HOMILÉTICA

NOÇÕES PRELIMINARES DO ESTUDO DA HOMILÉTICA

unidade 1

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NOÇÕES PRELIMINARES DO ESTUDO DA HOMILÉTICA

SUMÁRIO

1 - Noções Preliminares ........................................................................................................................... 03

1.1 - A importância de se compreender o chamado para pregar ...................................................... 03

1.2 - A pregação do Evangelho como a tarefa mais nobre da Terra .................................................. 06

1.3 - A necessidade de se encarar a pregação com grande responsabilidade e seriedade ............ 07

1.4 - A necessidade de se compreender adequadamente o que é a pregação ............................... 08

1.5 - A necessidade de se entender o que a Bíblia diz sobre a arte e a tarefa de pregar .................. 09

1.5.1 No Antigo Testamento .................................................................................................................... 09

1.5.2 No Novo Testamento ...................................................................................................................... 10

1.6 - Entender adequadamente o que é pregar o evangelho .............................................................. 11

1.7 - O surgimento e desenvolvimento da homilética .......................................................................... 12

1.8 - A homilética através da história ..................................................................................................... 15

1.8.1 Pregadores da Idade Antiga ........................................................................................................... 15

1.8.2 Pregadores da Idade Média ........................................................................................................... 16

1.8.3 Pregadores da Reforma Protestante ............................................................................................ 16

1.8.4 Pregadores Avivalistas ................................................................................................................... 17

1.8.5 Pregadore do Século XX ................................................................................................................. 18

1.8.6 Pregadores da Pós-modernidade ................................................................................................. 18

REFERÊNCIAS .............................................................................................................................................. 18

GLOSSÁRIO ................................................................................................................................................. 18

