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Intervenção Fisioterapêutica III
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- Família Natural;
- Família Acolhedora;
2. FAMÍLIA ACOLHEDORA
- Residência Temporária;
É a assistência prestada ao idoso independente ou com
- Centro dia;
limitações nas atividades de vida diária, sem família ou
- Centro de Convivência;
impossibilitado do convívio com a mesma, ou em situação
- Casa Lar;
de abandono.
- República;
- Instituição de Longa Permanência para Idosos;
O idoso recebe abrigo, atenção e cuidados de uma fa-
- Assistência Domiciliária.
mília cadastrada e capacitada para oferecer este assistên-
cia, a qual é mantida sob a contínua supervisão dos órgãos
As modalidades de assistência apóiam-se predominan-
gestores.
temente no grau de dependência funcional, financeira e
social do idoso.
3. REPÚBLICA
Para facilitar a compreensão, também é possível dividir
as modalidades de acordo com os locais em que são ope- É uma alternativa de residência para idosos indepen-
racionalizadas: dentes, organizada em grupos, conforme o número de
usuários. Geralmente é financiada com recursos da própria
- Ambiente Domiciliar: família natural, família acolhedo- aposentadoria, renda vitalícia, enfim, como recursos dos
ra, assistência domiciliária e república; próprios idosos.
- Ambiente Institucional: residência temporária e insti-
tuição de longa permanência; O objetivo desta modalidade é: proporcionar ao idoso
- Ambiente Comunitário: centro de convivência, casa- integração social e participação efetiva na comunidade.
-lar e centro-dia.
Perfil do idoso que geralmente se encontra nesta mo-
1. FAMÍLIA NATURAL dalidade: deve ser independente para poder realizar as
atividades comunitárias e de manutenção do local, como
É a assistência prestada ao idoso independente, pela limpeza, comida, etc...
sua própria família, no seu próprio domicílio. A finalidade
dessa assistência é manter sua autonomia e vínculo com
familiares e comunidade.
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- atividade física;
5. RESIDÊNCIA TEMPORÁRIA - artesanato;
- jogos;
O objetivo dessa modalidade é: oferecer cuidados es- - atividades sociais (bailes, festas, viagens);
peciais a idosos após alta hospitalar devido a alguma di- - educação (alfabetização, aulas de computação,
ficuldade temporária, cuja permanência máxima é de 60 aulas de pintura, etc...)
dias.
Perfil do idoso que geralmente se encontra nesta mo-
Perfil do idoso que geralmente se encontra nesta mo- dalidade: independente.
dalidade: idosos dependentes ou semi-dependentes.
Os objetivos do fisioterapeuta no centro de convivên-
Os objetivos do fisioterapeuta nesta modalidade cia:
geralmente são de curto prazo, dependendo da
especificidade de cada caso. Mas o profissional deve
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Perfil do idoso que geralmente se encontra nesta mo- idoso, junto com a equipe interdisciplinar, para planejar a
dalidade: idosos sem incapacidades importantes. intervenção de acordo com suas necessidades individuais.
- mantém o idoso junto à família; O local físico deve ser equipado para proporcionar os
- oferece ao cuidador e/ou familia oportunidade cuidados adequados aos idosos, em regime de internato,
de exercer atividades laborais e de autocuidado; mediante pagamento ou não (privadas, públicas, filantró-
- evita a institucionalização do idoso. picas ou mistas), por período indeterminado.
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Deve dispor de profissionais capacitados para atender - idoso que não possui familiares e que possam
às necessidades de assistência social, saúde, alimentação, cuidar;
higiene, repouso, lazer e outras atividades que garantam a - maus tratos;
qualidade de vida dos usuários. - possibilidade de socialização e convívio com ou-
tros de sua geração;
Equipe técnica interdisciplinar: médico, fisioterapeuta, - acesso a cuidados adequados; etc...
fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicólogo, pedago-
go, assistente social, farmacêutico, odontólogo, nutricio-
Desvantagens dessa modalidade:
nista, profissional da educação física, enfermeiro, auxilia-
res de enfermagem e cuidadores.
