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O direito de resposta possibilita que a liberdade de expressão seja exercida em

sua plenitude, pois é acionado apenas após a livre e irrestrita manifestação do


pensamento. Além disso, o direito de resposta concede ao ofendido espaço
adequado para que exerça, com o necessário alcance, seu direito de voz no
espaço público.
[ADI 5.418, rel. min. Dias Toffoli, j. 11-3-2021, P, DJE de 25-5-2021.]
A liberdade religiosa não é exercível apenas em privado, mas também no espaço
público, e inclui o direito de tentar convencer os outros, por meio do
ensinamento, a mudar de religião. O discurso proselitista é, pois, inerente à
liberdade de expressão religiosa. (...) A liberdade política pressupõe a livre
manifestação do pensamento e a formulação de discurso persuasivo e o uso do
argumentos críticos. Consenso e debate público informado pressupõem a livre
troca de ideias e não apenas a divulgação de informações. O artigo 220 da
Constituição Federal expressamente consagra a liberdade de expressão sob
qualquer forma, processo ou veículo, hipótese que inclui o serviço de
radiodifusão comunitária. Viola a Constituição Federal a proibição de veiculação
de discurso proselitista em serviço de radiodifusão comunitária.
[ADI 2.566, rel. p/ o ac. min. Edson Fachin, j. 16-5-2018, P, DJE de 23-10-2018.]
Retirar de circulação produto audiovisual disponibilizado em plataforma de
“streaming” apenas porque seu conteúdo desagrada parcela da população,
ainda que majoritária, não encontra fundamento em uma sociedade
democrática e pluralista como a brasileira. Por se tratar de conteúdo veiculado
em plataforma de transmissão particular, na qual o acesso é voluntário e
controlado pelo próprio usuário, é possível optar-se por não assistir ao
conteúdo disponibilizado, bem como é viável decidir-se pelo cancelamento da
assinatura contratada. Além disso, é de se destacar a importância da liberdade
de circulação de ideias e o fato de que deve ser assegurada à sociedade
brasileira, na medida do possível, o livre debate sobre todas as temáticas,
permitindo-se que cada indivíduo forme suas próprias convicções, a partir de
informações que escolha obter.
[Rcl 38.782, rel. min. Gilmar Mendes, j. 3-11-2020, 2ª T, Informativo 998.]
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação;
Gênero Espécies
Privacidade Intimidade A esfera pessoal abrange as
relações com o meio social sem
que, no entanto, haja vontade ou
interesse na divulgação;

Vida Privada a esfera privada compreende os


dados relativos a situações de
maior proximidade emocional
("contextos relacionais
específicos"), como as opções
sexuais ou a orientação sexual do
indivíduo.

