenta
simboliza o mito das serpentes que levavam água dos céus para terra). Oxumaré demonstra a
dualidade e continuidade (por serem duas cobras, macho e fêmea). Enquanto Oxumarê não vem a
terra, todos podem vê-lo no céu com a sua faca de bronze, sempre se fazendo no arco-íris para
estancar a chuva.

Lêlê morí ô rabatá lêlê mori Ôxumarê ô

Ôxumarê uálêlê mori Ôxumarê

Ele está sobre a casa, eu vi, ele é imenso (gigantesco)

Ele está sobre a casa, eu vi, é Oxumarê

Oxumarê está sobre a casa, eu vi Oxumarê


yewá
"Virgem da mata virgem, cobra fêmea sem dono”, Yewá, senhora das possibilidades
representa a força da constante transformação, da constante mutação. Senhora das
possibilidades, a dança da deusa dialoga com vários outros Orixás se diferenciando pelo
momento ritual que é chamada a roda. “A coreografia deste Orixá das artes, que tem o dom
de desaparecer, tornando-se invisível aos desafetos, é rica, variada e bastante peculiar. […]
Euá pertence ao elemento água e reparte com os participantes da festa a certeza de que ela é
a senhora dos mistérios, aquela que faz aparecer e desaparecer (os desafetos) e que torna as
coisas nebulosas muito claras, fazendo cair máscaras da hipocrisia, para o benefício da
verdade” (Martins, Cléo. Euá - a senhora das possibilidades).

"De todos os passos de dança e gestos executados por Euá, o mais característico é aquele no
qual ela junta as mãos de forma graciosa (como quem apanha água) e joga o “conteúdo” para
cima, dando-nos nítida impressão de que está recolhendo com as mãos e atirando para o alto
alguma coisa mágica” ( Martins, Cléo. Euá - a senhora das possibilidades). Yewá também se
movimenta como cobra, para cima e para baixo. Dessa forma se afirma como parte da criação
- ao criar, ninar e jogar o mundo para cima; afirmando dessa maneira o próprio movimento de
transformação e ciclos.

Iyewa Iyewa Ma Ajo Iyewa Iyewa

Iyewa Iyewa Ma Ajo Iyewa Iyewa

Ma O Ma O Lese

Iyewa Iyewa Ma Ajo

Yewa, Yewa, dançaremos para Yewá, Yewá

Yewa, Yewa, dançaremos para Yewá, Yewá

Cultuamos a mãe que ajuda a ficar de pé

Para Yewá dançaremos


yemanjá
As danças de Yemanjá traduzem a sua relação com a maternidade, com a água, com beleza e com o
mar. Suas danças são harmoniosas e cadenciadas. Os gestos corporais na dança significam que Yemanjá
está na água. Possuem movimentos ondulares onde apresentam um vai e vem do corpo lembrando o
balanço das ondas do mar. Em determinado momento o corpo se desloca rapidamente para frente e
para trás simulando um mergulho nas águas. Em um ritmo cadenciado os pés não ficam um ao lado do
outro e o corpo oscila para frente e para trás. Nesse balanço os braços se afastam e os movimentos se
aceleram, simbolizando mergulhos nas ondas do mar. Em determinado momento o movimento das
mãos é trocado simultaneamente com o dedo indicador da mão direita na testa e o dedo da mão
esquerda na parte de trás da cabeça. Este gesto indica que Yemanjá é dona do corpo (cabeça) que ali
está se manifestando.

Yẹmọnja àwa bó

Ààbò a yó Yẹmọnja

Àwa ààbò a yó

Ìyáàgbá ó dé iré ṣé

A kíì ẹ Yẹmọnja

A kọkọ pè ilé gbè a ó yó

Odò ó fí a ṣà

Wè rè ó

Iemanjá protege-nos e nos enche de satisfação. É Iemanjá.

Estamos protegidos, nossa satisfação é completa.

A velha mãe chegou fazendo-nos felizes, nós vos cumprimentamos Iemanjá,

A primeira que chamamos para abençoar a nossa casa e nos encher de satisfação.

Usar o seu rio que escolhemos para nos banharmos, pois, o rio que escolhemos é o que usas para o banho.
oxalá
Oxalá possui dois arquétipos principais dentro da cultura afrobrasileira. Oxalufã e Oxaguiã, oxalá velho
e o oxalá jovem e guerreiro, respectivamente. Aqui trataremos do Oxalá velho, o grande pai, dono de
toda candura, bondade e perseverança.