- perda de autonomia e independência;
- depressão;
Perfil do idoso que geralmente se encontra nesta mo-
- isolamento;
dalidade: é mais comum encontrar os idosos dependentes
- diminuição de contato com familiares e risco de
e dementados (principalmente no Brasil). Mas pode abri-
abandono; etc...
gar idosos independentes também.
Uma ILPI pode se enquadrar em uma ou mais das se- Objetivos do fisioterapeuta na ILPI:
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Com a intervenção adequada da equipe é possível pre- deve ser dada, evitando que o paciente se torne depen-
venir depressão, muito comum em idosos institucionaliza- dente do serviço.
dos.
Vantagens dessa modalidade:
9. ASSISTÊNCIA DOMICILIÁRIA
- Ambiente familiar;
Assistência a idosos com algum nível de dependência, - Treino funcional em ambiente real;
no seu próprio domicílio, para promoção de autonomia e - Evitar risco de contaminação / infecções;
reforço dos vínculos familiares e de vizinhança/comunida- - Diminuição das reinternações hospitalares;
de. - Evitar institucionalização;
- Relação humanizada entre paciente e profissio-
Objetivo dessa modalidade: apoiar o idoso e sua família
nal.
nas orientações das atividades de vida diária, reforçando
sua capacidade para integração em diferentes atividades.
Desvantagens dessa modalidade::
Perfil do idoso que geralmente se encontra nesta mo- A assistência no domicílio pode ser dividida de acordo
dalidade: dependente com a característica do cuidado prestado. Tipos de assis-
tência que é dada no domicílio:
Aspectos importantes:
- internação domiciliar
- Prontuário no domicílio: é importante para que todos - atendimento domiciliar
os profissionais possam interagir; - acompanhamento domiciliar
- Número de sessões de fisioterapia variável: depende - visita domiciliar
de cada caso. Comum entre 2 e 3 vezes por semana. Em
caso de complicações respiratórias e internação domiciliar 1) Internação domiciliar:
(ver adiante), são necessárias sessões diárias.
- Orientações por meio de cartilhas, folders: importante
- Atenção em tempo integral ao idoso com quadro
para o paciente dar seqüência ao tratamento nos dias em
clínico complexo, problemas agudos e/ou alta hospitalar;
que não há fisioterapia, ou para orientar o cuidador quanto
- São utilizados equipamentos e RH especializados
a posicionamento, exercícios, etc.
em emergência e com características hospitalares;
- Cuidar do cuidador: a equipe de profissionais deve
- Não existe apenas para idoso;
dar atenção ao cuidador, principalmente se for informal
- Requer condições ambientais e suporte financei-
(familiar, amigo, vizinho...)
- Vínculo emocional: o atendimento no domicílio deve ro e familiar
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- O paciente apresenta alguma debilidade transi- É importante salientar alguns aspectos na tomada de
tória que impossibilite o seu comparecimento na clínica, decisão:
ambulatório...; - Considerar perfil funcional , cultural, social e
- Duração breve, até que o idoso possa procurar econômico do paciente;
outra modalidade de atendimento; - Atentar para o objetivo da procura pela assistência,
- Evita institucionlização precoce, promovendo ou seja, a queixa do paciente;
treino em ambiente real. - verificar a disponibilidade de recursos para o
atendimento.
4) Acompanhamento domiciliar:
- Não é comum no Brasil; Todos os seres vivos estão programados para morrer.
- Apoio prestado ao idoso com restrição nas A morte ainda é vista, por muitos profissionais de saúde,
AIVD’s; como um fracasso, incapacidade ou incompetência, uma
- São disponibilizadas redes de serviços para pres-
vez que eles foram formados para combatê-la.
tar auxilio nessas atividades (preparo de refeições, lim-
peza de casa) e profissionais especializados para orientar
O morrer deixou de ser um fenômeno doméstico e pas-
formas de manutenção da funcionalidade.
sou a ser público, passando a morte do ambiente familiar
para o hospitalar.
