Você está na página 1de 2

TERREIRO DE UMBANDA APRENDIZ DE CABOCLO

Módulo 1: Geral
Aula 4: Vestuário e Diretrizes

VESTUÁRIO

Quando falamos de vestuário, estamos literalmente falando de roupas que podem e que não podem. A
Umbanda iniciou (segundo Zélio de Moraes) em um centro espírita, onde habitualmente utilizada roupas
brancas, e essa ficou sendo a cor padronizada na Umbanda.

Hoje é sabido entre os praticantes que se usa o branco por ser a cor de Oxalá, por ser a cor que simboliza a paz,
todos usam o branco para que todos fiquem iguais.

Contudo, a Umbanda também tem raízes africanas com o Candomblé, e com isso algumas doutrinas utilizam
adereços e vestimentas de Orixás, algumas casas permitem aos filhos uso de roupas com desenhos, roupas da
cor do Orixá em eventos especiais, etc.

Ainda assim, conforme a doutrina de cada casa, é determinado o uso de jaleco pelos
filhos, o uso de “Ojá” ou “Buba”. Esse Ojá quando utilizado tem a função de proteção
para a “Ori” do médium.

Temos ainda doutrinas que pedem o uso da saia para as mulheres da casa. Nesse caso
vale lembrarmos que a religião surgiu em uma época em que muito poucas mulheres
usavam apenas calças, a sociedade tinha uma visão diferente. E principalmente havia
Ojá uma ideia de que entidades (espíritos) masculinos somente trabalhavam com homens
e femininos com mulheres, assim as entidades femininas ficariam mais adequas usando saias.

Hoje os terreiros já evoluíram esse pensamento, e entendemos que todos os médiuns são apenas instrumentos
de comunicação, independente da opção sexual do médium, ou se o espírito a se manifestar foi um homem ou
uma mulher. Sendo assim, fica a critério dos dirigentes das casas, obrigarem o uso da saia, como lembrança da
ancestralidade, ou liberarem suas filhas do uso.

Quando se fala em vestimenta, surge uma dúvida muito interessante, mas e a entidade? Ela tem a roupa dela?
E se ela pedir uma saia vermelha rodada? Para os espíritos a roupa, não vai influenciar no seu trabalho
mediúnico, o guia vai trabalhar da mesma forma, contudo, quando um guia ganha ou pede uma roupa, a mesma
será “cruzada” para ele, e apenas para ele. Se torna um amuleto, se torna um ponto de força. Aquela roupa ao
ser usada pelo médium, passa ao médium mais confiança. Quando um guia manifesta a vontade de ter uma
vestimenta específica, este deve procurar a hierarquia da casa, pedir tal permissão e se a mesma for permitida
poderá ter aquele vestuário. Mais importante é o bom senso. É claro para mim que em diversas casas e giras
de qual participei, guias quando possuem suas guias, adereços ou vestuário, se portam diferente, trazem uma

Página 1 de 2
TERREIRO DE UMBANDA APRENDIZ DE CABOCLO
Módulo 1: Geral
Aula 4: Vestuário e Diretrizes

energia diferente, então acredito que para o espírito, tais vestuários, passam para ele uma liberdade, um
sentimento de aproximação maior com nosso lado.

DIRETRIZES

Todo terreiro, tem suas regras internas, muitos chamam de “Regimento Interno”, é nele onde são colocadas as
informações referentes a vestes, horários, regras, deveres e direitos.

O mais importante quando se fala em diretrizes de um terreiro, é salientar que não existe um manual de
instruções que dita todas as regras, para que os terreiros possam simplesmente usa-las. As regras são criadas
de acordo com as orientações do sacerdote da casa, e, portanto, podem mudar de casa para casa.

Página 2 de 2

Você também pode gostar