Oxalá é um Orixá funfun e está inserido no contexto mitológico da criação do mundo, por isso mesmo
assumo papel fundamental na tradição africana como o grande genitor das coisas que existem.

Os movimentos de sua dança são lentos e suaves, carregados de mansidão e recebidos com extrema
reverência. Quando Oxalá dança apazigua tudo, aquieta as energias evocando a boa sorte sobre o orí.
As mãos unidas uma sob a outra remetem ao Opaxorô, seu cajado sagrado, utilizado no momento da
criação do mundo. Oxalá se curva ao dançar representando a sabedoria do Igbin (caracol), aquele que
carrega o segredo da perfeição em sua espiral nas costas, representando também a humildade nos
caminhos daqueles que necessitam perseverar.

Aso funfun àwa bí

Àlá fun fun dé Òrìsànlà

Ála ye ájàlà o

Àlá fun fun dé Òrìsànlà

Nascemos cobertos de branco

O Alá branco de Oxalá no encobre

O Alá de Oxalá nos dá a vida

O Alá branco de Oxalá no encobre


ibeji
"Sincretizados com os Ibeji, estes santos são concebidos como gêmeos e meninos. Seus devotos
costumam cultuá-los no mês de setembro e propiciá-los oferecendo em sua homenagem um banquete
em que as crianças têm a primazia, e onde o prato principal é o caruru, um creme de quiabos. Ordep
Serra (2009, p. 129) destaca o samba de roda protagonizado por crianças, que o dançam no contexto
do culto doméstico a divindades infantis: nos Carurus de Cosme e Damião”

Tala ti Ibedji e ti ioio, Tala ti Ibedji e ti ioio

Oya sessumalé tala ti ibedji e ti uôuô

Ubade Ubade UBade Acoro

Dadá sasse ubadê acorô

Asessum sapata ezulabae

asessum sapatá ezulabaê

Ezulabae, Ezulabae

asessum sapatá ezulabaê


ossain
Ossain é o senhor de todas as folhas, senhor da cura, dos milagres; o grande feiticeiro. Guarda em seu
agué o mistério que cada folha contém em si.

Quando Ossain dança temos em seus movimentos as folhas sendo colhidas e distribuídas ao mundo,
como se seu gesto mostrasse o controle que ele tem sobre a magia contida nelas ao mesmo tempo que
ao lançá-las desperta as potencialidades de cada uma. A dança de Ossain é energética, vibrante,
principalmente quando os movimentos de passos se tornam mais marcantes.

Pèrègún a lá we titun o

Pèrègún a lá we titun o

Gbogbo pèrègún ali we lessé

À àjá lé o pèrègún lá to ni o

As folhas frescas do Peregun devem ser manuseadas com respeito

As folhas frescas do Peregun devem ser manuseadas com respeito

Os filhos de santo respeitam as folhas frescas do peregun

Tocamos o adja em homenagem ao peregun que tem um grande poder


o b á
Obá é cultuada como Orixá mãe, a dança em círculo enfatiza o mistério a predominância grupal da
sociedade e pendência para esquerda, poder feminino. O cântico Obá Eleeko ajá osí, revive a diáspora
africana - a memória de um desaparecido culto ancestral africano.

Obá pensa com o coração, por isso dança sempre com a mão esquerda apontado para o lado esquerdo
na altura da orelha, e na mão direita uma espada, na forma de uma guerreira. Dança combatendo as
injustiças, especialmente aquelas sofridas por mulheres. Sempre pronta para qualquer justiça é um
Orixá temido por muitos, mas se torna dócil quando ama de verdade.

Óbá é’lééko aja osi

Ajagba é’lééko aja osi

Oro awô mógbo óbá

Ajagba é’lééko aja osi

Obá da sociadade Elekó, guardiã da esquerda

Anciã guardiã da sociedade Elekó, guardiã da esquerda

O ritual do mistério é atendido por Obá

Anciã guardiã da sociedade Elekó, guardiã da esquerda


xangô
Muitas são as lendas do homem Xangô, quarto rei de Oyó, quanto do Orixá Xangô, senhor dos raios e
da justiça. Diz a história que rei Xangô não poupou esforços para conquistar outros territórios. É
considerado o unificador do povo iorybá. Foi um homem sedutor e vaidoso, ao mesmo tempo, um rei
guerreiro e violento.