As atividades da fisioterapia são realizadas individual-
mente, sempre focando na melhora da capacidade funcio-
O conceito de morte é visto no cuidado paliativo como
nal e prevenção de piora do quadro funcional. Além disso,
processo e não evento: “ não é a morte o que realmente
o fisioterapeuta deve avaliar o idoso, junto com a equipe
interdisciplinar, para planejar a intervenção de acordo com importa, mas sim o seu processo, a certeza de que a vida
suas necessidades individuais. se enveredou por um ‘caminho’ sem volta”. Desta forma,
deve ser dada a devida importância ao fato de cuidar des-
É importante que o profissional avalie a dificuldade es- te caminho. E é com esse intuito que os profissionais são
pecífica do idoso no seu ambiente cotidiano para elaborar capacitados, para dar qualidade ao processo, mantendo a
um plano de tratamento voltado para a melhora no de- dignidade.
sempenho funcional. Sempre deve priorizar sua autonomia
e adequação do ambiente ao seu estado físico e cognitivo. Como o cuidado nesse processo preocupa-se com a
E o cuidador deve receber atenção específica às suas di- qualidade de vida, enquanto há vida, os cuidados no fim
ficuldades. da vida englobam um conjunto de teorias e práticas que
têm por objeto central o processo de morrer.
Como definir programa de atividades nas moda-
lidades acima citadas? Atentar para as definições:
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- Paciente em processo de morte: Rápida progressão - respeitar limites físicos e psíquicos / emocionais dos
da doença, com prognóstico estimado a semanas de vida a profissionais e cuidadores.
1 mês.
- Fase final da vida: Prognóstico de vida estimado Medicina paliativa foi reconhecida como especialidade
em horas ou dias. médica na Inglaterra em 1987. Em seguida foi incluída
- Paliação: toda medida que resulte em alívio de um a equipe multiprofissional com parte integrante. E a
sofrimento. Associação Brasileira de Cuidados Paliativos foi criada em
- Ação Paliativa: qualquer medida terapêutica, 1997.
sem intenção curativa, que visa diminuir repercussões
negativas da doença, não apenas no final da vida. Princípios dos cuidados paliativos:
“paliativo” - deriva do latim pallium = manto (manto - Promover alívio da dor ou de outros sintomas es-
para aquecer aqueles que passam frio) tressantes;
- Reafirmar a vida e ver a morte como um processo
CUIDADOS PALIATIVOS: constituem uma natural;
modalidade emergente da assistência quando o paciente - Não pretender antecipar e nem postergar a mor-
possui pouco ou nenhum potencial de cura ou reversão, te;
construídos dentro de um modelo de cuidados totais, ativos - Integrar aspectos psicossociais e espirituais ao
e integrais oferecidos ao paciente com doença avançada cuidado;
e/ou terminal, e à sua família, legitimados pelo direito do - Oferecer um sistema de suporte que auxilie o pa-
paciente de morrer com dignidade. ciente a viver tão ativamente quanto possível, até a sua
morte;
OMS, 2002: abordagem voltada para a QV tanto - Oferece um sistema de suporte que auxilie a fa-
dos pacientes quanto dos familiares frente a problemas mília e entes queridos a sentirem-se amparados durante
associados a doenças que põem em risco a vida todo o processo da doença;
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- A idéia de “fazer” em vez de “ ser atendido” dá ao nem melhorar a qualidade de vida. Se optar pela cirurgia,
paciente a oportunidade de ser produtivo. mesmo sabendo que não vai curar, não vai aliviar sinto-
ma, e que vai só expor o paciente ao risco de morte na
cirurgia e ao desconforto do procedimento, é considerado
“distanásia”.