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NOÇÕES PRELIMINARES DO ESTUDO DA HOMILÉTICA
1. NOÇÕES PRELIMINARES
Assista ao vídeo: Aula unidade
1 (https://www.youtube.com/
watch?v=5TUX838fWs8).
A disciplina Homilética propõe apresentar a
origem, o desenvolvimento e a importância da
homilética, bem como, possibilitar o(a) aluno(a)
conhecer aqueles que se destacaram na história
como pregadores da Palavra de Deus, tudo isso
é fator fundamental para aquele que deseja
pregar para a transformação de vidas.
1.1 - A importância de se compreender o
chamado para pregar
A palavra homilética vem do grego
Homiletikos, de homilos – que signifi-
ca montar em conjunto. Assim, se re-
fere a aplicação dos princípios gerais
da retórica tanto no que se refere
a elaboração do discurso – mensa-
gem, organizando de forma didática
as informações obtidas no estudo
do texto sagrado e de outras fontes,
bem como para comunicar de forma
eficiente a Palavra de Deus em sua
apresentação pública.
Antes de considerarmos os aspectos
fundamentais da homilética, é preciso que
avaliemos algumas questões que são relevantes
no estudo desta disciplina, para que, de fato,
se possa exercer a função de pregador com a
devida seriedade.
Pregar é mais que discursar, é transmitir o
recado de Deus ao coração das pessoas, para
que estas possam adorá-lo da maneira correta,
usufruindo de íntima comunhão com o Senhor
e, desta forma, glorificando o Seu Santo Nome,
edificando Sua igreja e promovendo a expansão
do Reino de Deus sobre a face da terra.
Assim, tratemos destes aspectos preliminares à
compreensão do que seja a Homilética.
Um primeiro elemento a se considerar, antes de
se compreender a Homilética propriamente, é
a questão da vocação ministerial e começamos
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com uma indagação colocada por Martin Loyd
Jones:
Aprofunde seus conhecimentos:
Dr. Martyn Lloyd-Jones era Chefe Assistente
Clínico de Sir Thomas Horder, o médico
do rei da Inglaterra. Aos 27 anos deixou
inesperadamente este ofício e voltou para
o País de Gales, sua terra natal e passou a
dedicar sua vida à pregação do evangelho;
algo que muitos consideravam como loucura.
Depois de 12 anos pastoreando no País de
Gales, voltou para Londres, onde ocupou o
púlpito da Capela de Westminster por mais
de 30 anos. Em 1981, o grande médico e
pregador partiu para o lar celestial, deixando
um legado que continua influenciando vidas
e ministérios.
“Quem deve pregar?” “Quem é suficiente para
essas coisas?”.
Loyd Jones tem uma posição muito firme quanto
à resposta a essas duas perguntas:
Segundo o teólogo, nem todos os cristãos são
claramente chamados para pregar, visto que
a tarefa de pregar não deve ser confiada a
“qualquer um”, mas àqueles que são chamados
para este fim. Para ele, Moody e Finney são,
de certa forma, responsáveis pela ênfase na
pregação leiga característica de nossos dias,
pois diziam: “Deem ao novo convertido algo
para fazer: enviem-no a pregar e a dar seu
testemunho”.
Aprofunde seus conhecimentos
Dwight Lyman Moody nasceu em 05 de
fevereiro de 1837 e se tornou um ardoroso
evangelista e também editor, fundou a Igreja
Moody, a Escola Northfield, a Escola Mount
Hermon em Massachusetts (agora chamada
Escola Northfield Mount Hermon), o Instituto
Bíblico Moody e a Moody Press.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/
Dwight_L._Moody
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Charles Grandison Finney: Aos 29 anos foi
ordenado ministro da Igreja Presbiteriana,
mas, por divergências acerca de doutrinas
fundamentais, mudou-se para a cidade de
Nova Iorque, em 1832, onde pastoreou na
Chatham Street Chapel, e mais tarde fundou
e pastoreou no Broadway Tabernacle
(atualmente chamada de Broadway United
Church of Christ7). Tornou-se um evangelizador
popular, e se envolveu com o movimento
abolicionista, de modo que já em 1821 negara
comunhão a traficantes de escravos em suas
igrejas. Em 1835, mudou-se para Ohio onde
atuou como professor de teologia e depois
presidente (reitor) do Oberlin College (no
período de 1851 – 1866).1
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_
Finney
Ainda para Loyde Jones, a má interpretação
da Palavra e a profunda fraqueza na Igreja
tem significativa relação com a ênfase que se
tem dado à pregação leiga. Ele argumenta,
igualmente, que o sentido da palavra grega
“arauto” (At. 8: 4,5) significa, que somente certas
pessoas são separadas e convocadas para
anunciar a mensagem, em prol da Igreja e de
maneira oficial. Essa incumbência se limita aos
anciãos, e, mesmo assim, somente a alguns
deles: os anciãos que ensinam, os anciãos que
receberam do ensino, os pastores e mestres, pois
a pregação, nos tempos do Novo Testamento,
segundo sua concepção, estava confinada aos
apóstolos, aos profetas, aos evangelistas e a
esses outros. Isto porque a pregação leiga faz
com que se perca de vista a noção inteira de
“chamamento”.
Ora, quando considerarmos a elevada tarefa da
pregação, a qual, como já foi dito, é mais que
fazer um discurso, podemos em certo sentido,
entender perfeitamente as perguntas e as
respostas oferecidas por Loyd Jones, mesmo
em dias de tanta flexibilidade como os nossos.
Afinal, ninguém em perfeito juízo, colocaria,
por exemplo, sua vida sob os cuidados de um
cirurgião, que se apresentasse como leigo,
pois neste quesito, queremos um especialista
e alguém com significativa prática e resultados
positivos.
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Aprofunde seus conhecimentos:
Para conhecer mais leia a entrevista de Luiz
Sayão na revista Liderança Hoje (Ano 1, n.2,
2013) quando Sayão afirma que pregar não é
para qualquer um, visto que uma das exigências
é o conhecimento das línguas originais e na
ausência deste, significativa facilidade para
manusear recursos que possibilitem maior
compreensão do texto bíblico.
Diante da pergunta feita por Loyd-Jones, faz
sentido quando consideramos algo que, nestes
dias, muitos têm esquecido e, portanto, ignorado,
que são os princípios que devem nortear a obra
da pregação.
De fato, somos levados a concluir, sem pretender
criar uma elite clerical, mas ressaltando a
seriedade da pregação, que esta não pode
realmente ser confiada a quem para isso não
esteja preparado ou não tenha recebido um
chamado. Neste caso, vale tecer algumas
considerações do ponto de vista de uma
chamada para a obra da pregação.
Muitos se perguntam sobre o que de fato é
ser um pregador. Em certo sentido é ser um
cristão como outro qualquer. Porém, para ser
um pregador é preciso ter um chamado. Isso
porque, conforme argumenta Loyd Jones:
Um pregador não é um cristão que
resolveu pregar. Não é ele quem decide
tal coisa; nem ao menos é ele que decide
que abraçará a pregação como uma
chamada. Ora, isso tem acontecido com
frequência. Sempre haverá homens
que apreciem a ideia de se tornarem
ministros.
Assim, tanto na compreensão de Loyd Jones
e mesmo nossa, pregar nunca será algo que
alguém decida fazer, como ocorre em muitas
outras funções e nas quais também é preciso
que se tenha bem claro o que se pretende
fazer. Para pregar é preciso ter chamado, pois
do contrário, perderemos a visão ministerial e
corremos o risco de transformar o pregador em
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mero profissional do púlpito. Surge então uma
indagação: Como ter certeza de chamado? Como
saber que Deus nos tem chamado para a obra
da pregação e não ser apenas um aventureiro
entre os pregadores?
Spurgeon propôs a seus alunos uma forma de
analisar criteriosamente, se se é ou não chamado
para o ministério e, de um modo especial, para o
ministério da pregação:
1. Constrangimento: “O amor de Cristo nos
constrange”. Geralmente começa na forma
de algo consciente no espírito de um homem.
Certa forma de pressão é exercida sobre seu
espírito, provocando determinada perturba-
ção nesse campo, após o que o indivíduo ob-
serva que sua mente é dirigida para a ques-
tão da pregação. Trata-se de algo que nos é
imposto, como que forçado. Ou vai para Níni-
ve com seus próprios pés ou vai para Nínive
na barriga de um grande peixe”.
2. Confirmado por terceiro: A palavra e a in-
fluência de outras pessoas são um modo
pelo qual se pode considerar este chamado.
No entanto, é importante lembrar que não
deve ser o único. As pessoas falam muitas
coisas que Deus não confirma. Afinal, não
cremos que a voz do povo seja a voz de Deus.
3. Profundo interesse pelo próximo: Um de-
sejo intenso de estar ao lado de pessoas,
