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OSNI RULLO

INTRODUÇÃO A EDUCAÇÃO CRISTÃ


Hermistein Maia Pereira da Costa

SEMINÁRIO TEOLÓGICO PRESBITERIANO


REV. JOSÉ MANOEL DA CONCEIÇÃO
SÃO PAULO – Agosto de 2015
Turma: Manhã
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OSNI RULLO

INTRODUÇÃO A EDUCAÇÃO CRISTÃ


Hermistein Maia Pereira da Costa

Resenha acadêmica crítica desta


obra, atendendo às exigências da
matéria Educação Cristã - Prof. Rev.
Wilson Santana Silva

SEMINÁRIO TEOLÓGICO PRESBITERIANO


REV. JOSÉ MANOEL DA CONCEIÇÃO
SÃO PAULO – Agosto de 2015
Turma: Manhã
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1. A obra: Maia Pereira da Costa, Hermistein – Introdução a Educação


Cristã, São Paulo, Editora Monergismo, 2009.

2. Conteúdo da obra: O objetivo do autor é analisar os aspectos do


Ratio Studiorum, o método pedagógico da Companhia de Jesus que em sua
configuração pretendia reconfigurar a herança humanista greco-latina para
alcançar seus propósitos catequéticos. A chamada Contra-reforma protestante
proporcionou o surgimento de novas instituições religiosas no interior da Igreja
Católica com o objetivo de formar novos catequizadores e de certo modo
recristianizar o Ocidente, trazendo-o de volta para os princípios mais fieis da
religião cristã. Nesse contexto surgiu a Sociedade de Jesus que foi certamente
a mais importante das novas ordens religiosas da Igreja Católica fundadas
durante esse período. O espírito dessa nova ordem, fundada em 1540, com a
autorização do Papa Paulo III, era contribuir na formação de “bons soldados”
da Igreja Católica, que fossem treinados no combate às heresias e aos
rebeldes na Europa e, em outras partes do mundo, converter os pagãos. A
Companhia de Jesus conseguiu amalgamar dois aspectos que a Idade Média
considerava inconciliáveis e contraditórios, quais foram a circunstância de
pertencerem os jesuítas a uma ordem religiosa, dirigida por um chefe, todos os
participantes sob uma mesma regra e disciplina comum e, ao mesmo tempo,
assumirem as características de um padre secular, com hábito, e exercerem
suas funções como pregar, receber confissões e catequizar, porém sem
viverem enclausurados em um mosteiro, mas “misturados ao mundo”, e
abertos às ideias predominantes nele.

O Homem como Ser comunicativo


A linguagem é um meio de difusão da cultura e, ao mesmo tempo de seu
fortalecimento que carrega consigo significados e valores próprios de uma
cultura. As Escrituras, especialmente o Novo Testamento, esbarram nesta
questão repetidas vezes e assim os escritores sagrados inspirados por Deus,
valeram-se por vezes, de palavras amplamente conceituadas e assimiladas;
porém com um sentido distinto que muitas vezes, só poderia ser compreendido
a partir do Antigo Testamento. A nossa comunicação reflete a compreensão
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que temos de nossa própria experiência e a partir dessa intencionalidade


comunicativa que se produz a educação e a cultura.

A. O Homem como Ser Educável


Ninguém consegue escapar à educação; ela está em toda parte, sendo
intencional ou não como o princípio por meio do qual a comunidade humana
conserva e transmite a sua peculiaridade física e espiritual. Podemos definir a
educação como sendo um processo de transmissão de valores, decodificação,
interiorização e transformação sendo que por trás de toda filosofia educacional
existe uma “imagem ideal” com todos os seus valores culturais, sociais, éticos
e religiosos. A cultura, mesmo sendo algo exterior, é o resultado conjunto da
exteriorização do indivíduo, repleta de valores que refletem a fé de um povo.

1) O Sentido da Cultura
A cultura nos fornece, de modo quase absoluto, determinadas perspectivas que
se configuram como objetivas e, portanto, finais. A cultura é um dom de Deus;
contudo, o homem como ser cultura, é, ao mesmo tempo, herdeiro e agente
ativo do cultivo, aperfeiçoamento e transformação de sua cultura.