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ORTOTANÁSIA: em casos em que não há possibilidade lação a mais atingida pelo câncer. Estima-se que 60% dos
de cura, prioriza-se a qualidade de vida enquanto há vida, pacientes oncológicos no país tenham 65 anos ou mais e
deixando que o processo de morrer se dê naturalmente, que 70% das mortes decorrentes da doença ocorram nes-
mas evitando o máximo possível o sofrimento do paciente. sa fase da vida. Seria de se esperar que essa população
fosse estudada mais de perto e recebesse um atendimento
Exemplo: Há casos em que o paciente tem um câncer adequado às limitações da idade. Para estudar efeitos de
em estágio avançado e que não há possibilidade de cura medicações em uma população, esta deve ser a mais ho-
com cirurgia e nem com quimioterapia ou radioterapia. Se mogênea possível, evitando indivíduos que utilizam muitas
for para a cirurgia ainda pode ir a óbito no centro cirúrgico. outras medicações que podem interferir nos resultados do
Neste caso, se for optado por não realizar cirurgia para estudo. Como isso não é comum na população idosa, esta
evitar sofrimento ao paciente e deixar o processo da fica excluída da maioria dos estudos. Apenas após a me-
doença seguir naturalmente oferecendo os recursos para dicação nova é testada em uma população, geralmente
dar conforto e dignidade até a morte, é considerado jovem e sem interferências, é que testada com segurança
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O câncer pode ter etiologia interna e externa. Como Segundo o Instituto Nacional de câncer (INCA), 60%
causas internas tem-se a genética e a capacidade do dos pacientes oncológicos no país possuem 65 anos ou
organismo de se defender das agressões externas. E como mais. E estima-se que 70% das mortes decorrentes da
externas são considerados o meio ambiente e hábitos doença ocorram entre os idosos.
sociais e culturais.
Há diferente ter câncer aos 40 anos e ter aos 80 anos,
São diversos os fatores considerados de risco para desde a manifestação inicial, o plano de tratamento, o
câncer de uma forma geral: seguimento e o prognóstico. Os idosos, mesmo aqueles
considerados saudáveis, exibem maior dificuldade em
- Tabagismo manter o equilíbrio no funcionamento do organismo
- Etilismo quando são acometidos pelo câncer. Diz-se, portanto, que
- Sedentarismo o idoso possui menor reserva funcional.
- Obesidade
- Exposição a radiações na juventude AVALIAÇÃO MULTIDIMENCIONAL DO IDOSO COM
CÂNCER:
Devido ao aumento de hábitos como fumo, alimentação
pouco saudável e exposição a produtos químicos e A avaliação de um idoso com câncer deve ser baseada
agentes físicos carcinogênicos no trabalho ou no meio na avaliação geriátrica ampla (AGA). Devem ser avaliados
ambiente em países que se industrializaram nas últimas os seguintes parâmetros:
décadas, aumentou também a prevalência de formas mais
significativas de câncer. - Funcionalidade: Atividades Básicas de Vida Diária
e Atividades Instrumentais de Vida Diária;
Alguns alimentos ou formas de prepará-los aumentam - Comorbidades: número e severidade das
o risco de desenvolvimento de câncer. comorbidades;
- Condições socioeconômicas: condições
- Comidas ricas em gorduras, como carnes vermelhas, financeiras e de habitação, suporte familiar, necessidade
frituras, molhos com maionese, leite integral e derivados, de cuidador, facilidade de transporte;
bacon, etc; - Alterações geriátricas comuns: Alterações
- A elevada ingestão de gorduras saturadas e baixa de psiquiátricas (Demência, Depressão e Delírium),
fibras predispõem ao câncer de cólon; Instabilidade postural e quedas, maus-tratos, distúrbios do
- Obesidade predispõe ao câncer de rim, endométrio, sono, alterações visuais, auditivas e sensoriais em geral,
vesícula e cólon; incontinências;
- Alimentos com muitos conservantes (picles, salsichas - Polifarmácia: número de medicações e adequação
e outros embutidos e alguns tipos de enlatados); do seu uso, e interações medicamentosas;
- Defumados e churrascos (alcatrão); - Nutrição: avaliação do risco nutricional por meio
- Fritar, grelhar ou preparar carnes na brasa a tempe- do MAN (Mini Avaliação Nutricional).
raturas muito elevadas podem ser criados compostos que
aumentam o risco de câncer; Os tipos mais freqüentes de câncer no idoso:
- Métodos de cozimento que usam baixas temperaturas
são escolhas mais saudáveis, como vapor, fervura, enso- – Próstata
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- Condição aeróbia – realizar o Teste de caminhada de - Adaptação funcional, tanto do ambiente quanto dos
6 minutos utensílios (trabalho em conjunto com Terapia Ocupacio-
nal),
Fase Pós-operatória: - Orientações (paciente e familiares).
Deve ser sempre realizada uma reavaliação para AULA 4: Incontinência Urinária e
considerar modificações físicas e cognitivas que pode Aspectos Gerontológicos
influenciar no prognóstico e nortear o plano terapêutico.