ajudando-as a compreender o propósito e a
vontade de Deus para suas vidas.
4. Você não consegue dizer NÃO: “Se você pode
fazer outra coisa, que então o faça. Se você
pode ficar fora do ministério, fique fora do
ministério. O único homem realmente cha-
mado a pregar é aquele que não pode fazer
qualquer outra coisa, no sentido que ele não
fica satisfeito com qualquer outra coisa. Esse
chamamento para a pregação pesa-lhe de
tal maneira e tão grande é a pressão que ele
precisa suportar e então, termina por dizer:
Não posso fazer qualquer outra coisa, tenho
de pregar”.
5. Sentir-se indigno e inadequado:
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“Pois nada me propus saber entre vós, senão
a Jesus Cristo, e este crucificado”. (I Co.. 2:3)
“[...] Mas para estas coisas quem é idôneo?”
(II Co.. 2:16).
“[...] Quanto maior o pregador, mais hesitan-
te ele se tem mostrado em começar a pregar”
(Spurgeon).
6. A confirmação da Igreja:
É fundamental que a Igreja avalie aqueles
que são enviados para os seminários e
as faculdades teológicas, e que desta os can-
didatos tenham a confirmação, sobretudo,
depois de serem experimentados em vários
ministérios e que, durante todo o curso, con-
tinuem sendo acompanhados.
7. A condição espiritual:
Ser cheio do Espírito Santo e produzir o fruto
do Espírito são aspectos imprescindíveis para
quem deseja se dedicar ao ministério da pre-
gação.
8. Conhecimento da Verdade:
“O pregador é homem que vive sempre de
braços com problemas, dificuldades e per-
plexidades, se vive procurando descobrir a
verdade, ou sente-se tão incerto que se deixa
influenciar sempre pelo último livro que tiver
lido, deixando-se arrastar ao redor por todo
vento de doutrina e por toda nova moda teo-
lógica, então é claro, ipso facto, que ele não é
um homem convocado ao ministério”.
9. Ter caráter
Caráter significa ser caracterizado por uma
vida piedosa. (Tt. 2:6-8)
10. Virtuoso:
Piedade, sabedoria, paciência, tolerância e
outras virtudes devem estar presentes ou
ser buscadas intensamente pelos que dese-
jam dedicar a vida ao ministério da pregação
(II Co. 2:4).
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Aprofunde seus conhecimentos:
Charles Haddon Spurgeon foi renomado
pregador batista britânico que ficou
conhecido como “o príncipe dos pregadores”.
Nasceu em Kelvedon, Essex, 19 de junho
de 1834 — Menton, 31 de janeiro de 1892.
Converteu-se ao cristianismo em 6 de
janeiro de 1850, aos quinze anos de idade.
Aos dezesseis, pregou seu primeiro sermão;
no ano seguinte, tornou-se pastor de uma
igreja batista em Waterbeach, Condado
de Cambridgeshire (Inglaterra). Em 1854,
Spurgeon, então com vinte anos, foi chamado
para ser pastor na capela de New Park Street,
Londres, que mais tarde viria a chamar-se
Tabernáculo Metropolitano, transferindo-
se para novo prédio. Desde o início do
ministério demonstrou talento para a
exposição dos textos bíblicos, fazendo-o com
grande habilidade. Escreveu e editou 135
livros durante 27 anos (1857-1892) e editou
uma revista mensal denominada A Espada e
a Espátula. Seus vários comentários bíblicos
ainda são muito lidos. (O seu “Tesouro de
Davi”, uma compilação de comentários sobre
os Salmos, levou mais de 20 anos para sua
conclusão). Fonte: http://pt.wikipedia.org/
wiki/Charles_Spurgeon
Assim, na compreensão de Spurgeon essas são
qualificações básicas para ser um pregador. Pois,
como afirma o próprio autor, “Um homem pode
ser bom cristão e pode muitas outras coisas, mas
se lhe faltam essas qualificações, jamais poderá
ser um pregador”.
Ao estabelecermos parâmetros que possam
balizar tanto a decisão de quem deseja se dedicar
ao exercício do ministério da pregação, quando a
decisão da igreja, de líderes e de irmãos amados
que desejam apoiar àqueles que seguem para
as instituições teológicas; estamos poupando
prováveis candidatos de muitas dores e feridas,
algumas incuráveis às igrejas e ao Reino de Deus,
como um todo, de serem prejudicados ao ter,
na liderança, pessoas que não foram chamadas
para o exercício do ministério da pregação.
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1.2 A pregação do evangelho como a tarefa
mais nobre da terra
Broadus, pergunta: Qual deveria ser a tarefa
mais nobre da terra?
Aprofunde seus conhecimentos:
John Albert Broadus (1827–1895) era um
pastor Batista, americano e professor do
Southern Baptist Theological Seminary, sendo
um dos mais famosos pregadores de seus
dias. Spurgeon o reconhecia com um grande
pregador e Albert Henry Newman escreveu
dizendo que Broadus era o maior homem
que os Batistas talvez tenham produzido.
Escreveu vários livros, dentre eles, On the
Preparation and Delivery of Sermons (1870),
em português: “O preparo e entrega de
sermões”.
Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/John_
Albert_Broadus
As pessoas têm profunda consideração pelos
médicos, engenheiros, advogados e cientistas,
tratando esses profissionais com nobreza
e distinção e não fazem o mesmo com os
pregadores da Palavra. Na atualidade, a maioria
das famílias deseja que seus filhos sejam tudo,
menos pregadores. O fato é que a pregação,
na visão de Broadus, deveria ser a tarefa mais
nobre que existe na terra.
O pregador, segundo Spurgeon, deveria se
destacar como o homem mais importante de sua
comunidade e tudo que fizesse para Cristo e para
sua Igreja deveria manifestar-se na pregação. No
púlpito, ele poderá fazer muito do seu melhor
trabalho para o tempo e para a eternidade.
Talvez tenhamos criado esta situação e, como
veremos adiante, isso também pode explicar o
declínio do púlpito, seja como lugar desejado
pelas novas gerações, por seus familiares e
mesmo como lugar respeitado pela grei e a
sociedade de um modo geral. Todavia, temos o
dever de encarar a pregação como a tarefa mais
nobre da terra.
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1.3 A necessidade de se encarar a pregação
com grande responsabilidade e seriedade
Por volta de 1950, Blackwood afirmava que o
púlpito parecia ter perdido o prestígio e que
havia, na América, poucos ministros que fossem
capazes de influenciar a vida e as ações cívicas
por meio de suas mensagens.
Aprofunde seus conhecimentos :
Andrew Watterson Blackwood (1882-1966)
foi pastor, professor e profícuo escritor, no
serviço a Jesus Cristo. Ele foi uma das figu-
ras marcantes da homilética Americana, dei-
xando um rico legado para aqueles servem a
causa de Jesus Cristo, hoje.
Fonte: http://www.preaching.com/resour-
ces/past-masters/11563902/
O que, hoje, diria ele de nossas igrejas e de nossos
pastores, quando estamos entre as classes que
menos credibilidade têm? Que influência temos
exercido sobre nossa sociedade?
Lamentavelmente, outros aspectos do culto
estão sendo priorizados e a proclamação
da Palavra marginalizada, o que tem gerado
distorções seriíssimas na vida da Igreja, de um
modo geral. Veja o que diz esta declaração:
“O povo evangélico no Brasil está distribuído
entre 565 denominações, 380 seminários e
instituições teológicas, 150 mil congregações,
mais de 40 editoras, 4 milhões de membros
e aproximadamente 28 milhões de pessoas
filiadas. Entretanto, mesmo com esta
exuberância numérica, há muitas anomalias
como: fraqueza ética na igreja, e essa fraqueza
tem raiz reflexiva, ou seja, essa igreja alegre, que
explode em crescimento, tem dado pouco valor
ao estudo e à reflexão da PALAVRA DE DEUS”.
(Rev. Caio Fábio).
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Caio Fábio D’Araújo Filho mais conhecido
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apenas como Caio Fábio, nasceu em
Manaus, 15 de março de 1955, é um pastor
evangélico, escritor e psicanalista brasileiro.
Foi o fundador e presidente da Associação
Evangélica Brasileira (AEVB), e líder e mentor
do Caminho da Graça (sediado em Brasília),
grupo que possui subestações espalhadas
pelo Brasil e pelo mundo. Ob.: A citação
da referida declaração não significa que
concordamos com as convicções doutrinárias
de Caio Fábio, apenas citamos a informação
como forma de ressaltar a necessidade
da Igreja Evangélica rever suas convicções
quanto ao que realmente significa pregar o
evangelho e sobre o estado em que a Igreja
de um modo geral se encontra.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/
Caio_F%C3%A1bio_D%27Ara%C3%BAjo_Filho
Neste sentido, somos obrigados a concordar com
Loyd Jones, quando diz que a pregação leiga tem,
em certo sentido, contribuído para tal, mas não
podemos nos ater apenas a este aspecto, pois
se deve somar a isso, o desprezo ou descuido de
