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Ogã

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Ogã[1][2] (do iorubá -ga: "pessoa superior",


"chefe", "com influência"; do jeje ogã:
"chefe", dirigente") é o nome genérico
para diversas funções masculinas. Na
religião afro-brasileira candomblé é o
nome do sacerdote escolhido pela
divindade ancestral orixá, que
permanece lúcido durante todos os
trabalhos, não entrando em transe, mas
ainda assim recebendo a intuição
espiritual.

Os instrumentos percussivos atabaques,


no candomblé só podem ser tocados
pelo ogãs musicais Alabê (nação Queto),
Cambondo (nações Angola e Congo) e
Runtó (nação Jeje), que é o responsável
pelo Rum (atabaque maior que comanda
o Rumpi e o Lê)[3] e pelos ogãs nos
atabaques menores sob o seu comando.
É o Alabê que inicia o toque no Rum para
que o orixá execute sua coreografia, de
caça, de guerra, sempre acompanhando
o floreio do instrumento.[3]

Os atabaques são chamados de Ilú na


nação Queto, e ingomba na nação
Angola, mas todas as nações adotaram
os nomes: Rum, Rumpi e, Le. Apesar de
ser uma denominação Jeje.

Candomblé Jeje
Os cargos de ogã na nação Jeje são
assim classificados:

Pejigã, que é o primeiro ogã da casa


jeje. O mais velho de todos, geralmente
o mais sábio, com a função de cuidar
do peji (altar dos santos) e zelar pelos
assentamentos dos filhos da casa.
Runtó, o segundo, o tocador do
atabaque Rum. Os atabaques Rum,
Rumpi e, Lé são Jeje.
Axogum, um ogã importante no
candomblé, especialista responsável
pela execução sacrificial dos animais
votivos.

Candomblé Queto
Os cargos de ogã na nação Queto são
assim classificados:

Alabê, o chefe dos tocadores de


atabaques. Dominante do atabaque
Rum, que através dele o Orixá fará sua
dança e com isso comandando os
atabaques Rumpi e Lê.
Ogã gibonã, um ogã importante, o
zelador da casa de Exu; seus
conhecimento ajudam na firmeza da
casa.
Ogã Apontado, a pessoa apontada
como possível candidato a ogã.
Equivalente ao ogã suspenso.
Ogã Suspenso, a pessoa escolhida por
um orixá para ser um ogã, é chamado
suspenso, por ter passado pela
cerimônia onde é colocado em uma
cadeira e suspenso pelos ogãs da
casa, significando que, futuramente,
será confirmado e passará por todas
obrigação para ser um ogã.

Há também outros ogãs como Gaipé,


Runsó, Gaitó, Arrou, Arrontodé.
Candomblé banto
Os cargos de ogã na nação bantu são
assim classificados:

Tatá Ganga Lumbito - Ogã, guardião


das chaves da casa.
Cambondu - Equivalente a ogã para o
povo nagô, o plural de cambondu é
tumbondu.
Cambondo Quiçabá - Ogã responsável
pelas folhas.
Tatá Quivonda - Ogã responsável pelos
sacrifícios animais (mesmo que
axogum).
Tatá Pocó - Ogã responsável pelos
sacrifícios animais mas que foi
iniciado para incoce (Ogum para o
povo nagô).
Tatá Muloji - Ogã preparador dos
encantamentos com as folhas
sagradas e cabaças.
Tatá Mavambu - Ogã ou filho de santo
que cuida da casa de Exu (de
preferência um homem; as mulheres
não devem exercer essa função, uma
vez que mestruam, só o podendo fazer
após a menopausa).
Tatá Canzumbi - É o Ogã responsável
por sacudimentos (Cussaca), carregos
e de zelar pela zo (casa) do guardião
do candomblé. Também tem a
responsabilidade pelos rituais
fúnebres.
Tatá Gimbi - É o Ogã responsável pelas
cantigas sagradas (Mimbo Zambire)
dos inquices.
Incica ia ingoma (Xicarangoma) ou
muxiqui - O chefe dos tocadores de
atabaques, os instrumentos de
percussão.

O ogã também tem um papel


fundamental,em questão dos rituais e
também para invocar a entidade, pois o
ogã é o que toca para o santo (seja orixá,
preto velho, caboclo, Exu, Erê, Pombagira,
Boiadeiro etc.) o ogã depois do pai de
santo, babalorixá e o sacerdote, é o mais
próximo entre as entidades, pois o
contato que o ogã faz é através do
atabaque, também podendo dizer "toque
para o santo". O ogã tem que gostar do
que faz, pois não é só pegar um
atabaque e repicar o couro, pois ao tocar,
o ogã entra em contato direto com a
entidade, invocando-a no corpo do
medium ao cantar.

Para consagrar um ogã do terreiro ou


abaçá, é feito um ritual sagrado, onde
deita o atabaque e o ogã, consagrando
ele como o que para o santo.
Normalmente, é raro haver um terreiro
que não tenha um ogã. " Gosto do que
faço, quando toco para o santo, vem uma
paz enorme em mim, sinto meu corpo
leve e uma alegria ao ver o orixá na terra
dançando através do toque", diz um ogã
de um dos abaçás de Queto. A
responsabilidade é muito grande para
um ogã, por isso não é bom vacilar ou,
como se diz, rebelar contra a entidade,
podendo gerar consequências graves,
pois o santo cobra em cima daquele filho
rebelado ou revoltado.

Referências
1. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário
da língua portuguesa. 2ª edição. Rio
de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p.
675.
2. O Poder Dos Homens Na Cidade Das
Mulheres Por: Tomazia Maria
Santana de Azevedo Santos, UFBA (h
ttps://repositorio.ufba.br/ri/bitstrea
m/ri/8667/1/dissertacao_tomazia_s
antos.pdf)
3. Os homens que chamam os deuses
pra terra (http://fw.atarde.uol.com.br/
2012/11/1292600.pdf)

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