INTRODUÇÃO
Prioridades da abordagem fisioterapêutica:
Esta aula abordará brevemente os conceitos de Incon-
- Retirá-lo o mais rápido da VM, tinência Urinária e suas conseqüências, e mais amplamen-
- Reexpansão completa pulmonar, te os aspectos que envolvem o envelhecimento.
- Desobstrução / higiene Brônquica : Flutter, Hu-
ffing, Tosse assistida, Incontinência Urinária (IU) é definida como toda perda
- Analgesia: Importante avaliar nível de dor. Mobi- involuntária de urina, clinicamente demonstrável, que cau-
lização, Alongamento, Massoterapia, Termoterapia, TENS se problema social ou higiênico. (INTERNATIONAL CON-
(sempre observar contra-indicação de cada procedimen- TINENCE SOCIETY COMMITTEE, The standardisation of
- Correção postural,
- Retorno funcional (leito, deambulação), Os sintomas da IU são:
- Orientações gerais,
- urgência (necessidade de urinar com urgência),
- Mobilização precoce: Exercícios visando a fun-
- urge- incontinência (necessidade de urinar com ur-
cionalidade, Deambular no 1º P.O (evitar TVP), Exercícios
gência juntamente com perda de urina),
Motores Globais / funcionais de acordo com condição pré-
- poliúria ou polaciúria (aumento da frequência do ato
via à cirurgia, Exercícios para evitar postura antálgica.
de urinar),
- noctúria (necessidade de urinar à noite),
Fase Terminal:
- enurese noturna (perda de urina durante o sono).
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devem utilizar meias elásticas durante o dia para aumentar musculatura de assoalho pélvico) e a condição global (lo-
reabsorção diurna de líquido, evitando absorção apenas à comoção, alterações motoras, presença de local doloroso,
noite, o que aumenta a noctúria. etc...). Desta forma a abordagem terapêutica tende a ser
mais precisa.
Também é comum IU transitória, que é a perda urinária
precipitada por alguma alteração psicológica ou psiquiá- TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO E ABORDA-
trica, medicamentosa ou orgânica, que melhora ou cessa GEM GERONTOLÓGICA
após o controle do fator desencadeante. São exemplos
casos de idosos que recebem alta hospitalar após um pe- Há diversos métodos de tratamento da IU. Cabe ao
ríodo prolongado de internação em que há perda de força profissional avaliar a condição de cada indivíduo e julgar
muscular. o método mais adequado para o paciente, considerando
severidade da doença, condição do indivíduo, recursos
Algumas causas de IU transitória: fecaloma / constipa- disponíveis e prognóstico do paciente.
ção intestinal, medicação, infecção, delirium, alteração
na locomoção / hospitalização, ingestão de líquido em ex- Cones Vaginais:
cesso.
Método de avaliação da força muscular do assoalho
Devido ao quadro de maior prejuízo físico-funcional de pélvico e de fortalecimento resistido e progressivo para
idosos institucionalizados, é comum encontrar alta preva- esses músculos. Os cones são dispositivos de forma e vo-
lência de IU em idosos em ILPI. lumes iguais, com peso variável, confeccionados em aço
inoxidável e revestidos com plástico, com fio de nylon no
Como é comum a presença de IU no idoso e uma con- ápice.
seqüência da IU é a ITU, seguem algumas conseqüências
da ITU no idoso, que justifica prevenção da mesma: hos- Precauções e orientações que devem ser dadas à pa-
pitalização, prostração, imobilismo, perda da locomoção, ciente:
confusão, quedas, dependência, institucionalização, gas-
tos financeiros, entre outros. . Higiene das mãos e do cone vaginal;
. Esvaziamento vesical e intestinal antes do treinamen-
É importante avaliar a condição do idoso que apresenta to;
IU, pois suas conseqüências em um idoso ativo são dife- . Como introduzir o cone e como usá-lo.
rentes das de um idoso frágil ou com alterações cognitivas
e mesmo de um idoso acamado. Portanto, a avaliação glo-
bal e interdisciplinar do indivíduo é importante para definir
metas de tratamento.