muitos pregadores no que se refere a uma vida
cristã comprometida e ao preparo diligente.
Blackwood destaca alguns fatores que, naquela
época, estavam levando o púlpito ao declínio e
continuam até hoje, a produzir o mesmo efeito:
• Aumento do secularismo;
• Predomínio da imoralidade;
• Espírito de distração;
• Ambiente nada encorajador para quem
deseja pregar mensagens para transfor-
mação de vida;
• Vida agitada e nervosa;
• Agenda lotada, tanto dentro quanto fora
da igreja;
• Falta de instrução adequada, especial-
mente quanto à arte de pregar.
É bom ressaltar que a igreja quer também um
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pastor que visite, aconselhe e administre; mas
um pregador que não pregue adequadamente
produz uma igreja fraca em todos os sentidos.
Isso nos leva ao grande desafio dos nossos dias
que é o de resgatar o valor da pregação em
nossos púlpitos.
1.4 A necessidade de se compreender
adequadamente o que é a pregação
Esta disciplina consiste em levar o(a) aluno(a)
a compreender o conceito, as características e
discussões do que seja a pregação do evangelho,
e, para começarmos, eis a pergunta: Em que
consiste, pois, a pregação do evangelho?
Jerry Stanley Key, em seu livro O preparo e a
pregação do sermão, apresenta definições dadas
por vários homiletas sobre o que é pregar o
evangelho, e, a seguir, apresentamos algumas
destas definições:
Blackwood: A pregação é “a verdade divina
proclamada através da personalidade ou
a verdade de Deus apresentada por uma
personalidade escolhida, para ir ao encontro das
necessidades humanas”.
Para Phillips Brooks, “a pregação é a comunicação
da verdade por um homem a outros homens...
é a apresentação da verdade através da
personalidade”.
Pattison dirá que “a pregação é a comunicação
verbal da verdade divina com o fim de persuadir
ou convencer”.
O próprio Jerry S. Key apresenta a seguinte
definição: “A pregação é a fiel exposição do
sentido correto de um ou mais textos da Bíblia,
ilustrando a exposição e aplicando-a à vida dos
ouvintes, envolvendo-os de tal maneira que são
satisfeitas suas necessidades, sendo que esta
comunicação é feita por uma pessoa com uma
experiência com Cristo e guiada pelo Espírito
Santo” (2001, p. 36)
Depois de muitos anos de experiência na
preparação e apresentação de mensagens,
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Aprofunde seus conhecimentos:
Phillips Brooks nasceu em Boston,
Massachusetts, em 13 de dezembro de 1835,
e morreu na mesma cidade em 23 de janeiro
de 1893. Formou-se em Harvard e estudou
para o ministério no seminário teológico da
Igreja Protestante Episcopal, em Alexandria.
Tornou-se prior da Igreja do Advento, na
Filadélfia, e de 1862 a 1869 foi prior da Igreja da
Santa Trindade, na Filadélfia. De 1869 a 1891.
Foi prior da Igreja da Trindade, em Boston.
Em 1891, elegeu-se bispo de Massachusetts
e serviu neste ofício até a morte.
[...] Sua reputação como pregador foi
estabelecida quando era prior da Igreja da
Santa Trindade, na Filadélfia, mas sua fama e
influência atingiram o clímax em Boston. Seus
sermões eram escritos com esmero antes de
serem entregues e falados com extraordinária
velocidade de elocução. A grande coletânea
de sermões que ele deixou não revela a
mente que lutava com os problemas mais
graves da vida e do destino, nem soam com
as ‘principais particularidades” da revelação
cristã. Os sermões de Phillips Brooks lidam
mais com o território suburbano da verdade
cristã; mas nesse campo eles estão entre os
melhores que já foram produzidos.
Um dos sermões mais conhecidos e mais
frequentemente pregados foi “A Lâmpada do
Senhor” [...] Aquele que ler este sermão terá
um bom entendimento do alcance de púlpito
e do método de Phillips Brooks.
Fonte: http://ressurreicao.com/index.
php?option=com_content&view=article&id=3
84:phillips-brooks&Itemid=103
Acesse ao sermão: [LINK=/
i n d e x . p h p ? o p t i o n = c o m _
content&view=article&id=407:a-lampada-do-
senhor&catid=65&Itemid=144][B] A Lâmpada
do Senhor[/B][/LINK]
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de atuação na academia, como professor de
homilética, e de muitas leituras sobre o tema e
afins, minha definição pessoal é: A pregação é a
fiel exposição da palavra de Deus em forma de
mensagem, por meio de um indivíduo a outros
indivíduos com demandas as mais variadas,
valendo-se de múltiplas disciplinas, dentre elas
a homilética, para dar maior clareza a esta,
visando, acima de tudo, à glória de Deus e à
transformação de vida, tanto pela edificação da
Igreja, quanto pela expansão do Reino de Deus.
James Crane declara que esta verdade, da qual
se ocupa a pregação, é essencialmente bíblica e
notadamente religiosa:
É religiosa porque tem a ver com as
grandes realidades acerca de Deus e
do homem, do pecado e da salvação,
do tempo e da eternidade, do céu e do
inferno. É bíblica porque toma a fonte
pura das Sagradas Escrituras, seus temas
e os contornos gerais do desenvolvimento
deles.
Pregar é, portanto, dar uma interpretação da
vida moderna à luz da Palavra de Deus, a fim de
oferecer ao mundo contemporâneo uma diretriz,
um caminho a seguir. É interessante observar
que, apesar de todas as luzes que brilham neste
mundo, falta a ele a luz da compreensão da
vontade e do propósito de Deus.
João Bunyan considera o ministro como o
habitante na “casa do intérprete”. O pregador
esforça-se por interpretar a vontade de Deus
para aqueles que o procuram em busca de
orientação. Todavia, para uma fiel interpretação,
o pregador deve ter em uma mão a Bíblia e em
outra o jornal. É o que diz Karl Barth. Tudo isso,
porém, com profunda dependência de Deus e
unção do Espírito, tanto no púlpito, quanto no
dia a dia da congregação.
1.5 A necessidade de se entender o que a
Bíblia diz sobre a arte e a tarefa de pregar
1.5.1 No Antigo Testamento:
Para Hernandes Dias Lopes, os profetas foram,
acima de tudo, pregadores e ele crê, como
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veremos mais adiante, que as sementes da
pregação expositiva, por exemplo, podem ser
vistas no Antigo Testamento. Afinal, “o profeta
era a boca de Deus, através de quem Deus
transmitia sua palavra ao homem [...] o profeta
não proclama suas próprias palavras em seu
nome, mas as Palavras de Deus em o nome de
Deus”. (STOTT apud LOPES, p. 21). Eles também
eram intérpretes da verdade de Deus para as
pessoas de seus dias. Assim, Isaías, Jeremias,
Ezequiel, Daniel e todos os demais eram, em
certo sentido, pregadores.
Aprofunde seus conhecimentos:
Jerrey Stanley Key: “Jerry Stanley é um pre-
gador. Sua pregação vale a pena ser ouvida
porque sua vida a ilustra. Sua esposa, filhos,
alunos, ovelhas, colegas e amigos, todos, so-
mos gratos a Deus pelo privilégio de poder-
mos ouvi-lo, uma vez que por meio de suas
palavras e sua vida podemos ouvir o Senhor
nos falar”. Por mais de 50 anos dedicou-se ao
ensino de Homilética (pregação) no Seminá-
rio Teológico Batista do Sul do Brasil. Não o
conheço pessoalmente, mas tenho privilégio
de ser amigo de seu filho, o Pr. Guy Key e pos-
so dizer, pelo que conheço de seu filho, que
Pr. Jerrey Key é uma pessoal extraordinária,
visto que observo que Guy também é uma
pessoa extraordinária e que à semelhança de
seu pai, tem se dedicado a obra de Deus em
nosso país e é um extraordinário pregador.
Aprecio ouvir suas mensagens.
Phillips Brooks nasceu em Boston,
Massachusetts, em 13 de dezembro de 1835,
e morreu na mesma cidade em 23 de janeiro
de 1893. Formou-se em Harvard e estudou
para o ministério no seminário teológico da
Igreja Protestante Episcopal, em Alexandria.
Tornou-se prior da Igreja do Advento, na
Filadélfia, e de 1862 a 1869 foi prior da Igreja da
Santa Trindade, na Filadélfia. De 1869 a 1891.
Foi prior da Igreja da Trindade, em Boston.
Em 1891, elegeu-se bispo de Massachusetts
e serviu neste ofício até a morte.
[...] Sua reputação como pregador foi
estabelecida quando era prior da Igreja da
9
 HOMILÉTICA - unidade 1
NOÇÕES PRELIMINARES DO ESTUDO DA HOMILÉTICA
Santa Trindade, na Filadélfia, mas sua fama e
influência atingiram o clímax em Boston. Seus
sermões eram escritos com esmero antes de
serem entregues e falados com extraordinária
velocidade de elocução. A grande coletânea
de sermões que ele deixou não revela a
mente que lutava com os problemas mais
graves da vida e do destino, nem soam com
as ‘principais particularidades” da revelação
cristã. Os sermões de Phillips Brooks lidam
mais com o território suburbano da verdade
cristã; mas nesse campo eles estão entre os