Diz a lenda que em um certo dia, Xangô acompanhado de seu numeroso exército, viu-se à frente com
um poderoso exército inimigo. Este exército era conhecido por exterminar seus opositores, sem
qualquer piedade. A batalha foi dura, o exército de Xangô perdia muitos homens. Ele via seus homens
sendo derrotados, mutilados e jogados ao pé da montanha. Isso provocou sua ira, que num movimento
rápido chocou o seu martelo contra a pedra, provocando imensas faíscas. Quanto mais forte ele batia,
mais inimigos eram atingidos pelas faíscas. Ele fez isso até derrotar boa parte do exército inimigo. A
força de seu machado acovardou o inimigo. Alguns inimigos haviam sido feitos de prisioneiros e os
ministros de Xangô pediam a morte dos opositores. Ele negou. “Meu ódio não pode ultrapassar os
limites da justiça. Os guerreiros cumpriam ordens, foram fiéis aos seus superiores e não merecem ser
destruídos. Mas os líderes sim, estes sofrerão a ira de Xangô.” Neste momento, ele ergueu seu machado
ao céu e descarregou uma sequência de raios, que atingiram os chefes inimigos. Os guerreiros,
poupados, passaram a servir Xangô com lealdade. A principal coreografia de xangô, o alujá, é dominada
pela simulação de golpes de machado. Em um momento rasga o espaço para frente, noutro cruza sua
arma com o um opositor imaginário. De forma impetuosa, o tronco é impulsionado para frente e, em
seguida, para um dos lados. A coreografia vai aos poucos ocupando todo o espaço que lhe é dado.

Fura ti ‘ná, Fura ti ‘ná e, Fura ti ‘ná

Àrá lò si sá jô

Fura ti ‘ná, Fura ti ‘ná e, Fura ti ‘ná

Àrá lò si sá jô

Desconfie do fogo, Desconfie do fogo, Desconfie do fogo.

O raio é a certeza de que ele queimará

Desconfie do fogo, Desconfie do fogo, Desconfie do fogo.

O raio é a certeza de que ele queimará


oyá
Rainha dos ancestrais, Oya é mãe e filha. Sua cor vermelho sangue circula, representando o próprio
movimento da vida. Oya é uma força cheia de realizações que move e individualiza as águas, florestas,
animais e seus espíritos. Seu elemento é o ar, o vento, o chifre de búfalo (eruquére), emblema com que
controla e maneja os espíritos das florestas.

Veste-se de cobre metal e vermelho. Oya se exprime pelo ar em movimento e pelo fogo – seu aspecto
essencial. Ela é dona dos ventos. Sua dança acompanha essa lógica. Movimenta-se muito os braços
como se Oyá levasse os mortos, se tornando a ventania da passagem. Ela varre com o mariwô (folhas
tenras do dendezeiro) as impurezas e limpa o mundo. Oyá é mãe e rainha dos egunguns e dos
ancestrais masculinos. Oya dança com os Sacerdotes do culto egungun, os Ojés (intermediários entre os
vivos e os mortos), que tornam visíveis os ancestrais. Ela é ar em movimento, pássaro, fogo e relâmpago.

Oiá côorô nilê ô guerê-guerê

Oiá côoro unlá ô gué ará gué ará

Ôbinrim xápa côorô nilê o guerê-guerê

Óyá qui a móreló.

Oyá tiniu (ressoou) na casa incandescendo brilhantemente,

Oyá tiniu (ressoou) com grande barulho, ela corta o raio.

Ela corta o raio, é mulher arrasadora que ressoou na casa

Sensual e inteligente. A Oyá cumprimentamos para conhecê-la mais


obaluaiê
A dança segue o ritmo dos atabaques particularmente chamado de Opanijé. Desloca-se para a direita e
esquerda com as faces das mãos voltadas para cima e para baixo representando a vida e a morte, o dia
e a noite, a saúde e a doença, o movimento de todas as coisas, a dualidade e a ambivalência.

