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ENFERMAGEM NO IDOSO
PERSPECTIVAS ÉTICAS, DEONTOLÓGICAS E JURÍDICAS NO CUIDADO DE ENFERMAGEM À PESSOA IDOSA
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internacionais e nacionais que ao longo das últimas décadas, foram enquadrando, reunindo
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ABSTRACT
This academic work, carried out in the context of the Elderly Nursing discipline, aims to
analyze the theme of ethical, deontological and legal perspectives in nursing care for the elderly,
focusing on a set of international and national documents that, over the last few decades, were
framing, gathering and catalyzing moral concepts about old age, in a legal and deontological format.
In this theme, nursing assumes its social role, building its statutes, mirroring and assuming a
social role, protecting the most vulnerable, defending and supporting the rights of the elderly.
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ÍNDICE GERAL
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LISTA DE ABREVIATURAS
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1. INTRODUÇÃO
Universidade do Algarve, vem por sua vez dar resposta ao desafio lançado pela docente
Maria da Conceição Farinha, em realizar uma análise sobre a referida publicação, que se
foca sobre a documentação, emitida nas últimas décadas que procura proteger e enquadrar
a pessoa idosa, numa sociedade cada vez mais dinâmica e veloz, que muitas vezes não se
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Este estudo visa alertar-nos para os aspetos éticos, deontológico e jurídicos dos
Atualmente deparamo-nos com uma realidade díspar, que aponta para uma
“demografia global de envelhecer” (Bloom & Luca, 2016), onde um aumento galopante da
Organização Mundial da Saúde (OMS), referência a terceira idade com inicio aos 65
anos. Este valor esteve associado empiricamente ao termino da vida laboral e questões não
A primeira vez que foi abordado esta temática a nível mundial foi na Assembleia
Geral das Nações Unidas em Viena (1982), tendo sido aprovado um Plano Internacional de
Ação.
Logrado vinte anos, durante a Segunda Assembleia Geral das Nações Unidas
(2002), desta vez em Madrid, dedicada ao tema do Envelhecimento, com o principal objetivo
de avaliar o progresso feito, tendo sido aprovado em agenda, para intervenção no séc. XXI,
estas três principais áreas: (1) pessoas idosas e desenvolvimento, (2) saúde e bem-estar
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Toda esta temática, volta a ser reavaliada pela ONU (2016), ao mandatar o
Concelho de Direitos Humanos, para a realização de uma auditoria externa, que incidia
sobre da efetividade dos instrumentos existentes dos estados membros sobre a pessoa
resultado deste estudo, foi possível constatar várias posições, assumindo-se que a nossa
realidade nacional se insere num grupo pró-activo. Fruto desta estratégia, procura-se
O patamar dos 65, estipulado pela OMS e pela ONU, enfrenta resistência perante a
individualidade de cada pessoa. O envelhecimento necessita de uma visão social que lhe
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3. DESENVOLVIMENTO
sobre o quadro jurídico vigente em cada país. O enfermeiro é obrigado a zelar e cumprir a
legislação que enquadra a sua profissão, patentes no Estatuto da Ordem dos Enfermeiros
“princípio dos princípios” (Novais, 2020, p. 20), sendo considerada um vetor orientador e
13.º: “todos têm a mesma dignidade social”, garantindo proteção e acesso a cuidados de
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convívio familiar e comunitário que respeitem a sua autonomia pessoal e evitem e superem
Direitos Humanos (DUDH), que vincula o estado ao cuidado de todos como iguais e
O vazio existente da figura do idoso na convenção universal, não deve ser assumido
como um entrave para que se enquadre legalmente, o respeito da sua dignidade. O Estado,
baseado nos Princípios da Nações Unidas para as Pessoas Idosas (1991) realça o direito
de acesso a cuidados de saúde, que lhes permita manter ou optimizar o bem-estar físico,
mental, emocional e, acesso a serviços sociais e jurídicos, premissas que devem reforçar a
de decisões.
(2000), que consagra o direito das pessoas idosas a uma existência condigna e
de descriminação.
biologia e medicina. Baseado neste documento, é aprovada a Lei de Base da Saúde (Lei n.º
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com base nas mais recentes evidências cientificas em gerontogeriatria, renegando modelos
especializados.
comportamento da pessoa e, não realizar juízos de valor sobre opções políticas, culturais,
morais e religiosas, “proteger e defender a pessoa humana de práticas que contrariem a lei,
valores dispares, mas acaba por dissipar essas barreiras pela formação e experiência, que
próximo.