Honra PJ
Imagem PJ
STJ - Súmula 647 - São imprescritíveis as ações indenizatórias por danos
morais e materiais decorrentes de atos de perseguição política com violação de
direitos fundamentais ocorridos durante o regime militar. (SÚMULA 647,
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 10/03/2021, DJe 15/03/2021)
Decorrências dos direitos da personalidade, o respeito à privacidade e à
autodeterminação informativa foram positivados, no art. 2º, I e II, da Lei 13.709/2018
(Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), como fundamentos específicos da
disciplina da proteção de dados pessoais. Na medida em que relacionados à
identificação – efetiva ou potencial – de pessoa natural, o tratamento e a manipulação
de dados pessoais hão de observar os limites delineados pelo âmbito de proteção das
cláusulas constitucionais assecuratórias da liberdade individual (art. 5º, caput), da
privacidade e do livre desenvolvimento da personalidade (art. 5º, X e XII), sob pena de
lesão a esses direitos. O compartilhamento, com ente público, de dados pessoais
custodiados por concessionária de serviço público há de assegurar mecanismos de
proteção e segurança desses dados. O Regulamento Sanitário Internacional (RSI 2005)
adotado no âmbito da Organização Mundial de Saúde exige, quando essencial o
tratamento de dados pessoais para a avaliação e o manejo de um risco para a saúde
pública, a garantia de que os dados pessoais manipulados sejam ‘adequados,
relevantes e não excessivos em relação a esse propósito’ e ‘conservados apenas pelo
tempo necessário.’ (artigo 45, § 2º, alíneas b e d).
Consideradas a necessidade, a adequação e a proporcionalidade da medida,
não emerge da Medida Provisória 954/2020, nos moldes em que editada,
interesse público legítimo no compartilhamento dos dados pessoais dos
usuários dos serviços de telefonia. Ao não definir apropriadamente como e para
que serão utilizados os dados coletados, a MP 954/2020 desatende a garantia
do devido processo legal (art. 5º, LIV, da CF), na dimensão substantiva, por não
oferecer condições de avaliação quanto à sua adequação e necessidade, assim
entendidas como a compatibilidade do tratamento com as finalidades
informadas e sua limitação ao mínimo necessário para alcançar suas finalidades.
Ao não apresentar mecanismo técnico ou administrativo apto a proteger, de
acessos não autorizados, vazamentos acidentais ou utilização indevida, seja na
transmissão, seja no tratamento, o sigilo, a higidez e, quando o caso, o
anonimato dos dados pessoais compartilhados, a MP 954/2020 descumpre as
exigências que exsurgem do texto constitucional no tocante à efetiva proteção
dos direitos fundamentais dos brasileiros.
Mostra-se excessiva a conservação de dados pessoais coletados, pelo ente público, por trinta
dias após a decretação do fim da situação de emergência de saúde pública, tempo
manifestamente excedente ao estritamente necessário para o atendimento da sua finalidade
declarada. Agrava a ausência de garantias de tratamento adequado e seguro dos dados
compartilhados a circunstância de que, embora aprovada, ainda não vigora a Lei Geral de
Proteção de Dados Pessoais (Lei nº 13.709/2018), definidora dos critérios para a
responsabilização dos agentes por eventuais danos ocorridos em virtude do tratamento de
dados pessoais. O fragilizado ambiente protetivo impõe cuidadoso escrutínio sobre medidas
como a implementada na MP 954/2020. O cenário de urgência decorrente da crise sanitária
deflagrada pela pandemia global da COVID-19 e a necessidade de formulação de políticas
públicas que demandam dados específicos para o desenho dos diversos quadros de
enfrentamento não podem ser invocadas como pretextos para justificar investidas visando ao
enfraquecimento de direitos e atropelo de garantias fundamentais consagradas na
Constituição.
[ADI 6.387 MC-REF, ADI 6.388 MC-REF, ADI 6.389 MC-REF, ADI 6.390 MC-REF e ADI 6.393-
MC-REF, rel. min. Rosa Weber, j. 7-5-2020, P, DJE de 12-11-2020.]
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar
sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre,
ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
A Lei nº 13.869/19 tipificou como crime de "abuso de autoridade" o
cumprimento de mandado de busca e apreensão domiciliar entre as 21h (vinte
e uma horas) de um dia e as 5h (cinco horas) do dia seguinte. Assim,
interpretando a norma a contrário senso, chegamos ao "conceito legal de dia",
pelo menos para os fins previstos na lei: “dia” é o intervalo de tempo entre as
5h (cinco horas) e as 21h (vinte e uma horas).
Inviolabilidade de domicílio – art. 5º, XI, da CF. Busca e apreensão domiciliar
sem mandado judicial em caso de crime permanente. (...) Fixada a interpretação
de que a entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo
em período noturno, quando amparada em fundadas razões, devidamente
justificadas a posteriori, que indiquem que dentro da casa ocorre situação de
flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente
ou da autoridade e de nulidade dos atos praticados.
[RE 603.616, rel. min. Gilmar Mendes, j. 5-11-2015, P, DJE de 10-5-2016, Tema
280.]
Para os fins da proteção jurídica a que se refere o art. 5º, XI, da CF, o conceito
normativo de "casa" revela-se abrangente e, por estender-se a qualquer
aposento de habitação coletiva, desde que ocupado (CP, art. 150, § 4º, II),
compreende, observada essa específica limitação espacial, os quartos de hotel.
[RHC 90.376, rel. min. Celso de Mello, j. 3-4-2007, 2ª T, DJ de 18-5-2007.]
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas,
de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação
criminal ou instrução processual penal;
QUESTÃO TEMÁTICA
TJ SP 2021 VUNESP
Considerando o disposto na Constituição Federal, assinale a alternativa que aponta
uma situação que, em tese, viola um dos direitos ou garantias individuais do cidadão
brasileiro.
(A) Ordem emanada de juiz que determina à polícia que seja efetuada a escuta
telefônica de réu em processo civil de reparação de danos.
(B) Ordem de prisão civil por dívida do responsável pelo inadimplemento voluntário e
inescusável de obrigação alimentícia.
(C) Policial, sem mandado judicial, adentra em domicílio, durante à noite, sem
consentimento do morador, para efetuar prisão em flagrante.
(D) Mandado judicial de prisão cumprido por policiais civis às 9h00 dentro da
residência do réu.
(E) Suspensão das atividades de associação civil, de fins lícitos, por decisão judicial, em
caráter liminar.
QUESTÃO TEMÁTICA
TJ SP 2021 VUNESP
Considerando o disposto na Constituição Federal, assinale a alternativa que aponta
uma situação que, em tese, viola um dos direitos ou garantias individuais do cidadão
brasileiro.
(A) Ordem emanada de juiz que determina à polícia que seja efetuada a escuta
telefônica de réu em processo civil de reparação de danos.
(B) Ordem de prisão civil por dívida do responsável pelo inadimplemento voluntário e
inescusável de obrigação alimentícia.
(C) Policial, sem mandado judicial, adentra em domicílio, durante à noite, sem
consentimento do morador, para efetuar prisão em flagrante.
(D) Mandado judicial de prisão cumprido por policiais civis às 9h00 dentro da
residência do réu.
(E) Suspensão das atividades de associação civil, de fins lícitos, por decisão judicial, em
caráter liminar.
É constitucional o compartilhamento dos relatórios de inteligência financeira da
UIF e da íntegra do procedimento fiscalizatório da Receita Federal do Brasil - em
que se define o lançamento do tributo - com os órgãos de persecução penal
para fins criminais sem prévia autorização judicial, devendo ser resguardado o
sigilo das informações em procedimentos formalmente instaurados e sujeitos a
posterior controle jurisdicional; O compartilhamento pela UIF e pela RFB
referido no item anterior deve ser feito unicamente por meio de comunicações
formais, com garantia de sigilo, certificação do destinatário e estabelecimento
de instrumentos efetivos de apuração e correção de eventuais desvios.
[RE 1.055.941, rel. min. Dias Toffoli, j. 4-12-2109, P, DJE de 6-10-2020, Tema
990.]
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer;

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