Reafirma, com as mãos espalmadas para frente, que é só aguardar para presenciar uma mudança
inevitável. Aponta o seu dedo indicador sobre a palma da mão mostrando que é apenas uma questão
de tempo. Curvando-se de um lado para o outro aponta o dedo para o céu e para a terra reconhecendo
seu domínio sobre eles, ao mesmo tempo que aponta para o ouvido, olho e boca expressando que
nada acontece sem que ele escute, veja e em silêncio permanecerá.

Lentamente dobra os joelhos, desce até o chão e descreve a sentença de todos, abrindo a sepultura,
colocando o corpo sem vida e cobrindo-o com seu elemento mais precioso, a terra, em seguida pega
seu xaxará (objeto que traz a vida), se levanta e triunfa sobre a verdade absoluta, recebendo e
acolhendo a alma dos seus filhos, que agora sobre o seu domínio conhecerá a vida pós morte.

A jí dàgõlóõnõn kí wa sawo orõ

Dàgõ ilé ilé, dàgõlóónõn kí wa sawo oro,

Dàgõ ilé ilé.

a ji dagôlônã qui uá xaurôrô dagô ilêilê dagôlônã qui uá xauôrô dagô ilêilê.

Ao acordar pedimos licença ao senhor do caminho

aquele a quem fazemos o culto tradicional,

dê licença à nossa casa,

que pede licença no caminho a quem nós fazemos o culto tradicional


nanã
A dança repete os gestos de saudação e de afirmação do poder do Orixá. Dançando saúda o universo,
a Terra, o além, o nascente e o poente. O princípio da fertilidade de Nanã está associado à agricultura e
se reflete na ação de pilar os grãos em um pilão imaginário. Nanã dança com muita dignidade ninando
o Ibiri (objeto sagrado, usado por Nanã, feito com palha da costa e búzios), representação de seus filhos
e descendentes. Nanã peneira os grãos cavando a terra e os amassando. O assobá (sumo sacerdote do
culto de Obaluayê) entrega o Ibiri de Nanã e o Xaxará de Obaluayê na situação ritual. Nanã se retira
levando seu filho mítico. Nanã por ser um Orixá da terra dança abaixada. Ela recolhe e leva, varre de
dentro para fora fazendo o gestual com os braços, arrastando e limpando. Movimento que puxa a lama,
movimento de repelir os filhos.

Éni còricôôdô quiuálé ómónilé côrajô

Nanã icúré ómónilé côrajô côrajô cô

rajô ô félélé côrajô nanã icúré ómó

nilé côrajô.

Esteira de capim que cobre o rio e está rende ao chão (charco, pântano),

por onde os filhos da terra (do lugar)

Não viajam (transitam). Nanã é sua morte, os filhos da

Terra não viajam, não transitam, não viajam, a terra é fina.

E frágil (pode afundar). Não viaje. Nanã é sua morte, filhos

Da terra não viajem


iroko
É um dos Orixás mais antigos, ele representa o tempo e rege a Ancestralidade. Ele foi a primeira
árvore plantada na terra, por onde desceram todos os Orixás, por este motivo ele é o líder de todos
os espíritos das árvores sagradas. É o protetor da natureza, dos animais e da ancestralidade, aqui no
Brasil sua presença encontra-se na árvore Gameleira Branca, ou Figueira Branca, como respeito e sinal
de sua energia, é de costume amarrar um ojá – fazer um laço com um tecido branco – em seu tronco.

A dança de Iroco é Avania também conhecida por arramunha, arraia. É dançada também, pela família
de Omulu (Obaluaiê, Omulu, Euá, Nanã, Oxumarê..) Conta a tradição que Iroko dançou o
mencionado toque quando voltava da guerra, passando definitivamente para o lado dos
Orixás. Antes ele era arruaceiro, metido com tudo quanto é tipo de gente ruim. Para marcar esta data
Iroko dança com uma coreografia de aproximadamente 17 passos diferentes.

Omo ode Ode Iroko

E oun ofà Akueran

E o sí bodè E o sí bodè

Arolè o sí bodè

E o sí bodè E o sí bodè

Filho do caçador Oxóssi Iroko

Akueran é um caçador

Nós o saudamos

Nós o saudamos, Nós o saudamos


logunedé
"Santo menino que velho respeita" (LOPES, 2002). Filho mítico de Oxum e Oxossi em muitos itãs, deles
herda o brilho, a beleza e o gosto por tudo que é belo.