Apesar do sentido moral que consagra esta temática, existe a percepção que os
dos direitos da pessoa idosa, que ao ser consagrado poderia acelerar os processos de
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63/2015, o que foi definido com Estratégia de Proteção ao Idoso que se alinha com as
da Saúde (Lei n.º 95/2019), consagram o respeito pela autodeterminação da pessoa idosa,
reforçando o seu poder de decisão sobre o consentimento dos cuidados de saúde que lhe
vida numa perspectiva inclusiva e ativa que favoreça a capacidade de decisão e controlo da
violência com base na idade dos idosos, através da prevenção e repreensão, a Estratégia
artigo 102.º do EOE (Lei n.o 156/2015 da Assembleia da República, 2015), visa a promoção
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profissional, devem ser reforçados tendo em conta a debilidade da pessoa idosa, em que,
previamente resulte na informação aos familiares bem como, do seu estado de saúde
sempre que assim o desejam, o enfermeiro partilha informação só com aqueles que estão
bem-estar;
intimidade da vida privada e familiar (CRP, 1976) (cf. artigo 26.º, n.º 1), da sua proibição do
(Lei n.o 95/2019 da Assembleia da República, 2019), decreta este respeito, uma vez que,
poderá ter acesso a todo o processo clínico que lhe diga respeito, desde que, seja efetuada
É de realçar que, os deveres do enfermeiro, tendo como base uma profissão que
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exercício das suas funções e na supervisão das tarefas delegadas por si.
A pessoa cuidada tem o seu total dever e direito de participar e colaborar no seu
parcialmente ou mesmo totalmente dependente será sempre capaz de realizar alguma das
Uma pessoa que é dependente para realizar tarefas diárias irá necessitar de um
cuidador, sendo ele formal, um familiar, ou informal. O cuidador informal é destinatário dos
delega, para assim garantir a qualidade e continuidade dos cuidados que presta ou delega. O
enfermeiro tem o dever de ensinar ao cuidador para capacitá-lo nos atos delegados por si.
garantindo que seu acompanhamento não anule seu direito de exercer suas atividades
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De acordo com Costa, 2019 (p. 160), em casos extremos como incapacidade severa
acompanhado.
essa questão variável de acordo com suas próprias necessidades “parte-se da ideia de que
Como previsto no artigo 140.º, n.º 1, do Código Civil (Decreto-Lei n.o 47344, 1966)
tem por objetivo “assegurar o seu bem-estar, a sua recuperação, o pleno exercício de todos
seja, “a medida não tem lugar sempre que o seu objetivo se mostre garantido através dos
deveres gerais de cooperação e de assistência que no caso caibam” (Código Civil, Decreto-
Lei n.o 47344, 1966, nº 2 do artigo 140º) no que diz respeito a família do acompanhado. A
família cônjuge e filhos tem papel fundamental no que diz respeito às necessidades do
indivíduo e isto é previsto por lei (Código Civil, Decreto-Lei n.o 47344, 1966) (cf. artigo
1674.º) (Código Civil, Decreto-Lei n.o 47344, 1966) (cf. artigo 1874.º).
Segundo o artigo 147.º, n.º 1, do Código Civil (Decreto-Lei n.o 47344, 1966) os
direitos e deveres do acompanhado são salvaguardados por lei e apenas em caso em que
decisão judicial considere o contrário e afete o seu livre exercício isto pode ser revisto. “o
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exemplificativo, devendo ser entendidos, igualmente, como direitos pessoais cujo exercício
Barbosa (2018, p. 65), onde está garantido o direito à integridade física e psíquica e
do mesmo, podendo este por exemplo ser representado em função das suas
decisões, entre estas questões relacionadas à saúde. Estes poderes não podem ultrapassar
acompanhante ter algum poder sobre as decisões estas são sempre para o bem do
acompanhante. Segundo o artigo 146.º, n.º 1, do Código Civil (Decreto-Lei n.o 47344,
acompanhado devendo o visitar com uma periodicidade mensal ou que o for determinado
pelo tribunal (Código Civil, Decreto-Lei n.o 47344, 1966) (cf. artigo 146.º, n.º 2). É vedado
necessidade deverá ser solicitado em tribunal (Código Civil, Decreto-Lei n.o 47344, 1966)
nomeação de procurador de cuidados de saúde, pela Lei n.º 25/2012 (2012), de 16 de julho
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cuidados de saúde.
Ribeiro (2014) refere que “a natureza e efeitos das diretivas restringem-se ao âmbito
dos cuidados médicos e têm em vista constituir uma forma de suprimento privado da
incapacidade para prestar consentimento”, este consentimento deve ser obtido previamente
resultando daquela uma atuação ilícita podendo gerar assim uma indemnização – artigo
483.º, n.º 1, do Código Civil (Ribeiro, 2014, p. 113). O enfermeiro está obrigado a respeitar,
a vontade expressa pela pessoa em face do seu dever deontológico enquanto profissional
avançada e em fim de vida, refere, “quando padeça de doença grave, que ameace a vida,
meses” (Lei n.o 31/2018 Da Assembleia Da República, 2018, artigo 2º), onde esta lei
1. Receber informações detalhadas sobre seu estado de saúde. (Lei n.o 31/2018 da
4. Ser assistido por familiares ou cuidadores durante seu processo terapêutico (Lei n.o
artigo 3º)
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6. Contenção química com uso de fármacos prescritos (Lei n.o 31/2018 da Assembleia
dever de: “defender e promover o direito da pessoa à escolha do local e das pessoas que
manifestações de perda expressas pela pessoa, (…), pela família ou pessoas que lhe sejam
4. CONCLUSÃO
grande trabalho pela frente em contexto ético, deontológico e jurídico nos cuidadosos de
Enfermagem ao Idoso.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Jurídicas no Cuidado de Enfermagem à Pessoa Idosa. In M.L.F. Almeida, J.P.A. Tavares &
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