melhores que já foram produzidos.
Um dos sermões mais conhecidos e mais
frequentemente pregados foi “A Lâmpada do
Senhor” [...] Aquele que ler este sermão terá
um bom entendimento do alcance de púlpito
e do método de Phillips Brooks.
Fonte: http://ressurreicao.com/index.
php?option=com_content&view=article&id=3
84:phillips-brooks&Itemid=103
Acesse ao sermão: [LINK=/
i n d e x . p h p ? o p t i o n = c o m _
content&view=article&id=407:a-lampada-do-
senhor&catid=65&Itemid=144][B] A Lâmpada
do Senhor[/B][/LINK]
John Bunyan (28 de Novembro de 1628 –
31 de Agosto de 1688, Londres), escritor e
pregador cristão nascido em Harrowden,
Elstow, Inglaterra, foi o autor de The Pilgrim’s
Progress (O Peregrino), provavelmente a
alegoria cristã mais conhecida em todos os
tempos. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/
John_Bunyan
Karl Barth (Basileia, 10 de maio de 1886 —
10 de dezembro de 1968) foi um teólogo
cristão-protestante, pastor da Igreja Refor-
mada e um dos líderes da teologia dialética e
da neo-ortodoxia protestante. Fonte: http://
pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Barth
Hernades Dias Lopes: Bacharel em Teolo-
gia pelo Seminário Presbiteriano do Sul, em
Campinas, São Paulo e Doutor em Ministério
pelo Reformed Theological Seminary de Jack-
son, Mississippi, Estados Unidos, pastoreia a
10 nead.fbmg.edu.br / nead.tutoria@redebatista.edu.br / 3429-7256 ou 3429-7361
Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória desde
1985. É também conferencista e escritor com
mais de 20 livros publicados.
1.5.2 No Novo Testamento:
No Novo Testamento, observamos que a pregação
do Evangelho começou com João Batista, e
que Jesus, o Messias Prometido, também se
apresentou como pregador, conforme podemos
ler em Lucas 4: 18 e 19:
O Espírito do Senhor está sobre mim,
porque ele me ungiu para pregar boas
novas aos pobres. Ele me enviou para
proclamar liberdade aos presos e
recuperação da vista aos cegos, para
libertar os oprimidos e proclamar o ano
da graça do Senhor.
Portanto, Jesus também veio como pregador.
O cristianismo, conforme afirma Key,
caracterizou-se desde o início, pela pregação
fervorosa. A pregação era uma questão de vida
ou morte e o arauto de Deus deveria, com toda a
urgência, proclamar a mensagem.
O Novo Testamento começa por nos apresentar
João, o Batista, o último dos profetas, como
“arauto evangelista”. Depois, Pedro e Paulo que
se destacam como pregadores. Algo interessante
a se observar é que o Novo Testamento constitui-
se, em sua maior parte, de pregação apostólica,
guardada pela Igreja Primitiva.
Na Igreja Primitiva, a pregação tinha a primazia,
pois esta compreendia a importância e a
relevância da pregação para glorificar a Deus e
promover a transformação de vidas, fosse pela
edificação da Igreja ou pela expansão do Reino
de Deus, pela conquista de mais pessoas para
este por meio da pregação do evangelho.
Os apóstolos, por sua vez, foram iniciados na
arte de pregar, por ninguém mais que o Mestre
Supremo, com O qual viveram e aprenderam
a pregar. Jesus investiu tempo treinando e
preparando os doze para irem e pregar. Nosso
Senhor sabia que era mediante a pregação e o
 HOMILÉTICA - unidade 1
NOÇÕES PRELIMINARES DO ESTUDO DA HOMILÉTICA
ensino da Palavra, que o Pai seria glorificado, Sua
Igreja edificada e que Seu Reino se espalharia
sobre a face da terra, como as águas enchem o
mar. Por este meio, sua Igreja seria fortalecida e
não se tornaria presa fácil das heresias e desvios
que a tem acompanhado ao longo destes dois
milênios.
Tal fato nos ajuda a compreender porque a
história da Igreja Primitiva nos ensina tanto
positiva quanto negativamente que a pregação
ocupava o primeiro lugar no pensamento de
seus líderes e que não deve ser diferente hoje.
1.6 Entender adequadamente o que é pregar
o evangelho
A compreensão do que seja a pregação do
evangelho é fundamental ao pregador. Saber
sobre aquilo com que haveremos de lidar ajuda-
nos em nossa caminhada.
Eis algumas ideias do que seja a pregação:
I. É ter como material da pregação a “Verdade
Divina”. James Crane vai dizer que “a verdade
de que legitimamente se ocupa a pregação
cristã, é notada e essencialmente bíblica (sic).
É religiosa porque tem a ver com as grandes
realidades acerca de Deus e do homem, do
pecado e da salvação, do tempo e da eterni-
dade, do céu e do inferno. É bíblica porque
toma a fonte pura das Sagradas Escrituras,
seus temas e os contornos gerais do desen-
volvimento destes.” Este é o material com que
lidamos e precisamos saber manipular.
II. “É ter como método de pregação a
comunicação verbal”. Um grande mestre de
homilética do século passado declarou: “Por
pregação não se pode entender o simples ato
de distribuir Bíblias, o viver santamente, nem
o uso do canto e de ritual no culto, senão a
proclamação pessoal, pública e autorizada da
verdade de Deus aos homens por meio de um
homem”.
Esta comunicação verbal está respaldada pelo
uso de vocábulos gregos, no Novo Testamento,
que vão nos dizer da importância da pregação.
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Quando se pensa na construção de mensagens
para a transformação de vida, é preciso pensar
nas palavras que conduzem à compreensão do
que seja a pregação do evangelho. Jerry S. Key
em seu livro faz um estudo interessante destas
palavras e vale a pena repeti-lo aqui para que você
possa compreender o que realmente é pregar.
Se você prestar bastante atenção, perceberá que
cada uma destas palavras destaca um elemento
fundamental da pregação.
Eis algumas delas:
• LALEÍN OU LALÉO: “Falar ou discursar”. É o
elemento pessoal na pregação.
• MARTYRÉO: “Testemunhar”. Esta palavra sig-
nifica a confirmação da verdade por alguém
que tem conhecimento pessoal. É o elemen-
to de experiência pessoal na pregação.
• EUAGGELÍZOMAI OU EUANGGELIZO signi-
fica Boas Novas ou Anunciar alegres novas,
aparecendo por sete vezes e, em outras, qua-
renta vezes é traduzido por anunciar. As pa-
lavras “evangelismo” e Evangelho são deriva-
das desta palavra. É o elemento evangelístico
da pregação.
• KERÝSSO é outro verbo traduzido como pre-
gar. Este termo tem o sentido de: proclamar
publicamente COMO ARAUTO. Sugere for-
malidade, gravidade e uma autoridade que
demanda atenção e obediência. Este verbo
aparece, segundo os estudiosos do assunto,
sessenta e uma vezes no Novo Testamento e
todas relacionadas à pregação. É o elemento
de autoridade na pregação.
• PROPHETEÚO: “Falar com a inspiração ime-
diata do Espírito Santo”. É o elemento da un-
ção e do poder do Espírito Santo.
• DIDASKEIN: “Comunicar a verdade divina
através do ensino”. Trata-se do elemento de
ensino, da instrução ou da doutrinação na
pregação.
• PARRESIÁZOMAI: “Falar com ousadia, falar
abertamente, sem medo”. Neste caso, temos
o elemento da ousadia na pregação.
11
 HOMILÉTICA - unidade 1
NOÇÕES PRELIMINARES DO ESTUDO DA HOMILÉTICA
• PLERÓO: “Encher ou tornar cheio”. O objeti-
vo é encher o mundo até transbordar com as
boas-novas do evangelho.
• PARAKALEÓ: “Implorar, exortar, consolar, su-
plicar, confortar”. Trata-se do elemento da
exortação, com encorajamento ou consola-
ção, com um desafio a ação.
• FALEO aparece duas vezes e significa simples
e claramente falar.
Isso nos leva a concluir que a comunicação verbal
da verdade divina é o método por excelência
para a pregação do evangelho. É ter, como meta,
persuadir, convencer: A persuasão era a nota
característica da pregação apostólica. Isso pode
ser percebido no tom urgente de suas pregações
e de seus discursos, como também nos resultados
obtidos. Os apóstolos pregavam para persuadir
e convencer. Recordemos a mensagem de Pedro
em Atos 2, de Paulo junto aos atenienses e do rei
Agripa. G. Campell Morgan disse:
“Toda pregação tem um só fim, a saber: o de tornar
cativa à cidade central da alma humana, ou seja,
a vontade. O intelecto e as emoções constituem
vias de acercamento que devemos utilizar. Porém
o que temos que recordar sempre é que não
teremos alcançado a verdadeira finalidade da
pregação enquanto não alcançarmos a vontade,
contristando-a a fazer suas escolhas de acordo
com a verdade que proclamamos.”
Assim, uma teologia da pregação fiel ao Novo
Testamento inclui os elementos básicos
sugeridos por estas palavras tão significativas.
Aprofunde seus conhecimentos:
Reverendo Dr. George Campbell Morgan,
nasceu em 9 Dezembro de 1863 e faleceu
em 16 maio de 1945, foi um evangelista
britânico, pregador e professor da Escola
Bíblica. Morgan foi pastor da Westminster