Vive seis meses com a mãe nos rios e seis meses com o pai nas matas. Conhece e domina os segredos
desses dos dois mundos, sendo um hábil caçador e pescador. É um Orixá fortemente ligado à música e
à dança, assim como à poesia e às artes de modo geral.

Divindade metametá, o que quer dizer que ele é três sendo um. Logun não é metade Oxum, metade
Oxóssi, metade masculino, metade feminino. Ele é masculino e feminino ao mesmo tempo, é Oxum, é
Oxóssi e o próprio Logunedé ao mesmo tempo. "Em iorubá, méta significa 'três'. E métaméta traduz-se
como 'três ao mesmo tempo'” (LOPES, 2002:46-7).

Por essa influência tão presente dos pais, a dança de Logunedé combina movimentos dos dois. O Orixá
dança com o arco e flecha e se mostra caçador, como também gira nas águas e empunha o espelho
mítico de sua mãe. Beleza e força unidas em passos graciosos e alegres. A dança de Logunedé quando
acontece ecoa essa alegria jovem e ativa. Doce e vigorosa traduzida não apenas de seus pais, mas
também pela riqueza e abundância que o próprio Orixá representa.

Olówo a kofà Rè a kofá rè wo

Ê a kofàijó ijó , Lògun ó é akofà

Olówo a kofà Rè a kofá rè wo

Ê a kofàijó ijó , Lògun ó é akofà

Rico senhor, pegaremos seu arco e flecha para cultuarmos

Vamos pegar o arco e flecha e dançarmos para Logun

Rico senhor, pegaremos seu arco e flecha para cultuarmos

Vamos pegar o arco e flecha e dançarmos para Logun


oxum
Oxum apresenta-se como orixá das águas doces, dos rios e cachoeiras. A deusa do amor. Aquela que rege a
fertilidade feminina, não apenas na dimensão da gestação, mas também no que diz respeito à sedução, à
riqueza e à prosperidade. É, portanto, a dona do ouro e considerada também deusa da beleza. Segundo a
mitologia Iorubá, Oxum é filha de Iemanjá com Orunmilá, o dono de Ifá. Há vários mitos que relatam seu
poder de sedução manifesto na sua relação com Exu, com Xangô, com Oxóssi e, especialmente, trataremos
aqui do mito em que a deusa encanta Ogum por meio de sua dança: Ogum, cansado de sua profissão de
ferreiro, decidiu abandonar sua cidade e morar na floresta. Desesperados, todos os orixás foram tentar
convencê-lo a voltar, porque não podiam ficar sem seus trabalhos com o ferro. Oxum, ao perceber que
ninguém o trouxe de volta, decidiu tentar. Desacreditados, os orixás debocharam da deusa da sedução, tão
frágil, crentes de que não conseguiria nada. No entanto, foi encantado pela dança de Oxum que Ogum
voltou, finalmente, à aldeia e retomou seu trabalho (Prandi, 2001).

Em sua dança, seus movimentos se alternam entre a fluidez e a leveza da água de um rio, como quem se
banha na cachoeira, penteia seus cabelos e se admira com doçura pelos reflexos do abebé e com a sedução
do balanço de seus quadris; ou, também podem ser movimentos mais ativos, como uma guerreira
empunhando a sua espada, mas ainda mantendo sua feminilidade, sabendo que em seus braços, além da
espada, também estão enfeites, pulseiras e anéis de ouro e bronze. “Anima é a energia predominante na
dança de Oxum, sempre fluida e sensual. Movimentos conduzidos e ondulantes, sempre muito ligados, com
pouca força e sem acentos muito marcados são característicos da dança deste Orixá, que é sempre muito
cadenciada e acontece ao som do ijexá.” ( A dança de Oxum “lembra o comportamento de uma mulher
vaidosa e sedutora que vai ao rio se banhar, enfeita-se com colares, agita os braços para fazer tilintar seus
braceletes, abana-se graciosamente e contempla-se com satisfação num espelho” (Verger, 1981).