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Em casos de idosos com alteração cognitiva / demência quedas, micrografia, face sem expressões / ou sorriso
a abordagem é difenciada. Mas deve-se priorizar a orienta- sardônico. Segue abaixo um esquema para melhor
ção para os cuidados adequados e evitar ou minimizar as visualização (FIGURA 1)
conseqüências da IU:
É uma doença degenerativa crônica e progressiva, corporal esperadas para a idade (FIGURA 3)
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- Treino de AVD / AIVD, no domicílio, usando pistas Neste capítulo o Acidente Vascular Encefálico (AVE)
externas e cognitivas para facilitar e guiar os movimentos será abordado enfatizando os aspectos gerontológicos.
(driblar a bradicinesia), Então, é importante conhecer as alterações prévias
- Evitar situações de dupla tarefa (neurológicas ou não) que o idoso apresenta para prever o
- Exercícios para a mobilidade de tornozelo, quadril prognóstico. Da mesma forma que um paciente idoso com
e tronco são importante manutenção das estratégias de diversas doenças e alterações procura o fisioterapeuta
equilíbrio, com AVE recente, pode chegar ao profissional um
- Importância do treino junto ao cuidador para que seja paciente com outras alterações com queixas diversas, e
dado sequência ao treinamento, além disso, possuir história de um AVE prévio (há muitos
- Atenção à biomecânica respiratória anos, por exemplo). A abordagem é diferente e sempre
- Exercícios para a mobilidade de tornozelo, quadril baseada numa avaliação minuciosa e com enfoque na
e tronco são importante manutenção das estratégias de funcionalidade.
equilíbrio,
- Importância do treino junto ao cuidador para que seja Deve-se considerar que o tratamento geralmente
dado sequência ao treinamento, utilizado em pessoas jovens pode não ser adequado a
- Atenção à biomecânica respiratória um idoso, pois há casos em que as comorbidades são
complicadoras da reabilitação, por exemplo: alterações
3) cognitivas, amputações, deformidades, dores reumáticas,
alterações sensoriais prévias, medo de cair, vestibulopatias,
- Pacientes no estágio 5 (presos à cadeira de rodas ou etc. Quanto mais alterações o indivíduo apresenta, pior é
ao leito, necessitando de ajuda a maior parte do tempo) o prognóstico funcional. E o paciente e familiares devem
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estar cientes disso no início do tratamento e em todas as - Eletroestimulação funcional (AVE), entre outras...
fases da reabilitação.
A utilização de eletroterapia em idosos com feridas
Os déficts de ação e percepção prejudicam o estado é muito útil, pois estes possuem maior propensão ao
clínico clínico e funcional dos pacientes. Após o episódio aparecimento úlceras de pressão, vasculares, ulcerações
é comum: devido ao DM, etc. No entanto, há casos em que o
paciente possui tantos acometimentos complexos e tantas
- Perda da vida profissional (66%) alterações motoras, que o objetivo do fisioterapeuta é
- Incapacidade de deambulação (11%) mais direcionado para tais comprometimentos, deixando
- Dependência nas AVDs (42%) as úlceras aos cuidados da enfermagem.
- Hospitalizações/ Institucionalização (24%)
- Morte (30% em 21 dias) Feridas são muito prevalentes em idosos:
Fatores que influenciam na recuperação funcional do - Maior prevalência de doenças que propiciam feridas
idoso e que devem ser considerados: - Alterações fisiológicas próprias do envelhecimento:
. Granulação retardada
- Sarcopenia / Diminuição da neuroplasticidade . Desorganização de fibras colágenas (pele mais fina e
- Doenças associadas mais comuns na idade avançada menos elástica)
(cardiopatia, vasculopatia, parkinson, etc..) . Tecido cicatricial com baixa resistência à tensão
- Comprometimentos reumáticos / ortopédicos . Circulação sanguínea deficitária
- Alterações cognitivas e comportamentais
- Prejuízos funcionais prévios Tudo isso associado à mobilidade reduzida facilita ainda
- Complicações devido a hospitalização (dérmica, mais o aparecimento de úlcera de pressão.
respiratória, sensoriail, etc...)
- Suporte social e familiar Correntes elétricas estimulam atividades celulares na
Considerações: recuperação de feridas:
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