Chapel, em Londres de 1904 a 1919 e de
1933 a 1943. Fonte: http://en.wikipedia.org/
wiki/G._Campbell
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1.7 O surgimento e desenvolvimento da
homilética:
Esta é uma das coisas mais fascinantes em
homilética e que chama profundamente a
atenção nestes tempos de globalização, pois, se
queremos comunicar a mensagem de Deus de
maneira eficiente nestes dias, temos que prestar
atenção às origens e ao desenvolvimento desta
para que possamos nos ajustar à realidade em
que nos encontramos.
Como aconteceu com a língua grega, a retórica
grega se tornou igualmente um importante
meio de proclamação do evangelho ao mundo
gentílico, pois, no mundo greco-romano, onde
surgiu o cristianismo, a retórica grega era a coroa
da educação liberal, como afirma Broadus.
Deste modo, o estudante precisava conhecer a
gramática, que lhe permitia ter o conhecimento
do passado e possibilitava desenvolver suas
aptidões literárias na elaboração e apresentação
do discurso. A dialética, por sua vez, auxiliava no
exercício das forças do raciocínio, o que permitia
que se falasse com eloquência. Isso nos remete,
na atualidade, à importância do conhecimento
da língua portuguesa, conquanto não seja uma
língua tão rica quanto à grega e igualmente da
filosofia.
A retórica, por sua vez, fazia que o estudante
pudesse tirar melhor proveito dos seus recursos
intelectuais, especialmente na tribuna e no
senado, onde instruído na arte de se expressar
com facilidade, poderia, com frases apropriadas
e irresistíveis, influenciar os ouvintes. Era assim
o mundo daqueles dias.
Como os cristãos poderiam comunicar de
maneira eficiente a mensagem cristã naquele
contexto? Era a pergunta do momento.
Isso exigiu a adaptação da retórica aos objetivos da
prédica cristã, como ressalta Broadus, o que foi
acontecendo gradativamente. Assim, a prédica
cristã que começou na Palestina tendo como
seus primeiros pregadores e auditórios, pessoas
de formação judaica, com estilos e características
próprias, agora precisava rever seus conceitos se
quisesse se comunicar com o mundo gentílico.
 HOMILÉTICA - unidade 1
NOÇÕES PRELIMINARES DO ESTUDO DA HOMILÉTICA
Dois fatores vão influenciar nesta mudança,
segundo os estudiosos do assunto:
1º: A disseminação do evangelho entre os gentios,
para os quais as tradições e formas judaicas eram
pouco conhecidas. Isso explica, por exemplo, a
preferência dos coríntios por Apolo ao invés de
Paulo. Segundo David Smith, citado por Broadus,
esta “foi a primeira notificação aos embaixadores
de Cristo no sentido de que, se quisessem ganhar
o mundo precisavam se dirigir a eles de um
modo afim, ou congenial” (SMITH apud BROADUS, O
preparo e a entrega de sermões, p. 10, 1960.
2º: A conversão de homens que já tinham sido
treinados na retórica e que se tornaram pregadores.
A isso deve ser acrescentado o fato de que com o
passar dos anos e a expansão do evangelho para
outras regiões fora de Jerusalém e da Palestina, o
que fez que diminuísse o número de pregadores
judeus cristãos e judeus, o que levou a homilia
a ceder lugar para a mensagem elaborada,
valendo-se de princípios homiléticos.
Broadus afirma que, desta forma, “a prédica
ganhou auditório maior e mais favorável
ao Evangelho. Os elementos primordiais
do discurso foram maneiras provadas de
convencer e persuadir os mortais, e, nas mãos
de homens piedosos como Basílio, Gregório,
Crisóstomo, Ambrósio e Agostinho, tornou-se
escala jamais alcançadas pelos antigos gregos.
Um instrumento de poder espiritual, tanto entre
gente culta quanto entre a inculta. Aqueles
pregadores enobreceram a arte da pregação,
enchendo-a com a distintiva realidade da fé
cristã e da mensagem cristã, consagrando-a
aos objetivos cristãos. Assim surgiu a ciência da
homilética que nada mais é que a adaptação da
retórica às finalidades especiais e aos reclamos
da prédica cristã”.
Aprofunde seus conhecimentos
Basílio, além de modelo de pastor,
dedicou-se as obras sociais, fundando
hospitais, abrigos, escolas e tudo o
que os pobres precisavam. Broadus o
tem como um dos cooperadores para o
desenvolvimento da homilética.
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São João Crisóstomo, em grego Ιωάννης ο
Χρυσόστομος, (349, Antioquia da Síria, hoje
Antakya, no sul da Turquia - 14 de Setembro
de 407). Pela sua inflamada retórica, ficou
conhecido como Crisóstomo (que em grego
significa «boca de ouro»). «Como verdadeiro
pastor, tratava a todos com cordialidade,
(...) dedicava uma atenção particular ao
matrimônio e à familia» e «convidava aos
fiéis a participar na vida litúrgica, que fez
esplêndida e atractiva com criatividade
genial». Mas «apesar de sua bondade
(...) se viu envolto em freqüentes intrigas
políticas, por suas contínuas relações
com as autoridades e as instituições civis
(...) e foi condenado ao exílio».
Ambrósio de Milão (Trier, Alemanha 340
- 4 de abril de 397), conhecido como Santo
Ambrósio, foi bispo da atual Arquidiocese
de Milão, e é considerado um dos Padres e
Doutores da Igreja. Foi ele quem ministrou o
batismo a Agostinho de Hipona. É considerado
um dos quatro máximos doutores da Igreja,
aprendeu de Orígenes a conhecer e a
comentar a Bíblia.
Aurélio Agostinho (em latim: Aurelius
Augustinus), Agostinho de Hipona, ou Santo
Agostinho (Tagaste, 13 de novembro de 354
– Hipona, 28 de agosto de 430), foi um bispo,
escritor, teólogo, filósofo, padre e Doutor da
Igreja Católica. Agostinho é uma das figuras
mais importantes no desenvolvimento do
cristianismo no Ocidente. Agostinho foi
muito influenciado pelo neoplatonismo de
Plotino. Ele aprofundou o conceito de pecado
original dos padres anteriores e, quando o
Império Romano do Ocidente começou a se
desintegrar, desenvolveu o conceito de Igreja
como a cidade espiritual de Deus (em um livro
de mesmo nome), distinta da cidade material
do homem. Seu pensamento influenciou
profundamente a visão do homem medieval.
A igreja se identificou com o conceito de
“Cidade de Deus” de Agostinho, e também
a comunidade que era devota de Deus. Ele,
igualmente, faz parte da lista de Broadus.
13
 HOMILÉTICA - unidade 1
NOÇÕES PRELIMINARES DO ESTUDO DA HOMILÉTICA
A pergunta a que isso nos leva, é:
 Como vamos pregar para o mundo pós-
moderno dominado pela mídia, onde as
pessoas não têm mais disposição para se
assentar e ouvir um pregador por 30, 40,
60 minutos ou mais?
 Observando o dia a dia da sociedade,
deparamo-nos com algumas perguntas
inquietantes:
 Quais são as principais mudanças que es-
tão acontecendo nas escolas, onde uma
pessoa precisa ficar 50 minutos ouvindo
um professor?
 Quais são os filmes preferidos da maio-
ria das pessoas? Por que eles fazem tanto
sucesso?
 Quais são os telejornais preferidos das
pessoas?
 Por que as pessoas não têm paciência
para assistir aos documentários e aos
programas educativos?
 O que os adolescentes e jovens geral-
mente fazem com o controle remoto?
 Qual o valor da imagem para a nossa so-
ciedade?
Quanto à imagem Juan Ferrés dirá que a
televisão, por exemplo, “representa para os
cidadãos das sociedades modernas aquilo que
o totem representava para as tribos primitivas:
objeto de veneração e reverência, símbolo de
identificação individual e coletiva... Como um
totem, a televisão concentra as expectativas e
temores das tribos modernas. A ela sacrificam o
seu tempo. Ela dá sentido à realidade. Decide o
que é e o que não é importante. E produz o prazer
de saber-se e sentir-se integrado dentro de uma
coletividade. Para muitas pessoas, a televisão é
um compêndio de todas as suas esperanças: é
aquilo que de mais importante ocorre em sua
vida ao longo do dia”.
14 nead.fbmg.edu.br / nead.tutoria@redebatista.edu.br / 3429-7256 ou 3429-7361
Aprofunde seus conhecimentos:
Joan Ferrés es doctor en Ciencias de la
Información y maestro. Ha sido profesor
de Enseñanza Secundaria. Actualmente es
Profesor en los Estudios de Comunicación
Audiovisual de la Universidad Pompeu
Fabra de Barcelona. Especialista en
Comunicación Audiovisual y Educación,
trabaja de manera preferente en dos
ámbitos temáticos: el de la socialización
mediante comunicaciones inadvertidas
y el de la educción en una cultura del
espectáculo
Fundó y dirigió durante 11 años el
Departamento de Audiovisuales de la
Editorial Edebé (Barcelona). Es uno de los
autores en lengua española más leídos y
citados en relación al tema del audiovisual
educativo (“Vídeo y educación”, “ Educar
en una cultura del espectáculo”, [...] Fonte:
http://www.lmi.ub.es/ante/autores/
ferres.html