A ri ide gbé o Aquela que consegue fazer soar as pulseiras como


uma canção
Omi ro a wàrá-wàrá,
Soam como barulho das águas rápidas.
omiro o fi’de se’mo l’òyó
Ela balança as pulseiras em Oyó
Omi ro a wàrá-wàrá,
Soam como barulho das águas rápidas.
omiro o fi’de se’mo l’òwo
Ela balança as pulseiras com respeito
Omi ro a wàrá-wàrá,
Soam como barulho das águas rápidas.
omiro o fi’de se’mo l’òrun
Ela balança as pulseiras no Orun
dançar
"Acho que é uma das formas mais fortes que encontrei de rezar e me conectar com Oxum. Não tenho um estudo aprofundado dos passos e do que cada um deles representa,

então pra mim sempre foi muito intuitivo, mas toda vez que vou dançar pra Oxum, me imagino sendo embalada por ela. Como se eu tivesse na profundidade de um rio e meu

corpo todo fosse preenchido com a energia dela. Mas é uma troca, sabe? Ao mesmo tempo que eu me alimento dela, também sinto que alimento a minha Oxum com a força

original do rio, da geração, com o mistério do abebé e dos leques. No geral, quando eu to dançando, eu sinto um vácuo na cabeça, sabe? Parece com a sensação de desmaio ou

com a sensação de mergulhar na água também... mas acho que isso é pelo nervosismo de dançar em roda, junto da energia da corrente, dos atabaques e das palmas. ”

"Pra mim é uma sensação maravilhosa, ao mesmo tempo de conexão com o sagrado e de libertação, sabe? Acho muito potente saber que o ritmo e o movimento do corpo podem

chamar uma força tão grandiosa quanto a de um Orixá”

“Quando danço eu sinto um arrepio na espinha, e ao mesmo tempo leveza e prazer. Dançar para mim é a representação e a mistificação do Orixá. É como se fossem duas energias

ocupando o mesmo corpo. Sensação única, sinto uma pontada no Orí. Dançar pro Orixá faz com que eu sinta a força do meu próprio ser, do meu próprio eu”

"Eu geralmente sinto o orixá, principalmente quando toca só pra xangô na roda. Vem uma alegria muito grande, parece que é a alegria que vai tomar conta, que vira um

formigamento por todo corpo. Como a própria vida pulsando”

“Dançar pro Orixá é poder sentir com todo meu corpo a alegria e a beleza que essa energia tem. É alcançar um lugar tão sagrado e tão poderoso que a gente não faz isso

racionalizando. A gente só faz isso quando é o corpo que pensa do jeito dele, com os movimentos dele, com o sentimento, o sorriso… com a minha própria história. Porque eu tô

ali vivendo e sentindo aquilo. Não é algo distante que eu só posso olhar, ao contrário, quando eu danço é como se aquela energia que eu admiro tanto estivesse ali me nutrindo e

me fortalecendo, com o amor que eu sinto no meu coração. Dançar para Yewá é transformar a mim e a tudo ao meu redor nela própria. Então tudo é belo e perfeito do jeito que é”

Relatos de yawôs
referências bibliográficas
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LIMA, Gabriel Ramon Ferreira. Ensino de dança dos orixás e reflexões sobre identidade de gênero a partir do movimento. Niterói: PPPGA-UFF, v. 1. P. 5-218, 2016.

LOPES, Nei. Logunedé: “Santo menino que velho respeita”. 2ª ed. Rio de Janeiro: Pallas, 2002

MARTINS, Cléo. EUÁ - A senhora das Possibilidades. Coleção orixás. Editora Pallas. Rio de Janeiro, 2006.

OLIVEIRA, Altair B. Cantando para os Orixás.Editora Pallas. Rio de Janeiro, 1997.

PACHECO, Gustavo e PEREIRA, Edmundo. Org. ILÊ OMOLU OXUM - Cantigas e toques para os Orixás. Rio de Janeiro, 2004

PENA, Nasser de Freitas; SILVA JUNIOR, Isley Borges da. EWÉ ÁSÀ: folhas e religiosidade afro-brasileira. 1ed. Uberlândia, 2017.

PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos Orixás. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

ROSAMARIA, Barbara. A DANÇA DAS AIABÁS. Dança, corpo e cotidiano das mulheres de candomblé. Tese de Doutorado. Faculdade de Filosofia, letras e Ciências Humanas da USP. São

Paulo, 2002.

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SERRA, Ordep. Rumores de festa: o sagrado e o profano na Bahia. EDUFBA, 2009.

VERGER, Pierre Fatumbi. Orixás. São Paulo: Corrupio e Círculo do Livro, 1981.

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