2) Cultura, Ética e Testemunho


O homem culto é aquele que procura se desenvolver em todas as áreas de sua
existência, a fim de realizar o propósito de Deus para sua vida, buscando
sempre o fim último da criação, que é a glória de Deus. I Coríntios 10.31
Todavia Deus também nos colocou nesta cultura, a fim de sermos sal da terra
e luz do mundo. Por isso a Igreja é chamada a ser instrumento de
transformação, não de acomodação e o desafio de Deus para nós é para
transformar o mundo, tendo como padrão avaliativo e de comportamento a
mente de Cristo. Romanos 12.2

3) A Educação e o Currículo
Em discurso realizado no dia 6 de Outubro de 1977, o Presidente da Comissão
Patrocinadora Dr. David. M. Lioyd-Jones disse: “Se me pedissem que eu
resumisse numa palavra a principal função de um seminário como este, eu diria
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que é ensinar homens a pensar, de modo que, quando deixassem a escola,


pudessem continuar exercendo o pensamento, e o fizessem, e quando lhes
fizessem certas perguntas não recorressem simplesmente às anotações por
eles feitas quando estavam na escola...O objeto da escola é dar aos homens
um maior amor pela Palavra, maior do que jamais tiveram, um maior desejo de
cavar fundo, buscando as suas profundezas e os seus mistérios, de ler quando
puderem o que os ajude a atingir esse objetivo, e depois continuar fazendo
isso, continuar aprendendo e crescendo e se desenvolvendo em todos os
aspectos, até serem chamados para casa, para a sua recompensa eterna”. 1 A
palavra currículo denota a compreensão de que ele não é um fim em si mesmo;
é apenas um meio para atingir determinado fim.

B. Pressupostos: Determinantes de Nossa Percepção e


Comportamento
Há uma relação indissolúvel entre comportamento e o que você crê, pois,
nossas respostas certamente revelarão uma serie de pressupostos e inclusive
sem percebermos é possível que nosso pensamento também revele uma série
de inconsistências e, até mesmo, excludências. “De fato, escreve Cheung, se
pensarmos profundamente o suficiente, perceberemos que cada preposição
simples que falamos ou cada ação que realizamos pressupõe uma série de
princípios últimos inter-relacionados pelos quais percebemos e respondemos à
realidade. Essa é a nossa cosmovisão.2 A nossa percepção e ação
fundamentam-se em nossos pressupostos que são transformados, lapidados
ou abandonados em prol de outros, conforme a nossa percepção dos fatos. A
Educação Cristã fundamentada nas Escrituras nos oferece um escopo do que
Deus deseja de nós e, nos fala de qual o propósito de nossa existência em
todas as suas esferas.
5. Análise crítica: Esta obra apresenta uma visão clara da origem da
Educação, a contribuição da Reforma Protestante na expansão da educação e
a importância de buscarmos cada vez o conhecimento em todas as áreas para
a glória de Deus.

1
D.M.Lloyd-Jones, Uma Escola Protestante Evangélica: In: Discernindo os
Tempos, São Paulo; Publicações Evangélicas Selecionadas, 1994, p. 392.
2
Vincent Cheung, Reflexões sobre as Questões Últimas da Vida, São Paulo:
Arte Editorial, 2008, p. 61.
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6. Recomendação da obra: Obra oriunda de muitas pesquisas e


destaca que aprendermos deve estar voltado à glorificação de nosso Deus.
Fácil Leitura, linguagem moderna. Recomendo para todos que desejam buscar
um conhecimento mais aprofundado sobre a Educação Cristã, sobretudo,
estudiosos e pastores.

7. O autor: Hermisten Maia Pereira da Costa é pastor presbiteriano,


teólogo calvinista e escritor. Foi Diretor da Escola Superior de Teologia da
Universidade Presbiteriana Mackenzie até fevereiro/2010. Tem cerca de 200
artigos publicados em diversos periódicos, 15 livros editados e centenas de
textos que circulam, especialmente em seus cursos e conferências Também
leciona na Universidade Presbiteriana Mackenzie (São Paulo) e na Faculdade
de Teologia do Centro Universitário de Maringá (Parana). Possui graduação em
Pedagogia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1993), graduação em
Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (1983),
graduação em Teologia - Seminário Presbiteriano do Sul (1979), mestrado em
Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo (1999) e
doutorado em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo
(2003). Professor titular do Centro Universitário de Maringá, Professor Adjunto
II da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Professor do Seminário José
Manoel da Conceição em São Paulo e Professor e Pesquisador do Programa
de Pós-Graduação em Ciências da Religião. Tem experiência na área de
História, com ênfase em História da Reforma Protestante, atuando
principalmente nos seguintes temas: João Calvino, Reforma Protestante e
Teologia Sistemática

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