Este autor ainda diz que a televisão, hoje, tornou-
se um instrumento privilegiado de penetração
cultural, de socialização, de formação de
consciências, de transmissão de ideologias e
valores, de colonização. E como seu livro trata da
questão da educação, ele questiona a inércia da
escola frente a essa situação, uma vez que este
deveria ser o papel dela e não da televisão. E,
prestando atenção ao texto, podemos observar,
que, na citação acima, ele coloca a televisão no
lugar do totem, como objeto de veneração e
reverência, fazendo clara referência à religião,
o que está diretamente ligado à pregação do
evangelho, embora ele não mencione uma
religião específica.
Se analisarmos criteriosamente, vamos perceber
que a televisão e a internet:
• são como deuses, têm sido veneradas, re-
verenciadas.
• fazem as pessoas sacrificarem seu tem-
po.
• fazem as pessoas concentrarem suas ex-
pectativas e também temores.
 HOMILÉTICA - unidade 1
NOÇÕES PRELIMINARES DO ESTUDO DA HOMILÉTICA
• têm dado sentido à realidade da vida das
pessoas.
• decidem o que é importante.
• têm determinado, se não todas, pelo me-
nos a maioria das ações das pessoas ao
longo do dia.
Isto é tão interessante, que um dos objetivos
supremos do principal telejornal de uma grande
emissora de TV, em nosso país, é: “Apresentar o
que de mais importante aconteceu no Brasil e no
mundo naquele dia”.
Dessa forma, nossas vidas acabam sendo
influenciadas e determinadas pelo que de mais
importante aconteceu no Brasil e no mundo em
um dia, apresentados na TV e na internet.
Ferrés confronta a Escola com o desafio de
educar, neste contexto, e de tirar proveito do
que há de bom na televisão, o que é interessante.
Neste sentido, A Folha de São Paulo publicou
uma matéria no dia 14 de fevereiro de 2010, no
Caderno Folha Ilustrada, cujo título era: “assisto
a séries, logo existo”, que fala de um professor
de filosofia, na França, que percebeu que séries
como “24 Horas”, “House”, “Lost”, “Desperate
Housewises”, “CSI” e “Grey’s Anatomy” permitem
fazer um passeio pela filosofia, indo de Aristóteles
a Descartes e trabalhar questões que dizem
respeito ao mundo contemporâneo.
Será que não podemos usar dados da realidade
para pregar o evangelho neste contexto?
Ora, ao que tudo indica, foi refletindo sobre
os dados da realidade que a homilética surgiu
e se desenvolveu fazendo que o evangelho
chegasse até nós. Assim perguntamos, será que
os pregadores de hoje não precisam refletir
sobre os dados que nos são apresentados pela
realidade e aprimorar a capacidade de comunicar
a mensagem do evangelho para atual geração,
que vive numa sociedade globalizada?
1.8 A homilética através da história
Para Key, a gloriosa missão de anunciar “as
riquezas incompreensíveis de Cristo” foi
confiada aos servos do Senhor e, dentre todas
as religiões do mundo, somente o judaísmo tem
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algo semelhante à pregação evangélica.
No cristianismo, diz Key, a pregação é muito
importante nos cultos de adoração, enquanto
que, nas demais religiões, a ênfase está
principalmente nos ritos e nas cerimônias. Ao
longo da história da Igreja, encontramos servos
do Senhor que se destacaram como pregadores
e que servem de exemplo para os pregadores
da atualidade e para aqueles que aspiram ao
ministério da pregação da Palavra.
Como já consideramos a pregação no contexto
do Novo Testamento, veremos os pregadores
que se destacaram no exercício da pregação da
Palavra de Deus ao longo da história da Igreja.
1.8.1 Pregadores da Idade Antiga:
Basílio: Além de modelo de pastor, dedicou-se
as obras sociais, fundando hospitais, abrigos,
escolas e tudo o que os pobres precisavam.
Broadus o tem como um dos cooperadores para
o desenvolvimento da homilética.
São João Crisóstomo, em grego Ιωάννης ο
Χρυσόστομος, (349, Antioquia da Síria, hoje
Antakya, no sul da Turquia - 14 de Setembro de
407). Pela sua inflamada retórica, ficou conhecido
como Crisóstomo (que em grego significa «boca
de ouro»). “Como verdadeiro pastor, tratava
a todos com cordialidade, (...) dedicava uma
atenção particular ao matrimônio e à familia” e
“convidava aos fiéis a participar na vida litúrgica,
que fez esplêndida e atractiva com criatividade
genial”. Mas “apesar de sua bondade (...) se viu
envolto em freqüentes intrigas políticas, por
suas contínuas relações com as autoridades e as
instituições civis (...) e foi condenado ao exílio”.
Ambrósio de Milão (Trier, Alemanha 340 - 4 de
abril de 397), conhecido como Santo Ambrósio,
foi bispo da atual Arquidiocese de Milão, e é
considerado um dos Padres e Doutores da Igreja.
Foi ele quem ministrou o batismo a Agostinho de
Hipona. É considerado um dos quatro máximos
doutores da Igreja, aprendeu de Orígenes a
conhecer e a comentar a Bíblia.
15
 HOMILÉTICA - unidade 1
NOÇÕES PRELIMINARES DO ESTUDO DA HOMILÉTICA
1.8.2 Pregadores da Idade Média
Destacam-se, Bernardo de Clairvaux, Francisco
de Assis e John Wycliffe (ou Wyclif) (1320
— 31 de dezembro 1384), foi professor da
Universidade de Oxford, teólogo e reformador
religioso inglês, considerado precursor das
reformas religiosas que sacudiram a Europa
nos séculos XV e XVI (ver: Reforma Protestante).
Trabalhou na primeira tradução da Bíblia para o
idioma inglês, que ficou conhecida como a Bíblia
de Wycliffe.
Aprofunde seus conhecimentos:
BERNARDO DE CLAIRVAUX: foi um abade
francês e o principal responsável por
reformar a Ordem de Cister, na qual
entrou logo depois da morte de sua mãe.
Foi o fundador da Abadia de Claraval
(Clairvaux), na Diocese de Langres.
Em 1128, Bernardo participou do Concílio
de Troyes, que delineou a regra monástica
que guiaria os Cavaleiros Templários e
que rapidamente tornou-se o ideal de
nobreza utilizado no mundo cristão.
Depois da morte do papa Honório II em
1130, Bernardo foi instrumental para
reconciliar a Igreja durante o chamado
“cisma papal de 1130”, que só terminaria
definitivamente com a morte do antipapa
Anacleto II em 1138.
No ano seguinte, Bernardo ajudou a
organizar o Segundo Concílio de Latrão.
Em 1141, Inocêncio convocou o Concílio
de Sens para tratar da denúncia de
Bernardo contra Pedro Abelardo. Com
bastante experiência em curar cismas na
Igreja, Bernardo foi em seguida recrutado
para ajudar no combate às heresias que
grassavam no sul da França. Fonte: http://
pt.wikipedia.org/wiki/Bernardo_de_
Claraval
Giovanni di Pietro di Bernardone, mais
conhecido como São Francisco de Assis
(Assis, 5 de julho de 1182 [1] — 3 de
outubro de 1226), foi um frade católico da
16 nead.fbmg.edu.br / nead.tutoria@redebatista.edu.br / 3429-7256 ou 3429-7361
Itália. Depois de uma juventude irrequieta
e mundana, voltou-se para uma vida
religiosa de completa pobreza, fundando
a ordem mendicante dos Frades Menores,
mais conhecidos como Franciscanos, que
renovaram o Catolicismo de seu tempo.
Com o hábito da pregação itinerante.
A Reforma Protestante foi um movimento
religioso reformador, na Europa, que
fragmentou a igreja cristã ocidental
(Igreja Católica Romana). A Igreja cristã
oriental (igrejas ortodoxas orientais)
já se tinha separado, em 1054. Pode-
se dizer que a Reforma começou, em
sua forma preliminar, com Wycliffe, no
século XIV. João Huss foi outra figura
espiritual que lançou o alicerce sobre o
qual a Reforma veio a ser edificada. Mais
exatamente, porém, a Reforma começou
quando Lutero postou suas Noventa
e Cinco Teses à entrada da catedral,
as quais se tornaram o fulcro de uma
acalorada controvérsia. Isso teve lugar
em 1517. O trabalho inicial de Lutero
teve continuidade graças aos esforços
de Melanchthon, Zwínglio, Calvino e João
Knox. A Igreja Católica Romana com a
sua Contra-Reforma. Ênfases: Protestar
contra os graves erros; convocação à
reforma; testificar sobre a autoridade
Bíblia; voltar ao agostinianismo (Santo
Agostinho) e repelir o tomismo (São
Tomás de Aquino). Fonte: Enciclopédia de
Bíblia, Teologia e Filosofia, vol. 5, p. 613.
1.8.3 Pregadores da Reforma Protestante
Martinho Lutero (Eisleben, 10 de novembro
de 1483 — Eisleben, 18 de fevereiro de 1546)
foi um monge agostiniano alemão, teólogo,
professor universitário, “Pai do Protestantismo”,
e reformista da Igreja Católica, cujas ideias
influenciaram a Reforma Protestante e mudaram
o curso da Civilização ocidental. Ele assim se
expressou sobre a importância da pregação: “Se
você prega o evangelho em todos os aspectos,
com exceção dos assuntos que dizem respeito
ao seu tempo – você não está pregando o
 HOMILÉTICA - unidade 1
NOÇÕES PRELIMINARES DO ESTUDO DA HOMILÉTICA
evangelho”.
João Calvino (Noyon, 10 de julho de 1509 —
Genebra, 27 de maio de 1564) foi um teólogo
cristão francês. Calvino teve uma influência
muito grande durante a Reforma Protestante,
uma influência que continua até hoje. Portanto, a
forma de Protestantismo que ele ensinou e viveu
é conhecido por alguns pelo nome de Calvinismo,
mesmo se o próprio Calvino tivesse repudiado
contundentemente este apelido. Esta variante
do Protestantismo viria a ser bem sucedida em
países como a Suíça (país de origem), Países
Baixos, África do Sul (entre os africânderes),
Inglaterra, Escócia e Estados Unidos América.
Ele assim se expressou sobre a importância da
pregação:
“A palavra de Deus não é para nos ensinar a
falar bobagens ou ser eloqüentes e difíceis de
entender... Ela é para reformar as nossas vidas,
a fim de que desejemos servir a Deus, dedicar-
nos a nós mesmos inteiramente a Ele, e para
conformamo-nos à sua boa vontade.”
John Knox (Haddington, East Lothian, 1514 —
Edimburgo, 24 de novembro de 1572) foi um
religioso reformador escocês que liderou uma
reforma religiosa na Escócia segundo a linha
calvinista.
A Contra-Reforma na compreensão de Broadus
também exaltou a obra do pregador, por meio
de homens como Bossuet e Fénelon.
Aprofunde seus conhecimentos:
Jacques, Bossuet nasceu em, 27 de
setembro de 1627 em Dijon, França, e
faleceu em 12 de abril de 1704 em Paris,
foi um bispo, teólogo francês e um dos
principais teóricos do absolutismo por
direito divino, defendendo o argumento
que o governo era divino e que os reis
recebiam seu poder de Deus[1] .
Foi autor de La Potique tirée de l’Écriture
sainte, publicada postumamente em
1709, na qual defende a teoria do Direito
divino dos reis justificando que Deus
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delegava o poder político aos monarcas,
conferindo-lhes autoridade ilimitada e
incontestável. O caso mais exemplar de
governante que se serviu das ideias de
Bossuet foi Luís XIV de França, chamado
“Rei Sol”. Fonte: http://pt.wikipedia.org/
wiki/Jacques-B%C3%A9nigne_Bossuet
François Fénelon, pseudônimo de François
de Salignac de La Mothe-Fénelon (6 de
agosto de 1651 - 7 de janeiro de 1715),
foi um teólogo católico, poeta e escritor
francês, cujas ideias liberais sobre política
e educação, esbarravam contra o “statu
quo” da Igreja e do Estado dessa época.
Pertenceu Academia Francesa de Letras 6
de agosto 16517 de janeiro1715teólogocat
ólicopoetaescritorfrancêsideiasliberaispo
líticaeducação quoIgrejaEstadoAcademia
Francesa de Letras
1.8.4 Pregadores Avivalistas
John Wesley (Epworth, Inglaterra, 17 de junho
de 1703 — Londres, 2 de março de 1791) foi
um clérigo anglicano e teólogo cristão britânico,
líder precursor do movimento metodista e, ao
lado de William Booth, um dos dois maiores
avivacionistas da Grã-Bretanha.
George Whitefield, (16 de dezembro de 1714 -
30 de setembro de 1770) foi um pastor anglicano
itinerante, que ajudou a espalhar o Grande
Despertar na Grã-Bretanha e, principalmente,
nas colônias britânicas norte-americanas. Seu
ministério teve enorme impacto sobre a ideologia
americana. Conhecido como o “príncipe dos
pregadores ao ar livre”, foi o evangelista mais
conhecido do século XVIII. Pregou durante
35 anos na Inglaterra e nos Estados Unidos,
quebrou as tradições estabelecidas a respeito da
pregação e abriu o caminho para a evangelização
de massa. Enquanto jovem sua sede de Deus o
tornou consciente de que o Senhor tinha um
plano para sua vida. Para preparar-se, jejuava e
orava regularmente, e, muitas vezes, ia ao culto
duas vezes por dia. Na Universidade de Oxford
(Inglaterra) cooperou com os irmãos John e
Charles Wesley, participando com eles no “Clube
Santo”.
17
 HOMILÉTICA - unidade 1
NOÇÕES PRELIMINARES DO ESTUDO DA HOMILÉTICA
Dwight Lyman Moody (5 de fevereiro de
1837 - 22 de dezembro de 1899), também
conhecido como D.L. Moody, foi um evangelista
e editor americano que fundou a Igreja Moody,
a Escola Northfield, a Escola Mount Hermon em
Massachusetts (agora chamada Escola Northfield
Mount Hermon), o Instituto Bíblico Moody e a Moody
Press. Quanto ao estudo, ensino e pregação
da Palavra de Deus, ele assim se expressou: “A
Bíblia não nos foi dada para aumentar nosso
conhecimento, mas para transformar nossas
vidas.”
1.8.5 Pregadores do Século XX
Billy Graham: Um dos pregadores mais
respeitados do século XX e, mesmo em avançada
idade, continua sendo muito respeitado no
século XXI, segundo uma pesquisa feita entre
os pastores dos Estados Unidos pela LifeWay
Research, setor de pesquisas da LifeWay, casa
publicadora da Convenção Batista do Sul dos
Estados Unidos, Billy Graham foi apontado como
o pregador mais influente dos dias de hoje,
seguindo de outros nove grande pregadores,
como Charles Swindoll, Charles Stanley, Rick
Warren, John MacArthur, Barbara Brown Taylor,
David Jeremiah, Max Lucado, John Piper e Andy
Stanley (Pesquisa apresentada pela Revista
Pregação e Pregadores, Dezembro de 2012).
Fanini: Declarava que preferia pregar para os
coelhos a pregar para as girafas, pois quando
se prega para coelhos, tanto um quanto outro
podem comer, mas quando se prega para girafas
só estas comem.
1.8.6 Pregadores da Pós-modernidade
Bill Haybels: Inserção de recursos midiáticos e
teatrais na pregação, como forma de alcançar o
coração das massas.
Rick Warren: Criou o método de pregação
denominado pregação com propósito ou
pregação para transformação de vida.
Certamente, muitos outros poderiam ser
inseridos, mas apresentamos os principais, como
forma de estimular os estudiosos do assunto a
aprofundar e buscar crescer na compreensão
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da homilética como importante ferramenta para
a proclamação da Palavra de Deus para esta
geração.
REFERÊNCIAS:
CRANE, James D. El Sermon Eficaz. Buenos Aires:
Casa Bautista de Publicaciones, 1976.
KEY, Jerry Stanley. A preparação e a pregação de
sermões bíblicos: princípios de Homilética. Rio
de Janeiro: JUERP, 2001.
LLOYD-JONES, D. Martín. Pregação
e pregadores. São Paulo: Fiel, 1991.
SPURGEON, C. H. Lições aos meus alunos. São
Paulo: PES, 1990.
LOPES, Hernandes Dias. A importância da
pregação expositiva para o crescimento da
Igreja. São Paulo: Editoria Candeia, 2004.
GLOSSÁRIO:
Dialética: Etim. Gr. Dialektike (subentendido
tekhne), a dialética, isto é, a arte de discutir. O
termo é amplo e requer maior estudo para me-
lhor compreensão. Sugerimos como introdução
ao assunto, ler as definições constantes do Di-
cionário de Filosofia de Jacqueline Russ ou outro
dicionário de filosofia. Também textos como a
República de Platão, Hegel e Engels que tratam
do assunto. Fonte: RUSS, Jacqueline. Dicionário
de Filosofia.
Heresia: 1 Doutrina que se opõe aos dogmas
da Igreja. 2 fam Absurdo, contrassenso, dispa-
rate. 3 Ato ou palavra ofensiva à religião. Var:
heregia. Fonte: http://michaelis.uol.com.br/
moderno/portugues/index.php?lingua=portu-
gues-portugues&palavra=heresia
Homilética (Grego Homiletikos, de homilos - mon-
tar em conjunto), em teologia, é a aplicação dos
princípios gerais da retórica para o fim específico
da pregação pública. Trata-se, em uma definição
simples, da ciência que ensina a arte de pregar.
Homilia: Homilia bíblica é um comentário sobre
 HOMILÉTICA - unidade 1
NOÇÕES PRELIMINARES DO ESTUDO DA HOMILÉTICA

uma passagem bíblica, longa ou curta, explicada e aplicada versículo por versículo, ou frase por fra-
se. Em geral, a homilia não possui estrutura homilética, pois consiste em uma série de observações
sem tentativa de mostrar como as partes do texto ou do todo se relacionam, isto é, sem levar em
conta a unidade ou a coesão estrutural. Fonte: BRAGA, James. Como preparar mensagens bíblicas,
Editora Vida, 2002.

Prédica: É o mesmo que pregação, sermão ou mensagem.

Retórica: Gr. Rhetokike (subentendido tekhne), a arte oratória, a retórica. Arte de bem falar e teoria
desta arte; técnica de utilização dos meios de expressão diversos em obra no discurso. Reboul: “A
retórica é [...] a arte de persuadir pelo discurso; é também o ensino e, enfim, a teoria desta arte” (A
Retórica, p. 8, PUF.) Fonte: RUSS, Jacqueline. Dicionário de Filosofia.

Totem: 1 Animal, planta, objeto ou fenômeno natural a que certas sociedades primitivas se julgavam
ligadas de modo específico. 2 Grupo de objetos materiais aos quais os selvagens professam venera-
ção supersticiosa. Fonte: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portu-
gues-portugues&palavra=totem

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